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25/10/2021 20:16 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/22
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTÃO DE FINANÇAS PÚBLICAS
AULA 4
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Fabrício Neves
25/10/2021 20:16 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/22
CONVERSA INICIAL
Até aqui discutimos sobre a importância da Administração Pública e como o Estado interfere em
nossa vida. Vimos como os governos realizavam os seus orçamentos e como esse processo veio
evoluindo ao longo do tempo. Percebemos que uma das principais peças para a mudança de uma
cultura orçamentária incremental para um processo baseado em planejamento foi a promulgação da
Constituição Federal, em outubro de 1988. No entanto, é salutar compreender que a simples vigência
da carta constitucional por si só não dava ao país a estrutura necessária para que a Administração
Pública adotasse uma postura mais gerencial. O país passava por um período chamado de
redemocratização que perdurou entre os anos de 1975 a 1985 com uma série de medidas que
progressivamente culminaram na eleição do primeiro presidente civil após 21 anos de ditadura
militar.
Nesta aula, vamos discutir dois marcos legais alcançados no processo de mudança do regime
fiscal no Brasil nas últimas décadas. Primeiro, vamos conversar sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal,
seu histórico, objetivos e princípios, que conferem maior controle, equilíbrio fiscal e transparência dos
gastos públicos. Em seguida, vamos tratar da Lei de Licitações, seus conceitos e modalidades, que
instruem os atos públicos, sobretudo nos seus processos de aquisição, conferindo a seleção da
proposta mais vantajosa para a administração pública e a promoção do desenvolvimento nacional
sustentável. 
CONTEXTUALIZANDO
Praticamente todas as ações para implantar qualquer programa de governo e aumentar a
qualidade de vida da população implicam a entrega de um bem ou serviço público. Para poder
realizar essas atividades, os governos se utilizam de um instrumento específico para contratar suas
compras, serviços e obras.
Pela relevância que tem a contratação das compras, serviços e obras para toda a Administração
Pública, observamos no inciso XXI do art. 37 da Constituição Federal, os princípios básicos a que esse
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instrumento deve obedecer (Brasil, 1988), posteriormente incorporados na Lei n. 8.666 de 1993, que
tem sido atualizada e que foi substituída pela Lei n. 14.133, de 1º de abril de 2021. A Lei n.
8.666/1993 surgiu em um momento de muitas mudanças pelas quais o país passava à época e tinha
no seu conceito auxiliar a reforma administrativa do Estado.
A Lei n. 14.133/2021 vai além da atualização dos procedimentos licitatórios, mesclando normas
gerais e específicas, incentivando a desburocratização dos serviços públicos por meio de sua
digitalização, alinhada com a implementação da Estratégia de Governo Digital, a qual discutiremos
mais posteriormente.
O contexto de descentralização financeira e autonomia política e administrativa transferidas aos
estados e municípios reduziu sobremaneira a possibilidade de controles conduzidos pela União e
anulou os esforços pela busca de austeridade fiscal. A solução foi a construção de um projeto que
culminou na promulgação da Lei de Responsabilidade Fiscal, que gerou na sociedade a percepção de
que o governante não deve gastar mais do que arrecada. Vamos conhecer esses instrumentos?
TEMA 1 – HISTÓRICO E OBJETIVOS DA LEI DE RESPONSABILIDADE
FISCAL (INFLUÊNCIAS INTERNAS E EXTERNAS E IMPLANTAÇÃO DA
LEI)
A Lei Complementar n. 101, promulgada em 4 de maio de 2000, conhecida como Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF), regulamenta o art.163 da Constituição Federal de 1988. Os
antecedentes da LRF remontam ao processo de redemocratização do país, quando era necessário
fortalecer a cooperação intergovernamental e a federação no atendimento aos direitos sociais. O
desequilíbrio fiscal predominava à época, e as consequências para a economia do país eram
negativas. Os gastos sem controle, a alta inflação, a alta taxas de juro e o endividamento público
externo levaram o país a uma situação que acabou limitando o nível de investimentos necessários
para o atendimento de necessidades da população, como saúde, educação, moradia, saneamento e
outros.
1.1 EXPERIÊNCIAS EXTERNAS À LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
Em relação às experiências dos outros países, a Lei de Responsabilidade Fiscal incorporou alguns
princípios e normas. Os modelos tomados como referência tiveram como base os modelos
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difundidos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI); o Fiscal Responsibility Act, de 1994, utilizado na
Nova Zelândia; o Tratado de Maastrich, de 1992, que define dispositivos na União Europeia; e
elementos do Budget Enforcement Act, de 1990, delimitava o controle de gastos do governo dos
Estados Unidos, baseado no princípio de accountability (transparência e responsabilização dos
gestores). Esses exemplos, tomados como referência para a elaboração da Lei de Responsabilidade
Fiscal, não foram os únicos parâmetros utilizados, uma vez que não existe um modelo único de
finanças públicas que possa ser utilizado irrestritamente por qualquer nação.
