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LIPÍDEOS - Copia

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CURSO DE BIOLOGIA PROF. RENATO MARTINS| LIPÍDEOS 1 
 
DIVERSIDADE MOLECULAR DOS SERES VIVOS 
LIPÍDEOS 
 
A doença dos magros 
“Quando o filho de Márcia Guedes nasceu, há 20 anos, ela não entendia porque o 
bebê crescia tão rápido, tinha aspecto de mais velho e perdia peso com tanta 
facilidade. Com dez dias de vida, Roberto Wagner Guedes Fernandes, chamou a 
atenção da mãe por ser um recém-nascido diferente. Com o resultado dos 
primeiros exames, outra surpresa. As taxas de colesterol de triglicerídios do 
menino, que havia nascido há menos de um mês, estavam bem acima que as de 
um homem adulto. Havia algo estranho. 
 
Nas primeiras consultas veio o diagnóstico e junto com ele, a depressão e o medo 
da mãe. O bebê tão esperado, não era uma criança comum. Roberto nasceu com 
uma síndrome rara, até então desconhecida pela família. O menino era portador 
da Síndrome de Berardinelli, chamado no mundo científico de Lipodistrofia 
Generalizada Congênita, e conhecida popularmente como Doença dos Magros. 
 
A Síndrome de Berardinelli ainda é pouco conhecida pela população mundial. É 
comum saber que alguém nunca ouviu falar na síndrome. No Rio Grande do 
Norte, graças ao trabalho de Associação dos Pais e Portadores da Síndrome de 
Berardinelli (Asposbern), 32 casos foram registrados. Um número alto, tendo em 
vista os 250 casos registrados até esse ano em todo o mundo. 
 
A síndrome de Berardinelli é uma doença causada por uma mutação em um gene 
recessivo, capaz de condicionar dificuldade de metabolização de carboidratos e 
lipídios. É uma doença rara que apresenta a maior incidência de casos na Cidade 
de Currais Novos, Rio Grande do Norte. Acredita-se que o gene da doença tenha 
sido herdado pelo português Caetano Dantas, importante no povoamento da 
Cidade de Acari e Carnaúba dos Dantas.” 
Tribuna do Norte, 27 de maio de 2007. 
 
Considerados “vilões” perigosos à saúde, os lipídeos protagonizam o 
motivo de preocupação entre muitas pessoas que tentam emagrecer. 
Apesar da má fama, é fulcral lembrar que o conhecimento sobre tais 
substâncias e suas diversas ações no organismo os elevam à categoria de 
heróis, haja vista que os lipídeos são importantes na composição de 
membranas celulares, de hormônios, como sinalizadores químicos de 
respostas inflamatórias, reserva de energia por longos períodos, dentre 
outras funções. 
Desse modo, o que pode estar relacionado ao perigo que os lipídeos 
oferecem à saúde, é o seu excesso ou, como no caso da Síndrome de 
Berardinelli (doença dos magros), a sua carência. 
 
Os lipídeos são a única classe de grandes moléculas biológicas que não 
incluem polímeros verdadeiros e, em geral, não são suficientemente 
grandes para serem consideradas macromoléculas. Os compostos 
denominados lipídeos se agrupam por compartilharem uma importante 
característica: misturam-se muito pouco ou não se misturam com a água. 
O comportamento hidrofóbico dos lipídeos se baseia em suas estruturas 
moleculares. Embora possam ter algumas ligações polares associadas 
com o oxigênio, os lipídeos são compostos principalmente por regiões 
hidrocarbonadas. 
Os lipídeos apresentam uma variedade de formas e funções como as 
ceras, certos pigmentos, gorduras, fosfolipídeos e esteroides. 
 Diferentes tipos de lipídeos desempenham diversos papéis nos 
organismos vivos: 
■ As gorduras e os óleos armazenam energia. 
■ Os fosfolipídeos desempenham papéis estruturais importantes nas 
membranas celulares. 
■ Os carotenoides ajudam as plantas a capturar energia solar. 
■ Os esteroides e os ácidos graxos modificados desempenham papéis 
regulatórios como hormônios e vitaminas. 
■ A gordura serve como isolante térmico no corpo dos animais. 
■ Um revestimento lipídico envolve os nervos e age como isolante elétrico. 
■ Óleo ou ceras na superfície da pele, pelo e penas repelem a água. 
 CURSO DE BIOLOGIA PROF. RENATO MARTINS| LIPÍDEOS 2 
 
 
 
 
 
 
Óleos e gorduras 
Quimicamente, as gorduras e os óleos são triglicerídeos, também conhecidos como lipídeos simples. Os 
triglicerídeos sólidos em temperatura ambiente (20°C) são chamados de gorduras, e os líquidos em 
temperatura ambiente são chamados de óleos. Dois tipos de blocos construtores compõem os 
triglicerídeos: ácidos graxos e glicerol. O glicerol é uma molécula pequena com três grupos hidroxila (-OH) 
(logo é um álcool). Os ácidos graxos são uma longa cadeia hidrocarbonada apoiar e um grupo funcional 
polar carboxila (- COOH). Um triglicerídeo contém três moléculas de ácidos graxos e uma molécula de 
glicerol. O grupo carboxila de um ácido graxo pode reagir com o grupo hidroxila do glicerol, resultando em 
uma ligação covalente chamada de ligação éster e água. 
 
 
 
 
 
Principais tipos de lipídeos 
Síntese e estrutura da gordura, ou triacilglicerol. 
A unidade estrutural da gordura é uma molécula de glicerol e três moléculas de ácidos graxos. Uma molécula de água é removida de 
cada molécula de ácido graxo ligado ao glicerol. Uma molécula de gordura com três unidades de ácidos graxos, duas delas idênticas. Os 
átomos de carbono dos ácidos graxos estão arranjados em zigue-zague, indicando as orientações verdadeiras das quatro ligações 
simplesque se estendem de cada átomo de carbono 
 CURSO DE BIOLOGIA PROF. RENATO MARTINS| LIPÍDEOS 3 
 
 
Os termos gorduras saturadas e gorduras insaturadas são comumente 
utilizados no contexto da nutrição. Esses termos se referem à estrutura das 
cadeias hidrocarbonadas dos ácidos graxos. Se não houver ligações 
duplas entre os átomos de carbono da cadeia, então o maior número 
possível de átomos de hidrogênio liga-se ao esqueleto carbônico. Essa 
estrutura é descrita como saturada por átomos de hidrogênio, e o ácido 
graxo resultante é chamado de ácido graxo saturado. Um ácido graxo 
insaturado tem uma ou mais ligações duplas, com um átomo de hidrogênio 
a menos ligado a cada átomo de carbono da ligação dupla. Quase todas 
as ligações duplas de ocorrência natural em ácidos graxos são ligações 
duplas cis, que induzem a curvatura da cadeia hidrocarbonada sempre que 
ocorrem. A gordura formada por ácidos graxos saturados é chamada de 
gordura saturada. A maioria das gorduras animais é saturada: as cadeias 
hidrocarbonadas de seus ácidos graxos – as “caudas” das moléculas de 
gordura – não apresentam ligações duplas, e a sua flexibilidade permite 
que essas moléculas de gordura se compactem fortemente. 
As gorduras animais saturadas – como banha e manteiga – são sólidas em 
temperatura ambiente. Em contrapartida, as gorduras das plantas e dos 
peixes são geralmente insaturadas, ou seja, compostas por um ou mais 
tipos de ácidos graxos insaturados. Geralmente líquidas em temperatura 
ambiente, as gorduras de plantas e peixes são chamadas de óleos – azeite 
de oliva e óleo de fígado de bacalhau são exemplos. A curvatura onde as 
ligações duplas cis estão localizadas previne a compactação dessas 
moléculas com força suficiente para solidificar em temperatura ambiente. A 
expressão “óleo vegetal hidrogenado” nos rótulos dos alimentos significa 
que as gorduras insaturadas foram convertidas sinteticamente em 
gorduras saturadas pela adição de hidrogênio. A manteiga de amendoim, a 
margarina e muitos outros produtos são hidrogenados para evitar que os 
lipídeos se separem na fase líquida (óleo). 
Uma dieta rica em gorduras saturadas é um dos vários fatores que 
contribuem para a doença cardiovascular conhecida como aterosclerose. 
Nessa doença, depósitos chamados de placas se desenvolvem nas 
paredes dos vasos sanguíneos, originando invaginações que impedem o 
fluxo sanguíneo e reduzem a resistência dos vasos. Estudos recentes 
mostraram que o processo de hidrogenação dos óleos vegetais produz não 
só gorduras saturadas, mas também gorduras insaturadas com ligações 
duplas trans. 
Essas gorduras trans podem contribuir mais que as gorduras saturadas 
para a aterosclerose e outros problemas. As gorduras trans sãoespecialmente comuns em guloseimas e alimentos processados, o 
 que inspira a necessidade de que os rótulos nutricionais incluam 
informações sobre o conteúdo de gorduras trans. 
 
