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2 Plantas medicinais seus principios ativos e formas de aplicação

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Plantas Medicinais 
e Fitoterapia
Plantas Medicinais, seus Princípios Ativos e Formas de Aplicação
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Gisele Damian Antônio Gouveia
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• As Plantas Medicinais e os Sistemas de Classificação;
• Principais Metabólitos Secundários das Plantas Medicinais;
• Formas de Preparo de Plantas Medicinais;
• Práticas Terapêuticas Fitoterápicas;
• Plantas tóxicas.
Fonte: iStock/Getty Im
ages
Objetivos
• Compreender a composição química das plantas medicinais e seu papel na indicação e 
contraindicação para a saúde.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o 
último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material 
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você 
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns 
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões 
de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e 
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de 
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de 
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de 
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
Plantas Medicinais, seus Princípios Ativos 
e Formas de Aplicação
UNIDADE 
Plantas Medicinais, seus Princípios Ativos e Formas de Aplicação
Contextualização
Existe uma série de problemas quanto à denominação das plantas, em se tratando 
do uso do nome popular. A confusão pode gerar um mal-entendido que funciona no 
sentido de fazer com que, no diálogo entre profissional e paciente, cada um acredite estar 
falando da mesma planta, embora estejam dizendo coisas diferentes. Isso ocorre com 
frequência porque temos plantas conhecidas por nomes comerciais de medicamentos 
ou, dependendo da região, espécies diferentes com o mesmo nome popular, ou ainda 
plantas europeias aclimatadas no Brasil que não equivalem às espécies brasileiras e são 
identificadas aqui com o mesmo nome popular europeu. 
Situação-problema
Durante uma consulta, o Dr. João (profissional de saúde) indagou o Sr. Pedro sobre 
os “remédios” que ele usava para cuidar da sua diabetes. Com medo do preconceito, 
Pedro apenas respondeu: 
- Tomo insulina, doutor. E complementou sussurrando: - Mas não estou conseguindo 
encontrá-la aqui na cidade! 
O médico respondeu: 
- Não se preocupe, temos aqui na unidade de saúde. 
Pedro retrucou baixinho: 
- Será que tem muda? 
O médico disse: Não, fornecemos em caixa. 
Sr. Pedro pensa: “Em caixas?! Será que o doutor acha que é aquela injeção que não 
uso mais? Ou as mudas aqui vêm em caixa, e não em saquinho?”.
Parece que as respostas de seu Pedro estavam sendo bem aceitas por Dr. João. 
Provavelmente, como Sr. Pedro suspeitou, o profissional de saúde não sabia que 
insulina era também um nome atribuído a uma erva medicinal. A resposta do 
profissional certamente seria diferente se Pedro tivesse declarado que vinha 
tomando um chá de folhas de insulina vegetal ou arnica-do-mato ou couvinha. 
Você concorda?
E a confusão não termina por aqui! 
A Sphagneticola trilobata é uma planta nativa do Brasil. Dependendo da região, 
possuem outros nomes populares diferentes: insulina, arnica-do-mato, vedélia, 
mal-me-quer, margaridão. Por exemplo: no Rio Grande do Sul, é conhecida por 
insulina-vegetal, enquanto que em Santa Catarina, como arnica-do-mato; em 
Portugal, é conhecida como Arnica montana L. que, no Brasil, é vendida na forma 
de tintura. 
Concluindo, temos aqui plantas distintas, com uso, preparo e aplicação terapêutica 
diferentes e reconhecidas popularmente pelo mesmo nome!
6
7
As Plantas Medicinais e os 
Sistemas de Classificação
Desde a Antiguidade o homem vem procurando agrupar as plantas por meio de 
sistemas de classificação, de forma a facilitar sua identificação e estudo. A identificação 
botânica de uma espécie vegetal pode ser feita mediante diversos sistemas de classificação, 
ou mesmo de diversos autores diferentes, porém, os sistemas mais utilizados no Brasil 
são os de Engler (até 1988) e Cronquist (a partir de 1988).
A unidade fundamental dos sistemas de classificação é a espécie. A espécie pode ser 
considerada como um grupo de indivíduos que se assemelham e que são capazes de 
se intercruzarem, originando descendentes férteis. O conjunto de espécies que mais se 
assemelham é denominado gênero. O conjunto de gêneros que mais se assemelham 
corresponde à família. O conjunto de famílias que mais se assemelham constitui a ordem. O 
conjunto de ordens que se assemelham forma a classe. O conjunto de classes que possuem 
algo em comum forma a divisão. 
CLASSIFICAÇÃO
É a ordenação das plantas em 
um táxon: Divisão, Grupo ou 
Clado, “Classe”, Ordem, Família, 
Gênero e Espécia.
Plantae
Monocotyledonae
Zea
Milho
Poales
Poaceae
Anthophyta
Zea mays
Espécie
Gênero
Família
Ordem
Classe
Divisão
Figura 1
Fonte: iStock/Getty Images
Cada uma dessas categorias corresponde a um táxon e algumas delas podem possuir 
terminação característica, conforme relacionado a seguir:
Taxinomia das plantas
Categoria Taxonômica Táxon Exemplo (Cronquist)
Família Radical + terminação aceae Celastraceae
Gênero Substantivo latinizado com inicial maiúscula, sem terminação definida Maytenus
Espécie Gênero (substantivo) + epíteto específico (adjetivo)
Maytenus ilicifolia 
mart. Ex. Reiss.
