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LICENCIAMENTO AMBIENTAL

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Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos , i ncl usive fo tocópias o u 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
RESUMO DA UNIDADE 
 
Um dos pontos principais do estudo de Gestão Ambiental é o licenciamento e as 
avaliações de impactos ambientais, principalmente para os grandes 
empreendimentos. Conhecer a legislação é imprescindível, principalmente para fins 
de evitar a responsabilidade administrativa ambiental e a criminalização de 
condutas. Atualmente, tramita no Congresso Nacional, o projeto de lei n. 3.724/2004 
que dispõe acerca da Lei Geral de Licenciamento Ambiental. O texto base tem sido 
criticado por diversos ambientalistas, principalmente no que concerne ao instituto da 
licença por adesão e compromisso. Na verdade, o referido projeto de lei, com uma 
atual versão que tramita no parlamento federal, visa agilizar e desburocratizar o 
licenciamento ambiental no país. Entretanto, para a maioria dos ambientalistas, 
alguns retrocessos ocorrerão, como por exemplo, a perda do poder vinculante de 
muitos órgãos quanto ao poder de veto para fins de concessão de uma licença 
ambiental, como ocorre em relação ao poder deferido à FUNAI, atualmente. 
 
Palavras-chave: licença ambiental; indústria petrolífera; estudos ambientais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos , i ncl usive fo tocópias o u 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
SUMÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO .........................................................................................3 
CAPÍTULO 1 – LICENCIAMENTO AMBIENTAL ..............................................................5 
1.1 Conceito de licenciamento ambiental ....................................................................5 
1.2 Licença ambiental .....................................................................................................5 
1.3 Natureza jurídica .......................................................................................................6 
1.4 Revogação, suspensão, anulação e cassação da licença ambiental ..............7 
1.5 Espécies de licenças e prazos ................................................................................8 
1.6 Poder de Polícia Ambiental .................................................................................. 10 
1.7 Competência para o licenciamento ..................................................................... 12 
1.8 Licenciamento federal ........................................................................................... 15 
1.8.1 Órgãos externos ..................................................................................................... 17 
CAPÍTULO 2 – CASOS DE LICENCIAMENTOS ESPECÍFICOS E 
RESPONSABILIDADES ..................................................................................................... 21 
2.1 Licenciamento na indústria do petróleo .............................................................. 21 
2.1.1 Procedimento .......................................................................................................... 23 
2.2 Licenciamento ambiental e mineração no Brasil............................................... 26 
2.3 Aspectos gerais sobre a responsabilidade civil ambiental e os danos 
ambientais .............................................................................................................................. 29 
CAPÍTULO 3 – AVALIAÇÕES DE IMPACTOS AMBIENTAIS .................................... 36 
3.1 Estudo prévio de impacto ambiental e seu respectivo relatório ..................... 38 
3.2 Audiências Públicas ............................................................................................... 48 
3.3 Relatórios ambientais ............................................................................................ 48 
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 51 
 
 
 
 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos , i ncl usive fo tocópias o u 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO 
 
O licenciamento ambiental é um instrumento imprescindível da Política 
Nacional do Meio Ambiente, tutelado pela Constituição Federal de 1988. É 
indiscutível sua importância para fins de preservação do meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, como será visto ao longo deste capítulo, principalmente 
para evitar danos ambientais oriundos de atividades potencialmente causadoras de 
poluição. No entanto, muito se questiona acerca do seu procedimento, 
principalmente por ser burocrático e moroso. De fato, este problema é algo 
totalmente incompatível com o desenvolvimento sustentável, uma vez que inúmeras 
empresas, vencedoras, inclusive, de concessões junto à Administração Pública, são 
inviabilizadas de exercerem suas respectivas atividades. 
Ao logo dos pontos apresentados, estudaremos os aspectos gerais sobre o 
licenciamento ambiental, principalmente no que concerne às espécies de licenças e 
às avaliações de impactos ambientais, e também como se dá o licenciamento 
ambiental em duas atividades consideradas altamente poluentes: a EXPROPER e a 
mineração. 
Atualmente, tramita no Congresso Nacional, o projeto de lei n. 3.724/2004 que 
dispõe acerca da Lei Geral de Licenciamento Ambiental. O texto base tem sido 
criticado por diversos ambientalistas, principalmente no que concerne ao instituto da 
licença por adesão e compromisso. Na verdade, o referido projeto de lei, com uma 
atual versão que tramita no parlamento federal, visa agilizar e desburocratizar o 
licenciamento ambiental no país. Entretanto, para a maioria dos ambientalistas, 
alguns retrocessos ocorrerão como, por exemplo, a perda do poder vinculante de 
muitos órgãos quanto ao poder de veto para fins de concessão de uma licença 
ambiental, como ocorre em relação ao poder deferido à FUNAI, atualmente. 
É certo que muitos impasses ocorrerão, principalmente na esfera do Poder 
Judiciário, acaso o projeto de lei venha a ser aprovado; no entanto, é indiscutível 
quanto à necessidade de uma Lei Geral de Licenciamento Ambiental. Até porque, 
atualmente, como será visto ao longo do trabalho, diversos conflitos de interesses 
ocorrem devido à burocracia para fins de obtenção de uma licença ambiental. 
 
 
 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos , i ncl usive fo tocópias o u 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
É indispensável que leis rígidas sejam aprovadas, entretanto, deve-se 
desburocratizar o processo para que se possa alcançar o tão almejado 
desenvolvimento sustentável. 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 1 – LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
 
1.1 Conceito de licenciamento ambiental 
 
Embora a própria Lei Complementar n. 140/2011 traga, em seu artigo 2º, I, o 
conceito de licenciamento ambiental: “o procedimento administrativo destinado a 
licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva 
ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar 
degradação ambiental”, referindo-se a um procedimento, na verdade, o 
licenciamento ambiental possui natureza de processo administrativo. 
BESSA (BESSA, 2016, p. 2012) explica que: 
“não se deve perder de vista que o requerimento de licença ambiental visa, 
por parte do empreendedor, à obtenção de um alvará concedido pelo 
Estado que o habilite ao exercício de uma determinada atividade utilizadora 
de recursos ambientais. Nesse sentido, o licenciamento ambiental é 
atividade diretamente relacionada ao exercício de direitos 
constitucionalmente assegurados, tais como o direito de propriedade e o 
direito de livre iniciativa econômica que deverão ser exercidos com respeito 
ao meio ambiente. Assim, indiscutivelmente, o alvará de licença ambiental 
servirá de limitador concreto para o exercício da atividade econômica que 
somente será lícita se respeitados os limites da licença ambiental 
concedida. Penso que diante de tais circunstâncias não resta dúvida de que 
a postulação de uma licença ambiental é, simultaneamente, a postulação 
para o exercício de direitos constitucionalmente assegurados, motivo pelo 
qual se lhe deve aplicar os princípios constitucionais da ampla defesa e do 
contraditório.” 
 
Tão certa é a aplicação do contraditório e da ampla defesa que o art. 11, da 
Resolução CONAMA 001/86, dispõe que o EIA e o RIMA deverão estar dispostos à 
população em audiências públicas, embora possuam caráter meramente consultivo. 
 
1.2 Licença ambiental 
 
Assim prevê o artigo 10, caput, da Lei 6.938/1981, com redação dada pela Lei 
Complementar 140/2011: 
“a construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos 
e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente 
poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação 
ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental” 
 
BESSA (BESSA, 2016, p. 208) nos ensina que 
 
 
 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos , i ncl usive fo tocópias o u 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
“(...) ao longo dos anos temos sustentado a tese de que há uma diferença 
clara entre as licenças de direito ambiental e as licenças de direito 
administrativo. Da mesma forma, temos af irmado que a licença ambiental 
não é uma mera autorização, como muitas vezes, equivocadamente, tem 
sido asseverado, até mesmo por decisões judiciais. Aparentemente, o 
passar dos anos tem dado razão ao nosso ponto de vista. Muito embora o 
licenciamento ambiental federal não def ina claramente a diferença entre as 
licenças e as autorizações ambientais, ao nível dos Estados é cada vez 
maior o número daqueles que, expressamente, reconhecem as diferenças 
entre os conceitos normativos de licença ambiental e autorização ambiental. 
(...) Paraná - Resolução n. 065/2008 CEMA (...) licença ambiental: ato 
administrativo pelo qual o IAP estabelece as condições, restrições e 
medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo 
empreendedor, pessoa f ísica ou jurídica para localizar, instalar, ampliar e 
operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais 
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob 
qualquer forma, possam causar degradação e/ou modif icação ambiental. 
 
