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Plantas medicinais no Maranhão

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Plantas medicinais no Maranhão 
 
Dono de uma extensa e diversificada flora, o Maranhão possui, entre as suas 
mais várias tradições o exercício do uso de plantas medicinais no tratamento de várias 
doenças. 
A tradição da utilização das plantas medicinais no Maranhão vem desde sua 
colonização onde o costume era passado de pai para filho pelas tribos indígenas da região. 
Com o tempo o homem branco também foi aderindo a sua utilização, ação adotada 
principalmente entre as famílias mais carentes que não possuíam recursos para adquirir 
remédios. 
Hoje, o cultivo dessas plantas é realizado por agricultores rurais que 
disponibilizam grande variedade de espécies nos principais mercados e feiras do Estado. 
Na capital, o Mercado Central construído em 1938 para atender a um público variado de 
São Luís e de outras cidades do interior do Estado é o estabelecimento que possui maior 
oferta de plantas medicinais (VEJA AGORA, 2006). 
Os produtores de plantas medicinais no Estado são qualificados através de 
seminários e oficinas promovidas pelo Consórcio Intermunicipal de Produção e 
Abastecimento (Cinpra), para que haja uma produção organizada que possa abranger tanto 
o mercado nacional como o internacional. É uma maneira de aproveitar o conhecimento 
tradicional dos cultivadores de plantas medicinais aplicando uma mais qualificada 
produção. 
Em pesquisa realizada com vendedores de plantas e ervas medicinais do 
Mercado Central de São Luís, pode-se conhecer algumas espécies cultivadas na região, 
manuseio e indicação medicinal. 
Importante observar que a maior procura é pelo boldo, erva cidreira, capim-limão 
e mastruz, porém as outras plantas não ficam em desvantagem de procura e venda. É o 
conhecimento tradicional passado de pai para filho. Onde estão hoje, já passaram seus 
familiares mais velhos. 
Entre as plantas medicinais cultivadas no Maranhão, os vendedores 
entrevistados citaram: 
Erva Cidreira (Milissa officinalis) 
Planta da família da menta e da hortelã, utilizada como calmante. Tem 
propriedade sedativa e pode ser utilizada nos desfalecimentos, síncopes, vertigens, nas 
perturbações gástricas; empregados nas crises nervosas, no histerismo, nos espasmos, na 
tosse espamódica etc (MORGAN, 1994). 
Capim limão (Cymbopogon citratus) 
O capim-limão é uma planta medicinal muito usada na medicina popular, através 
da ingestão do chá que possui efeito analgésico, calmante, anti-depressivo, diurético e 
expectorante além de bactericida. 
Os compostos químicos do capim-limão são: o citral, geraniol, metileugenol, 
mirceno, citronelal, ácido acético e ácido caprioco. Dessa planta também pode-se extrair 
um óleo essencial utilizado em repelentes de insetos. 
Um dos vendedores de plantas investigados indicou a ingestão do chá do capim-
limão diariamente. 
Mastruz (Chenopodium ambrosioides) 
O mastruz serve como anti-helmíntico, tônico, estimulante, aromático e 
emenagogo. Indicado nas moléstias das vias respiratórias, bronquites, asmas, catarros 
crônicos do pulmão, laringites (SILVA, 1997). 
Pelos vendedores o mastruz foi indicado como anti-flamatório. 
Quimicamente, o mastruz 
 
[...] revela a presença do óleo essencial e uma resina; a planta é vendida nas 
farmácias em forma de extrato fluído, tintura, essência e xarope, bem como in natura 
e também em líquido, nas casas especializadas na venda de produtos vegetais 
(CRUZ, 1979 apud SILVA, 1997, p, 75) 
 
Mesmo com forte ação abortiva, o mastruz é vendido como qualquer outra planta 
e as informações sobre essa ação não é ocultada pelos vendedores. Segundo os 
investigados a planta ainda serve para cólicas e reumatismo. 
Malva do reino ou hortelã da folha grossa (Plectranthus amboinicus) 
Possui ação antibacteriana e expectorante. No uso popular é utilizada contra o 
catarro, dor de ouvido, dor de cabeça, inflamação no colo do útero, dor, febre e bronquites 
(SILVA, 1997). 
Em sua composição química é encontrado óleos essenciais, como o carvacrol 
que é encontrado em grande quantidade e o flavonóides (SILVA, 1997). 
Hortelanzinho (Mentha x villosa) 
O hortelanzinho possui como propriedade terapêutica: anti-parasitária, sedativa, 
digestiva, analgésica, tônica, anestésica. É importante observar que doses muito altas das 
substâncias isoladas dessa planta agem sobre o bulboraquidiano podendo levar à morte 
(MARQUES DE SÁ, 1999). 
Vick (Mentha arvensis) 
Essa planta é muito conhecida através de um medicamento quimicamente 
tratado que serve para descongestão das vias respiratórias. Na medicina popular da 
planta também se pode fazer lambedor para combater a gripe. 
Seus constituintes químicos são: “óleo essencial rico em levomentol (65-75%), 
mentol (70%), substância responsável pelo cheiro da planta e por seu princípio ativo” 
(BLANCO, 2010, p.23). 
Arruda (Ruta graveolens) 
A arruda serve para aumentar a resistência dos vasos sanguíneos, restabelecer 
ou aumentar o fluxo menstrual e, também, para combater vermes. Na medicina popular 
ainda é indicada para dor de cabeça. No entanto, a arruda traz consigo uma curiosidade 
peculiar: não se sabe ao certo a origem dessa crença, mas a planta é muito utilizada para 
“quebrar mau olhado”. As rezadeiras utilizam a folha de arruda para “surrar” as pessoas 
que sofrem desse mal. 
De acordo com Blanco (2010, p.12): 
 
