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Manual de odontologia hospitalar

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CONSELHO REGIONAL
DE ODONTOLOGIA
DE MATO GROSSO
CONSELHO REGIONAL
DE ODONTOLOGIA
DE MATO GROSSO
MANUAL DE 
ODONTOLOGIA
HOSPITALAR
Rua 5, Q. 12, Lt. 7, St. A
Centro Político Administrativo - Cuiabá/MT - CEP: 78600-000
0800 723 2519
MANUAL DE 
ODONTOLOGIA
HOSPITALAR
ANO 2020
4
MANUAL DE ODONTOLOGIA HOSPITALAR
Autores/ Membros da Comissão de Odontologia 
Hospitalar do CRO/MT
Ana Karina Ticianel
CRO-MT 3569
Bruno Augusto Barros e Matos
CRO-MT 6006
Evanice Menezes Marçal Vieira
CRO-MT 2333
Fernanda Ribeiro Carvalho Rondon
CRO-MT 2547
5
Introdução 6
O que é a Odontologia Hospitalar? 6
Breve histórico referente à legislação 6
Perfil profissional do Cirurgião-Dentista em ambiente hospitalar 8
Atribuições do Cirurgião-Dentista no ambiente hospitalar 8
Áreas de atuação do cirurgião-dentista, segundo a patologia do paciente 8
Odontologia nas Coagulopatias 8
Odontologia e Diabetes Mellitus 9
Odontologia na Nefropatia 10
Transplante Renal 11
Odontologia na Hepatologia 12
Manifestações Bucais em Hepatopatas 13
Intervenções Odontológicas nas Hepatopatias 13
Transplante Hepático 14
Fármacos nas Hepatopatias 14
Odontologia na Cardiologia 15
Transplante Cardíaco 16
Odontologia na Neurologia e Psiquiatria 20
Odontologia na Pediatria Hospitalar 21
Odontologia na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) 21
Atribuições do Cirurgião-Dentista Intensivista 23 
Laserterapia na Odontologia para Pacientes Oncológicos 24
Odontologia nos Cuidados Paliativos 25
Referências Bibliográficas 26
Anexo 30
Sumário
6
MANUAL DE ODONTOLOGIA HOSPITALAR
Introdução
O que é a Odontologia Hospitalar?
A Odontologia hospitalar compreende um conjunto de ações preventivas, 
diagnósticas e terapêuticas de doenças orofaciais, manifestações bucais 
de origem sistêmicas ou de sequelas de seus respectivos tratamentos, em 
pacientes em ambiente hospitalar (internados ou não) ou em assistência 
domiciliar, inseridas no contexto de atuação da equipe multiprofissional, visando 
à manutenção da saúde bucal e à melhoria da qualidade de vida.
Breve histórico referente à legislação 
Para um melhor entendimento do cenário em que a odontologia hospitalar se 
encontra através das regulamentações existentes no país, descreveremos de 
forma cronológica algumas informações sobre leis, portarias, emendas e notas 
técnicas que asseguram ao cidadão brasileiro o direito ao cuidado integral na 
saúde. 
• Em 2008, o Deputado Neilton Mulim, apresentou na câmara dos 
deputados o Projeto de Lei Nº 2776/2008, que torna obrigatória a presença 
de cirurgiões-dentistas nas UTIs. Este PL foi posteriormente substituído 
pelo PL da Câmara Nº 34, de 2013, que por sua vez torna obrigatória a 
prestação de assistência odontológica a pacientes em regime de internação 
hospitalar, aos portadores de doenças crônicas e, ainda, aos atendidos em 
regime domiciliar na modalidade HOME CARE. Porém, em junho de 2019 
o Presidente da República Jair Bolsonaro vetou o PLC 34/2013 alegando 
que a vigência da lei promoveria, em médio e longo prazo, forte impacto 
financeiro aos cofres públicos. O Conselho Federal de Odontologia ressalta 
que a assistência odontológica em ambiente hospitalar permite baixo 
investimento se comparado com o retorno em saúde. O projeto prevê a 
redução do tempo de internação, riscos de infecção e gastos hospitalares. 
Além de permitir o diagnóstico precoce de doenças graves e melhoria na 
qualidade de vida do paciente.
 
• RDC Resolução - Nº 7, de 24 de fevereiro de 2010 – Estabelece 
padrões mínimos para funcionamento das UTIs no Brasil, com o objetivo de 
reduzir riscos aos pacientes, aos profissionais, aos visitantes e até ao meio 
ambiente; no Capítulo II, Seção IV, Art. 18, a assistência odontológica está 
relacionada entre os recursos assistenciais à beira do leito que devem ser 
7
garantidos aos pacientes; o Art. 23 estabelece a integração da assistência 
odontológica com as demais atividades assistenciais prestadas, devendo 
participar das discussões em conjunto com a equipe multiprofissional. 
• Portaria Nº 1.032, de 05/05/2010, publicada pelo Ministério da 
Saúde - inclui procedimento odontológico na “Tabela de Procedimentos, 
Medicamentos, Órteses e Próteses e Materiais Especiais” voltados aos 
pacientes com necessidades especiais que necessitem de atendimento 
SUS em ambiente hospitalar; 
• Nota Técnica Nº 1 de 2014 - aborda registro de procedimento 
odontológico realizado em ambiente hospitalar, independente do motivo 
que gerou a SIH (Sistema de Internação Hospitalar) e não mais apenas os 
realizados em Pacientes com Necessidades Especiais, termo atualmente 
denominado Pessoa com Deficiência (PCD) definido na Portaria Nº 1.032 
de 05/05/2010;
• Resolução Nº 162/2015 e N°163/2015 do Conselho Federal de 
Odontologia (CFO) - reconhece o exercício da Odontologia Hospitalar e 
a apresenta com uma nova área de atuação dentro da profissão, com 
os objetivos de “promoção da saúde bucal, prevenção, diagnóstico e 
tratamento de doenças orofaciais, de manifestações bucais de doenças 
sistêmicas ou de consequências de seus respectivos tratamentos”. 
• Resolução N° 203/2019 e N°204/2019 CFO - que vêm alterar e 
complementar as resoluções anteriores.
Outra medida que avançou em vários estados brasileiros, foi a criação de 
leis estaduais tornando obrigatória a assistência odontológica no paciente 
hospitalizado. 
• Lei Estadual no Mato Grosso 10.659/2014 - refere-se à obrigatoriedade 
da assistência odontológica nos pacientes em regime de internação 
hospitalar, se estendendo aos pacientes em internação domiciliar. Diante 
do exposto, nota-se que estamos diante de um grande desafio nesta área 
da odontologia, até que se concretize a atuação e valorização do cirurgião-
dentista em todos os hospitais brasileiros assegurando ao paciente melhor 
qualidade de vida. 