 
 CURSO DE BIOLOGIA PROF. RENATO MARTINS| LIPÍDEOS 4 
 
 
 
A principal função das gorduras é o armazenamento de energia. As 
cadeias hidrocarbonadas das gorduras são semelhantes às moléculas da 
gasolina e tão ricas em energia. Um grama de gordura armazena o dobro 
de energia que um grama de polissacarídeo, como o amido. Como as 
plantas são relativamente imóveis, conseguem manter grandes estoques 
de energia em forma de amido. (Os óleos vegetais são em geral obtidos a 
partir das sementes, as quais se encontra um estoque de energia mais 
compacto, em relação ao resto da planta.) Os animais, no entanto, 
precisam carregar consigo seus estoques de energia, então é vantajoso 
possuir um estoque de energia mais compacto – a gordura. Os seres 
humanos e outros mamíferos armazenam reservas alimentares de longo 
prazo nas células adiposas, que inflam e murcham conforme as gorduras 
são acumuladas e utilizadas. Além de armazenarem energia, o tecido 
adiposo também acondiciona órgãos vitais como os rins, e uma camada de 
gordura abaixo da pele realiza o isolamento térmico de nosso corpo. Essa 
camada subcutânea é especialmente espessa nas baleias, nas focas e na 
maioria dos mamíferos marinhos, protegendo- os das águas frias dos 
oceanos. 
 
 
 
Composição de ácidos graxos de três gorduras alimentares 
Azeite de oliva, manteiga e gordura da carne bovina consistem em misturas de 
triacilgliceróis, diferindo em sua composição de ácidos graxos. Os pontos de 
fusão dessas gorduras – e, portanto, o seu estado físico à temperatura ambiente 
(25°C) – variam de acordo com sua composição de ácidos graxos. O azeite de 
oliva tem uma alta proporção de ácidos graxos insaturados de cadeia longa (C16 e 
C18), o que explica seu estado líquido a 25°C. A maior proporção de ácidos 
graxos saturados de cadeia longa (C16 e C18) na manteiga aumenta seu ponto de 
fusão, então a manteiga é um sólido mole à temperatura ambiente. A gordura da 
carne bovina, com uma proporção ainda maior de ácidos graxos saturados de 
cadeia longa, é um sólido duro. 
 CURSO DE BIOLOGIA PROF. RENATO MARTINS| LIPÍDEOS 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ceras 
As ceras servem como reservas de energia e como impermeabilizantes à água 
As ceras biológicas são ésteres de ácidos graxos saturados e insaturados de cadeia longa (C14 a C36) 
com alcoóis de cadeia longa (C16 a C30). Seus pontos de fusão (60 a 100°C) geralmente são mais altos do 
que os dos triacilgliceróis. No plâncton, microrganismos de vida livre na base da cadeia alimentar dos 
animais marinhos, as ceras são a principal forma de armazenamento de combustível metabólico. 
As ceras também servem para uma diversidade de outras funções relacionadas às suas propriedades 
impermeabilizantes e sua consistência firme. Certas glândulas da pele de vertebrados secretam ceras 
para proteger os pelos e a pele e mantê-los flexíveis, lubrificados e impermeáveis. As aves, 
particularmente as aquáticas, secretam ceras por suas glândulas uropigiais para manter suas penas 
impermeáveis à água. As folhas lustrosas do azevinho, do rododendro, da hera venenosa e de muitas 
outras plantas tropicais são cobertas por uma camada grossa de ceras, que impede a evaporação 
excessiva de água e as protege contra parasitas. 
As ceras biológicas têm várias aplicações em indústrias como a farmacêutica e a cosmética, entre outras. 
A lanolina (da lã de cordeiro), a cera de abelhas, a cera de carnaúba (palmeira brasileira) e a cera 
extraída do óleo do cachalote (espécie de baleia) são amplamente utilizadas na manufatura de loções, 
pomadas e polidores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Adaptada da Tabela 1 em 
Mozaffarian, D., Katan, M.B., 
Ascherio, P.H., Stampfer, M.J., & 
Willet, W.C. (2006). Trans fatty acids 
and cardiovascular disease. N. Engl. 
J. Med. 354, 1604-1605. 
Nota: Dados para alimentos 
preparados com óleo vegetal 
parcialmente hidrogenadonos 
Estados Unidos em 2002. 
 
Cera biológica 
Triacontanoilpalmitato, o principal componente 
da cera de abelha, é um éster de ácido 
palmítico com o álcool triacontanol. Favo de 
mel, construído com cera de abelha, firme a 
25°C e completamente impermeável à água. 
 
 CURSO DE BIOLOGIA PROF. RENATO MARTINS| LIPÍDEOS 6 
 
Fosfolipídeos 
Os fosfolipídeos formam membranas biológicas 
Os lipídeos e a água não interagem; quando água e lipídeos se misturam, 
formam duas fases distintas. Muitas substâncias biologicamente 
importantes - íons, açúcares e aminoácidos livres - solúveis em água 
mostram-se insolúveis em lipídeos. Como os triglicerídeos, os fosfolipídeos 
contêm ácidos graxos ligados ao glicerol por ligações ésteres. Em 
fosfolipídeos, entretanto, qualquer um dos diversos compostos contendo 
fosfato substitui um dos ácidos graxos. O grupo funcional fosfato tem carga 
elétrica negativa, então essa porção da molécula é hidrofílica, atraindo 
moléculas polares de água. Já os dois ácidos graxos são hidrofóbicos, 
agregando-se distantes da água. Em ambiente aquoso, os fosfolipídeos se 
organizam em fila de forma que as"caudas"hidrofóbicas e apolares 
interajam fortemente, e as "cabeças" contendo fosfato fiquem voltadas 
para fora, onde atuam com a água. Os fosfolipídeos assim formam uma 
bicamada, uma folha com duas moléculas de espessura, da qual a água é 
excluída. As membranas biológicas têm esse tipo de estrutura em 
bicamada lipídica. 
 
 
Outros tipos de lipídeos presentes em membranas biológicas 
As membranas biológicas podem apresentar, além dos fosfolipídios, os 
glicolipídios e os esfingolipídeos, dentre outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A estrutura de um fosfolipídeo 
Um fosfolipídeo possui um grupo apical hidrofílico (polar) e duas caudas 
hidrofóbicas (apolares). Este fosfolipídeo em particular, chamado de 
fosfatidilcolina, possui um grupo colina ligado ao grupo fosfato. Aqui são 
mostradas a fórmula estrutural, o modelo de preenchimento espacial, a 
representação 
simbólica dos fosfolipídeos, e a estrutura de bicamada formada pela associação 
espontânea de fosfolipídeos em ambientes aquosos. 
Modelo do mosaico fluido para a estrutura da membrana plasmática. 
No modelo acima, as proteínas integrais flutuam nesse mar de lipídeos, mantidas 
por interações hidrofóbicas com as cadeias laterais de resíduos de seus 
aminoácidos apolares. Tanto as proteínas quanto os lipídeos são livres para se 
moverem lateralmente no plano da bicamada, mas o movimento de um lado ao 
outro da bicamada é restrito. As porções de carboidrato ligadas a algumas 
proteínas e lipídeos da membrana plasmática são expostas na superfície 
extracelular e por isso, têm uma relação direta com reconhecimento celular. 
 
