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Gabriella Belfort Prática Dietética III AVALIAÇÃO NUTRICIONAL IBMR, Rio de Janeiro/RJ Avaliação Nutricional • Conjunto de métodos investigativos que permite identificar o estado nutricional de um indivíduo. • Por meio da correlação entre as informações de estudos físicos (antropométricos), bioquímicos, clínicos e dietéticos é possível obter a real condição de saúde influenciada pelo consumo de nutrientes nos seres humanos. Como avaliar o Estado Nutricional? Através da avaliação nutricional: Métodos objetivos (bioquímicos, antropométricos, composição corporal, consumo alimentar) Subjetivos(exames físicos, avaliação subjetiva global) DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL Um único método de avaliação não reflete, precisamente, o estado nutricional e metabólico do indivíduo. Associação de métodos é necessária. Cuppari, 2019 Objetivos da Avaliação Nutricional Objetivos da Avaliação Nutricional DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA AVALIAÇÃO DIETÉTICA AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA AVALIAÇÃO CLÍNICA Avaliação nutricional: A, B, C, D. Avaliação Clínica Busca identificar causas nutricionais para queixas. ANAMNESE: A elaboração de uma anamnese detalhada e específica, que abarque as informações essenciais para o atendimento de modo preciso e bem orientado, é o ponto de partida para o aconselhamento nutricional. Permite dar início ao reconhecimento do paciente, identificando desde dados simples como nome, idade e gênero, até as condições de saúde e determinantes de seu estado nutricional. DIAGNÓST ICO NUTRICIO NAL AVALIAÇÃO ANTROPOMÉ TRICA AVALIAÇ ÃO DIETÉTIC A AVALIAÇ ÃO BIOQUÍMI CA AVALIAÇÃO CLÍNICA Avaliação Clínica – Anamnese Nutricional 1 Informações de identificação: nome, gênero, idade (data de nascimento), profissão. 2 Endereço e contatos do indivíduo. 4 Motivo da consulta. 5 História clínica. 6 Hábitos de vida. Avaliação Clínica – História clínica Presença de doenças (crônicas e agudas em curto prazo): • Alterações fisiopatológicas: diabetes e sensibilidade insulínica diminuída; hipotireoidismo; alterações vasculares, anemia e pneumopatias; interferência no equilíbrio hidroeletrolítico; infecções no sistema digestório. Presença de queixas tipo pirose, náuseas, vômito, dor/distensão abdominal. Medicamentos de uso diário (e uso comum): • Nome, frequência, quem prescreveu, efeitos colaterais já apresentados; • Identificar a prática de automedicação; • Interações medicamentosas e nutricionais. Alergias e intolerâncias: o funcionamento intestinal, a formação de gases, a distensão abdominal e, por vezes, a incidência de intolerâncias secundárias pode estar associada a substâncias alergênicas. Gestações (há quanto tempo): • Momento de alterações metabólicas importantes que devem ser consideradas do ponto de vista antropométrico e da qualidade dos estoques nutricionais da mulher. Avaliação Clínica – História clínica Padrão menstrual: intensidade do fluxo, intervalos, menarca, TPM, menopausa. • Variações hormonais interferem diretamente na formação do edema, apetite; • Ondas de calor, sudorese noturna, atrofia urogenital; • Atrofia do epitélio e menor síntese de colágeno: rugas e desidratação da pele; • Redistribuição na composição corporal. Cirurgias anteriores: vale relevar alguns aspectos relacionados com a sua recuperação. • Formação de edema, tempo e qualidade da cicatrização; complicações. Histórico Clínico Familiar Acompanhamento clínico já realizado: identificar necessidades e preocupações do paciente. Avaliação Clínica – Hábitos de vida Prática de atividade