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Pensamento Sistêmico para a humanidade SILCA MALUTTA 3ª Edição Joinville – Santa Catarina Silca Terezinha Malutta 2020 Copyright © 2020 by Silca Malutta Coordenação editorial: Silca Malutta Revisão: Marilucia Tormen Faccina Artes e logomarcas da capa: Peterson de Carvalho Fernandes Diagramação: Beatriz Sasse e Márcio Schalinski Impressão: Impressul Proibida a reprodução total ou parcial da obra de acordo com a lei 9.610/98 [ 2020 ] Todos os direitos dessa edição reservados à Silca Malutta www.silcamalutta.com.br - silcamalutta@gmail.com Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Ficha Catalográfica elaborada pela bibliotecária Rafaela Ghacham Desiderato CRB 14/1437 Índices para catálogo sistemático 1. Psicologia familiar : 616.89156 M261p Malutta, Silca Pensamento sistêmico para a humanidade/Silca Malutta. – 3. ed. – Joinville, SC : Areia, 2020. 327 p. : il. ISBN 978-85-68703-73-1 1. Psicoterapia familiar . 2. Parapsicologia. 3. Relações humanas – Aspectos psicológicos. 4. Epigenética. 5. Terapia sistêmica (Terapia familiar). 6. Cura pela mente. 7. Saúde mental. I. Título. CDD 616.89156 Dedico este trabalho: Ao meu filho Fernando, leitor assíduo - que muito me incentivou para ampliar a apostila do curso e se tornasse um livro; À minha filha Simone, sempre me apoiando com sua atitude de pesquisadora e doutoranda no meu caminhar através do conhecimento; e Ao Rogerio Malutta, pela sua dedicação à família. Aos meus estimados pais que através de nossos ancestrais me deram o DNA com gosto pela pesquisa científica desde muito cedo, praticado com o conhecimento empírico e teórico na minha jornada de pesquisa desde os meu 16 anos. Enfim, sou muito grata a eles sempre! A todos os meus professores da parapsicologia que mos- traram que a fenomenologia e a paranormalidade é inerente ao homem no seu mundo evolutivo. A Claudia Vassão e cuja oportunidade de facilitar um módulo (estado alterado de consciência), no curso de forma- ção em constelação que ela coordenava no Instituto Luz do Ser, oportunizou o início dos meus caminhos nas constelações aprofundando os conhecimentos sistêmicos. A todas as turmas que formei em constelação fazendo com que buscasse mais conhecimentos em literaturas de ou- tros autores sistêmicos ao redor do mundo. A Bert Hellinger pelos ensinamentos sobre a filosofia sis- têmica ampliando os meus conhecimentos terapêuticos parap- sicológicos nos atendimentos às comunidades. A Marianne Franke com seu livro “Você é um de Nós” que muito me ajudou na decisão de retornar à minha área de formação em pedagogia que é meu estigma. Agradecimentos O presente livro é a versão original do Treinamento em Constelação sistêmica familiar, organizacional, pedagógica, mediação de conflito no atendimento individual com bonecos na mesa, constelação na água com bonecos que flutuam e em dinâmicas de grupo. Sobre o olhar da parapsicologia a constelação com bone- cos “fenômeno in matéria” deve ser analisado através da no- menclatura de Rhine do fenômeno PK. A PK é a interação mental direta com objetos físicos, ani- mados (seres vivos) ou inanimados (objetos). O movimento da psicocinesia, telecinesia ou PK é uma faculdade extra-sen- sorial na qual a mente atua diretamente sobre a matéria através de meios invisíveis, sem contato físico. Exemplos clássicos de PK são: movimentação de objetos, deformação de metais e interferência nos resultados de eventos. O termo psicocinesia é derivado das palavras gregas “psyché” (alma) e “kinein” (mover). Alguns diferenciam a psicocinesia da telecinesia, sendo que a telecinesia implicaria em deslocamento e movimentação de objetos, portanto é o fenômeno de movimen- tação de objetos materiais sem o contato ou a ação de agentes físi- cos do mundo material o que seria o deslocamento e movimento de objetos. Ex: O boneco de mesa e o boneco que flutua que se movimenta nas constelações ou relembrando a brincadeira do copo que se move. A psicocinesia se referiria a efeitos sobre orga- nismos, mas sem deslocamento ou movimento. Na psicocinesia teríamos uma "cura" ou algo que fica bem ou alívio dos sintomas. Ambos os fenômenos, contudo, decorrem da ação da mente so- bre a matéria. (RHINE, 1977) O termo psicocinese foi criado em 1914 por Henry Holt e popularizado pelo parapsicólogo J.B. Apresentação Rhine nos anos 30. Já o termo telecinesia foi criado em 1890 pelo parapsicólogo russo Alexandre Aksakof. Atualmente, a pesquisa de PK está sendo conduzida nas áreas de meditação e outros estados de consciência alterada como no caso das constelações conduzidas pelos bonecos de mesa e nas constelações na água com bonecos que flutuam em direção ao conflito sistêmico. Experimentos estão também sendo conduzi- dos para determinar a existência de PK retroativa, ou “retro-PK” na qual se pode harmonizar o passado e assim o futuro do in- divíduo no aqui e agora. Temos muitas experiências empíricas e estatística nas constelações do fenômeno PK tanto retroativa ou retro-PK. No entanto, desde o século XX, a partir da década de 1930, o interesse em PK cresceu aceleradamente até tornar-se uma das áreas de pesquisa parapsicológica de crescimento mais rápido, principalmente nos EUA e Rússia. Lit.: Louisa E. Rhine, "O poder do espírito sobre a matéria", Genf 1977. Em 1922, Charles Richet apresentou à academia de ciên- cias o tratado de metapsíquica”, precursora da parapsicologia. Ciência destinada a estudar os fenômenos que transcendem o domínio físico da ciência materialista. Parapsicologia, vem do grego "para" [além de], "psique" [alma, espírito, mente, essência] e "logos" [estudo, ciência, essên- cia cósmica] e sugere o significado etimológico de tudo que está "além da psique", "além da psicologia" ou mais especificamente, o que está além e, portanto inclui a psique e a psicologia. De uma forma geral os fenômenos Psi podem ser classificados, quanto à forma de apresentação, em extra-sensoriais e psicocinéticos, de acordo com a escola de Rhine (EUA). Os extra-sensoriais, identi- ficados pela sigla PES (percepção extrassensorial) são os fenôme- nos que envolvem conhecimento. Ortodoxamente, a Parapsico- logia é definida como a disciplina científica que tem como objeto de estudo a possível interação extra-sensório-motora entre o ser humano e o meio, ou seja, a mente interferindo diretamente no meio sem o uso dos órgãos físicos e sensoriais. Constelando com bonecos Constelando em grupo Constelando com âncoras “Quando você aprende a constelar com bonecos você aprende a constelar de todas as outras formas.” Silca Malutta Constelando na água CAPÍTULO I .............................................................................................. 15 1 Constelação sistêmica – o que é? .............................................................. 15 1.1 Para que servem as constelações sistêmicas? ........................................... 15 1.2 Constelações organizacionais ................................................................. 16 1.3 Princípios das constelações organizacionais ............................................ 16 1.4 Constelação empresarial ......................................................................... 16 1.4.1 O papel do consultor sistêmico ........................................................... 20 1.5 Qual a diferença de constelação familiar e organizacional ..................... 22 1.6 Constelação estrutural ............................................................................ 22 1.7 Constelação na água ............................................................................... 23 1.7.1 História das constelações na água no Brasil......................................... 24 1.7.2 Constelar na água - material ...............................................................24 1.7.3 O fenômeno a olho nu ....................................................................... 25 1.7.4 Constelação & Parapsicologia sem segredos ....................................... 26 1.8 Constelação no atendimento individual ................................................ 27 1.8.1 Informação disponível – Campo mórfico – Os Bonecos nas Constelações ............................................................ 29 1.9 As ordens do amor - descobertas do Bert Hellinger ............................... 30 1.9.1 A hierarquia ou ordem de chegada ..................................................... 31 1.9.2 Pertencimento estabelecido pelo vínculo ............................................ 31 1.9.3 Pertencimentos ao sistema por danos .................................................. 32 1.9.4 Pertencimento - passagem do estreito ao amplo ................................. 32 1.9.5 Autonomia versus pertecimento ......................................................... 33 1.9.6 Equilíbrio (dar e tomar/receber entre pais e filhos) ............................. 35 1.9.7 Equilíbrio (dar e receber) relacionamento ........................................... 36 1.9.8 Dar e receber entre os cônjuges ........................................................... 37 1.9.9 Equilíbrio de troca entre as pessoas ..................................................... 38 1.10 O que é o destino do ponto de vista das constelações? ........................ 39 1.11 Campo de memória – campo morfogenético – campo mórfico ......... 39 1.12 Equilíbrio dos sistemas ......................................................................... 41 1.13 Prática de constelação na justiça – mediações de conflito .................... 42 1.14 Prática de constelação na pedagogia ..................................................... 43 1.14.1 Raízes sistêmicas vão para a escola .................................................... 44 1.15 Prática de Constelação com crianças ................................................... 44 1.16 Prática de constelação de ambiente ...................................................... 