Portanto, este manual foi desenvolvido pelos membros da Comissão de 
Odontologia Hospitalar do CRO/MT, no intuito de esclarecer alguns aspectos 
e conhecimentos relacionados ao atendimento odontológico de pacientes 
hospitalizados.
8
MANUAL DE ODONTOLOGIA HOSPITALAR
 Perfil profissional do cirurgião-dentista em ambiente hospitalar
• Preferencialmente que este profissional seja cirurgião-dentista habilitado 
em Odontologia Hospitalar, conforme Resolução do CFO (203/2019 e 
204/2019). 
• Possuir experiência em atendimento hospitalar, pois além da atuação 
clínica em ambiente hospitalar, compreender o fluxo de pacientes, gestão 
do trabalho hospitalar, linguagem médica e dos demais profissionais da 
equipe, solicitação e interpretação de exames complementares de interesse 
odontológico direto ou não, registro de informações em prontuário médico. 
• Respeitar e interagir com profissional da mesma classe, mantendo o foco 
e a atenção centrada nos cuidados ao paciente hospitalizado. 
Atribuições do cirurgião-dentista no ambiente hospitalar
• Cuidado ao paciente cuja doença sistêmica possa ser fator de risco para 
agravamento e/ou instalação de doença bucal, ou cuja doença bucal possa 
ser fator de risco para agravamento e/ou instalação de doença sistêmica; 
• Participação nas decisões da equipe multiprofissional, incluindo 
internação, diagnóstico, solicitação de exames, prescrição, intervenção 
odontológica, acompanhamento e alta, conforme Resolução CFO-003/99 
(art. 6) sendo responsável por tomada de decisão em intervenção na 
cavidade bucal em consonância com essa equipe; 
• Registrar as informações em prontuário, de acordo com as normas do 
hospital;
 • Promover ações em saúde bucal junto à equipe de cuidados ao paciente 
hospitalizado (profissionais, familiares e cuidadores). 
Áreas de atuação do cirurgião-dentista, segundo a 
patologia do paciente
Odontologianas coagulopatias 
Pacientes que fazem uso de anticoagulantes e/ou portadores de coagulopatias 
e trombocitopatias hereditárias ou adquiridas cuja condição clínica requeira 
o atendimento em ambiente hospitalar devem ser atendidos pela equipe de 
odontologia hospitalar principalmente nos casos de execução de procedimentos 
invasivos que possam causar sangramento. Na maioria das vezes, o diagnóstico 
é feito através de exame de rotina que indicam plaquetopenia ou sangramento 
9
excessivo desproporcional à contagem de plaquetas, após procedimentos 
odontológicos invasivos. Por isso é tão importante a história clínica pessoal 
e familiar na triagem de um possível distúrbio sanguíneo. Cuidados locais e 
medidas preventivas devem ser implementados, principalmente quando o 
paciente faz uso de medicamentos que interferem na função plaquetária como 
ácido acetil salicílico (AAS), anti-inflamatórios não hormonais, antibióticos, 
drogas cardiovasculares e psicotrópicos. Boa higiene dental e planejamento 
terapêutico antes de procedimentos odontológicos devem fazer parte do cuidado 
integral deste paciente. Pacientes com risco elevado de sangramento tendem 
a negligenciar os cuidados com a higiene oral por receio de sangramento. O 
planejamento do tratamento odontológico deve estabelecer uma ordem ou 
sequência para diminuir riscos e otimimizar os recursos, iniciando sempre 
que possível pelo tratamento periodontal, seguido do cirúrgico, restaurador, 
reabilitador e manutenção do tratamento odontológico ambulatorial através de 
retornos preventivos de rotina.
Odontologia e Diabetes Mellitus 
É fundamental realizar anamnese detalhada e conhecer a condição clínica geral 
do paciente, comorbidades associadas e os medicamentos para controle das 
mesmas, com atenção especial ao uso de AAS e anticoagulantes orais, histórico 
odontológico (presença de doença periodontal persistente, infecções fúngicas e 
virais oportunistas), atraso de cicatrização de feridas, história familiar e exames 
laboratoriais recentes. 
As manifestações bucais mais frequentes são a doença periodontal, principal 
responsável pela perda dentária e a xerostomia em virtude da poliúria. A doença 
periodontal se manifesta de forma avançada e a sua gravidade está relacionada 
ao grau de descompensação do diabetes mellitus e vice-versa.
A descompensação do diabetes melittus, associada à xerostomia, predispõe 
ao surgimento de infecções oportunistas como a candidíase e a herpes 
simples. A síndrome da boca ardente também pode aparecer em pacientes 
descompensados e está relacionada à presença de xerostomia, candidíase, 
alterações neurológicas (depressão) e neuropatia.
Atentar para a interação de medicamentos em uso do paciente com outras 
drogas a serem prescritas, bem como obter todas as informações necessárias 
sobre o hipoglicemiante em uso, o tipo e intervalos da dieta e o pico de ação da 
droga com o procedimento odontológico.
A glicemia capilar e a pressão arterial devem ser aferidas no início do 
atendimento. Pacientes em jejum com glicemia inferior ou igual a 70mgdl 
10
MANUAL DE ODONTOLOGIA HOSPITALAR
deverão ter seu atendimento adiado, a fim de evitar crise hipoglicêmica.
Em casos de intervenção periodontal durante a internação hospitalar, o cirurgião-
dentista deve solicitar uma avaliação de risco pré-operatório para pacientes 
com risco de isquemia (AVC) ou para aqueles que apresentam cardiopatias, 
neuropatias e insuficiência renal. A avaliação odontológica integrada à equipe 
multiprofissional dos pacientes hospitalizados é de extrema importância, 
devido à característica bidirecional da diabetes mellitus e doença periodontal. 
O tratamento odontológico pode contribuir para o controle da taxa de glicemia, 
representando uma diminuição das consequências sistêmicas ou bucais da 
diabetes melittus e do tempo de internação. 
Odontologia na nefropatia
Para o manejo odontológico adequado do paciente renal, é imperioso 
que o cirurgião-dentista tenha um conhecimento abrangente de todas as 
características da doença renal, complicações associadas às comorbidades 
(cardiopatia, diabetes, hipertensão, imunossupressão) e às limitações que o 
tornam um paciente de alto risco. Além disso, saber o momento correto de 
intervir e trabalhar em equipe é fundamental para não provocar um agravamento 
do quadro geral e interferir no tratamento médico, colocando em risco a vida do 
paciente. Desta forma, torna-se importante: 
• Realizar plano de tratamento odontológico norteado pelo estágio da 
doença renal e comorbidades associadas e à urgência do procedimento 
odontológico, evitando-se complicações ou agravamento do quadro 
sistêmico do paciente. O tratamento será sempre prioritário à resolução 
e ao controle das infecções que poderão aparecer com a progressão da 
doença renal, tornando-se um fator de risco à septicemia, devido à baixa 
resposta imune do paciente renal. 
