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MOTORES DE COMBUSTÃO ALTERNATIVOS REAÇÃO DE COMBUSTÃO É uma reação de oxidação, ou seja, reação entre um material com o gás oxigênio (O2) do ar, que é o mais comum, ou O2 puro, que é obtido artificialmente; Em materiais metálicos, a oxidação ocasiona formação de ferrugem, não sendo classificada como reação de combustão; Para que seja considerada uma reação de combustão, a oxidação deve ocorrer com um combustível (gasolina, querosene, gás natural, etc), de modo a ocasionar liberação de energia. MOTORES DE COMBUSTÃO São motores que se aproveitam da energia liberada na combustão para produzirem trabalho. Podem ser de dois tipos: Motores de combustão externa; Motores de combustão interna. MOTORES DE COMBUSTÃO EXTERNA O combustível é queimado fora do motor. Ele tem como vantagem aceitar qualquer tipo de combustível. Era usado nas antigas locomotivas a vapor. MOTOR DE COMBUSTÃO EXTERNA EM LOCOMOTIVAS As primeiras locomotivas apareceram no século XIX, eram propulsionadas por motores a vapor e foram , sem dúvida, as mais populares até o final da Segunda Guerra Mundial. No Brasil eram chamadas popularmente como "Maria-Fumaça", em virtude da densa nuvem de vapor e fumaça produzidas quando em movimento. O recorde absoluto de velocidade de uma locomotiva a vapor foi obtido na Inglaterra, quando a velocidade de 203 km/hora num percurso ligeiramente inclinado. Velocidades semelhantes foram também atingidas na Alemanha e nos Estados Unidos. MOTORES DE COMBUSTÃO EXTERNA EM LOCOMOTIVAS Já no fim do século XX, na América do Norte e na Europa só existiam locomotivas a vapor em uso regular para fins turísticos. No México, o vapor manteve-se com uso comercial até ao fim da década de 1970. Locomotivas a vapor continuam a ser usadas regularmente na China onde o carvão é muito mais abundante do que o petróleo. A Índia trocou o vapor pelo diesel e pela eletricidade na década de 1990. Em algumas zonas montanhosas o vapor continua a ser preferido ao diesel, por ser menos afetado pela reduzida pressão atmosférica. MOTOR DE COMBUSTÃO EXTERNA EM LOCOMOTIVAS MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA Nestes motores, o combustível é queimado no interior do motor. São classificados da seguinte forma: Motores Alternativos (ou motores a pistão): Utilizam a energia da queima do combustível no interior de um cilindro, onde os gases de combustão impulsionam o pistão. O movimento do pistão é transformado em movimento de rotação através de uma biela acoplada a um eixo de manivelas. Motores Ciclo Bryton (popularmente chamados de motores a jato ou motores a reação). MOTORES ALTERNATIVOS O motor a pistão não parte por si só. É preciso girá-lo algumas vezes até ocorrer a primeira combustão no cilindro. O funcionamento do motor ocorre através da repetição de ciclos. Um ciclo é formado pela sequência de etapas. De acordo com o ciclo, os motores alternativos podem ser: Ciclo Otto ou Ciclo Diesel; De acordo com o número de etapas, os motores alternativos pode ser: quatro tempos ou dois tempos. MOTOR CICLO OTTO DE QUATRO TEMPOS Primeiro Tempo: ADMISSÃO Movimento da cabeça do pistão do PMS ao PMI com a válvula de admissão aberta. Nesse tempo ocorre também a primeira fase, que também é denominada por “Admissão”, porque o pistão aspira a mistura de ar e gasolina para dentro do cilindro. Quando o pistão chega ao PMI válvula de admissão fecha-se e a mistura fica presa no cilindro. MOTOR CICLO OTTO DE QUATRO TEMPOS Segundo Tempo: COMPRESSÃO O segundo tempo é denominado compressão e corresponde ao