45 1.17 Pratica de constelação coletiva .............................................................. 46 CAPÍTULO II ............................................................................................. 49 2 Nosso corpo – unidade ............................................................................. 49 2.1 Corpo e espírito...................................................................................... 49 2.2 Alcançando a unidade ............................................................................ 49 2.3 O espírito - o movimentador ................................................................. 50 2.4 O vínculo ............................................................................................... 50 2.5 Como ocorre esse vínculo ...................................................................... 51 Sumário 2.6 A alma coletiva ....................................................................................... 51 2.7 Reverência ao destino ............................................................................. 52 2.8 O campo espiritual ................................................................................. 52 2.9 A ordem espiritual superior .................................................................... 53 2.9.1 As três consciências que atuam............................................................ 53 2.10 Má consciência e boa consciência ........................................................ 54 2.11 Tatuagens e seu significado sistêmico ................................................... 55 2. 12 No campo da vida recebe-se muitos nãos ........................................... 55 2.13 O efeito da nossa consciência durante a constelação espiritual ............ 56 2.14 As consequências prejudiciais para constelação familiar ....................... 57 2.15 A indignação (Bert Hellinger) .............................................................. 58 2.16 Postura fenomenológica e a relação com o guia ................................... 59 2.16.1 Quando saímos da postura sistêmica-fenomenológica ..................... 61 2.17 Etapas do estado de presença ............................................................... 61 2.17.1 Estar presente no aqui e agora durante uma constelação .................. 62 2.17.2 Em sintonia com o destino do constelado ........................................ 62 2.17.3 O movimento criativo ...................................................................... 63 2.17.4 Interconexões dentro do campo mórfico .......................................... 64 CAPÍTULO III ............................................................................................ 65 3 Nossa mãe e nosso sucesso estão ligados ................................................... 65 3.1 Constelando dinheiro – A mãe .............................................................. 66 3.2 A relação entre o sucesso e nossas mães .................................................. 67 3.3 As cobranças e acusações aos nossos pais ................................................ 68 3.4 Abuso sexual de pai contra filho(a) ....................................................... 69 3.5 O vínculo que nunca se desfaz ............................................................... 71 3.6 Ancestrais e descendentes no aqui e agora .............................................. 72 3.6.1 As Ovelhas Negras ou Crianças Índigo ............................................... 73 3.6.2 O queridinho e a ovelha negra ............................................................ 74 3.7 Segredo familiar ou pessoal .................................................................... 75 3.8 Paradoxos nas constelações ..................................................................... 75 3.9 O amor profundo pelos pais .................................................................. 75 3.10 Sobre filhos não nascidos e a repercussão na ordem ............................. 76 3.11 Quando o filho fracassa mesmo sendo grato aos pais .......................... 77 3.11.1 Olhar para os nossos pais da forma que são ..................................... 78 3.12 Amor cego amor iluminado ................................................................. 79 3.13 Constelando os pais ............................................................................. 80 3.13.1 Nossos pais não nos dão somente a vida ........................................... 82 3.13.2 Eu tomo a vida .................................................................................. 82 3.14 Ensinamentos sobre o pai .................................................................... 83 3.14.1 A separação não destrói a família ...................................................... 85 3.15 Parentificação – pensamento hellingeriana .......................................... 87 3.15.1 Relacionamento abusivo ................................................................... 88 3.15.2 A criança depois do divórcio ............................................................. 90 3.15.3 Nossa criança interior e o amor......................................................... 91 3.15.4 A bênção ........................................................................................... 92 3.16 Filhinho da mamãe – filhinha do papai ............................................... 92 3.16.1 Quando filhos consolam os pais ...................................................... 93 3.17 Vida não vivida pelos pais .................................................................... 94 3.18 Amor de casal diferente do amor entre pais e filhos ............................. 95 3.18.1 O primeiro e o segundo amor ........................................................... 96 3.19 Uma relação sem casamento é ferir-se continuamente... ...................... 98 3.20 Para relacionamentos e afins com frases de soluções ............................99 3.20.1 O respeito pelo homem/mulher ..................................................... 100 3.21 Nossos ancestrais e nossa riqueza ....................................................... 100 3.22 Desigualdades financeira .................................................................... 101 3.23 Carregar nomes de antepassados ........................................................ 102 CAPÍTULO IV ......................................................................................... 104 4 As adoções podem ser bem sucedidas nas constelações ........................... 104 4.1 Emaranhamentos nas adoções.............................................................. 106 4.1.1 Mundo da adoção ............................................................................. 106 4.1.2 Não pode ter filhos ........................................................................... 107 4.1.3 Inseminação artificial ........................................................................ 107 4.1.4 A criança adotada .............................................................................. 109 4.2 A causa das doenças nas famílias .......................................................... 113 4.3 Saúde sistêmica - culpa e expiação - autismo ....................................... 114 4.3.1 Expiação pela geração seguinte .......................................................... 115 4.3.2 Culpa e soberba ................................................................................. 116 4.3.3 A culpa também precisa passar ......................................................... 117 4.4 O depressivo vive no passado! É estatística mundial ............................ 118 4.4.1 - Eutanásia ........................................................................................ 118 4.4.2. Pessoa deprimida .............................................................................. 119 4.4.3 Descendente curando ........................................................................ 119 4.4.4 Morrer por suicídio .......................................................................... 120 4.4.5 A injustiça ......................................................................................... 120 4.4.6 Sentimento de culpa ........................................................................ 121 4.5 Síndrome do gêmeo desaparecido ........................................................ 121 4.5.1 A Síndrome do Gêmeo Evanescente. ................................................ 123 4.6 A visão sistêmica sobre a inseminação resposta de Bert Hellinger .................................................................... 124 4.6.1 Casal sem filhos ................................................................................. 125 4.7 Movimento interrompido .................................................................... 126 4.8 Como os excluídos podem ser trazidos de volta ................................... 126 4.9 O amor que cura o amor que adoece ................................................... 127 4.9.1 Comer quer dizer, eu fico .................................................................. 127 4.10 Zangados com os mortos ................................................................... 128 4.11 A consciência do clã ........................................................................... 129 4.12 Sobre a culpa ...................................................................................... 129 4.13 Uma culpa pessoal .............................................................................. 130 4.13.1 Lamentação – A cura que vem do sistema ...................................... 130 4.14 O perdão e a visão hellingeriana......................................................... 131 4.15 Homossexualidade pela ótica hellingeriana ........................................ 133 4.15.1 Emaranhado Sistêmico - Homossexualidade .................................. 