• Instituir um programa de promoção e educação em saúde bucal com 
foco na prevenção de doença periodontal e acúmulo de placa bacteriana, 
e de cárie e infecções oportunistas nos casos de xerostomia grave em 
pacientes dialíticos.
• A execução de procedimentos curativos deve ser feita no próprio 
hospital nos casos de urgência e/ou nos casos que suscitarem limitações 
locais e sistêmicas que justifiquem o atendimento hospitalar. Deve ser 
dada atenção especial ao tratamento e controle das doenças periodontais, 
pois estas causam aumento da carga inflamatória sistêmica e descontrole 
metabólico, elevando o risco de morbimortalidade.
• Os procedimentos odontológicos invasivos que requeiram profilaxia 
11
antibiótica devem ser planejados a partir da decisão em conjunto com o 
médico, pois pacientes internados, muitas vezes já fazem uso de antibiótico 
ou associação de dois antibióticos com manutenção de concentração 
sérica alta.
• Estar atento à influência da insuficiência renal no uso da medicação, 
pois há alterações na sua absorção, distribuição e eliminação, tornando a 
interação medicamentosa um grande problema. 
• Em geral, qualquer substância nefrotóxica deve ser evitada e sempre 
haver ajuste individualizado de doses por meio de redução de dosagem, 
ou aumento de intervalo entre as mesmas, além de dose de compensação 
após hemodiálise.
• A via intramuscular não é recomendada devido ao risco de hematomas. 
A escolha ideal é a via oral ou intravenosa.
Transplante Renal
No período pré-transplante, o cirurgião-dentista da equipe de odontologia 
hospitalar deve:
• Solicitar e avaliar exame de imagem. É essencial a radiografia 
panorâmica, pois as radiografias periapicais e a tomografia computadorizada 
devem ser de caráter complementar; 
• Realizar anamnese minuciosa e conhecer toda a história médica 
pregressa e condição clínica atual do paciente; 
• Estabelecer plano de tratamento norteado pela condição clínica 
atual, levando-se em consideração todas as limitações quando houver 
comorbidades.
É indicada avaliação odontológica pelo cirurgião-dentista do serviço de 
odontologia hospitalar após a conclusão do tratamento odontológico em 
serviço público ou privado e previamente ao início do transplante, com 
objetivo de confirmar a realização integral do procedimento odontológico 
solicitado.
No período pós-transplante, o cirurgião-dentista da equipe de odontologia 
hospitalar deve:
• Realizar diagnóstico de lesões bucais nos pacientes imunossuprimidos, 
pois as manifestações bucais e sinais de infecção podem estar diminuídos 
ou ausentes devido à diminuição da resposta inflamatória pelo uso de 
imunossupressores;
• Durante os primeiros seis meses pós-transplante, não deve ser realizado 
nenhum tratamento odontológico eletivo, pois este é o período de maior 
12
MANUAL DE ODONTOLOGIA HOSPITALAR
imunodepressão e alto risco de infecções, inclusive, orais, ocasionando 
risco de rejeição;
• A profilaxia antibiótica deve ser instituída antes de qualquer tratamento 
odontológico que possa produzir uma bacteremia transitória durante o 
período de até 2 anos apóso transplante;
• No caso de agravos na cavidade bucal que representem risco de 
complicações para o paciente nos primeiros seis meses após o transplante, 
executar os procedimentos nos casos de urgência e/ou nos casos que 
suscitarem limitações locais e sistêmicas que justifiquem o atendimento 
hospitalar de maneira imediata e agressivamente. Eles deverão ser os 
menos invasivos possíveis e realizados somente após o contato com o 
médico responsável.
• Cabe enfatizar que a maioria dos pacientes renais não recebem 
cuidados odontológicos previamente ao transplante, o que representa um 
grande risco e efeito sistêmico negativo para o paciente internado e com a 
higiene bucal negligenciada.
Odontologia na hepatologia 
A hepatopatia é definida como alteração do fígado que se dá de forma aguda 
ou crônica. Pode estar associada a etiologias variadas como as hepatites virais 
A, B, C, D, E, doença hepática gordurosa não alcoólica, doença hepática 
alcoólica e doença hepática autoimune. A deficiência hepática em geral pode 
causar lesões cariosas, hipossalivação e doença periodontal. As hepatites virais 
podem gerar aos pacientes quadros crônicos de hepatite, cirrose, carcinoma 
hepatocelular e formas agudas fulminantes.
As hepatopatias podem causar alterações importantes em cavidade oral. 
Dependendo da severidade da alteração sistêmica, é possível identificar, 
principalmente em crianças, mudanças de cor do esmalte dental, pigmentação 
da mucosa e tecidos moles. Autores associam a alta incidência de cáries em 
hepatopatas ao uso constante de medicações ricas em açúcares e à dieta 
cariogênica, considerando o elevado gasto energético e deficiência na absorção 
dos alimentos provenientes do déficit nutricional.
A interpretação de exames laboratoriais para avaliação enzimática é eficaz para 
confirmação de alteração hepática. Os principais exames para avaliação de 
níveis séricos são: tempo de protombina (TP), gama glutamiltrasnferase (GGT); 
aspartato aminotransferase e alanina aminitransferase (ALT/AST); e bilirrubina.
Dentre as principais funções atribuídas ao fígado, destaca-se a síntese de 
13
fatores de coagulação e proteínas, e a metabolização de medicamentos 
(como antibióticos, analgésicos e anestésicos locais), comumente usados por 
cirurgiões-dentistas.
A coagulopatia em hepatopatas, aspecto bastante relevante para a Odontologia, 
possui etiologia multifatorial, associada à carência nutricional, baixa absorção 
de nutrientes, colestase e ao déficit na síntese proteica. 
 
• Manifestações bucais em hepatopatas
Há na literatura relato de alterações bucais em crianças hepatopatas como: 
mudanças na coloração dos dentes, periodonto e tecidos moles, causado pela 
pigmentação pela hiperbilirrubinemia secundária das extensões biliares. Alguns 
autores apontam que desequilíbrios nutricionais em hepatopatas podem gerar 
manifestações bucais como perdas das papilas da língua, glossite e queilite 
angular. Já desordens hemostáticas podem ocasionar complicações desde 
sangramento espontâneo na gengiva à presença de petéquias e equimoses nas 
mucosas de boca.
Estudos mostram que o líquen plano oral está associado ao uso de medicamentos 
no tratamento do vírus da hepatite C, sendo então uma reação liquenoide. 
Trabalhos mostram que tanto o líquen plano quanto o vírus da hepatite C são 
enfermidades frequentes em pacientes com mais de 50 anos de idade. Logo o 
fator idade deve ser considerado.