 CURSO DE BIOLOGIA PROF. RENATO MARTINS| LIPÍDEOS 7 
 
Os esfingolipídeos, também têm um grupo cabeça polar e duas caudas apolares; contudo, não contêm 
glicerol. Os esfingolipídeos são compostos por uma molécula de aminoálcool, esfingosina, de cadeia 
longa 
ou um de seus derivados, uma molécula de um ácido graxo de cadeia longa e um grupo polar unido por 
uma ligação glicosídica, em alguns casos, e uma ligação fosfodiéster em outros. 
 
 
Quando os esfingolipídeos foram descobertos há mais de 
um século pelo médico e químico Johann Thudichum, o 
seu papel biológico parecia tão enigmático quanto a 
Esfinge, e ele os batizou em homenagem a esse 
monumento. Em humanos, pelo menos 60 esfingolipídeos 
diferentes foram identificados nas membranas celulares. 
Muitos são especialmente proeminentes na membrana 
plasmática dos neurônios e alguns são claramente sítios de 
reconhecimento na superfície 
celular, mas uma função 
específica para apenas alguns 
poucos esfingolipídeosjá foi 
descoberta. As porções de 
carboidrato de certos 
esfingolipídeos definem os grupos 
sanguíneos humanos e, portanto, 
definem o tipo de sangue que os 
indivíduos podem receber 
seguramente nas transfusões 
sanguíneas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Símbolos e abreviações para monossacarídeos comuns e 
alguns de seus derivados 
Na convenção comumente utilizada, as hexoses são 
representadas como círculos, N-acetil-hexosaminas são 
quadrados e hexosaminas são quadrados divididos na 
diagonal. Todos os açúcares com a configuração “glico” são 
azuis, aqueles com a configuração “galacto” são amarelos e 
os açúcares “mano” são verdes. Outros substituintes podem 
ser adicionados conforme a necessidade: sulfato (S), fosfato 
(P), O-acetil (OAc) ou O-metil (OMe). 
 
Glicoesfingolipídeos como determinantes dos 
grupos sanguíneos. Os grupos sanguíneos 
humanos (O, A, B) são determinados em 
parte pelos grupos de oligossacarídeo da 
cabeça desses glicoesfingolipídeos. Os 
mesmos três oligossacarídeos também são 
encontrados ligados a certas proteínas do 
sangue de indivíduos dos tipos sanguíneos 
O, A e B, respectivamente. Os símbolos-
padrão para açúcares são utilizados aqui (ver 
tabela ao lado). 
 
As peçonhas de uma espécie de 
cascavel (Crotalus adamanteus) e a 
da naja da Índia contêm a fosfolipase 
A2, que catalisa a hidrólise de ácidos 
graxos na posição C-2 dos 
glicerofosfolipídeos. O produto da 
degradação do fosfolipídeo dessa 
reação é a lisolecitina (lecitina é a 
fosfatidilcolina). Em altas 
concentrações, esse e outros 
lisofosfolipídeos atuam como 
detergentes, dissolvendo as 
membranas dos eritrócitos e lisando 
as células. A hemólise em grandes 
proporções pode pôr a vida em risco. 
 
 CURSO DE BIOLOGIA PROF. RENATO MARTINS| LIPÍDEOS 8 
 
 
 
Acúmulos anormais de lipídeos de 
membrana: algumas doenças 
humanas herdadas 
Os lipídeos polares das membranas 
sofrem constante renovação 
metabólica (turnover), e a sua taxa de 
síntese normalmente é 
contrabalançada por sua taxa de 
degradação. A degradação dos 
lipídeos é promovida por enzimas 
hidrolíticas nos lisossomos, sendo 
cada enzima capaz de hidrolisar uma 
ligação específica. Quando a 
degradação de esfingolipídeos é 
prejudicada por um defeito em uma 
dessas enzimas, os produtos da 
degradação parcial se acumulam nos 
tecidos, causando doenças graves. Por 
exemplo, a doença de Niemann-Pick é 
causada por um defeito genético raro 
na enzima esfingomielinase, que cliva 
a fosfocolina da esfingomielina. A 
esfingomielina se acumula no encéfalo, 
no baço e no fígado. A doença se torna 
evidente em bebês e causa deficiência 
intelectual e morte prematura. Mais comum é a doença de Tay-Sachs, na qual o gangliosídeo GM2 se 
acumula no encéfalo e no baço devido à falta da enzima hexosaminidase A. Os sintomas da doença de 
Tay-Sachs são retardo progressivo no desenvolvimento, paralisia, cegueira e morte até os 3 ou 4 anos de 
idade. O aconselhamento genético pode prever e evitar muitas doenças hereditárias. Os testes nos 
futuros pais podem detectar enzimas anormais, então testes de DNA podem determinar a natureza exata 
do defeito e o risco que ele representa para os descendentes. Uma vez que ocorra a gravidez, as células 
fetais obtidas por amostra de parte da placenta (da vilosidade coriônica) ou do líquido amniótico 
(amniocentese) podem ser testadas. 
 CURSO DE BIOLOGIA PROF. RENATO MARTINS| LIPÍDEOS 9 
 
 
 
Esteroides 
 
Esteroides são lipídeos que se caracterizam por um esqueleto carbônico composto de quatro anéis 
fusionados. 
Os diferentes esteroides variam quanto aos grupos químicos ligados ao conjunto de anéis. O colesterol, 
um tipo de esteroide, é uma molécula essencial para os animais. O colesterol é um componente comum 
das membranas celulares dos animais, e também o precursor a partir do qual outros esteroides, como os 
hormônios sexuais de vertebrados, são sintetizados. Nos vertebrados, o colesterol é sintetizado no fígado, 
e também obtido a partir da dieta. Tanto as gorduras saturadas quanto as gorduras trans exercem efeitos 
negativos na saúde por afetarem os níveis de colesterol. 
 
 
Além de seus papéis como constituintes de membrana, os esteróis servem como precursores para uma 
diversidade de produtos com atividades biológicas específicas. Os hormônios esteroides, por exemplo, 
são sinalizadores biológicos potentes que regulam a expressão gênica. Os ácidos biliares são derivados 
polares do colesterol que atuam como detergentes no intestino, emulsificando as gorduras da dieta para 
torná-las mais acessíveis às lipases digestivas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agregados lipídicos anfipáticos formados na água 
(a) Em micelas, as cadeias hidrofóbicas dos ácidos graxos são sequestradas no núcleo da esfera. Praticamente 
não há água no interior hidrofóbico. (b) Na bicamada aberta, todas as cadeias laterais acil, exceto aquelas das 
margens da lâmina, estão protegidas da interação com a água. (c) Quando a bicamada bidimensional se dobra 
sobre ela mesma, ela forma uma bicamada fechada, uma vesícula oca tridimensional (lipossomo) envolvendo uma 
cavidade aquosa. 
Colesterol 
Na estrutura química do colesterol, os anéis são denominados A a D para simplificar a referência aos derivados do 
núcleo esteroide; os átomos de carbono estão numerados em azul. O grupo hidroxila do C-3 (sombreado em azul) 
é o grupo cabeça polar. Para armazenar e transportar o esterol, esse grupo hidroxila se condensa com um ácido 
graxo para formar um éster de esterol. 
Ácido taurocólico (um ácido biliar) 
 CURSO DE BIOLOGIA PROF. RENATO MARTINS| LIPÍDEOS 10 
 
Os hormônios esteroides 
Os esteroides são derivados oxidados dos esteróis; eles têm o núcleo esterol, mas não a cadeia alquila 
ligada ao anel D do colesterol. Os hormônios esteroides circulam pela corrente sanguínea (em 
carreadores proteicos) do local onde foram produzidos até os tecidos-alvo, onde entram nas células, 
ligam-se a receptores proteicos altamente específicos no núcleo e causam mudanças na expressão 
gênica e, 
portanto, no metabolismo. Como os hormônios têm afinidade muito alta por seus receptores, 
concentrações muito baixas (nanomolar ou menos) são suficientes para produzir respostas nos tecidos-
alvo. Os principais grupos de hormônios esteroides são os hormônios sexuais masculinos e femininos e 
os hormônios produzidos pelo córtex suprarrenal, cortisol e aldosterona. A prednisona e a prednisolona 
são fármacos esteroides com atividades anti-inflamatórias potentes, mediadas em parte pela inibição da 
liberação do araquidonato pela fosfolipase A2 e pela consequente inibição da síntese de leucotrienos, 
prostaglandinas e tromboxanos. Elas têm uma série de aplicações médicas, incluindo o tratamento de 
asma e de artrite reumatoide. 
 