1.3 Natureza jurídica 
 
Entretanto, Celso Antônio Pacheco Fiorillo compreende que se trata de um ato 
administrativo com discricionariedade sui generis (FIORILLO, 2015, p. 245). Isto 
porque, a mesma Resolução CONAMA, em seu art. 19, atribui competência para 
suspensão ou revogação da licença concedida pelo órgão competente, ou seja, a 
licença ambiental é precária, deixando de ser um ato vinculado e passando a ser um 
ato discricionário de natureza sui generis. 
Art. 19. O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá 
modif icar os condicionantes e as medidas de controle e adequação, 
suspender ou cancelar uma licença expedida, quando ocorrer: 
I - Violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais; 
II - Omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram 
a expedição da licença; 
III - superveniência de graves riscos ambientais e de saúde. 
 
Celso Antônio Pacheco Fiorillo (FIORILLO, 2015, p. 246) afirma que: 
“(...) será possível a outorga de licença ambiental ainda que o estudo prévio 
de impacto ambiental seja desfavorável. O justif icador desta possibilidade 
decorre do próprio Texto Constitucional, nos seus arts. 170, V e 225, ao 
aludirem à existência do desenvolvimento sustentável, a f im de permitir um 
equilíbrio entre a proteção ao meio ambiente e a livre concorrência, 
norteadores do desenvolvimento econômico. Sendo o EIA/RIMA 
desfavorável, o equilíbrio entre o meio ambiente ecologicamente equilibrado 
e o desenvolvimento econômico será objeto de estudo da Administração 
para a concessão ou não da licença ambiental. Dentro da análise do 
licenciamento ambiental, são imprescindíveis algumas considerações 
acerca do estudo prévio de impacto ambiental e seu respectivo relatório 
(EIA/RIMA). Primeiramente, cumpre estabelecer que o EIA/RIMA nem 
sempre é obrigatório, porquanto, o próprio Texto Constitucional condiciona a 
existência desse instrumento às obras e atividades potencialmente 
 
 
 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
causadoras de signif icativa degradação ambiental (art. 225, §1º, IV), e nem 
toda atividade econômica possui essa característica. Deve-se observar que 
a existência de um EIA/RIMA favorável condicional a autoridade à outorga 
da licença ambiental, existindo, dessa feita, o direito de o empreendedor 
desenvolver sua atividade econômica. Temos nessa hipótese o único caso 
de uma licença ambiental vinculada. De fato, se a defesa do meio ambiente 
é limitadora da livre iniciativa (art. 170, VI), e inexistem danos àqueles, não 
haverá razão para que o empreendimento não seja desenvolvido. Por outro 
lado, se o EIA/RIMA mostra-se desfavorável. Totalmente ou em parte, 
caberá à Administração, segundo critérios de conveniência e oportunidade, 
avaliar a concessão ou não da licença ambiental, porquanto, como já foi 
realçado, o desenvolvimento sustentável é princípio norteador da 
preservação do meio ambiente e do desenvolvimento da ordem econômica. 
Essa possibilidade retrata uma discricionariedade sui generis. 
Evidentemente, a concessão da licença deverá ser fundamentada, atacando 
cada um dos pontos que se mostram impactantes, ao meio ambiente, sob 
pena de ferir o preceito contido no art. 37 da Constituição Federal.” 
 
1.4 Revogação, suspensão, anulação e cassação da licença ambiental 
 
Neste ponto da matéria, podemos destacar o art. 19 da Resolução CONAMA 
237/97, que adota a premissa de que não há direito adquirido a poluir. Ou seja, o 
órgão ambiental competente poderá modificar os condicionantes fixados na ocasião 
do deferimento da licença ambiental, desde que por ato motivado, sendo tal 
dispositivo adotadopela jurisprudência pátria em diversos julgados. 
“Art. 19, Resolução 237/97 CONAMA. O órgão ambiental competente, 
mediante decisão motivada, poderá modif icar os condicionantes e as 
medidas de controle e adequação, suspender ou cancelar uma licença 
expedida, quando ocorrer: 
I - violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais; 
II - omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a 
expedição da licença; 
III - superveniência de graves riscos ambientais e de saúde.” 
 
“AMBIENTAL. ATIVIDADES MADEIREIRAS. CADASTRO EM SISTEMA 
PRÓPRIO DE CONTROLE E PROTEÇÃO. REQUISITOS PARA O 
CADASTRAMENTO. DESCUMPRIMENTO. EVENTUAL OCORRÊNCIA DE 
FRAUDE NA OPERAÇÃO DO SISTEMA. SUSPENSÃO DO CADASTRO E 
DA LICENÇA AMBIENTAL SEM MANIFESTAÇÃO DA EMPRESA 
AFETADA. CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA DIFERIDOS. 
POSSIBILIDADE. BUSCA PELA PRESERVAÇÃO AMBIENTAL. [...] 10. A 
suspensão do cadastro, no caso, encontra amparo não só na necessidade 
genérica de preservação do meio ambiente (art. 225 da Constituição da 
República vigente)- na medida em que as atividades que envolvem a 
extração e comercialização de madeira são potencialmente lesivas ao 
patrimônio ambiental -, mas também na norma específ ica do art. 19 da 
Resolução Conama n. 237/97 - pela qual "[o] órgão ambiental competente, 
mediante decisão motivada, poderá modif icar os condicionantes e as 
medidas de controle e adequação, suspender ou cancelar uma licença 
expedida, quando ocorrer: I - violação ou inadequação de quaisquer 
condicionantes ou normas legais; II - omissão ou falsa descrição de 
informações relevantes que subsidiaram a expedição da licença; III - 
 
 
 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
superveniência de graves riscos ambientais e de saúde". No caso em tela, 
há enquadramento nos três incisos. 11. Não há ofensa ao princípio do 
devido processo legal porque, embora a suspensão da licença tenha se 
dado em caráter inicial, sem a possibilidade de manifestação da recorrente, 
o contraditório e a ampla defesa serão (ou deverão ser) respeitados durante 
a sindicância aberta para averiguar as f raudes (Portarias n. 72/2006 e 
105/2006). Trata-se, portanto, de contraditório e ampla defesa diferidos, e 
não inexistentes.” (STJ, RMS 25488/ MT, 01/09/2009). 
 
1.5 Espécies de licenças e prazos 
 
Em regra, temos três espécies de licenças ambientais, conforme o quadro 
confeccionado para melhor memorização, consumando o licenciamento trifásico. 
 
Quadro 1: Espécies de licenças ambientais 
Espécie Conceito Prazo 
Licença 
Prévia 
Será concedida na fase preliminar 
do planejamento do 
empreendimento ou atividade, 
aprovando sua localização e 
concepção, atestando a viabilidade 
ambiental e estabelecendo os 
requisitos básicos e condicionantes 
a serem atendidos nas próximas 
fases de sua implementação. 
Até cinco anos, prorrogáveis 
dentro deste limite, 
contemplando, o prazo mínimo, 
estabelecido pelo cronograma de 
elaboração dos planos, 
programas e projetos relativos ao 
empreendimento ou à atividade 
(art. 18, I, Resolução CONAMA 
n. 237/97). 
Licença de 
Instalação 
Autoriza a instalação do 
empreendimento ou da atividade de 
acordo com as especificações 
constantes dos planos, programas e 
projetos aprovados, incluindo as 
medidas de controle ambiental e 
demais condicionantes, da qual 
constituem motivo determinante. 
Até seis anos, prorrogáveis 
respeitando este limite máximo, 
contemplando, no mínimo, o 
estabelecido pelo cronograma de 
instalação do empreendimento 
ou atividade (art. 18, II, 
Resolução CONAMA n. 237/97). 
Licença de 
Operação 
Autoriza a operação da atividade ou 
do empreendimento, após a 
verificação do efetivo cumprimento 
Entre quatro e dez anos, 
podendo ser renovada dentro 
deste período, devendo seu 
 
 
 
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do que consta das licenças 
anteriores, com as medidas de 
controle ambiental e condicionantes 
determinados para a operação. 
pedido ser solicitado no prazo de 
antecedência mínima de 120 
dias, ficando renovada 
automaticamente até a 
manifestação do licenciante (art. 
18, § 4º, Resolução CONAMA n. 
237/97). O empreendimento que 
for operado sem esta licença 
constituirá crime do art. 60, da 
Lei de Crimes Ambientais. 
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2019. 
 