Além das referências externas, Afonso (2016) destaca que a iniciativa parlamentar sobre o
projeto da Lei de Responsabilidade Fiscal era bem anterior a 1998, sendo datada de 1995.
Nascimento e Debus (2001) demonstram que, desde 1995, alguns programas de ajustes fiscais junto
aos governos estaduais já tinham se iniciado (Leis Camata I e II). Esses programas traziam as
principais bases da Lei de Responsabilidade Fiscal, como metas de resultados fiscais, limites de
endividamento e gastos com pessoal, limites com investimentos, além da utilização de alguns
parâmetros que acabaram sendo incorporados na Lei final como a Receita Corrente Líquida,
Resultado Primário.
1.2 PRINCIPAL OBJETIVO DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
Conforme observamos, o objetivo da Lei de Responsabilidade Fiscal foi oferecer diretrizes para a
Administração Pública em relação aos recursos públicos que gerencia. Além disso, a Lei foi criada
com o intuito de garantir a solvência do Estado brasileiro, controlando o nível de endividamento.
Assim, a Lei instituiu diretrizes e regras para garantir que o Estado tenha sustentabilidade em relação
às contas públicas.
1.3 ALTERAÇÃO DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL POR CONTA DA COVID-
19
Por conta da pandemia de Covid-19, a Lei de Responsabilidade Fiscal teve seu texto alterado
recentemente pela introdução da Lei Complementar 173/2020. As alterações trouxeram algumas
situações de exceções para momentos de calamidade pública. Foram concedidas exceções que
permitem dispensar limites e algumas restrições para que os entes federativos pudessem realizar
operações de crédito (empréstimos), conceder garantias, realizar contratação entre os próprios entes
e receber transferência tributárias sem aplicação de sanções previstas na lei.
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Por exemplo, um município que esteja em dívida com o Governo Federal não poderia receber
deste uma transferência voluntária (repassados a título de cooperação, auxílio ou assistência
financeira). Por conta do estado de calamidade, é possível que o município receba o recurso para a
realização de determinados gastos, sem que sofra penalidade por estar em débito com a União. Fora
isso, a Lei Complementar n. 173/2020 deixa claro que as regras em relação à transparência, controle e
fiscalização são mantidas.
Saiba mais
FLOR, A. Lei de Responsabilidade Fiscal completa 20 anos e passa por teste com pandemia.
G1, 4 maio 2020. Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/blog/ana-flor/post/2020/05/0
4/lei-de-responsabilidade-fiscal-completa-20-anos-e-vive-teste-com-pandemia.ghtml>. Acesso
em: 13 ago., 2021.
TEMA 2 – PRINCÍPIOSDA LRF
A Lei de Responsabilidade Fiscal está baseada em quatro princípios que atuam em conjunto, que
acabam sendo responsáveis pela realização de seus objetivos: o Planejamento, o Controle, a
Transparência e a Responsabilidade.
Figura 1 – Princípios da LRF
https://g1.globo.com/economia/blog/ana-flor/post/2020/05/04/lei-de-responsabilidade-fiscal-completa-20-anos-e-vive-teste-com-pandemia.ghtml
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Esses princípios são discutidos de forma recorrente pela doutrina que trata dos pré-requisitos da
boa administração pública. Por exemplo, Castro (2000) aponta que o aspecto do planejamento dá
base técnica à gestão fiscal, por meio de seus mecanismos, que já conhecemos como o Plano
Plurianual – PPA, a Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e a Lei Orçamentária – LOA. Esses
mecanismos permitem aos governos as condições para realizarem seus programas de execução
orçamentária atuarem para alcançar suas definições, objetivos e metas prioritárias.
2.1 PRINCÍPIO DO PLANEJAMENTO
Como vimos anteriormente, a Constituição Federal de 1988 confere uma atenção especial com o
planejamento das ações do Estado. Vimos que existe um capítulo próprio na Constituição para tratar
do assunto (dos arts. 163 a 169 da CF/88) (Brasil, 1988). Como esse é um dos assuntos tratados com
grande seriedade pelas grandes nações, o planejamento é um dos aspectos inseridos na Constituição
como determinante da ação estatal, que, no caso brasileiro, foi reforçado no art. 174 da Constituição,
como fonte orientadora do Estado no cumprimento de sua missão de agente normativo e regulador
da atividade econômica (conforme já estudamos anteriormente).
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma
da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor
público e indicativo para o setor privado. (Vide Lei n. 13.874, de 2019)
§ 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento nacional
equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os planos nacionais e regionais de
desenvolvimento. (Brasil, 1988, grifo nosso)
O art. 1º, parágrafo 1º da LRF trata da gestão planejada e transparente, se referindo ao grande
desafio do gestor público. Não à toa, o planejamento é o mecanismo essencial na gestão pública. A
LRF deixou explícito em seu texto a necessidade de constar na LDO (um dos instrumentos de
planejamento), de forma clara:
i. o equilíbrio entre receitas e despesas;
ii. a limitação de empenho;
iii. a apresentação do Anexo de Metas Fiscais;
iv. o Anexo de Riscos Fiscais; e
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v. acabou criando a exigência da elaboração da LDO para os municípios que não a tinham
antes da sua vigência.