 
 
Lipídeos como sinalizadores intercelulares 
 
O ácido araquidônico e alguns derivados de eicosanoides 
O ácido araquidônico (araquidonato em pH 7) é o precursor dos eicosanoides, incluindo as prostaglandinas, os 
tromboxanos e os leucotrienos. Na prostaglandina E1, o C-8 e o C-12 do araquidonato se juntam para formar o 
característico anel com cinco membros. No tromboxano A2, o C-8 e o C-12 se juntam e um átomo de oxigênio é 
adicionado para formar o anel de seis membros. O leucotrieno A4 tem uma série de três ligações duplas conjugadas. 
Os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como a aspirina e o ibuprofeno, bloqueiam a formação de 
Esteroides derivados do colesterol 
A testosterona, o hormônio sexual masculino, é produzida nos testículos. O estradiol, um dos hormônios sexuais 
femininos, é produzido nos ovários e na placenta. O cortisol e a aldosterona são hormônios sintetizados no córtex 
da glândula suprarrenal; eles regulam o metabolismo da glicose e a excreção de sal, respectivamente. A 
prednisona e a prednisolona são esteroides sintéticos utilizados comoagentes anti-inflamatórios. O brassinolídeo é 
um regulador do crescimento encontrado em plantas vasculares. 
 
 CURSO DE BIOLOGIA PROF. RENATO MARTINS| LIPÍDEOS 11 
 
prostaglandinas e tromboxanos a partir do araquidonato pela inibição da enzima ciclo-oxigenase (prostaglandina H2-
sintase). 
 
Lipídeos como precursores de vitaminas 
Durante o primeiro terço do século XX, um grande foco de pesquisa em química fisiológica foi a 
identificação das vitaminas, compostos essenciais para a saúde do homem e de outros vertebrados, mas 
que não podem ser sintetizados por esses animais e devem, portanto, ser obtidos da dieta. Os primeiros 
estudos nutricionais identificaram duas classes gerais desse tipo de composto: os que eram solúveis em 
solventes orgânicos apolares (vitaminas lipossolúveis) e os que podiam ser extraídos dos alimentos com 
solventes aquosos (vitaminas hidrossolúveis). Posteriormente, o grupo lipossolúvel foi dividido nos quatro 
grupos das vitaminas A, D, E e K, todos compostos isoprenoides sintetizados pela condensação de 
múltiplas unidades de isopreno. Dois deles (D e A) servem como precursores de hormônios. A vitamina 
D3, também chamada de colecalciferol, normalmente é formada na pele a partir de 7-desidrocolesterol em 
uma reação fotoquímica catalisada pelo componente UV da luz solar. A vitamina D3 não é biologicamente 
ativa, mas é convertida por enzimas no fígado e no rim a 1a,25-di-hidroxivitamina D3 (calcitriol), hormônio 
que regula a captação de cálcio no intestino e os níveis de cálcio no rim e nos ossos. A deficiência de 
vitamina D leva à formação defeituosa dos ossos e a uma doença chamada raquitismo, para a qual a 
administração de vitamina D produz uma cura dramática. A vitamina D2 (ergocalcificerol) é um produto 
comercial formado pela radiação com UV do ergosterol de levedura. A vitamina D2 é estruturalmente 
similar à D3, com leve modificação da cadeia lateral ligada ao anel D do esterol. Ambas têm os mesmos 
efeitos biológicos, e a D2 é comumente adicionada ao leite e à manteiga como suplemento alimentar. 
Como os hormônios esteroides, o produto do metabolismo da vitamina D, 1a,25-di-hidroxivitamina D3, 
regula a expressão gênica interagindo com receptores proteicos nucleares específicos. 
 
A produção da vitamina D3 e o metabolismo 
O colecalciferol (vitamina D3) é produzido na pele pela radiação UV 
sobre o 7-desidrocolesterol, que rompe a ligação que está em cor 
salmão. No fígado, um grupo hidroxila é adicionado ao C-25; no 
rim, uma segunda hidroxilação em C-1 produz o hormônio ativo, 
1a,25-di-hidroxivitamina D3. Este hormônio regula o metabolismo 
do Ca21 no rim, no intestino e nos ossos. A vitamina D da dieta 
evita o raquitismo, uma doença comum em climas frios, em que as 
roupas pesadas bloqueiam o componente UV da luz solar 
necessário para a produção da vitamina D3 na pele. Neste detalhe 
de um grande mural de John Steuart Curry, Os benefícios sociais 
da pesquisa bioquímica (1943), as pessoas e os animais à 
esquerda representam os efeitos da nutrição pobre, incluindo as pernas arqueadas de um menino com raquitismo 
clássico. À direita estão as pessoas e os animais mais saudáveis com os “benefícios sociais da pesquisa”, incluindo o 
uso da vitamina D para prevenir e tratar o raquitismo. Este mural está no Departamento de Bioquímica na Universidade 
de Wisconsin-Madison. 
A vitamina A (retinol), em suas várias formas, funciona como um hormônio e como pigmento fotossensível 
do olho dos vertebrados (Figura 10-21). Atuando por meio de proteínas receptoras no núcleo da célula, o 
derivado da vitamina A, ácido retinoico, regula a expressão gênica no desenvolvimento do tecido epitelial, 
incluindo a pele. O ácido retinoico é o composto ativo no fármaco tretinoína (Retin-A), utilizado no 
tratamento de acne grave e rugas na pele. 
O retinal, outro derivado da vitamina A, é o pigmento que inicia a resposta dos bastonetes e dos cones da 
retina à luz, produzindo um sinal neuronal para o cérebro. A vitamina A foi primeiro isolada de óleos de 
fígado de peixe; fígado, ovos, leite integral e manteiga também são boas fontes. Em vertebrados, o b 
caroteno, o pigmento que dá às cenouras, à batata-doce e a outros vegetais amarelos a sua cor 
característica, pode ser convertido enzimaticamente a vitamina A. A deficiência dessa vitamina ocasiona 
vários sintomas em humanos, incluindo secura da pele, dos olhos e das membranas mucosas; 
desenvolvimento e crescimento retardados; e cegueira noturna, frequente sintoma inicial no diagnóstico 
de deficiência de vitamina A. 
 CURSO DE BIOLOGIA PROF. RENATO MARTINS| LIPÍDEOS 12 
 
 
Vitamina A1, seu precursor e derivados 
(a) b-Caroteno é o precursor da vitamina A1. Unidades estruturais de isopreno estão indicadas por linhas tracejadas 
vermelhas. A clivagem do b-caroteno gera duas moléculas de vitamina A1 (retinol). (b) A oxidação no C-15 converte o 
retinol a aldeído, retinal (c), e uma oxidação posterior produz ácido retinoico (d), hormônio que regula a expressão 
gênica. O retinal se combina com a proteína opsina para formar rodopsina (não mostrada), pigmento fotossensível 
amplamente disseminado na natureza. No escuro, o retinal da rodopsina está na forma 11-cis (c). Quando a molécula 
de rodopsina é excitada pela luz visível, o 11-cis-retinal passa por uma série de reações fotoquímicas que o convertem 
em retinal todo trans (e), forçando uma mudança na forma da molécula de rodopsina inteira. Essa transformação no 
bastonete da retina dos vertebrados emite um sinal elétrico para o cérebro que é a base da transdução visual. 
 
