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UNIFAI - Centro Universitário Assunção Curso: Direito Disciplina: Prática Processual Penal Professora: Roberta Tânia Guimarães Aluno: Antonio Marcos Gomes de Souza Data: 14/09/2021 Na data de ontem, por volta das 22 horas, Romualdo encontrava-se no interior de sua residência quando ouviu um barulho no quintal, munido de um revólver, abriu a janela de sua casa e percebeu que uma pessoa que não podia identificar devido à escuridão, caminhava dentro dos limites de sua propriedade. Considerando tratar-se de um ladrão, deferiu três tiros, que acabaram por atingir a vítima em região letal causando-lhe a morte, ao sair do interior de sua residência, Romualdo constatou que havia matado um adolescente que entrou em sua residência por motivos que fogem ao seu conhecimento. Imediatamente Romualdo dirigiu-se a delegacia de polícia mais próxima para comunicar o ocorrido, e o delegado plantonista após ouvir os fatos prendeu-o em flagrante pelo crime de homicídio. Elaborar a medida cabível visando à liberação de Romualdo. Estrutura da Peça Momento Processual Fase pré processual Medida Cabível Relaxamento Prisão em Flagrante – art. 5º LXV CF e art. 310, I CPP Imputação – crime(s) envolvidos Homicídio – art. 121 CP Tese e pedidos Prisão ilegal. Legitima defesa – art. 23, II CP Relaxamento da prisão em flagrante e expedição de alvará de soltura Autoridade competente para aplicar a medida cabível – Competência Juiz de Direito da Vara do Júri Legitimidade Requerente: Romualdo EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA DO JÚRI DA COMARCA ... ROMUALDO, já qualificado no auto de prisão em flagrante sob o nº..., lavrado pelo Dr. Delegado de Polícia do ... Distrito Policial, acusado de infração ao art. 121 do Código Penal, por intermédio de seu (ua) advogado (a) e bastante procurador (a) infra-assinado (a), vem à presença de Vossa Excelência, requerer RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE imposta ao Requerente com fulcro no art. 5º, LXV da Constituição Federal c/c com artigo 310, inciso I do Código de Processo Penal. Afirma o requerente que estava no interior de sua casa, quando ouviu um barulho em seu quintal. De posse de um revólver abriu a janela e avistou um indivíduo que não pôde identificar de quem se tratava, perambulava nos limites de sua propriedade. Supondo tratar-se de um ladrão, desferiu 3 tiros que atingiram a vítima em uma região letal causando-lhe a morte, ao sair para verificar quem seria essa pessoa, deparou-se com um adolescente que ali estava por motivos que fugiam ao conhecimento do requerente. Diante da circunstância o Requerente dirigiu-se a delegacia, comunicando a autoridade policial sobre o ocorrido, sendo então preso em flagrante pelo crime de homicídio, delito este compatível com artigo 121 do Código Penal. Entretanto, trata-se de prisão ilegal, devendo ser relaxada de pronto. Com efeito, o nosso ordenamento jurídico não convive com prisões ilegais, estabelecendo o artigo 5º, LXV da Constituição Federal que a prisão ilegal deverá ser imediatamente relaxada pela autoridade judiciária. Vale ressaltar que a prisão em flagrante somente será válida quando se enquadrar em qualquer uma das situações elencadas nos incisos do artigo 302 do Código Penal, que assim dispõe: Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: I - Está cometendo a infração penal; II - Acaba de cometê-la; III – É perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; IV - É encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. No caso em tela, não se pôde verificar nenhuma dessas situações, porquanto, o Requerente não fora encontrado e tampouco perseguido, ao contrário, apresentou-se ESPONTAENAMENTE, demonstrando, portanto, vontade de colaborar com a descoberta da verdade e com a aplicação da justiça. Ademais nota-se neste caso que o Requerente sofreu um constrangimento ilegal, ao ter se dirigido a delegacia para comunicar o fato, haja vista tal ato demonstra total desinteresse em fuga. Diante do exposto, há de se convir que não merece prosperar a prisão em flagrante efetuada, pois é explicito a presença de vício substancial pois estão ausentes quaisquer das situações de flagrância. Caso seja outro o entendimento, resta-se límpida a hipótese de liberdade provisória, conforme prevista no § 1º do artigo 310 do Código de Processo Penal, a saber: Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: ( obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de )§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento revogação. No caso em tela é nítido que a conduta do Requerente se amolda ao previsto no artigo 23, inciso II do Código Penal: Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: II - Em legítima defesa; O requerente agiu apenas e tão somente para defender-se de agressão iminente e injusta a sua integridade física e a sua residência, usando para tanto, moderadamente, os meios necessários, receando-se tratar de um bandido armado. Diante do exposto, vem requerer a Vossa Excelência o relaxamento da prisão em flagrante imposta ao requerente, a fim de que possa permanecer em liberdade durante o processo, com a expedição do competente alvará de soltura em seu favor, sendo esta uma medida certa de inteira justiça. Termos em que, pede deferimento. (local), ... de ... de ... ...................... OAB/................
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