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Livro amor proprio

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Prévia do material em texto

ENTREGUE-SE AO 
AMOR-PRÓPRIO
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Souza, Josiane
Entregue-se ao amor-próprio / Josiane Souza. --
2. ed. -- São Paulo : All Print Editora, 2018.
ISBN 978-85-411-1444-8
1. Amor-próprio 2. Autoestima 3. Autonomia
4. Conduta de vida 5. Relacionamentos 6. Relações
interpessoais I. Título.
18-14998 CDD-158.1
Índices para catálogo sistemático:
1. Autoestima : Psicologia aplicada 158.1
Josiane Souza
ENTREGUE-SE AO 
AMOR-PRÓPRIO
2ª EdIçãO
ENTREGUE-SE AO AMOR-PRÓPRIO
Copyright © 2018 by Josiane Selma de Souza
O conteúdo desta obra é de responsabilidade 
da autora, proprietária do Direito Autoral.
Proibida a venda e reprodução
parcial ou total sem autorização.
Projeto gráfico, editoração e impressão:
www.allprinteditora.com.br
info@allprinteditora.com.br
(11) 2478-3413
Arte de capa: Rafael Victor
AGRAdEcIMENTO 
Agradeço aos seguidores da página, amigos e fa-
miliares, em primeiro lugar, pela confiança em meu 
trabalho, por contribuírem com suas participações 
através das redes sociais e por me ajudarem a concre-
tizar mais um sonho na minha vida.
Este momento é singular. O livro foi escrito com 
muita dedicação, zelo e amor. Que através das mi-
nhas palavras, ele possa ajudar o ser humano em seus 
relacionamentos e, principalmente, a se entregar ao 
amor-próprio.
Josiane Souza
As pessoas que não sabem amar a si mesmas 
buscam constantemente a aprovação alheia e sofrem 
quando são rejeitadas. Para quebrar essa dinâmica, 
devemos admitir que não podemos satisfazer a todos.
(Nietzsche)
SUMáRIO
Introdução .......................................................................11
Capítulo 1: Conhece a ti mesmo ................................15
Capítulo 2: Autoestima .................................................19
Capítulo 3: Fim do relacionamento ...........................43
Capítulo 4: Realismo afetivo .......................................67
Capítulo 5: Ciúmes ........................................................73
Capítulo 6: Atitudes que podem 
acabar com o relacionamento .....................................85
Capítulo 7: Mulheres que amam demais ..................91
Capítulo 8: Relacionamento abusivo ........................115
Capítulo 9: Ame e não sofra ........................................119
Capítulo 10: O que a vida me ensinou .....................127
Capítulo 11: Marionete ................................................129
Capítulo 12: Seja valorizado na sua relação ...........133
Capítulo 13: Assuma a responsabilidade 
da sua vida ......................................................................137
Capítulo 14: Carta de despedida! ..............................141
Capítulo 15: Frases .......................................................143
Conclusão .......................................................................151
Referências ......................................................................153
11EntrEguE-sE ao amor-próprio
INTROdUçãO
Amar o essencial de si mesmo é imprescindível 
para o crescimento psicológico.
Um amor em que você jamais vai errar, um amor 
que vale a pena para uma vida inteira, este é o amor-
-próprio. É muito bom ter uma pessoa na vida, ter um 
relacionamento de reciprocidade, mas eu lhe assegu-
ro: se você tiver amor-próprio, os seus relacionamen-
tos serão saudáveis, você não irá se perder para não 
perder o outro. Você irá se valorizar acima de tudo.
Como poderá abrir as portas para o amor do ou-
tro se você não aceita seu ser, ou se tem vergonha de 
si mesmo?
Quando a autoestima não tem força suficiente, 
vivemos mal, somos infelizes e sofremos de ansiedade.
Quando você não se ama, alguém vai dominar 
você, vai lhe oprimir; quando não gosta de si mesmo, 
será sempre dependente do olhar do outro para ter 
valor, se achará indigno do amor do outro.
“Quando eu me aceito, liberto-me do peso de 
precisar que você me aceite.”
12 JosianE souza
Será que você tem olhado para suas qualidades? 
A autocrítica em excesso não é saudável; quan-
do a pessoa tende a focar apenas nos defeitos, acaba 
se colocando numa posição de inferioridade, de cul-
pa, e passa a se anular em razão desse olhar que tem 
sobre si.
O que tem dito para si mesmo?
“Gostaria de ser mais alto.”
“Sou feio demais, ninguém nunca irá se 
interessar.”
“Não presto para nada.”
“Não sou inteligente o suficiente para alcançar 
meus objetivos.”
“Sou a pessoa mais chata e desinteressante.”
Comece a focar em suas qualidades. O saudável 
é destacar as coisas de que você realmente gosta em 
si mesmo.
O que dizemos a nós mesmos determina, em 
grande parte, nossa maneira de sentir e agir com o 
outro.
Autoelogio, uma maneira positiva e/ou cons-
trutiva de falar a si mesmo e poder se parabeni-
zar quando acreditar ter feito algo que mereça o 
reconhecimento.
13EntrEguE-sE ao amor-próprio
Elogie-se sempre, trate a si mesmo como almeja 
que o outro lhe trate.
Aceitar a si mesmo é entrar em contato com seu 
interior, e enxergar o que é verdadeiro sobre você, não 
apenas críticas, conceitos e crenças.
Deixe de lado as comparações; essa é uma atitu-
de perigosa, faz com que ignore as diferenças de habi-
lidade e capacidade, de modo que a gente se diminua 
ou se desvalorize.
Quando nos comparamos, tendemos a olhar so-
mente aquilo que nos falta e não valorizamos o que 
temos.
A sua capacidade de administrar sua própria 
vida é dignidade. O recurso da dignidade passa pelo 
cuidado que temos com nós mesmos.
Goste de você, aposte em você; a pessoa que se 
ama se cuida o tempo todo até nas pequenas coisas. A 
pessoa que não se ama vive à deriva, não está nem aí 
para quem está entrando em sua vida, se terá benefícios 
com esse relacionamento ou não; para ela, tanto faz, não 
está preocupada ou comprometida com a sua felicidade. 
Infelizmente já se acostumou a uma vida medíocre.
Amar a si mesmo é garantia de sobrevivência no 
mundo.
Aprenda a colocar limites em suas relações. 
Quando você se enxerga digno de ser amado, não 
aceitará ter uma relação com alguém que não o ame.
14 JosianE souza
“Às vezes o melhor remédio é esquecer o que 
sentimos para recordar o que valemos. Porque a dig-
nidade não deve ser perdida por ninguém, porque o 
amor não se implora nem se suplica, e embora nunca 
se deva perder um amor por orgulho, também não se 
deve perder a dignidade por amor.”
A proposta deste livro é lhe ajudar a aprender a 
amar a si mesmo, resgatar-se, a valorizar suas poten-
cialidades; apreciar suas qualidades e aceitar os seus 
defeitos, não aceitando aqueles que não lhe valorizam.
15EntrEguE-sE ao amor-próprio
cAPíTUlO 1
cONhEcE A TI MESMO
Faça uma reflexão agora: o que você faz, as ati-
tudes que tem tomado ao longo da sua vida, tem sido 
para agradar a si mesmo ou para agradar aos outros?
Conhece a ti mesmo – já dizia Sócrates – para 
saber como modificar sua relação para consigo, com 
os outros e com o mundo.
O autoconhecimento deve ser diário, permitindo 
olhar para si mesmo com um direito legítimo de ser 
quem é, como alguém que pensa, age e possui vonta-
des e anseios.
Uma paciente pôde relatar em sessão:
Eu estou com 37 anos de idade, estou buscando 
a terapia, pois não me conheço, não sei nada so-
bre mim; a vida inteira fui o que os outros gos-
tariam que fosse, desde as relações com meus 
pais, na escola, amigos; sempre escolheram por 
mim o que comer, vestir, qual peso deveria ter, 
qual deveria ser minha postura, o jeito de fa-
lar, o namorado que deveria ter, qual profissão 
16 JosianE souza
exercer; nunca escolhi nada, pude perceber que 
sou a escolha do outro. A vida inteira, por ter mi-
nha autoestima baixa, vivi em função de agradar 
às pessoas, uma necessidade enorme de ser acei-
ta; esse foi o preço que paguei para ter a apro-
vação dos meus pais, tinha que fazer o que eles 
queriam. Por que eu iria pensar nas minhas von-
tades se realmente não iria fazer nada com isso?
Quem é você?O quanto você se conhece? O que 
realmente deseja? Quais são seus sonhos? Aonde de-
seja chegar? 
Sinceramente, como você tem se colocado no 
mundo? Com autonomia ou de forma acovardada?
Não conhecer a si mesmo dificulta realizar so-
nhos, impede de viver e desenvolver suas habilidades e 
competências. Afinal, não sabe o que é capaz de fazer.
Quanto mais conhece a si mesmo, mais você se 
potencializa, através da descoberta do que precisa ser 
melhorado, na busca por um aprimoramento constan-
te e experiências ao longo da vida.
Por que aceito migalhas? Por que não consigo 
me impor na relação? Por que tenho medo de perder 
o outro? De onde vem essa minha tristeza? Por que 
sou frio nos relacionamentos? Por que me submeto a 
relacionamentos destrutivos? 
Por que sou permissivo à violência verbal, física 
e psicológica?
17EntrEguE-sE ao amor-próprio
Faz-se necessário um autoconhecimento, para 
responder a tantas perguntas que temos ao longo da 
nossa vida; quantas questões sem respostas, vivemos 
no piloto automático, sem pensar nos atos, conse-
quências e comportamentos.
Por isso a importância no processo terapêutico 
de um trabalho de desconstrução, na busca de ajudar 
o paciente a aprender a diferenciar-se do outro.
Conhecer a si mesmo, entender o seu funcio-
namento psíquico, repetir, recordar e elaborar, abrir 
espaço para a restauração do que já foi vivido, mas 
ficou danificado, e para a construção inesgotável dos 
elementos que formam um ser humano mais pleno.
19EntrEguE-sE ao amor-próprio
cAPíTUlO 2
AUTOESTIMA
O que é autoestima?
Precisamos primeiro nos amar, para que os ou-
tros também nos amem.
O verbo “estimar” vem do latim aestimare, “ava-
liar”, cuja significação é dupla: a um só tempo, “deter-
minar o valor de” e “ter uma opinião sobre”.
Alguns autores e a maioria das pessoas definirão 
autoestima como: é gostar de si mesmo, valorizar-se! 
Outros dirão: é ter uma opinião positiva sobre si mes-
mo, ser confiante, acreditar em si e em sua capacidade.
Você se vê como uma pessoa que merece a sim-
patia, a afeição e o amor dos outros ou, ao contrário, 
duvida frequentemente de sua capacidade para ser 
amado(a) e apreciado(a)?
A autoestima não pode ser entendida senão 
como um olhar global sobre si mesmo. Se esse olhar 
é benevolente, nos fará minimizar nossos defeitos 
20 JosianE souza
e permitirá, assim, que tiremos proveito de nossas 
qualidades.