Primeiramente, é importante saber que as licenças em destaque serão 
concedidas de forma sucessiva. Logo, para que se obtenha a licença de instalação, 
é indispensável que o empreendimento possua a licença prévia ou isoladamente. 
Embora haja a menção de três licenças, a depender da atividade, poderemos 
ter mais licenças a serem pleiteadas durante o licenciamento ambiental. Como 
também, no caso de o empreendimento não trazer significativo impacto ambiental, 
nos termos do art. 12, da Resolução CONAMA 237/97, poderá ser dispensado o 
licenciamento trifásico e a adoção do licenciamento monofásico. 
O órgão ambiental competente possuirá o prazo de seis meses para anál ise do 
pleito das licenças, podendo este prazo máximo ser de até doze meses, caso haja 
audiência pública e/ou elaboração do EIA/RIMA, sendo possível que tais prazos 
sejam suspensos acaso o empreendedor deva apresentar documentos ou 
esclarecimentos. Se tais prazos não forem respeitados, haverá a possibilidade de 
atuação supletiva de um órgão ambiental de outro ente. É importante mencionar que 
ocorrerá tal atuação supletiva em caso de decurso do prazo, não havendo a emissão 
tácita de licenças em caso de omissão do órgão competente primário. 
Art. 14. Os órgãos licenciadores devem observar os prazos estabelecidos 
para tramitação dos processos de licenciamento. 
§ 1º As exigências de complementação oriundas da análise do 
empreendimento ou atividade devem ser comunicadas pela autoridade 
licenciadora de uma única vez ao empreendedor, ressalvadas aquelas 
decorrentes de fatos novos. 
§ 2º As exigências de complementação de informações, documentos ou 
estudos feitas pela autoridade licenciadora suspendem o prazo de 
 
 
 
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aprovação, que continua a f luir após o seu atendimento integral pelo 
empreendedor. 
§ 3º O decurso dos prazos de licenciamento, sem a emissão da licença 
ambiental, não implica emissão tácita nem autoriza a prática de ato que dela 
dependa ou decorra, mas instaura a competência supletiva referida no art. 
15. 
§ 4º A renovação de licenças ambientais deve ser requerida com 
antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo 
de validade, f ixado na respectiva licença, f icando este automaticamente 
prorrogado até a manifestação def initiva do órgão ambiental competente. 
 
1.6 Poder de Polícia Ambiental 
 
O conceito de poder de polícia é previsto no art. 78 do Código Tributário 
Nacional, o qual prevê que: 
“considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, 
limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade,regula a prática de 
ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à 
segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do 
mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de 
concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao 
respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos” 
 
Diferentemente do Direito Administrativo, no Direito Ambiental, a natureza 
jurídica do poder de polícia é vinculada, uma vez que o caput do art. 225 da CF/88 
atribui ao Poder Público a incumbência de proteger o meio ambiente. Vale recordar 
que a competência para licenciar e a competência para fiscalizar não se confundem 
(STJ, REsp 1307317/SC, j. 23.10.2015), conforme já verificado. 
O poder de polícia ambiental atuará de forma preventiva, por exemplo, no 
licenciamento ambiental, instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente e de 
forma repressiva, como no caso da aplicação de uma multa por prática de uma 
infração administrativa ambiental. 
Por conta do exercício do poder de polícia ambiental, nos termos do art. 77 do 
CTN, nada impede que os entes da Federação instituam taxas. No caso, cita-se a 
Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental criada por meio da edição da Lei 
10.165/2000, sendo que a competência tributária (indelegável) é da União, 
delegando a capacidade tributária (art. 7º, CTN) para a autarquia federal do IBAMA, 
que tem atribuição para cobrar, executar e fiscalizar tal tributo. 
Nada impede, porém, que os demais entes também criem suas respectivas 
taxas de controle ambiental, sendo que parte do quantum pago pelo contribuinte, 
 
 
 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
pelo ente diverso deverá ser compensada no valor da taxa de controle e fiscalização 
ambiental criada pela União. Ademais, o IBAMA poderá celebrar convênios com os 
demais entes com a finalidade de desempenharem atividades de fiscalização, 
repassando parcela da receita derivada da arrecadação da taxa federal. 
Interessa mencionar que a referida taxa federal será devida por 
estabelecimento, sendo que se este exercer mais de uma atividade objeto de 
fiscalização, o contribuinte estará sujeito a um único valor referente ao da atividade 
que corrobora para o valor mais elevado. 
Há algumas situações de isenção da taxa de controle e fiscalização ambiental 
quanto às entidades públicas federais, distritais, estaduais e municipais, bem como 
para as entidades filantrópicas, as populações tradicionais e os sujeitos que 
praticam atividade de subsistência. 
Ainda sobre o exercício do poder de polícia ambiental, alguns aspectos 
merecem destaque, consoante menciona Frederico Amado (AMADO, 2018, p. 159 - 
160): 
De sua vez, no que concerne à natureza executória dos atos administrativos 
ambientais, a questão merece ref lexão, não se podendo af irmar, de plano, 
se poderão ser realizados sem a intervenção do Poder Judiciário, ante a 
presença de direitos fundamentais com muito peso e da Cláusula da 
Reserva de Jurisdição. Realmente, a questão deve ser casuística, devendo 
ser lastreada pela urgência na execução do ato administrativo, bem como 
pela presença de lei em sentido estrito, permitindo a execução 
administrativa. É certo que a multa é uma sanção em decorrência da prática 
de uma inf ração administrativa. Em sã consciência, ninguém terá a absurda 
ideia de sustentar que a Administração Pública Ambiental, para arrecadá-la, 
atuará diretamente sem a intervenção do Poder Judiciário, pois inexiste 
previsão legal para tanto (se existisse, seria inconstitucional, ante a garantia 
fundamental do devido processo legal) e não há urgência na cobrança. Ao 
revés, situação diversa será posta. Suponha-se que o IBAMA f lagre uma 
pessoa pescando em período proibido, sendo curial uma atuação 
administrativa cautelar consistente na apreensão dos equipamentos e do 
pescado (instrumentos e produto do ilícito). Neste caso, há f lagrante 
urgência, sendo óbvio que a atuação administrativa não pode esperar uma 
tutela jurisdicional, sob pena de inocuidade, sem prejuízo do ulterior exame 
da legalidade do ato pelo Poder Judiciário. O mais importante é a atuação 
preventiva do poder de polícia ambiental, que deve ser prioritária, porquanto 
normalmente o dano ambiental não é reparável em espécie, cabendo a 
atuação repressiva em caráter supletivo. Esse poder se manifesta 
especialmente por meio da f iscalização (em que poderão ser impostas 
medidas administrativas, sancionatórias ou cautelares) e do licenciamento 
ambiental. 
 
 
 
 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos , i ncl usive fo tocópias o u 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
1.7 Competência para o licenciamento 
 
A Lei Complementar n. 140/2011 traz a competência dos entes da federação 
para proceder ao licenciamento. Também temos o Decreto 8.437/2015 que 
estabeleceu tipologias de empreendimentos e demais atividades, cuja competência 
para licenciar será da União, como portos organizados, exploração e produção de 
petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluídos. 
Primeiramente, são considerados como critérios principais: o da dominialidade 
do bem e da extensão do impacto ambiental. Pelo primeiro critério, devemos 
observar os bens públicos pertencentes aos entes, conforme já estudado em 
unidade anterior. Já pelo segundo teremos que, se for um impacto local, o que não 
ultrapassa as fronteiras de um território de um município, a competência será do 
ente municipal; se o impacto for estadual, isto é, que não ultrapasse o território de 
um Estado da federação, mas ultrapasse os limites de um município, a competência 
será estadual e; por fim, acaso o impacto seja regional ou nacional, ultrapassando 
as fronteiras de um Estado de modo a abarcar outros, a competência será da União. 
Outro critério que se destaca é quanto à instituição de unidades de 
conservação da natureza, embora tal critério não seja aplicável às APAS, conforme 
o art. 12, da LC 140/2011. 
Primeiramente, quanto à União, por meio do IBAMA, temos o art. 7º, XIV: 
XIV - promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e 
atividades: 
a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; 
b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental 
ou na zona econômica exclusiva; 
c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas; 
d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas 
pela União, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); 
e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados; 
f ) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos 
de ato do Poder Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das 
Forças Armadas, conforme disposto na Lei Complementar no 97, de 9 de 
junho de 1999; 
g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, benef iciar, transportar, 
armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem 
energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante 
parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen); ou 
h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir 
de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação 
de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), e 
considerados os critérios de porte, potencial poluidor e naturezada 
atividade ou empreendimento. 
 