o uso interno é desaconselhado pois, em grande quantidade, a arruda pode causar 
hiperemia (abundância de sangue) dos órgãos respiratórios, vômitos, sonolência e 
convulsões. O efeito considerado "anticoncepcional" na verdade é abortivo, pois 
provém da inibição da implantação do óvulo no útero, sendo que a ingestão da 
infusão preparada com a arruda para esta finalidade é muito perigosa e pode 
provocar fortes hemorragias. 
 
Menta ou hortelã (mentha) 
Popularmente a menta serve para fazer lambedor para gripe. 
Segundo Fonte (2008), a menta serve para dor no estômago e no peito, além de 
ser um forte diurético. O seu óleo essencial é: 
 
[...] muito usado para adicionar sabor em bebidas, anti-séptico bucais, pastas de 
dente, chicletes, sobremesas, doces e chocolates. As substâncias que dão à menta 
seu aroma e sabor característico são mentol e pulegona. 
 
Milindro (Asparagus setaceus) 
O milindro é uma planta arbustiva e trepadeira, usada tanto par fins medicinais 
como para fins decorativos. Como decoração pode ser conduzido como folhagem, em 
vasos com suportes fibrosos, em arranjos florais e buquês, e na medicina popular age como 
tratamento para problemas cardíacos e pressão alta. 
Boldo (Peumus boldus) 
O Boldo foi encontrado em dois tipos, ambas recomendados para problemas no 
fígado pelos vendedores investigados. 
De acordo com Fontes (2008, p.1): 
Muitas das propriedades do Boldo já foram testadas em estudos científicos. Estudos 
em ratos mostraram que o extrato alcoólico do boldo possui atividade anti-
hepatotóxica. Solução de extrato hidroetanólico de boldo teve sua atividade 
hepatoprotetora dose dependente verificada em experimentos com ratos. A ação 
laxativa do boldo também foi verificada em estudos com ratos. Os extratos de boldo 
também demonstraram atividades antioxidantes significativas principalmente 
devido ao princípio ativo boldina. O óleo essencial presente no boldo também 
indicou atividade antibacteriana e antifúngica 
 