Com isso, a LDO deixou de ser apenas um instrumento das intenções dos governos municipais,
tornando-se uma ferramenta importantíssima para o planejamento nos municípios.
Vimos, anteriormente, que a Constituição de 1988 exige a compatibilidade entre o PPA, a LDO e
a LOA. A Lei de Responsabilidade Fiscal reforça esse pensamento na questão do planejamento. Para
garantir o cumprimento das metas estabelecidas pela Lei de Responsabilidade Fiscal, a própria Lei
dispõe que a cada dois meses a gestão verifique se a arrecadação das receitas permitirá a realização
das despesas. Se a gestão verificar potenciais problemas, ações deverão ser realizadas, por exemplo,
a limitações de empenho e movimentação financeira (também conhecidas como contingenciamento)
em uma ação proativa para evitar a interrupção brusca da prestação de serviços ou fornecimento de
bens públicos.
De acordo com a Lei Complementar 101/2000,
Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de
diretrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4o, o Poder Executivo
estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso. 
Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados
exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele
em que ocorrer o ingresso.
Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o
cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais,
os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos
trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios
fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
§ 1º No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das
dotações cujos empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.
(Brasil, 2000)
2.2 PRINCÍPIO DO CONTROLE E FISCALIZAÇÃO
A essa altura, você já deve estar ciente de que o controle é essencial para a administração
pública. As normas gerais sobre fiscalização financeira e orçamentária estão dispostas desde a Lei n.
4.320/1964 (arts. 75 a 81) (Brasil, 1964), passando pela Constituição Federal (arts. 31, 70 e 71) (Brasil,
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1988), e não poderia faltar na Lei de Responsabilidade Fiscal, que em seu art. 59, prevê o exercício do
controle externo e interno (Brasil, 2000).
Vimos que fica a cargo do Poder Legislativo a fiscalização e o controle dos atos do Poder
Executivo, e que ele é auxiliado pelos Tribunais de Contas. No entanto, isso não exclui a realização de
ações de controle interno por parte de cada órgão dos entes, que devem realizar seus próprios
controles e comunicar o controle externo, diante da constatação de algum desvio, sob pena de
responsabilidade solidária. O controle interno é compreendido como o conjunto de métodos e
medidas adotados de salvaguardar ativos, garantir a fidelidade das informações e dados contábeis,
desenvolver procedimentos de operações e políticas administrativas e atender as legislações
pertinentes.
Segundo Castro (2000), os sistemas de controle deverão ser capazes de tornar efetivo o
comando legal, para que ocorra em conformidade com as normas e regimentos. Segundo o mesmo
autor, a fiscalização há de ser rigorosa e contínua, exigindo atenção redobrada de seus executores.
Um detalhe que vale mencionar é que esse artigo da Lei de Responsabilidade Fiscal foi alterado
pela Lei Complementar 178 de 2021, que busca promover o equilíbrio fiscal de estados e municípios,
bem como facilitar o pagamento de dívidas com a União. No caso específico do controle, o caput do
art. 59 da LRF trazia que o Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, e
o sistema de controle interno de cada Poder e do Ministério Público fiscalizarão o cumprimento desta
Lei Complementar (Brasil, 2000). Reforçando o dispositivo, foi acrescido que devem ser consideradas
ainda, as normas editadas pelo conselho de gestão fiscal, no art. 67. A lista do que deverá ser
enfatizado permanece a mesma. 
Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas, e o sistema de
controle interno de cada Poder e do Ministério Público fiscalizarão o cumprimento desta Lei
Complementar, consideradas as normas de padronização metodológica editadas pelo conselho de
que trata o art. 67 [...] (Redação dada pela Lei Complementar n. 178, de 2021) (Brasil, 2000)
2.3 PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA
A transparência é assegurada na Lei de Responsabilidade Fiscal nos seus arts. 48 e 49, que
trazem um conjunto de instrumentos como as prestações de contas; do Relatório Resumido da
Execução Orçamentária e do Relatório de Gestão Fiscal (Brasil, 2000). Aos diversos documentos
preparados pelos entes públicos deverá ser dada ampla divulgação, inclusive por meios eletrônicos
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de acesso público, ampliando assim o conhecimento e a disposição da sociedade em também
realizar o controle social.
Com esse pensamento em mente, o princípio da transparência estabelecida pela Lei de
Responsabilidade Fiscal demanda que o poder público garanta a participação da população nos seus
atos, seja pela realização de audiências públicas para a discussão da elaboração orçamentária, seja no
curso da execução dos gastos.