física. Indica desde o padrão de composição corporal até a disposição do indivíduo; organização das necessidades energéticas. Ingestão Hídrica: tipo, quantidade/por dia. Importante tanto para orientação como para a identificação de certas desordens. Hábito urinário: cor, odor, presença de dor ou desconforto. Avaliação Clínica Avaliação Clínica – Hábitos de vida Consumo de bebidas alcoólicas: tipo frequência, quantidade/dia, tempo de consumo. Hábito de vida de grande risco nutricional e de saúde. Tabagismo: tipo, frequência, quantidade/dia, tempo de uso. Promove hipóxia tissular. Envelhecimento precoce; Aumento do risco para doenças crônicas (câncer, diabetes, neurodegenerativas, etc) Dificuldade de mastigação ou deglutição: observar ausência de peças dentárias e a presença de lesões orais. Funcionamento do intestino Avaliação Clínica – Funcionamento intestinal • Item importante a ser investigado em toda anamnese nutricional; • ESCALA DE BRISTOL: Esquema de figuras que representam as variações e alterações do funcionamento intestinal, permitindo a classificação visual das fezes. Avaliação Clínica – Alguns sinais físicos de deficiência nutricional Sinais Deficiências Cabelo Alopecia Quebradiços Despigmentado Ressecados Arrancados com facilidade Proteína, vit. A, zinco Biotina Zinco Vit. E e A Zinco Pele Dermatose pelagra Lesões acneiformes Ceratose folicular Xerose (pele seca) Equimoses Petéquias intradérmicas Eritema Hiperpigmentação Dermatite seborreica Palidez Dificuldade de cicatrização Niacina Vit. A Vit. A Vit. A, B7, ácido linoleico, zinco Vit. C ou K Vit. C ou K Niacina (B3) Niacina Riboflavina, B6, zinco Fe, vit. B12, Folato (B9) Vit. A, vit C e zinco Avaliação Clínica – Alguns sinais físicos de deficiência nutricional Face Seborreia nasolabial Edema de face (face em lua cheia) Vit. B2 Ferro Olhos Palpebrite angular Manchas de Bitot Xerose conjuntival, xerose de córnea. Xantelasma Cegueira noturna Vit. B2 Vit. A Vit. A Vit. A, Zn Lábios Estomatite angular Queilose Vit. B2, B3, B6 Vit. B2 Gengiva Esponjosa e sangrante Vit. C Dentes Perda do esmalte Má dentição, cárie dentária. Flúor, Zn Flúor Língua Glossite Atrofia e hipertrofia das papilas Língua magenta Língua escarlate e inflamada Hipogeusia VitB6, B9, vit. B12 B6, B9 Vit. B2 B6 Zinco Avaliação Clínica – Alguns sinais físicos de deficiência nutricional Seborreia nasolabial Estomatite angular Queilose Avaliação Clínica – Alguns sinais físicos de deficiência nutricional Deficiência de Zinco • Dermatite e queilite angular Deficiência de Vitamina A • Mancha de Bitot Deficiência de vitamina C • Escorbuto Avaliação Clínica – Alguns sinais físicos de deficiência nutricional Unhas Coiloníquia (forma de colher) Quebradiças, rugosas. Ferro Sistema músculo esquelético Atrofia muscular Alargamento epifisário, persistência da abertura da fontanela anterior, perna em X. Hemorragias músculo esqueléticas Flacidez das panturrilhas Vit. D, vit. B1, cálcio Vit. D B1 Sistema cardiovascular Cardiomegalia, taquicardia Vit. B1 Sistema nervoso Alterações psicomotoras, Alterações sensitivas, fraqueza motora, Formigamento das mãos e pés (parestesia) Demência Vit. B1, B6, B12 B1 B1 Vit B12, B6, B1 Sistema gastrintestinal Hepatoesplenomegalia Diarreia Kwashiorkor B6 e zinco Extremidades Joelho valgo ou varo Perda dos reflexos tendinosos profundos dos membros inferiores Vit. D Vit. B1 e B2 Avaliação Clínica – Alguns sinais físicos de deficiência nutricional Deficiência de Vitamina K • Síndrome Hemorrágica Deficiência de Niacina • Pelagra Deficiência de vitamina D e cálcio • Raquitismo AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA THE