Tibi ou guiné ou maracá-puranga (Petiveria tetranda gómez) 
Indicada para combater o reumatismo, o uso interno dessa planta é 
desaconselhável por possuir substancias muito tóxicas à saúde, sendo inclusive abortiva. 
Há ainda crenças que envolvem essa planta afirmando que “a erva afasta o mal criando um 
‘escudo’ protetor ao redor de quem a utiliza como peça de adorno ou amuleto” (POMPEi, 
2008, p.1). 
Vinagreira roxa (Hibiscus acetosela) 
A vinagreira roxa é utilizada para irritação na pele, ao contrário da vinagreira 
branca (Hibiscus sabdariffa) utilizada apenas para a culinária (geléia picles, vinagre, chá e 
pratos típicosdo Maranhão como o cuxá). 
Orisa (Orisa) 
Planta que serve para pressão alta, sinusite e banho cheiroso. As casas de 
umbanda utilizam suas folhas para preparar banhos. Acreditando que assim o indivíduo 
estará se energizando com o mundo. 
Alho-do-mato (Cipura paludosa), 
O alho-do-mato não possui quaquer semelhança com o alho que conhecemos e 
utilizamos na culinária. É utilizado para combater pressão alta, gonorreia e para a regulação 
da menstruação. As propriedades dos seus compostos bioquímicos ainda estão sendo 
analisados, no entanto já é certo possuir substâncias como: alcalóides, flavonóides e 
terpenos. 
Erva Santa (Aloysia gratissima) 
As propriedades medicinal da erva santa são: anticancerígena, antigripal, anti-
reumática, balsâmica, béquica, estomáquica, sudorífera. Sendo indicados para bexiga, 
catarro, gastralgias, resfriados lavagem de feridas e úlceras. Os vendedores investigados 
ainda acrescentaram que sua utilização é através de lambedor e banhos. 
Os constituintes químicos são: óleo essencial, ácidos graxos, fenóis, 
hidrocarbonetos, álcoois, cetonas, ésteres, hidrocarbonetos sesquiterpênicos, cineol, 
eucaliptol, vainilina, alcalóides (PLANTAMED, 2008). 
Manjericão (Ocimum basilicum) 
O Manjericão ajuda na digestão, repeli os gases, combate a asia, facilita o 
funcionamento dos intestinos além de agir diretamente nos rins como diurético, nas tosses, 
vômitos e mau hálito. Entre os vendedores entrevistados o manjericão serve também para 
sinusite. 
Babosa (Aloe Vera) 
De acordo com os vendedores investigados a babosa serve para úlcera, gastrite, 
tratamentos de pele como irritações, queimaduras, machucados e esfoliações, no entanto 
muitos conhecem essa planta como um grande agente no tratamento capilar e de beleza 
em geral. 
Segundo Barraca (1999), a planta tem atributos positivos sobre inflamações, 
queimaduras, eczemas, e queda de cabelo quando usada tópicamente; antioftálmica e 
vermífuga quando ingerida e também como calmante nas retites hemorroidais quando 
utilizadas como supositório. 
Quebra-pedra (Phyllanthus niruri) 
O quebra-pedra é uma planta muito conhecida entre os maranhenses e possui 
indicação para hidropsia, icterícia, blenorragia, distúrbios da próstata, cistites, enfermidades 
da bexiga, diabetes, cólicas e cálculos renais. Estudos recentes consideram a possibilidade 
do Quebra-Pedra ser utilizado como agente anti-viral para a hepatite B. Entre seus 
princípios ativos encontramos: “filantina, filalvina, cineol, cimol, linalol, salicilato de metila, 
securimina, filantidina, ácido salicilico” (ZAMOT, 2008, p.2). 
Erva Doce (Pimpinella anisum) 
Utiliza-se as sementes dessa planta para preparar o chá que age como 
carminativo, estomacal, diurético, sudorífico, anti-espasmódico, anti-diarreico, estimulante 
gastrointestinal. Seus princípios ativos são: “anetol, colina, anisulmina, metilchavicol, 
estragol e ácido anísico” (ZAMOT, 2008, p.2). 
Algodão (Gossypium hirsutum) 
Possui propriedades antiflamatória, antivirórica e bactericida. Seus constituintes 
químicos são: “cetovanilona, ácidos palmítico, aráquico, betaina, esteárico, fitosterol, 
furfurol, gossipol, oleina, pectínico, serotonina, tanino, tocoferol” (ZAMOT, 2008, p.2). 
É importante afirmar que a maioria das plantas aqui citadas não pode ser utilizada 
por gestantes ocorrendo o risco de aborto ou prejuízo ao feto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
BLANCO, M. C.. G. Cultivo comunitário de plantas medicinais. Campinas, CATI, 2010. 
36p 
 
CRUZ, Gilberto L. da. Livro verde das plantas medicinais e industriais no Brasil. Belo 
Horizonte: [s.n.], 1965. 
 
FONTE, Nilce Nazareno, A complexidade das plantas medicinais: algumas questões 
de sua produção e comercialização. Curitiba, 2004. 
 
FONTES, Hélio Augusto Ferreira. Boldo. Disponível em: 
http://www.copacabanarunners.net/boldo.html Acesso em: 
 
FONTES, Hélio Augusto Ferreira. Menta ou Hortelã. Disponível em: 
http://www.copacabanarunners.net/menta.html Acesso em: 
 
MORGAN, René Enciclopédia das Ervas e Plantas Medicinais. São Paulo: Hemus, 1994. 
 
PLANTAMED. Plantas e erva medicinais e fitoterápicos. Disponível em: 
http://www.plantamed.com.br/ Acesso em: 
 
POMPEI, Márcia. Plantas e ervas. Disponível em: http://www.joia-e-
arte.com.br/plantaservas.htm Acesso em: 
 
SILVA, É. B. Uso das plantas medicinais pelos moradores do Engenho Uchôa, Recife, 
1997. 
 
SILVA, Rozeli Coelho. Levantamento de plantas medicinais em comunidades de Rio 
Novo do Sul, Iconha, Itapemirim e Cachoeiro de Itapemirim. In: Encontro sobre plantas 
medicinais, 1, 1988, Rio Novo do Sul. Anais. Vitória: EMATER-ES/MEPES, 1989. 
 
VEJA AGORA. (Jornal)Reforma do Mercado Central era só propaganda do ex-prefeito. 
Ed 253. São Luis: 12 out 2006

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