Um bom exemplo desse modelo é o orçamento participativo (mencionado anteriormente), que
representa a abertura do processo orçamentário à participação direta da sociedade, em que os
cidadãos são convidados a tomarem as decisões juntamente com o governo sobre onde aplicar os
recursos públicos. Ainda no aspecto do princípio da transparência, em maio de 2009 foi sancionada a
Lei Complementar n. 131/2009, que trouxe importantes modificações, como acréscimos de sanção
para o ente federativo que não disponibilizar as informações, além de reafirmar a participação
popular no ciclo orçamentário (Brasil, 2009).
2.4 PRINCÍPIO DA RESPONSABILIZAÇÃO
O último alicerce, referente à responsabilidade, é importantíssimo, pois ele impõe ao gestor
público pena de responder por seus atos e sofrer as sanções legais. O princípio da responsabilidade
traz ao conhecimento o dever que qualquer gestor público deve ter com a coisa pública e da
responsabilidade atrelada a ela, obedecendo aos parâmetros fixados por lei.
Art. 73. As infrações dos dispositivos desta Lei Complementar serão punidas segundo o Decreto-Lei
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); a Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950; o
Decreto-Lei no 201, de 27 de fevereiro de 1967; a Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992; e demais
normas da legislação pertinente.
Art. 73-A.  Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para
denunciar ao respectivo Tribunal de Contas e ao órgão competente do Ministério Público o
descumprimento das prescrições estabelecidas nesta Lei Complementar. (Brasil, 2000) 
Assim, podemos assegurar que a Lei de Responsabilidade Fiscal surgiu da necessidade de
modificar a forma irresponsável como alguns administradores públicos vinham tratando a coisa
pública. E um ponto que destaco é o papel do cidadão em ser parte legítima de denunciar o
descumprimento da lei. Por isso é importante o conhecimento dela e a participação de todos na
promoção de uma gestão pública que esteja à altura da sociedade.
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Saiba mais
Uma das formas que cada um de nós pode colaborar para o controle dos gastos públicos é
participar do Observatório Social. Verifique se o seu município já possui uma unidade e como
você pode contribuir. Converse com os seus colegas de sala e seu professor a respeito.
1. Observatório Social. Disponível em: <https://osbrasil.org.br/>. Acesso em: 13 ago. 2021.
2. NUNES, S. P. P.; MARCELINO, G. F.; SILVA, C. A. T. Os Tribunais de Contas na interpretação
da Lei de Responsabilidade Fiscal. Revista de Contabilidade e Organizações, v. 13, p. e145151,
2019. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/rco/article/view/145151>. Acesso em: 13 ago.
2021.
3. CRUZ, C. F. da; AFONSO, L. E. Gestão fiscal e pilares da Lei de Responsabilidade Fiscal:
evidências em grandes municípios. Revista de Admnistração Pública, Rio de Janeiro, v. 52, n. 1,
p. 126-148, jan. 2018. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0
034-76122018000100126&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 13 ago. 2021.
TEMA 3 – LICITAÇÕES PÚBLICAS: CONCEITOS, OBRIGATORIEDADE
Para a aquisição de qualquer bem ou serviço, a Administração Pública precisa realizar um
procedimento específico, esse procedimento é a licitação.  A licitação é a regra para a contratação da
administração pública e foi instituída obrigatoriamente em 1988 pelo art. 37, XXI, da Constituição
Federal.
XXI – ressalvados os casos específicos na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão
contratados mediante processo licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação
técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. (Brasil, 1988, grifo
nosso)
Contudo, ao mesmo tempo em que o art. 37 da CF/1998 trouxe a obrigatoriedade da licitação,
indicou algumas ressalvas à obrigatoriedade desta, que dependem de uma lei que tratasse de forma
específica às contratações públicas. Foi então que surgiu a Lei n. 8.666/93, que disciplina o
https://osbrasil.org.br/
https://www.revistas.usp.br/rco/article/view/145151
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-76122018000100126&lng=en&nrm=iso
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procedimento licitatório, mas que também aponta os casos em que o procedimento licitatório
poderá ser dispensado ou até mesmo inexigível. Por isso, é importante conhecer esses
procedimentos. Essa Lei é aplicável às obras, serviços, inclusive os referentes à publicidade, compras,
alienações e locações dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
3.1 NOVIDADE: A NOVA LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS
As Leis n. 8.666/93, 10.520/02 (Pregão Eletrônico) e 12.462/11 (Regime Diferenciado de
Contratações Públicas) serão revogadas dois anos após a entrada em vigor da Lei n. 14.133/2021 (art.
191) (Brasil, 2021), que se denomina de vacatio legis. Por exemplo, se o texto de lei estabelecer que
esta entrará em vigor 10 dias após a sua publicação, assim acontecerá. O que ocorrerá é uma
centralização normativa. Por exemplo, de imediato, a Lei n. 14.133/2021 revogou os arts. 89 a 108 da
Lei n. 8.666/93, remetendo para o Código Penal (arts. 337-E e 337-O) que tratam dos crimes em
licitações e contratos administrativos, ficando para 2 de abril de 2022 a revogação da integralidade
da Lei n. 8.666/93, da Lei n. 10.520/02 e dos arts. 1º a 47-A da Lei n. 12.462/11, passando a valer
integralmente a Lei n. 14.133/2021.
