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Trabalho Geologia

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINASSAU 
DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DE GEOLOGIA 
 
 
BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
JOSÉ ALCIDES OQUENDO FILHO 
 
 
 
 
 
METAMORFISMO E ROCHAS METAMÓRFICAS, IGNEAS E 
SEDIMENTARES 
 
 
 
 
 
 
TERESINA - PI, 
22 DE MARÇO DE 2022 
 
Metamorfismo 
 
Compreende o conjunto de processos pelos quais uma rocha é transformada 
em outra através de reações que se processam no estado sólido. Essas reações 
promovem modificações texturais e mineralógicas, ou até mesmo químicas, na 
rocha original. No ambiente metamórfico, as rochas são submetidas a condições 
de temperatura e pressão diferentes daquelas em que se formaram, ou seja, 
maiores se a rocha original for sedimentar, menores se for uma rocha magmática. 
Em qualquer situação, as rochas pré-existentes ficam em desequilíbrio em seu 
novo ambiente e é justamente esse estado de instabilidade que provoca as 
transformações e reações metamórficas. 
 
 
Ardósia 
 
Gnaisse Bandado 
 
Quartzito maciço 
 
Mármore Dolomítico 
 
Escarnito 
 
Serpentinito 
 
 
 
Tipos: 
 
▪ Metamorfismo regional (também chamado de dinamotermal): é o tipo de 
metamorfismo que se desenvolve em extensas regiões crustais e alcança 
níveis profundos da crosta, geralmente relacionado à colisão de placas 
tectônicas. 
▪ Metamorfismo de contato ou termal: é o tipo de metamorfismo que se 
desenvolve devido ao calor fornecido pela colocação (intrusão) de rochas 
ígneas. A rocha metamórfica se forma ao redor das intrusões magmáticas. 
▪ Metamorfismo cataclástico ou dinâmico: desenvolve-se em zonas de 
falhas ou de cisalhamento, onde a energia mecânica envolvida resulta na 
transformação e recristalização dos minerais. 
▪ Metamorfismo de soterramento: desenvolve-se na base de rochas 
sedimentares empilhadas, onde o gradiente geotérmico elevado resulta no 
aumento da temperatura e da pressão litostática. 
▪ Metamorfismo hidrotermal: desenvolve-se pela percolação de águas 
quentes ao longo de fraturas e espaços intergranulares das rochas, 
acompanhado de trocas iônicas entre a água quente e a rocha, resultantes 
em transformações químicas. 
▪ Metamorfismo de fundo oceânico: desenvolve-se no fundo oceânico, nas 
vizinhanças das dorsais meso-oceânicas, onde a crosta recém-formada e 
quente interage com a água do mar, provocando transformações químicas. 
Pode ser considerado um tipo particular do metamorfismo hidrotermal. 
▪ Metamorfismo de impacto: desenvolve-se em locais submetidos ao 
impacto de grandes meteoritos, produzindo temperatura e pressões 
elevadas que reequilibram minerais de alta pressão. 
As rochas a partir das quais se originam as rochas metamórficas são 
denominadas de protólitos, que podem ser rochas sedimentares, ígneas ou até 
mesmo outras rochas metamórficas. 
Quando os protólitos são submetidos a condições de pressão e temperatura 
diferentes daquelas em que estavam submetidos, essas rochas tentam alcançar o 
reequilíbrio através de reações metamórficas que modificam a composição 
mineralógica e promovem a reorganização estrutural e textural. 
As rochas metamórficas podem preservar algumas características do 
protólito, como composição química e núcleo de minerais remanescente 
circundados por minerais formados pelo metamorfismo. Portanto, a partir das 
características preservadas, pode-se inferir o tipo de protólito. 
Os principais fatores que controlam o metamorfismo são: temperatura, 
pressão, presença de fluidos, natureza dos protólitos e tempo de duração dos 
processos. A movimentação das placas tectônicas transporta grandes massas 
rochosas para o interior da crosta é responsável pela formação da maioria das 
rochas metamórficas. 
 
