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Aula 1 - Fontes e Princípios no Processo do Trabalho Aplicação Subsidiária e Supletiva do CPC - Prof. Juliano Gianechini Fernandes

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
 
Professor: Juliano Gianechini Fernandes 
E-mail: juliano_fernandes@uniritter.edu.br 
Local: UniRitter – Laureate International Universities 
Aula: Teoria Geral do Processo: Fontes e Princípios Aplicados no Processo do 
Trabalho; Aplicação Subsidiária e Supletiva do Código de Processo Civil 
 
 
 
 
1 – FONTES DO PROCESSO DO TRABALHO 
 
1.1 - Conflito Trabalhista 
 
- Autotutela 
- Autocomposição 
- Heterocomposição (Judiciário, Arbitragem Art. 114, § 1º CF/88, CCP Arts. 625-A ao 
625-H CLT) 
- Mediação e Conciliação (Art. 3º CPC, Art. 764, 846, 850 da CLT) 
 
1.2 – Fontes e Normas de Direito Processual 
- Artigo 22, I da CF/88. – Normas de Direito Público 
- Constituição Federal, Leis, Regimentos Internos dos Tribunais, Costume, Princípios, 
Jurisprudência, Equidade, Doutrina. 
 
1.3 – Fontes Subsidiárias e Supletivas 
- Artigo 8º da CLT: Normas Subsidiárias e Supletivas de Direito Material 
- Artigos 769 da CLT e Artigo 15 do CPC. OBS: Considerações e Artigo 1º IN 39/2016 
do TST 
 
2 – PRINCÍPIOS APLICADOS AO PROCESSO DO TRABALHO 
 
 
2.1 Princípios Constitucionais Processuais: 
 
- Princípio do Devido Processo Legal – Art. 5º, LIV – Ninguém será privado de sua 
liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. 
 
- Princípio da Igualdade – Derivado do Princípio da Isonomia do caput do art. 5º da CF/88. 
Art. 139 do NCPC: 
 
Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe: 
 
mailto:juliano_fernandes@uniritter.edu.br
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I - assegurar às partes igualdade de tratamento; 
II - velar pela duração razoável do processo; 
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações 
meramente protelatórias; 
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias 
para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação 
pecuniária; 
V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores e 
mediadores judiciais; 
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os 
às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito; 
VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da segurança 
interna dos fóruns e tribunais; 
VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las sobre os 
fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso; 
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios 
processuais; 
X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério Público, a 
Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem o art. 5o da Lei no 
7.347, de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para, 
se for o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva. 
 
Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode ser determinada antes de 
encerrado o prazo regular. 
 
 
- Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição – Acesso à Justiça. CF/88 Art. 5º, XXXV: A 
Lei não excluirá da apreciação do judiciário lesão ou ameaça à Direito. 
 
NCPC: 
 
Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. 
 
 
- Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa – CF/88 art. 5º LV. aos litigantes, em 
processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o 
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
 
Ampla defesa compõe o contraditório. 
 
NCPC: 
 
Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. 
 
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: 
 
I - à tutela provisória de urgência; 
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; 
III - à decisão prevista no art. 701, 
 
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do 
qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual 
deva decidir de ofício. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7347orig.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7347orig.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8078.htm#art82
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art311ii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art701
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Características do Contraditório: dever de informação, possibilidade de reação, 
previsibilidade dos atos processuais a serem praticados, possibilidade de participar 
ativamente no procedimento e influir na formação da convicção do julgador. 
 
 
- Princípio do Duplo Grau de Jurisdição - CF/88 art. 5º LV. aos litigantes, em processo 
judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e 
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. 
 
 
- Princípio da Motivação das Decisões Judiciais – 
 
CF/88: 
 
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da 
Magistratura, observados os seguintes princípios: 
(...) 
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as 
decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes 
e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do 
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; 
CLT: 
 
Art. 832 - Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do pedido e da defesa, a apreciação 
das provas, os fundamentos da decisão e a respectiva conclusão. 
 
 
NCPC: 
 
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas 
as decisões, sob pena de nulidade. 
 
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das 
partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público. 
 
 
- Princípio da Publicidade - CF/88 art. 93, IX 
 
CF/88: 
 
Art. 5º, LX. a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o 
interesse social o exigirem; 
 
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da 
Magistratura, observados os seguintes princípios: 
(...) 
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as 
decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes 
e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do 
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; 
 
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NCPC: 
 
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos: 
 
I - em que o exija o interesse público ou social; 
 
II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, 
alimentos e guarda de crianças e adolescentes; 
 
III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade; 
 
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a 
confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo. 
 
§ 1o O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de pedir 
certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores. 
 
§ 2o O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da 
sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação. 
 
 
- Princípio da Vedação da Prova Ilícita - CF/88 art. 5º, LVI - são inadmissíveis,no 
processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
 
NCPC: 
 
Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, 
ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a 
defesa e influir eficazmente na convicção do juiz. 
 
- Princípio da Duração Razoável do Processo - CF/88 art. 5º, LXXVIII - a todos, no âmbito 
judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que 
garantam a celeridade de sua tramitação. 
 
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. 
 
CLT: Art. 765. Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do 
processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer 
diligência necessária ao esclarecimento delas. 
 
Deve Observar: 
 
Complexidade da causa, estrutura e quantidade de processos em cada unidade judiciária, 
comportamento das partes no processo. 
 