Ao contrário, uma autoestima enfraquecida pode 
nos tornar muito severos com nós mesmos, apesar dos 
êxitos, e revelar-se um grave obstáculo à felicidade.
O que será determinante para uma baixa 
autoestima?
Rosenberg (1983) e Coopersmith (1967) apon-
tam como fatores importantes na construção da 
autoestima: 
a. O valor que a criança percebe dos outros 
em direção a si, expresso em afeto, elogios e 
atenção;
b. A experiência da criança com sucessos ou 
fracassos;
c. A definição individual da criança de sucesso 
e fracasso, as aspirações e exigências que a 
pessoa coloca a si mesma para determinar o 
que constitui sucesso;
d. A forma de a criança reagir a críticas ou co-
mentários negativos.
21EntrEguE-sE ao amor-próprio
A construção da autoestima 
A nossa autoestima vai sendo construída desde 
nossos primeiros anos de vida. Na primeira infância, 
é o olhar do outro que diz quem somos nós. Então, 
quando desde pequenos escutamos críticas negativas, 
tais falas deixam marcas que permanecem ao longo da 
vida – “Você não é capaz”; “Você é feio”; “Burro”; “Não 
presta para nada”. Introjetadas essas críticas desde 
quando o indivíduo é criança, pela falta de estrutura, 
por ser ele pequeno, muitas vezes elas permanecem 
na memória até a vida adulta, quando a pessoa então 
cresce e começa a se olhar. Nesse momento ela está 
insegura em razão dessas marcas negativas, quando o 
adulto não consegue separar aquilo que o outro disse 
daquilo que de fato ele é.
Como abrir as portas para o amor daqueles que 
o cercam se você despreza ou não aceita seu ser, ou se 
tem vergonha de existir?
Por que você não se ama?
Quando o adulto cresce com essas construções 
de derrotas e fracassos, ele começa por dizer: “Eu não 
sou capaz, não sou bonito ou interessante, não tenho 
valor, ninguém vai gostar de mim, não mereço ser 
amado...”.
O que tem dito para si mesmo? Faça agora uma 
reflexão! 
22 JosianE souza
Se não se suporta, menospreza a si mesmo o 
tempo todo, ou se é permissivo à humilhação sofrida, 
você não se ama!
O quanto hoje, apesar de ser adulto, você con-
tinua se vendo a partir do olhar do outro? Se a fala 
do outro é tida como uma verdade, fica sempre refém 
desse olhar para identificá-lo.
Você não é o que o outro diz, você é o que é! 
Para que a autoestima possa ser resgatada, é pre-
ciso desconstruir marcas negativas que o afetaram e 
que ficaram não somente nas relações primárias com 
os cuidadores, mas na escola, nos amigos, enfim, em 
outros ambientes também.
Os trabalhos realizados na área da psicologia nos 
últimos anos mostram que a visão negativa que se tem 
de si mesmo é um fator determinante para o surgimen-
to de transtornos psicológicos como fobias, depressão, 
estresse, ansiedade, insegurança interpessoal, altera-
ções psicossomáticas, problemas de relacionamento, 
baixo rendimento acadêmico e profissional, incapaci-
dade para regular as emoções e muitos outros. 
Segundo Riso (2012, p. 11), ativar toda a auto-
estima disponível ou amar o essencial de si mesmo é 
o primeiro passo para qualquer tipo de crescimento 
psicológico e melhora pessoal. 
Como está sua autoestima? Como você tem se 
olhado? Você está satisfeito com sua vida?
23EntrEguE-sE ao amor-próprio
A importância de um trabalho terapêutico se dá 
para que o paciente possa se conhecer e compreender 
seu funcionamento; faz-se necessário desconstruir o 
que foi construído negativamente, diferenciando-se 
do olhar do outro.
Como foi construída a sua autoestima desde a 
infância? 
Se ela está baixa, é preciso identificar em que 
momento você a perdeu.
Ao lembrar da sua história de vida, pode se dar 
conta de que nunca teve uma boa autoestima, cresceu 
inseguro porque desde pequeno ouviu críticas, sofreu 
bullying, etc. Quantas construções de derrotas que fi-
caram introjetadas e você, apesar de não ser mais uma 
criança, continuou acreditando ser aquilo que disse-
ram que você era?
Outras situações que irão afetar a sua autoestima: 
críticas, rejeições, humilhações, abandonos, desvalo-
rizações e perdas, construindo assim uma percepção 
negativa de si mesmo. A soma de situações negativas 
vivenciadas ao longo da nossa vida será então deter-
minante, resultado de interações sociais (familiares, 
escolares, profissionais, entre outras). Tais experiên-
cias deixam marcas negativas, que afetam a percepção 
de si mesmo; a pessoa vivencia situações nas quais é 
colocada numa posição de sentir-se inferiorizada e de 
menor valia.
24 JosianE souza
A imagem que temos de nós não é herdada ou ge-
neticamente determinada, é aprendida. Não nascemos 
preocupados em como devemos agir, ser bons ou 
maus, amáveis ou não – essas ideias serão desenvolvi-
das a partir das relações.
Os fracassos e sucessos, os medos e inseguran-
ças, os prazeres e desgostos, a forma de enfrentar os 
problemas, o amor e a rejeição percebidos, tudo con-
verge e se organiza em uma imagem interna sobre sua 
própria pessoa.
Segundo Riso (2011, p. 21): 
Você pode pensar que é lindo, eficiente, inte-
ressante, inteligente e bom, ou o contrário (feio, 
ineficiente, chato, tolo e mau). Cada um des-
ses qualificativos é o resultado de uma história 
prévia, na qual você foi gestando uma “teoria” 
sobre si mesmo que, no futuro, dirigirá seu 
comportamento.
Nós, seres humanos, temos uma tendência con-
servadora de confirmar, mais do que negar, as crenças 
que mantemos armazenadas em nosso cérebro duran-
te anos.
25EntrEguE-sE ao amor-próprio
Crenças
“Se você pensa que pode, ou se pensa que não 
pode, de qualquer forma você está certo.”
Quais são suas crenças?
Ascrenças são as ideias que construímos sobre 
nós mesmos, os outros e o mundo. Superar nossas li-
mitações é possível e necessário, se quisermos ter uma 
vida saudável.
Costumamos ser prisioneiros de nossas próprias 
limitações e continuamos nos agarrando a elas com 
tenacidade.
Crenças limitantes
As crenças que chamamos de limitantes são es-
sas pequenas vozes que vão nos convencendo de que 
não podemos, não somos capazes, competentes ou 
bons o suficiente, que não podemos fazer algo ou con-
quistar alguma coisa. São resultados de interpretações 
negativas das experiências que vivemos.
Algumas crenças limitantes:
“Nunca vou conseguir ser independente.”
“Não sou bom o suficiente.”
“Não sou capaz de concretizar nada do que faço.”
26 JosianE souza
“Sou burro.”
“Não serei ninguém na vida.”
“Ninguém nunca irá me amar.”
“Não consigo aprender isso.”
“Nunca vou conseguir alcançar meus objetivos 
ou realizar meus sonhos.”
“Eu não mereço sucesso ou coisas boas.”
“É melhor dar do que receber.”
“Não se pode querer ter muito na vida, é errado 
querer ter mais.”
“Preciso ser sempre menos que o outro, é o 
correto.”
“Eu preciso fazer os outros felizes, então eu não 
serei rejeitada.”
“Se eu deixar as pessoas realmente me conhece-
rem, elas não vão gostar de mim.”
“Eu tenho que ficar nesta relação, porque sou in-
capaz de me virar sozinha.”
“Eu preciso agradar o tempo todo para ser aceito.”
“Eu aprendi que amor é sacrifício.”
“Eu preciso colocar o outro sempre em primeiro 
lugar.”
27EntrEguE-sE ao amor-próprio
“Eu não mereço amor, sucesso, felicidade, etc.”
Desde nossos primeiros anos, somos influencia-
dos positiva e negativamente pelas pessoas e situa-
ções que experimentamos ao longo da vida.
A partir dessas vivências, vamos formando nos-
sos modelos mentais e percepções do mundo.
Quanto mais somos colocados em experiências 
ruins, mais acumulamos uma imagem mental negati-
va sobre nós.
Na infância, por exemplo, se uma mãe diz a seu 
filho: “Você é fraco, incapaz, não será ninguém na 
vida, o seu irmão é melhor que você...”, provavelmente 
essa atitude irá afetar a autoestima do filho, deixando-
-o inseguro em suas ações, e fazendo com que passe 
uma vida inteira tentando provar que é capaz – po-
rém, não acredita nisso.
O papel dos pais na criação dos filhos é deter-
minante para a autoestima deles. Cuidado com o que 
você tem dito para o seu filho. Você tem uma respon-
sabilidade muito grande naquilo que diz, porque ele 
vai carregar para o resto da vida dele, introjetando o 
que você tem dito como uma verdade.
Quando um filho cresce num lar escutando dos 
pais: “Você é um lixo”, “Não presta para nada”, “É in-
capaz”, “Burro”, “Feio”, “Um peso nas nossas vidas”, 
“Você é um desgosto para mim”, tudo isso que é dito 
28 JosianE souza
fica enraizado, e ele carrega para o resto da vida, cres-
ce inseguro, com uma autoestima baixíssima.
Valorize, eduque, estimule seu filho; elogie, para 
que ele seja um adolescente e um adulto confiante, 
seguro; para que ele não tenha que passar uma vida 
inteira agradando ao outro para ser aceito, aceitação 
essa que ele busca desde as relações primárias. É uma 
falta que tem dessas relações, e vai transferindo para 
outras relações essa carência, essa necessidade de 
ser aceito; irá fazer de tudo para ter o amor do outro, 
amor este de que sente falta. Uma luta inteira buscan-
do o amor, a aceitação, a aprovação do outro, é a velha 
luta pelo amor.
Para que seu filho não perca uma vida inteira, 
para não perder o outro, comece a construir uma boa 
autoestima para ele agora. Sua atitude em relação ao 
seu filho será determinante para a formação da criança 
e a visão que ela tem de si mesma, uma vez que vocês, 
pais, são suas principais referências, e suas palavras e 
ações se tornam para eles uma verdade absoluta.
29EntrEguE-sE ao amor-próprio
Hábitos que destroem a autoestima
Nesse processo de reconstrução da nossa auto-
estima, é preciso ficar atento aos hábitos que podem 
destruí-la. Em primeiro lugar, comece a analisar os 
hábitos que atrapalham sua autoestima. Cito alguns:
Comparação 
Quando nos comparamos aos outros, tendemos 
a focar naquilo que o outro tem e que nos falta. Se 
você não tem uma boa imagem de si mesmo, tudo o 
que acontece é motivo de comparação. As compara-
ções negativas nos fazem sofrer porque não focamos 
em nossas qualidades, nosso olhar está atento apenas 
à qualidade do outro.