Figura 2 – A nova Lei de Licitações e Contratos
Logo, pela leitura do art. 191 da Lei n. 14.133/2021, não existe dúvida sobre a possibilidade da
existência e utilização, durante os próximos dois anos, da antiga legislação e da Lei n. 14.133/2021,
seja para procedimentos licitatórios, seja para as situações relativas às dispensas de licitação e
inexigibilidade de licitação, desde que a Administração Pública defina qual das Leis está se baseando
expressamente em edital. 
Por conta da vacatio legis, vamos tratar dos aspectos legais da Lei n. 8.666/93, e apontar os
aspectos que mudaram ou mudarão com a entrada em vigência da Lei n. 14.133/2021.
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3.2 O QUE MUDA COM A NOVA LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS?
A nova lei surgiu de longas discussões sobre o regime de licitação estabelecido com a Lei n.
8.666/93, que se tornou obsoleto, principalmente diante do cenário de pandemia da Sars-CoV-2,
causador da Covid-19. A pandemia demandou maior rapidez, eficácia e transparência nas
contratações públicas, como medidas excepcionais para enfrentamento da emergência de saúde
pública. Em resumo, a nova lei de licitações e contratos traz algumas mudanças (Brasil, 1993):
Torna como regra a inversão de fases nos procedimentos licitatórios;
Torna facultativa a divulgação do orçamento estimado pelo poder público para a contratação
(mas sempre obrigatório para fins de fiscalização, como em uma auditoria);
Torna obrigatório o estabelecimento de um programa de compliance nos órgãos públicos
quando envolvam licitações de valores altos;
Fica estabelecido o Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP), com o objetivo de
aumentar a transparência e publicidade das informações sobre as contratações públicas;
Cria a figurado agente de contratação, com o papel de substituir as comissões de licitação;
Amplia os valores para a realização das contratações diretas, sem licitação;
Altera os percentuais de valores dos seguro-garantia contratuais, para até 30% do valor da
contratação;
Cria mais uma modalidade de licitação, chamada de diálogo competitivo, que permitirá que as
empresas compartilhem sua experiência e proponham soluções para os processos licitatórios.
TEMA 4 – MODALIDADES DE LICITAÇÕES PÚBLICAS
Das inovações trazidas pela Lei n. 14.133/2021, destacam-se aquelas que interferem na forma de
contratação da Administração Pública. Por exemplo, as modalidades de tomada de preço, convite e
regime diferenciado de contratação não estão presentes na nova lei.
Modalidade é o procedimento, ou seja, a forma da organização das fases da licitação pública.
Para a realização de um procedimento licitatório, contratação de um serviço ou aquisição de algum
objeto, a legislação indica algumas modalidades, de acordo com o seu valor, ou que tenham relação
com o objeto ou o propósito do contrato.
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Por exemplo, as modalidades de concorrência, tomada de preços e convite são definidas
conforme o valor estimado para a sua contratação. Já as modalidades de concurso e o leilão, são
definidos conforme o objetivo da contratação. O concurso tem como objetivo a seleção de um
trabalho técnico, científico ou artístico; o leilão tem como objetivo a alienação (venda) de bens.
Além dessas modalidades, existem outras que não constam em outras legislações, como o
pregão (Lei n. 10.520/2002); a consulta (Lei n. 9.472/1997), aplicável apenas às agências reguladoras;
e o regime diferenciado de contratações públicas (Lei n. 12.462/2011), inicialmente específico para as
contratações dos grandes eventos esportivos (Olímpiadas, Copa do Mundo etc.), que depois acabou
sendo ampliado para outros tipos de contratações, como ações de segurança pública, sistemas
públicos de ensino etc.
Uma lista comparativa com as modalidades definidas na Lei n. 14.133/2021, na Lei n. 8.666/93 e
Lei n. 10.520/2002 com a exposição das situações relacionadas a cada uma delas está no quadro
abaixo:
Quadro 1 – Situações relacionadas à Lei n. 14.133/2021, à Lei n. 8.666/93 e à Lei n. 10.520/2002
MODALIDADE
Lei
14.133/2021
Lei
10.520/2002
Lei
8.666/93
SITUAÇÃO
Concorrência
 
art. 6º,
XXXVIII c/c
art. 29
--------------
§ 1º, art.
22
Contratação de serviços técnicos especializados de natureza
predominantemente intelectual e obras e serviços de
engenharia e arquitetura; Contratação de bens e demais
serviços considerados especiais.
Tomada de
Preço
-------------- --------------
§ 2º, art.
22
Convocação entre interessados devidamente cadastrados ou
que atendam todas as condições exigidas para cadastramento
até o terceiro dia anterior à data do recebimento das
propostas, observada a necessária qualificação.
Convite -------------- --------------
§ 3º, art.
22
Convocação de interessados do ramo pertinente ao seu
objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em
número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa.