7
UNIDADE 
Plantas Medicinais, seus Princípios Ativos e Formas de Aplicação
O nome científico é escrito em latim e segue princípios, regras e recomendações 
apresentadas no Código Internacional de Nomenclatura Botânica (CINB). Recomenda-
-se que o nome científico seja destacado no texto, ou seja, colocado em itálico, negrito 
ou sublinhar.
O primeiro termo do nome da planta identifica o gênero da espécie, é sempre escrito 
começando por uma maiúscula. O segundo termo refere-se à espécie, ele começa por 
uma minúscula, mesmo quando derivado de um nome próprio ou de uma designação 
geográfica. Quando não conhecemos a espécie, usamos o termo “spp”. Por fim, coloca-
-se a abreviatura do nome do autor após o nome da espécie. Exemplo: Mikania spp. 
Pode ser a Mikania laevigata Schultz Bip, Mikania glomerata Sprengel, Mikania 
involucrata Hook. & Arn., Mikania hirsutíssima e Mikania cordifolia.
Para exercitar a escrita e pesquisa do nome das plantas por meio da denominação científica, 
consulte os sites http://www.tropicos.org e https://goo.gl/d6TfsR.
Por que estimular o uso do nome científico das plantas medicinais? 
A indicação de uma planta sem o fornecimento do nome científico da espécie pode 
ocasionar equívocos, pois, como já dito, para um mesmo nome popular podem estar 
denominadas diversas plantas de espécies diferentes.
Tais confusões na nomenclatura se devem a diversas causas:
• Variações linguísticas: dependendo da região do Brasil, algumas espécies pos-
suem nomes populares diferentes. Por exemplo: Chenopodium ambrosioides L. 
da família Chenopodiaceae é conhecida em Santa Catarina como erva-de-santa--
-maria, enquanto que na Região Nordeste, a mesma planta é chamada mastruço; 
contudo, em Santa Catarina, esta última corresponde à Coronopus didymus da 
família Brassicaceae;
• Traduções inadequadas: muitas vezes os nomes populares europeus não equivalem 
às espécies brasileiras. Para adequar os nomes europeus com as plantas aqui, usam-
-se os mesmos nomes populares. Por exemplo: a groselheira europeia pertence à 
espécie Ribes nigrum L. da família Saxifragaceae, porém, a groselheira brasileira (ou 
vinagreiraou rosela) pertence à espécie Hibiscus sabdariffa L., da família Malvaceae;
• Semelhanças visuais e nomes compostos: há plantas que apresentam semelhan-
ças visuais com outras já consagradas, fazendo as pessoas criarem nomes com-
postos. Por exemplo, o nome boldo-do-jardim (Plectranthus barbatus Andr.) e 
boldo-de-baiano (Vernonia condensata Baker) foram criados devido à semelhança 
dos efeitos digestivos com a espécie Boldea boldus (Mol.) Looser (boldo-do-chile); 
posteriormente, os nomes populares das primeiras espécies passaram a ser apenas 
boldo, e a confusão se estabeleceu;
• Efeitos terapêuticos semelhantes: plantas que possuem propriedades terapêu-
ticas semelhantes que pertencentes a famílias botânicas diferentes podem receber 
a mesmo nome popular. Por exemplo, as espécies Maytenus ilicifolia Mart. ex 
8
9
Reiss. (família Celastraceae), Zollernia ilicifolia Vogel (família Fabaceae) e Soro-
cea bonplandii (Baill.) Burg., Lang. & Boer. (família Moraceae), são conhecidas 
popularmente por espinheira-santa, contudo, a única com estudos e comprovada 
cientificamente como medicinal é a Maytenus ilicifolia.
Os botânicos estão continuamente estudando as espécies vegetais e existem nomes que 
vão ficando ultrapassados, isto é, você também se deparará com os nomes chamados de 
sinônimos ou sinonímias. Ex.: Peumus boldus Molina e Boldu boldus (Molina) Lyons são 
nomes científicos empregados também para denominar o boldo-do-chile, sinonímia 
de Boldea boldus (Molina) Looser. Dessa forma, se você pretende aprofundar seus 
conhecimentos em plantas medicinais, não deixe de recorrer à bibliografia especializada e 
atualizada por meio do nome científico ou sinonímia das plantas.
Principais Metabólitos Secundários 
das Plantas Medicinais
As plantas medicinais sintetizam e armazenam metabólitos primários e metabólitos 
secundários ou princípios ativos.