FIVE LEVELS OF HUMAN BODY COMPOSITION. ECS: extracellular solids; ECF: extracellular fluid. Adapted from Wang, Z, Pierson, RN, Heymsfield, SB, Am J Clin Nutr 1992; 56:19. Indicadores 1- Estatura 2. Área e vol. Corporal 3- Dobras cutâneas 4-IMC 5- Densidade corporal AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA INDICADORES DIRETOS (MEDIDOS) - Peso - Estatura - Dobras - Circunferências Indicadores Indiretos (Equações) - IMC - CMB - % gordura e outros ... AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA - Vantagens • Baixo custo; • Simplicidade dos equipamentos; • Técnica não invasiva; • Rápida; • Confiabilidade do método variável (A precisão na execução e interpretação depende do treinamento); • Validade é boa para a maior parte das pessoas. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA - Desvantagens • Identificar deficiências específicas de nutrientes. • Incapacidade de detectar distúrbios recentes no estado nutricional. • Tabelas de valores padrão foram desenvolvidas a partir de uma população saudável, às vezes desconsiderando idosos, sem incluir pacientes hospitalizados e vítimas de doenças crônicas. • Poucas tabelas de valores padrão foram obtidas a partir da nossa população. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Medidas, índices, padrões. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA Peso: somatório de todos os tecidos e compartimentos do corpo (água, massa óssea, tecido muscular, tecido epitelial e tecido adiposo). Estatura: avaliação entre distâncias de superfícies. Perímetros: avaliação de circunferências corporais. INDICADORES DO VOLUME/ÁREA CORPORAL= SEM DIFERENCIAÇÃO DOS COMPONENTES DOS COMPARTIMENTOS CORPORAIS AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA ALTURA AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA - Altura ALTURA A altura deve ser medida utilizando-se antropômetro vertical ou estadiômetro para adultos e aferida em centímetros. Devem estar de pé, descalços, em posição ortostática, com o corpo erguido em extensão máxima e a cabeça ereta, olhando para a frente, em posição de Frankfort (arco orbital inferior alinhado em um plano horizontal com o pavilhão auricular), com as costas e a parte posterior dos joelhos encostados ao antropômetro e os pés juntos. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA - Altura Medida alternativa para estimar a estatura em idosos: • Altura do Joelho: medida que não é alterada com a idade e está fortemente relacionada com a estatura. ALTURA (HOMEM) = 64,19 – (0,04 x IDADE) + (2,02 x ALTURA DO JOELHO) ALTURA (MULHER) = 84,88 – (0,24 x IDADE) + (1,83 x ALTURA DO JOELHO) (Chumlea, 1984) AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA PESO CORPORAL AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Peso corporal Peso: é a somatória de todos os componentes corporais (não determina a porção de massa magra, gordura e fluidos). Peso atual: é o encontrado no momento da avaliação. Peso ideal/teórico: é aquele calculado de acordo c/ o sexo, estatura e estrutura óssea do indivíduo (PI = E² x IMC ideal). Peso usual/habitual: é aquele referido pelo indivíduo quando este está hígido exercendo suas atividades usuais. Peso ajustado: É o peso ideal corrigido para a determinação da necessidade energética e de nutrientes quando a adequação do peso for inferior a 95% ou superior a 115%. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Peso corporal Peso Ideal: É o peso que corresponde ao menor índice de morbidade e mortalidade associado. A tabela de referência mais usada é a da companhia de seguros Metropolitan Life Insure Company. Tabela Peso e Estatura: Homem Mulher Estatura (cm) Ossatura pequena Ossatura média Ossatura grande Estatura (cm) Ossatura pequena Ossatura média Ossatura grande 157 159 162 165 167 170 172 175 177 180 183 185 187 190 192 57-60 58-61 59-62 60-63 61-64 62-65 63-66 64-67 65-69 66-70 67-72 68-74 70-75 71-77 73-79 59-63 60-64 61-65 62-66 63-68 64-69 65-70 66-72 68-73 69-75 70-76 72-78 74-80 75-82 77-84 62-67 63-69 64-70 65-72 66-74 67-75 68-77 70-79 71-81 72-83 74-85 75-86 77-88 79-91 81-93 147 150 152 155 157 160 162 165 167 170 172 175 178 180 183 46-50 46-51 47-52 48-53 49-54 50-56 51-57 52-58 54-60 55-61 56-62 58-64 59-65 61-66 62-68 49-54 50-55 51-57 52-58 53-59 54-61 56-62 57-63 58-65 60-66 61-67 62-69 64-70 65-71 66-73 53-59 54-60 55-61 56-63 57-64 59-66 60-68 61-70 63-71 64-73 66-75 67-76 68-78 70-79 71-80 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Peso corporal Para se estimar o peso ideal deve-se levar em consideração a estrutura óssea ou o biótipo do indivíduo. Um dos métodos para se estimar a compleição é através da medida de circunferência de punho. Compleição: contornar a fita métrica no pulso do braço direito e registrar em centímetros. Compleição = Estatura (cm) Circ. Punho (cm) Compleição Mulheres Homem Pequena >11 >10,4 Média 10,1 –11,0 10,4 –9,6 Grande 10,1 9,6 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Peso corporal • O peso deve ser medido em quilogramas, utilizando-se balança de precisão, de preferência digital, eletrônica, com capacidade máxima de 150 kg e precisão de 100 gramas. A calibração deve ser realizada com frequência. • Devem ser pesados sem sapatos, descartando vestes e outros objetos mais pesados, como casacos, relógios, bijuterias, chaveiros, carteiras etc. • Quando não puder ser aferido em balança convencional, o peso pode ser estimado através de equações extraídas das medidas de: circunferência de panturrilha, altura do joelho, circunferência do braço e prega cutânea subescapular. PESO (HOMEM) = (0,98 x CP) + (1,16 x AJ) + (1,73 x CB) + (0,37 x PCSE) – 81,69 PESO (MULHER) = (1,27 x CP) + (0,87 x AJ) + (0,98 x CB) + (0,4 x PCSE) – 62,35 Chumlea et al, 1989 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Peso corporal AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Peso corporal Em casos de amputação, o peso corporal deve ser corrigido subtraindo-se do peso ideal o peso estimado da parte amputada. Fonte: De Osterkamp LK. Current perspective on assessment of human body proportions of relevance to amputees. J Am Dietetic Assn, 95: 215-218, 1995. 5 % 10,0 % 4,4 % 1,5 % 2,7 % 1,6 % 16 % 0,7 % Para obter o peso ideal de indivíduos amputados, deve-se subtrair do peso ideal ou estimado a porcentagem do membro amputado. O peso ideal é calculado como se não existisse amputação e, posteriormente, subtraído da parte amputada. O peso estimado da parte amputada é facilmente calculado, conforme exemplo a seguir: Peso ideal (sem amputação): 65 kg Parte amputada: perna inteira (16%) Cálculo: 65 × 16% = 10,4 kg (65 × 0,16) O peso ideal para esse paciente é: 54,6 kg (65 kg –10,4 kg = 54,6 kg) AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Mudanças no Peso corporal Identificar o grau de gravidade de perda de peso em relação ao peso usual ou habitual. % perda de peso= (PU-PA) x100 PU Tempo Perda de peso moderada Perda de peso intensa 1 semana 1 – 2 % > 2 % 1 mês 5 % > 5 % 3 meses 7,5 % > 7,5 % 6 meses 10 % > 20 % Fonte: Blackburn GL, Bistrian BR. Nutritional and metabolic assessment of the hospitalized patient. JPEN, 1: 11-22, 1977. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA Índice de Massa Corporal AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Índice de Massa Corporal IMC = Peso (kg)/Estatura2 (m) AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – IMC X Peso Peso ideal = estatura² x IMC ideal* *FAO/ Mussoi: - homens = 22 Kg/m² - mulheres = 21 Kg/m² Segundo a American Society for Parenteral e Enteral Nutrition (ASPEN, 1998): Para IMC > 27 kg/m² o peso ideal deve ser calculado utilizando-se a fórmula de ajuste do peso ideal. Peso AJUSTADO (> 115 % de adequação): (PA – Pideal) x 0,25 + Pideal Peso AJUSTADO (< 95 % de adequação): (Pideal – PA) x 0,25 + PA AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA Circunferências AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Circunferências CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO (CB): Expressatanto a gordura subcutânea quanto o músculo. Esta medida irá refletir a redução de massa muscular e do tecido subcutâneo, e os valores de referência não diferem dos valores do adulto. Esta medida pode ser avaliada pelo percentual de adequação. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Circunferências CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO (CB): Ponto médio entre o acrômio e o olécrano. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Circunferências CIRCUNFERÊNCIA DA PANTURRILHA: Fornece a medida mais sensível da massa muscular nos idosos, sendo superior à circunferência do braço. Esta medida indica alterações na massa magra que ocorrem com a idade e com o decréscimo na atividade física. Circunferência da panturrilha Adequado em massa muscular ≥ 31 Inadequado em massa muscular < 31 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Circunferências CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA: melhor indicador de massa adiposa visceral. Usada para definir o risco de doença cardiovascular. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Circunferências CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL: Indicador de massa adiposa visceral. Usada para definir o risco de doença cardiovascular. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Circunferências RELAÇÃO CINTURA/QUADRIL: Usada para definir o risco de doença cardiovascular. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Circunferências RELAÇÃO CINTURA/ESTATURA (RCE): Indicador para mensurar a obesidade abdominal tanto em adultos quanto em crianças, discriminando risco coronariano melhor do que o IMC e a circunferência da cintura, nessas faixas etárias. Valor acima de 0,50 é sugerido como ponto de corte para o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares em indivíduos de ambos os sexos a partir dos seis anos de idade. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Considerações idosos Redução de Massa magra + aumento de tecido adiposo x Sarcopenia Redistribuição do tecido adiposo ( redução em membros e aumento na região central e intramuscular) Avaliação de Circunferência de braço e circunferência muscular do braço - NHANES III Na presença de alterações posturais recomenda-se estimar a estatura que pode ser obtida pela altura do joelho. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA Composição Corporal Imagem retirada de : Cuppari, 2019 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Composição Corporal São diversas as técnicas e metodologias utilizadas para avaliação da composição corporal. Como, por exemplo: • indicadores antropométricos e dobras cutâneas; • medidas do volume corporal; • medidas de volume hídrico corporal, incluindo métodos de bioimpedância (https://www.youtube.com/watch?v=OFLdzwa803s); • técnicas de imagem corporal, que incluem tomografia, a ressonância magnética e a absorciometria