Outra causa comum do metamorfismo é o soterramento das camadas de 
rochas nas bacias sedimentares, aumentando progressivamente a pressão e 
temperatura com a profundidade. Além disso, a intrusão de um magma na crosta 
emana calor suficiente para formar uma auréola de metamorfismo nas rochas 
encaixantes em volta do corpo magmático. 
Com o aumento da temperatura, pode ocorrer a transformação química, 
mineralógica e textural de uma rocha devido à quebra de ligações químicas e da 
alteração das estruturas dos cristais. Quando a rocha é movida da superfície para 
o interior da crosta, através dos movimentos tectônicos, ela se ajusta as 
temperaturas mais altas e rearranja a estrutura cristalina dos minerais, formando 
novos minerais maiores que os minerais da rocha original. 
 A pressão, assim como a temperatura, muda a composição química, 
mineralogia e textura de uma rocha. O aumento da pressão pode causar a 
deformação dos minerais e redução dos poros, expulsão dos voláteis da estrutura 
cristalina dos minerais e a destruição de fósseis das rochas sedimentares. A rocha 
é submetida a dois tipos de pressão: litostática e dirigida. 
O tempo é um fator importante no metamorfismo, como as reações 
metamórficas se processam lentamente, geralmente elas não se completam, 
registrando apenas um determinado instante do processo metamórfico: aquele que 
a modificou por último ou o que a modificou de forma mais intensa. 
Portanto, é muito comum que as rochas metamórficas tenham associações 
minerais e texturas mistas. O metamorfismo gera novas texturas que são 
determinadas pelos tamanhos, formas e arranjos de seus cristais constituintes. 
Algumas texturas dependem do tipo de minerais neoformados. 
 
A estrutura metamórfica é de origem secundária e pode ser classificada 
como foliada (rocha orientada) e não foliada (rocha maciça). A foliação resulta da 
orientação preferencial dos minerais devido à recristalização de minerais na 
presença de tensão diferencial (pressão dirigida). 
 
Exemplos de rochas metamórficas foliadas: 
 
 
 
Os principais tipos de foliação desenvolvidos pela orientação preferencial 
dos minerais são: 
▪ clivagem ardosiana – é um plano de partição paralelo perfeito, penetrativo, 
típico de ardósia, com recristalizações de baixo grau metamórfico em muito 
baixa temperatura; 
▪ xistosidade – é definida pela orientação dos minerais segundo uma direção 
preferencial. As micas são, em geral, responsáveis pela forte foliação em um 
xisto; 
▪ bandamento gnáissico (= gnaissificação) – é marcada pela alternância de 
bandas de composição mineralógica de coloração clara e escura. As bandas 
mostram grãos médios a grossos. A alternância de bandas é causada por 
difusão e segregação em alta temperatura; 
▪ cataclástica e milonítica: são geradas por moagem da rocha, que pode ser 
incipiente e frequentemente sem orientação marcada (cataclástica) ou mais 
avançada e com nítida orientação (milonítica). A primeira identifica um 
regime físico rúptil, a segunda um de natureza dúctil ou dúctil-rúptil. 
 
 
Rochas ígneas 
As rochas ígneas – também chamadas de rochas magmáticas – são 
aquelas originadas em altas temperaturas a partir da solidificação do magma. 
Elas constituem formações geológicas altamente resistentes e com elevado nível 
de dureza, sendo importantes para a obtenção de minérios e produção de materiais 
derivados de sua composição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obsidiana 
 
Se considerarmos todo o volume da litosfera terrestre, concluímos que quase 
80% de sua composição é formada por rochas ígneas ou magmáticas, o que nos 
revela a importância de conhecermos um pouco mais desse tipo de rocha existente. 
 
A diferença das rochas ígneas em relação às demais – metamórficas 
e sedimentares – além de sua origem, está na sua textura, que é influenciada 
diretamente pelo processo de resfriamento do magma. No entanto, essa 
característica pode ser modificada em função da velocidade de resfriamento do 
magma: quando acelerado, há menos estruturas cristalinas e mais estruturas 
vítreas (não cristalizadas); quando gradual, a presença de cristais é maior. Por esse 
motivo, é importante classificar as rochas ígneas, que podem ser subdivididas em 
dois tipos principais: as extrusivas e as intrusivas. 
 
As rochas intrusivas – também chamadasde plutônicas ou fareníticas – 
são aquelas que se originam no interior da Terra, quando o magma penetra por 
entre as fissuras das rochas e solidifica-se. Como esse processo é mais lento, 
formam-se rochas mais duras e com formações cristalinas maiores e mais bem 
definidas, a exemplo do granito, do sienito e do diorito. 
 