135 4.16 Maldição familiar ............................................................................... 137 4.17 Fortalecendo sua família com histórias .............................................. 138 CAPÍTULO V ........................................................................................... 140 5 Trauma transgeracional ........................................................................... 140 5.1 A epigenética e o trauma transgeracional ............................................. 141 5.2 Psicogenealogia – inconsciente familiar ............................................... 142 5.3 Sophie Hellinger – Vidas passadas ...................................................... 147 5.4 Sobre o destino ..................................................................................... 149 5.5 Sentimentos adotados .......................................................................... 149 5.6 Além da ciência: Como falar com o seu DNA ..................................... 151 5.7 Traumas familiares moldam quem você é ............................................ 157 5.8 Pioneira na terapia familiar e constelações ........................................... 163 5.9 O campo mórfico e as constelações ..................................................... 165 5.10 Medicina reconhece a obsessão espiritual ........................................... 168 CAPÍTULO VI .......................................................................................... 171 6 Sugestões para tirar do transe o cliente com sintomas acerbados ............ 171 6.1 Cliente com sintoma físico agudo na sessão ......................................... 171 6.2 Preparação para o atendimento ............................................................ 172 6.3 Constelar em grupo ou com bonecos .................................................. 172 6.4 As ordens da ajuda e desordem por Hellinger ...................................... 172 6.4.1 A transferência e contratransferência ................................................. 176 6.4.2 Novos paradigmas hellingerianos ...................................................... 178 6.4.3 A Grandeza ....................................................................................... 179 6.4.4 O respeito .......................................................................................... 180 6.4.5 O fracasso .......................................................................................... 181 6.4.6 A dureza ............................................................................................ 181 6.5 A “não-ação” do terapeuta .................................................................... 182 6.5.1 A vida dos terapeutas......................................................................... 183 6.5.2 Frases de Solução ............................................................................... 184 6.5.3 A reverência ....................................................................................... 185 6.6 A clareza ............................................................................................... 186 6.7 Intuição, amor e respeito ...................................................................... 187 6.8 Recursos do cliente e do sistema - sugestão .......................................... 188 6.9 A percepção sistêmica ........................................................................... 189 6.10 O cliente, a mãe, o sucesso ................................................................. 189 6.11 A constelação se inicia ........................................................................ 190 6.12 O que acontece depois de uma constelação familiar .......................... 191 6.12.1 Quando a constelação termina ...................................................... 192 6.13 O que é diálogo sistêmico - PNL ....................................................... 194 6.13.1 No envolvimento terapêutico ......................................................... 195 6.14 Neurônios espelhos ............................................................................197 6.15 Constelação Familiar reconhecida pelo ministério da saúde .............. 198 13 Silca Malutta CAPÍTULO VII ........................................................................................ 200 7.0 Constelação na água -Insegurança ....................................................... 200 7.1 Constelação na água - Profi ssional ....................................................... 201 7.2 Constelação na água - Gatos adotados ................................................. 204 7.3 Constelação na água - Relação com a mãe ........................................... 206 7.4 Constelação na água - Câncer do cachorro .......................................... 207 7.5 Constelação na água - Prosperidade ..................................................... 210 7.6 Constelação na água Rel. do passado .................................................. 213 7.7 Constelação na água - Padrasto ............................................................ 216 7.8 Constelação na água - Obesidade......................................................... 217 7.9 Constelação na água - A venda de uma casa ........................................ 221 7.10 Constelação na água - Profi ssão ......................................................... 223 CAPÍTULO VIII ....................................................................................... 226 8 Carta aos ancestrais ................................................................................. 226 8.1 Carta ao feminino ................................................................................ 228 8.2 Carta liberando os ancestrais ................................................................ 230 8.3 Carta de liberação de ofensas ............................................................... 231 8.4 Carta aos antepassados ......................................................................... 232 8.5 Carta de liberação ao sistema ............................................................... 234 8.6 Carta ao masculino .............................................................................. 234 8.7 Carta - Querido papai .......................................................................... 236 8.8.Carta - Querida mamãe ....................................................................... 238 8.9 Cartas aos ancestrais - Permissão .......................................................... 238 8.10 Cartas horando o feminino-masculino .............................................. 239 CAPÍTULO IX .......................................................................................... 241 9 Falas sistêmicas de liberação individual e em grupos ............................... 241 9.1 O que são Falas Sistêmicas? .................................................................. 241 9.2 Frases de solução para relacionamentos sociais ..................................... 241 9.3 Frases de cura para ancestralidade ........................................................ 241 9.4 Reconciliação em relacionamento de homem e mulher ..................... 242 9.5 Rompimento na relação ....................................................................... 242 9.6 Outras frases de cura ............................................................................ 243 9.7 Frases para desavenças .......................................................................... 243 9.8 Falas para o dinheiro ............................................................................ 244 9.9 Parentifi cação ....................................................................................... 244 9.10 Intrincações sistêmicas ....................................................................... 245 9.11 Frases de soluções para a mãe ............................................................. 245 9.12 Frases de soluções para o pai .............................................................. 246 9.13 Relacionamentos com os pais............................................................. 246 9.14 Falas do homem para seu sistema....................................................... 247 9.15 Falas dos pais para o(a) fi lho(a) .......................................................... 247 9.16 Frases para se desligar de uma pessoa ................................................. 247 9.17 Para perdas ou falecimento ................................................................. 248 9.18 Inclusão de abortos ............................................................................ 248 14 Pensamento Sistêmico para a humanidade 9.19 Fumantes/vícios ................................................................................. 249 9.20 Frases para o constelador .................................................................... 249 9.21 Frases que liberam culpa .................................................................... 249 9.22 Abuso sexual ....................................................................................... 250 9.23 Falas para adoção ................................................................................ 250 9.24 Honrando na saúde ............................................................................ 251 9.25 50% responsável pelo que aconteceu ................................................. 251 9.26 100% Responsável pelas minhas escolhas .......................................... 252 9.27 Seguindo para a vida .......................................................................... 252 9.28 Intricações familiares .......................................................................... 253 9.29 Eu pego de volta o que é meu ............................................................ 253 9.30 Estou a serviço de quem! .................................................................... 