A questão não é deixar de admirar no outro o 
que falta em mim, mas deixar de olhar para si ao olhar 
para outro. Por exemplo, você gostaria de ter o cabelo 
que o outro tem, mas não olha para o seu sorriso, que 
é lindo.
Ou: “Eu gostaria de ter a altura que aquela mu-
lher tem”. Nessa hora, você olha para aquela pessoa e 
vê apenas a altura que desejaria ter, porém não olha 
para outras características que não lhe agradam e para 
o que você gosta em si mesma. 
30 JosianE souza
O olhar ideal seria, por exemplo: “Eu não tenho 
a altura que aquela mulher tem, mas eu gosto do meu 
rosto, gosto do meu cabelo, gosto do meu jeito de ser, 
não gostaria de ser como ela, porque tenho muitas 
qualidades que valorizo em mim”.
O caminho seria este, poder olhar para o outro, 
mas, ao mesmo tempo, voltar o olhar para si mesmo; 
assim, poderia admirar ao outro e, ao mesmo tempo, 
se admirar.
Autocrítica em excesso
A autocrítica é produtiva, nos faz bem quando 
feita com cuidado e com o objetivo claro de aprender 
e crescer.
Mas se esta for feita de maneira inadequada, afe-
tará drasticamente sua autoestima, fazendo com que 
pense mal de si mesmo, independentemente do que 
fizer. Muitas pessoas estão encarceradas nessa crença 
de que não são capazes.
Ficam se cobrando o tempo todo, não se permi-
tindo errar, sendo intolerantes com os seus próprios 
erros; quando cometem um erro, dizem: “Olha como 
você é burro, não consegue fazer nada direito, não 
presta para nada...”.
Segundo Riso (2011, p. 39): 
31EntrEguE-sE ao amor-próprio
Os sujeitos que mostram uma boa autoestima 
procuram manter um equilíbrio justo na hora 
da autoavaliação: não se destroem nem destro-
em os outros. De jeito nenhum estou defenden-
do o autoengano, simplesmente penso que, às 
vezes, é muito útil para a saúde mental “fazer 
vista grossa” diante de erros ou defeitos pes-
soais pequenos e insignificantes. O eu tem de 
ser mimado. O contrassenso é evidente: as pes-
soas muito rígidas consigo mesmas vestem uma 
camisa de força para não perder a cabeça, e o 
resultado costuma ser o desajuste psicológico. 
Não se impor
Ao conseguir se impor, como é fundamental 
dentro de qualquer relação, o outro só faz aquilo que 
você permite; quando você se cala, ou por medo de 
perder o outro, ou porque acredita naquilo que é dito, 
você está, nessa hora, destruindo sua autoestima.
Devem-se estabelecer limites, definir o ponto 
extremo que não pode ser ultrapassado. Todo abuso 
verbal viola seus limites de alguma forma.
Toda vez que você for desmoralizado, ofendido 
ou ridicularizado, tente reagir com veemência – nin-
guém tem o direito de julgar, criticar, humilhar. 
Para responder a esse tipo de atitude, fale 
de modo enfático: “Pare de me julgar”; “Chega de 
32 JosianE souza
críticas”; “Basta”; “Não aceito isso”; “Cuide da sua pró-
pria vida”, etc.
Nunca mais permita que o outro faça nada para 
que você se sinta inferior, humilhado, rejeitado.
Focar em algo de que não gosta
Todo ser humano tem algo de que não gosta em 
si; isso se torna um problema quando focamos o olhar 
somente no que não gostamos: como irá gostar de si 
mesmo dessa forma? Ao olhar para si nessa hora, vê 
apenas os defeitos e fica impossível ter uma boa auto-
estima tendo uma autoimagem negativa.
Não se aceitar
Quando você não se aceita, fica refém do olhar 
do outro para valorizá-lo. Você não perde o seu va-
lor quando alguém não o valoriza, perde o seu valor 
quando se apropria daquilo que é dito. Por exemplo: 
“Você é um lixo, não presta para nada”.
Se você sabe do seu valor, gostade si, quando o 
outro diz essa frase acima para você, ela só tem peso 
quando você a introjeta como uma verdade, acredi-
tando ser aquilo que disseram que você é.
Se você tem uma boa autoestima, reconhece e 
sabe do valor que tem, não será permissivo a essas 
33EntrEguE-sE ao amor-próprio
falas; o olhar do outro só tem peso quando você se 
perde a partir desse olhar. Até quando irá continuar 
sendo o que o outro diz? Ou vai buscar se encontrar 
agora?
Estagnação 
Há quanto tempo você está estagnado?
Reflita um momento sobre sua vida, quando ela 
mudou e se as mudanças foram significativas.
Tem perdido seu tempo com futilidades ou ligou 
sua vida no piloto automático, e acabou não cami-
nhando em direção a seus objetivos, sejam pessoais 
ou profissionais?
O que tem feito ao longo dos anos para melhorar 
sua autoestima? Quando se vive estagnado, não faz 
nada para mudar a realidade que não lhe satisfaz.
Segundo Freud, “quando a dor de não estar vi-
vendo for maior que o medo da mudança, a pessoa 
muda”.
O que falta hoje para melhorar sua autoesti-
ma? É sua independência financeira, aprender algo 
novo, falta mudar algo na aparência física, na pos-
tura, etc.?
34 JosianE souza
Descubra o que falta, corra atrás das mudanças 
necessárias para melhorar sua autoestima.
Resgatar a autoestima
Conte-me: quando foi a última vez que você re-
servou um tempo para se cuidar? 
Cuide de si mesmo, como cuidaria de alguém 
que você ama.
Em primeiro lugar, pergunte-se: “O que eu dese-
jo”? Se não souber, pergunte-se do que precisa. 
Presenteie-se, leve você para passear, vá ao ci-
nema, teatro, compre um presente para si mesmo, dê 
para você o tempo, comece a fazer um pouco para si; 
talvez você seja alguém que vive em função de agra-
dar somente ao outro, que tal começar a agradar a si 
mesmo? Perceberá o quanto isso será benéfico para 
sua autoestima, percebendo através desses comporta-
mentos o quanto você merece.
Comece agora sua mudança. Pode ser devagar, 
mas comece a sua caminhada em direção ao seu amor-
-próprio, a uma vida digna, repleta de amores verda-
deiros, recíprocos e saudáveis.
35EntrEguE-sE ao amor-próprio
Mude o corte do cabelo, mude suas roupas, faça 
novos caminhos, vá conhecer novos lugares, mude a 
postura que o deixa ser humilhado. Chega de ser per-
missivo ao que lhe faz mal, faça um curso novo, volte 
a estudar, busque um emprego, etc.
3 pontos importantes para a construção 
da autoestima
1 – Aceitar
 Aceite aquilo que não gosta e que não é passível 
de mudança.
2 – Mudar 
Mude aquilo que é possível e que irá melhorar 
sua autoestima. Identifique o que falta para melhorar 
sua autoestima.
3 – Valorizar
Supervalorize aquilo que gosta em você.
Se você foca o olhar somente naquilo que não 
gosta em você, nunca irá se valorizar, ficando sempre 
refém do olhar do outro para ter valor.
Por isso, às vezes nos perdemos nos relaciona-
mentos, ficamos inseguros: você não se trata bem, 
não tem amor-próprio, fica refém desse olhar; você 
se apropria daquilo que é dito, porque não consegue 
36 JosianE souza
se diferenciar, já que também está se vendo daquela 
maneira.
Se você sabe quem é, se você sabe do seu valor, 
você não é permissivo à violência do outro.
Faz-se necessário um trabalho de desconstrução: 
você não é o que o outro diz, é o que você é. O quan-
to, até hoje, você continua se vendo a partir do olhar 
do outro? Por exemplo, durante a infância, ouviu que 
você era feio, e continua se vendo dessa maneira, não 
gosta de si próprio.
Ouviu que não era capaz, e continua desistin-
do de tudo que começa, porque acredita que não irá 
conseguir.
Quando eu sei quem eu sou, quando gosto de 
mim, quando me valorizo, a primeira coisa em que me 
imponho é na relação com o outro; eu não vou auto-
rizar que o outro me trate dessa maneira, não vou au-
torizar humilhação, não autorizo falta de respeito, não 
autorizo que o outro fale coisas que vão afetar minha 
autoestima.
Para isso, você precisa ter um pouco de autoesti-
ma: quando você está inseguro demais, com medo de 
perder, você submete-se, você dá um poder demasiado 
ao outro. É como se dissesse: “Olha, para não te per-
der, eu me anulo, faço qualquer coisa por você”. Quem 
tem amor-próprio não se anula.
37EntrEguE-sE ao amor-próprio
Se você quer respeito na relação, se quer resga-
tar seu amor-próprio, imponha-se. 
A partir de hoje, não deixe mais o outro dizer 
nada que não lhe agrade, não aceite mais que o ou-
tro lhe trate dessa forma. Não sei como você cresceu, 
o que ouviu quando era criança; se você está desde 
pequeno aceitando críticas, é hora de se colocar di-
ferente – a gente só deixa que isso ocorra porque a 
autoestima está baixa.
Questione-se agora: “O que falta para eu resga-
tar minha autoestima?”.
Para algumas pessoas é uma mudança na apa-
rência, um corte de cabelo, emagrecer, engordar; para 
outras, voltar a estudar, resgatar sua independência, 
aprender a se impor na relação com o outro.
Você parou na vida só para aplaudir o cresci-
mento do seu parceiro, ficou na plateia só admirando 
o outro, e esqueceu-se de se admirar, cuidar dos seus 
valores, das suas potencialidades; você gosta de você 
hoje?
Você tem sido carinhoso consigo mesmo?
Ou você tem dito: “Eu sou feio, não sou inteli-
gente, não tenho valor, não sou capaz”? Quantas cons-
truções de derrotas você tem feito diariamente? Você 
quer ser visto, mas há quanto tempo você não se olha, 
não cuida de si, não se olha mais no espelho?
38 JosianE souza
Há quanto tempo você já se deixou?
Vai ficar uma vida inteira na plateia, só aplau-
dindo, só admirando o outro, ou vai cuidar de você?
Não se anule para satisfazer o outro, ninguém 
valoriza quem não se valoriza.
Se você não pode existir nessa relação, ela não 
lhe serve. Comece a existir na relação com o outro. 
Fale das suas vontades, coloque suas necessidades 
também. Está na hora de voltar.
Você nunca vai ter o amor do outro enquanto 
você não se amar. O medo de perder não pode ser 
maior.
Desenvolva sua autonomia. No passado, você 
depositou tudo na relação, pensou que, porque tinha 
alguém, não precisava estudar mais, trabalhar, cuidar 
da aparência, já usava qualquer roupa; tem pessoas 
que já se deixaram há muito tempo.
Como você vai se achar digno do amor do outro 
se não está se achando merecedor?
Se você mesmo tem dito que pode se anular para 
ter o outro, como vai ter amor-próprio? Quem disse 
que para ter o outro você não pode existir?