Substâncias orgânicas produzidas pelos 
organismos vivos para viver, crescer e 
reproduzir rotas biossintéticas
Metaboloma:
metabólitos primários
metabólicos secundários
BIOREAÇÕES:
1. Reações de alquilação
Substituição nucleo�lica
(O-, N- and C-metilação)
Adição eletro�lica
2. Rearranjos Wagner-Meerwein
3. Reações aldólicas e de Claisen
4. Base de Schi� e reação de Mannich
5. Transaminação
6. Reações de carboxilação
e descarboxilação
7. Reações de oxidação (incluindo 
Baeyer-Villiger) e redução
8. Acoplamento oxidativo fenólico
9. Reações de glucolização
Metabolismo primário
Metabólitos primários
Metabolismo secundário
Metabólitos secundários
ÁCIDOS CINÂMICOS
CUMARINAS
ÁCIDOS BENZÓICOS SIMPLES
LIGNANAS
LIGNINAS
FENILPROPENOS
ÁCIDOS BENZÓICOS DE C6C3
FLAVONÓIDES
FLAVOLIGNANAS
XANTONAS
Esquema 1. Substâncias naturais produzidas pelo 
metabolismo primário e secundário e biorreações
HEMITERPENOS
MONOTERPENOS
(IRIDÓIDES)
SESQUITERPENOS
DITERPERNOS
SESTERTERPENOS
TRITERPENOS
TETRATERPENOS
ESTERÓIDES
(C5)
(C10)
(C15)
(C20)
(C25)
(C30)
(C40)
ALCALÓIDES POLICETÍDEOS TERPENÓIDES
Química de Produtos Naturais
Derivados de aminoácidos
Peptídeos
Proteínas
Carboidratos
Glicerídeos
Ácidos nucléicos Aminoácidos aromáticos
Ácido chiquimico Ácido Malônico
AcetatoAminoácidos
alifáticos
Ácido 
Mevalônico
Pirofosfato de 
Isopennila
Chiquimato
Bioquímica (Proteoma)
Figura 2
Fonte: Braz-filho, 2010 
9
UNIDADE 
Plantas Medicinais, seus Princípios Ativos e Formas de Aplicação
Os metabólitos primários são responsáveis pela vida da planta – ex.: síntese de car-
boidratos, lipídeos, proteínas, ácidos nucleicos. Os metabólitos secundários são aqueles 
componentes químicos que serão responsáveis pela adaptação da planta ao solo, bem 
como a ação terapêutica ou toxicológica da planta medicinal. Eles se concentram em 
várias partes do vegetal, preferencialmente nas flores, nas folhas e nas raízes e, às vezes, 
nas sementes, nos frutos e nas cascas. 
As plantas não apresentam uma concentração uniforme de princípios ativos durante 
o seu ciclo de vida, eles variam com o habitat, a colheita e a preparação. Geralmente, 
numa mesma planta, encontram-se vários componentes ativos dos quais um, ou um 
grupo, determina a ação principal. Os principais grupos de princípios ativos presentes 
nas plantas medicinais são:
Alcaloide
Classe química que atua no Sistema Nervoso Central e dá o sabor amargo às plantas. 
Quimicamente, são compostos orgânicos nitrogenados, com o nitrogênio heterocíclico 
(geralmente amina e, mais raramente, amida). As principais ações dos alcaloides são: 
anestésico (morfina retirada da Papaver somniferum L.); emética (emetina retirada da 
Ipeca, Cephaelis ipecacuanha (Brot.) A. Rich.); antitumoral (vincristina e vinblastina 
retiradas da vinca, Catharanthus roseus (L.) G. Don); vasoconstritora (pilocarpina 
retirada do Jaborandi, Pilocarpus jaborandi Holmes). 
Alguns alcaloides podem também ser hepatotóxicos e carcinogênicos, destacando o 
alcaloide pirrolizidínico e os derivados de ácido aristolóquico I e II. O ácido aristolóquico I e 
II, por exemplo, é encontrado nas espécies do gênero Aristolochia. 
 
Figuras 3 e 4 - Confrei (Symphytum offi cinale L.) e Cipó milomes (Aristolochia brasiliensis Mart.& Zucc.) 
Fontes: tropicos.org e floradobrasil.jbrj.gov.br
10
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Flavonoide
Atua como antifúngico, antibacteriano, antiinflamatório, antioxidante. Quimicamente, 
são polifenóis, podem se apresentar com ou sem moléculas de açúcar em sua estrutura. 
São de coloração amarela (Flavus = amarelo). As principais ações dos flavonoides são: 
permeabilidade e resistência capilar (quercetina retirada da Castanha-da-Índia, Aesculus 
hippocastanum); sedativa (apigenina retirada do Maracujá, Passiflora sp.); antioxidante 
(Ginkgobilobina, retirada do Ginkgo biloba L.); circulação (bilobetina, retiradas do 
ginkgo); antirreumática (Salicilina, retirada do salgueiro, Salix alba L.); e anti-inflamatória 
(Artemitina I e II, retirada da planta chamada Erva-baleeira, Cordia verbenácea DC.).
 
Figuras 5 e 6 - Passiflora alata Curtis e Ginkgo biloba L.
Fonte: tropicos.org
Saponina
Este composto tem propriedade de formar espuma, mas em excesso pode ser irritan-
te. Quimicamente, é uma substância de elevado peso molecular que apresenta uma por-
ção com características lipofílicas e outra com características hidrofílicas. As principais 
ações das saponinas: diurética (Equisetonina, retirada da Cavalinha, Equisetum sp.), 
estimulante imunológico (asiaticosídeo, retirado da Centella asiática (L.) Urb.).
 
Figuras 7 e 8 - Equisetum hyemale L. e Centella asiática (L.) Urb. 
Fonte: tropicos.org
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UNIDADE 
Plantas Medicinais, seus Princípios Ativos e Formas de Aplicação
Mucilagem
Quimicamente, são polissacarídeos acíclicos. As principais ações das mucilagens são: 
expectorante, cicatrizante, Laxante (Ramnose retirada da Cáscara-Sagrada, Rhamnus 
purshiana DC.), emoliente (pentoses e hexoses retiradas da Malva sylvestris L.).
 
Figuras 9 e 10 - Cáscara-sagrada (Rhamnus purshiana DC.) e Malva sylvestris L.
