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Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Plantas Medicinais e Fitoterapia Plantas Medicinais, seus Princípios Ativos e Formas de Aplicação Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Dr.ª Gisele Damian Antônio Gouveia Revisão Textual: Prof. Me. Claudio Brites Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • As Plantas Medicinais e os Sistemas de Classificação; • Principais Metabólitos Secundários das Plantas Medicinais; • Formas de Preparo de Plantas Medicinais; • Práticas Terapêuticas Fitoterápicas; • Plantas tóxicas. Fonte: iStock/Getty Im ages Objetivos • Compreender a composição química das plantas medicinais e seu papel na indicação e contraindicação para a saúde. Caro Aluno(a)! Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas. Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”. No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados. Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem. Bons Estudos! Plantas Medicinais, seus Princípios Ativos e Formas de Aplicação UNIDADE Plantas Medicinais, seus Princípios Ativos e Formas de Aplicação Contextualização Existe uma série de problemas quanto à denominação das plantas, em se tratando do uso do nome popular. A confusão pode gerar um mal-entendido que funciona no sentido de fazer com que, no diálogo entre profissional e paciente, cada um acredite estar falando da mesma planta, embora estejam dizendo coisas diferentes. Isso ocorre com frequência porque temos plantas conhecidas por nomes comerciais de medicamentos ou, dependendo da região, espécies diferentes com o mesmo nome popular, ou ainda plantas europeias aclimatadas no Brasil que não equivalem às espécies brasileiras e são identificadas aqui com o mesmo nome popular europeu. Situação-problema Durante uma consulta, o Dr. João (profissional de saúde) indagou o Sr. Pedro sobre os “remédios” que ele usava para cuidar da sua diabetes. Com medo do preconceito, Pedro apenas respondeu: - Tomo insulina, doutor. E complementou sussurrando: - Mas não estou conseguindo encontrá-la aqui na cidade! O médico respondeu: - Não se preocupe, temos aqui na unidade de saúde. Pedro retrucou baixinho: - Será que tem muda? O médico disse: Não, fornecemos em caixa. Sr. Pedro pensa: “Em caixas?! Será que o doutor acha que é aquela injeção que não uso mais? Ou as mudas aqui vêm em caixa, e não em saquinho?”. Parece que as respostas de seu Pedro estavam sendo bem aceitas por Dr. João. Provavelmente, como Sr. Pedro suspeitou, o profissional de saúde não sabia que insulina era também um nome atribuído a uma erva medicinal. A resposta do profissional certamente seria diferente se Pedro tivesse declarado que vinha tomando um chá de folhas de insulina vegetal ou arnica-do-mato ou couvinha. Você concorda? E a confusão não termina por aqui! A Sphagneticola trilobata é uma planta nativa do Brasil. Dependendo da região, possuem outros nomes populares diferentes: insulina, arnica-do-mato, vedélia, mal-me-quer, margaridão. Por exemplo: no Rio Grande do Sul, é conhecida por insulina-vegetal, enquanto que em Santa Catarina, como arnica-do-mato; em Portugal, é conhecida como Arnica montana L. que, no Brasil, é vendida na forma de tintura. Concluindo, temos aqui plantas distintas, com uso, preparo e aplicação terapêutica diferentes e reconhecidas popularmente pelo mesmo nome! 6 7 As Plantas Medicinais e os Sistemas de Classificação Desde a Antiguidade o homem vem procurando agrupar as plantas por meio de sistemas de classificação, de forma a facilitar sua identificação e estudo. A identificação botânica de uma espécie vegetal pode ser feita mediante diversos sistemas de classificação, ou mesmo de diversos autores diferentes, porém, os sistemas mais utilizados no Brasil são os de Engler (até 1988) e Cronquist (a partir de 1988). A unidade fundamental dos sistemas de classificação é a espécie. A espécie pode ser considerada como um grupo de indivíduos que se assemelham e que são capazes de se intercruzarem, originando descendentes férteis. O conjunto de espécies que mais se assemelham é denominado gênero. O conjunto de gêneros que mais se assemelham corresponde à família. O conjunto de famílias que mais se assemelham constitui a ordem. O conjunto de ordens que se assemelham forma a classe. O conjunto de classes que possuem algo em comum forma a divisão. CLASSIFICAÇÃO É a ordenação das plantas em um táxon: Divisão, Grupo ou Clado, “Classe”, Ordem, Família, Gênero e Espécia. Plantae Monocotyledonae Zea Milho Poales Poaceae Anthophyta Zea mays Espécie Gênero Família Ordem Classe Divisão Figura 1 Fonte: iStock/Getty Images Cada uma dessas categorias corresponde a um táxon e algumas delas podem possuir terminação característica, conforme relacionado a seguir: Taxinomia das plantas Categoria Taxonômica Táxon Exemplo (Cronquist) Família Radical + terminação aceae Celastraceae Gênero Substantivo latinizado com inicial maiúscula, sem terminação definida Maytenus Espécie Gênero (substantivo) + epíteto específico (adjetivo) Maytenus ilicifolia mart. Ex. Reiss. 