 
 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos , i ncl usive fo tocópias o u 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
O STJ já compreendeu ser viável que uma atividade que resulte em um 
impacto local seja licenciada por meio do IBAMA, e não por parte do órgão 
municipal, caso se localize em territórios de dois ou mais entes federativos (STJ, 
RMS, 41551, j. 22.04.2014). 
Por conta da lacuna na legislação quanto aos critérios adotados de forma 
expressa, ora a jurisprudência compreende que prevalece o critério da extensão do 
dano em face da dominialidade do bem, ora o contrário. Há várias decisões dos 
TRFs adotando a cada momento um critério. 
Acaso não seja competência da União, deveremos verificar se é competência 
dos municípios, conforme o art. 9º: 
Art. 9º São ações administrativas dos Municípios: 
XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas 
nesta Lei Complementar, promover o licenciamento ambiental das 
atividades ou empreendimentos: 
a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, 
conforme tipologia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio 
Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluid or e natureza 
da atividade; ou 
b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, 
exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs). 
 
Aqui vale destacar que a regra é que se o impacto ambiental for local, será 
competência do ente municipal para licenciar, nos termos do art. 6º, da Resolução 
CONAMA 237/97, embora caiba aos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente a 
definição da competência do Município quanto aos critérios de porte, potencial 
poluidor e natureza da atividade. Entretanto, tal critério não é aplicável quanto às 
unidades de conservação instituídas pelos municípios, salvo quanto às APAs. 
Já os Estados, possuem competência para licenciar, nos termos do art. 8º, XIV: 
Art. 8º São ações administrativas dos Estados: 
XIV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou 
empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou 
potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar 
degradação ambiental, ressalvado o disposto nos arts. 7º e 9º. 
 
Percebe-se que a competência estatal para o licenciamento ambiental é 
residual, uma vez que o artigo é expresso quanto à ressalva à União e aos 
Municípios. Quanto ao critério do ente instituidor da unidade de conservação da 
natureza, este será aplicável, salvo quanto às APAs. Por fim, o Distrito Federal 
acumulará as competências municipais e estaduais, conforme o art. 10. 
 
 
 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos , i ncl usive fo tocópias o u 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Embora a referida lei venha para solucionar eventuais conflitos, ainda temos 
discordâncias entre os entes. Por conta disso, pode surgir uma dúvida quanto à 
possibilidade do mesmo empreendimento ser objeto de vários licenciamentos 
ambientais promovidos por diversos entes. O art. 13 da LC 140/2011 veda 
expressamente o licenciamento múltiplo, cabendo, apenas, a um único ente. Assim, 
deve-se tomar cuidado, pois, antes da edição da lei, a jurisprudência não observava 
tal vedação, compreendendo ser possível o licenciamento múltiplo (STJ, REsp 
588022/SC, j. 05.04.2004). 
Um outro aspecto importante da competência para licenciar é quanto aos 
termos “atuação supletiva”, ou seja, uma substituição, e “atuação subsidiária”, uma 
verdadeira colaboração que o art. 2º da LC 140/2011 traz. A atuação supletiva 
corrobora para a substituição de um órgão ambiental do ente competente por outro 
órgão ambiental de outro ente federativo, quando ocorrer alguma situação do art. 15. 
Já a atuação subsidiária se trata da colaboração de um órgão ambiental de um ente 
que não é competente para o licenciamento ao órgão ambiental do ente competente, 
prestando-lhe informações que tenha sobre o local onde aquele empreendimento 
poderá vir a ser instalado, por exemplo. 
Art. 15. Os entes federativos devem atuar em caráter supletivo nas ações 
administrativas de licenciamento e na autorização ambiental, nas seguintes 
hipóteses: 
I - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente no 
Estado ou no Distrito Federal, a União deve desempenhar as ações 
administrativas estaduais ou distritais até a sua criação; 
II - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente 
no Município, o Estado deve desempenhar as ações administrativas 
municipais até a sua criação; e 
III - inexistindo órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente 
no Estado e no Município, a União deve desempenhar as ações 
administrativas até a sua criação em um daqueles entes federativos. 
 
Importa destacar que, por ausência de previsão, não podem os órgãos 
municipais e estaduais, conforme a doutrina, atuarem de forma supletiva caso o 
IBAMA seja omisso. 
 
 
 
 
 
 
 
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1.8 Licenciamento federal 
 
Na esfera da União, caberá ao IBAMA, autarquia federal, a competência para 
proceder ao licenciamento ambiental. Lembrando que, nos termos do art. 7º da Lei 
Complementar 140/2011, compete ao IBAMA: 
XIV - promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e 
atividades: 
a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; 
b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental 
ou na zona econômica exclusiva; 
c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas; 
d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas 
pela União, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); 
e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados; 
f ) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos 
de ato do Poder Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das 
Forças Armadas, conforme disposto na Lei Complementar no 97, de 9 de 
junho de 1999; 
g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, benef iciar, transportar, 
armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem 
energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante 
parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen); ou 
h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir 
de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação 
de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), e 
considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da 
atividade ou empreendimento. 
 
A partir deste dispositivo, caberá ao órgão federal o licenciamento ambiental de 
diversas atividades e empreendimentos, tais como: usinas hidrelétricas, portos, 
dutos, ferrovias, hidrovias, exploração do calcário marinho, instalações nucleares, 
entre outros. 
Como já mencionado, o Decreto 8.437, de 23 de abril de 2015, veio a 
regulamentar o art. 7º da Lei Complementar 140/2011. É importante conhecer o art. 
3º do referido Decreto que detalha a competência federal: 
Art. 3º Sem prejuízo das disposições contidas no art. 7º, caput, incisoXIV, 
alíneas “a” a “g”, da Lei Complementar nº 140, de 2011, serão licenciados 
pelo órgão ambiental federal competente os seguintes empreendimentos ou 
atividades: 
I - rodovias federais: 
a) implantação; 
b) pavimentação e ampliação de capacidade com extensão igual ou 
superior a duzentos quilômetros; 
c) regularização ambiental de rodovias pavimentadas, podendo ser 
contemplada a autorização para as atividades de manutenção, 
conservação, recuperação, restauração, ampliação de capacidade e 
melhoramento; e 
 
 
 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos , i ncl usive fo tocópias o u 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
d) atividades de manutenção, conservação, recuperação, restauração e 
melhoramento em rodovias federais regularizadas; 
II - ferrovias federais: 
a) implantação; 
b) ampliação de capacidade; e 
c) regularização ambiental de ferrovias federais; 
III - hidrovias federais: 
a) implantação; e 
b) ampliação de capacidade cujo somatório dos trechos de intervenções 
seja igual ou superior a duzentos quilômetros de extensão; 
IV - portos organizados, exceto as instalações portuárias que movimentem 
carga em volume inferior a 450.000 TEU/ano ou a 15.000.000 ton/ano; 
V - terminais de uso privado e instalações portuárias que movimentem 
carga em volume superior a 450.000 TEU/ano ou a 15.000.000 ton/ano; 
VI - exploração e produção de petróleo, gás natural e outros 
hidrocarbonetos f luidos nas seguintes hipóteses: 
a) exploração e avaliação de jazidas, compreendendo as atividades de 
aquisição sísmica, coleta de dados de fundo (piston core), perfuração de 
poços e teste de longa duração quando realizadas no ambiente marinho e 
em zona de transição terra-mar (of fshore); 
b) produção, compreendendo as atividades de perfuração de poços, 
implantação de sistemas de produção e escoamento, quando realizada no 
ambiente marinho e em zona de transição terra-mar (of fshore); e 
c) produção, quando realizada a partir de recurso não convencional de 
petróleo e gás natural, em ambiente marinho e em zona de transição terra-
mar (of fshore) ou terrestre (onshore), compreendendo as ativid ades de 
perfuração de poços, f raturamento hidráulico e implantação de sistemas de 
produção e escoamento; e 
VII - sistemas de geração e transmissão de energia elétrica, quais sejam: 
a) usinas hidrelétricas com capacidade instalada igual ou superior a 
trezentos megawatt; 
b) usinas termelétricas com capacidade instalada igual ou superior a 
trezentos megawatt; e 
c) usinas eólicas, no caso de empreendimentos e atividades of fshore e zona 
de transição terra-mar. 
§ 1º O disposto nas alíneas “a” e “b” do inciso I do caput, em qualquer 
extensão, não se aplica nos casos de contornos e acessos rodoviários, 
anéis viários e travessias urbanas. 
§ 2º O disposto no inciso II do caput não se aplica nos casos de implantação 
e ampliação de pátios ferroviários, melhoramentos de ferrovias, implantação 
e ampliação de estruturas de apoio de ferrovias, ramais e contornos 
ferroviários. 
§ 3º A competência para o licenciamento será da União quando 
caracterizadas situações que comprometam a continuidade e a segurança 
do suprimento eletroenergético, reconhecidas pelo Comitê de 
Monitoramento do Setor Elétrico - CMSE, ou a necessidade de sistemas de 
transmissão de energia elétrica associados a empreendimentos 
estratégicos, indicada pelo Conselho Nacional de Política Energética - 
CNPE. 
 