Fonte: tropicos.org
Tanino
Possui propriedade de precipitar as proteínas da pele e das mucosas, transformando-
-as em substâncias insolúveis. O uso excessivo de plantas que contenham tanino pode 
provocar irritação gástrica. Quimicamente, são substâncias fenólicas (Polihidroxilados) 
solúveis em água. As principais ações dos taninos: cicatrizante (confrei, Symphytum 
officinale), adstringente (Hamamelis virginiana), antidiarreica (goiabeira, Psidium gua-
java L.), bactericida (Calendula officinalis L.).
 
Figuras 11 e 12 - Hamamelis virginiana L. (hamamelis) e Psidium guajava L. (goiabeira)
Fonte: tropicos.org
12
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Glicosídeo
Possui a capacidade de formar uma porção de açúcar e uma porção não açúcar (cha-
mada de Aglicona). Por exemplo: na alcachofra (Cynara scolymus L.), os glicosídeos 
são responsáveis pelo aumento da secreção biliar (ação digestiva).
Há espécies de glicosídeos – por exemplo, os cardiotônicos, cianogênicos e saponínicos 
– que são tóxicas. Elas causam distúrbios gastrointestinais (náuseas, vômitos,salivação 
excessiva, dor abdominal, diarreia), cardíacos, respiratórios, visuais e neurológicos. O 
contato causa dermatite alérgica com formação de edema local, dor e eritema. São 
contraindicadas para uso oral ou tópico. Exemplos de plantas que contêm glicosídeos 
cardiotônicos: alamanda (Allamanda cathartica L.), dedaleira, oficial-de-sala, chapéu–de–
napoleão (Thevetia peruviana K. Schum). Plantas com glicosídeos cianogênicos: sementes 
e folhas de espécies de Prunus sp. (pessegueiros). Plantas com glicosídeos saponínicos: 
umbú, tungue, orelha-de-macaco, amor-perfeito, cicas, hera. 
Antraquinona
Tem sido usada pela atividade laxante. Quimicamente, são compostos orgânicos pro-
venientes da oxidação dos fenóis. Principais ações das antraquinonas: laxativa (cáscara-
-sagrada – Rhamnus purshiana DC., sene – Senna alexandrina Mill., babosa – Aloe 
vera (L.) Burm.f.) e corante (Hena).
Figura 13 - babosa – Aloe vera (L.) Burm.f
Fonte: tropicos.org
Plantas que possuem antraquinonas podem provocar interações medicamentosas com 
cetoprofeno (reduz a absorção de 30%), corticosteroides (aumenta o risco de hipocalemia), 
diuréticos depletores de potássio, digitálicos (aumento da toxicidade), quinidina e 
anticoagulantes. 
13
UNIDADE 
Plantas Medicinais, seus Princípios Ativos e Formas de Aplicação
Óleos essenciais
Quimicamente, os óleos essenciais são misturas complexas de substâncias voláteis, 
lipofílicas, odoríficas e líquidas. Principais ações terapêuticas dos óleos essenciais: 
bactericida (alecrim, Rosmarinus officinalis L.), carminativa (funcho, Foeniculum vulgare 
Mil.), antiespasmódica (camomila, Matricaria chamomilla L.), secretolítica (eucalipto, 
Eucaliptus globulosus St.-Lag.), anestésica Local (cravo-da-índia, Syzygium aromaticum).
 
Figuras 14 e 15 - Rosmarinus offi cinalis L. e Foeniculum vulgare Mil.
Fonte: tropicos.org
Cumarina
Quimicamente são estruturas derivadas do ácido O-hidroxi-benzopiran-2-onas. As prin-
cipais ações das cumarinas: anticoagulantes e broncodilatadores (guaco, Mikania sp.).
Figura 16
Fonte: hortomedicinaldohu.ufsc.br
Conheça também os principais fatores climáticos que influenciam a ação terapêutica de 
uma planta medicinal. Leia as páginas 374-380 do artigo de Leonardo Gobbo-Neto e 
colaboradores sobre Plantas medicinais: fatores de influência no conteúdo de metabólitos 
secundários, disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/qn/v30n2/25.pdf> .
14
15
Lembre-se! Mesmo que os profissionais não se sintam adeptos a orientar e/ou prescrever 
plantas medicinais (por não conhecerem e/ou não acreditarem em sua eficácia), é muito 
importante que o mesmo questione se o usuário faz uso ou tem alguma planta no seu 
quintal que usa como medicinal. E por quê? Pelo motivo de que as plantas e fitoterápicos têm 
princípios-ativos, podem interagir, causar reações adversas, interações medicamentosas 
e contraindicações. Por exemplo: há plantas medicinais que são contraindicadas aos 
pacientes com câncer, como Echinacea purpurea (equinácea) ou Hypericum perforatum 
(podendo gerar interferências no tratamento convencional quimioterápico). 
Você acabou de conhecer os principais componentes químicos presentes nas plantas 
medicinais, responsáveis pela ação terapêutica ou toxicológica. Agora, vamos apresentar 
as principais formas de preparo e aplicação fitoterápica.
Formas de Preparo de Plantas Medicinais
Dependendo da planta e de seus princípios ativos, serão necessários alguns cuidados 
no modo de preparado – por exemplo: com plantas ricas em óleos essenciais não se 
deve usar decocção; com plantas com princípio-ativo amargo, deve-se preferir o uso 
do sumo frio; enquanto que, para plantas com mucilagem, deve-se evitar o uso com 
medicamentos de uso contínuo para não retardar a ação do mesmo.