de feixe duplo (DEXA – dual X-ray absorptiometry). AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Composição Corporal AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Composição Corporal PESO E ALTURA DOBRAS CUTÂNEAS CIRCUNFERÊNCIAS AVALIAÇÃO POR BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA (BIA): • Variantes que interferem no resultado da Bia: • Desidratação • Edema • Consumo de bebida alcoólica • Atividade Física • Uso de diuréticos • Consumo de alimentos AS MAIS UTILIZADAS NA PRÁTICA – MAIS VIÁVEIS: AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Circunferências CIRCUNFERÊNCIA MUSCULAR DO BRAÇO (CMB): Estima reservas proteicas, pela utilização conjunta, para sua determinação, da circunferência do braço e da dobra cutânea tricipital. Esta medida tem forte associação com a desnutrição proteico-calórica, por refletir a perda muscular. A redução da CMB e a perda de peso são indicadores importantes da presença de desnutrição no idoso. CMB(cm) = CB (cm) –(DCT (mm) x 0,314) AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Circunferências Frisancho, 1990. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA Dobras Cutâneas AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Dobras Cutâneas AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Dobras Cutâneas AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Dobras Cutâneas AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Dobras Cutâneas AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Dobras Cutâneas AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Dobra Cutânea Triciptal É realizada no mesmo ponto da CB, separando levemente a prega do braço, desprendendo-a do tecido muscular, e aplicando o adipômetro formando um ângulo reto. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Dobra Cutânea Biciptal É obtida com o mesmo procedimento para a DCT, sobre o músculo do bíceps, com a palma da mão voltada para fora. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Dobra Cutânea Subescapular É realizada obliquamente em relação ao eixo longitudinal, seguindo a orientação dos arcos costais, sendo localizada a um centímetro abaixo do ângulo inferior da escápula. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Dobra Cutânea Suprailíaca É obtida horizontalmente 1 cm acima da crista ilíaca, na linha axilar média. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Interpretação das medidas das Dobras Cutâneas O somatório de 4 dobras (DCT + DCB + DCSE + DCSI) permite estimar a % gordura corporal (Tabela de Durnin & Womersley, 1974). Cada dobra pode ser comparada a uma tabela de referência e classificada isoladamente, utilizando-se a distribuição em percentis ou em escore-Z de uma população de referência. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – DC X % GC EQUAÇÕES PARA HOMENS ADULTOS AUTORES IDADE (anos) FÓRMULAS Jackson & Pollock (1978) 3 dobras 18 a 61 D= 1,10938 – 0,0008267 (torácica + abdominal + coxa) + 0,0000016 (torácica + abdominal + coxa)2 – 0,0002574 (idade em anos) Jackson & Pollock (1978) 7 dobras 18 a 61 D= 1,11200000 - 0,00043499 ( 7DC*) + 0,00000055 ( 7DC*)2 - (0,00028826 x idade em anos) Guedes (1985) 18 a 30 D= 1,17136 – 0,06706 log (tríceps + supra-ilíaca + abdominal) EQUAÇÕES PARA MULHERES ADULTAS AUTORES IDADE (anos) FÓRMULAS Jackson & Pollock (1980) 3 dobras 18 a 55 anos D= 1,0994921 – 0,0009929 (tríceps + supra-ilíaca + coxa) + 0,0000023 (tríceps + supra- ilíaca + coxa)2 – 0,0001392 (idade em anos) Jackson & Pollock (1980) 7 dobras 18 a 55 anos D= 1,0970 - 0,00046971 ( 7DC*) + 0,00000056 ( 7DC*)2 - (0,00012828 x idade em anos) Guedes (1985) 