Concurso
 
art. 6º, XXXIX --------------
§ 4º, art.
22
Escolha de trabalho técnico, científico ou artístico.
Leilão
 
art. 6º, XL --------------
§ 5º, art.
22
Alienação de bens imóveis ou de bens móveis inservíveis ou
legalmente apreendidos.
Pregão art. 6º, XLI, Art. 1º, ---------- Obrigatoriamente, contratação de bens e serviços comuns,
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  c/c art. 29 observando
o Art. 9º da
Lei
---- assim considerados aqueles que possuam padrões de
desempenho e qualidade aptos a serem objetivamente definidos
no edital por meio de especificações usuais no mercado.   
Obs.: O pregão não poderá ser utilizado para licitar obras e
serviços de engenharia.
Diálogo
Competitivo
 
art. 6º, XLII,
c/c art. 32
--------------
----------
----
Contratações cujo objeto é complexo a ponto de a
Administração necessitar da colaboração do mercado para
desenvolver as alternativas capazes de atender a
necessidade/utilidade pública a ser suprida com o contrato.
Os prazos são contados em dias corridos, exceto quando expressamente a lei determinar que
sejam contados apenas os dias úteis (art. 110 da Lei 8.666/93) (Brasil, 1993).
Tabela 1 – Relação entre modalidade e prazos
Modalidade Observação Prazo
Concurso
45 dias
Concorrência
Melhor técnica
Técnica e preço
Empreitada integral
Concorrência Demais casos
30 dias
Tomada de Preços
Melhor técnica
Técnica e preço
Tomada de Preços Demais casos
15 dias
Leilão
Convite 05 dias úteis
Pregão 08 dias úteis
Existe uma máxima quando se trata de compras no setor público que diz o seguinte: “quem
pode mais, pode menos”. Isso quer dizer que aquela modalidade de contratação mais complexa
também pode ser utilizada para as situações das modalidades mais simples, nunca o contrário. Por
exemplo: uma compra de R$ 150 mil pode ser promovida pelo convite, mas também pode ser
realizada para tomada de preços ou até mesmo pela concorrência.
Figura 3 – Convite, tomada de preços e concorrência
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Na Lei n. 14.133/2021, no entanto, os prazos para a divulgação dos editais também foram
alterados. A novidade é que agora todos os prazos são contados em dias úteis. Os prazos variam de
acordo com a natureza do objeto a ser contratado e conforme o critério de julgamento. Abaixo
relaciono os prazos definidos na legislação.
a. Licitação para aquisição de bens:   
Menor preço ou maior desconto: 8 (oito) dias úteis;   
Maior retorno econômico ou leilão: 15 (quinze) dias úteis
Técnica e preço ou de melhor técnica ou conteúdo artístico: 35 dias úteis
b. Licitação para a realização de serviços e obras: 
i. Serviços comuns e de obras e serviços comuns de engenharia:
Menor preço ou de maior desconto: 10 (dez) dias úteis;
ii. Serviços especiais e de obras e serviços especiais de engenharia:
Menor preço ou de maior desconto: 25 (vinte e cinco) dias úteis;
iii. Contratação integrada: 60 (sessenta) dias úteis;  
iv. Contratação semi-integrada: 35 (trinta e cinco) dias úteis.
Saiba mais
É possível acompanhar um informativo de Licitações e Contratos disponibilizado pelo TCU
para acompanhar as decisões do órgão sobre as licitações do governo federal.
25/10/2021 20:16 UNINTER
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TCU – Tribunal de Contas da União. Informativo de Licitações e Contratos. TCU, S.d.
Disponível em: <https://portal.tcu.gov.br/jurisprudencia/boletins-e-informativos/informativo-de-
licitacoes-e-contratos.htm>. Acesso em: 14 ago. 2021.
TEMA 5 – LICITAÇÃO DISPENSADA E LICITAÇÃO DISPENSÁVEL
Vimos que, para a Administração Pública contratar serviços ou adquirir produtos, deve participar
de procedimentos administrativos que têm modalidades específicas. Essas modalidades possuem
relação com os seus objetos e valores. Contudo, existem também algumas situações em que o
procedimento administrativo pode ser dispensado ou dispensável. Saber reconhecer os casos de
licitação dispensadas é importante para às empresas que desejam contratar com o poder público.
Mas o que caracteriza uma licitação dispensável ou dispensada?
5.1 LICITAÇÃO DISPENSÁVEL
A licitação se torna dispensável nas situações em que os gestores públicos, caso queiram, podem
dispensar a realização do procedimento licitatório, sendo, portanto, um ato discricionário. Por
exemplo, o art. 24 da Lei n. 8.666/93 determina 35 hipóteses em que a licitação é dispensável,
situações em que é permitido que o poder público realize uma contratação direta. Já na licitação
dispensada, o gestor público é impedido de realizar o procedimento licitatório. Vamos entender
melhor.