A vitamina E é o nome coletivo para um grupo de lipídeos relacionados chamados tocoferóis, que contêm 
um anel aromático substituído e uma cadeia lateral longa de isoprenoide. Por serem hidrofóbicos, os 
tocoferóis se associam com as membranas celulares, com os depósitos de lipídeos e com as 
lipoproteínas no sangue. Os tocoferóis são antioxidantes biológicos. O anel aromático reage com as 
formas mais reativas de radicais de oxigênio e outros radicais livres e as destrói, protegendo os ácidos 
graxos insaturados da oxidação e impedindo o dano oxidativo aos lipídeos de membrana, o que pode 
causar fragilidade celular. Os tocoferóis são encontrados nos ovos e nos óleos vegetais e são 
especialmente abundantes no germe de trigo. Animais de laboratório alimentados com dietas deficientes 
em vitamina E desenvolvem pele escamosa, fraqueza muscular e esterilidade. A deficiência de vitamina E 
em humanos é muito rara; o principal sintoma é a fragilidade dos eritrócitos. O anel aromático da vitamina 
K passa por um ciclo de oxidação e redução durante a formação da protrombina ativa, proteína do plasma 
sanguíneo essencial na coagulação. A protrombina é uma enzima proteolítica que quebra ligações 
peptídicas na proteína sanguínea fibrinogênio para convertê-la em fibrina, a proteína fibrosa insolúvel que 
une os coágulos sanguíneos. Henrik Dam e Edward A. Doisy descobriram que a deficiência de vitamina K 
retarda a coagulação sanguínea, o que pode ser fatal. A deficiência dessa vitamina é muito incomum em 
humanos, com exceção de uma pequena porcentagem de bebês que sofrem da doença hemorrágica do 
recém-nascido, condição potencialmente fatal. Nos Estados Unidos, os recém-nascidos recebem 
rotineiramente uma injeção de 1 mg de vitamina K. A vitamina K1 (filoquinona) é encontrada nas folhas de 
plantas verdes; uma forma relacionada, a vitamina K2 (menaquinona), é produzida por bactérias que 
vivem no intestino de vertebrados. 
 CURSO DE BIOLOGIA PROF. RENATO MARTINS| LIPÍDEOS 13 
 
 
Lipídeos como pigmentos nas plantas e nas penas das aves 
Compostos com sistemas conjugados longos absorvem luz na região visível do espectro. As diferenças 
sutis na química desses compostos produzem pigmentos de cores notavelmente diferentes. As aves 
adquirem os pigmentos que dão as cores vermelha ou amarela às suas penas comendomateriais de 
plantas que contêm pigmentos carotenoides, como a cantaxantina e a zeaxantina. As diferenças na 
pigmentação entre machos e fêmeas de aves são resultado de diferenças na absorção e no 
processamento intestinal dos carotenoides. 
 
Lipídeos éter 
Os plasmalogênios têm uma cadeia alquenila em ligação éter, em que a maioria dos glicerofosfolipídeos 
tem um ácido graxo em ligação éster. O fator ativador de plaquetas tem uma longa cadeia de alquila em 
ligação éter no C-1 do glicerol, mas C-2 está em ligação éster com ácido acético, o que torna o composto 
muito mais hidrossolúvel que a maioria dos glicerofosfolipídeos e plasmalogênios. O grupo álcool cabeça 
é a etanolamina nos plasmalogênios e a colina no fator ativador de plaquetas. 
 
Ao menos um lipídeo éter, o fator ativador de plaquetas, é um potente sinalizador molecular. Ele é 
liberado de leucócitos chamados basófilos e estimula a agregação de plaquetas e a liberação de 
serotonina (um vasoconstritor) das plaquetas. Também exerce vários efeitos no fígado, no músculo liso, 
no coração, nos tecidos uterinos e pulmonares, desempenhando também um importante papel na 
inflamação e na resposta alérgica. 
 CURSO DE BIOLOGIA PROF. RENATO MARTINS| LIPÍDEOS 14 
 
Arqueias contêm lipídeos de membrana únicos 
Algumas arqueias que vivem em nichos ecológicos em condições extremas – altas temperaturas (água 
em ebulição), baixo pH, alta força iônica, por exemplo – têm lipídeos de membrana que contêm 
hidrocarbonetos de cadeia longa (32 carbonos) ramificada, ligados em cada extremidade ao glicerol por 
meio de ligações éter, muito mais estáveis à hidrólise em pH baixo e à alta temperatura do que as 
ligações éster encontradas nos lipídeos das bactérias e dos eucariotos. Em sua fórmula completamente 
estendida, os lipídeos éster de arqueias apresentam o dobro do comprimento dos fosfolipídeos e 
esfingolipídeos e podem transpassar a largura total da membrana plasmática. Em cada extremidade da 
molécula estendida há um grupo polar que consiste em glicerol ligado a fosfato ou a resíduos de açúcar. 
O nome geral desses compostos, glicerol dialquil-glicerol-tetraéteres (GDGT), reflete sua estrutura única. 
A porção glicerol dos lipídeos das arqueias não é o mesmo estereoisômero dos lipídeos de bactérias e de 
eucariotos; o carbono central está na configuração R em arqueias e na configuração S em bactérias e 
eucariotos 
Nas décadas de 1960 e 1970, uns poucos artigos de pesquisa apareceram na literatura sugerindo que a 
amônia poderia ser oxidada anaerobicamente a nitrogênio, utilizando nitrito como aceptor de elétrons; 
esse processo foi denominado anamox. Os relatos receberam pouca atenção, até que bactérias que 
realizam anamox foram descobertas em um sistema de tratamento de dejetos em Delft, nos Países 
Baixos, em meados da década de 1980. Uma equipe de microbiólogos holandeses liderada por Gijs 
Kuenen e Mike Jetten iniciou o estudo dessas bactérias que foram logo identificadas como pertencentes a 
um filo bacteriano incomum, os planctomicetos. Algumas surpresas se seguiriam. 
A bioquímica subjacente ao processo anamox foi lentamente descoberta. Hidrazina (N2H4), uma molécula 
altamente reativa utilizada como combustível em foguetes, surgiu como um intermediário inesperado. 
Sendo uma molécula pequena, a hidrazina é ao mesmo tempo altamente tóxica e difícil de conter. Ela 
difunde facilmente através de típicas membranas fosfolipídicas. 
As bactérias anamox resolveram este problema seqüestrando a hidrazina em uma organela 
especializada, chamada de anamoxossomo. A membrana dessa organela é constituída por lipídeos 
conhecidos como laderanos, nunca antes encontrados em biologia. Os anéis de ciclobutanos fundidos 
apresentados pelos laderanos empilham-se de forma compacta, formando uma barreira muito densa e 
diminuindo muito a liberação de hidrazina. Os anéis de ciclobutano apresentam grande tensão e sua 
síntese é difícil; os mecanismos bacterianos para a síntese desses lipídios ainda não são conhecidos. 
Rota metabólica do processo anamox. HH – 
Hidrazina–hidrolase; HZO – Hidrazina-oxidase; 
NR – Nitrito-redutase. 
Amônia e hidróxido de amônio são convertidos 
em hidrazina e H2O pela hidrazina-hidrolase, e a 
hidrazina é oxidada pela enzima de oxidação da 
hidrazina (HZO), produzindo N2 e prótons. Os 
prótons geram um gradiente de prótons para a 
síntese de ATP. No exterior do anamoxossomo, os prótons são utilizados pela enzima redutora de nitritos 
(NR), produzindo óxido de amônio e completando o ciclo. Todas as enzimas do processo anamoz estão 
embebidas na membrana do anamoxossomo. 
 