movimento do pistão do PMI ao PMS com duas válvulas fechadas. Nesse tempo ocorre a segunda fase, também chamada de “Compressão”, porque o pistão comprime a mistura de ar e gasolina presa no cilindro. Em princípio, a compressão parece ser um desperdício de trabalho, mas sem a mesma, a combustão produziria pouca potência mecânica e a energia do combustível se perderia sob a forma de calor. MOTOR CICLO OTTO DE QUATRO TEMPOS Terceiro Tempo: TEMPO MOTOR Antes do 3° tempo ocorre a terceira fase denominada “Ignição” quando a vela produz uma faísca dando início à quarta fase denominada “Combustão”. O 3° tempo corresponde à descida da cabeça do pistão do PMS até o PMI, provocada pela forte pressão dos gases que se expandem. Essa é a quinta fase do funcionamento do motor e chama-se “Expansão”. O motor pode agora funcionar sozinho pois o impulso dado à árvore de manivelas é suficiente para mantê-lo girando até a próxima combustão. MOTOR CICLO OTTO DE QUATRO TEMPOS Quarto Tempo: ESCAPAMENTO O quarto tempo é chamado de “Escapamento”, “Escape” ou “Exaustão” e corresponde à subida do pistão do PMI ao PMS. Nesse tempo ocorre a sexta fase, também denominada “Escapamento” porque os gases queimados são expulsos do cilindro pelo pistão. Quando a cabeça do pistão chega ao PMS, a válvula de escape fecha-se encerrando o primeiro ciclo e então, tudo se repete na mesma sequência. MOTOR CICLO OTTO DE QUATRO TEMPOS Tempo: conjunto das fases que ocorrem quando o pistão percorre um curso; O ciclo Otto é completado em quatro tempos ou duas voltas do eixo de manivelas (giro de 720°), durante os quais o pistão recebe apenas um impulso motor (na fase de combustão). O motor permanece girando durante os demais tempos devido à inércia das peças girantes, principalmente a árvore de manivelas. Na prática os motores possuem 4 ou mais cilindros e as combustões ocorrem em tempos instantes diferentes em cada um, de modo a se “auxiliarem” mutuamente. MOTORES CICLO OTTO DE 4 TEMPOS NA PRÁTICA A combustão real não é instantânea e as válvulas não se abrem nem se fecham instantaneamente; As válvulas e as tubulações oferecem resistência à passagem da mistura e dos gases queimados; A mistura que entra e os gases queimados possuem inércia, havendo portanto, um retardo no início e no término do fluxo dos mesmos. MELHORAMENTOS NO CICLO OTTO 4 TEMPOS REAL Avanço na abertura da válvula de admissão Este avanço é a antecipação do início da abertura da válvula de admissão, para que ela esteja totalmente aberta antes de o pistão atingir o PMS na etapa do escapamento; Aumenta a quantidade da mistura ar + combustível admitida, de modo a compensar a inércia de entrada da mistura. MELHORAMENTOS NO CICLO OTTO 4 TEMPOS REAL Atraso no fechamento da válvula de admissão A válvula de admissão é fechada um pouco depois do pistão ter atingido o PMI no tempo de compressão; Vantagem: permite à mistura continuar entrando no cilindro devido à inércia da mistura que entra. MODIFICAÇÕES NA ADMISSÃO As modificações na admissão fazem com que a “Fase admissão” tenha início no quarto tempo (escapamento) do ciclo anterior e termine no terceiro tempo (compressão) do ciclo atual. Diferentemente dessa “Fase de Admissão”, o “Tempo de Admissão” não pode ser modificado, pois está vinculado ao curso do pistão e não ao fenômeno físico da admissão da mistura do cilindro. Esse fato demonstra que “Fase” e “Tempo” são coisas distintas. MELHORAMENTOS NO CICLO OTTO 4 TEMPOS REAL Avanço do ponto de ignição A ignição deve ocorrer antes do PMS, porque a mistura leva certo tempo para se queimar. Portanto, a