7 UNIDADE Plantas Medicinais, seus Princípios Ativos e Formas de Aplicação O nome científico é escrito em latim e segue princípios, regras e recomendações apresentadas no Código Internacional de Nomenclatura Botânica (CINB). Recomenda- -se que o nome científico seja destacado no texto, ou seja, colocado em itálico, negrito ou sublinhar. O primeiro termo do nome da planta identifica o gênero da espécie, é sempre escrito começando por uma maiúscula. O segundo termo refere-se à espécie, ele começa por uma minúscula, mesmo quando derivado de um nome próprio ou de uma designação geográfica. Quando não conhecemos a espécie, usamos o termo “spp”. Por fim, coloca- -se a abreviatura do nome do autor após o nome da espécie. Exemplo: Mikania spp. Pode ser a Mikania laevigata Schultz Bip, Mikania glomerata Sprengel, Mikania involucrata Hook. & Arn., Mikania hirsutíssima e Mikania cordifolia. Para exercitar a escrita e pesquisa do nome das plantas por meio da denominação científica, consulte os sites http://www.tropicos.org e https://goo.gl/d6TfsR. Por que estimular o uso do nome científico das plantas medicinais? A indicação de uma planta sem o fornecimento do nome científico da espécie pode ocasionar equívocos, pois, como já dito, para um mesmo nome popular podem estar denominadas diversas plantas de espécies diferentes. Tais confusões na nomenclatura se devem a diversas causas: • Variações linguísticas: dependendo da região do Brasil, algumas espécies pos- suem nomes populares diferentes. Por exemplo: Chenopodium ambrosioides L. da família Chenopodiaceae é conhecida em Santa Catarina como erva-de-santa-- -maria, enquanto que na Região Nordeste, a mesma planta é chamada mastruço; contudo, em Santa Catarina, esta última corresponde à Coronopus didymus da família Brassicaceae; • Traduções inadequadas: muitas vezes os nomes populares europeus não equivalem às espécies brasileiras. Para adequar os nomes europeus com as plantas aqui, usam- -se os mesmos nomes populares. Por exemplo: a groselheira europeia pertence à espécie Ribes nigrum L. da família Saxifragaceae, porém, a groselheira brasileira (ou vinagreiraou rosela) pertence à espécie Hibiscus sabdariffa L., da família Malvaceae; • Semelhanças visuais e nomes compostos: há plantas que apresentam semelhan- ças visuais com outras já consagradas, fazendo as pessoas criarem nomes com- postos. Por exemplo, o nome boldo-do-jardim (Plectranthus barbatus Andr.) e boldo-de-baiano (Vernonia condensata Baker) foram criados devido à semelhança dos efeitos digestivos com a espécie Boldea boldus (Mol.) Looser (boldo-do-chile); posteriormente, os nomes populares das primeiras espécies passaram a ser apenas boldo, e a confusão se estabeleceu; • Efeitos terapêuticos semelhantes: plantas que possuem propriedades terapêu- ticas semelhantes que pertencentes a famílias botânicas diferentes podem receber a mesmo nome popular. Por exemplo, as espécies Maytenus ilicifolia Mart. ex 8 9 Reiss. (família Celastraceae), Zollernia ilicifolia Vogel (família Fabaceae) e Soro- cea bonplandii (Baill.) Burg., Lang. & Boer. (família Moraceae), são conhecidas popularmente por espinheira-santa, contudo, a única com estudos e comprovada cientificamente como medicinal é a Maytenus ilicifolia. Os botânicos estão continuamente estudando as espécies vegetais e existem nomes que vão ficando ultrapassados, isto é, você também se deparará com os nomes chamados de sinônimos ou sinonímias. Ex.: Peumus boldus Molina e Boldu boldus (Molina) Lyons são nomes científicos empregados também para denominar o boldo-do-chile, sinonímia de Boldea boldus (Molina) Looser. Dessa forma, se você pretende aprofundar seus conhecimentos em plantas medicinais, não deixe de recorrer à bibliografia especializada e atualizada por meio do nome científico ou sinonímia das plantas. Principais Metabólitos Secundários das Plantas Medicinais As plantas medicinais sintetizam e armazenam metabólitos primários e metabólitos secundários ou princípios ativos. Substâncias orgânicas produzidas pelos organismos vivos para viver, crescer e reproduzir rotas biossintéticas Metaboloma: metabólitos primários metabólicos secundários BIOREAÇÕES: 1. Reações de alquilação Substituição nucleo�lica (O-, N- and C-metilação) Adição eletro�lica 