(A) 
 
 
 
 
 
 
 
(B) 
(A)Exemplo de lipídeo laderano da membrana do 
anamoxossomo. O mecanismo para a síntese das 
estruturas dos anéis ciclobutanos fundidos, que 
são instáveis, não é conhecido. (B) Laderanos 
podem empilhar-se, formando uma membrana de 
estrutura muito densa, impermeável e hidrofóbica, 
permitindo o sequestro da hidrazina produzida nas 
reações anamox. 
Os anamoxossomos foram uma descoberta surpreendente. Células bacterianas geralmente não 
apresentam compartimentos, e a ausência de um núcleo delimitado por membranas costuma ser citada 
como a principal diferença entre eucariotos e bactérias. A descoberta de um tipo de organela em uma 
bactéria já foi bastante interessante, mas os planctomicetos também apresentam um núcleo: seu DNA 
cromossômico está contido dentro de uma membrana. A descoberta dessa organização subcelular 
motivou novas pesquisa no sentido de desvendar a origem dos planctomicetos e a evolução do núcleo 
nos eucariotos. 
 CURSO DE BIOLOGIA PROF. RENATO MARTINS| LIPÍDEOS 15 
 
 
QUESTÃO 01 
Mamíferos aquáticos, como os cetáceos, 
possuem um revestimento de tecido adiposo 
que serve, principalmente, para evitar a perda 
de calor. Em humanos, o corpo é mais ou 
menos envolvido por uma camada de gordura 
que se localiza abaixo da pele. Marque a 
afirmativa CORRETA, a qual mostra o nome 
das células desse tecido em I, a(s) substância(s) 
que armazena(m) em II e um exemplo de suas 
funções em III. 
 I – adiposas; II – hemoglobina; III – isolante 
térmico. 
 I – condroblastos; II – triglicerídeos; III – evita 
choques mecânicos. 
 I – fibroblastos; II – colágeno; III – 
preenchimento de espaços. 
 I – adiposas; II – gorduras ou lipídeos; III – 
reserva de energia. 
 I – osteoblastos; II – minerais; III – formação 
dos ossos. 
 
QUESTÃO 02 
Pesquisa: uma em cada cinco crianças 
consome vegetais diariamente 
 
Um novo estudo, conduzido pela 
Vouchercloud.com, concluiu que apenas uma 
em cada cinco crianças consome vegetais todos 
os dias, e a maioria estaria substituindo 
alimentos saudáveis por comidas processadas. 
A pesquisa contou com 1.912 pais de crianças 
com 10 anos ou menos e também descobriu 
que uma criança come, em média, apenas cinco 
diferentes tipos de refeições por semana no 
Reino Unido. [...] Ainda, mais de 61% dos pais 
consideraram a dieta das crianças limitada, 
enquanto apenas 23% disseram ter tentado 
ampliar as preferências dos filhos em relação à 
alimentação. “É surpreendente a pequena 
quantidade de refeições que a criança média 
consome no Reino Unido. Mas com tão poucos 
pais tentando aumentar as opções nas dietas 
dos filhos, entendemos o porquê”, disse 
Matthew Wood, da Vochercloud.com. Estas 
descobertas alarmantes acontecem após a 
revelação de que um terço das crianças do 
ensino fundamental está com sobrepeso ou até 
mesmo obesas. No ano passado, foi descoberto 
também que adolescentes de apenas 14 anos 
estão se submetendo a cirurgias para perda de 
peso, sendo que 45 já fizeram a operação na 
Inglaterra, desde 2007. 
 
Fonte: http://www.jb.com.br/ciencia-e 
tecnologia/noticias/2014/03/05/ 
pesquisa-uma-em-cada-cinco-criancas-consome-
vegetaisdiariamente/. 
Acesso: 7 mar. 2014. 
 
Considerando o texto e o tema tecidoadiposo, 
assinale a alternativa CORRETA. 
 O tecido adiposo não possui função benéfica 
ao nosso organismo. Sendo assim, os alimentos 
com lipídeos devem ser eliminados 
completamente da nossa dieta alimentar. 
 As pessoas não precisam consultar médicos 
para adquirir medicamentos para a obesidade e 
devem comprá-los pela internet. 
 As principais células que compõem o tecido 
adiposo são chamadas fibrócitos e fibroblastos. 
 As causas da obesidade infantil são muitas, 
mas pesam os hábitos alimentares baseados no 
fast food, salgadinhos e guloseimas e as horas 
passadas em frente da televisão ou jogando 
videogame. Porém, como as crianças e jovens 
estão em período de crescimento, não se faz 
necessário uma dieta balanceada e a prática de 
atividade física. 
 Embora o tecido adiposo em excesso no 
organismo seja indesejado, ele pode 
desempenhar funções importantes como: 
isolante térmico, reserva de energia (os 
triglicerídeos); e proteção contra choques 
mecânicos. 
 
QUESTÃO 03 
O metabolismo energético do organismo varia 
em função dos níveis de hormônios na 
circulação sanguínea. Por sua vez, a produção 
hormonal está relacionada com fatores como 
existência de doenças, escolhas alimentares e 
estado de atividade ou de inatividade física. 
 
O esquema a seguir mostra transformações 
metabólicas predominantes em determinada 
condição do organismo, envolvendo algumas 
substâncias em diferentes tecidos. 
 
 
 
A condição representada pelo esquema é: 
 repouso 
 diabetes melito 
 hiperinsulinismo 
 dieta hiperglicídica 
 
QUESTÃO 04 
Os animais têm acesso periódico aos alimentos, 
enquanto que as plantas precisam sobreviver 
durante a noite, sem a possibilidade de produzir 
açúcar a partir da fotossíntese. Portanto, 
animais e plantas evoluíram os meios de 
estocar moléculas de alimento para o consumo, 
quando essas fontes de energia são escassas. 
(Adaptado: ALBERTS, B. et al. Fundamentos da 
biologia celular. 2 ed. Porto Alegre: ARTMED, 2006. 
p.444.) 
Com base no texto e considerando um indivíduo 
que apresenta uma regulação metabólica 
normal frente à abundância e à escassez de 
nutrientes, considere as afirmativas. 
I - A adaptação às oscilações diárias da 
concentração de nutrientes evidencia as 
alterações pelas quais os seres humanos 
ajustam seu metabolismo a diferentes 
condições. 
II - Após uma refeição, o excedente de glicose é 
 CURSO DE BIOLOGIA PROF. RENATO MARTINS| LIPÍDEOS 16 
 
mantido em circulação, por consequência, o 
fígado responde diminuindo a liberação de 
insulina, ao passo que o pâncreas aumenta a 
concentração de glucagon. 
III - À medida que a glicose circulante atinge o 
seu valor basal, o pâncreas passa a secretar o 
hormônio glucagon, iniciando o período pós-
absortivo, no qual a glicemia será mantida pela 
degradação do glicogênio hepático. 
IV - Se as reservas de carboidratos do 
organismo estiverem abaixo do normal, a 
glicose, oriunda dos triglicerídeos dos músculos 
esqueléticos, será a única via capaz de manter 
a glicemia em níveis satisfatórios. 
Assinale a alternativa CORRETA. 
 Somente as afirmativas I e II são corretas. 
 Somente as afirmativas I e III são corretas. 
 Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
 Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. 
 Somente as afirmativas II, III e IV são 
corretas. 
 
QUESTÃO 05 
Os lipídeos apresentam importantes funções 
nos seres vivos, destacando-se, entre eles, os 
triglicerídeos. Apresenta uma molécula presente 
na formação de um triglicerídeo: 
 monossacarídeo 
 aminoácido 
 glicerol 
 dipeptídeo 
 dissacarídeo 
 
QUESTÃO 06 
O biodiesel resulta da reação química 
desencadeada por uma mistura de óleo vegetal 
(soja, milho, mamona, etc) com álcool de cana. 
O combustível testado foi desenvolvido a partir 
da transformação química do óleo de soja. É 
também chamado de B-30 porque é constituído 
de uma proporção de 30% de biodiesel e 70% 
de diesel metropolitano. O primeiro diagnóstico 
divulgado considerou performances dos 
veículos quanto ao desempenho, durabilidade e 
consumo. 
Fizeram-se as seguintes afirmações sobre as 
finalidades dos carboidratos, triglicerídeos e 
proteínas, armazenados nas sementes. 
I. Os três tipos de substâncias podem fornecer 
energia ao embrião. 
II. As substâncias armazenadas nas sementes 
podem originar substâncias próprias da plântula, 
garantindo seu crescimento. 
III. Apenas as proteínas são usadas na 
respiração celular. 
Está correto o que se afirma SOMENTE em 
 I 
 II 
 III 
 II e III 
 I e II 
 
QUESTÃO 07 
Defende-se que a inclusão da carne 
bovina na dieta é importante, por ser uma 
excelente fonte de proteínas. Por outro lado, 
pesquisas apontam efeitos prejudiciais que a 
carne bovina traz à saúde, como o risco de 
doenças cardiovasculares. Devido aos teores de 
colesterol e de gordura, há quem decida 
substituí-la por outros tipos de carne, como a de 
frango e a suína. O quadro a seguir apresenta a 
quantidade de colesterol em diversos tipos de 
carne crua e cozida. 
 