As humilhações sofridas desde a mais tenra in-
fância deixaram marcas na sua vida. Sofreu muita re-
jeição dos pais, amigos, e continua se olhando como 
39EntrEguE-sE ao amor-próprio
aquela criança que foi rejeitada. Antes que o outro lhe 
rejeite, já busca se proteger, não permitindo a aproxi-
mação, não olhando quando tem interesse, não dei-
xando que as pessoas cuidem, amem, façam por você. 
Com medo de reviver a dor primária, você já evita ter, 
porque na sua fantasia, a qualquer momento, você irá 
perder, será rejeitado novamente. Na realidade, é uma 
proteção que não protege. Ao não permitir que o ou-
tro faça, você já está dizendo para si mesmo que não 
merece o amor do outro, que não é interessante, que o 
outro não irá desejá-lo. Pense sobre isso.
Faz-se necessário entender de onde isso vem.
Não conseguiu se apropriar do que é seu e dizer: 
“Eu não sou mais aquela criança, eu não vou mais dar 
o poder ao outro para me humilhar”. Quando crianças, 
somos vulneráveis emocionalmente, sem estrutura 
para nos defendermos; porém, hoje, você é um adulto, 
precisa repensar sobre o seu comportamento. Como 
tem se posicionado? Tem agido até hoje como aquela 
criança vulnerável, não sabendo como se defender? 
Você se acha suficiente?
Seu comportamento tem sido de agradar 24 ho-
ras, precisa ser bonzinho demais?
O bonzinho demais carrega por trás desse com-
portamento uma necessidade enorme de ser aceito, 
acredita que não se basta para ter o outro; por isso, 
40 JosianE souza
precisa agradar o tempo todopara assegurar um lugar 
na relação. Por exemplo: 
“Já que não sou interessante, preciso fazer tudo 
que o outro quer, para que ele não me deixe.”
“Como não tenho beleza suficiente, vou comprar 
o tempo todo para ele não ir embora.” 
É como se ele precisasse “comprar” o outro, uma 
vez que não acredita ser suficiente. Nessa hora, vale 
comprar material e afetivamente, vivendo em função 
de fazer tudo o que o outro deseja.
O ato do bonzinho demais não está pautado 
meramente num ato bondoso de ser, está pautado no 
“precisar” e não no “querer”: ele faz porque acredita 
que, se não fizer, o outro vai embora. Não sendo um 
ato genuíno de bondade, mas uma necessidade.
Relacionamento é admiração. Quantas pessoas 
vivenciam essa realidade e por fim vão dizer: “Eu não 
consigo entender, eu fiz de tudo na relação e ele(a) 
ainda me deixou!”; não aceitam o fim da relação.
Um pilar essencial dentro do relacionamento 
amoroso é a admiração. Interpretamos erroneamente 
esse nosso comportamento bondoso demais, acredi-
tando que o ato de agradar incessantemente, mesmo 
quando o que se recebe são migalhas, será uma garan-
tia de que o outro irá valorizar e ficar. No entanto, a 
realidade estampada nos mostra que não é isso de fato 
41EntrEguE-sE ao amor-próprio
o que acontece, porque ninguém valoriza, respeita ou 
admira quem não se admira, não se valoriza, se sub-
mete aos maus-tratos do outro. Por que você tem se 
resignado a esse tipo de relação?
Você iria gostar do seu parceiro se ele se moldas-
se o tempo todo para ser aceito?
Se tiver condições de buscar uma terapia, busque 
para compreender o seu comportamento, seu funcio-
namento psíquico, como foi construída sua autoestima.
É preciso começar a olhar o que falta para mudar: 
“O que preciso fazer para melhorar minha autoes-
tima?”. Comece a se elogiar, o que você gosta em si 
mesmo? 
Quando você não se cuida mais, passa a vida só 
cuidando do outro; chega em casa e fica desanimado(a), 
porque seu(sua) parceiro(a) já não elogia, mas nem 
você se cuida mais e quer que o outro faça aquilo que 
você precisa fazer por si.
Dependa de você, não do outro; não deposite no 
outro. 
Você se maltrata o tempo todo? Deixa ele(a) te 
humilhar? Você deixa o outro fazer isso com você? O 
outro só faz o que você permite. Por que tem permiti-
do maus-tratos?
Você acaba introjetando a fala do outro como 
uma verdade. Você já se perdeu, anulou-se tanto para 
42 JosianE souza
ter esse parceiro que aquilo que é dito você toma como 
uma verdade.
Quando você está bem consigo, mesmo que o fim 
do relacionamento doa, não vai afetar tanto sua auto-
estima, porque sabe do seu valor. Não é porque o outro 
não me valorizou que eu deixei de ter valor; você não 
vai agradar a todo mundo; se você sabe o valor que tem, 
não fica refém do olhar do outro para ser valorizado. 
“Será que estou muito dependente do outro?”
Olhe para si agora, faça um elogio, o que gosta 
em você?
“Eu gosto do meu sorriso, do meu jeito de ser, do 
meu amor ao próximo, eu gosto da minha garra, eu 
gosto dos valores que tenho e aprendi com os meus 
pais.”
Se deseja começar hoje a resgatar sua autoesti-
ma, COMECE a se impor: postura é tudo, olhe para a 
pessoa e diga “NÃO, eu não vou mais aceitar, não vou 
mais deixar você me humilhar”. 
Não tenha medo de perder o outro, tenha medo de 
perder a si mesmo.
43EntrEguE-sE ao amor-próprio
cAPíTUlO 3
FIM dO RElAcIONAMENTO
Como superar o fim da relação
Todo fim é triste, mesmo para aquele que deci-
diu colocar um ponto final. Ninguém começa uma re-
lação, casamento, pensando que irá acabar; sofremos 
porque sonhamos, acreditamos, há um investimento 
na relação.
Quando termina, você precisa desidealizar tudo 
aquilo que idealizou, precisa olhar as coisas mais pela 
razão do que pelo desejo.
Sei que não é fácil. Apesar de muitas coisas que 
não agradavam na relação, você se acostumou com a 
presença, a companhia diária, enfim, com as afinida-
des, entre outras coisas que ficam na memória.
O que ajuda a seguir nesse momento é realmente 
colocar um ponto final dentro de você, olhar com mais 
realidade, não manter contato.
A presença da pessoa aumenta o desejo e a von-
tade de estar junto; não dá para esquecer alguém 
44 JosianE souza
fazendo a pessoa presente todos os dias; portanto, é 
preciso deixá-lo(a) ir.
Você não pode esperar desapaixonar-se para 
deixá-lo. Primeiro deve aprender a superar os medos 
que se escondem por trás desse apego irracional.
A terapia nesse momento é muito importante, 
pois ela possibilita ao indivíduo olhar a relação como 
um todo e, ao mesmo tempo, é um suporte para con-
seguir seguir em frente, resgatando, principalmente, 
sua autoestima, vontade de viver e a busca por novos 
sonhos!
É um momento tão difícil; nessa hora, não temos 
vontade de absolutamente nada, parece que é uma dor 
insuportável, que eu não vou aguentar, não vou dar 
conta.
É um momento em que se precisa parar um pou-
co, analisar também essa relação, não acentuar mais 
dor onde já está doendo, não trazer a saudade, a lem-
brança o tempo todo.
Ainda mais se pensamos nessas relações fusio-
nais. Nesse tipo de relacionamento, o fim da relação é 
como se a vida perdesse o sentido maior; isso aconte-
ce quando se estabelece um relacionamento na crença 
de que o outro é tudo: a alegria, o prazer e o sentido 
da vida. A dor do fim e o abismo que fica se tornam 
quase insuportáveis.
45EntrEguE-sE ao amor-próprio
Não somos só relacionamento amoroso, somos 
também irmãos, filhos, amigos, pais – enfim, se des-
locamos também o sentido da nossa vida, o prazer e a 
alegria para outras relações, quando, por algum moti-
vo, a relação acabar, não necessariamente sentiremos 
que perdemos tudo.
Nos relacionamentos fusionais, a principal ca-
racterística é a busca incessante de fundir-se ao outro.
 Cuidado com essas relações nas quais você de-
posita tudo, então começa a namorar e acredita que 
não precisa mais de amigos, família, não precisa mais 
estudar, trabalhar, e o outro é a salvação.
O grande problema é a hora que termina essa re-
lação: o vazio é tão grande que a vida perde o sentido, 
a vida perde a graça. A relação acabou, mas a sua vida, 
não.
Daí eu lhe faço uma pergunta: sua vida é só rela-
cionamento amoroso? 
Esse é o problema quando depositamos tudo em 
um único pilar: esse só é um pilar, dentre os 11 pilares 
que temos; quantos sonhos, em quantas coisas pode-
mos ter prazer na vida!
Você acredita que tem que amar tanto o outro 
que nem precisa de amor-próprio. 
Quando termina, já não tem mais amor-pró-
prio, sua autoestima está baixíssima, tornou-se um 
46 JosianE souza
dependente afetivamente e financeiramente, sujeitou-
-se a migalhas.
Da mesma forma que colocamos o outro no lu-
gar de tudo, todo poderoso, podemos também tirar.
Nesse primeiro momento, analise sua relação e 
como a viveu: foi uma relação de amor, dependência, 
carência?
Nessa relação você acreditou que não precisava 
de mais ninguém?
Era uma relação a que estava acostumado, sabe 
que existem relações que já terminaram há muito 
tempo, mas e o medo da solidão? 
Respeite a sua dor, mas não se entregue.
Lógico que o fim vai doer; não doer é até ques-
tionável quando se gosta. Chore se sentir vontade, 
coloque para fora o que está sentindo. Emoções repri-
midas nos adoecem. Se precisar falar, falar muito, fale; 
mas se entregar, não, porque o outro não é tudo isso.
O outro não é tudo, o outro só é tudo quando 
você o coloca nesse lugar; o outro só é tudo quando 
você está se sentindo um nada, parou de se admirar, 
colocou o outro no pedestal e ficou só aplaudindo o 
crescimento do seu parceiro.
47EntrEguE-sE ao amor-próprio
Você acreditou: “Ele(a) é tudo, não preciso de 
mais nada”. 
Como levantar da cama, com que motivação?
Não se apegue às lembranças, evite tudo que 
possa remeter à relação. Nesse momento, olhar foto 
dói mais, entrar nas redes sociais, ficar cheirando a 
roupa. Tire tudo da sua casa que remeta à lembrança.
Bloquear ocontato
Bloqueie tudo, não tem como recomeçar fazendo 
o outro presente o tempo todo, ficar 24 horas olhan-
do se está on-line, a mudança de foto, atualização de 
status, etc.
Nessa hora, antes de agir impulsivamente, refli-
ta: “Como vou ficar depois de olhar?”. 
Você não precisa colocar mais dor onde já está 
doendo.
Ele(a) já seguiu sem você, só você que parou; 
então evite, bloqueie, não tem como esquecer alguém 
fazendo a pessoa presente.