253 9.31 Pertencimento .................................................................................... 254 9.32 Seguir adiante ..................................................................................... 254 CAPÍTULO X ........................................................................................... 255 10 Perguntas sobre constelações ................................................................. 255 CAPÍTULO XI .......................................................................................... 265 11 Personalidade Congênita ....................................................................... 265 Obras consultadas ...................................................................................... 274 Sites consultados ......................................................................................... 278 ANEXOS ................................................................................................... 280 Anexo A - Constelando uma casa ............................................................... 281 Anexo B - Problemas sistêmicos na história de um imóvel ........................ 283 Anexo C - Compaixão pelos agressores, quanto pelas vítimas! ................... 284 Anexo D - Psicótico diferente de psicopata ................................................ 286 Anexo E - Constelando com imagens mentais ........................................... 289 Anexo F - Lutas pelo poder não se olha para os mais fracos ....................... 293 Anexo G - Questionamentos sobre a constelação familiar ......................... 294 Anexo H - Ciclo benigno e maligno do dar-e-receber da vida conjugal .......................................................................................... 295 Anexo I - Correlação entre constelação sistêmica e regressão de memória ............................................................................... 301 Anexo J - O que é o dinheiro ..................................................................... 303 Anexo K - 8 Passos a caminho da Prosperidade, segundo Bert Hellinger ............................................................................................. 304 Anexo L - Herança - Pensamento sistêmico ...............................................307 Anexo M - Vícios ....................................................................................... 310 Anexo N - Dinheiro, maldição ou bênção? ................................................ 312 Anexo O - Animais nas constelações e constelação veterinária ................... 314 Anexo P - Holograma presencial nas Constelações Familiares ................... 316 Anexo Q - Dinâmicas sistêmicas para workshop e curso ........................... 317 15 Silca Malutta 1 Constelação sistêmica – o que é? A constelação sistêmica é uma abordagem terapêuti ca que utiliza de pessoas que estão presentes no grupo como represen- tantes para membros da família ou grupo social do cliente. Tem como objetivo ajudar pessoas a se reconciliarem. Hoje, temos as modalidades de constelação com bonecos, cavalos, e as mais variadas âncoras de chão. 1.1 Para que servem as constelações sistêmicas? Servem para que o cliente possa ter uma nova imagem com relação ao seu tema, absorvendo novas informações, possibili dades, recursos e insights, saindo do confl ito para a resolução, substituindo as infl uências do sistema familiar e social pela sua própria orientação interior. A transformação das relações é uma consequência da ob- servação da própria dinâmica que ali se apresenta e principalmente dos movimentos internos de permissão do cliente. Área de Aplicação: em relacionamentos problemáticos que estão diante de grandes decisões, que querem superar confl itos internos e externos que buscam o trabalho de um profi ssional. Contextos nos quais as constelações podem ajudar para encon- trar soluções: quando pais que se separam querem encontrar o lugar certo para os seus fi lhos; quando as pessoas têm a ex- periência como estranhos em grupos, na família e empresas; quando pessoas não “podem” se permitir serem felizes e bem sucedidas; no caso de bullying, doenças frequentes, encontrar soluções para questões empresariais, etc. CAPÍTULO I 16 Pensamento Sistêmico para a humanidade 1.2 Constelações organizacionais As leis de Bert Hellinger podem ser a chave para encontrar as raízes de difi culdades de empresas e organizações. Muitas vezes, as organizações deparam-se com diversos problemas: elas não crescem, não se desenvolvem, os clientes não são fi éis ou não voltam, não conseguem inovar os produtos, os funcionários estão em confl ito ou vão embora sem motivo aparente, falta direção, existe desmotivação, entre tantos outros problemas do mundo corporativo. Para esses casos, nos quais as técnicas de gestão e trabalhos de consultoria não conseguem atingir resultados, podem ser indicadas as Constelações Sistêmicas Organizacionais. Nas constelações organizacionais trabalha-se no sentido de analisar alternativas para uma alteração possível, estudar dife- rentes possibilidades, diagnosticar problemáticas, lançamentos, recrutamentos, gestões de confl itos empresarias e familiares, entre outros aspectos, ajudando o cliente a descobrir as melhores estratégias para implementar as soluções encontradas. 1.3 Princípios das constelações organizacionais O que tem de ser reconhecido (respeito). Pertencimento – direito de fazer parte. Ordem – precedência e prioridade (antiguidade, especia- lização, competência e hierarquia funcional). Equilíbrio entre o dar e o receber – reconhecer e compensar. 1.4 Constelação empresarial Um grande princípio sistêmico é o Respeito aos FUNDA- DORES da empresa. Toda empresa tem a pessoa do idealizador, aquela pessoa 17 Silca Malutta que colocou esforço, dinheiro e tempo para que algo que esta- va no campo das ideias se tornasse realidade. Esse idealizador trouxe os primeiros funcionários, contratou os fornecedores, negociou, lidou com incertezas e recursos insufi cientes e fi nal- mente colocou uma empresa de pé. Quando existe um movimento de recusa em lembrar com gratidão os caminhos percorridos por uma empresa, desde o seu início, o sistema buscando o reconhecimento de todos que pertenceram, acaba por criar sintomas, difi culdades, para asse- gurar o lugar daqueles que estão sendo negligenciados. Olhar os sintomas e honrar os “esquecidos” é o caminho de volta para uma situação mais fl uída. No livro “Constelações Organizacionais”, os autores Klaus Grochowiak e Joachim Castella escrevem que “a hierarquia em um sistema está defi nida pela data de entrada no sistema. O anterior possui prioridade em relação ao posterior. Em empresas e instituições há, ao lado da hierarquia de tempo de pertinência, também a hierarquia de desempenho. Se a hierarquia sofrer interferências, as pessoas se sentem inseguras em relação ao seu lugar ou sua tarefa e se tornam presunçosas quando assumem um lugar que não lhes compete. Isso já responde à questão: - quando a hierarquia estiver incerta ou não for reconhecida. Assim que a hierarquia correta estiver novamente restabelecida no sistema, muitas vezes é uma boa sugestão articular e confi r- mar esta, por exemplo: ‘você é o primeiro e eu, o segundo’ O efeito desse esclarecimento é alívio e segurança.” O primeiro princípio nas empresas: A ORDEM A ordem é uma realidade percebida, ela fl ui e é necessária para que a empresa consiga crescer. Sob o princípio da ordem, o que se observa nas empresas é que a diretoria e liderança de verá ser respeitada e todas as ações deverão ser tomadas a partir deste respei- to. Quando alguém se arroga o direito de criticar de forma velada e não colaborar com a liderança, para este, de alguma forma, as 18 Pensamento Sistêmico para a humanidade portas do sistema se fecharão. Por outro lado, como a empresa tem uma clara necessidade de liderança, quando esta não é exercida ou é negligenciada, as pessoas começam a se tornar insatisfeitas, o que leva muitas vezes ao aparecimento do autoritarismo por parte dos superio res, afetando negativamente o sistema, com consequências ruins para a empresa e a todos que fazem parte dela. Do que uma empresa precisa: Além de liderança clara, para os princípios sistêmicos, toda empresa precisa de uma meta clara e objetivo social bem defi nido e estes objetivos não podem ser abandonados, sob pena de fracasso e problemas de toda natureza. Em alguns casos, quando uma empresa que foi aberta para oferecer um determinado produto ou serviço deseja mudar radicalmente de área ou setor, a consultoria sistêmica aconselha que a mesma seja fechada e que se faça a abertura de uma nova, para o novo objetivo, pois, assim, a nova terá mais chances de sucesso. O segundo princípio nas empresas: PERTENCIMENTO Diferente dos sistemas familiares, nos quais quem faz parte tem seu lugar garantido para sempre, na Constelação Organizacional o pertencimento é garantindo enquanto durar o contrato de trabalho na empresa. Segundo este princípio, todos os funcionários fazem parte da empresa da mesma forma, com o mesmo direito de vínculo, do menor cargo até o maior. Uma violação neste princípio enfraquece toda a empresa, independente do cargo ocupado por aquele que é excluído ou deixado de lado. Um dos mais fortes instintos humanos é o de pertencer ao grupo ao qual estamos associados. Sentimo-nos confortáveis se nos encaixamos bem, mas incomodados se não o consegui- mos. Esta lealdade ao grupo é o que capacita as organizações a trabalharem juntas. Quando os princípios são considerados, “parece” que a 19 Silca Malutta organização funciona de uma maneira mais suave, harmoniosa e confortável – é como se houvesse uma sensação de relaxamento, onde tudo fl ui e as pessoas são felizes naquele ambiente, apesar das pequenas tensões normais do trabalho. Os efeitos quando se exclui alguém do sistema: Se, em uma empresa, se realizam exclusões com facilidade, os limites perdem a nitidez e