É preciso ainda destacar que, no que concerne às rodovias federais, não será 
competência do IBAMA, quanto à pavimentação e implantação, proceder ao 
licenciamento em relação aos contornos e acessos rodoviários, bem como às 
travessias urbanas e aos anéis viários. 
 
 
 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos , i ncl usive fo tocópias o u 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Paulo de Bessa Antunes (ANTUNES, 2016, p. 235) explica que: 
O Decreto Federal n. 8.437/2015 estabeleceu que os processos de 
licenciamento e autorização ambiental das atividades e empreendimentos, 
classif icados na tipologia, iniciados em data anterior à publicação do 
Decreto (23/04/2015), terão sua tramitação mantida perante os órgãos 
originários até o término da vigência da licença de operação, cuja 
renovação caberá ao ente federativo competente. Caso o pedido de 
renovação da licença de operação tenha sido protocolado no órgão 
ambiental originário em data anterior à 23/04/2015, a renovação caberá ao 
referido órgão. Já os pedidos de renovação posteriores à data da 
publicação do Decreto serão realizados pelos entes federativos 
competentes, nos termos do Decreto Federal n. 8.437/2015. 
 
O mesmo autor (ANTUNES, 2016, p. 236) compreende que o Decreto em 
questão buscou uma centralização do procedimento de licenciamento ambiental no 
âmbito federal. 
 
1.8.1 Órgãos externos 
Devido ao conceito amplo de meio ambiente, verifica-se uma tendência na 
participação de órgãos externos no processo de licenciamento ambiental, a qual é 
regulamentada por meio da Portaria Interministerial MMA/MJ/MC/MS n. 60, assim 
como por instruções normativas , como a Instrução Normativa FUNAI n. 02, de 27 de 
março de 2015, que estabelece os procedimentos administrativos a serem 
observados pela Fundação Nacional do Índio – FUNAI, quando instada a se 
manifestar nos processos de licenciamento ambiental federal, estadual e municipal, 
em razão da existência de impactos socioambientais e culturais aos povos e terras 
indígenas decorrentes da atividade ou empreendimento objeto do licenciamento. 
Tal ato administrativo estabelece procedimentos administrativos que 
disciplinam a atuação da Fundação Nacional do Índio – Funai, da Fundação Cultural 
Palmares – FCP, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan e 
do Ministério da Saúde nos processos de licenciamento ambiental de competência 
do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – 
Ibama. 
Nos termos da Portaria Interministerial em questão, caberá ao IBAMA, no início 
do procedimento ambiental, solicitar informações ao empreendedor sobre possíveis 
interferências a serem realizadas nas terras indígenas, quilombolas, bens culturais e 
em áreas de competência de licenciamento ambiental de outros entes. Acaso o 
 
 
 
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proponente se omita quanto tais informações a serem prestadas mediante a 
elaboração da Ficha de Caracterização das Atividades (FCA), será apurada a 
respectiva responsabilidade. Este ato presume a intervenção: 
I - em terra indígena, quando a atividade ou o empreendimento submetido 
ao licenciamento ambiental localizar-se em terra indígena ou apresentar 
elementos que possam ocasionar impacto socioambiental direto na terra 
indígena, respeitados os limites do Anexo I; 
II - em terra quilombola, quando a atividade ou o empreendimento 
submetido ao licenciamento ambiental localizar-se em terra quilombola ou 
apresentar elementos que possam ocasionar impacto socioambiental direto 
na terra quilombola, respeitados os limites do Anexo I; 
III - quando a área de inf luência direta da atividadeou o empreendimento 
submetido ao licenciamento ambiental localizar-se em área onde foi 
constatada a ocorrência dos bens culturais acautelados referidos no inciso II 
do caput do art. 2º; e 
IV - quando a atividade ou o empreendimento localizar-se em municípios 
pertencentes às áreas de risco ou endêmicas para malária. 
 
Vale destacar que, conforme o art. 4º, no termo de referência (TR) do estudo 
ambiental exigido pelo Ibama para o licenciamento ambiental, deverão constar as 
exigências de informações e de estudos específicos compreendidos nos termos de 
referência específicos (TREs) para a intervenção da atividade ou do 
empreendimento em terra indígena, em terra quilombola, em bens culturais 
acautelados e em municípios pertencentes às áreas de risco ou endêmicas para 
malária. No TR deve ser dada especial atenção aos aspectos locacionais e de 
traçado da atividade ou do empreendimento e às medidas para a mitigação e o 
controle dos impactos a serem consideradas pelo Ibama quando da emissão das 
licenças pertinentes. 
O Ibama encaminhará para a direção do setor responsável pelo licenciamento 
ambiental do órgão ou entidade envolvido, no prazo de até dez dias consecutivos, 
contado da data do requerimento de licenciamento ambiental, a solicitação de 
manifestação e disponibilizará a FCA em seu sítio eletrônico. Os órgãos e entidades 
envolvidos deverão manifestar-se junto ao Ibama no prazo de quinze dias 
consecutivos, contado da data do recebimento da solicitação de manifestação, 
sendo que tal lapso temporal poderá ser prorrogado pela autarquia federal ambiental 
em até dez dias. 
Após o recebimento dos estudos ambientais, o Ibama, no prazo de trinta dias, 
no caso de EIA/RIMA, e de quinze dias, nos demais casos, solicitará manifestação 
dos órgãos e entidades envolvidos. Estes, por sua vez, deverão apresentar ao 
 
 
 