Bloqueie de qualquer possibilidade. Quando se 
tem filhos, é preciso saber separar relacionamento de 
esposo(a) e relacionamento de pai(mãe); não é fácil, 
mas se faz necessário.
48 JosianE souza
Você precisa retomar e lembrar todos os dias os 
motivos que fizeram com que essa relação terminasse.
Ninguém esquece o outro pensando como era 
gostoso estar com ele(a), nem esquece o outro lem-
brando de coisas boas. Com o tempo, não vai doer 
mais, e daí você pode até olhar as coisas; mas, no 
primeiro momento, não. Só conseguimos esquecer o 
outro quando fortalecemos a razão, temos força para 
seguir, focamos em tudo aquilo que não gostávamos 
no relacionamento.
Sabe qual é o problema? É que no fundo nós 
fantasiamos muito, a relação terminou agora, e está 
doendo muito. Nessa hora, você sente uma vontade 
enorme de saber como o outro está sem você, acaba 
entrando no Facebook e vê foto com outra pessoa 
sorrindo. Sabe o que vai pensar? “Já está feliz sem 
mim, estava me traindo, ele(a) fez para machucar, fui 
trocado(a), olha o que está fazendo comigo...”
Se você deseja recomeçar, é preciso mudar suas 
atitudes.
Manter o outro presente vai mudar o que na sua 
vida?
49EntrEguE-sE ao amor-próprio
Resgate sua autoestima
O fim é sempre a possibilidade de um começo, 
uma mudança na aparência, um curso novo. Melhore 
a si mesmo, busque algo que falta na sua vida para 
melhorar sua autoestima.
É importante e bom mudar essa sensação de estag-
nação que vai desmotivando; mude algo, mude seu ca-
minho, a roupa que usa, para você sentir que está saindo 
desse lugar. Faça uma análise, busque ajuda, se conheça. 
Como estava sua autoestima nessa relação? 
Após o fim da relação, temos de seis meses a um 
ano para superar, que é o luto pelo fim; então, se você 
já está há muito mais tempo nisso, é preciso olhar o 
que você está fazendo para sair desse lugar.
O que não podemos é nos entregar; não, você 
precisa lutar; enquanto você está há anos chorando, o 
outro está vivendo; enquanto você está só lamentan-
do, o outro já seguiu a vida, e não tem nada pior do 
que perder a si mesmo.
Invista em você
É hora de investir em você. O que será que você 
deixou de lado por conta da relação?
Deixou de se cuidar, de trabalhar, de lutar pelos 
seus sonhos, parou de ir para academia, de estudar? O 
que você parou?
50 JosianE souza
É hora de investir em você, não tem mais nada 
que lhe prenda, nada mais que lhe impeça, agora é 
a sua hora. Foque toda sua energia e seu tempo no 
novo, deposite agora nos seus sonhos, metas, obje-
tivos. Caso não tenha um, agora é um bom momen-
to para pensar sobre: “O que eu quero para a minha 
vida?”. A que lugar deseja chegar? O que gostaria de 
ser, fazer? Ter seu próprio negócio, batalhar pela in-
dependência financeira, ter uma formação, viajar o 
mundo, ser escritor? Enfim, não importa o que seja, 
mas que seja algo. Não perca mais tempo, a vida passa 
rápido demais para se perder muito tempo. 
Ocupar-se
Ocupe-se, mas não como uma fuga. Na realidade, 
o tempo ocioso dá margem para ficar só pensando na 
outra pessoa; se ficar o tempo todo isolado, torna-se 
ainda mais difícil não pensar nele(a), trazendo ainda 
mais dor. Ocupe-se mesmo sem estar com vontade, 
não espere ter motivação para fazer. Vá mesmo sem, 
porque, no fim de um relacionamento, dificilmente te-
mos disposição para fazer algo; mas, ao se permitir 
e agir mesmo sem, você irá se sentir melhor. Resga-
te suas amizades, faça uma caminhada, corra, vá ao 
cinema, faça algo: esse comportamento lhe permiti-
rá desinvestir um pouco na relação e o outro para de 
ocupar aquele lugar que ocupava antes – provavel-
mente, ocupava tudo dentro de você.
51EntrEguE-sE ao amor-próprio
Depoimentos (Comentários de seguidores 
da página)
“Abri mão de mim mesma e fui traída.”
“É difícil sair da zona de conforto, eu pensei até 
em tirar minha vida.”
“Estava vivendo apenas a vida dele, parei de 
trabalhar.” 
Com o fim, agora pode ser o começo para uma 
nova vida. Mudar o comportamento, aprender que o 
amor-próprio é tudo, que não adianta amar o outro e 
não amar a si mesmo.
O que será que você pode aprender com o fim 
da relação? Todo fim é a possibilidade de tirarmos um 
aprendizado para a nossa vida. Qual foi a maior lição? 
Mudar o foco
É hora de aprender algo novo, tirar sua carta, 
fazer a faculdade tão sonhada. É hora de voltar a 
trabalhar, hora de mudar o foco. Se o outro se tornou 
tudo, é hora de você começar a existir então, recome-
çar, ele(a) não pode ser mais o foco da sua vida. Qual 
vai ser o seu foco?
PRIMEIRA COISA: VISÃO – aonde eu quero 
chegar e começar um plano de ação.
52 JosianE souza
Voltar a estudar, trabalhar, crescer dentro da em-
presa, passar no concurso etc.; se tem algum projeto 
na gaveta, agora é hora de olhar para ele.
O foco será sua autoestima? Invista em você, po-
tencialize seus valores, cresça profissionalmente, apren-
da a se impor. Olhe para si com mais cuidado, amor, 
mude sua postura, valorize o seu ser, que só o fato de 
ser único no mundo já lhe torna uma pessoa especial.
Responda: o que adianta ele(a) ser o foco ainda 
da sua vida, quando a relação já terminou?
Encare a realidade nua e crua: a relação já aca-
bou. Precisa deixar ir, aceitar limita o sofrimento e 
promove mudança. Uma hora vai ter que aceitar.
A sua vida não pode ser só isso.
Que valor tem a sua vida quando, após o fim do 
relacionamento, você quer tirá-la? Quantas pessoas 
desejam tirar sua própria vida pelo fim do relaciona-
mento! Olha o poder demasiado que você dá!
A diferença entre o amor e a dependência: no amor, 
eu quero o outro; na dependência, eu preciso do outro.
Levante dessa cama agora, diga “chega”, se per-
mita sair desse lugar.
Questione-se: “Por que estou valorizando demais 
alguém que não me deu valor?”.
53EntrEguE-sE ao amor-próprio
O que você escolhe: vai se entregar ou recomeçar?
A vida pode até derrubá-lo(a), mas é você quem 
escolhe a hora de se levantar.
Levante, olhe para sua vida: está na hora de se-
car essas lágrimas e começar a fazer algo por você!
O seu coração foi partido, 
mas você, não...
A dor do fim, uma dor que parece ser insupor-
tável. Quantos sonhos, momentos, lembranças, beijos, 
toques, companhia, risadas, histórias para contar? 
Como suportar o fim de tudo isso? Como ter alegria, 
apesar da dor? Será que é possível ser feliz depois de 
tanto sofrimento?
Seu coração pode ter sido partido, mas você, não. 
Você continua, você permanece, você terá que ficar de 
pé e seguir em frente de que jeito for.
Agora é hora de você se refazer, se reestruturar, 
se reinventar e seguir sua vida.
Levante dessa cama! Há quanto você já se deixou? 
Erga sua cabeça, mude sua postura; só consegui-
mos viver nesta vida difícil quando aprendemos com 
os “nãos” que a vida dá, quando aprendemos que nem 
54 JosianE souza
todo mundo irá nos amar, que amores vêm e vão, que 
um dia você ganha e, no outro, perde.
A vida nos ensina que as pessoas podem não nos 
querer mais também, que o amor ao outro não será 
garantia, se o outro não nos amar. A gente aprende 
quando sofre; aprende quando se entrega a quem não 
nos ama; aprende que o amor de um só não sustenta 
uma relação; que, por mais que você deseje, se o outro 
não lhe deseja, não há nada que se possa fazer. Apren-
de que prender, quando o outro deseja ir, não resolve; 
que hoje pode parecer que a dor é insuportável, mas 
que ninguém morre por amor ao outro.
A gente cresce muito mais quando termina um 
relacionamento, quando sofre pelo fim, quando apren-
de queas pessoas vão embora, mas que outras pessoas 
irão vir também.
Chore, fique com raiva, diga que nunca mais irá 
se apaixonar; escreva suas dores num caderno, grite, 
cante, reclame, faça um diário de sua convalescença.
Lembre-se desta máxima: “Não importa em 
quantos pedaços o seu coração foi partido, o mundo 
não para, para que você o conserte”.
Somos indivíduos reprimidos pelo proibido e 
pelo impossível, que procuram se adaptar a seus re-
lacionamentos extremamente imperfeitos. Vivemos 
de perder e abandonar, e de desistir. E, mais cedo ou 
55EntrEguE-sE ao amor-próprio
mais tarde, com maior ou menor sofrimento, todos 
nós compreendemos que a perda é, sem dúvida, “uma 
condição permanente da vida humana”.
Lamentar é o processo de adaptação às perdas da 
nossa vida. 
Então pergunta Freud, em Lamento e Melancolia, 
“em que consiste a lamentação pelo que perdemos?”. 
Ele responde que se trata de um processo interior difí-
cil e lento, extremamente doloroso, em que desistimos 
passo a passo. Ele está se referindo, como farei aqui, 
à lamentação pela morte das pessoas que amamos. 
Mas podemos lamentar, do mesmo modo, o fim de um 
casamento, o fim de uma amizade especial, a perda 
do que fomos ou do que um dia esperamos ser. Pois, 
como vamos ver, há um fim para muitas das coisas 
que amamos. Mas pode haver também um fim para a 
lamentação.
Amar não é sempre insistir
Às vezes, o outro não quer, mas você não quer 
enxergar.
Quando você percebe que o outro não ama, não 
deseja, mas, ainda assim, acredita que seu amor será 
capaz de mudar o outro, que se fizer cada vez mais, 
este um dia irá lhe valorizar... precisamos encarar a 
56 JosianE souza
realidade nua e crua: não adianta todo o amor de um 
só, jamais será suficiente: tem que haver o amor do 
outro.
Amar não é sempre insistir quando já não faz 
mais sentido; se você está em um relacionamento sem 
reciprocidade, não serve. 
Realismo afetivo: encare a realidade da sua re-
lação, encare que está difícil aceitar que o outro não 
ama, encare que o medo da solidão assola, encare que 
essa relação só existe no seu ideal. Não é porque está 
difícil de enxergar a realidade que ela deixa de existir.