então as pessoas começam a se sentir ameaçadas e a se perguntar: eu faço parte ou não deste lugar? E, é assim que começam a diminuir o compromisso e a identifi cação com as metas e valores da empresa. Também aqueles que perdema vida a serviço de uma em- presa, deverão ser lembrados para sempre pela liderança e por todos os que vêm depois. Normalmente, aconselhamos que, nestes casos, sejam feitas placas com a imagem destas pessoas em um local que todos possam reverenciar e lembrar do destino que tiveram, como uma postura de gratidão. Há belíssimos casos de grandes empresas que criam memoriais para lembrar os que serviram com suas vidas, assim como àqueles que foram funcionários por várias décadas: é impressionante ver a força que as empresas ganham do seu sistema quando, verdadeiramente (como postura e não apenas como uma prática) reconhecem cada um que fez parte e dedicou-se a ela. A solução para as questões ligadas ao pertencimento tem a ver com a honra. Apesar de a sobrevivência da empresa ter prioridade sobre o vínculo de trabalho com os funcionários, podendo, desta forma, desempregar pessoas, a questão central é: como isso será feito, com respeito ao tempo que a pessoa fez parte e com o ressarcimento adequado. O terceiro princípio nas empresas: O EQUILÍBRIO Como dito anteriormente, o adequado ressarcimento quando ocorre um desligamento dentro de uma empresa é uma premissa fundamental para liberar ambos – empresa e colabora- dor – do emaranhamento. Se a pessoa que está sendo desligada foi 20 Pensamento Sistêmico para a humanidade explorada ou não teve seus direitos protegidos, é muito provável que ela será novamente representada por uma outra pessoa no sistema, num processo a que chamamos de identifi cação. Outro ponto importante está no dar e tomar dentro de uma organização. Há equilíbrio nos papéis distribuídos e na remuneração oferecida? Da mesma forma, os que são remu- nerados geram retorno para a empresa proporcional ao o que é investido neles? Novamente, as ideias se cruzam e conside- rando os aspectos colocados anteriormente o sistema sempre irá procurar estabelecer um equilíbrio nos movimentos dentro daquele campo. O que uma constelação empresarial pode mostrar: Muitas são as possibilidades que se abrem durante uma constelação organizacional, muitas são as dinâmicas ocultas que podem ser esclarecidas durante um trabalho com as 3 leis sistêmicas (hierarquia, pertencimento e equilíbrio), tais como: Existe um chefe? Quem é que manda nessa empresa? Existe uma ordem ou ela está perturbada? Cada um tem o seu lugar? Todos estão contentes com o seu lugar? (por exemplo, de acordo com a sua qualifi cação, idade, tempo na empresa?) Todos estão ligados à empresa? São todos leais? Alguém foi excluído? Alguém quer ir embora? Onde está o cliente e o produto? Qual o tipo de relacionamento da empresa ou dos fun- cionários com o cliente e o produto? O dar e o receber está equilibrado? Existe um padrão de fracasso na empresa? 1.4.1 O papel do Consultor Sistêmico Kroon (2017) diz em seu artigo que “o consultor sistê- mico trabalha para o sistema como um todo, não apenas uma 21 Silca Malutta parte dele. Ele está incluindo todos e cada um, especialmente as partes que parecem estar excluídas. Um exemplo: uma equipe está reclamando de seu gerente. Isso afeta imedia- tamente o consultor, que responde com inclusão, tanto da equipe quanto do gerente. Ele faz o mesmo com o sistema maior que incorpora todos. Pode ser uma unidade, um de- partamento ou uma equipe que está, em verdade, pagando ao consultor sistêmico, mas sua atitude é aquela de trabalhar para toda a empresa, como o sistema do seu cliente. Para ser efi ciente, o consultor necessita da permissão moral da autoridade mais elevada do sistema. Ele consegue isso ao respeitar a política deles.” As empresas estão submetidas às mesmas leis que regem as relações humanas, pois são compostas por pessoas. Nesse caso, porém, temos que levar em conta que somente podemos trabalhar com questões nas quais o participante tem poder de mudar, ou seja, não podemos constelar uma questão onde o poder de decisão na verdade pertence a uma outra pessoa, como por exemplo, o meu chefe ou o dono do negócio no qual sou empregado. Posso, entretanto, constelar o departamento do qual sou chefe, pois aí tenho poder de decisão. Se o cliente tiver dúvidas quanto a fazer seu trabalho no individual ou no grupo, peça para ele imaginar as duas possi- bilidades e onde fi caria mais confortável. Só ele tem a resposta certa para esta dúvida. Deixe que ele faça a escolha. A empresa na constelação: “Quando alguém procura um funcionário ou um sócio para sua empresa, a primeira coisa que interessa é que olhe como é a relação deste com sua mãe. Se for boa, será um bom funcionário a serviço da empresa, pois se comportará em relação à empresa da mesma maneira do que em relação a sua mãe: agradecido, como alguém que toma e ao mesmo tempo dá." 22 Pensamento Sistêmico para a humanidade 1.5 Qual a diferença de constelação familiar e organizacional O primeiro Sistema que as pessoas têm contato é o seu Sistema Familiar. Ali elas começam a perceber a vida em grupos, mesmo que de forma inconsciente. Porém o comportamento sistêmico que elas apresentam em seus sistemas familiares são levados aos demais grupos inclusive para as organizações. Pertencemos ao nosso Sistema Familiar até a nossa morte. Já num Sistema Empresarial, nosso pertencimento é temporário. A função de um membro também pode mudar. Nas Constela ções Organizacionais podemos testar soluções e cenários. Elas também possuem uma carga emocional menor, pois é voltada para impulsio- nar o cliente a encontrar uma Solução. A linguagem utilizada nas Constelações Familiares também é diferente das Organizacionais. Normalmente quem utiliza o recurso das Constelações Organizacionais, são gerentes, clientes, fundadores, fornecedores, fi nanciadores, sócios, quem deu o nome à organização, diretores, RH, fi liais, departamentos e seus chefes, ou seja, os responsáveis da organização, sendo que as descobertas das dinâmicas ocultas do Sistema são fundamentais para o sucesso da Organização. 1.6 Constelação estrutural A constelação ESTRUTURAL sistêmica é um método baseado na constelação familiar, mas que abrange mais do que as relações familiares. Trabalha recursos, dons, localização de obstáculos (traumas), esclarece confusões em relação a caminhos (bloqueios). Trabalha elementos abstratos, estruturas lógicas, ideias, conceitos, partes internas (crenças, sonho, sentimentos, emoções), confl itos de interesses (pessoas, instituições, empre- sas, países) e outras estruturas. Assim como a constelação familiar, empresarial e a profi s sional, a constelação estrutural sistêmica instiga o seu lado per ceptivo, intuitivo, energético e 23 Silca Malutta emocional, sendo uma ferramenta que acrescenta muito para que se possa tomar decisões com mais tranquilidade, assertivi- dade e consciência. Ocorre também uma liberação energética que vai além da simples questão de tomada de decisões: ao permitir-se trabalhar com a constelação, caminhos novos sur- gem, algumas pessoas chegam, outros caminhos se mos tram. Constelações estruturais são um meio de transferir e expandir os princípios das constelações familiares para outros sistemas. 1.7 Constelação na água Trata-se de uma ferramenta de ajuda muito usado pela parapsi- cóloga Silca Malutta em seus cursos sempre no segundo módulo e aberto para consteladores ou que estejam cursando as sistêmicas. É o “campo” se movimentando na água. Essa modalidade fenomenológica das constelações não é necessário a mão cataléptica porque os bonecos fl utuam na água sendo carregados, levados pelo movimento do campo indican- do onde está o confl ito, o excluído as repetições de padrões do clã familiar. É um processo de transformação e harmonização familiar, pessoal, profi ssional e de relacionamento onde as cau- sas emaranhadas do sistema vão para seus lugares em ordem segundo a fi losofi a sistêmica de Bert Hellinger. São várias as sugestões para abrir o campo mórfi co ou morfogenético. Cada constelador vaifazendo o seu caminho na aprendizagem das constelações na água de forma segura. Vale salientar que este método não tem infl uência da psi humana assim como nas constelações com bonecos. Nas constelações através da água o constelador pode trabalhar seus próprios temas com segurança e auxiliar outras pessoas com seus problemas. Seu desenvolvimento é realizado na água, através de objetos mais variados tais como: papel, EVA, plásticos, isopor, bonecos que fl utuam na água. 24 Pensamento Sistêmico para a humanidade 1.7.1 História das constelações na água no Brasil Num passado não muito distante usava-se esta técnica para ver se o menino ou a menina estava interessado(a) em namorar ou casar. Se fazia uma fl or de papel e colocava-se em uma bacia de água, nas noites de São João e Santo Antônio. Se a fl or se abrisse era um SIM, o relacionamento iria ser promissor. Caso ela permanecesse fechada era um NÃO, este relacionamento não iria dar certo. Esta brincadeira foi adiante e muitas pessoas usavam para tomar outras decisões importantes em sua vida. Como por exemplo comprar um imóvel, trabalhar em uma empresa, fazer uma faculdade... enfi m, decisões da vida...Esta brincadeira nos faz lembrar das constelações na água atualmen- te. Isto faz sentido para você, ou para sua mãe ou para seus avós? 1.7.2 Constelar na água - Material 1. Para constelar na água precisa ter conhecimentos bá- sico teórico de constelação. 2. O material usado na constelação na água pode ser diversifi cado. 3. Podemos constelar na água com papel, material de EVA, isopor, e bonecos feitos de EVA que tem uma base para fl utuar. 4. Não se usa elementos pesados para constelar na água como pedras, ou material que pode se desmanchar na água. Local para se fazer uma constelação na água: 1. Podemos usar vários tipos de recipientes para se colocar a água. Podendo ser de vidro ou plástico ou outra coisa. 