2. Rearranjos Wagner-Meerwein 3. Reações aldólicas e de Claisen 4. Base de Schi� e reação de Mannich 5. Transaminação 6. Reações de carboxilação e descarboxilação 7. Reações de oxidação (incluindo Baeyer-Villiger) e redução 8. Acoplamento oxidativo fenólico 9. Reações de glucolização Metabolismo primário Metabólitos primários Metabolismo secundário Metabólitos secundários ÁCIDOS CINÂMICOS CUMARINAS ÁCIDOS BENZÓICOS SIMPLES LIGNANAS LIGNINAS FENILPROPENOS ÁCIDOS BENZÓICOS DE C6C3 FLAVONÓIDES FLAVOLIGNANAS XANTONAS Esquema 1. Substâncias naturais produzidas pelo metabolismo primário e secundário e biorreações HEMITERPENOS MONOTERPENOS (IRIDÓIDES) SESQUITERPENOS DITERPERNOS SESTERTERPENOS TRITERPENOS TETRATERPENOS ESTERÓIDES (C5) (C10) (C15) (C20) (C25) (C30) (C40) ALCALÓIDES POLICETÍDEOS TERPENÓIDES Química de Produtos Naturais Derivados de aminoácidos Peptídeos Proteínas Carboidratos Glicerídeos Ácidos nucléicos Aminoácidos aromáticos Ácido chiquimico Ácido Malônico AcetatoAminoácidos alifáticos Ácido Mevalônico Pirofosfato de Isopennila Chiquimato Bioquímica (Proteoma) Figura 2 Fonte: Braz-filho, 2010 9 UNIDADE Plantas Medicinais, seus Princípios Ativos e Formas de Aplicação Os metabólitos primários são responsáveis pela vida da planta – ex.: síntese de car- boidratos, lipídeos, proteínas, ácidos nucleicos. Os metabólitos secundários são aqueles componentes químicos que serão responsáveis pela adaptação da planta ao solo, bem como a ação terapêutica ou toxicológica da planta medicinal. Eles se concentram em várias partes do vegetal, preferencialmente nas flores, nas folhas e nas raízes e, às vezes, nas sementes, nos frutos e nas cascas. As plantas não apresentam uma concentração uniforme de princípios ativos durante o seu ciclo de vida, eles variam com o habitat, a colheita e a preparação. Geralmente, numa mesma planta, encontram-se vários componentes ativos dos quais um, ou um grupo, determina a ação principal. Os principais grupos de princípios ativos presentes nas plantas medicinais são: Alcaloide Classe química que atua no Sistema Nervoso Central e dá o sabor amargo às plantas. Quimicamente, são compostos orgânicos nitrogenados, com o nitrogênio heterocíclico (geralmente amina e, mais raramente, amida). As principais ações dos alcaloides são: anestésico (morfina retirada da Papaver somniferum L.); emética (emetina retirada da Ipeca, Cephaelis ipecacuanha (Brot.) A. Rich.); antitumoral (vincristina e vinblastina retiradas da vinca, Catharanthus roseus (L.) G. Don); vasoconstritora (pilocarpina retirada do Jaborandi, Pilocarpus jaborandi Holmes). Alguns alcaloides podem também ser hepatotóxicos e carcinogênicos, destacando o alcaloide pirrolizidínico e os derivados de ácido aristolóquico I e II. O ácido aristolóquico I e II, por exemplo, é encontrado nas espécies do gênero Aristolochia. Figuras 3 e 4 - Confrei (Symphytum offi cinale L.) e Cipó milomes (Aristolochia brasiliensis Mart.& Zucc.) Fontes: tropicos.org e floradobrasil.jbrj.gov.br 10 11 Flavonoide Atua como antifúngico, antibacteriano, antiinflamatório, antioxidante. Quimicamente, são polifenóis, podem se apresentar com ou sem moléculas de açúcar em sua estrutura. São de coloração amarela (Flavus = amarelo). As principais ações dos flavonoides são: permeabilidade e resistência capilar (quercetina retirada da Castanha-da-Índia, Aesculus hippocastanum); sedativa (apigenina retirada do Maracujá, Passiflora sp.); antioxidante (Ginkgobilobina, retirada do Ginkgo biloba L.); circulação (bilobetina, retiradas do ginkgo); antirreumática (Salicilina, retirada do salgueiro, Salix alba L.); e anti-inflamatória (Artemitina I e II, retirada da planta chamada Erva-baleeira, Cordia verbenácea DC.). Figuras 5 e 6 - Passiflora alata Curtis e Ginkgo biloba L. Fonte: tropicos.org Saponina Este composto tem propriedade de formar espuma, mas em excesso pode ser irritan- te. Quimicamente, é uma substância de elevado peso molecular que apresenta uma por- ção com características lipofílicas e outra com características hidrofílicas. As principais ações das saponinas: diurética (Equisetonina, retirada da Cavalinha, Equisetum sp.), estimulante imunológico (asiaticosídeo, retirado da Centella asiática (L.) Urb.). Figuras 7 e 8 - Equisetum hyemale L. e Centella asiática (L.) Urb. Fonte: tropicos.org 11 UNIDADE Plantas Medicinais, seus Princípios Ativos e Formas de Aplicação Mucilagem Quimicamente, são polissacarídeos acíclicos. As principais ações das mucilagens são: expectorante, cicatrizante, Laxante (Ramnose retirada da Cáscara-Sagrada, Rhamnus purshiana DC.), emoliente (pentoses e hexoses retiradas da Malva sylvestris L.). Figuras 9 e 10 - Cáscara-sagrada (Rhamnus purshiana DC.) e Malva sylvestris L. Fonte: tropicos.org Tanino Possui propriedade de precipitar as proteínas da pele e das mucosas, transformando- -as em substâncias insolúveis. O uso excessivo de plantas que contenham tanino pode provocar irritação gástrica. Quimicamente, são substâncias fenólicas (Polihidroxilados) solúveis em água. As principais ações dos taninos: cicatrizante (confrei, Symphytum officinale), adstringente (Hamamelis virginiana), antidiarreica (goiabeira, Psidium gua- java L.), bactericida (Calendula officinalis L.). Figuras 11 e 12 - Hamamelis virginiana L. (hamamelis) e Psidium guajava L. (goiabeira) Fonte: tropicos.org 12 13 Glicosídeo Possui a capacidade de formar uma porção de açúcar e uma porção não açúcar (cha- mada de Aglicona). Por exemplo: na alcachofra (Cynara scolymus L.), os glicosídeos são responsáveis pelo aumento da secreção biliar (ação digestiva). Há espécies de glicosídeos – por exemplo, os cardiotônicos, cianogênicos e saponínicos – que são tóxicas. Elas causam distúrbios gastrointestinais (náuseas, vômitos,salivação excessiva, dor abdominal, diarreia), cardíacos, respiratórios, visuais e neurológicos. O contato causa dermatite alérgica com formação de edema local, dor e eritema. São contraindicadas para uso oral ou tópico. Exemplos de plantas que contêm glicosídeos cardiotônicos: alamanda (Allamanda cathartica L.), dedaleira, oficial-de-sala, chapéu–de– napoleão (Thevetia peruviana K. Schum). Plantas com glicosídeos cianogênicos: sementes e folhas de espécies de Prunus sp. (pessegueiros). Plantas com glicosídeos saponínicos: umbú, tungue, orelha-de-macaco, amor-perfeito, cicas, hera. Antraquinona Tem sido usada pela atividade laxante. Quimicamente, são compostos orgânicos pro- venientes da oxidação dos fenóis. Principais ações das antraquinonas: laxativa (cáscara- -sagrada – Rhamnus purshiana DC., sene – Senna alexandrina Mill., babosa – Aloe vera (L.) Burm.f.) e corante (Hena). Figura 13 - babosa – Aloe vera (L.) Burm.f Fonte: tropicos.org Plantas que possuem antraquinonas podem provocar interações medicamentosas com cetoprofeno (reduz a absorção de 30%), corticosteroides (aumenta o risco de hipocalemia), diuréticos depletores de potássio, digitálicos (aumento da toxicidade), quinidina e anticoagulantes. 13 UNIDADE Plantas Medicinais, seus Princípios Ativos e Formas de Aplicação Óleos essenciais Quimicamente, os óleos essenciais são misturas complexas de substâncias voláteis, lipofílicas, odoríficas e líquidas. Principais ações terapêuticas dos óleos essenciais: bactericida (alecrim, Rosmarinus officinalis L.), carminativa (funcho, Foeniculum vulgare Mil.), antiespasmódica (camomila, Matricaria chamomilla L.), secretolítica (eucalipto, Eucaliptus globulosus St.-Lag.), anestésica Local (cravo-da-índia, Syzygium aromaticum). Figuras 14 e 15 - Rosmarinus offi cinalis L. e Foeniculum vulgare Mil. Fonte: tropicos.org Cumarina Quimicamente são estruturas derivadas do ácido O-hidroxi-benzopiran-2-onas. As prin- cipais ações das cumarinas: anticoagulantes e broncodilatadores (guaco, Mikania sp.). Figura 16 Fonte: hortomedicinaldohu.ufsc.br Conheça também os principais fatores climáticos que influenciam a ação terapêutica de uma planta medicinal. Leia as páginas 374-380 do artigo de Leonardo Gobbo-Neto e colaboradores sobre Plantas medicinais: fatores de influência no conteúdo de metabólitos secundários, disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/qn/v30n2/25.pdf> . 14 15 Lembre-se! Mesmo que os profissionais não se sintam adeptos a orientar e/ou prescrever plantas medicinais (por não conhecerem e/ou não acreditarem em sua eficácia), é muito importante que o mesmo questione se o usuário faz uso ou tem alguma planta no seu quintal que usa como medicinal. E por quê? Pelo motivo de que as plantas e fitoterápicos têm princípios-ativos, podem interagir, causar reações adversas, interações medicamentosas e contraindicações. Por exemplo: há plantas medicinais que são contraindicadas aos pacientes com câncer, como Echinacea purpurea (equinácea) ou Hypericum perforatum (podendo gerar interferências no tratamento convencional quimioterápico). Você acabou de conhecer os principais componentes químicos presentes nas plantas medicinais, responsáveis pela ação terapêutica ou toxicológica. Agora, vamos apresentar as principais formas de preparo e aplicação fitoterápica. Formas de Preparo de Plantas Medicinais Dependendo da planta e de seus princípios ativos, serão necessários alguns cuidados no modo de preparado – por exemplo: com plantas ricas em óleos essenciais não se deve usar decocção; com plantas com princípio-ativo amargo, deve-se preferir o uso