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Ibama manifestação conclusiva sobre o estudo ambiental exigido para o 
licenciamento, nos prazos de até noventa dias, no caso de EIA/RIMA, e de até trinta 
dias, nos demais casos, contados da data de recebimento da solicitação, 
considerando os termos do art. 7º: 
I - no caso da Funai, a avaliação dos impactos provocados pela atividade ou 
pelo empreendimento em terras indígenas e a apreciação da adequação 
das propostas de medidas de controle e de mitigação decorrentes desses 
impactos; 
II - no caso da FCP, a avaliação dos impactos provocados pela atividade ou 
pelo empreendimento em terra quilombola e a apreciação da adequação 
das propostas de medidas de controle e de mitigação decorrentes desses 
impactos; 
III - no caso do Iphan, a avaliação dos impactos provocados pela atividade 
ou pelo empreendimento nos bens culturais acautelados de que trata esta 
Portaria e a apreciação da adequação das propostas de medidas de 
controle e de mitigação decorrentes desses impactos; e 
IV - no caso do Ministério da Saúde, a avaliação e a recomendação acerca 
dos impactos sobre os fatores de risco para a ocorrência de casos de 
malária, na hipótese de a atividade ou o empreendimento localizar-se em 
áreas de risco ou endêmicas para malária. 
§ 1º - O Ministério da Saúde publicará anualmente, em seu sítio eletrônico 
of icial, os Municípios pertencentes às áreas de risco ou endêmicas para 
malária. 
§ 2º - O Ibama consultará o Ministério da Saúde sobre os estudos 
epidemiológicos e os programas destinados ao controle da malária e seus 
vetores propostos e a serem conduzidos pelo empreendedor. 
§ 3º - Em casos excepcionais, devidamente justif icados,o órgão ou entidade 
envolvida poderá requerer a prorrogação do prazo em até quinze dias para 
a entrega da manifestação ao Ibama. 
§ 4º - A ausência de manifestação dos órgãos e entidades no prazo 
estabelecido não implicará prejuízo ao andamento do processo de 
licenciamento ambiental, nem para a expedição da respectiva licença. 
§ 5º - Os órgãos e entidades poderão exigir uma única vez, mediante 
decisão motivada, esclarecimentos, detalhamento ou complementação de 
informações, com base no termo de referência específ ico, a serem 
entregues pelo empreendedor no prazo de até sessenta dias, no caso de 
EIA/RIMA, e vinte dias, nos demais casos. 
§ 6º - A contagem do prazo previsto no caput será suspensa durante a 
elaboração dos estudos ambientais complementares ou a preparação de 
esclarecimentos referida no § 5º, a partir da data de comunicação ao 
empreendedor. 
§ 7º - O Ibama deve ser comunicado sobre a suspensão de prazo a que se 
refere o § 6º. 
§ 8º - Os prazos estipulados no § 5º poderão ser alterados, desde que 
justif icados e com a concordância do empreendedor e do Ibama. 
§ 9º - Ressalvada a hipótese prevista no § 8º, o não cumprimento dos 
prazos estipulados no § 5º sujeitará o empreendedor ao arquivamento do 
seu pedido de licença. 
§ 10 - O arquivamento do processo de licenciamento não impedirá a 
apresentação de novo requerimento de licença, que deverá obedecer aos 
procedimentos estabelecidos nos atos normativos pertinentes, mediante 
novo pagamento de custo de análise. 
§ 11 - A manifestação dos órgãos e entidades deverá ser conclusiva, 
apontar a existência de eventuais óbices ao prosseguimento do processo de 
 
 
 
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licenciamento e indicar as medidas ou condicionantes consideradas 
necessárias para superá-los. 
§ 12 - As condicionantes e medidas indicadas na manifestação dos órgãos 
e entidades deverão guardar relação direta com os impactos identif icados 
nos estudos apresentados pelo empreendedor, decorrentes da implantação 
da atividade ou empreendimento, e deverão ser acompanhadas de 
justif icativa técnica. 
 
Outro ponto interessante a respeito dos órgãos externos é quanto ao 
licenciamento ambiental em unidades de conservação da natureza. Para tanto, é 
indispensável conhecer o art. 36 da Lei n. 9.985/2000: 
Art. 36. Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de 
signif icativo impacto ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental 
competente, com fundamento em estudo de impacto ambiental e respect ivo 
relatório - EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e 
manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral, de 
acordo com o disposto neste artigo e no regulamento desta Lei. 
§ 3º Quando o empreendimento afetar unidade de conservação específ ica 
ou sua zona de amortecimento, o licenciamento a que se refere o caput 
deste artigo só poderá ser concedido mediante autorização do órgão 
responsável por sua administração, e a unidade afetada, mesmo que não 
pertencente ao Grupo de Proteção Integral, deverá ser uma das 
benef iciárias da compensação def inida neste artigo. 
 
Nada impede que o gestor da unidade de conservação venha a vetar 
determinado projeto por ser prejudicial ao meio ambiente. 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 2 – CASOS DE LICENCIAMENTOS ESPECÍFICOS E 
RESPONSABILIDADES 
 
2.1 Licenciamentona indústria do petróleo 
 
Esse assunto é de extrema importância no ponto de licenciamento ambiental, 
uma vez que, embora o pré-sal, área de reservas petrolíferas abaixo de uma 
profunda camada de sal, ainda não tenha tido sua exploração viabilizada, por conta 
de vários fatores, como a corrupção na seara política brasileira, a qual sucateou a 
Petrobras, petroleira que já foi considerada como uma das maiores do mundo, além 
de legislações que dificultavam investimentos consideráveis no polígono por parte 
de outras petroleiras estrangeiras; atualmente, com o novo governo, a partir da 
participação do Ministro Paulo Guedes no Senado Federal, em 27/03/2019, 
pretende-se uma exploração eficaz da área e a obtenção significativa de receitas 
originárias a partir do repasse de parte dos royalties aos Estados da Federação. 
Vide uma reportagem recente, sobre o assunto, para que compreenda a 
necessidade do estudo sobre licenciamento na indústria do petróleo: 
Guedes defende mais recursos do pré-sal para estados e municípios. 
Ele quer destinar 70% para governos estaduais e municipais. 
Ao encerrar o Seminário A nova economia liberal, na Fundação Getúlio 
Vargas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse hoje (15) que 
pretende refazer o pacto federativo, para descentralizar os recursos 
enviando mais verbas para os estados e municípios e desvincular as 
receitas para que os gestores tenham mais liberdade de aplicação do 
dinheiro. Para ele, os recursos do petróleo armazenado na camada pré-sal, 
estimados entre US$ 500 bilhões e US$ 1 trilhão para os próximos 15 anos, 
podem ser melhor repartidos entre os entes federados. “Queremos a 
inversão dessa pirâmide de recursos, que está longe do povo. A nossa ideia 
é pegar todo o pré-sal, hoje 70% está com a União e 30% com estados e 
municípios. A minha ideia é 70% para estados e municípios e 30% para o 
governo federal. Se eu quero a descentralização de Poderes e recursos, eu 
tenho que partir dizendo isso. Nós vamos fazer uma transição suave, sem 
tirar nada da União.” 
Disponível em: Agência Brasil 
http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2019-03/guedes-defende-
mais-recursos-do-pre-sal-para-estados-e-municipios Acesso em 02.09.2019 
 
Ademais, em 2018, Shell, Exxon, BP e Chevron e outras petroleiras arrematam 
áreas do pré-sal durante a 5ª rodada de áreas de petróleo e gás no pré-sal: 
Shell, Exxon, BP e Chevron e outras arrematam áreas no pré-sal; Petrobras 
leva uma 
 
http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2019-03/guedes-defende-mais-recursos-do-pre-sal-para-estados-e-municipios
http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2019-03/guedes-defende-mais-recursos-do-pre-sal-para-estados-e-municipios
 
 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos , i ncl usive fo tocópias o u 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A 5ª rodada de áreas de petróleo e gás no 
pré-sal, realizada nesta sexta-feira, consolidou uma maior diversidade de 
petroleiras entre as vitoriosas neste tipo de licitação, ao mesmo tempo em 
que a Petrobras teve uma participação mais tímida no leilão de blocos da 
região petrolífera altamente produtiva. 
Aparecerem entre as ganhadoras a anglo-holandesa Shell, a norte-
americana Exxon Mobil, britânica BP, a chinesa CNOOC e a colombiana 
Ecopetrol, que levou pela primeira vez áreas no pré-sal sob regime de 
partilha. 
A licitação, que arrecadou ao governo brasileiro 6,8 bilhões de reais, apenas 
em bônus de assinatura —nas rodadas sob partilha ganha a disputa quem 
oferta a maior parcela de óleo—, foi marcada também pela participação 
mais tímida da Petrobras, que já tem grandes áreas para serem 
desenvolvidas no pré-sal. 
A atuação da estatal brasileira, contudo, foi avaliada por autoridades até 
como positiva. Isso mostra que país não está mais na dependência de 
apenas uma empresa, disse o diretor-geral da ANP, Décio Oddone. 
“Mostra que o setor é muito maior que a Petrobras, por mais importante e 
simbólica que ela seja”, acrescentou Oddone, destacando que agora o pré-
sal terá seis operadoras (Petrobras, Total, BP, Shell, Equinor e Exxon), nas 
áreas sob regime de partilha. 
Ele estimou que, com os leilões desta sexta-feira, serão investidos no país 
em exploração e produção de petróleo cerca de 1,8 trilhão de reais, nos 
próximos dez anos, o que ajudará o país a se colocar entre os quatro 
maiores produtores de petróleo em meados da próxima década, dobrando 
sua extração. 
VENCEDORES 
O consórcio formado pelas petroleiras Shell e Chevron arrematou o bloco 
Saturno no pré-sal da Bacia de Santos, o primeiro a ser leiloado na licitação 
realizada pela reguladora ANP no Rio de Janeiro. 
O lance de Shell/Chevron somou 70,2 por cento de excedente em óleo à 
União, versus percentual mínimo de 17,54 por cento. 
A Shell é operadora de consórcio com a Chevron, com cada empresa tendo 
50 por cento de participação. 
Já o consórcio formado por Exxon Mobil e QPI, do Catar, levou o bloco de 
Titã no pré-sal da Bacia de Santos, com lance de 23,49 por cento de 
excedente em óleo à União, versus percentual mínimo de 9,53 por cento —
a norte-americana f icou como operadora do consórcio, com 64 por cento de 
participação. 
O consórcio formado pelas companhias BP Energy, Ecopetrol e CNOOC 
arrematou o bloco de Pau Brasil, também no pré-sal da Bacia de Santos, 
com lance de 63,79 por cento de excedente em óleo, versus percentual 
mínimo de 24,82 por cento. 
A BP Energy, operadora do consórcio vencedor, terá 50 de participação, 
Ecopetrol, tem 20 por cento, e CNOOC, 30 por cento. 
Já a Petrobras arrematou o bloco Sudoeste de Tartaruga Verde, no pré-sal 
da Bacia de Campos. A petroleira estatal foi a única a dar lance pelo bloco, 
oferecendo o percentual mínimo de 10,01 por cento de excedente em óleo. 
A estatal tem interesse na área por já contar com concessão em um bloco 
adjacente. 
No leilão do pré-sal anterior, realizado em junho, a Petrobras havia 
reaf irmado seu domínio no pré-sal ao bancar lances elevados que 
garantiram à companhia o status de operadora dos consórcios vencedores 
nos três blocos que foram negociados. 
 