2. O tamanho do recipiente para a água pode ser de 30cm ou mais. 25 Silca Malutta 3. Podemos constelar na piscina 4. Evitar água corrente para ter mais nitidez quanto a ressonância mórfi ca. 5. As constelações na água podem deixar de um dia para o outro – com isso temos aos olhos nus a reverberação do sistema. Os elementos da natureza tendem auxiliar na constelação na água: - Um vento que passa pela janela ou porta. - Um gato ou criança que venha a tocar a água. - Alguém que esbarra no recipiente. Tudo faz parte. Algo naquele momento foi incluso ou visto. Não é mais o mesmo. Constelação na água é um fenômeno a olho nu. O invisível se faz visível. A nitidez das memórias se manifestando através dos bonecos que fl utuam indo de encontro ao confl ito do sis- tema. O que move os bonecos são as frases milagres, de cura ou assertivas ditas durante a constelação ou ainda as conversas sistêmica com o cliente. Nas constelações na água podemos desenvolver constelações ocultas e não verbal. Podendo ser feita online. O cliente pode mexer na água para dar impulso de energia ao campo preso pelas emoções, emoções estagnadas, emoções presas na dobra do tempo. Quando online, o conste- lador pede permissão para mexer na água no campo do cliente. 1.7.3 O fenômeno a olho nu Constelação na água é um recurso poderoso de acesso ao inconsciente. O invisível movimenta o visível - Os bonecos atuam como amplifi cadores da energia do campo mórfi co do sistema familiar do cliente pela ressonância mórfi ca. ( os bonecos se movimentam de acordo com a energia do campo). As cons- 26 Pensamento Sistêmico para a humanidade telações na água como prática de nossos ancestrais nas noites de São João e Santo Antônio podem ser consideradas como uma nova visão do método terapêutico criado por Bert Hellinger. O movimento da psicocinesia, telecinesia ou PK (intitula- do assim pela parapsicologia) que ocorre nas constelações com bonecos de mesa e na água - é uma faculdade extra-sensorial na qual a mente atua diretamente sobre a matéria através de meios invisíveis, sem contato físico. Dito em forma sucinta, PK é a interação mental direta com objetos físicos, animados ou inanimados. Na constelação vivenciamos as experiências fenomenoló- gicas das evidências da parapsicologia sem segredos. Nas cons- telações os ancestrais continuam infl uenciando o viver dos seus descendentes pela ressonância mórfi ca ou ainda pelas marcas epigenéticas com nossos genes da nossa mãe e do nosso pai. Assim como também há a infl uência da psicogenealogia intera- gindo com o inconsciente familiar e o DNA, que são os aspectos mais profundos de nós mesmos e mantidos e passados de geração em geração. A morte sempre foi vista pelos espiritualistas como uma mudança de estado para outra dimensão. Energeticamente os “desencarnados” continuam vivos e muitas das vezes, ainda vivem “cristalizados” em confl itos na dobra do tempo. Muitos mortos não sabem que morreram e vivem em sofrimento e, através das constelações - podem enfi m encontrar soluções para o fi m de tantos sofrimentos que deparamos na área clínica e hospitalar. Esse processo da vida em “mundos paralelos” ou em um “outro plano” após a morte, é sabido e respaldado pelos estudos da pa- rapsicologia desde 1890 com o fenômeno PK (Aporte, psi-theta, psi-kapa) e posteriormente nos anos 30 popularizado pelo casal 1.7.4 Constelação & Parapsicologia sem segredos 27 Silca Malutta Constelação com bonecos 1.8 Constelação no atendimento individual As constelações no atendimento individual com bonecos, âncoras e objetos são imagens da psique sistêmica familiar. Este trabalho acontece sem interferências de outros agentes porque apenas se trata do constelado com seu campo familiar. O campo de ressonância amplifi cado pela liberdade de escolha do constelado. Rhine com diversos artigos sobre o assunto do comportamento dos desencarnados, assunto comum nas religiões espiritualistas e/ou reencarnacionistas, hoje vistos e “sentidos” nas constelações. Podemos deparar com a observação empírica como é que os ancestrais do sistema estão se sentindo por meio dos represen- tantes nas constelações. As pessoas vivas sendo representantes tanto de pessoas vivas como de pessoas desencarnadas e, por ressonância mórfi ca são sentidas sensorialmente emoções e sensações daqueles que estão vivos nessa dimensão e daqueles que continuam vivos em outras dimensões simultâneas e pa- ralelas - e esperam que seus descendentes soltem o ancestral desencarnado vinculado ao trauma transgeracional de décadas. Silca Malutta, esp. em parapsicóloga e fenomenologia, estudiosa e divulgadora da fi losofi a Hellingeriana 28 Pensamento Sistêmico para a humanidade Este método está disponível a todas as pessoas que dese- jam trabalhar com os ensinamentos Hellingerianos num nível mais profundo no qual o campo se manifesta em grupo, no atendi mento individual com âncoras e também se manifesta na água sem a infl uência da psi humana. A natureza do campo energético familiar atua diretamente em quem somos hoje e assim permite perceber para onde olha o seu problema sistê- mico. Qualquer que seja o comportamento ou sentimento problemático pode ser também trabalhado na água. O constelado percebe que suas dúvidas, preocupações e falta de discernimentos tomam formas suaves passando a ter decisões em desenvolvimentos contínuos. Este trabalho é tão profundo que traz resultados e alívio imediato para todo o sistema familiar do constelado. No estudo do pensamento sistêmico familiar, no atendimen- to em grupo, temos o criador deste trabalho terapêutico Bert Hellinger, criador das ordens do amor. Bert Hellinger nasceu em Constelação na água 29 Silca Malutta 1925 a 2019 na Alemanha e formou-se em Filosofi a, Teologia e Pedagogia. No panorama europeu é provavelmente um dos psico- terapeutas mais desafi antes e um dos autores mais lidos no âmbito da psicoterapia, depois de Nilton H. Erickson, 1901 a 1980. “A Constelação Familiar serve à vida em sua totalidade”. (BERT HELLINGER)Em um seminário realizado em novembro de 2015, Bert Hellinger expôs sua visão das Constelações Familiares no mo mento atual. Na tradução livre do alemão por René Schubert, seguem as palavras de Hellinger (2012 ): “O que nós pudemos vivenciar aqui hoje … nos mostra o que a constelação familiar é, ultimamente… Jamais é pessoal… até porque talvez nós quei ramos alcançar algo para nós mesmos... a Constelação Familiar leva-nos a um outro nível… além daquilo que quero alcançar para mim pessoalmente… esta Constelação Familiar… como a pudemos vivenciar até aqui… serve à vida como um todo (em sua totalidade)… não apenas à nossa vida… nós somos apenas uma pessoa em meio a bilhões… e a Constelação Familiar, serve a todos… aos vivos e aos mortos, ao mesmo tempo… nós somos tomados, por algo eterno…” 1.8.1 Informação disponível – Campo mórfi co – Os Bonecos nas Constelações Os bonecos nas constelações, tanto constelando com bonecos de mesa como constelando na água e as âncoras de chão, são me- 30 Pensamento Sistêmico para a humanidade canismos para trazer a informação do campo. A mente de quem está observando o campo traz as informações projetando-as nas âncoras. A mente do constelador assim como do constelado em muitas das vezes, simultaneamente sabem o que se está passando no boneco através da fenomenologia psi. A mente do constelador e no caso também do constelado projetam para fora as imagens que percebem do campo de informações para as âncoras. Assim a mente de quem está observando o campo produz a psicocinesia ou telecinesia do fenômeno no boneco. Sendo assim, o fenôme- no “in matéria” se manifesta fazendo o boneco produzir certos movimentos pela mente do observador indicando o confl ito do sistema. O universo está sempre em conservação e economia de energia reduzindo o fenômeno “in matéria” que poderia ser muito mais visto aos olhos nus. 1.9 As ordens do amor - descobertas do Bert Hellinger Bert Hellinger mapeou três leis naturais que regem os relacionamentos humanos: “As Ordens do Amor”. Hellinger explica que nossa alma clama por pertencimento, clama por ordem e clama por equilíbrio. Hierarquia (estabelecida pela ordem de chegada). Pertencimento (estabelecido pelo vínculo). Compensação/Equilíbrio (estabelecido pelo dar e tomar/ receber). A fenomenologia – postura fi losófi ca de recolhimento para que a essência de algo se revele. As ordens do amor são ressonâncias dentro do campo morfogenético que determinam o destino infl uenciados pela memória de nossos ancestrais. O campo mórfi co é energia e informação (não força como as ordens do amor) “O destino é coletivo, a responsabilidade é pessoal.” 31 Silca Malutta 1.9.1 A hierarquia ou ordem de chegada A hierarquia diz respeito a quem chegou primeiro na família. Portanto, os mais velhos merecem ser olhados com muito respeito e cuidado, pois foi através deles que a família veio se mantendo. Assim devem ser respeitados nas suas decisões e necessida- des. Eles chegaram primeiro! O desrespeito gera o enfraqueci- mento no sistema. Ficamos mais fortes se honramos nossos pais, e quem veio antes deles. 1.9.2 Pertencimento estabelecido pelo vínculo Desrespeito da ordem de chegada é quando ocorre a sepa- ração do casal e um dos dois casa-se novamente. A primeira esposa ou esposo, gostemos ou não, sempre fará parte da história. Eles devem ser respeitados, independen- temente do que aconteceu anteriormente. É como se a família tivesse uma alma própria e caso al- guém seja severamente desrespeitado ou não reconhecido, todo o sistema sofre. Como no corpo humano, se um órgão está doente todo o sistema sentirá. "A família posterior não anula o vínculo com a anterior, assim como a família nova não anula o vínculo com a família de origem. Contudo, ela tem prioridade em relação à anterior." (HELLINGER, 2012) O medo de deixar a pertinência/resistência Se dá conta que pertence? O medo de deixar a pertinência é o medo de um sistema maior. Quando sabe que é o momento de ir além desse grupo e pertencer a outros sistemas/grupos maiores? Que abarcam mais as diferenças? As resistências demonstram nosso perfi l de sobrevivência (lealdade sistêmica, emaranhamentos, intrincações, imitação) e vivemos esse limite até soltarmos com amor e respeito o 32 Pensamento Sistêmico para a humanidade ancestral vinculado. Assim a resistência cumpriu sua função. Para aqueles que têm a coragem de enxergar através do olhar sistêmico, percebem que as vezes essa sensação de integridade é uma lealdade profunda no oculto de nossa inconsciência. 