Alimento 
Colesterol 
(mg/100g) 
Cru Cozido 
Carne de frango (branca) 
sem pele 
58 75 
Carne de frango (escura) 
sem pele 
80 124 
Pele de frango 104 139 
Carne suína (bisteca) 49 97 
Carne suína (toucinho) 54 56 
Carne bovina (contrafilé) 51 66 
Carne bovina (músculo) 52 67 
Revista ProTeste, nº 54, dez/2006 (com 
adaptações). 
Com base nessas informações, avalie as 
afirmativas a seguir. 
I. O risco de ocorrerem doenças 
cardiovasculares por ingestões habituais da 
mesma quantidade de carne é menor se esta for 
carne branca de frango do que se for toucinho. 
II. Uma porção de contrafilé cru possui, 
aproximadamente, 50% de sua massa 
constituída de colesterol. 
III. A retirada da pele de uma porção cozida de 
carne escura de frango altera a quantidade de 
colesterol a ser ingerida. 
IV. A pequena diferença entre os teores de 
colesterol encontrados no toucinho cru e no 
cozido indica que esse tipo de alimento é pobre 
em água. 
É correto apenas o que se afirma em: 
 I e II. 
 I e III. 
 II e III. 
 II e IV. 
 III e IV. 
 
QUESTÃO 08 
O paclitaxel é um triterpeno poli-
hidroxilado que foi originalmente isolado da 
casca de Taxus brevifolia, árvore de 
crescimento lento e em risco de extinção, mas 
agora é obtido por rota química semissintética. 
Esse fármaco é utilizado como agente 
quimioterápico no tratamento de tumores de 
ovário, mama e pulmão. Seu mecanismo de 
ação antitumoral envolve sua ligação à tubulina, 
interferindo na função dos microtúbulos. 
 
KRETZER, I. F. Terapia antitumoral combinada de 
derivados do paclitaxel e etoposídeo associados à 
nanoemulsão lipídica rica em colesterol – LDE. 
Disponível em: www.teses.usp.br. Acesso em: 29 fev. 
2012 (adaptado). 
 
 CURSO DE BIOLOGIA PROF. RENATO MARTINS| LIPÍDEOS 17 
 
 
De acordo com a ação antitumoral descrita, que 
função celular é diretamente afetada pelo 
paclitaxel? 
 Divisão celular. 
 Transporte passivo. 
 Equilíbrio osmótico. 
 Geração de energia. 
 Síntese de proteínas. 
QUESTÃO 09 
Arroz e feijão formam um “par 
perfeito”, pois fornecem energia, aminoácidos e 
diversos nutrientes. O que falta em um deles 
pode ser encontrado no outro. Por exemplo, o 
arroz pobre no aminoácido lisina, que é 
encontrado em abundância no feijão, e o 
aminoácido metionina é abundante no arroz e 
pouco encontrado no feijão. A tabela seguinte 
apresenta informações nutricionais desses dois 
alimentos. 
 
 
arroz 
(1 colher de 
sopa) 
feijão 
(1 colher de 
sopa) 
calorias 41 kcal 58 kcal 
carboidratos 8,07 g 10,6 g 
proteínas 0,58 g 3,53 g 
lipídios 0,73 g 0,18 g 
colesterol 0 g 0 g 
Silva, R. S. Arroz e feijão, um par perfeito.Disponível 
em: http://www.correpar.com.br. 
Acesso em: 01 fev. 2009. 
A partir das informações contidas no texto e na 
tabela, conclui-se que 
 os carboidratoscontidos no arroz são mais 
nutritivos que os do feijão. 
 o arroz é mais calórico que o feijão por conter 
maior quantidade de lipídios. 
 as proteínas do arroz têm a mesma 
composição de aminoácidos que as do feijão. 
 a combinação de arroz com feijão contém 
energia e nutrientes e é pobre em colesterol. 
 duas colheres de arroz e três de feijão são 
menos calóricas que três colheres de arroz e 
duas de feijão. 
QUESTÃO 10 
Doenças cardiovasculares causam quase 
30% das mortes no País 
 
As doenças cardiovasculares são responsáveis 
por 29,4% de todas as mortes registradas no 
País em um ano. Isso significa que mais de 
308 mil pessoas faleceram principalmente de 
infarto e acidente vascular cerebral (AVC). As 
doenças cardiovasculares são aquelas que 
afetam o coração e as artérias, como os já 
citados infarto e acidente vascular cerebral, e 
também arritmias cardíacas, isquemias ou 
anginas. A principal característica das doenças 
cardiovasculares é a presença da aterosclerose, 
acúmulo de placas de gorduras nas artérias ao 
longo dos anos que impede a passagem do 
sangue. 
 
Fonte: 
http://www.brasil.gov.br/saude/2011/09/doencas-
cardiovasculares-causam-quase-30-das-mortes-no-
pais - Acesso: 04 de maio de 2016. 
Dentre as principais causas da aterosclerose, 
destacam-se fatores genéticos, obesidade, 
sedentarismo, tabagismo, hipertensão e 
colesterol alto. Se for considerado isoladamente 
o fator colesterol, conclui-se que 
 uma redução de HDL e um aumento de LDL 
reduzem o risco de infarto. 
 atividade física e ingestão de gorduras de 
origem vegetal aumentam a quantidade de LDL 
reduzindo o risco de infarto. 
 alimentação equilibrada e atividade física 
reduzem o HDL e aumentam o risco de infarto. 
 proporção de HDL e LDL não tem relação 
direta com a alimentação, pois são moléculas de 
origem endógena. 
 uma redução de HDL e um aumento de LDL 
aumentam o risco de infarto. 
QUESTÃO 11 
De acordo com as alternativas abaixo, assinale 
a CORRETA. 
 Lipídios devem estar presentes em uma dieta 
saudável; são necessários para absorção das 
vitaminas A, D, E e K. 
 Enzimas são proteínas que atuam apenas em 
reações de quebras de moléculas. Pepsina e 
lactase quebram proteínas e lactose, 
respectivamente. 
 A quitina, um dos componentes do 
exoesqueleto de artrópodes, é um exemplo de 
proteína quaternária que confere resistência ao 
exoesqueleto. 
 Ácidos nucleicos são formados por glicídios, 
ácido fosfórico e bases nitrogenadas. As bases 
nitrogenadas, adenina e timina, ocorrem 
exclusivamente no DNA. 
 O colesterol, importante elemento de 
biomembranas, é um fosfolipídio produzido no 
fígado ou obtido pela ingestão de alimentos de 
origem animal e utilizado na síntese de 
testosterona. 
 
QUESTÃO 12 
Durante a aula, um professor apresentou uma 
pesquisa nacional que mostrava que o consumo 
de sódio pelos adolescentes brasileiros é 
superior ao determinado pela Organização 
Mundial da Saúde. O professor, então, destacou 
que esse hábito deve ser evitado. 
A doença associada a esse hábito é a: 
 obesidade. 
 osteoporose. 
 diabetes tipo II. 
 hipertensão arterial. 
 hipercolesterolemia. 
 
QUESTÃO 13 
Leia o texto com atenção e assinale a 
alternativa CORRETA. 
A vitamina (X) é produzida pelo próprio 
organismo, com o auxílio da luz solar e interage 
com hormônios que regulam a quantidade de 
cálcio no organismo. Quando uma pessoa se 
expõe ao sol, os raios ultravioletas são 
absorvidos e atuam com o colesterol, 
transformando-o num precursor da vitamina (X). 
 CURSO DE BIOLOGIA PROF. RENATO MARTINS| LIPÍDEOS 18 
 
Pode ser encontrada em alimentos como fígado, 
gema de ovos e óleos de peixe. Sua deficiência 
causa o raquitismo, tanto em crianças como em 
adultos. 
 
A vitamina (X) à qual o texto se refere é a 
 vitamina B 12. 
 vitamina A. 
 vitamina D. 
 vitamina C. 
 vitamina E. 
 