A seguir, serão apresentadas as principais formas de preparo em fitoterapia:
Infusão e decocção
As infusões são obtidas fervendo-se a água necessária e derramando-a sobre as flores, 
os botões ou as folhas de plantas medicinais (colocada em outro recipiente), que se 
degradam pela ação do calor prolongado. Após a mistura, o recipiente permanece 
fechado por um tempo variável entre 5 e 10 minutos. O infuso, coado logo após o 
término do repouso, deve ser utilizado no mesmo dia da preparação. 
A decocção é o modo de preparo de chás de cascas, caule ou raízes mais duras e 
que precisam de um método mais rigoroso para extrair os princípios-ativos. Cada parte 
da planta tem um tempo de cozimento específico, ou seja, usa-se de 2 a 5 gramas da 
parte da planta escolhida em 220 mL de água e recomenda-se ferver, o tempo variando 
conforme o tipo: 2 minutos para folhas coriáceas; 7 minutos, raízes e caules; 10 minutos 
para a planta inteira. Após a fervura, manter o recipiente fechado por 10 minutos.
Suco ou sumo
Obtém-se o suco espremendo-se o fruto e o sumo ao triturar uma planta medicinal 
fresca num pilão ou em liquidificadores e centrífugas. O pilão é mais usado para as partes 
pouco suculentas. Quando a planta possuir pequena quantidade de líquido, deve--se 
15
UNIDADE 
Plantas Medicinais, seus Princípios Ativos e Formas de Aplicação
acrescentar um pouco de água e triturar novamente após uma hora de repouso, 
recolhendo então o líquido liberado. Como as anteriores, essa preparação também deve 
ser feita no momento do uso.
Alcoolatura e tintura
A alcoolatura é uma maceração contendo 50 g de plantas frescas e 50 mL de álcool 
de cereais de 70°GL a 92°GL, ou cachaça. O tempo de em maceração é de 8 dias. 
A tintura é uma maceração de 20 g de partes da planta secas em 100 mL álcool de 
cerais 30° GL a 70° GL. Essa forma de preparo consiste em deixar em maceração entre 
10 e 25 dias, devendo ser agitada uma ou duas vezes ao dia. Ao final, o resíduo deve 
ser prensado e filtrado em pano limpo e guardado também ao abrigo da luz (em vidro 
escuro ou armário escuro).
Pó
O pó é a planta seca o suficiente para permitir a sua trituração até se transformarem 
em pó. O pó pode ser misturado ao leite, mel ou, ainda, em preparos de infusões ou 
decocções; externamente, é aplicado diretamente sobre o local ferido ou misturado em 
óleo, vaselina ou água.
Formas farmacêuticas fitoterápicas
Os fitoterápicos, também, podem ser prescritos em formas de cápsulas, comprimidos, 
pomadas, unguentos, sabonete, shampoo, gel, creme ou xarope.
Xarope
O nome xarope é de origem árabe e deriva de xarab, sirab, scharab, que significa “bebida” 
ou “suco açucarado”. Os xaropes são preparações líquidas, espessas, para uso interno, que 
contêm de 50 a 65% de açúcar e sua densidade deve ser de 1,32 g/mL. Exemplo:
Xarope de Guaco - Ipeca
Tintura de ipeca 2 mL
Extrato de Guaco 2 mL
Xarope simples q.s.p. 100 mL
Técnica de preparação: misturar os extratos vegetais com o xarope 
simples. Se necessário, filtrar. Indicações: expectorante.
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17
Óleos medicinais
São, na maioria das vezes, óleos fixos ou ceras líquidas que contêm soluções ou 
extratos vegetais. Geralmente, usados como óleos de massagem, especialmente em aro-
materapia. Exemplo:
Óleo de massagem
90% de óleo de semente de uva;
10% de óleo de germe de trigo;
Planta desejada (cobri-la com essa base); 
Deixar em maceração por 9 dias, coar. Por mais erva e cobrir com o mesmo óleo por 
mais 9 dias. Repetir novamente o mesmo processo (total de 27 dias – 3 x 9 dias). 
Cápsulas e comprimidos
As cápsulas duras de gelatina consistem em uma embalagem cilíndrica de duas partes, 
cujas metades são encaixadas depois do extrato de planta medicinal ter sido colocado dentro. 
Os comprimidos são feitos pela compressão de material em pó ou granulados. Além 
dos ingredientes ativos, os comprimidos contêm diluentes, ligantes, lubrificantes, corantes 
e agentes aromatizantes e desintegrantes para ajudar o comprimido a se dissolver em 
um meio aquoso.
Pomada, gel e creme
A pomadas, gel e creme podem ser preparados com o sumo da planta ou infuso, 
tintura ou extrato glicólico da planta desejada, de acordo com a indicação.
Práticas TerapêuticasFitoterápicas
Escalda-pés
É uma forma de aplicação externa na qual os pés são mergulhados em um recipiente 
que contenha uma solução fitoterápica, e que permita um nível de água até a porção mais 
inferior da panturrilha (“batata-da-perna”). Em geral, essa solução é empregada quente, 
não devendo exceder os 40° C. A duração varia de 10 a 20 minutos. São especialmente 
recomendáveis nos casos de insônia, congestão, dores-de-cabeça, dismenorreia, gripes 
e resfriados, entre outros.