As licitações dispensadas têm relação com os valores das aquisições, e as modalidades de
licitação estabelecem esses valores.Quando a aquisição tem valor inferior a um percentual
estabelecido por modalidade de licitação, seja para serviço ou compras, obras e serviços de
engenharia, por exemplo, a dispensa de licitação ocorre. Por exemplo, um determinado município
possui interesse em construir uma unidade de saúde e, para isso, realizará um processo licitatório.
Este é um exemplo em que será necessária a contratação de obras e serviços de engenharia. Mas se a
contratação for para a realização de uma reforma, cujo valor dos serviços de engenharia sejam de até
10% do limite estipulado na Lei n. 8.666/93, a contratação por meio do processo de licitação é
dispensável (não necessária), desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço, o
que constitui fracionamento e é proibido.
https://portal.tcu.gov.br/jurisprudencia/boletins-e-informativos/informativo-de-licitacoes-e-contratos.htm
25/10/2021 20:16 UNINTER
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Essa situação dispensa, a critério do gestor público, a realização do processo mais burocrático de
aquisição de serviços de engenharia, contudo não dispensa o gestor público da realização de um
processo para a realização da contratação, apenas será mais simplificado.
5.2 LICITAÇÃO DISPENSADA
As hipóteses de licitação dispensada dizem respeito (na maior parte dos casos) às alienações de
bens móveis e imóveis, discriminadas no art. 17 da Lei n. 8.666/93.
A alienação de imóveis da administração pública depende de autorização legislativa, quando se
tratar dos órgãos da administração direta, autarquias e fundações; e dependerá de avaliação prévia e
de licitação na modalidade de concorrência para todos os demais órgãos, inclusive as entidades
paraestatais. Dessa forma, percebemos que a concorrência é a modalidade de licitação para as
alienações (vendas) de imóveis. Entretanto, a realização do processo licitatório será dispensada nos
seguintes casos:
dação em pagamento;
doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de
qualquer esfera de governo;
permuta, por outro imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da
administração, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação
prévia;
investidura;
venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo.
Saiba mais
A investidura é definida nos incisos I e II, do parágrafo 3º, da Lei n. 8.666/93 (mantido nos
incisos I e II, do parágrafo 5º da Lei n. 14.133/2021), como sendo a alienação aos proprietários
de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de obra pública, quando esta que se
torna inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação (Brasil, 1993)
Já para a venda de bens móveis, o processo licitatório também é a regra, mas não na
modalidade de concorrência. Contudo, os casos definidos no inciso 2º do art. 17 da Lei n. 8.666/93
25/10/2021 20:16 UNINTER
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(mantidos conforme inciso 2º do art. 76 da Lei n. 14.133/2021) são as hipóteses em que a alienação
de bens móveis está dispensada de licitação:
doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua
oportunidade e conveniência socioeconômica, relativamente à escolha de outra forma de
alienação;
permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública;
venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica;
venda de títulos, na forma da legislação pertinente;
na venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração
Pública, em virtude de suas finalidades;
venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública,
sem utilização previsível por quem deles dispõe.
Por fim, também fica dispensada de licitação quando a Administração Pública conceder título de
propriedade ou de direito real de uso de imóveis, quando o uso desses imóveis for destinado a:
outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja a localização do imóvel;
a pessoa natural que haja implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e
pacífica e exploração direta sobre área rural.
Tanto na licitação dispensada quando na licitação dispensável, as previsões são claras e
específicas na lei para os casos que devem ser utilizadas. Além do discutido acima, a Lei n.
14.133/2021 ainda adota o termo “admitida a dispensa” para se referir às mesmas situações em que a
licitação é dispensada na Lei 8.666/93, mas ainda é cedo para saber se esse termo significa que a
licitação é dispensada (obrigatória a dispensa) ou dispensável (possível a dispensa). Muito
provavelmente esse será um tema de debate pela doutrina futuramente.
TROCANDO IDEIAS
Como observamos nesta aula, para conseguir cumprir os objetivos e as normas estabelecidas
pela Lei de Responsabilidade Fiscal, a Administração Pública precisa de bastante planejamento. Os
mecanismos legais e institucionais que foram construídos ao longo dos últimos 20 anos buscam a
melhor forma de gerir os gastos públicos. Tendo isso em vista, participe do fórum de discussões,
25/10/2021 20:16 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/22
debatendo com os seus colegas sobre o impacto que a Lei de Responsabilidade Fiscal tem sobre o
controle das contas públicas, em especial, no momento em que vivemos hoje.
Saiba mais
Para apoiar essa discussão, faça uma leitura dos artigos abaixo
1. CALIXTO, L. R.; CINTRA, Y. C.; DA FONSECA, A. C. P. D. Implementação das práticas de
governança e compliance da Lei de Responsabilidade das Estatais no Estado do Rio de Janeiro.
Sociedade, Contabilidade e Gestão, v. 15, n. 4, p. 178-196. Disponível em: <https://revistas.ufrj.
br/index.php/scg/article/download/40856/pdf>. Acesso em: 13 ago. 2021.