Desconstrua essa crença de que quanto mais 
sofre, mais amor existe; isso faz parte de uma cons-
trução da nossa história. Interpretamos erroneamente 
ao pensarmos dessa forma; essa ideia de que amar é 
sofrer está nas músicas, novelas, histórias, contos de 
fadas, mas não vivemos de contos de fada. Pare de se 
iludir e justificar a falta de amor do outro.
Você já cansou de se esforçar por alguém, e esse 
alguém não te deu o valor que você merecia? Por aca-
so você já se importou demais, perdeu noites de des-
canso, chorou incessantemente por alguém que ria 
de você e nunca sequer olhou para sua dor? Já fez de 
tudo e em troca recebeu migalhas?
Amar é também saber a hora de ir embora; o 
limite do amor é a dignidade, porque o respeito que 
57EntrEguE-sE ao amor-próprio
cada um de nós tem por nós mesmos tem um preço 
muito alto, e jamais irá aceitar cortes para saciar um 
amor que não é suficiente, que machuca e nos deixa 
vulneráveis.
Questione o que tem ganhado até hoje nessa re-
lação. Não se perde o que não se tem. Talvez a única 
coisa que você tenha é a ilusão de que um dia possa 
ser diferente.
Do que vale ficar os dias lutando sozinho(a)? Do 
que vale você ficar dias e dias chorando numa tristeza 
desmedida, numa espera sem fim de que um dia esse 
outro corresponda a esse amor?
Há quanto tempo você está esperando esse 
amor? Muitas vezes, essa espera é apenas um desejo 
seu, porque o outro nem sequer verbalizou que um 
dia daria a você mais do que essas migalhas que tem 
recebido.
Quando não existe o amor do outro, será que 
você não está insistindo no que, no fundo, sabe que 
não tem? É só decepção, tristeza, violência, é só o seu 
amor.
O outro não lhe dá absolutamente nada. Você 
que insiste, que luta sozinho(a), que quer fazer dar 
certo; é você que faz tudo nessa relação, é você que 
corre atrás o tempo todo. O amor é só seu, o carinho é 
só seu, o sonho, a vontade são só seus. Tem horas que 
a gente precisa encarar, abrir a porta e ir embora. 
58 JosianE souza
Para amar não é preciso “morrer de amor”, so-
frer, desvanecer-se, perder o norte, ser uno com o ou-
tro ou perder a identidade: isso é intoxicação afetiva.
Quantas milhares de pessoas no mundo já fica-
ram presas em nichos emocionais, à espera de que sua 
sorte mudasse, sem perceber que elas mesmas é que 
deveriam fazer uma revolução afetiva?
O que você ainda faz nesse lugar? Vai perma-
necer aí, suplicando, implorando, utilizando-se da 
chantagem emocional: “Se você me deixar, vou tirar 
minha vida”?
Você já chegou a esse ponto na sua relação? Se 
havia um pouco de respeito, acaba. Quer que tenham 
dó de você? Quer dar mais poder à pessoa que não o 
ama? 
Vingar-se do(a) ex...
A sua relação terminou e você está pensando em 
como se vingar do(a) ex?
“Ah ele(a) tem que pagar o que fez comigo, aca-
bou com minha vida, destruiu minha autoestima, fui 
traído(a) diversas vezes, pensei em até tirar minha 
própria vida, não vou deixar assim.”
59EntrEguE-sE ao amor-próprio
“Ele(a) não pode ficar impune, como pôde me 
enganar esse tempo todo? Tenho que me vingar, não 
vou deixar assim, é muita dor, estou sofrendo demais 
e ele(a) vai seguir a vida dele(a) assim, já curtindo com 
outra pessoa? Eu preciso me vingar.”
Sabe qual é a melhor maneira de você se vingar? 
Cuidando de você. É verdade, porque amor e ódio são 
facetas da mesma moeda. Se você está perdendo seu 
tempo querendo se vingar dele(a), isso mostra o quan-
to você ainda está envolvido(a) nessa relação, o quanto 
ele(a) lhe atinge, e precisa se vingar, continua dando 
poder demais para o outro. Este, por sua vez, já seguiu, 
e você ainda está preso(a), pensando em uma vingança.
O seu tempo agora é de investir em você.
Então a melhor vingança é a sua indiferença. É 
verdade: seguir, cuidar de você e deixar para lá. Com 
essa atitude, irá mostrar que esse outro não tem mais 
tanta importância assim; o que ele(a) pensa ou faz não 
o afeta.
Se ficar correndo, pensando em ligar, vigiar os 
passos, esse outro pensará: “Olha o quanto ainda ama, 
o quanto me deseja, não consegue me esquecer, faz 
tudo para chamar ainda minha atenção”.
Se você quer se vingar do(a) ex, cuide da sua au-
toestima, valorize-se, mude o foco, busque objetivos, 
sonhos, invista em você. Essa é, sem sombra de dúvi-
das, a melhor vingança.
60 JosianE souza
Você precisa uma hora aceitar, porque o amor 
de um só não basta. Você ainda vai ficar pensando 
nele(a) 24 horas por dia? Você continua investindo em 
alguém que já foi, então quer se vingar do(a) ex. Cuide 
de você.
Resgate seu amor-próprio, vai ser feliz, esta é a 
melhor vingança.
Será que saudade é motivo 
suficiente para voltar?
Será que saudade é motivo suficiente para voltar 
para o outro? Eu quero chamar sua atenção se você es-
tava vivendo uma relação de muita dor, muito sofrimen-
to, e começa a se questionar: “Eu vou voltar porque não 
estou suportando mais de tanta dor, tanta saudade”.
Você quer voltar também para aquela relação 
destrutiva?
Está com saudade de tanta violência, de tantos 
maus-tratos, de ser deixado(a) de lado, de ficar numa 
relação de migalhas? Está com saudade de como ele(a) 
te tratava todos os dias? Você está com saudade do 
tamanho do desprezo que existia? 
Das palavras que cortavam, rasgavam, sangra-
vam por dentro? Você está com saudade de quando 
61EntrEguE-sE ao amor-próprio
ele(a) dizia que você era um lixo, que não prestava 
para nada, que você não iria ser ninguém, que você é 
feio(a), burro(a), sem valor?
Você está com saudade das traições, das miga-
lhas recebidas?
Está com saudade dos empurrões que recebia 
quando tentava um abraço?
Está com saudade de quando ele(a) ria da sua 
cara?
Está com saudade de quando você viveu aque-
le momento que era tão importante, tão simbólico 
e ele(a) tratou com tanto desdém,riu, debochou de 
você? Está com saudade das críticas na frente dos 
amigos, dos familiares? Está com saudade de como 
ele(a) maltratava você?
Está com saudade de se sentir tão pequeno(a)? 
Está com saudade de que nem podia existir na relação?
Não podia se expressar, vestir o que queria, não 
podia ter seu jeito natural de ser, tinha que se moldar 
o tempo todo. Está com saudade de quando você se 
isolou dos amigos, da família, dos filhos? Você está 
com saudade de quando parou de estudar, trabalhar, 
porque ele(a) não permitia mais que você fizesse isso?
Reflita: será que saudade é motivo suficiente 
para voltar?
62 JosianE souza
Perdeu ou nunca teve?
Tem relações que terminaram há muitos anos e 
percebemos que havia mais uma ilusão de ter do que 
de fato tinha o outro; não se perde o que não se tem.
O que você perdeu com o fim dessa relação?
“Estou sofrendo demais, não queria estar pas-
sando por isso, está doendo muito”. Será que você já 
não sofria dentro da relação? “Ah estou me sentindo 
tão sozinha, abandonada sem ele”. Será que, dentro da 
relação, você já não se sentia assim?
A pior solidão é quando temos a presença do ou-
tro e continuamos a nos sentir sós e se acentua ainda 
mais a solidão.
Se você estava vivendo um relacionamento que 
não lhe fazia bem, o que de fato você perdeu?
Em um relacionamento de dor, traição, humilha-
ção, abusivo, o que você perdeu com o fim?
Talvez esteja com medo de estar só, encarar a 
realidade, mas será que de fato você perdeu algo?
Havia amor, respeito, carinho, troca, desejo? O 
que perdeu?
Talvez você tenha perdido a ilusão de ter, um dia, 
mas a realidade que se presenciava era outra; talvez 
nunca teve.
63EntrEguE-sE ao amor-próprio
Encare a realidade nua e crua, e reflita sobre a re-
lação que você vivenciou, porque as lágrimas que você 
derrama hoje podem ter um fim, um ponto final para sua 
dor também. Podem ser um fim para o seu sofrimento.
Permanecer numa relação destrutiva é chorar 
eternamente.
Não tente voltar para o que 
te quebrou! 
Que lugar é esse para o qual você está tentando 
voltar?
Sua alegria foi anulada, sua essência foi perdida, 
seu amor foi recusado. Que lugar é esse onde você se 
sentia um nada?
O que você ganha insistindo em manter próximo 
quem não acrescenta, não alegra, não te respeita, não 
está nem aí para os seus sentimentos, que destrói sua 
autoestima?
Pare de esperar retorno afetivo de quem não valori-
za você, não sente sua falta, não se interessa pela sua vida.
Até quando você vai se submeter?
Não implore por aquilo que você tem condições 
de receber naturalmente, não se prenda àquele(a) que 
não irá retribuir todo o amor que você tem dado.
64 JosianE souza
“Desta vez vai ser diferente, eu mudei, nunca 
mais vou lhe machucar!”
Quantas vezes escutamos essa fala dentro dos 
relacionamentos? Promessas de mudanças, lindas de-
clarações de amor, pedidos inúmeros de chance para 
mudar – uma mudança que jamais chegou.
E, assim, esgotamos nossas energias, focando em 
direção ao que nem nos pertence mais, iludidos pelo 
apego irracional que nos prende ao que já terminou e 
deveria estar enterrado.
Não preencha sua vida com pessoas vazias; às 
vezes nos iludimos, acreditando ter o outro; no fundo, 
temos uma carência desmedida, que nos possibilita o 
autoengano, justificando o pouco ou nenhum amor 
recebido. Encare sua relação, questione-se por que de-
seja voltar para essa relação que só lhe causou dor.
A saudade faz a gente repensar, a tristeza toma 
conta, as dúvidas surgem, e é nessa hora que você se 
questiona: “Será que devo voltar?”. 
Antes de tomar a decisão, reflita: como será sua 
relação ao voltar? É realmente uma relação que vale 
a pena? Existe reciprocidade de sentimento ou você 
está desejando voltar porque a saudade está doendo 
demais? Mesmo ciente de que é uma relação sem fu-
turo, seja pelas inúmeras vezes que voltaram e termi-
naram, pelas diferenças, falta de amor, por não existir 
65EntrEguE-sE ao amor-próprio
mais respeito, confiança, desejo, admiração, os valores 
são outros, etc.
Pense nas inúmeras vezes em que vocês volta-
ram: por que, de repente, a solução parece ser nesse 
momento voltar? Vai lhe dar um prazer pontual, mas, 
se não tiver amor, se não for uma relação de respeito, 
de reciprocidade, vai demorar pouco tempo para que 
todos aqueles problemas voltem dentro da relação.