17
UNIDADE 
Plantas Medicinais, seus Princípios Ativos e Formas de Aplicação
Figura 17
Fonte: iStock/Getty Images
Compressas
É uma forma de hidroterapia. As compressas podem ser preparadas a partir das 
tinturas, dos sumos, infusos ou decoctos das plantas. Elas permitem o contato da solução 
fitoterápica com uma parte qualquer do corpo, por um período mais ou menos longo, 
para exercer sobre ele determinada ação terapêutica. Apesar de ser uma aplicação 
localizada, seus efeitos podem irradiar-se pelo organismo como um todo. São utilizadas 
em situações agudas ou crônicas. 
A temperatura das compressas pode ser: gelada, fria, morna, quente. Como regra, 
para ajustar a temperatura das compressas, o paciente não deve sentir frio e nem suar 
com a aplicação dessas. 
Compressa gelada: empregada em traumatismos agudos (torções, luxações, 
contusões ou hematomas), durante as primeiras 24h após o acidente, e exerce uma 
forte ação vasoconstritora, (contração dos pequenos vasos arteriais, venosos e capilares), 
anestésica e inibidora dos estímulos nervosos, diminuindo a intensidade dos processos 
inflamatórios. É também utilizada nas hemorragias nasais, ou mesmo nas hemorragias 
por ruptura da pele, corte etc. Pode ser aplicada diretamente ou em bolsas;
Compressa fria: entre 15º C e 20º C, prevalece a ação dos princípios terapêuticos 
das substâncias usadas. Ajuda a refrescar e descongestionar órgãos ou tecidos. Sua 
aplicação não deve ser prolongada. Para os pacientes mais debilitados, essa temperatura 
pode ser alguns graus mais elevados. Deve-se manter o pano na temperatura local 
constantemente fria, o que se obtém substituindo um pano por outro, previamente 
mergulhando na água e torcido;
Compressa morna: entre 25º C e 35 ºC, prevalece também a ação dos princípios 
terapêuticos e, geralmente, acalma;
Compressa quente: entre 40º C e 45º C, prevalece a ação do calor e da água. Tem 
efeito relaxante. As compressas quentes e úmidas devem ser aplicadas colocando-se a 
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parte molhada em contato com a área tratada e mantendo sobre ela uma toalha seca, 
que ajuda a reter o calor.
Cataplasma ou emplastro
É obtido por diversas formas: amassar as plantas frescas e bem limpas e aplicá-las 
diretamente sobre a parte afetada ou envolvidas em um pano fino ou gaze; reduzi-las em 
pó, misturá-las em água, chás ou outras preparações e aplicá-las em voltas em pano fino 
sobre as partes afetadas; pode-se ainda utilizar argila e água geralmente quente, com a 
planta fresca ou seca triturada.
Cataplasma: https://goo.gl/F5kGrK 
Banho ou lavagem local
Consistem no banho de imersão em banheira com água em torno de 30ºC, na qual 
se acrescentam o infuso, decocto ou tintura da planta medicinal, agitando-se para que 
se misture bem a toda a água. 
Os banhos fitoterápicos promovem bem-estar e assepsia. Os banhos podem ser 
parciais ou de corpo inteiro e são normalmente indicados uma vez por dia. O tempo de 
permanência em um banho aromático deve ser de até 10 minutos, após o que se deve 
secar bem todo o corpo e agasalhar-se.
Há diversos tipos de banho: banhos de imersão; chuveiro; lavagem local; banhos 
de assento.
Banho de Assento: https://goo.gl/GtJhkp 
Inalação
Essa preparação utiliza da combinação do vapor de água quente com as substâncias 
voláteis das plantas aromáticas. É normalmente recomendada para problemas do 
aparelho respiratório. Prepara-se da seguinte forma: coloca-se a planta a ser utilizada 
numa vasilha com água fervente, na proporção de uma colher (sopa) da planta fresca 
ou seca em meio litro d’água, aspira-se lentamente (contar até 3 durante a inspiração, 
até 3 na retenção do ar e até 3, novamente, quando expelir o ar), prosseguir assim, 
ritmadamente, por 15 minutos. Ex.: 3 folhas secas ou frescas de Eucalyptus globulus 
(eucalipto) para 1L de água.
O recipiente pode ser mantido no fogo para haver contínua produção de vapor. 
Usa-se um funil de cartolina ou papel-jornal, ou ainda uma toalha sobre os ombros, a 
cabeça e a vasilha, para facilitar a inalação do vapor. Deve-se tomar muito cuidado, 
pois há riscos de queimaduras, por isso é recomendado o uso de equipamentos elétricos 
especiais para esse fim.
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UNIDADE 
Plantas Medicinais, seus Princípios Ativos e Formas de Aplicação
Figura 18 
Fonte: iStock/Getty Images
Sabe-se que são muito divergentes as informações sobre dosagens de plantas medici-
nais, principalmente quando se trata da medição de volumes com utensílios domésticos 
(colheres, xícaras etc.) ou mesmo a conversão de pesos em volumes, e vice-versa. Apre-
sentamos a seguir uma relação de medidas aproximadas:
Medida Volume em mL
1 colher de sopa 15
1 colher de sobremesa 10
1 colher de chá 5
1 colher de café 2
1 cálice de licor 30
1 copo 150
Unidade de medida e material Peso (g)
1 colher (chá) de raízes secas 4
1 colher (chá) de folhas verdes 2
1 colher (sopa) de raízes ou cascas 20
1 colher (sopa) de folhas verdes 5
1 colher (sopa) de folhas secas 2
Plantas tóxicas
Plantas tóxicas são aquelas que na sua composição química apresentam substâncias 
que, ao contato, ingestão ou inalação, podem ocasionar danos à saúde do homem ou 
dos animais. A intoxicação ocorre geralmente por ingestão ou contato, principalmente 
em crianças, por isso a importância de conhecer para prevenir! 