do sumo frio; enquanto que, para plantas com mucilagem, deve-se evitar o uso com medicamentos de uso contínuo para não retardar a ação do mesmo. A seguir, serão apresentadas as principais formas de preparo em fitoterapia: Infusão e decocção As infusões são obtidas fervendo-se a água necessária e derramando-a sobre as flores, os botões ou as folhas de plantas medicinais (colocada em outro recipiente), que se degradam pela ação do calor prolongado. Após a mistura, o recipiente permanece fechado por um tempo variável entre 5 e 10 minutos. O infuso, coado logo após o término do repouso, deve ser utilizado no mesmo dia da preparação. A decocção é o modo de preparo de chás de cascas, caule ou raízes mais duras e que precisam de um método mais rigoroso para extrair os princípios-ativos. Cada parte da planta tem um tempo de cozimento específico, ou seja, usa-se de 2 a 5 gramas da parte da planta escolhida em 220 mL de água e recomenda-se ferver, o tempo variando conforme o tipo: 2 minutos para folhas coriáceas; 7 minutos, raízes e caules; 10 minutos para a planta inteira. Após a fervura, manter o recipiente fechado por 10 minutos. Suco ou sumo Obtém-se o suco espremendo-se o fruto e o sumo ao triturar uma planta medicinal fresca num pilão ou em liquidificadores e centrífugas. O pilão é mais usado para as partes pouco suculentas. Quando a planta possuir pequena quantidade de líquido, deve--se 15 UNIDADE Plantas Medicinais, seus Princípios Ativos e Formas de Aplicação acrescentar um pouco de água e triturar novamente após uma hora de repouso, recolhendo então o líquido liberado. Como as anteriores, essa preparação também deve ser feita no momento do uso. Alcoolatura e tintura A alcoolatura é uma maceração contendo 50 g de plantas frescas e 50 mL de álcool de cereais de 70°GL a 92°GL, ou cachaça. O tempo de em maceração é de 8 dias. A tintura é uma maceração de 20 g de partes da planta secas em 100 mL álcool de cerais 30° GL a 70° GL. Essa forma de preparo consiste em deixar em maceração entre 10 e 25 dias, devendo ser agitada uma ou duas vezes ao dia. Ao final, o resíduo deve ser prensado e filtrado em pano limpo e guardado também ao abrigo da luz (em vidro escuro ou armário escuro). Pó O pó é a planta seca o suficiente para permitir a sua trituração até se transformarem em pó. O pó pode ser misturado ao leite, mel ou, ainda, em preparos de infusões ou decocções; externamente, é aplicado diretamente sobre o local ferido ou misturado em óleo, vaselina ou água. Formas farmacêuticas fitoterápicas Os fitoterápicos, também, podem ser prescritos em formas de cápsulas, comprimidos, pomadas, unguentos, sabonete, shampoo, gel, creme ou xarope. Xarope O nome xarope é de origem árabe e deriva de xarab, sirab, scharab, que significa “bebida” ou “suco açucarado”. Os xaropes são preparações líquidas, espessas, para uso interno, que contêm de 50 a 65% de açúcar e sua densidade deve ser de 1,32 g/mL. Exemplo: Xarope de Guaco - Ipeca Tintura de ipeca 2 mL Extrato de Guaco 2 mL Xarope simples q.s.p. 100 mL Técnica de preparação: misturar os extratos vegetais com o xarope simples. Se necessário, filtrar. Indicações: expectorante. 16 17 Óleos medicinais São, na maioria das vezes, óleos fixos ou ceras líquidas que contêm soluções ou extratos vegetais. Geralmente, usados como óleos de massagem, especialmente em aro- materapia. Exemplo: Óleo de massagem 90% de óleo de semente de uva; 10% de óleo de germe de trigo; Planta desejada (cobri-la com essa base); Deixar em maceração por 9 dias, coar. Por mais erva e cobrir com o mesmo óleo por mais 9 dias. Repetir novamente o mesmo processo (total de 27 dias – 3 x 9 dias). Cápsulas e comprimidos As cápsulas duras de gelatina consistem em uma embalagem cilíndrica de duas partes, cujas metades são encaixadas depois do extrato de planta medicinal ter sido colocado dentro. Os comprimidos são feitos pela compressão de material em pó ou granulados. Além dos ingredientes ativos, os comprimidos contêm diluentes, ligantes, lubrificantes, corantes e agentes aromatizantes e desintegrantes para ajudar o comprimido a se dissolver em um meio aquoso. Pomada, gel e creme A pomadas, gel e creme podem ser preparados com o sumo da planta ou infuso, tintura ou extrato glicólico da planta desejada, de acordo com a indicação. Práticas TerapêuticasFitoterápicas Escalda-pés É uma forma de aplicação externa na qual os pés são mergulhados em um recipiente que contenha uma solução fitoterápica, e que permita um nível de água até a porção mais inferior da panturrilha (“batata-da-perna”). Em geral, essa solução é empregada quente, não devendo exceder os 40° C. A duração varia de 10 a 20 minutos. São especialmente recomendáveis nos casos de insônia, congestão, dores-de-cabeça, dismenorreia, gripes e resfriados, entre outros. 