18 a 30 anos D= 1,1665 – 0,0706 log10 (coxa + supra-ilíaca + subescapular) Onde: D: densidade corporal; %G: porcentagem de gordura corporal 7DC: subescapular, triciptal, peitoral, axilar média, suprailíaca, abdominal e coxa. Quando são utilizadas equações de estimativa da densidade corporal, é necessário converter o resultado em porcentagem de gordura, o que pode ser feito utilizando-se a fórmula proposta por Siri (1961). Fórmula de Siri (1961): %G = (4,95/D) – 4,50 x 100 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – % GC Classificação do %GC para HOMENS NÍVEL/IDADE 18 - 25 26 – 35 36 - 45 46 - 55 56 - 65 > 65 Excelente 4 a 6% 8 a 11% 10 a 14% 12 a 16% 13 a 18% 14 a 18% Bom 8 a 10% 12 a 15% 16 a 18% 18 a 20% 20 a 21% 19 a 21% Abaixo da média 12 a 13% 16 a 18% 19 a 21% 21 a 23% 22 a 23% 22 a 23% Média 14 a 16% 18 a 20% 21 a 23% 24 a 25% 24 a 25% 23 a 24% Acima da média 17 a 20% 22 a 24% 24 a 25% 26 a 27% 26 a 27% 25 a 26% Ruim 20 a 24% 24 a 27% 27 a 29% 28 a 30% 28 a 30% 27 a 29% Muito ruim 26 a 36% 28 a 36% 30 a 39% 32 a 38% 32 a 38% 31 a 38% Classificação do %GC para MULHERES NÍVEL/IDADE 18 - 25 26 – 35 36 - 45 46 - 55 56 - 65 > 65 Excelente 13 a 16% 14 a 16% 16 a 19% 17 a 21% 18 a 22% 16 a 20% Bom 17 a 19% 18 a 20% 20 a 23% 23 a 25% 24 a 26% 22 a 26% Abaixo da média 20 a 22% 21 a 23% 24 a 26% 26 a 28% 27 a 29% 27 a 29% Média 23 a 25% 24 a 25% 27 a 29% 29 a 31% 30 a 32% 30 a 32% Acima da média 26 a 28% 27 a 29% 30 a 32% 32 a 34% 33 a 35% 32 a 34% Ruim 29 a 31% 31 a 33% 33 a 36% 35 a 38% 36 a 38% 35 a 37% Muito ruim 33 a 43% 36 a 49% 38 a 48% 39 a 50% 39 a 49% 38 a 41% Fonte: Pollock e Wilmore, 1993. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Bioimpedância A análise da BIA baseia-se na medida da resistência (R) total do corpo à passagem de uma corrente elétrica de pequena intensidade, de baixa amplitude (0,8 mA) e alta frequência (50 KHz). A BIA fundamenta-seno princípio de que os tecidos corporais oferecem diferentes oposições à passagem da corrente elétrica, que flui através do corpo pela movimentação dos íons. Quanto maior a quantidade de água contida em um órgão, mais facilmente a corrente irá passar e menor será a impedância (resistência). Gordura, osso, pele, pulmão apresentam baixa condutividade. Tecidos magros apresentam alta condutividade, devido a grande quantidade de água e eletrólitos. El ev ad a re si st ên ci a el ét ri ca B aixa resistên cia elétrica AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Bioimpedância Localização dos eletrodos: próximo à articulação metacarpo- falangea da superfície dorsal; ao pulso, entre as proeminências distais do rádio e da ulna; ao pé, no arco transverso da superfície superior e ao tornozelo, entre os maoléolos medial e lateral. Demonstração da BIA mão-mão (à esquerda), pé-pé (ao centro) e mão-pé (à direita). AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Bioimpedância Demonstração da BIA segmentar (BD - braço direito; BE - braço esquerdo, T- tronco; RD- perna direita; PE - perna esquerda. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Bioimpedância AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA – Bioimpedância No entanto, os resultados podem ser afetados por fatores como alimentação, ingestão de líquidos, desidratação ou retenção hídrica, utilização de diuréticos e ciclo menstrual. AVALIAÇÃO GLOBAL SUBJETIVA Baseia-se na história clínica e no exame físico do indivíduo. A história clínica consiste em abordar aspectos como a redução de peso nos últimos 6 meses, alterações na ingestão dietética, presença de sintomas gastrintestinais (náuseas, vômitos, diarreia e anorexia) e capacidade