QUESTÃO 14 
O valor máximo considerado normal para o nível 
de triglicérides no sangue é de 150 miligramas 
por decilitro (mg d ). No entanto, mesmo 
estando dentro desse limite, uma pessoa pode 
ter um alto risco de contrair doenças coronárias. 
Por exemplo, uma das formas de identificar o 
risco de aterosclerose é calculando a razão 
entre a concentração de triglicérides pela de 
HDL (lipoproteína de alta densidade), isto é, 
concentração de triglicérides
r .
concentração de HDL
 
O quadro abaixo apresenta esses riscos em 
função dessa razão. 
 
Razão (r) Risco 
r 2 Baixo 
2 r 4  Moderado 
4 r 6  Alto 
r 6 Altíssímo 
Considere uma pessoa com nível de triglicérides 
igual a 150 mg d e assinale o que for 
correto. 
 Se aumentar a concentração de HDL, então 
o risco de ter aterosclerose também aumentará. 
 Se a concentração de HDL for igual a 
40 mg d , então essa pessoa tem alto risco 
de aterosclerose. 
 Se essa pessoa tem alto risco de contrair 
aterosclerose e consegue diminuir pela metade 
os níveis de HDL e de triglicérides, então ela 
passará a ter um risco apenas moderado. 
 O HDL é uma lipoproteína de alta densidade, 
que ajuda a eliminar o excesso de colesterol do 
sangue, transportando-o das artérias para o 
fígado, que o excreta na bile. 
 
QUESTÃO 15 
Para que a célula possa transportar, 
para seu interior, o colesterol da circulação 
sanguínea, é necessária a presença de uma 
determinada proteína em sua membrana. 
Existem mutações no gene responsável pela 
síntese dessa proteína que impedem a sua 
produção. Quando um homem ou uma mulher 
possui uma dessas mutações, mesmo tendo 
também um alelo normal, apresenta 
hipercolesterolemia, ou seja, aumento do nível 
de colesterol no sangue. 
A hipercolesterolemia devida a essa mutação 
tem, portanto, herança 
 autossômica dominante. 
 autossômica recessiva. 
 ligada ao X dominante. 
 ligada ao X recessiva. 
 autossômica codominante. 
QUESTÃO 16 
 
Três consumidores, A, B e C, compraram, cada 
um deles, uma bebida em embalagem longa 
vida, adequada às suas respectivas dietas. As 
tabelas abaixo trazem informações nutricionais 
sobre cada uma dessas três bebidas. 
 
TABELA 1 
porção: 100 mL %VD 
Valor energético 86,3 
kcal 
4 % 
Carboidratos 21,3 g 7 % 
Proteínas 0,0 g 0 % 
Gorduras totais 0,0 g 0 % 
Gorduras saturadas 0,0 g 0 % 
Gorduras trans 0,0 g – 
Fibra alimentar 0,0 g 0 % 
Sódio 12,1 mg 1 % 
 
 
TABELA 2 
porção: 100 mL %VD 
Valor energético 51,5 kcal 3% 
Carboidratos 1,9 g 1% 
Proteínas 4,1 g 5% 
Gorduras saturadas 1,8 g 8% 
Gorduras 
monoinsaturadas 
0,9 g – 
Gorduras poliinsaturadas 0,1 g – 
Cálcio 143,1 mg 14% 
Vitamina A 22,5 gμ 4% 
Vitamina C 0,9 mg 2% 
Magnésio 11,3 mg 4% 
Colesterol 13,8 mg – 
Lipídeos 3,0 mg – 
Sódio 51,6 mg 2% 
 
 
 CURSO DE BIOLOGIA PROF. RENATO MARTINS| LIPÍDEOS 19 
 
TABELA 3 
porção: 100 mL %VD 
Valor energético 27,0 
kcal 
1% 
Carboidratos 1,5 g 1% 
Açúcares 1,5 g – 
Proteínas 2,6 g 3% 
Gorduras totais 1,2 g 2% 
Gorduras saturadas 0,2 g 1% 
Gorduras trans 0,0 g – 
Gorduras 
monoinsaturadas 
0,3 g – 
Gorduras poliinsaturadas 0,7 g – 
Fibra alimentar 0,4 g 2% 
Lactose 0,0 g – 
Colesterol 0,0 mg – 
Sódio 49,5 mg 2% 
(www.tabelanutricional.com.br) 
Sabendo-se que o consumidor A tinha 
intolerância à lactose, o consumidor B era 
diabético e o consumidor C tinha altos níveis de 
colesterol, e que as bebidas compradas foram 
suco néctar de pêssego, bebida pura de soja e 
iogurte integral natural, assinale a alternativa 
que associa corretamente a bebida comprada 
com a respectiva tabela e o consumidor que a 
adquiriu. 
 Suco néctar de pêssego, tabela 1, 
consumidor A. 
 Iogurte integral natural, tabela 2, consumidor 
C. 
 Iogurte integral natural, tabela 1, consumidor 
B. 
 Bebida pura de soja, tabela 2, consumidor A. 
 Suco néctar de pêssego, tabela 3, 
consumidor B. 
 
QUESTÃO 17 
Acredita-se que 75% das mortes no mundo são 
causadas por doenças crônicas,como diabetes, 
câncer e complicações cardíacas (Diet, nutrition 
and the prevention of cronic diseases). A 
comida, sobretudo a industrializada, tem sido 
apontada como a principal causa dessas 
enfermidades. A molécula de colesterol, 
considerada prejudicial em grandes 
quantidades, e as moléculas constituintes dos 
lipídios considerados “bons” para a saúde, são, 
respectivamente, 
 colesterol HDL; ácidos graxos insaturados. 
 colesterol HDL; ácidos graxos saturados. 
 colesterol HDL; ácidos graxos poli-
insaturados. 
 colesterol LDL; ácidos graxos saturados. 
 colesterol LDL; ácidos graxos linoleico e 
oleico. 
 
QUESTÃO 18 
A restrição excessiva de ingestão de colesterol 
pode levar a uma redução da quantidade de 
testosterona no sangue de um homem. Isso se 
deve ao fato de que o colesterol 
 é fonte de energia para as células que 
sintetizam esse hormônio. 
 é um lipídio necessário para a maturação dos 
espermatozoides, células produtoras desse 
hormônio. 
é um esteroide e é a partir dele que a 
testosterona é sintetizada. 
é responsável pelo transporte da testosterona 
até o sangue. 
é necessário para a absorção das moléculas 
que compõem a testosterona. 
 
QUESTÃO 19 
A descoberta dos organismos 
extremófilos foi uma surpresa para os 
pesquisadores. Alguns desses organismos, 
chamados de acidófilos, são capazes de 
sobreviver em ambientes extremamente ácidos. 
Uma característica desses organismos é a 
capacidade de produzir membranas celulares 
compostas de lipídeos feitos de éteres em vez 
dos ésteres de glicerol, comuns nos outros 
seres vivos (mesófilos), o que preserva a 
membrana celular desses organismos mesmo 
em condições extremas de acidez. 
A degradação das membranas celulares de 
organismos não extremófilos em meio ácido é 
classificada como: 
 hidrólise. 
 termólise. 
 eterificação. 
 condensação. 
 saponificação. 
 
QUESTÃO 20 
 
A figura abaixo representa o modelo do mosaico 
fluido da membrana plasmática e as diferentes 
estruturas que a compõem. 
 
 
 
 
 
 CURSO DE BIOLOGIA PROF. RENATO MARTINS| LIPÍDEOS 20 
 
 
Identifique as estruturas que estão associadas aos números, respectivamente: 
 
 I II III IV V 
matriz 
extracelular 
proteína 
periférica 
colesterol citoesqueleto glicolipídeo 
matriz 
extracelular 
glicolipídeo proteína 
periférica 
citoesqueleto colesterol 
matriz 
extracelular 
citoesqueleto colesterol glicolipídeo proteína 
periférica 
matriz 
extracelular 
citoesqueleto colesterol proteína 
periférica 
glicolipídeo 
matriz 
extracelular 
glicolipídeo citoesqueleto proteína 
periférica 
colesterol

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