2. BELOTE, G. S.; AZEVEDO, R. R. A adequação dos grandes municípios brasileiros na
divulgação das informações de margem de expansão das despesas conforme a LRF. Revista
Ambiente Contábil, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, v. 13, n. 1, p. 201-221, 2021.
Disponível em: <https://periodicos.ufrn.br/ambiente/article/view/19498>. Acesso em: 13 ago.
2021.
NA PRÁTICA
1. Para a aquisição de bens ou serviços, a contratação de empresas privadas por entidades
públicas pode ser feita por diferentes modalidades de procedimentos. Segundo a Lei n. 8.666/1993, a
modalidade que deve ser utilizada para aquisição de bens ou serviços quando não se trata de obras e
serviços de engenharia, cujo valor é de até R$ 650 mil, é:
a. Concurso;
b. Leilão;
c. Concorrência;
d. Tomada de preço;
e. Convite.
2. Segundo a Lei n. 8.666/93, no seu art. 22, são modalidades de licitação:
https://revistas.ufrj.br/index.php/scg/article/download/40856/pdf
https://periodicos.ufrn.br/ambiente/article/view/19498
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https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 20/22
a. Parceria público privado; concorrência; convite e leilão.
b. Concurso; desmembramento; parceria público privado e leilão.
c. Concorrência; convite; tomada de preços; concurso público e leilão.
d. Diálogo; tomada de preços; convite; concurso e consórcio.
e. Tomada de preços; concorrência; concurso; convite e leilão.
FINALIZANDO
A solução da construção de um projeto que culminou na promulgação da Lei de
Responsabilidade Fiscal gerou (não apenas na sociedade, mas para os governantes) a percepção de
que eles não devem gastar mais do que arrecadam. Ainda assim, temos muitas coisas a serem feitas
para o efetivo controle dos gastos públicos. Muito tem sido feito, a exemplo da Lei n. 8.666/93, que
auxilia na forma de contratação de serviços e bens para a Administração Pública. As ações para
implantar qualquer programa de governo e aumentar a qualidade de vida da população implicam a
entrega de um bem ou serviço público cada vez melhores e menos custosos e a Lei de Licitações
então passa por uma importante alteração. Essescontroles, quando não seguidos, podem ser
caracterizados como crimes de responsabilidade ou crimes contra as finanças públicas e veremos,
posteriormente, que, para fins de controle, é necessária a implementação de mecanismos de
governança no setor público.
REFERÊNCIAS
AFONSO, J. R. Uma História da Lei Brasileira de Responsabilidade Fiscal. RDU, Porto Alegre,
Edição Especial, p. 126-154, 2016. Disponível em:
<https://portal.idp.emnuvens.com.br/direitopublico/article/view/2610/pdf>. Acesso em: 14 ago.
2021.  
BARROS, S. R. Lei n. 8.666: Lei Federativa. Revista de Direito Administrativo, v. 197, p. 74-80,
jul.-set., 1994.
25/10/2021 20:16 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 21/22
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988. Diário Oficial da União, Poder
Legislativo, Brasília, DF, 13 ago. 2012.
_____. Lei n. 4.320, de 17 de março de 1964. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília,
DF, 23 mar. 1964.
_____. Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília,
DF, 22 jun. 1993.
_____. Lei n. 14.133, de 1º de abril de 2021. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasílila,
DF, 1 abr. 2021.
_____. Lei Complementar n. 101, de 4 de maio de 2000. Diário Oficial da União, Poder
Legislativo, Brasília, DF, 5 maio 2000.
_____, Presidência da República Federativa do Brasil. Lei Complementar n. 131, de 27 de maio de
2009. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 28 maio 2009.
CASTRO, F. R. X. M. Lei de responsabilidade fiscal: abordagens pontuais; doutrina, legislação.
Belo Horizonte: Del Rey, 2000.
FIGUEIREDO, C. M. et. al. Comentários à lei de responsabilidade fiscal. 2. ed. São Paulo: RTs,
2001.
KHAIR, A. A. et al. Lei de Responsabilidade Fiscal: guia de orientação para as prefeituras.
Brasília: MPOG; BNDES, 2000. Disponível em:
<https://bibliotecadigital.economia.gov.br/bitstream/777/395/1/080807_PUB_LRF_guiaOrientacao%2
0%281%29.pdf>. Acesso em: 14 ago. 2021.  
NASCIMENTO, E. R.; DEBUS, I. Entendendo a Lei de Responsabilidade Fiscal: LC 101 de 4 de maio
de 2000. Revista Jurídica da Presidência, v. 3, n. 24, 2001. Disponível em:
<https://revistajuridica.presidencia.gov.br/index.php/saj/article/download/1084/1067>. Acesso em:
14 ago. 2021.
SILVA, E. J. da. O município na lei de responsabilidade fiscal. São Paulo: Editora de Direito,
2001.
25/10/2021 20:16 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 22/22
GABARITO
1. D
2. E

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