1.9.3 Pertencimentos ao sistema por danos Quando um patrimônio é adquirido em uma família à custa de muitos outros, talvez também à custa da vida de muitos outros, então todos que pagaram por isso pertencem a esse sistema. Quando em uma família alguém foi um assassino, então os assassinados também pertencem ao sistema. Eles atuam nesse sistema até que lhes é dada a honra, até que os agressores encontrem a paz junto às vítimas. Mas o agressor não pode encontrar essa paz quando as vítimas mortas não o aceitam. 1.9.4 Pertencimento - passagem do estreito ao amplo Desprender-se de um envolvimento sistêmico é coisa que poucos conseguem. Digo isso com toda a seriedade. Existem luzes sobre os envolvimentos mas, na hora de tomar uma decisão séria a tendência de voltar ao que era atua com uma tal força que a maioria continua presa. A passagem do envolvimento ao desprendimento é tam- bém um ato existencial: coloco-me num outro nível, num nível 33 Silca Malutta superior, e isso está associado a uma despedida radical do que houve anteriormente. Esse ato nos torna solitários. Se, por exemplo, moro numa pequena aldeia, numa região montanhosa, sinto-me estreitamente ligado a todos. Quando subo a um monte elevado, eu me afasto, vejo muitas coisas que antes não via, posso sentir-me ligado a tudo via e vejo, mas nunca da mesma maneira estreita e segura como lá embaixo, no vale. Assim, o que é amplo e grande também leva sempre à solidão. Por outro lado, a criança que existe dentro de nós também experimenta essa passagem do estreito ao amplo como uma culpa, como o abandono de um vínculo seguro, da inocência e da sensação de ser acolhida. Por conseguinte, só obtemos êxito na passagem do proble- ma à solução quando nós confi amos, não mais ao que conhe- cemos de longa data, mas a algo desconhecido, que permanece imprevisível e obscuro. Isso, porém, é basicamente - caso vocês queiram chamá-lo assim - um ato religioso. Por esta razão, como terapeuta, não tenho o direito de cair na ilusão de que algo assim seja factível ou manipulável. É verdade que podemos facilitar muita coisa no caminho que leva até lá. Contudo, no caso de envolvimentos profundos, quando o desprendimento e a purifi cação, apesar de tudo, chegam a bom termo, eles são experimentados como um presente e uma graça, tanto pelo terapeuta quanto pelo cliente. Por isso o desprendimento e a purifi cação exigem a mes- ma atitude e a mesma realização interior, tanto por parte do terapeuta quanto do cliente. (BERT HELLINGER) 1.9.5 Autonomia versus pertencimento O que precisamos fazer para ter um nível de consciência equilibrada dentro do sistema? 34 Pensamento Sistêmico para a humanidade Resposta: Promover um equilíbrio entre autonomia e pertencimento. As crenças diante do sucesso ou fracasso de onde vem? Se desligar dos destinos difíceis da ancestralidade com reverência e ir para o amor iluminado para o pertencimento iluminado. Às vezes com a Má Consciência de fazer um pouquinho diferente, ir para o adulto, tomar decisões. Frases de solução para ir para a autonomia horando os ancestrais: Olhem-me com carinho se eu fi zer um pouquinho dife- rente de vocês. São outros tempos. O que vocês me deram foi o sufi ciente, agora sigo meu caminho com as bênçãos de todos. Gratidão pela vida que chegou até mim pelo preço que custo a minha ancestralidade. 35Silca Malutta 1.9.6 Equilíbrio (dar e tomar/receber entre pais e fi lhos) A ordem natural vem do mais antigo para o mais jovem. Os pais dão e os fi lhos recebem. Os pais dão a vida e os fi lhos a aceitam. Os pais dão amor e os fi lhos o tomam em seu coração. Daí decorre um grande aprendizado. Saímos do julgamento quando somos pais e podemos compensar o dar e receber que veio dos nossos pais. Podemos compensar a vida que chegou até nós. "Quando nós enxergarmos o nosso pai como a nossa maior riqueza, nós seremos prósperos; e quando nós tomarmos a nossa mãe como nossa plenitude viveremos plenamente." (SOPHIE HELLINGER) 36 Pensamento Sistêmico para a humanidade 1.9.7 Equilíbrio (dar e receber) relacionamento Respeitar os segredos do parceiro também faz parte, o amor permanece, respeitar os limites. A pessoa que dá se sente superior, inocente, livre – não deve nada a ninguém e adquire o direito de exigir sua compensação. A pessoa que toma ou recebe se sente inferior, tem má consciência por dever algo, se sente dependente da pessoa que lhe deu e se sente na obrigação de devolver, de compensar. Dar demais: o outro não pode corresponder; você se con- verteu na mãe dele(a) e, assim, você se sente no direito de exigir que o outro também se converta na sua mãe. "(...) numa relação de casal, um parceiro busca no outro um amor incondicional, como uma criança busca em seus pais, ele espera receber do outro a mesma segurança que os pais dão a seus fi lhos. Isso provoca uma crise na relação, fazendo com que aquele de quem se esperou demais se retraia ou se afaste. E com razão, pois ao se transferir para a relação de casal uma ordem própria da infância, comete-se uma injustiça para com o parceiro.” 37 Silca Malutta Quando, por exemplo, um dos parceiros diz ao outro: "Sem você não posso viver" ou "Se você for embora eu me mato", o outro precisa se afastar, pois tal exigência entre adul tos no mesmo nível hierárquico é inadmissível e intolerável. Já uma criança pode dizer algo assim a seus pais, porque sem eles realmente não pode viver". "Quando um homem admite que necessita de uma mu- lher e que se transforma num homem através dela, e quando a mulher admite que necessita de um homem e que se transforma numa mulher através dele, então a sua necessidade mútua liga-os profundamente, um ao outro. Precisamente porque reconhecem a necessidade de um pelo outro. E esta ligação entre o homem e a mulher permite que o homem receba o feminino da sua parceira como um presente, e que a mulher receba o masculino de seu parceiro como o seu presente para ela." (HELLINGER, 2012) 1.9.8 Dar e receber entre os cônjuges É muito comum observar casais nos quais um concede muito e o outro pouco. Com o tempo aquele que recebeu demais pode agir de três formas. A primeira é sentir gratidão pelo muito que recebeu e reco- nhecer tudo que teve. Por exemplo, um marido que foi cuidado pela esposa depois de um acidente e fi ca eternamente grato pelo muito que recebeu. A segunda maneira é tentar diminuir ou atacar a pessoa que deu demais para que ela se sinta tão inferior quando ele. Por exemplo, quando um homem perde o emprego e a esposa o ajuda a se manter por alguns meses e nesse período ele não para de criticar cada atitude dela. A terceira é deixar a pessoa que deu demais, seja traindo ou abandonando a relação. Portanto, para que o amor dê certo é fundamental que o equilíbrio entre dar e receber seja respeitado. O que dá e o que recebe conhecem a paz se o dar e receber forem 38 Pensamento Sistêmico para a humanidade equivalentes. Nós nos sentimos credores quando damos algo a al- guém e de vedores quando recebemos. O equilíbrio entre crédito e débito é fundamental nos relacionamentos. (HELLINGER, 2015) 1.9.9 - Equilíbrio de troca entre as pessoas “Quando alguém me dá alguma coisa eu me alegro, mas também tenho má consciência, pois me sinto em dívida em rela- ção a essa pessoa. Por isso também lhe dou alguma coisa e volto a me sentir inocente, porque me livro da obrigação. Se gosto dessa pessoa, dou a ela um pouco mais do que recebi. Com isso, ela se sente em dívida comigo. Como também me ama, ela também retribui com um pouco mais. Então eu me sinto novamente em dívida com ela e, porque a amo, também lhe retribuo com um pouco mais. Assim, em função da necessidade de equilíbrio, cresce o intercâmbio entre as pessoas que se amam. Essa é uma bela função da consciência pessoal que, de certo modo, força a compensação e aumenta o intercâmbio no bem. O mesmo acontece, porém, quando alguém me faz algo de mal. Então também quero retribuir, pois sinto necessidade de compensar. Se eu nada fi zer contra essa pessoa, coloco em risco nossa relação, pois ela espera que eu lhe retribua na mesma moeda. Assim ela fi ca aliviada quando lhe retribuo nessa medida. Porém, muitos não retribuem o mal ao outro na mesma medida, mas um pouco acrescido. Se ele lhes retribui também aumentando a dose, eles se vingam com um mal ainda maior. Assim vai crescendo entre eles o intercâmbio do mal. Nas relações políticas vemos numerosos exemplos disso. Como se sai desse círculo vicioso? De um lado, é preciso vingar-se, pois quem fi ca apenas com a bondade destrói os relacionamentos. Mas é possível vingar-se com amor. Como? Fazendo também ao outro algo que lhe dói – é preciso – mas em menor escala. Com isso pode recomeçar o intercâmbio do bem.” Bert Hellinger – Confl ito e paz uma resposta - 2014 39 Silca Malutta 1.10 O que é o destino do ponto de vista das constelações? Tudo que já foi e está aqui, faz parte da minha memória. Dizer “SIM” para o destino - você tem um aliado e passa por ele e sai do padrão que se repete... Dizer “NÃO” você vai fi car sofrendo e fi ca emaranhada(o). Nossas vidas estão determinadas pelo nosso sistema fami- liar e pelos outros sistemas a que pertencemos. Uma observação sistêmica a qual não podemos ignorar é a seguinte: os menores (que vieram depois, descendentes) têm que terminar o que seus maiores (que vieram antes, ascendentes, antepassados) não terminaram. Toda emoção segue um ciclo que permite acabar em paz e adaptado a um nível mais alto da realidade. Se um en- frentamento não chegou à reconciliação, se não se agradeceu um favor, se não se terminou de chorar um morto, um descendente terá que viver este mesmo confl ito, até que se resolva. Nosso destino está marcado por várias fi delidades a ancestrais que não acabaram algo. E seus confl itos serão nossos confl itos, mesmo que nos neguemos a assumi-los. A cada dia nosso destino varia, se torna mais fácil quando assumimos algo e piora quando o rejeitamos. Dinâmicas de percepção fenomenológica: Grupo A: Eu represento o meu destino. Grupo B: Você representa a mim. (B fi ca a serviço). A: Diz: “Sim”, muito obrigado. Grupo A: Eu represento a mim. Grupo B: Você representa meu destino (B fi ca a serviço). A: Diz Agora posso fazer minhas escolhas. 