17 UNIDADE Plantas Medicinais, seus Princípios Ativos e Formas de Aplicação Figura 17 Fonte: iStock/Getty Images Compressas É uma forma de hidroterapia. As compressas podem ser preparadas a partir das tinturas, dos sumos, infusos ou decoctos das plantas. Elas permitem o contato da solução fitoterápica com uma parte qualquer do corpo, por um período mais ou menos longo, para exercer sobre ele determinada ação terapêutica. Apesar de ser uma aplicação localizada, seus efeitos podem irradiar-se pelo organismo como um todo. São utilizadas em situações agudas ou crônicas. A temperatura das compressas pode ser: gelada, fria, morna, quente. Como regra, para ajustar a temperatura das compressas, o paciente não deve sentir frio e nem suar com a aplicação dessas. Compressa gelada: empregada em traumatismos agudos (torções, luxações, contusões ou hematomas), durante as primeiras 24h após o acidente, e exerce uma forte ação vasoconstritora, (contração dos pequenos vasos arteriais, venosos e capilares), anestésica e inibidora dos estímulos nervosos, diminuindo a intensidade dos processos inflamatórios. É também utilizada nas hemorragias nasais, ou mesmo nas hemorragias por ruptura da pele, corte etc. Pode ser aplicada diretamente ou em bolsas; Compressa fria: entre 15º C e 20º C, prevalece a ação dos princípios terapêuticos das substâncias usadas. Ajuda a refrescar e descongestionar órgãos ou tecidos. Sua aplicação não deve ser prolongada. Para os pacientes mais debilitados, essa temperatura pode ser alguns graus mais elevados. Deve-se manter o pano na temperatura local constantemente fria, o que se obtém substituindo um pano por outro, previamente mergulhando na água e torcido; Compressa morna: entre 25º C e 35 ºC, prevalece também a ação dos princípios terapêuticos e, geralmente, acalma; Compressa quente: entre 40º C e 45º C, prevalece a ação do calor e da água. Tem efeito relaxante. As compressas quentes e úmidas devem ser aplicadas colocando-se a 18 19 parte molhada em contato com a área tratada e mantendo sobre ela uma toalha seca, que ajuda a reter o calor. Cataplasma ou emplastro É obtido por diversas formas: amassar as plantas frescas e bem limpas e aplicá-las diretamente sobre a parte afetada ou envolvidas em um pano fino ou gaze; reduzi-las em pó, misturá-las em água, chás ou outras preparações e aplicá-las em voltas em pano fino sobre as partes afetadas; pode-se ainda utilizar argila e água geralmente quente, com a planta fresca ou seca triturada. Cataplasma: https://goo.gl/F5kGrK Banho ou lavagem local Consistem no banho de imersão em banheira com água em torno de 30ºC, na qual se acrescentam o infuso, decocto ou tintura da planta medicinal, agitando-se para que se misture bem a toda a água. Os banhos fitoterápicos promovem bem-estar e assepsia. Os banhos podem ser parciais ou de corpo inteiro e são normalmente indicados uma vez por dia. O tempo de permanência em um banho aromático deve ser de até 10 minutos, após o que se deve secar bem todo o corpo e agasalhar-se. Há diversos tipos de banho: banhos de imersão; chuveiro; lavagem local; banhos de assento. Banho de Assento: https://goo.gl/GtJhkp Inalação Essa preparação utiliza da combinação do vapor de água quente com as substâncias voláteis das plantas aromáticas. É normalmente recomendada para problemas do aparelho respiratório. Prepara-se da seguinte forma: coloca-se a planta a ser utilizada numa vasilha com água fervente, na proporção de uma colher (sopa) da planta fresca ou seca em meio litro d’água, aspira-se lentamente (contar até 3 durante a inspiração, até 3 na retenção do ar e até 3, novamente, quando expelir o ar), prosseguir assim, ritmadamente, por 15 minutos. Ex.: 3 folhas secas ou frescas de Eucalyptus globulus (eucalipto) para 1L de água. O recipiente pode ser mantido no fogo para haver contínua produção de vapor. Usa-se um funil de cartolina ou papel-jornal, ou ainda uma toalha sobre os ombros, a cabeça e a vasilha, para facilitar a inalação do vapor. Deve-se tomar muito cuidado, pois há riscos de queimaduras, por isso é recomendado o uso de equipamentos elétricos especiais para esse fim. 19 UNIDADE Plantas Medicinais, seus Princípios Ativos e Formas de Aplicação Figura 18 Fonte: iStock/Getty Images Sabe-se que são muito divergentes as informações sobre dosagens de plantas medici- nais, principalmente quando se trata da medição de volumes com utensílios domésticos (colheres, xícaras etc.) ou mesmo a conversão de pesos em volumes, e vice-versa. Apre- sentamos a seguir uma relação de medidas aproximadas: Medida Volume em mL 1 colher de sopa 15 1 colher de sobremesa 10 1 colher de chá 5 1 colher de café 2 1 cálice de licor 30 1 copo 150 Unidade de medida e material Peso (g) 1 colher (chá) de raízes secas 4 1 colher (chá) de folhas verdes 2 1 colher (sopa) de raízes ou cascas 20 1 colher (sopa) de folhas verdes 5 1 colher (sopa) de folhas secas 2 Plantas tóxicas Plantas tóxicas são aquelas que na sua composição química apresentam substâncias que, ao contato, ingestão ou inalação, podem ocasionar danos à saúde do homem ou dos animais. A intoxicação ocorre geralmente por ingestão ou contato, principalmente em crianças, por isso a importância de conhecer para prevenir! 