• Intervenções odontológicas nas hepatopatias
Distúrbios de coagulação devem ser reparados para que procedimentos 
odontológicos de pequeno porte sejam realizados. Autores afirmam que 
pacientes com hepatite crônica com ausência sintomatológica podem receber 
cirurgias eletivas, desde que não haja alterações hepáticas. Ferraz e Perez 
(2006) mostram que complicações cirúrgicas em hepatopatas crônicos 
possuem associação direta com a função hepática, independentemente de qual 
seja causa da doença.
Alguns autores defendem que indivíduos com sinais ou sintomas de hepatite 
devem ser avaliados por um médico antes de receberem tratamentos 
odontológicos eletivos, outros, pontuam que em pacientes com hepatite viral 
aguda e/ou hepatite alcoólica aguda, as cirurgias invasivas devem ser suspensas, 
por aumentarem condições de morbimortalidade durante os procedimentos.
Entretanto, vários autores afirmam que paciente em fase de pós-transplante 
14
MANUAL DE ODONTOLOGIA HOSPITALAR
hepático imediato ou paciente que obteve rejeição do órgão não devem receber 
tratamento odontológico eletivo, salvo atendimento de urgência, avaliando 
criteriosamente, a necessidade de profilaxia antibiótica. Quanto aos pacientes 
com doença hepática autoimune que utilizam corticosteroide, deve-se garantir a 
reposição pré-operatória deste fármaco antes de procedimentos odontológicos.
• Transplante hepático
Avaliação odontológica minuciosa deve ser realizada em indivíduos que serão 
submetidos a transplantes hepáticos, para o diagnóstico e tratamento de toda e 
qualquer infecção de origem dental ou periodontal, impedindo assim, condições 
infecciosas durante e após o ato cirúrgico. De acordo com vários autores, 
lesões cariosas e abscessos em geral podem aumentar consideravelmente a 
presença de infecções antes e após o transplante hepático. O planejamento de 
tratamento para o paciente portador de doença hepática deve conter cuidados 
incisivos como: possíveis ajustes nas posologias das drogas comumente 
utilizadas na odontologia, avaliação de quadros leucopênicos, avaliação dos 
níveis plaquetários e fatores de coagulação. A literatura mostra resultados 
satisfatórios em relação ao tratamento odontológico prévio à cirurgia de 
transplante hepático, resultando num pós-operatório com poucas complicações 
e uma diminuição da taxa de mortalidade dos pacientes.
• Fármacos nas hepatopatias
O anti-inflamatório não esteroide (AINES) deve ser administrado com cautela, 
visto possível diminuição da síntese de proteína plasmática, que resulta 
em possível toxicidade. 
Alguns autores ressaltam que apesar da prevalência baixa, a eritromicina pode 
causar hepatite colestática (diminuição ou bloqueio do fluxo da bile para fora 
do fígado), com início a partir da segunda semana de tratamento.
A literatura afirma que os anestésicos locais lidocaína, prilocaína, mepivacaína 
e bupivacaína são considerados seguros em hepatopatas, desde que usados 
em quantidades adequadas. 
Em locais que seja possível adquirir infecção pelo vírus da hepatite, como 
consultórios odontológicos e ambiente hospitalar, é necessário que o cirurgião-
dentista, TSBs e ASBs realizem medidas de proteção, como: garantir 
imunização profissional e atender às exigências de biossegurança.
15
Odontologia na cardiologia
Os frequentes surtos de bacteremias transitórias de origem bucal podem 
representar risco no estabelecimento de doenças cardiovasculares em 
determinados pacientes. O acompanhamento odontológico dos pacientes 
cardiopatas é fundamental, pois qualquer processo infeccioso em cavidade oral 
pode agravar o quadro clínico e prejudicar o tratamento médico. Avaliações 
clínicas amplas, preparo pré-operatório, profilaxia, raspagem periodontal, 
exodontias e tratamentos endodônticos devem ser implementados em 
pacientes com cardiopatia. Assim, diminuem-se as complicações e obtêm-se, 
quase sempre, resultados tardios positivos.
Evidências científicas vêm levantando a possibilidade de que as doenças 
periodontais sejam fatores de risco às doenças cardiovasculares. A prevalência 
de doenças cardiovasculares em pacientes com periodontite é 25 a 50% maior 
que em indivíduos saudáveis. Estudos relatam que indivíduos com periodontite 
apresentam risco maior de desenvolver doenças cardiovasculares.
De fato a plausibilidade biológica da relação causal entre doença periodontal e 
doença cardiovascular referem-se a 3 mecanismos básicos: infecção bacteriana, 
liberação de citocinas pró-inflamatóriase liberação de produtos bacterianos 
que podem interferir no processo aterosclerótico, uma vez que estas citocinas 
encontram-se elevadas em paciente com doença periodontal.
Os pacientes portadores de doença arterial coronariana e que necessitam de 
tratamentos odontológicos específicos, como extrações dentárias, devem 
receber controle da ansiedade por meio do uso de benzodiazepínicos. Deve-
se diminuir ao máximo o estresse nesse grupo de pacientes. O medo, a dor, 
a ansiedade e a excitação podem desencadear importantes alterações nas 
respostas cardiovasculares durante o tratamento odontológico, como: elevar 
os níveis plasmáticos de catecolaminas endógenas, contratilidade cardíaca, 
frequência cardíaca e pressão arterial, podendo ocasionar uma isquemia 
miocárdica transitória, arritmias, crises hipertensivas, acidente cardiovascular e 
infarto agudo do miocárdio em consequência dessas alterações. 
O infarto recente do miocárdio talvez seja o fator de risco mais importante a ser 
considerado em pacientes com doenças cardíacas antes de qualquer tratamento 
cirúrgico. Há maior possibilidade de insuficiência cardíaca congestiva (resultado 
da incapacidade do coração em fornecer um suprimento de oxigênio adequado), 
arritmia, assim como uma possível supressão do miocárdio secundário à 
anestesia. O tratamento odontológico deste grupo de pacientes deve ser 
conduzido de maneira a reduzir o estresse ao mínimo necessário, com consultas 
16
MANUAL DE ODONTOLOGIA HOSPITALAR
curtas e sedação complementar.
A pressão arterial elevada acelera o processo de aterosclerose coronária, 
favorecendo a ocorrência de obstrução vascular e isquemia. Como resultado, o 
ventrículo esquerdo hipertrofia por um mecanismo de adaptação e, com o passar 
do tempo, essa hipertrofia pode favorecer a evolução para uma insuficiência 
cardíaca.
O tratamento farmacológico da hipertensão arterial sistêmica pode, dentre 
alguns deles, acarretar efeitos colaterais no meio bucal, como hiperplasia 
gengival, xerostomia e sangramento excessivo nos procedimentos cirúrgicos. 
Além disso, a terapia diversificada usada no tratamento dessa doença pode 
interferir direta ou indiretamente nos procedimentos odontológicos, em virtude 
das interações medicamentosas, indução da hipotensão postural e alteração 
de humor. Os medicamentos mais empregados são os betabloqueadores, 
bloqueadores de canais de cálcio, agentes poupadores de potássio, inibidores 
da enzima conversora de angiotensina, bloqueadores alfa-adrenérgicos e 
diuréticos, sendo que a maioria dos pacientes necessitará de duas ou mais 
medicações para o controle da pressão arterial.