1.11 Campo de memória – campo morfogenético – campo mórfi co Campos de Memória – reconhecendo que esta mos em 40 Pensamento Sistêmico para a humanidade ressonância com tudo o que foi e com os demais. São Campos não físicos que exercem infl uência sobre sistemas que apresentam algum tipo de organização inerente. Campo Morfogenético – Somos infl uen ciados pela memória de nossos antepassados, pelos campos morfogenéticos, e eles nos impulsionam à repetição. Graças a esses campos temos uma iden- tidade e um pertencimento. Eles são ressonâncias e não forças. As Ordens do Amor são ressonâncias que atuam. Os sistemas familiares são grandes campos morfogenéti- cos. DNA dá a informação de como viver e atuar – recebemos na concepção e imitamos – repetimos, família, cultura, etc. Os campos morfogenéticos determinam o destino – campo eletro- magnético de potência. A potência fraca – tem conhecimento que vai informar as moléculas, para ser árvore, animal ou humano, pois no DNA somos praticamente todosiguais. Os campos morfogenéticos criam ressonâncias e os humanos estão presos nessa ressonância/ informação. Existe a necessidade de compensar pela repetição. Lembre-se que tudo isso foi necessário e importante. Esse cam po pode mudar apenas pela infl uência externa – o movimento do espírito (campo de unicidade) – as compensações cessam. Campo Mórfi co – campo de memória do coletivo e de tudo que vai existindo – emoção, comportamento, etc. Quan do estou em ressonância com um campo mórfi co é difícil sair dele. É um campo de ressonância de imitação e não tem nada a ver com a família. Ex: Minha agressividade, que desenvolvi na minha vida. Se tenho comportamentos que não têm sentido é porque estou fazendo parte, pertenço a um campo mórfi co. Vou procurar re- petir e repetir esse comportamento para continuar pertencendo a esse campo. Atualmente o conceito de arquétipo é sinônimo para campo mórfi co – para que serve um arquétipo? Para unir uma vivência individual a um signifi cado coletivo, global, místico, que vincula uma vivência individual a um desíg nio superior. Ele é o intermediário entre o indivíduo isolado e cego e uma consciência 41 Silca Malutta superior, inacessível à mente humana. Os arquétipos e a grandes religiões antropomorfi zam (con- tos, mitos, lendas, fábulas, etc) essa consciência misteriosa. Tudo isso reduz a vida individual e a explicação do Último (que não há explicação). Quem está no presente não precisa de objetivos e signifi cados para a vida (arquétipos e religião), apenas vive no agora, em sintonia com a vida, e sabe apenas dar o próximo passo. Esse é o grande signifi cado e isso basta – sem mitos, sem intermediários, sem instruções externas, nem pais espirituais. No olhar ao horizonte, estamos no centro vazio, no coração, em sintonia com o movimento do espírito. O que muda um campo morfogenético/ mórfi co? A honra, o reconhecimento de que tudo fez e faz parte da vida, a gratidão profunda – rendição: “Eu sou como você. Sou apenas mais uma. Agora te honro e respeito. Obrigada.” O campo morfogenético, contribuindo para a caminhada do sistema familiar em sua evolução, libera a dor daquilo que nunca nos pertenceu, porém, compactuou para o desenvolvi mento de nosso agora! É neste momento que as soluções podem ser apresentadas, o excluído, acolhido e as emoções liberadas, dessensibilizadas, ressig- nifi cadas e desprogramadas do campo de ressonância. 1.12 Equilíbrio dos sistemas O sistema busca equilíbrio. Se, de alguma forma, algum membro do sistema sai dessas estruturas, alguém da próxima geração busca compensar isso, mesmo que inconscientemente. 42 Pensamento Sistêmico para a humanidade Por isso, a constelação é um método de diagnóstico, um processo de reorganização e equilíbrio dentro dos sistemas aos quais pertencemos. 1.13 Prática de constelação na justiça – mediações de confl ito As constelações familiares estão sendo aplicadas no mundo todo. O sistema judiciário brasileiro está aplicando essa técnica/ método que vem trazendo soluções para confl itos importantes, diminuindo drasticamente a reincidência da criminalidade e aumentando o índice de acordos. O advogado sistêmico ou o constelador sistêmico faz o casal imaginar dizendo aos fi lhos: “eu e seu pai/mãe temos problemas, mas isso não tem nada a ver com você, você é nosso fi lho”; “eu gostei muito do seu pai/sua mãe, e você nasceu de um momento de amor que tivemos”; “eu e seu pai/sua mãe, estaremos sempre juntos de você; “quando eu olho para você, vejo seu pai/sua mãe.” Explicar a importância de deixar o fi lho fora do confl ito. Já temos no Instituto de Terapias Breves Profª Silca Malutta, assim como no Brasil, com o trabalho das constela ções, alcançado resultados palpáveis na vida de muitas pessoas. Os profi ssionais do Instituto de Terapias Breves profª Silca Malutta têm se dedicado no atendimento de famílias, empresas, escolas e indivíduos em confl itos, (mediações). 43 Silca Malutta 1.14 Prática de constelação na pedagogia Onde começa a ordem? Na própria Alma. Ou seja, no momento em que o professor acolhe em seu coração todo o sistema do aluno. Por exemplo, existem pessoas que se queixam. Existem até mesmo alunos que se queixam de seus pais. Ou pais que se queixam de seus pais ou os xingam. O que faz o professor? Ele acolhe em seu coração exatamente aqueles que são excluídos. Ele coloca o sistema em ordem em sua alma. Então pode ajudar os outros. Do livro "Olhando para a alma das crianças" (HELLINGER, 2012). Eu aqui sou apenas a professora, eu vejo seu pai e sua mãe atrás de você. Seus pais gostariam que você fi casse no lugar de aluno. O aluno percebe que o professor é ape nas o professor e que os pais têm o seu lugar de grande. Nenhum campo é mais urgente de transformação nas relações do que o campo da educação. 44 Pensamento Sistêmico para a humanidade 1.14.1 Raizes sistêmica vão para a escola Muitas vezes o que chamamos de défi cit de atenção, distra- ção, falta de concentração, falta de foco, tem raizes sistêmicas. É comum, quando se conduz uma constelação onde o tema é aprendizado, aparecer um ou mais abortos antes do nascimen- to da pessoa que está sendo constelada ou a imigração para o nosso país fere o pertencimento. Isso signifi ca que o lugar dela na família não foi olhado, incluso. Ela pode estar fora do seu verdadeiro lugar!. Isso para quem estuda as teorias sistemicas tem muita relevância. Estar no seu próprio lugar na família, reconhecendo os excluídos pode mudar seu comportamento referente ao ensino/aprendizado. Indicação leitura: “Você é um de nós” de Marianne Fran- ke-Gricksch 1.15 - Prática de constelação com criança Sempre temos algo a aprender, em tudo, e no mundo das constelações ainda mais, pois esta é uma teoria viva e que está em construção! No livro a Fonte não precisa perguntar pelo caminho, Bert Hellinger menciona uma constelação realizada com uma criança. A Consteladora utilizou bichinhos de pelúcia. O tema foi referente ao divórcio dos pais. Também encontramos no livro Olhando para a alma da criança de Bert Hellinger constelando crianças em várias supervisões para professores. Sempre haja visto a sensibilidade da consteladora em levar a técnica das constelações para o mundo que a criança é capaz de assimilar e entender, de forma respeitosa! Em muitas formações, a indicação é de não constelar crianças devido à complexidade. Mas vejo a necessidade. Se nos 45 Silca Malutta colocamos com respeito à história dela, o campo se cura. Tal e qual com adultos. Talvez até mais facilmente, pois a mente ainda não atrapalha tanto. São pura emoção. Também acho até mais natural, porque a criança é espontânea e não se prende em crenças....Quando falo com crianças, sem ser na terapia, elas dão informações muito importantes, com uma sensibilidade e amor. Podemos constelar crianças com movimentos leves, sem fazer muitas perguntas, vai aparecendo no campo, as imagens, vem na intuição do constelador de forma igualmente mais leve. É interessante começar a transmitir o conhecimen- to sobre constelações sistêmicas para as crianças para que esse aprendizado se torne “algo normal” na vida adulta. Vale a pena falar sobre as Ordens do Amor, sobre como aplicar todos os fundamentos das Constelações Sistêmicas no dia-a-dia para as crianças. Esse é um aprendizado diário que, portanto, deve estar presente na vida a partir dos pais e dos educadores. A criança aprende e utiliza no seu dia-a-dia os concei- tos, as informações, as experiências que são vivenciados nas constelações a partir dos seus princípios e fundamentos. Portanto, não só podemos como devemos levar as constelações para as crianças em qualquer idade. O que muda é o discur- so, a linguagem. Com a criança, é necessário que se utilize a linguagem lúdica, simbólica. Nos grupos de Constelação com Crianças precisa de um terapeuta-constelador apto nesse papel, quando os pais ou outro educador
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