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Construção de identidade social e consciência de si

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Construção da identidade social e consciência de si (aula 15/10) 
A forma como nos observamos. Em casos graves a consciência de si está abalada, a pessoa não 
tem um vínculo com ela mesma. 
Muitas pessoas em casos graves, com ideações suicidas etc se vestem de maneira muito 
apresentável, estão sempre muito arrumadas, contrariando a ideia de que pessoas com 
quadros psicológicos graves estão sempre mal cuidadas. Isso não é uma coisa boa, pois 
advém de uma pressão social, de que não podemos demonstrar fraqueza. 
• Conceito de identidade social: 
Identidade social é o conjunto entre a forma como nos enxergamos, nos identificamos e como 
os outros nos identificam. 
Interação social + vida cotidiana = identidade (elaborada a partir das interações com outros 
indivíduos e grupos). 
• Identidade social é a junção de: 
→ Como nos enxergamos; 
→ Como nos identificamos; 
→ Como os outros nos identificam. 
Ou seja, é o conjunto de papéis que desempenhamos socialmente. 
Papéis são desempenhados dentro da família, por exemplo: se um irmão leva, como 
homenagem, o nome de um avô rico e outro irmão leva o nome de um avô pobre, os 
familiares vão tratar cada um de forma diferente, por conta da memória familiar. 
“Estes papéis atendem, basicamente, à manutenção das relações sociais representadas, no 
nível psicológico, pelas expectativas e normas que os outros envolvidos esperam que sejam 
cumpridas” – SILVIA, 1981, p. 22 
Desde que nascemos já passamos a desempenhar papéis, pois desde bebê alguém fala, por 
exemplo “fulano é tranquilo, diferente do irmão”, dando o papel de uma pessoa tranquila que 
a pessoa sempre será pressionada a exercer. De acordo com Laura Gutman, geralmente isso 
costuma ser a projeção do cuidador sobre a criança. 
“Dizíamos que, assim que nascemos, temos uma mãe que nos observa e nos nomeia. Essa 
mãe, projetando sua própria percepção, vai escolher palavras para nos descrever. Vai decretar 
uma serie de atributos, que vão coincidir com algumas de nossas manifestações”. – Gutman, 
2013, p. 20 
 
Continuação (aula 22/10): 
A criança compra a ideia que a mãe atribui a elas. Se diz que é esperta, calma, bagunceira, 
desobediente, agressiva etc, durante a vida, ela compra esses papéis. 
• Identidade social x Consciência de si: 
→ Projeção: as ideias, expectativas e “padrões” que os familiares atribuem às crianças. 
Os pais projetam nos filhos o que eles experimentam ao longo da vida; 
▪ As expectativas projetadas advêm de desejos, sonhos e imaginação; 
▪ Inicialmente somos um ser imaginado, desejado ou não; 
▪ Devemos considerar o clima psicológico, o contexto familiar e social no 
momento que a criança é concebida; 
→ Identificação: recebemos nomes quando nascemos, e esses nomes podem trazer um 
lugar significativo: nomes de familiares, artistas... esses nomes nos identificam e 
nossos familiares nos tratam de forma comparada à pessoa que serviu de inspiração, 
tanto de forma negativa quanto positiva; 
→ Repetição: nós nos colocamos num sistema de repetição após comprarmos os 
adjetivos que nos são atribuídos. Repetimos pontos de vista, comportamentos, 
relacionamentos, profissão; 
▪ A repetição serve para manter fiel ao “clã”, assegurar a sobrevivência ou gerar 
a reação oposta, ser rebelde. 
 
• A identidade social e os papéis sociais exercem mediação ideológica? 
Sim. Temos a ilusão de que nossa identidade social é criada de forma livre, a partir de 
nossa genética e nossas escolhas de vida, ignorando os papéis que são impostos. Nossa 
identidade social ocorre para manter papéis e classes sociais sem grandes mudanças, com 
muitos dominando e poucos obedecendo. Não é um processo fácil, mas a consciência de si 
ocorre quando entendemos a origem dos papéis que desempenhamos, e essa consciência 
pode alterar nossa identidade na medida em que fazemos questionamentos. 
“A consciência individual do homem só pode existir nas condições em que existe a 
consciência social” (A. Leontiev, O Desenvolvimento do Psiquismo, p. 88). 
 
Continuação (aula 29/10): 
Os papéis, que servem para manutenção das relações sociais, são vistos com maior ênfase na 
adolescência, onde fazemos de tudo para que as expectativas dos grupos que pertencemos 
sejam alcançadas. Ou seja, é puramente ideológico. 
• Duas questões sobre a consciência em si: 
1. Somos considerados “bem ajustados” se aceitarmos a nossa identidade social como 
consequência de escolhas livres e da genética, sem considerarmos as questões sociais; 
2. Se questionarmos como aprendemos a manifestar nosso comportamento, como 
construímos nossa identidade social, chegamos à conclusão de que esses papéis foram 
impostos para manter os papéis sociais sem mudanças. 
Inicialmente, o bebê vê a mãe como uma extensão dele, não como outra pessoa. 
• Consciência: 
→ Conhecimento e percepção; 
→ Noção dos estímulos que confirmam sua existência; 
→ Sentidos de moralidade e de dever – noção das próprias ações e sentimentos; 
→ Termos como “eu”, “existência” e “pessoa”; 
→ Conexão entre “consciência” e “consciência moral”. 
 
• A consciência de si pode alterar a identidade social? 
Sim. A partir do momento que criamos entendimento dos papéis sociais, que adquirimos 
autoconhecimento, podemos nos tornar agentes de mudanças. Precisamos entender 
aspectos do nosso comportamento, como a linguagem, o pensamento, a representação 
que temos do mundo e a consciência de si.

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