A hipertensão arterial sistêmica é a mais frequente das doenças cardiovasculares. 
É definida como a elevação persistente dos níveis da pressão arterial sanguínea 
em valores iguais ou acima de 140/90 mm Hg. Estima-se que atinja 22% da 
população brasileira acima de 20 anos, sendo responsável pela maioria dos 
casos de acidentes vasculares encefálicos e infarto agudo do miocárdio.
Transplante cardíaco
A atuação do cirurgião-dentista na equipe multidisciplinar do transplante 
cardíaco é necessária para a manutenção da saúde bucal e erradicação de 
possíveis focos infecciosos capazes de provocar lesões tanto ao transplante 
cardíaco como eventuais infecções após o transplante.
Recomendam-se algumas condutas a ser feitas previamente ao transplante: a)
realizar uma anamnese minuciosa com um exame clínico e físico meticuloso; 
b) sempre que necessário, solicitar exames radiográficos e laboratoriais; c) 
instituir medidas efetivas para o controle do biofilme dental e do cálculo 
supra/subgengival; d) controlar a atividade de doença periodontal; orientar e 
capacitar a enfermagem quanto aos procedimentos de higiene bucal e possível 
complementação com substâncias antimicrobianas; e) extrair raízes residuais 
e/ou dentes com prognóstico duvidoso; f) eliminar focos potenciais de infecção 
aguda ou crônica, incluindo terceiros molares semierupcionados; realizar 
17
profilaxia antibiótica conforme o protocolo da American Heart Association (AHA) 
nos casos com risco de endocardite infecciosa; g) orientar paciente, familiares e 
equipe de enfermagem quanto aos cuidados bucais. 
Nos primeiros seis meses após o transplante, há a necessidade de um 
monitoramento periódico, prevenindo o aparecimento de novos focos infecciosos, 
visto que, nesse período, para evitar a rejeição do órgão transplantado, o paciente 
fará uso de imunossupressores mais vigorosos, o que o torna mais propenso a 
desenvolver infecções oportunistas.
Dentre os problemas de origem odontológica mais prevalentes, estão: 
candidíase, língua saburrosa, herpes simples, língua fissurada, hiperplasia 
gengival, xerostomia e doenças linfoproliferativas, podendo evoluir para um 
linfoma.
Na fase de estabilidade pós-transplante, após os seis primeiros meses, é o 
período ideal para o retorno dos tratamentos odontológicos que não puderam 
ser realizados. O cirurgião-dentista deve solicitar uma avaliação do paciente 
constando o estado geral de saúde, devendo incluir um novo exame dos tecidos 
moles e duros, associado ao reforço dos cuidados básicos de higienização bucal, 
para evitar a instalação de novos processos infecciosos.
A American Academy of Periodontology propõe ainda a preconização da 
administração local ou sistêmica de antimicrobianos, para que não ocorram 
infecções oportunistas. Alguns cuidados devem ser implementados em relação 
à hemostasia, pois, na maioria das vezes, anticoagulantes são administrados aos 
pacientes transplantados. Ao realizar procedimentos cirúrgicos mais invasivos, o 
tempo de protrombina deve ser verificado um dia antes da cirurgia odontológica, 
e o uso de medicamentos ou técnicas hemostáticas também pode-se tornar 
necessário.
Embora os riscos anestésicos e cirúrgicos venham diminuindo muito nas últimas 
décadas, ainda ocorrem complicações no pré-operatório de pacientes com 
doença cardíaca valvar, submetidos aos procedimentos cirúrgicos odontológicos: 
descompensação da insuficiência cardíaca, podendo chegar até ao choque 
cardiogênico, infarto agudo do miocárdio, fenômenos tromboembólicos, 
arritmias e infecções.
O paciente submetido à cirurgia cardíaca necessita de cuidados e exímio 
planejamento antes do tratamento odontológico, tanto pelo risco do 
desenvolvimento de endocardite infecciosa quanto pelo risco secundário da 
administração de anestésicos locais e anticoagulantes orais.
Portadores de cardiopatias, valvares ou congênitas, expostos a bacteremias 
tornam-se predispostos à endocardite infecciosa (EI), uma doença bastante 
18
MANUAL DE ODONTOLOGIA HOSPITALAR
grave, com alta taxa de mortalidade e morbidade e de custos hospitalares 
elevados.
A presença do cirurgião-dentista nos cuidados pré-operatórios de pacientes 
que serão submetidos à cirurgia cardíaca é indispensável. Torna-se obrigatório 
conhecer as anormalidades cardíacas e avaliar a necessidade do uso profilático 
de antibiótico para remoção desses possíveis focos de infecção de acordo com 
as recomendações da American Heart Association.
O exame odontológico deve atentar, especificamente, para detectar qualquer 
infecção aguda ou subaguda, como abscessos, fístulas, raízes residuais, 
periapicopatias e doenças periodontais ativas que aumentam as chances de 
bacteremia passageira, podendo provocar endocardite infecciosa no paciente 
suscetível e que ainda possam atrapalhar o pós-operatório do paciente.
Em indivíduos saudáveis, a bacteremia não causa, de modo geral, efeitos 
negativos, contudo, as consequências podem ser drásticas em doentes 
imunocomprometidos ou valvulopatas ou, ainda, em portadores de próteses 
cardíacas.
Segundo uma reportagem conjunta da American Heart Association e American 
Dental Association, os vasoconstritores não são contraindicados a pessoas 
com doença cardíaca controlada, desde que se tomem cuidados especiais, tais 
como: estudar as patologias do paciente, saber selecionar o sal anestésico e 
o vasoconstritor, optare realizar com mestria as técnicas anestésicas e não 
ultrapassar doses máximas recomendadas. A quantidade de vasopressor é tão 
pequena e seus efeitos são tão benéficos, no sentido do controle da dor e de 
se evitar a adrenalina endógena. O emprego da adrenalina em especialidades 
médicas é usado para comprometimento sistêmico e, por isso, sua dose é 0,5 
a 1,0 mg, enquanto um tubete anestésico com adrenalina a 1:100.000 contém 
apenas 0,018 mg e sua finalidade é local.
Situações de estresse, dor e tensão, o que é muito característico nos pacientes 
cardiopatas em UTI, podem produzir uma quantidade de adrenalina endógena 
maior que a administrada na anestesia local odontológica, quando a dosagem 
correta é respeitada. A dor é o principal fator responsável pelo estresse cirúrgico, 
logo a anestesia local deve ser bem realizada para que o paciente não sinta dor. 