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Figura 19 - Comigo-ninguém–
pode (Dieffenbachia sp.)
Fonte: Wikimedia Commons
Pertence à família da Araceae e da flora da Amazônia, dificilmente separáveis 
na prática. Apresenta cristais de oxalato de cálcio, na forma de agulhas, 
denominados ráfides, que causam uma irritação mecânica primária e processo 
inflamatório. O contato pode provocar irritação da pele ou inflamação, 
acompanhada de edema e fortes dores, que podem durar algumas semanas. 
O tratamento consiste na desobstrução das vias respiratórias, administração 
de líquidos gelados (águas, chás, sucos) ou emolientes (leite, gelatina), não 
fazer lavagem gástrica, nem provocar vômito, por causa das ráfides. Lavar pele 
e olhos, se irritados, com grande quantidade de água corrente e usar colírios 
antissépticos, no caso dos olhos.
Figura 20 - Coroa-de-cristo 
(Euphorbia millii Des Moulins)
Fonte: Wikimedia Commons
É uma planta originária da ilha de Madagascar, muito difundida no Brasil, 
são cultivadas como cercas vivas e como ornamentais. Muitas espécies do 
gênero Euphorbia, por conter diterpenos, denominados miliaminas de A 
I, têm ação irritante. São carcinogênicas. O contato do látex com a pele e 
mucosas pode causar sérias irritações. As lesões caracterizam-se inicialmente 
por edema e eritema, evoluindo para a formação de vesículas e pústulas, 
normalmente pruriginosas e doloridas. O contato do látex ou dos dedos 
contaminados com os olhos pode provocar conjuntivite e, em casos mais 
graves, cegueira temporária. A ingestão provoca gastrenterite severa com forte 
diarreia e vômitos, há dilatação da pupila, tontura, delírio com convulsão e 
colapso circulatório. Se o contato for com a pele, lavar abundantemente com 
água. Se o contato for com os olhos, lavar com água corrente e usar colírios 
antissépticos. Para caso de ingestão, administra-se carvão ativado e laxante, 
analgésico, demulcente.
Figura 21 - Flor-de-papagaio 
(Euphorbia pulcherrima Willd.)
Fonte: plants.ces.ncsu.edu
Pertence à família da Euphorbiaceae. Originária do México. Apresenta ésteres 
diterpênicos de ação irritante. O contato do látex com a pele pode provocar 
reação semelhante à da coroa-de-cristo, e a ingestão de partes do vegetal 
pode causarlesões graves. Em alguns locais, porém, a ingestão do vegetal 
não desenvolveu sintomas graves de intoxicação, apenas sintomas leves como 
vômito e diarreia. O tratamento é semelhante ao da coroa-de-cristo.
Figura 22 - Mamona (Ricinus 
communis L.)
Fonte: plants.ces.ncsu.edu
Pertence à família da Euphorbiaceae. Originária da Ásia. As sementes 
apresentam ricina (glicoproteica), ricinina (alcaloide), glicoproteínas de ação 
alergizante. A intoxicação por ingestão das sementes caracteriza-se por vômito 
e diarreia, evoluindo para gastrenterite sanguinolenta, cólica violenta, lesões 
renais, distúrbios neurológicos, letargia, apneia e coma. A ingestão de uma 
a seis sementes pode ser fatal para uma criança. As manifestações alérgicas 
por inalação de resíduos de indústrias de beneficiamento de mamona 
caracterizam-se por distúrbios respiratórios, coriza, asma brônquica ou, ainda, 
conjuntivite, dermatites e eczemas. O tratamento deve ser rápido e enérgico. 
Como medida de primeiros-socorros, recomenda-se a administração de carvão 
ativado ou estimulação de vômito. A lavagem gástrica deve ser imediata, 
seguida da administração de eletrólitos, grande quantidade de líquidos, 
controle renal, sanguíneo e das funções hepáticas.
Figura 23 - Buxinha (Luffa 
operculata (L.) Cogn.)
Fonte: reflora.jbrj.gov.br
Pertence à família da Cucurbitaceae. As espécies Luffa acutangula Roxb., L. 
cylindrica (L.), Rom., L. aegyptiaca Mill. foram isoladas glicoproteínas com 
ação inibidora da síntese proteica, embriotóxica e abortiva, propriedade essa 
demonstrada em laboratório. A ingestão de chás preparados com os frutos 
provoca cólicas abdominais, diarreia intensa e vômitos. Os sintomas aparecem 
em cerca de 24 horas após a ingestão do chá. Os frutos secos, usados em rinite 
e sinusite, podem causar irritação e hemorragia nasal.
