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HISTOLOGIA DA ADRENAL

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HISTOLOGIA DA ADRENAL 
DANIELY FRAZÃO – MEDICINA - UNIFACS 
HISTOLOGIA DA ADRENAL 
 
As adrenais são duas glândulas achatadas com 
forma de meia-lua, cada uma situada sobre o 
polo superior de cada rim. Em humanos também 
podem ser chamadas suprarrenais, porque se 
situam sore os rins. 
O órgão é encapsulado e dividido nitidamente 
em duas camadas concêntricas: uma periférica 
espessa, de cor amarelada, denominada camada 
cortical ou córtex adrenal, e outra central menos 
volumosa, acinzentada, a camada medular ou 
medula adrenal. 
O córtex tem origem no epitélio celomático, 
sendo, portanto, mesodérmico, enquanto a 
medula se origina de células da crista neural, isto 
é, tem origem neuroectodérmica. 
 
 
Uma cápsula de tecido conjuntivo denso recobre 
a glândula e envia delgados septos ao interior da 
adrenal. O estroma consiste basicamente em 
uma rede rica de fibras reticulares, as quais 
sustentam as células secretoras. 
CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA 
As glândulas adrenais recebem várias artérias 
que entram por vários pontos ao seu redor. Os 
ramos dessas artérias formam um plexo 
subcapsular do qual se originam três grupos de 
vasos: (1) artérias da cápsula; (2) artérias do 
córtex, que se ramificam repetidamente entre as 
células da camada cortical e que acabam 
formando capilares sanguíneos que desaguam 
em vasos capilares da camada medular; e (3) 
artérias da medula, que atravessam o córtex e se 
ramificam, formam uma extensa rede de 
capilares na medula. 
O endotélio capilar é fenestrado e muito 
delgado, havendo uma lâmina basal contínua 
abaixo do endotélio. Os capilares da medula, 
juntamente com vasos capilares que proveem o 
córtex, formam as veias medulares que se unem 
para constituir as veias adrenais ou suprarrenais. 
Essas veias em geral deságuam na veia cava 
inferior do lado direito ou na veia renal do lado 
esquerdo. 
CÓRTEX ADRENAL 
 
As células do córtex adrenal têm a ultraestrutura 
típica de células secretoras de esteroides em que 
a organela predominante é o reticulo 
endoplasmático liso. As células do córtex não 
armazenam os seus produtos de secreção em 
grânulos, pois a maior parte de seus hormônios 
esteroides é sintetizada após estímulo e 
secretada logo em seguida. Os esteroides, sendo 
moléculas de baixo peso molecular e solúveis em 
lipídios, podem difundir-se pela membrana 
celular e não são excretados por exocitose. 
Ela é dividia em três camadas concêntricas: A 
zona glomerulosa, A zona fasciculada e a zona 
reticular. 
A zona glomerulosa se situa imediatamente 
abaixo da capsula de tecido conjuntivo e é 
composta de células piramidais ou colunares, 
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organizadas em cordões que tem forma de arcos 
envolvidos por capilares sanguíneos. 
A região seguinte é a chamada zona fasciculada 
por causa do arranjo das células em cordões de 
uma ou duas células de espessura, retos e 
regulares, semelhantes à superfície do órgão. As 
células da zona fasciculada são poliédricas, 
contêm um grande número de gotículas de 
lipídios no citoplasma e aparecem vacuoladas em 
preparações histológicas rotineiras devido à 
dissolução de lipídios durante a preparação do 
tecido. Por causa dessa vacuolização, essas 
células são também chamadas espongiócitos. 
A zona reticulada, a região mais interna do córtex 
situada entre a zona fasciculada e a medula, 
contém células dispostas em cordões irregulares 
que formam uma rede anastomosada. Essas 
células são menores que as das outras duas 
camadas e contêm menos gotas de lipídios que 
as da zona fasciculada. Grânulos de pigmento de 
lipofuscina são grandes e bastante numerosos 
nessas células em adultos. 
Os esteroides secretados pelo córtex podem ser 
divididos em três grupos, de acordo com suas 
ações fisiológicas principais: glicocorticoides, 
mineralocorticoides e andrógenos. 
A zona glomerulosa secreta o principal 
mineralocorticoide, a aldosterona, importante 
hormônio que contribui para manter o equilíbrio 
de sódio e potássio e de água no organismo, e 
consequentemente dos níveis de pressão 
arterial. 
Os glicocorticoides, dentre os quais um dos mais 
importantes é o cortisol, são secretados 
principalmente pelas células da zona fasciculada 
e em menor grau por células da zona reticulada. 
A zona reticulada produz andrógenos 
(principalmente deidroepiandrosterona) e, em 
menor grau, mineralocorticoides. 
CONTROLE DE SECREÇÃO DOS 
HORMÔNIOS DO CÓRTEX 
O controle inicial da secreção pelo córtex adrenal 
ocorre pela liberação de hormônio liberador de 
corticotropina (CRH) na eminência mediana da 
hipófise. Esse é transportado para a pars distalis 
da hipófise, onde estimula as células 
corticotróficas a secretarem hormônio 
adrenocorticotrófico (ACTH), também chamado 
de corticotropina, que estimula a síntese e a 
secreção de hormônios no córtex adrenal. 
Glicocorticoides circulantes podem inibir a 
secreção de ACTH tanto no nível do hipotálamo 
como da hipófise. A secreção de aldosterona 
depende principalmente de outros fatores, 
primariamente da angiotensina II do sistema 
renina-angiotensina. 
MEDULA ADRENAL 
A medula adrenal é composta de células 
poliédricas organizadas em cordões ou 
aglomerados arredondados, sustentados por 
uma rede de fibras reticulares. Além das células 
do parênquima, há células ganglionares 
parassimpáticas. Todas essas células são 
envolvidas por uma abundante rede de vasos 
sanguíneos. 
As células do parênquima se originam de células 
da crista neural, as quais aparecem durante a 
formação do tubo neural na vida embrionária, e 
que migraram para o interior da adrenal, 
constituindo lá a camada medular. O citoplasma 
das células da medular têm grânulos de secreção 
que contêm epinefrina ou norepinefrina, 
pertencentes a uma classe de substâncias 
denominadas catecolaminas. Todas as células da 
medula adrenal são inervadas por terminações 
colinérgicas de neurônios simpáticos pré-
ganglionares. 
CONTROLE DE SECREÇÃO E AÇÕES DOS 
HORMÔNIOS DA ADRENAL 
Ao contrário das células do córtex, que não 
armazenam esteroides, as células da medula 
armazenam os seus hormônios em grânulos. 
Epinefrina e norepinefrina podem ser secretadas 
em grandes quantidades em resposta a intensas 
reações emocionais (p. ex., susto, pânico). A 
secreção dessas substâncias é mediada pelas 
fibras pré-ganglionares que inervam as células da 
medula. 
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Diferentemente do que acontece com outros 
hormônios, a epinefrina e a norepinefrina 
circulantes não regulam a síntese e a secreção 
desses hormônios na medula adrenal.

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