Quando isso ocorre, a secreção de epinefrina e norepinefrina pelas glândulas 
adrenais pode aumentar cerca de 40 vezes, se comparada aos níveis basais, 
com o indivíduo em repouso, podendo levar a níveis pressóricos aumentados, 
mesmo no paciente com controle adequado prévio por meio de medicamentos. 
Assim, se o paciente estiver apto a tolerar o estresse do procedimento 
odontológico poderá receber anestesia local com vasoconstritor.
19
Sobretudo para o paciente com história de angina ou infarto agudo do miocárdio 
prévio, todo esforço deve ser empenhado para diminuir o estresse, por meio de 
uma anestesia eficiente e profunda para os procedimentos odontológicos. O 
cirurgião-dentista deve prescrever o uso de sedativos antes dos procedimentos 
odontológicos a esses pacientes, sempre que necessário. A prescrição de 
ansiolíticos (benzodiazepínico na véspera à noite e 1 hora antes do procedimento) 
ajuda no conforto e na estabilidade do paciente. A monitoração da pressão 
arterial e da frequência cardíaca deverá ser realizada antes, durante e nos 30 
minutos seguintes após o procedimento. 
O anestésico administrado em indivíduos com arritmias severas e 
descompensadas não deverá conter epinefrina. Além disso, a administração dos 
anestésicos deverá ser feita de maneira lenta e gradual, após aspiração inicial, 
evitando-se injeções intravasculares. Quando houver uma contraindicação 
absoluta do uso de vasoconstritores, pode-se optar pelas soluções anestésicas à 
base de mepivacaína 3% sem vasoconstritor, que proporcionam uma anestesia 
pulpar de até 20 minutos nas injeções infiltrativas e, nos bloqueios regionais, de 
até 30 a 40 minutos.
São condições cardiovasculares nas quais não é recomendado o uso de soluções 
anestésicas com epinefrina:
1. pacientes hipertensos com níveis pressóricos maiores do que 160 
mm Hg e 100 mm Hg, para a pressão arterial sistólica e diastólica, 
respectivamente; 
2. história recente de infarto agudo do miocárdio ou de cirurgia de ponte 
de artéria coronária; 
3. angina de peito instável (história de dor no peito ao mínimo esforço); 
4. certos tipos de arritmias cardíacas, apesar do tratamento adequado; 
5. insuficiência cardíaca congestiva não tratada ou não controlada.
O plano de tratamento odontológico deve ter como enfoque principal o atendimento 
multidisciplinar dos pacientes cardiopatas por meio de uma estreita relação de 
troca de informações entre o cardiologista e o cirurgião-dentista. 
20
MANUAL DE ODONTOLOGIA HOSPITALAR
Odontologia na neurologia e psiquiatria
Devem ser avaliados e assistidos pela equipe de Odontologia Hospitalar: 
• Pacientes psiquiátricos com doenças sistêmicas graves associadas;
• Doença psiquiátrica aguda que requerem internação imediata;
• Pacientes com patologias psiquiátricas que requeiram controle rigoroso 
farmacológico, devido às instabilidades comportamentais afetadas pelas 
interações e efeitos adversos dos medicamentos utilizados;
• Pacientes com transtornos mentais, tais como: transtornos factícios, 
comportamento manipulador, comportamento de autoinjúria e transtornos 
alimentares, enquanto requererem acompanhamento multidisciplinar em 
hospital de alta complexidade; 
• Pacientes com dores orofaciais crônicas que requeiram investigação 
diagnóstica multidisciplinar; 
• Pacientes com deficiência mental isolada ou associada a epilepsia ou 
síndromes, autismo, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, fobias 
e transtornos de humor e ansiedade que não colaboram com as técnicas 
de condicionamento comportamental e que apresentam a necessidade 
de várias sessões para a conclusão do tratamento odontológico, e pela 
complexidade de alguns procedimentos a depender também de sua 
condição sistêmica, opta-se pela sedação e ou anestesia geral.
As indicações da anestesia geral em pacientes com deficiência baseiam-se 
em 3 fatores fundamentais:
• Condições clínicas: pacientes com comprometimento físico, 
neuropsicomotor ou deficiente mental severos;
• Condição bucal: tratamento odontológico extenso, procedimentos 
invasivos complexos, extrações múltiplas;
• Condições comportamentais: pacientes ansiosos, com fobias, não 
cooperativos por problemas cognitivos ou psiquiátricos severos, transtornos 
de desenvolvimento (autismo).
Deve-se considerar sempre o contexto de vida familiar e social para elaboração 
de um plano de tratamento seguro e efetivo visando à recuperação da saúde 
bucal e melhora da saúde sistêmica, bem como da qualidade de vida, pois estes 
pacientes possuem necessidades de tratamento odontológico acumuladas pela 
dificuldade de acesso aos serviços especializados e à demanda reprimida nos 
serviços públicos que realizam essa assistência especializada.
21
Odontologia na pediatria hospitalar
São várias as situações que exigem a atuação do cirurgião-dentista em 
abordagens odontológicas em crianças no ambiente hospitalar. Especialmente as 
crianças com deficiência (PCD) que não permitem uma aproximação adequada 
no consultório odontológico devido a dificuldades no manejo comportamental. 
Deficiências motoras e intelectuais graves, alterações sistêmicas severas, 
síndromes e malformações genéticas com manifestações bucais, são algumas 
das condições que indicam o tratamento em hospital, por garantir a segurança 
de execução dos procedimentos com qualidade e monitoramento da condição 
clínica. 
A Lei n. 13002/2014 torna obrigatória a realização do protocolo de avaliação do 
frênulo da língua em bebês em todos os hospitais e maternidades do Brasil, a fim 
de diagnosticar e indicar o tratamento precoce das limitações dos movimentos 
da língua presa que podem comprometer as funções de sugar, engolir e falar. 
Este protocolo é dividido em história clínica, avaliação anátomo-funcional e 
avaliação da sucção não nutritiva e nutritiva com escores de 0 a 25 pontos. Se 
a soma total dos escores da avaliação anátomo-funcional do protocolo for igual 
ou maior que 7, pode-se considerar a interferência do frênulo nos movimentos 
da língua e orientar a família sobre a necessidade da cirurgia de liberação dele.
Esta avaliação inicial permite diagnosticar os casos mais severos e indicar 
a frenotomia lingual realizado pelo cirurgião-dentista habilitado, ainda na 
maternidade, para não comprometer a amamentação e/ou o desmame precoce 
do bebê. 
Odontologia na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
O atendimento odontológico a pacientes hospitalizados portadores de 
enfermidades sistêmicas contribui efetivamente para sua recuperação. A 
atuação da odontologia hospitalar na manutenção da saúde bucal dos pacientes 
de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) melhora o quadro sistêmico do paciente, 
diminuindo a proliferação de fungos e bactérias e consequentes infecções que 
representam risco para a saúde do paciente.