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UNIDADE 
Plantas Medicinais, seus Princípios Ativos e Formas de Aplicação
Outras plantas tóxicas
• Alamanda – Allamanda cathartica L. (Apocynaceae);
• Arruda – Ruta graveolens L. (Rutaceae);
• Arueira-branca – Lithraea molleoides (Vell.) Engl.(Anacardiaceae);
• Cambará – Lantana camara L. (Verbenaceae);
• Chapéu–de–napoleão – Thevetia peruviana K. Schum. (Apocynaceae);
• Charuto-do-rei – Nicotina glauca Graham (Solanaceae);
• Coroa-imperial – Scadoxus multiflorus Rafin. (Amaryllidaceae);
• Erva-de-rato – Palicourea marcgravii A St Hil. (Rubiaceae);
• Espirradeira - Nerium oleander L. (Apocynaceae);
• Hera-miuda – Fícus pumila L. (Moraceae);
• Oficial–de-sala – Asclepia curassavica L. (Asclepiadaceae);
• Pinhão-paraguaio – Jatropha curcas L. (Euphorbiaceas);
• Trevo, azedinha – Oxalis sp – (Oxalidaceae);
• Trombeteira – Brugmansia suaveolens (Solanaceae).
No caso de acidentes com plantas, procure orientação médica e/ou ligue para o Centro de 
Informações Toxicológicas (CIT) de sua região. Guarde e leve a planta para identificação. 
Ligue para o CIT 0800 643 5252. Acesse o link para conhecer as principais plantas poten-
cialmente tóxicas e seus cuidados: https://goo.gl/xFdaj5. 
Prevenção de acidentes por plantas tóxicas
• Procurar conhecer plantas tóxicas da região;
• Não ingerir plantas selvagens, inclusive cogumelos, se não ter a certeza de que não 
são prejudiciais;
• Não tomar remédios caseiros com plantas de identidade e propriedades desconhecidas;
• Ter cuidado especial na escolha de plantas ornamentais, para ambiente doméstico, 
principalmente quando houver crianças e animais domésticos.
Cuidados no caso de acidentes com plantas tóxicas
• Eliminar o material nocivo do corpo o quanto antes. Proceder ao esvaziamento 
gástrico. Fazer a pessoa intoxicada vomitar;
• Ingerir bastante água;
• Colocar o paciente em posição adequada, para evitar a aspiração do material vomitado;
• Água morna ligeiramente salgada é recomendada;
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• Se aconteceu contato com látex, lavar com bastante água, seguida de agente 
demulcente (óleo de oliva, leite), no caso de irritação da mucosa bucal, faringiana 
ou gástrica;
• Em caso de irritação dos olhos, lavar esses órgãos com água corrente e empregar 
colírios antissépticos;
• Providenciar socorro médico o mais breve possível, tendo-se o cuidado de levar 
junto com o paciente o material responsável pela intoxicação.
Tópicos de Prevenção e Acidentes com Plantas Tóxicas: https://goo.gl/akEvys
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UNIDADE 
Plantas Medicinais, seus Princípios Ativos e Formas de Aplicação
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Universidade Federal de Santa Catarina
Horto Didático do Hospital Universitário/UFSC.
https://goo.gl/8hZp1z
ABFIT - Associação Brasileira de Fitoterapia
Boletins de Farmacovigilância de fitoterápicos.
https://goo.gl/N6t9F1
National Center for Complementary and Alternative Medicine
www.nccam.nih.gov
The Herb Research Foundation
www.herbs.org
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Referências
ALICE, C. B. Plantas medicinais de uso popular: atlas farmacognóstico. Canoas: 
ULBRA, 1995.
BEZERRA, P.; FERNANDES, A. Fundamentos de Taxonomia Vegetal. Fortaleza: 
Ed. Universidade Federal do Ceará, 1989. 
BRAZ FILHO, R. Contribuição da fitoquímica para o desenvolvimento de um 
país emergente. Quím. Nova [online]. v.33, n.1, p. 229-239. 2010. Disponível 
em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0100-40422010000100040>. Acesso em: 
29 out. 2014.
CRICIÚMA. Herbário Padre Dr. Raulino Reitz. Disponível em: <http://inct.
florabrasil.net/participantes/herbarios-curadores/cri-herbario-pe-dr-raulino-reitz-
universidade-do-extremo-sul-catarinense/>. Acesso em: 29 out. 2014.
GOBBO-NETO, L; LOPES, P. Plantas medicinais: fatores de influência no conteúdo 
de metabólitos secundários. Quím. Nova [online]. v.30, n. 2, p. 374-381, 2007. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/qn/v30n2/25.pdf>.
OLIVEIRA, F., GOKITHI, A. Fundamentos de Farmacobotânica. 2. ed. São Paulo: 
Atheneu, 2000.
OLIVEIRA, RB, GODOY, AS, COSTA, FB. Plantas tóxicas: conhecimento e 
prevenção de acidentes. São Paulo: Atheneu, 2003.
REFLORA. Lista de espécies da Flora do Brasil. Disponível em: <http://floradobrasil.
jbrj.gov.br/jabot/listaBrasil/PrincipalUC/PrincipalUC.do>. Acesso em: 29 out 2014. 
SIMÕES C. et al (org.). Farmacognosia da planta ao medicamento. 2. ed. 
Florianópolis: URGS/UFSC, 2000.
TROPICOS. Disponível em: <http://www.tropicos.org/Home.aspx>. Acesso em: 29 
out. 2014.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Horto Didático do Hospital 
Universitário /UFSC. Disponível em: <http://www.hortomedicinaldohu.ufsc.br/
sobreohorto.php>. Acesso em: 29 out. 2014.
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Outros materiais