20 21 Figura 19 - Comigo-ninguém– pode (Dieffenbachia sp.) Fonte: Wikimedia Commons Pertence à família da Araceae e da flora da Amazônia, dificilmente separáveis na prática. Apresenta cristais de oxalato de cálcio, na forma de agulhas, denominados ráfides, que causam uma irritação mecânica primária e processo inflamatório. O contato pode provocar irritação da pele ou inflamação, acompanhada de edema e fortes dores, que podem durar algumas semanas. O tratamento consiste na desobstrução das vias respiratórias, administração de líquidos gelados (águas, chás, sucos) ou emolientes (leite, gelatina), não fazer lavagem gástrica, nem provocar vômito, por causa das ráfides. Lavar pele e olhos, se irritados, com grande quantidade de água corrente e usar colírios antissépticos, no caso dos olhos. Figura 20 - Coroa-de-cristo (Euphorbia millii Des Moulins) Fonte: Wikimedia Commons É uma planta originária da ilha de Madagascar, muito difundida no Brasil, são cultivadas como cercas vivas e como ornamentais. Muitas espécies do gênero Euphorbia, por conter diterpenos, denominados miliaminas de A I, têm ação irritante. São carcinogênicas. O contato do látex com a pele e mucosas pode causar sérias irritações. As lesões caracterizam-se inicialmente por edema e eritema, evoluindo para a formação de vesículas e pústulas, normalmente pruriginosas e doloridas. O contato do látex ou dos dedos contaminados com os olhos pode provocar conjuntivite e, em casos mais graves, cegueira temporária. A ingestão provoca gastrenterite severa com forte diarreia e vômitos, há dilatação da pupila, tontura, delírio com convulsão e colapso circulatório. Se o contato for com a pele, lavar abundantemente com água. Se o contato for com os olhos, lavar com água corrente e usar colírios antissépticos. Para caso de ingestão, administra-se carvão ativado e laxante, analgésico, demulcente. Figura 21 - Flor-de-papagaio (Euphorbia pulcherrima Willd.) Fonte: plants.ces.ncsu.edu Pertence à família da Euphorbiaceae. Originária do México. Apresenta ésteres diterpênicos de ação irritante. O contato do látex com a pele pode provocar reação semelhante à da coroa-de-cristo, e a ingestão de partes do vegetal pode causarlesões graves. Em alguns locais, porém, a ingestão do vegetal não desenvolveu sintomas graves de intoxicação, apenas sintomas leves como vômito e diarreia. O tratamento é semelhante ao da coroa-de-cristo. Figura 22 - Mamona (Ricinus communis L.) Fonte: plants.ces.ncsu.edu Pertence à família da Euphorbiaceae. Originária da Ásia. As sementes apresentam ricina (glicoproteica), ricinina (alcaloide), glicoproteínas de ação alergizante. A intoxicação por ingestão das sementes caracteriza-se por vômito e diarreia, evoluindo para gastrenterite sanguinolenta, cólica violenta, lesões renais, distúrbios neurológicos, letargia, apneia e coma. A ingestão de uma a seis sementes pode ser fatal para uma criança. As manifestações alérgicas por inalação de resíduos de indústrias de beneficiamento de mamona caracterizam-se por distúrbios respiratórios, coriza, asma brônquica ou, ainda, conjuntivite, dermatites e eczemas. O tratamento deve ser rápido e enérgico. Como medida de primeiros-socorros, recomenda-se a administração de carvão ativado ou estimulação de vômito. A lavagem gástrica deve ser imediata, seguida da administração de eletrólitos, grande quantidade de líquidos, controle renal, sanguíneo e das funções hepáticas. Figura 23 - Buxinha (Luffa operculata (L.) Cogn.) Fonte: reflora.jbrj.gov.br Pertence à família da Cucurbitaceae. As espécies Luffa acutangula Roxb., L. cylindrica (L.), Rom., L. aegyptiaca Mill. foram isoladas glicoproteínas com ação inibidora da síntese proteica, embriotóxica e abortiva, propriedade essa demonstrada em laboratório. A ingestão de chás preparados com os frutos provoca cólicas abdominais, diarreia intensa e vômitos. Os sintomas aparecem em cerca de 24 horas após a ingestão do chá. Os frutos secos, usados em rinite e sinusite, podem causar irritação e hemorragia nasal. 