Antes de voltar pela saudade, avalie sua relação, 
se essa relação tem amor, tem futuro, tem o querer dos 
dois, porque apenas o amor de um só jamais bastará.
Busque aquilo que te preencha por dentro: des-
faça da sua vida pessoas vazias.
Deixe para lá o que emperra o seu caminhar, 
permita-se recomeçar!
67EntrEguE-sE ao amor-próprio
cAPíTUlO 4
REAlISMO AFETIvO
Segundo Riso (2014, p. 112): 
Realismo Afetivo significa ver a relação do ca-
sal tal qual ela é, sem distorções nem autoen-
ganos. É uma percepção direta e objetiva do 
tipo de intercâmbio que sustento com a pessoa 
que supostamente amo. Uma auto-observação 
franca, assertiva e um pouco crua, mas neces-
sária para curar o vínculo ou terminar com ele, 
se for o caso.
Na prática, as pessoas dependentes de relações 
afetivas perniciosas se esquivam constantemente 
dos fatos.
O realismo afetivo sugere que partamos do que 
verdadeiramente é a nossa vida amorosa. O que é, e 
não o que gostaríamos que fosse – ver a relação sem 
distorções ou autoenganos.
Quais distorções cognitivas têm lhe impedido de 
alcançar a posição realista da sua relação?
68 JosianE souza
Você tem desculpado o pouco amor recebido? 
Minimiza os defeitos do(a) companheiro(a), vê amor 
onde não tem, persiste obstinadamente em recuperar 
um amor perdido? 
Não é fácil aceitar que não nos amem. Quando 
a pessoa a quem amamos nos quer pela metade, com 
limitações e dúvidas, isso afeta diretamente nossa 
autoestima.
Quando o sentimento vale a pena, é tangível, in-
questionável e axiomático. Quantas justificativas você 
tem dado pela falta de amor do outro?
“Ele me ama, mas não percebe.”
“Os problemas psicológicos o impedem de me 
amar.”
“Este é o seu jeito de amar.”
“Vai se separar.”
“Ninguém é perfeito” ou “Há casais piores.”
“Não é tão grave.”
“Quando for promovido(a).”
“Quando os filhos crescerem.”
Por que justificamos o pouco ou nenhum amor 
recebido? Porque quando justifico, não preciso fazer 
nada. É mais fácil justificar, negar, iludir, alimentar 
falsas ilusões do que encarar que você está sendo 
69EntrEguE-sE ao amor-próprio
permissivo(a), encarar que você está aceitando o 
pouco amor recebido. Por isso você tem justificado, 
dizendo: “É uma fase”; “Vai se separar”; “Eu provo-
quei a traição”; “Ele(a) vai mudar”; “Ele(a) agrediu, 
mas a culpa foi minha...”. 
Você consegue encarar sua relação, nua e crua? 
Tem encarado que está, sim, aceitando migalhas, 
assumindo que você está com sua autoestima baixa, 
que está dependente afetivamente, que tem medo da 
solidão, e por isso aceita ficar nesse relacionamento 
destrutivo e está aceitando ser traído(a)?
Talvez você tenha vindo de um lar disfuncional, 
não teve amor ou afeto desde as relações primárias; 
por isso que o pouco que você tem se torna tudo, é por 
isso que você se sujeita, se submete e aceita.
Será que você não tem ignorado evidências de 
que o outro não ama, não deseja – evidências essas di-
tas pelos amigos, familiares, às vezes até mesmo pelo 
seu próprio companheiro(a)? 
Será que essa relação só existe no seu ideal, a 
realidade que se apresenta é outra?
Ao se permitir enxergar a realidade, você pre-
cisará fazer algo diante disso, encarar se tem sido 
permissivo(a) à humilhação, se tem se submetido, 
aceitado migalhas.
70 JosianE souza
O primeiro passo é assumir a sua responsabili-
dade, o seu comportamento: “Eu sei que não ama, mas 
sou dependente afetivamente”.
Quem ama não despreza, não agride, não humi-
lha, não destrói sua vida.
Assuma que está difícil encarar a realidade da 
sua relação: “Eu estou com alguém que não me ama, 
que está comigoporque é conveniente, por interes-
se. Eu sei que estou com uma pessoa assim, eu tenho 
consciência de que estou porque preciso dessas miga-
lhas por não suportar a solidão”.
Encarar a realidade nua e crua, tal como ela é, 
sem anestesia ou autoengano.
O tempo todo olhar só para as necessidades 
dele(a), destruindo sua autoestima: isso não é estilo 
pessoal de amar, não; é suspeito pensar que alguém 
que trata você com tanto desprezo o(a) ame.
Você vai dizer que esse desprezo dele(a) é o jeiti-
nho dele(a) de amar?
Por exemplo, se o “jeito de amar” do meu parcei-
ro incluísse antipatia, indiferença, egoísmo, agressão 
e infidelidade, não me interessaria aderir ao seu estilo 
afetivo.
As vicissitudes da vida cotidiana podem alterar 
e destemperar um pouco o amor, mas não o anulam.
71EntrEguE-sE ao amor-próprio
As pessoas dependentes afetivamente costumam 
reduzir os defeitos do companheiro ao mínimo, para 
assim poder levar melhor a relação e diminuir os ris-
cos de rompimento.
Quando exageramos nessa minimização, acaba-
mos por negar: “Tudo está bem”, “Não há problemas” 
ou “Tudo isso é suportável”. 
Será que ama e não percebe, ou é o que você 
quer acreditar?
Todas as evidências disponíveis – agressão, in-
fidelidade, indiferença – não são motivos suficientes 
para encarar a realidade quando você nega vê-las: 
“Deve estar me traindo, mas eu não quero ver”. O fato 
de não encarar a realidade não faz com que deixe de 
existir.
Até quando você vai ficar sendo enganado(a)?
É melhor encarar a realidade da relação e 
entender o que lhe prende nesse relacionamento des-
trutivo. Há algumas possibilidades, tais como: depen-
dência, baixa autoestima, reprodução de um estilo 
afetivo primário, etc.
A mente dependente utiliza uma infinidade de 
subterfúgios e enganos para tentar salvar o amor 
perdido.
73EntrEguE-sE ao amor-próprio
cAPíTUlO 5
cIúMES
Você sabe lidar com o seu ciúme?
O ciúme está presente desde nossas relações pri-
márias – desde pequenos, temos ciúmes do pai, irmão, 
amigo –, vai acompanhando o ser humano ao longo 
da sua vida. O problema surge quando perdemos o 
equilíbrio, quando não conseguimos mais controlar, 
quando o ciúme começa a afetar o relacionamento. 
Quando pensamos no ciúme, não podemos dei-
xar de olhar a autoestima, tão fundamental.
Quando estou inseguro demais, com medo in-
tenso de perder o outro, faz-se necessário, nessa hora, 
avaliar como estamos.
Avalie-se: quando começou esse ciúme?
Aconteceu algo, tem um motivo que gerou o ci-
úme ou sempre esteve presente? Se sou uma pessoa 
insegura, preciso avaliar dentro da minha relação em 
que momento começou.
74 JosianE souza
Vigiar o tempo todo o outro... como isso desgas-
ta a relação! Ninguém gosta de quem não se gosta, re-
lacionamento é admiração. Se você fica o tempo todo 
inseguro(a), com medo de perder o outro, acaba por 
sufocar sua relação. 
O(a) seu(sua) parceiro(a) vai perdendo o encan-
tamento; essa sua insegurança faz com que ele(a) co-
mece a se cansar da relação. Então analise o que está 
gerando esse seu comportamento, o que está aconte-
cendo na sua relação.
Que medo é esse de perder o outro que fez com 
que esquecesse de olhar a própria vida?
Será que você está tão voltado(a) para o(a) 
outro(a) que nem se deu conta que já o(a) colocou aci-
ma de você? Como ter uma relação saudável quan-
do não se está no mesmo nível que o(a) seu(sua) 
parceiro(a), quando se sente inferior, não merecedor 
dessa relação?
Você está se achando merecedor desse outro? 
Como está sua vida hoje?
Quanta dependência existe no seu relaciona-
mento? Quanto mais dependente for, mais terá medo 
de perder o outro. Se você acredita que não pode vi-
ver sem ele(a), aumentará ainda mais o medo de per-
der. Se o seu pensamento é “Sou incapaz de ser feliz 
sem ele(a)”, você fará qualquer coisa para não perder 
a “fonte” da sua felicidade.
75EntrEguE-sE ao amor-próprio
Depositou tudo na relação: o prazer, a alegria, 
o sentido, sua própria vida, está tudo no outro; você 
só vê sentido quando está com o outro, esse seu com-
portamento acaba por enaltecer ainda mais seu(sua) 
parceiro(a). Se ele(a) é tudo, o que sobra para você?
Vemos relacionamentos amorosos, pessoas que 
ainda vivem em completa função do outro, anulando-
-se, apenas aceitando tudo o que o parceiro faz.
Há a busca incessante de fundir-se ao outro, 
numa ânsia de sentir-se amado e não correr o risco 
de ser abandonado. Dessa maneira, acabam apresen-
tando um comportamento controlador, ciumento, 
individualizado...
A dependência afetiva nos chama a atenção 
porque o indivíduo se apoia e confia no outro para 
sua existência e, portanto, possui uma referência 
disfuncional.
O casal deverá desfrutar de momentos juntos, 
quando haverá troca de experiência, mas é fundamen-
tal que existam também momentos em que estejam 
separados, nos quais cada um se permita fazer aquilo 
que gosta e lhe dá prazer, sem precisar da companhia 
do seu parceiro.
Queira alguém que tenha o prazer de estar com 
você, não que você tenha que controlar, que obrigue 
a estar com você. Que relação é essa que você está 
vivendo?
76 JosianE souza
Trata o outro como posse, como se fosse dono(a) 
dele(a): já não pode ter amigos, já não pode mais sair, 
não pode ter mais rede social? Essa crença de que posso 
ser feliz só com outro... Você tem que ver mais prazer 
na sua vida também. Se ele(a) é a salvação de tudo, fon-
te de toda alegria, prazer e bem-estar, o medo assola.
Falta de equilíbrio e conflitos constantes, pren-
dendo o outro: você acredita que o(a) terá assim?
Você quer que o outro deseje estar com você ou 
esteja porque você o prende?
Você acredita que o(a) seu(sua) parceiro(a) o(a) 
admira? 
Você quer ser admirado desse jeito, vigiando 
seu(sua) parceiro(a) 24 horas? Você precisa aprender 
que quando fica o tempo todo controlando a vida, 
você dá um poder enorme para o outro.
Uma paciente pôde relatar em sessão: “Não con-
sigo nem viver meu dia, só pensando em você, só fo-
cando em você, no que está fazendo”. Como ela poderá 
ser admirada desse jeito? 
Sabe como o outro recebe isso?
“Nossa, que insegurança, ele(a) não tem nem 
amor-próprio, essa pessoa não gosta de si, fica cui-
dando de mim em vez de cuidar dela.”