Disponível em: Reuters 
https://br.reuters.com/article/topNews/idBRKCN1M823X-OBRTP Acesso 
em: 02.09.2019 
https://br.reuters.com/article/topNews/idBRKCN1M823X-OBRTP
 
 
 
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Fato é que, mediante os compromissos assumidos por diversos países durante 
a COP 21, os quais trouxeram o Acordo de Paris, de 2015, a matriz energética deve 
ser modificada gradualmente para que as emissões de gás de efeito estufa na 
atmosfera sejam amenizadas. 
Fato é que a humanidade é dependente do petróleo, energia não renovável, e 
tal dependência é questionada por muitos. Modificar hábitos não significa abandonar 
uma fonte energética, mas, procurar alternativas limpas para substituí-la e utilizá-la 
apenas quando for indispensável. 
Logo, a indústria petrolífera é importante para a humanidade, embora a 
dependência exclusiva desta fonte energética não seja benéfica para ela como um 
todo, assim como para o meio ambiente. 
Ademais, a exploração do denominado “ouro negro” deve ser realizada 
observando-se as normas ambientais, com a intenção de amenizar quaisquer 
possibilidades de impactos tanto ao meio ambiente marinho quanto ao meio 
ambiente terrestre, cabendo, não apenas ao IBAMA fazer cumprir tal premissa,mas 
também à Agência Nacional do Petróleo (ANP). 
 
2.1.1 Procedimento 
A Lei n. 9.478, de 6 de agosto de 1997, institui a Política Energética Nacional, 
além do Conselho Nacional de Política Energética e a Agência Nacional do Petróleo, 
tendo como um dos principais objetivos, a preservação do meio ambiente a 
promoção da conservação de energia, nos termos do seu art. 1º, IV. 
Em âmbito mais específico, destaca-se a Resolução CONAMA 23, de 7 de 
dezembro de 1994, a qual regulamenta as atividades de exploração, perfuração e 
produção de petróleo e gás natural (EXPROPER): 
Art. 2º Considera-se como atividade de exploração e lavra de jazidas de 
combustíveis líquidos e gás natural: 
I - A perfuração de poços para identif icação das jazidas e suas extensões; 
II - A produção para pesquisa sobre a viabilidade econômica; 
III - A produção efetiva para f ins comerciais. 
Parágrafo único. Para efeito desta Resolução considera-se atividade a 
implantação e ou operação de empreendimento ou conjunto de 
empreendimentos af ins, localizados numa área geográf ica def inida. 
 
 
 
 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Importa destacar que a redação do art. 4º dessa resolução dispõe que o 
empreendedor articular-se-á com o órgão indigenista oficial, que emitirá orientações 
para o desenvolvimento das atividades, quando estas forem planejadas para áreas 
próximas a áreas indígenas. 
Já no art. 5º, vislumbram-se as espécies de licenças ambientais típicas da 
atividade EXPROPER, as quais trazem características singulares, inclusive no que 
tange aos estudos ambientais correlatos a serem realizados: 
I - LICENÇA PRÉVIA PARA PERFURAÇÃO - LPper, autorizando a 
atividade de perfuração e apresentando, o empreendedor, para a 
concessão deste ato, Relatório de Controle Ambiental - RCA, das atividades 
e a delimitação da área de atuação pretendida; 
II - LICENÇA PRÉVIA DE PRODUÇÃO PARA PESQUISA - LPpro, 
autorizando a produção para pesquisa da viabilidade econômica da jazida, 
apresentando, o empreendedor, para a concessão deste ato, o Estudo de 
Viabilidade Ambiental - EVA; 
III - LICENÇA DE INSTALAÇÃO - LI, autorizando, após a aprovação do EIA 
ou RAA e contemplando outros estudos ambientais existentes na área de 
interesse, a instalação das unidades e sistemas necessários à produção e 
ao escoamento; 
IV - LICENÇA DE OPERAÇÃO - LO, autorizando, após a aprovação do 
Projeto de Controle Ambiental - PCA, o início da operação do 
empreendimento ou das unidades, instalações e sistemas integrantes da 
atividade, na área de interesse. 
 
A própria Resolução, no art. 8º, traz um rol de documentos específicos para 
cada licença ambiental, a serem apresentados: 
a) LICENÇA PRÉVIA PARA PERFURAÇÃO - LPper: requerimento de 
Licença Prévia para Perfuração - LPper; relatório de Controle Ambiental - 
RCA; autorização de desmatamento, quando couber, expedida pelo IBAMA; 
cópia da publicação do pedido de LPper. 
b) LICENÇA PRÉVIA DE PRODUÇÃO PARA PESQUISA - LPpro: 
requerimento de Licença Prévia de Produção para Pesquisa - LPpro; estudo 
de Viabilidade Ambiental - EVA; autorização de desmatamento, quando 
couber, expedida pelo IBAMA; cópia da publicação do pedido de LPpro. 
c) LICENÇA DE INSTALAÇÃO - LI: requerimento de Licença de Instalação - 
LI; relatório de Avaliação Ambiental - RAA ou Estudo de Impacto Ambiental 
- EIA; outros estudos ambientais pertinentes, se houver; autorização de 
desmatamento, quando couber, expedida pelo IBAMA; cópia da publicação 
de pedido de LI. 
d) LICENÇA DE OPERAÇÃO - LO: requerimento de Licença de Operação - 
LO; projeto de Controle Ambiental - PCA; cópia da publicação de pedido de 
LO. 
 
Também há necessidade de estudos ambientais específicos, consoante dispõe 
o art. 6º: 
I - ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL - EIA e respectivo RIMA, de acordo 
com as diretrizes gerais f ixadas pela Resolução CONAMA nº 1, de 23 de 
janeiro de 1986; 
 
 
 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos , i ncl usive fo tocópias o u 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
II - RELATÓRIO DE CONTROLE AMBIENTAL - RCA, elaborado pelo 
empreendedor, contendo a descrição da atividade de perfuração, riscos 
ambientais, identif icação dos impactos e medidas mitigadoras; 
III - ESTUDO DE VIABILIDADE AMBIENTAL - EVA, elaborado pelo 
empreendedor, contendo plano de desenvolvimento da produção para a 
pesquisa pretendida, com avaliação ambiental e indicação das medidas de 
controle a serem adotadas; 
IV - RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL - RAA, elaborado pelo 
empreendedor, contendo diagnóstico ambiental da área onde já se encontra 
implantada a atividade, descrição dos novos empreendimentos ou 
ampliações, identif icação e avaliação do impacto ambiental e medidas 
mitigadoras a serem adotadas, considerando a introdução de 
outros empreendimentos; 
V - PROJETO DE CONTROLE AMBIENTAL - PCA, elaborado pelo 
empreendedor, contendo os projetos executivos de minimização dos 
impactos ambientais avaliados nas fases da LPper, LPpro e LI, com seus 
respectivos documentos. 
 