funcional relacionada ao estado nutricional. Assim, cada item é classificado em A, B ou C, conforme a gravidade. O exame físico inclui aspectos como a perda de gordura subcutânea (na região abaixo dos olhos, no tríceps e no bíceps), a perda muscular (têmporas, ombros, clavícula, escápula, costelas, músculos interósseos do dorso da mão, joelho, panturrilha e quadríceps), a presença de edema resultante da desnutrição e ascite, os quais serão definidos como normal, leve, moderado ou grave. Por meio da combinação desses parâmetros subjetivos de avaliação nutricional, os pacientes são classificados em: bem nutrido, desnutrido leve/moderado ou desnutrido grave. Links para vídeos_ técnica antropometria Circunferência do braço: https://www.youtube.com/watch?v=dqZEgsv4Wqw Circunferência do quadril: https://www.youtube.com/watch?v=KDNqLUJOiuc Circunferência da panturrilha: https://www.youtube.com/watch?v=lofSkxgmabI Circunferência abdominal: https://www.youtube.com/watch?v=MTNEhkbgHOI https://www.youtube.com/watch?v=dqZEgsv4Wqw https://www.youtube.com/watch?v=dqZEgsv4Wqw https://www.youtube.com/watch?v=KDNqLUJOiuc https://www.youtube.com/watch?v=KDNqLUJOiuc https://www.youtube.com/watch?v=lofSkxgmabI https://www.youtube.com/watch?v=lofSkxgmabI https://www.youtube.com/watch?v=MTNEhkbgHOI https://www.youtube.com/watch?v=MTNEhkbgHOI Dobra cutânea triciptal: https://www.youtube.com/watch?v=1JbxpqV7Zgc Dobra cutânea biciptal: https://www.youtube.com/watch?v=a73kZ9Kxct8 Dobra cutânea supra ilíaca: https://www.youtube.com/watch?v=QNKarz3qa_w Dobra cutânea subescapular: https://www.youtube.com/watch?v=BMrufxMEDNw Dobra cutânea abdominal: https://www.youtube.com/watch?v=nLmIjVUJ6oY Dobra cutânea torácica: É uma medida oblíqua em relação ao eixo longitudinal, na metade da distância entre a linha axilar anterior e o mamilo, para homens, e a um terço da linha axilar anterior, para mulheres. Dobra cutânea da coxa: https://www.youtube.com/watch?v=Chuo_wkyTWg https://www.youtube.com/watch?v=1JbxpqV7Zgc https://www.youtube.com/watch?v=1JbxpqV7Zgc https://www.youtube.com/watch?v=1JbxpqV7Zgc https://www.youtube.com/watch?v=a73kZ9Kxct8 https://www.youtube.com/watch?v=a73kZ9Kxct8 https://www.youtube.com/watch?v=a73kZ9Kxct8 https://www.youtube.com/watch?v=QNKarz3qa_w https://www.youtube.com/watch?v=QNKarz3qa_w https://www.youtube.com/watch?v=BMrufxMEDNw https://www.youtube.com/watch?v=BMrufxMEDNw https://www.youtube.com/watch?v=nLmIjVUJ6oY Link para avaliação da altura do joelho: https://www.youtube.com/watch?v=wfOOB_5pMrw https://www.youtube.com/watch?v=wfOOB_5pMrw https://www.youtube.com/watch?v=wfOOB_5pMrw AVALIAÇÃO DIETÉTICA Conhecer a ingestão habitual através de técnicas apropriadas. Erros associados inerentes aos métodos/a avaliação. Estimativas de adequação/inadequação ou adequação aparente. Essencial para conhecer os hábitos alimentares e sua relação com a saúde. AVALIAÇÃO DIETÉTICA Dependendo do tipo de inquérito, é possível coletar dados para o planejamento de políticas e programas de intervenção, estimar adequação da ingestão alimentar de grupos populacionais, investigar a relação entre alimentação, saúde e estado nutricional, avaliar qualitativa e quantitativamente o consumo de alimentos e dimensionar a adequação de nutrientes. AVALIAÇÃO DIETÉTICA NÃO EXISTE MÉTODO PERFEITO! Fatores que influenciam na coleta dos dados: complexidade da alimentação, hábitos alimentares, qualidade da informação, idade, imagem corporal, memória do entrevistado, crenças, comportamento, cultura, status socioeconômico, escolaridade e nível de comprometimento.
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