21 UNIDADE Plantas Medicinais, seus Princípios Ativos e Formas de Aplicação Outras plantas tóxicas • Alamanda – Allamanda cathartica L. (Apocynaceae); • Arruda – Ruta graveolens L. (Rutaceae); • Arueira-branca – Lithraea molleoides (Vell.) Engl.(Anacardiaceae); • Cambará – Lantana camara L. (Verbenaceae); • Chapéu–de–napoleão – Thevetia peruviana K. Schum. (Apocynaceae); • Charuto-do-rei – Nicotina glauca Graham (Solanaceae); • Coroa-imperial – Scadoxus multiflorus Rafin. (Amaryllidaceae); • Erva-de-rato – Palicourea marcgravii A St Hil. (Rubiaceae); • Espirradeira - Nerium oleander L. (Apocynaceae); • Hera-miuda – Fícus pumila L. (Moraceae); • Oficial–de-sala – Asclepia curassavica L. (Asclepiadaceae); • Pinhão-paraguaio – Jatropha curcas L. (Euphorbiaceas); • Trevo, azedinha – Oxalis sp – (Oxalidaceae); • Trombeteira – Brugmansia suaveolens (Solanaceae). No caso de acidentes com plantas, procure orientação médica e/ou ligue para o Centro de Informações Toxicológicas (CIT) de sua região. Guarde e leve a planta para identificação. Ligue para o CIT 0800 643 5252. Acesse o link para conhecer as principais plantas poten- cialmente tóxicas e seus cuidados: https://goo.gl/xFdaj5. Prevenção de acidentes por plantas tóxicas • Procurar conhecer plantas tóxicas da região; • Não ingerir plantas selvagens, inclusive cogumelos, se não ter a certeza de que não são prejudiciais; • Não tomar remédios caseiros com plantas de identidade e propriedades desconhecidas; • Ter cuidado especial na escolha de plantas ornamentais, para ambiente doméstico, principalmente quando houver crianças e animais domésticos. Cuidados no caso de acidentes com plantas tóxicas • Eliminar o material nocivo do corpo o quanto antes. Proceder ao esvaziamento gástrico. Fazer a pessoa intoxicada vomitar; • Ingerir bastante água; • Colocar o paciente em posição adequada, para evitar a aspiração do material vomitado; • Água morna ligeiramente salgada é recomendada; 22 23 • Se aconteceu contato com látex, lavar com bastante água, seguida de agente demulcente (óleo de oliva, leite), no caso de irritação da mucosa bucal, faringiana ou gástrica; • Em caso de irritação dos olhos, lavar esses órgãos com água corrente e empregar colírios antissépticos; • Providenciar socorro médico o mais breve possível, tendo-se o cuidado de levar junto com o paciente o material responsável pela intoxicação. Tópicos de Prevenção e Acidentes com Plantas Tóxicas: https://goo.gl/akEvys 23 UNIDADE Plantas Medicinais, seus Princípios Ativos e Formas de Aplicação Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Universidade Federal de Santa Catarina Horto Didático do Hospital Universitário/UFSC. https://goo.gl/8hZp1z ABFIT - Associação Brasileira de Fitoterapia Boletins de Farmacovigilância de fitoterápicos. https://goo.gl/N6t9F1 National Center for Complementary and Alternative Medicine www.nccam.nih.gov The Herb Research Foundation www.herbs.org 24 25 Referências ALICE, C. B. Plantas medicinais de uso popular: atlas farmacognóstico. Canoas: ULBRA, 1995. BEZERRA, P.; FERNANDES, A. Fundamentos de Taxonomia Vegetal. Fortaleza: Ed. Universidade Federal do Ceará, 1989. BRAZ FILHO, R. Contribuição da fitoquímica para o desenvolvimento de um país emergente. Quím. Nova [online]. v.33, n.1, p. 229-239. 2010. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0100-40422010000100040>. Acesso em: 29 out. 2014. CRICIÚMA. Herbário Padre Dr. Raulino Reitz. Disponível em: <http://inct. florabrasil.net/participantes/herbarios-curadores/cri-herbario-pe-dr-raulino-reitz- universidade-do-extremo-sul-catarinense/>. Acesso em: 29 out. 2014. GOBBO-NETO, L; LOPES, P. Plantas medicinais: fatores de influência no conteúdo de metabólitos secundários. Quím. Nova [online]. v.30, n. 2, p. 374-381, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/qn/v30n2/25.pdf>. OLIVEIRA, F., GOKITHI, A. Fundamentos de Farmacobotânica. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2000. OLIVEIRA, RB, GODOY, AS, COSTA, FB. Plantas tóxicas: conhecimento e prevenção de acidentes. São Paulo: Atheneu, 2003. REFLORA. Lista de espécies da Flora do Brasil. Disponível em: <http://floradobrasil. jbrj.gov.br/jabot/listaBrasil/PrincipalUC/PrincipalUC.do>. Acesso em: 29 out 2014. SIMÕES C. et al (org.). Farmacognosia da planta ao medicamento. 2. ed. Florianópolis: URGS/UFSC, 2000. TROPICOS. Disponível em: <http://www.tropicos.org/Home.aspx>. Acesso em: 29 out. 2014. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Horto Didático do Hospital Universitário /UFSC. Disponível em: <http://www.hortomedicinaldohu.ufsc.br/ sobreohorto.php>. Acesso em: 29 out. 2014. 25
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