combustão no motor real inicia-se no segundo tempo (compressão) e termina no terceiro tempo (tempo motor). Como a velocidade da combustão é constante, o avanço de ignição deve ser tanto maior quanto maior a velocidade de rotação do motor. MELHORAMENTOS NO CICLO OTTO 4 TEMPOS REAL Avanço na Abertura da Válvula de Escape A válvula de escape é aberta antes de o pistão atingir o PMI, para facilitar a saída dos gases de modo que eles não exerçam muita oposição quando o pistão iniciar o curso ascendente; Atraso no Fechamento da Válvula de Escape No final do escapamento, os gases queimados continuam a sair mesmo quando a cabeça do pistão já está a caminho do PMI depois da etapa de escapamento, devido à inércia. O atraso do fechamento da válvula de escapetem a finalidade de aproveitar este fato, de modo a melhorar a expulsão dos gases. CRUZAMENTO DE VÁLVULAS É o nome dado à situação que ocorre no início da admissão, quando as válvulas ficam abertas simultaneamente, devido ao avanço na abertura da válvula de admissão e o atraso no fechamento da válvula de escapamento; Lembrar: o cruzamento de válvulas é conseqüência somente das modificações nos tempos das válvulas. VÁLVULAS A válvula de admissão tem cabeça em forma de tulipa e a de escapamento a forma de cogumelo, por razões aerodinâmicas (facilitar a saída dos gases); As faces das válvulas que se assentam nas sedes são cônicas para se ajustarem melhor e são endurecidas para reduzir o desgaste; VÁLVULAS A válvula de admissão é resfriada pelo próprio fluxo de combustível; Já a válvula de escape está sujeita a forte aquecimento. Por isso, ela é feita de materiais especiais ou então possui interior oco, contendo certa quantidade de sódio. O sódio funde-se a um pouco mais de 90°C e movimenta-se dentro da válvula, transferindo calor da cabeça para a haste que é, por sua vez, resfriada através do contato com a cabeça do cilindro. VÁLVULAS SISTEMA DE COMANDO DE VÁLVULAS Mecanismo que efetua abertura de válvulas; Eixo de comando de válvulas = eixo de cames = eixo de ressaltos; Eixo de cames é acionado por engrenagens. Tal eixo gira na metade da rotação do eixo de manivelas; Ressalto faz tucho (rolete) subir → vareta sobe e articula o balancim para abrir a válvula. SISTEMA DE COMANDO DE VÁLVULAS Para fechamento das válvulas a parte a arredondada do eixo de cames passa sob o tucho, fazendo-o descer → vareta desce → balancim é desarticulado→ válvula se fecha. A figura a seguir mostra o aspecto de um eixo de cames: SISTEMA DE COMANDO DE VÁLVULAS APLICAÇÕES DE MOTORES OTTO 4 TEMPOS Automóveis utilitários; Aviões de pequeno porte (teco-tecos); Motos atuais; Cortadores de grama; Pequenos geradores de eletricidade para serviços de manutenção. APLICAÇÕES DE MOTORES OTTO 4 TEMPOS CORTADORES DE GRAMA PEQUENOS GERADORES DE ELETRICIDADE PARA SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO MOTORES CICLO OTTO NA INDÚSTRIA AERONÁUTICA Todos os aviões de motores de ciclo Otto 4 tempos possuem hélice. Esses motores é quem fazem o acionamento da hélice; Os motores ciclo Otto 4 tempos é usado praticamente em todos os aviões de pequeno porte (teco-tecos), porém com os refinamentos necessários para finalidades aeronáuticas; Até os anos 30 eram usados em aviões de grande porte como o Douglas DC-3; No final da segunda guerra (1945) aviões militares e comerciais de grande porte foram substituídos por aviões com turbinas a gás, pela menor relação peso/potência e outras vantagens. MOTORES CICLO OTTO 4 TEMPOS NO SETOR AERONÁUTICO DOUGLAS DC-3 FIM
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