Antes de voltar para o outro, volte para si mes-
mo: “por que estou tão inseguro(a)?”.
77EntrEguE-sE ao amor-próprio
De repente você perdeu o emprego e isso afe-
tou sua autoestima. Não está feliz consigo mesmo, não 
está se achando bonito, interessante. O que está cau-
sando tamanha insegurança?
De repente sua insegurança pode ser pauta-
da porque o outro não demonstra os sentimentos, o 
quanto gosta de você.
Nessa hora, é importante um diálogo com seu 
parceiro. Se você vive um relacionamento no qual não 
existe reciprocidade, só você cuida, só você faz, que re-
lação é essa que você está vivendo?
Comunique claramente ao seu parceiro como está 
se sentindo. Por exemplo: “Eu me sinto inseguro(a), eu es-
tou incomodado(a), porque eu não sinto você na relação”. 
É preciso conversar com o outro, diga: “Eu fiquei 
com ciúmes quando vi você dando muita atenção para 
aquela pessoa, porque percebi que estava interessa-
da”. Às vezes não pontuamos o que nos incomoda por-
que gostaríamos que o outro percebesse sem precisar 
dizer, as coisas vão se acumulando e tomando uma 
proporção ainda maior e não se resolvem.
Se você viveu uma traição dentro do seu relacio-
namento, sabe que é realmente muito difícil de lidar, 
porque quebra um pilar essencial no relacionamento 
amoroso, que é a confiança. É preciso ver se consegue 
continuar na relação, como você vai lidar com isso, 
sentar, conversar com seu parceiro: “É muito difícil 
78 JosianE souza
confiar novamente, eu preciso agora que você me pas-
se essa segurança, vamos precisar conversar sobre o 
ocorrido quantas vezes forem necessárias”.
Se você está inseguro(a) porque o outro não gos-
ta, não te ama, não te quer, por que você ainda insiste 
nessa relação? Será que aí cabe ciúmeou realidade?
Realismo afetivo: encarar a realidade nua e crua, 
sem distorções nem autoenganos. É uma percepção 
direta e objetiva da sua relação. No entanto, na práti-
ca, as pessoas dependentes de relações afetivas perni-
ciosas se esquivam constantemente dos fatos.
Pela dificuldade em encarar a sua relação, você 
nega, justifica, esquece, idealiza, minimiza, exagera, 
mente e alimenta falsas ilusões.
Agora você se acha no direito de controlar, ter 
posse sobre o outro; acha que pode olhar o celular, que 
tem o direito de cobrar o tempo todo. Lembre-se desta 
máxima: é pelo medo de perder que você perde.
Nessa hora, antes de agir por impulsividade e 
brigar, pare um minuto e se analise: “Será que estou 
exagerando, será que tenho motivos para estar tão 
inseguro(a) assim? Essa insegurança é causada pelo 
outro ou sempre fui assim? Desde pequeno(a) tenho 
minha autoestima baixa”.
O trabalho terapêutico possibilita isto: de onde 
vem essa minha insegurança, meu ciúme?
79EntrEguE-sE ao amor-próprio
Às vezes estamos vindo de uma relação passada 
de sofrimento, de traição, e ficamos inseguros nessa. 
Acaba sendo até um comportamento de defesa nosso, 
de não se entregar tanto, querer controlar, mas uma 
coisa lhe asseguro: controlar, dominar, vigiar não im-
pedem de fazer algo se o outro deseja fazer.
Nessa hora em que você diz: “Como eu o amo”, 
o medo aparece; “Não posso perder”, o outro vai per-
dendo o interesse por você, o encantamento, o dese-
jo da relação. Você acha que afastando o outro dos 
amigos, controlando-o nas redes sociais, podando-o, é 
garantia do quê? 
Admiramos quem gosta de si mesmo, quem se 
valoriza. Isso é admirável; bonito mesmo é a seguran-
ça que o outro tem.
O que falta em mim para eu resgatar minha 
autoestima? 
O que falta para que eu possa me sen-
tir merecedor(a) dessa relação, para não ficar tão 
inseguro(a)?
Essa é a grande questão. Se ele(a) lhe deu moti-
vo para você ficar enciumado(a), você precisa sentar, 
conversar com seu parceiro e resolver.
Pontue ao outro o que gera o ciúme, e converse, 
seja transparente, fale realmente do que lhe incomo-
da, o que a atitude do outro representou para você.
80 JosianE souza
Dói demais um amor não correspondido, mas 
insistir onde não tem é perder tempo. Vai trazer mais 
dor ao que já está doendo.
O que adianta agora querer desistir da pessoa 
mais importante, que é você, porque um ser não te 
quer, porque alguém não te ama?
Questione-se: “Por que eu quero tanto quem não 
me quer?”.
Quem é o outro, que você está colocando como 
tão poderoso?
“O que me prende nessa relação destrutiva?”
Se você está em uma relação em que o outro 
não te ama, não lhe quer, você vai precisar aprender a 
aceitar e pôr um ponto final.
Onde não tem amor, não adianta insistir. É hora 
de resgatar o amor-próprio. O ciúme é o medo de per-
der alguém amado para uma terceira pessoa.
Ciúme normal ou patológico?
Devemos tomar cuidado para distinguir o ciúme 
normal do patológico.
Quando nos referimos ao ciúme normal, sabe-
mos que esse decorre de uma ameaça real de perda, 
81EntrEguE-sE ao amor-próprio
de traição, enquanto o ciúme patológico se baseia em 
evidências fictícias, ou seja, ocorre mesmo que não 
haja nenhuma ameaça real.
Você vigia seu parceiro(a) 24 horas 
por dia?
O que eu posso fazer para não ser traído(a)?
Infelizmente você acha que isto é possível: “Sim, 
porque se eu vigiar ele(a) 24 horas, se ficar acompa-
nhando o Whatsapp, o Facebook, se eu controlar 
as amizades, se eu não deixar ele(a) sair, eu não vou 
ser traído(a); e porque eu tenho muito medo de ser 
traído(a), eu tenho que controlar, porque senão ele(a) 
pode me trair”.
Eu lhe faço uma pergunta: você acredita mesmo 
que dá para controlar, que dá para evitar a traição?
Você acha que acompanhar 24 horas com quem 
ele(a) está falando, o que está fazendo, não poder sair 
mais, isso garante o quê?
Além de perder o outro, perde a si mesmo. Olhe 
o tempo que você investe controlando a vida do outro 
para evitar uma traição, quando esse tempo todo você 
deveria cuidar da sua vida.
Que vida é essa que você está levando?
82 JosianE souza
Está um tédio, chata demais, está infeliz no 
trabalho, em casa, nas escolhas que fez? Em vez de 
buscar o prazer, a alegria, o foco, o sonho, fica o dia 
inteiro sentado(a) no sofá acompanhando com quem 
ele(a) fala? Olha o tempo que você perde dando poder 
demasiado ao outro; sua vida se tornou o outro. Em 
vez de voltar a estudar, trabalhar, passar no concurso, 
investir em você, passa a controlar o outro com um 
ciúme excessivo. Nessa hora você dá um poder muito 
grande ao outro.
“Minha vida pode esperar, não preciso mais 
trabalhar, estudar, minha vida é você”. Que lindo, não 
é mesmo? Que declaração linda! “Eu não preciso fa-
zer mais nada com a minha vida”. Enquanto ele(a) 
está crescendo profissionalmente, estudando, desen-
volvendo-se, agregando conhecimento, você está aí, 
parado(a) no tempo, no Whatsapp o dia inteiro, con-
trolando com quem ele(a) fala, dando margem para 
sua fantasia. O pensamento nessa hora é “Já está há 
meia hora on-line, deve estar me traindo”. Então pare 
de ficar nessa ânsia de controlar o outro e confie mais 
em você. Resgate sua autoestima, o ciúme nada mais é 
que o medo de perder.
Por que você está com tanto medo de perder o 
outro?
Que insegurança é essa? Será que sua autoes-
tima está boa assim? Porque se tiver segurança que 
pode ter o outro, se você não tem um motivo real para 
83EntrEguE-sE ao amor-próprio
desencadear esse ciúme, se não existem comporta-
mentos que geraram essa desconfiança, pare; se exis-
tem mentiras, é melhorar encarar o outro e conversar. 
Cuide de você, olhe o tempo que está perdendo; cuide 
dos seus valores, do seu amor-próprio. Enquanto dá 
poder demais ao outro e parou para aplaudir o cresci-
mento dele(a) ficou pequeno(a) demais. Será que vale 
a pena?
85EntrEguE-sE ao amor-próprio
cAPíTUlO 6
ATITUdES qUE POdEM AcAbAR 
cOM O RElAcIONAMENTO
Muitas vezes elas parecem inofensivas, mas, jun-
tas, são fatais para muitos relacionamentos. Ciúme, 
dependência excessiva e muitas proibições são algu-
mas atitudes que devem ser evitadas.
No início, todo relacionamento parece ser per-
feito: todos querem ficar cada minuto ao lado do 
parceiro. Mas, com o passar do tempo, isso muda. Ge-
ralmente costumam dizer: “A relação esfriou” e acre-
ditam que isso seja inevitável.
O que muitos não se dão conta é que existem 
atitudes que favorecem esse “esfriamento” e que, de-
pendendo da quantidade e intensidade dessas ações, 
podem contribuir para que o parceiro se afaste cada 
vez mais.
Tendo conhecimento dessas atitudes, podemos 
nos policiar, repensá-las, diminuir a frequência e, em 
muitos casos, evitá-las.
86 JosianE souza
Ciúme excessivo
Se você é aquela pessoa insegura que fica con-
trolando, o tempo todo, o que ele(a) está fazendo, seja 
nas redes sociais ou mesmo o(a) monitorando 24 ho-
ras por dia, cuidado! Este comportamento desgasta 
demais a relação. O ciúme é uma manifestação provo-
cada pela falta de confiança no sentimento do outro, 
que é transformada em medo de perder o parceiro. É 
pelo medo de perder o outro que se acaba perdendo!
Dependência para tudo
A admiração, um dos pilares do relacionamento, 
se esvai quando você se torna uma pessoa dependente 
demais. Um homem sente mais atração por uma mu-
lher independente, pois sabe que ela é forte, ou seja, 
ela não precisa do homem para viver, e isso faz com 
que ele passe a respeitá-la ainda mais. Ele sabe que ela 
não irá se sujeitar a qualquer coisa, nem lhe dará uma 
segurança maior, justamente porque ela não depende 
dele. Desenvolva já a sua autonomia.
87EntrEguE-sE ao amor-próprio
Anular-se na relação
Ninguém gosta de quem não se gosta, ninguém 
valoriza quem não se valoriza. Esse comportamen-
to de agradar ao parceiro o tempo todo, anulando as 
vontades, por acreditar que dessa forma lhe assegu-
rará um lugar, é negativo. Saiba que é nessa hora que 
você perde

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