2.2 Princípios do Processo Civil Aplicados ao Processo do Trabalho 
 
Possibilidade de aplicação subsidiária do CPC ao Processo do Trabalho 
 
CLT: Art. 769. Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte subsidiária do 
direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for incompatível com as normas 
deste Título. 
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Princípios do Processo Civil 
 
- Princípio da Ação, Demanda ou da Inércia do Judiciário - 
 
NCPC 
 
Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, 
salvo as exceções previstas em lei. 
 
 
- Princípio do Dispositivo ou da Disponibilidade - diz respeito à liberdade que as partes 
têm ou não de praticar os atos processuais que a Lei lhes faculta. 
 
 
- Princípio do Impulso Processual – Mesma regra anterior 
 
NCPC 
 
Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, 
salvo as exceções previstas em lei. 
 
 
- Princípio da Oralidade – com muita aplicação ao processo trabalhista devido a colheita 
de provas durante a audiência. Se desenvolve também nos princípios da identidade física 
do juiz, prevalência da palavra oral sobre a escrita, concentração dos atos processuais 
sobre a audiência, imediatidade do juiz na colheita da prova, irrecorribilidade das decisões 
interlocutórias no processo do trabalho. 
 
 
- Princípio da instrumentalidade das formas – o processo é um instrumento à serviço do 
Direito e da justiça. 
 
NCPC: 
 
Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo 
quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro 
modo, lhe preencham a finalidade essencial. 
 
Art. 276. Quando a lei prescrever determinada forma sob pena de nulidade, a decretação 
desta não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa. 
 
Art. 277. Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerará válido o ato se, 
realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade. 
 
CLT: 
 
Art. 794. Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade 
quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes. 
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- Princípio da Cooperação: Novidade trazida pelo NCPC, porém uma prática já exigida no 
judiciário e por doutrinadores. 
 
NCPC Art. 6º: Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se 
obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. 
 
 
- Princípio da Observância da Ordem Cronológica das Decisões: Reforça a isonomia 
processual entre as partes. 
NCPC Art. 12: 
 
Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão 
para proferir sentença ou acórdão. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) 
 
§ 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para 
consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores. 
 
§ 2o Estão excluídos da regra do caput: 
 
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do 
pedido; 
 
II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de 
casos repetitivos; 
 
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas; 
 
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932; 
 
V - o julgamento de embargos de declaração; 
 
VI - o julgamento de agravo interno; 
 
VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; 
 
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal; 
 
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada. 
 
§ 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as 
preferências legais. 
 
§ 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, o requerimento formulado pela parte não 
altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão 
do julgamento em diligência. 
 
§ 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo retornará à mesma posição em que 
anteriormente se encontrava na lista. 
 
§ 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, conforme o caso, no § 3o, o processo que: 
 
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de 
diligência ou de complementação da instrução; 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art485
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art932
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II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II. 
 
 
2.3 Princípios Peculiares do Processo do Trabalho: 
 
- Princípio da Proteção – Aplicado ao Direito do Trabalho e ao Processo do Trabalho. 
 
Exemplos: 
- Arts. 651, 791, 844, da CLT; 
- Possibilidade de Inversão de ônus da prova: CDC e Súmula 338 do TST 
- Gratuidade da justiça e não necessidade de depósito recursal. 
 
- Princípio da Finalidade ou Efetividade Social – possibilidade de atuação mais ativa do 
juiz. Amparo no art. 8º da CLT. 
 
- Princípio da Busca da Verdade Real ou da Majoração dos Poderes do Juiz do Trabalho 
na Direção do Processo – Dá ao Juiz o Poder da ampla direção do processo. Arts. 765 e 
878 da CLT. 
 
- Princípio Indisponibilidade – Consagra o Direito Material e o Direito Processual do 
Trabalho como Direitos Fundamentais. 
 
- Princípio da Conciliação – Arts. 764, 831, 846 e 850 da CLT; 
 
- Princípio da Informalidade ou da Simplicidade – Processo trabalhista se consagra como 
menos burocrático, mais simples e ágil que o processo comum. 
 
Exemplos: Possibilidade de petição inicial e contestação verbais; comparecimento de 
testemunhas independente de intimação; recurso por simples petição; jus postulandi; 
imediatidade entre o juiz e a parte na audiência; linguagem mais simplificada. 
 
- Princípio da Celeridade: Característica que se mostra acentuada no processo do 
trabalho devido à postulação de créditos de natureza alimentícia. 
 
- Princípio da Oralidade – com muita aplicação ao processo trabalhista devido a colheita 
de provas durante a audiência. Se desenvolve também nos princípios da identidade física 
do juiz, prevalência da palavra oral sobre a escrita, concentração dos atos processuais 
sobre a audiência, imediatidade do juiz na colheita da prova, irrecorribilidade das decisões 
interlocutórias no processo do trabalho. 
 
- Princípio da Subsidiariedade e Supletividade – Art. 769 da CLT e Art. 15 CPC; 
 
- Princípio da Normatização Coletiva – Devido à possibilidade de a Justiça do Trabalho 
prolatar sentenças normativas nos Dissídios Coletivos. Poder Normativo. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art1040
	1 – FONTES DO PROCESSO DO TRABALHO2 – PRINCÍPIOS APLICADOS AO PROCESSO DO TRABALHO

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