A Licença de Instalação deverá ser requerida ao órgão ambiental competente, 
ocasião em que o empreendedor deverá apresentar o EIA e o respectivo RIMA, caso 
o empreendimento esteja sendo planejado para a área onde a atividade não esteja 
implantada, ou o RAA para a área onde a atividade já esteja implantada. Caso a 
atividade implantada esteja sujeita à regularização, o RAA deverá contemplar ainda 
todos os empreendimentos localizados na área, o impacto ambiental existente e as 
medidas de controle adotadas até então. A aprovação do RAA será suficiente para 
que o órgão ambiental competente conceda a Licença de Operação da atividade 
implantada, a qual se aplicará igualmente a cada um dos empreendimentos que a 
compõem, nos termos dos artigos 10 e 11, da Resolução CONAMA em comento. 
Uma recente notícia, de 07/12/2018, sobre licenciamento ambiental na indústria 
EXPROPER é quanto ao indeferimento de licença ambiental por parte do IBAMA à 
TOTAL E&P do Brasil, a qual pleiteava a exploração de blocos de gás e petróleo 
localizados na foz do Rio Amazonas. 
Ibama nega licença ambiental para perfuração de petróleo na foz do rio 
Amazonas 
 
Segundo o órgão ambiental, a decisão deve-se a um conjunto de problemas 
técnicos identif icados ao longo do processo de licenciamento. 
 
O Ibama negou a emissão de licença ambiental para a atividade de 
perfuração marítima para exploração de blocos de petróleo e gás 
localizados na foz do Rio Amazonas. A decisão de indeferir o pedido deve-
se, segundo o órgão ambiental, a um “conjunto de problemas técnicos 
identif icados ao longo do processo de licenciamento”. A pedido havia sido 
feito pela empresa Total E&P do Brasil. 
Por meio de um despacho, a presidente do Ibama, Suely Araújo, conf irmou 
o teor de um parecer técnico do instituto, que aponta a existência de 
 
 
 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
“profundas incertezas relacionadas ao Plano de Emergência Individual (PEI) 
do empreendimento, agravadas pela possibilidade de vazamentode óleo”, 
situação que poderia “afetar os recifes biogênicos presentes na região e a 
biodiversidade marinha de forma mais ampla”. 
A conclusão é de que outros problemas identif icados pela equipe técnica da 
Coordenação de Licenciamento Ambiental de Exploração de Petróleo e Gás 
também não foram sanados em documentos apresentados ao Ibama. 
O órgão federal declarou que garantiu “todas as oportunidades possíveis 
para que a empresa Total E&P do Brasil complementasse e esclarecesse 
os problemas técnicos apontados durante o processo”. Neste ano, o Ibama 
emitiu para a setor de petróleo e gás 24 licenças e autorizações para 
atividades sísmicas, 20 para perfuração e 46 para produção. 
 
Disponível em: Estadão 
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,ibama-nega-licenca-
ambiental-para-perfuracao-de-petroleo-na-foz-do-rio-
amazonas,70002637609 
Acesso em 02.09.2019. 
 
Por fim, Paulo de Bessa Antunes (ANTUNES, 2016, p. 266) menciona que 
Vale ressaltar que a Portaria MMA n. 422, de 26 de outubro de 2011, trouxe 
regras específ icas para o licenciamento ambiental federal de atividades e 
empreendimentos de exploração e produção de petróleo e gás natural no 
ambiente marinho e em zona de transição terra-mar. Há disposições sobre 
o licenciamento da pesquisa sísmica (Capítulo II da Portaria), licenciamento 
da perfuração de poços (Capítulo III da Portaria), l icenciamento da 
produção, escoamento de petróleo e gás natural (Capítulo IV da Portaria) e 
do licenciamento do teste de longa duração (Capítulo IV da Portaria). 
 
2.2 Licenciamento ambiental e mineração no Brasil 
 
A Constituição Federal de 1988 estabelece no art. 20, IX, que os recursos 
minerais, inclusive os do subsolo são bens da União; entretanto, não é somente o 
ente Federal que poderá explorá-los comercialmente, possibilitando-se o exercício 
da atividade garimpeira em regiões determinadas, nos termos dos artigos 21 e 174. 
Quanto à competência legislativa, esta será privativa da União (art. 22, XII, CF/88), 
não cabendo aos Estados, Distrito Federal nem aos Municípios tal atribuição. 
Ainda na Constituição, merece relevância o art. 176: 
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os 
potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, 
para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, 
garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra. 
§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos 
potenciais a que se refere o "caput" deste artigo somente poderão ser 
efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse 
nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que 
tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, que estabelecerá 
as condições específ icas quando essas atividades se desenvolverem em 
faixa de f ronteira ou terras indígenas. 
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,ibama-nega-licenca-ambiental-para-perfuracao-de-petroleo-na-foz-do-rio-amazonas,70002637609
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,ibama-nega-licenca-ambiental-para-perfuracao-de-petroleo-na-foz-do-rio-amazonas,70002637609
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,ibama-nega-licenca-ambiental-para-perfuracao-de-petroleo-na-foz-do-rio-amazonas,70002637609
 
 
 
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§ 2º É assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da 
lavra, na forma e no valor que dispuser a lei. 
§ 3º A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado, e as 
autorizações e concessões previstas neste artigo não poderão ser cedidas 
ou transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuência do poder 
concedente. 
§ 4º Não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento do 
potencial de energia renovável de capacidade reduzida. 
 
Assim como o já mencionado §3º, do art. 231: 
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, 
línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que 
tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e 
fazer respeitar todos os seus bens. 
§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais 
energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas 
só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas 
as comunidades afetadas, f icando-lhes assegurada participação nos 
resultados da lavra, na forma da lei. 
 
Por este dispositivo, está nítido que a mineração não está proibida em terras 
indígenas, mas que a atividade deve ser autorizada pelo Congresso Nacional, além 
da necessidade de consulta à comunidade indígena afetada, nos termos da 
Convenção 169, da OIT, assegurando a repartição dos royalties. 
Embora a Carta Magna estimule a exploração dos recursos minerais, também 
há a preocupação quanto aos danos ambientais que essa atividade pode ocasionar 
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. O §2º do art. 225 da CF/88 traz, 
expressamente, a obrigação de reparação do meio ambiente degradado decorrente 
da exploração de recursos minerais. Além da responsabilidade civil ambiental, o 
indivíduo que descumprir o parágrafo mencionado também estará praticando um 
crime contra o meio ambiente, tipificado no art. 55 da Lei n. 9.605/1988: 
Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a 
competente autorização, permissão, concessão ou licença, ou em 
desacordo com a obtida: 
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. 
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a 
área pesquisada ou explorada, nos termos da autorização, permissão, 
licença, concessão ou determinação do órgão competente. 
 
Importa ressaltar que a jurisprudência pátria compreende ser competente à 
Justiça Federal para apreciar eventual ação penal pública incondicionada que tenha 
como objeto este tipo penal, também presente no art. 21 da Lei n. 7.805/89. Vide: 
PROCESSUAL PENAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. EXPLORAÇÃO 
MINERAL SEM PERMISSÃO. ARTIGO 21, DA LEI Nº 7805/89. Compete à 
 
 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos , i ncl usive fo tocópias o u 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Justiça Federal o julgamento de crime de extração ilegal de minérios, pois o 
delito atinge bens da União (artigo 20, IX, CF). Conf lito conhecido para 
declarar competente o Juízo Suscitante. (CC 30.042/MG, Rel. Ministro 
FELIX FISCHER, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 11/10/2000, DJ 
27/11/2000, p. 125) 
 
Por ser uma atividade de alto risco ao meio ambiente, deve ser submetida ao 
licenciamento ambiental para que possa ser exercida licitamente, nos termos dos 
artigos 3, 16 e 17 da Lei n. 7.805/1989, a qual alterou o Decreto-Lei n. 277/1967. 
No art. 17 da referida lei está expressa a possibilidade da realização da 
exploração minerária em unidades de conservação da natureza. Ora, pela redação 
deste dispositivo, conclui-se que nas unidades de conservação em que seja admitida 
a exploração sustentável, a princípio, não se poderá inadmitir a atividade minerária, 
que somente poderá ocorrer se houver demonstração específica de sua nocividade 
no estudo de impacto ambiental elaborado durante o licenciamento ambiental. 
Ademais, quanto aos estudos de impacto ambiental, a Resolução CONAMA n. 
1, de 23 de janeiro de 1986, determina que: 
Art. 2º. Dependerá

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