Os pacientes hospitalizados portadores de afecções sistêmicas muitas vezes se 
encontram totalmente dependentes de cuidados, portanto, impossibilitados de 
22
MANUAL DE ODONTOLOGIA HOSPITALAR
manter uma higienização bucal adequada, necessitando do suporte de profissionais 
da saúde para esta e outros tipos de tarefas. A aquisição e manutenção da saúdebucal, além de uma maior integração da odontologia e da medicina visando ao 
tratamento global dos pacientes se fazem necessárias em virtude da interferência 
direta da recuperação total do paciente.
Apesar da importância dos cuidados com higiene bucal em pacientes internados 
na Unidade de Terapia Intensiva, estudos e revisões sistemáticas mostram que esta 
prática ainda é negligenciada. A presença de biofilme microbiano na boca pode 
influenciar as terapêuticas médicas, devido aos fatores de virulência dos micro-
organismos que nela se encontram, os quais podem ser agravados pela presença 
de outras alterações bucais como a doença periodontal, cáries, necrose pulpar, 
lesões em mucosas, dentes fraturados ou infectados, traumas provocados por 
próteses fixas ou removíveis que podem trazer ao paciente repercussões na sua 
condição sistêmica. Para estas condições serem adequadamente tratadas, faz-se 
necessária a presença de um cirurgião-dentista em âmbito hospitalar como suporte 
no diagnóstico de tais alterações e como coadjuvante na terapêutica médica, seja 
na atuação em procedimentos emergenciais e/ou preventivos e curativos. 
A literatura tem demonstrado, de maneira clara e incisiva, a influência da condição 
bucal na evolução do quadro dos pacientes internados. A avaliação da condição 
bucal e necessidade de tratamento odontológico em pacientes hospitalizados exige 
o acompanhamento e intervenção do cirurgião-dentista, dentro das possibilidades, 
no controle do biofilme microbiano, da doença periodontal, na eliminação de cáries, 
diagnóstico de lesões bucais provenientes de infecções virais e fúngicas sistêmicas, 
de lesões traumáticas e de outras alterações bucais que representem risco ou 
desconforto aos pacientes hospitalizados. Uma das formas de se evitar as lesões 
bucais ocasionadas por doenças sistêmicas ou traumas, é o uso de protetores 
bucais, constituídos de material de fácil manipulação e adaptação, podendo ser 
removidos e inseridos na mesma posição e passível de higienização, afastando e 
protegendo os tecidos bucais da região dentária e de trauma. 
Sabe-se que os cuidados bucais, quando realizados adequadamente, reduzem 
o aparecimento de pneumonia associada ao uso de ventilação mecânica nos 
pacientes na Unidade de Terapia Intensiva. A participação do cirurgião-dentista 
na equipe multidisciplinar é de fundamental importância para a terapêutica e a 
qualidade de vida dos pacientes hospitalizados.
A presença de um cirurgião-dentista na Unidade de Terapia Intensiva, além de 
diminuir os vários tipos de infecções, reduz custos, tempo de internação e uso de 
antibióticos.
23
Apresentamos neste manual um anexo referente a modelo de AUTORIZAÇÃO 
para realização de procedimentos odontológicos na UTI.
Atribuições do cirurgião-dentista intensivista
• Identificar a doença primária e verificar o estado geral do paciente para 
estabelecer o protocolo odontológico;
• Diagnóstico e tratamento das condições bucais que possam colaborar 
para manutenção ou piora de desordens sistêmicas graves;
• Adequação do meio bucal, removendo focos de infecções;
• Diagnóstico e tratamento de lesões bucais e auxílio no tratamento de 
manifestações bucais oriundas de doenças sistêmicas;
• Determinar a condição de saúde bucal no momento da internação 
(presença de lesões cariosas e nível de doença periodontal);
• Controle de biofilme;
• Realizar o diagnóstico e o tratamento de infecções odontogênicas;
• Tratamento/remoção de fatores de retenção de placa que apresentem 
potencial de infeção, como raízes residuais, lesões de cárie abertas, 
restaurações e dentes fraturados que apresentem bordas cortantes, dentes 
com mobilidade acentuada, aparelhos ortodônticos fixos e próteses fixas e 
removíveis totais ou parciais insatisfatórias;
• Laserterapia em lesões de tecidos moles e duros da cavidade oral;
• Exodontia em casos de abscessos intraósseos de origem endodôntica;
• Drenagem de abscesso, através de incisão em ponto de flutuação;
• Moldagem e confecção de placas interoclusais para a proteção de 
dentes e mucosas;
• Realização de citologia esfoliativa/ biópsias;
• Capacitação e supervisão de equipes auxiliares para manutenção da 
saúde oral em pacientes internados motivando a higienização bucal com 
métodos mecânicos (escovação dentária, lingual e uso adequado do fio 
dental);
• Indicar técnicas especiais de profilaxia dentária e periodontal;
• Indicar e orientar o uso correto de enxaguatórios para remoção de 
biofilme microbiano e umidificação das mucosas com saliva artificial, se 
necessário;
• Realizar constante inspeção da boca e estruturas associadas;
24
MANUAL DE ODONTOLOGIA HOSPITALAR
• Elaboração de protocolos do tipo Procedimento Operacional Padrão 
(POP)
• Proporcionar conforto e assistência ao paciente.
Laserterapia na odontologia para pacientes oncológicos
Nas últimas décadas, o avanço da tecnologia tem propiciado o surgimento de 
novos equipamentos utilizados nas áreas de diagnóstico e terapêutica.
A palavra LASER é um acrônimo e revela seu próprio significado, (Light 
Amplification by Stimulated Emission of Radiation), referindo-se à amplificação 
da luz por emissão estimulada de radiação.
De maneira geral, aparelhos a laser podem ser classificados em duas famílias, 
conforme sua potência e sua ação nos tecidos, como: laser de baixa intensidade 
de energia com propósito terapêutico (muito utilizado em odontologia) e laser 
de alta intensidade de energia sendo principalmente utilizados em cirurgias por 
apresentar potencial de corte. Pesquisas também têm demonstrado a utilização 
do laser em baixa intensidade promovendo prevenção e recuperação mais 
rápida e menos dolorosa das sequelas do tratamento oncológico.
A tendência da odontologia é a incorporação de métodos menos invasivos com 
a finalidade de minimizar a dor e o desconforto durante e após as intervenções 
médico-odontológicas. Por isso, acredita-se que a laserterapia seja uma 
excelente opção de tratamento, já que apresenta múltiplos efeitos benéficos 
para os tecidos irradiados, como ativação da microcirculação, produção de 
novos capilares, efeitos anti-inflamatórios e analgésicos, além de estímulo 
ao crescimento e à cicatrização. Este procedimento garante ao paciente a 
possibilidade de poder se alimentar corretamente e de melhorar sua condição 
geral, que é fundamental para o sucesso do tratamento oncológico.