 
 
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/tipos-rochas.htm
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/rochas-sedimentares.htm
Diorito, exemplo de rocha ígnea intrusiva ou plutônica 
 
As rochas extrusivas – também chamadas de vulcânicas ou afaníticas – 
são aquelas que se formam nas camadas mais altas ou na superfície da Terra, 
geralmente pela expulsão do magma em forma de lava pelos vulcões. Como as 
temperaturas da superfície são muito menores do que as do interior da Terra, o 
magma solidifica-se muito mais rapidamente, formando rochas com granulação 
mais fina, a exemplo do basalto, do riolito e do andesito. 
 
 
 
 
 
 
 
Andesito, rocha vulcânica que recebe esse nome por ser abundante na região dos Andes 
 
As rochas ígneas sempre foram de grande importância para a humanidade. 
Na pré-história, por exemplo, utilizavam-se essas rochas para a fabricação de 
ferramentas porque elas eram mais resistentes. Em civilizações antigas, durante a 
construção de muralhas e edificações, elas também eram amplamente 
empregadas. Além disso, essas rochas apresentam uma grande quantidade 
de minerais, além de serem exploradas economicamente para os mais diversos 
fins. 
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/a-classificacao-dos-minerais.htm
Rochas sedimentares 
As rochas sedimentares são formações naturais resultantes da consolidação 
de fragmentos de outras rochas (chamados de sedimentos) ou da precipitação de 
minerais salinos dissolvidos em ambientes aquáticos. Em geral, esse tipo de rocha 
é menos duro do que as demais e de formação geológica mais recente, embora a 
sua presença seja um indício de que o relevo local é antigo. 
As rochas sedimentares possuem importantes funções econômicas 
 
Em virtude das ações do intemperismo, há um desgaste natural de rochas 
preexistentes, o que faz com que elas se transformem em incontáveis sedimentos. 
Um exemplo é a água do mar que, de tanto se chocar com as rochas litorâneas, 
lentamente as desgasta, dando origem à areia da praia. Assim, os sedimentos 
oriundos dessas rochas erodidas são transportados pela água e pelo vento para 
outras áreas, geralmente o fundo dos oceanos, onde são depositados. 
Após o depósito dessas partículas de rochas, há lentamente o acúmulo em 
razão da sobreposição de várias camadas de sedimentos no fundo dos oceanos, 
aumentando o peso e a pressão sobre as camadas inferiores, dando origem a um 
processo chamado de diagênese ou litificação. Nesse processo, os sedimentos 
unem-se e consolidam-se, dando origem às rochas sedimentares. 
Como se trata de uma ocorrência ininterrupta, vão se formando sobre os solos 
novas e novas camadas de rochas sedimentares sobrepostas entre si. Por esse 
motivo, nas áreas onde se concentram essas formações rochosas – chamadas 
por bacias sedimentares –, é notável a organização de suas camadas, também 
chamadas de extratos. 
 
Como quase sempre essas rochas formam-se no fundo dos oceanos, onde 
a pressão é maior, elas só são encontradas em áreas continentais em função do 
movimento das placas tectônicas, que desloca lentamente os continentes com o 
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/bacias-sedimentares.htm
passar das eras geológicas. Tal ocorrência também pode manifestar-se nas áreas 
de rios. 
 
 
As áreas formadas por rochas sedimentares tendem a estruturar-se em camadas (extratos) 
 
 
Outra origem notável das rochas sedimentares é a de ordem química, 
quando minerais salinos originados pelo intemperismo químico se misturam nas 
águas e, posteriormente, precipitam-se, formando rochas como a calcita, a dolomita 
e outras. 
 
Há também processos orgânicos na formação das rochas, quando restos de 
animais se acumulam em ambiente de grande pressão, fazendo com que esses 
restos se solidifiquem tal qual acontece com os sedimentos. Assim, surgem rochas 
como o calcário. 
 
Com base nessas diferentes origens, temos a classificação das rochas 
sedimentares. As de origem sedimentar são chamadas de rochas clásticas ou 
dendríticas; as de origem química e mineral são chamadas de rochas químicas; 
e aquelas oriundas de restos de animais são chamadas de rochas orgânicas. 
 
O processo de formação das rochas sedimentares, sobretudo as rochas 
clásticas, pode auxiliar na decomposição de restos orgânicos, que podem se 
liquefazer, transformando-se em combustíveis fósseis, a exemplo do petróleo e do 
carvão mineral. Além disso, é possível a formação de restos vegetais e animais 
fossilizados em áreas de bacias sedimentares. 
 
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/eras-geologicas.htm

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