Uma vez avaliados os parâmetros físicos e biológicos para seu emprego, a 
laserterapia oferece muitos benefícios tanto relacionados com o tratamento 
da doença quanto à melhora do estado geral do paciente. Nesse sentido, os 
benefícios da laserterapia na odontologia para pacientes oncológicos, constitui-
se em um tratamento essencial na prevenção e tratamento da mucosite oral 
podendo ser utilizada isoladamente ou associada ao tratamento medicamentoso
Pode-se destacar o câncer de cabeça e pescoço compreendendo todos os 
tumores de lábio, cavidades oral e nasal, faringe, até a laringe e ouvido médio. 
É o terceiro tumor mais prevalente mundialmente e representa 7% dos 22,4 
milhões de indivíduos com o diagnóstico de câncer, excluindo o câncer de pele 
25
(não melanoma).
Os tratamentos utilizados para esta enfermidade envolvem três modalidades: 
cirurgia, radioterapia e quimioterapia, que podem ser administrados de forma 
exclusiva ou simultaneamente. Na maior parte das vezes, a terapêutica não 
diferencia as células tumorais, que se dividem rapidamente das células normais. 
Consequentemente, tanto a quimioterapia como a radioterapia produzem, 
com frequência, vários efeitos colaterais que se manifestam na cavidade 
oral, como cáries cervicais, xerostomia, disgeusia, infecções secundárias, 
osteorradionecrose, trismo e principalmente a mucosite.
A mucosite oral é a consequência mais comum do tratamento contra o câncer. 
É encontrada em aproximadamente 40% dos pacientes que são submetidos a 
quimioterapia e em quase 100% dos pacientes submetidos à radioterapia na região de 
cabeça e pescoço, apresentando-seem graus variáveis, além de ser a complicação 
mais comum em pacientes submetidos a transplante de medula óssea.
Caracteriza-se por condição inflamatória da mucosa que se manifesta na mucosa do 
trato gastrointestinal e da cavidade oral, através de eritema, ulceração, hemorragia, 
edema e dor. Além da importante sintomatologia, as ulcerações aumentam o risco 
de infecção local e sistêmica, e comprometem a função oral.
Além disso, as lesões de mucosite oral podem induzir a uma dor severa que necessite 
da administração de analgésicos opioides e coincidir com a fase de neutropenia e 
trombocitopenia, aumentando o risco de infecções e hemorragias orais.
Muitas vezes, em decorrência de sua morbidade, o tratamento antineoplásico 
sofre alteração ou é suspenso, interferindo, consequentemente, no controle da 
doença e na sobrevida do paciente.
Deste modo, a laserterapia se estabelece como uma ferramenta terapêutica 
essencial na prevenção e tratamento da mucosite oral. Sua aplicação é simples, 
atraumática, de baixo custo e pode ser empregada isoladamente, integrada ou 
como auxiliar ao tratamento medicamentoso da mucosite. 
Odontologia nos Cuidados Paliativos 
A odontologia é uma área de atuação em cuidados paliativos com foco nos 
pacientes com doença progressiva ou avançada cujos sintomas comprometem 
a cavidade bucal direta ou indiretamente. O objetivo principal é proporcionar 
melhoria na qualidade de vida aos pacientes, uma vez que a cavidade bucal 
frequentemente é o primeiro sítio a apresentar dor e perda de função. 
Indivíduos acometidos por uma doença que ameace a vida tem direito a 
assistência integral à saúde, com objetivo de controlar seus sofrimentos físicos, 
psicológicos, sociais e espirituais, conferindo a essas pessoas uma vida com 
26
MANUAL DE ODONTOLOGIA HOSPITALAR
melhor qualidade e dignidade.
Os pacientes em cuidados paliativos requerem atenção odontológica especial 
que incluem desde cuidados preventivos até procedimentos operatórios, 
proporcionando alívio de sofrimento e melhor qualidade de vida.
O cirurgião-dentista atua principalmente nos cuidados de conforto, cuidados 
odontológicos principais, tais como: 
• Alívio das dores orofaciais; 
• Prevenção e tratamento dos focos infecciosos oportunistas;
• Controle de quadros de sangramento bucal; readaptação e conserto de 
próteses dentárias que podem estar frouxas ou defeituosas;
• Prevenção e alívio nos efeitos da radioterapia e quimioterapia e controle 
da halitose e das alterações de saliva, entre outros.
O cirurgião-dentista tem como responsabilidade oferecer um tratamento bucal 
minucioso, evitando, assim, que esses pacientes apresentem comprometimento 
nutricional, contribuir para uma boca saudável livre de infecções e atuar com 
foco na sobrevida com qualidade. Deve ser realizada instrução de higiene bucal 
detalhada com a utilização de escovas dentais macias, para que não ocorra 
nenhuma agressão aos tecidos bucais a fim de controlar de forma efetiva o 
surgimento de biofilme bucal e, consequentemente, doenças e infecções. 
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30
MANUAL DE ODONTOLOGIA HOSPITALAR
ANEXO 
AUTORIZAÇÃO PARA PROCEDIMENTO ODONTOLÓGICO
Eu,____________________________________________________________,
CPF_________________, na condição de responsável pelo 
cliente_____________________________________, que se encontra internado 
na UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA, venho, por meio desta, autorizar a 
realização de procedimento odontológico (_____________________________
________), após discussão e anuência da equipe multidisciplinar.
Justificativa: 
Assim, firmo o presente termo.
____________________________________
 Assinatura do responsável
_______________________________________
Cirurgião-dentista - CRO XXXX
Cuiabá, ____/___/____.
CONSELHO REGIONAL
DE ODONTOLOGIA
DE MATO GROSSO
CONSELHO REGIONAL
DE ODONTOLOGIA
DE MATO GROSSO
MANUAL DE 
ODONTOLOGIA
HOSPITALAR
Rua 5, Q. 12, Lt. 7, St. A
Centro Político Administrativo - Cuiabá/MT - CEP: 78600-000
0800 723 2519
	Introdução
	O que é a odontologia hospitalar?
	Breve histórico referente à legislação 
	 Perfil profissional do cirurgião-dentista em ambiente hospitalar.
	Atribuições do cirurgião-dentista no ambiente hospitalar
	Áreas de atuação do cirurgião-dentista, segundo a patologia do paciente
	Odontologia nas coagulopatias 
	Odontologia e Diabetes Mellitus 
	Odontologia na nefropatia
	Transplante Renal
	Odontologia na hepatologia 
	Manifestações bucais em hepatopatas
	Intervenções odontológicas nas hepatopatias
	Transplante hepático
	Fármacos nas hepatopatias
	Odontologia na cardiologia
	Transplante cardíaco
	Odontologia na neurologia e psiquiatria
	Odontologia na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
	Laserterapia na odontologia para pacientes oncológicos
	Odontologia nos Cuidados Paliativos 
	Referências Bibliográficas

Outros materiais