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MAUS TRATOS CONTRA IDOSOS

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UNIS – CENTRO UNIVERSITÁRIO DO SUL DE MINAS
FISIOTERAPIA
MAUS TRATOS CONTRA IDOSOS
Alunos: Amanda Poliana dos Santos 
Daniele de Cassia Lúcio Roque 
Gabriel Henrique Junqueira
Karina Mantovani Prado
Maria Eduarda Ribeiro 
Samanta de Oliveira Costa 
Prof.ª Orientadora: Me. Mônica B. Ferreira 
VARGINHA
2022
MAUS TRATOS CONTRA IDOSOS
Seminários em Fisioterapia (Atualizações em Fisio) do Quinto período do curso de Fisioterapia do Unis – Centro Universitário do Sul de Minas, sob orientação da Professora Me. Mônica Beatriz Ferreira.    
VARGINHA
2022
MAUS TRATOS CONTRA IDOSOS
Amanda Poliana dos Santos¹ 
Daniele de Cassia Lúcio Roque¹ 
Gabriel Henrique Junqueira ¹ 
Karina Mantovani Prado¹ 
Maria Eduarda Ribeiro de Souza ¹ 
Samanta de Oliveira Costa ¹ 
Me. Mônica B Ferreira²
RESUMO
INTRODUÇÃO: O presente baseia-se em um estudo bibliográfico acerca da violência contra o idoso. A violência conta o idoso não é um fato novo, são muito negligenciados e desrespeitados. Os idoso se queixam de serem vítimas dos mais variados maus tratos e abusos em família e de seus cuidadores, como instituições públicas e privadas onde a família os deixam esquecidos. Citam desde insultos, agressões verbais e físicas, como também castigos em cárceres privado, abandono material, apropriação indébita de bens, suas próprias residências, ameaças e morte. OBJETIVO: Objetiva-se abranger o assunto com base nas evidências em literaturas estudadas, os fatores apontados como fontes que fortalecem as inúmeras modalidades de maus tratos causados aos idosos. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão da literatura na qual a síntese de informações provirá de pesquisas científicas nas plataformas digitais como Google Acadêmico, Scielo, PubMed, ressalta-se ainda buscas em livros digitais e em outras fontes de informação como exemplo, o site do COFFITO, no qual foram utilizados os seguintes descritores: envelhecimento, fisioterapia, saúde, políticas públicas. A pesquisa foi realizada nos meses de março a abril do vigente ano. CONCLUSÃO: que a violência familiar contra o idoso é uma realidade em nossa sociedade, e que muitas são as leis que o protegem, porém, nem sempre elas são efetivas, pois, na grande maioria a violência contra o idoso não é denunciada, é negligenciada. Entendemos a relevância da fisioterapia ao identificar os processos decorrentes do envelhecimento e atribuir esse fator ao desfecho de mais uma etapa da vida do indivíduo.
Palavras-chaves: Envelhecimento. Fisioterapia. Saúde. Políticas Públicas.
Fisioterapia. Centro Universitário do Sul de Minas – Unis 1
Docente. Centro Universitário do Sul de Minas – Unis 2 
1 INTRODUÇÃO 
Segundo Pillemer et al 2016, a violência contra pessoas idosas (VCPI) é um fenômeno internacional crescente. Nenhuma sociedade está imune ao aparecimento desta desse fenômeno fisiológico, um grande problema de saúde pública de preocupação mundial, especialmente nas últimas décadas.
A crescente população de idosos em todo o mundo nos levou a refletir sobre os direitos fundamentais de todas as pessoas consagrados na constituição brasileira. Embora alguns desses direitos de cuidados aos idosos não sejam respeitados pelos próprios humanos em alguns casos, esses direitos existem e devem ser levados a sério.
A sociedade de todos está vivendo mais, então haverá cada vez mais idosos, isso não deve ser visto como um problema, mas deve ser visto como uma grande conquista da humanidade. Não basta viver mais, é preciso qualidade de vida, dignidade, sabedoria e respeito para que os jovens continuem sendo úteis à sociedade (BORN, 2008).
Ao longo da história humana, a violência doméstica sempre existiu, mas só foi no século XX, passou a merecer a atenção dos profissionais de saúde. Atualmente, pesquisadores buscam cada vez mais compreender as causas da violência contra os idosos, tanto pelo aumento da expectativa de vida quanto pelo fato de as famílias serem identificadas como o principal contexto em que ocorre a violência. Apesar dos enormes desafios a saúde pública do Brasil continua líder, com avanços significativos na implementação de nova política de combate à violência contra o Idoso (WANDERBROOCKE et al, 2012). 
De acordo com Paiva et al 2015, foram identificados como fatores de risco para VCPI: idade avançada, sexo feminino, baixo suporte familiar, ambiente socioeconômico adverso, humor deprimido, isolamento social, estresse do cuidador, desrespeito às relações intergeracionais, comprometimento cognitivo e físico, psicológico, financeiro e funcional dependente da velhice.
Os idosos têm muitos desafios a serem superados todos os dias, portanto, suas necessidades básicas e de seus cuidadores precisam ser respeitadas. Viver e envelhecer com dignidade é um direito fundamental, portanto, os direitos humanos devem se aplicar à juventude e à velhice. (BORN, 2008). 
Envelhecer não é sinônimo doença, dependência e luto ou isolamento social, embora seja assim que acontece; deveriam ser vistos como um processo patológico, alterações fisiológicas inerentes ao indivíduo (VONO, 2011).
No Brasil, idoso é qualquer pessoa com idade igual ou superior a 60 anos, conforme estabelecido pelo Estatuto do Idoso (Lei nº 10741, 1 de outubro de 2003). 
E ainda no Art. 19 do Estatuto do Idoso (Lei nº 10741/2003 alterada pela lei nº 12461 de 2011), prevê que os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra a pessoa idosa serão objetos de notificação compulsória pelos serviços de saúde pública e privados à autoridade sanitária, bem como serão obrigatoriamente comunicados por eles a quaisquer dos seguintes órgãos: I - autoridade policial; 15 II - Ministério Público; III - Conselho Municipal do Idoso; IV - Conselho Estadual do Idoso; V - Conselho Nacional do Idoso.
De acordo com Sales 2014, a violência contra os idosos pode ser física, sexual, emocional e/ou Psicologicamente, também inclui negligência e exploração econômica. promove efeitos negativos saúde, aumento da morbidade e mortalidade, risco de lesões e uma série de problemas de saúde.
Como resultado, a violência e os abusos contra os idosos aumentam proporcionalmente à medida que a população idosa continua a crescer, juntamente com as leis e as devidas punições pelos crimes cometidos. Embora existam leis destinadas a proteger os idosos, o que é realmente necessário é a conscientização individual dos cuidados aos idosos.
Por se tratar de um fenômeno raramente reconhecido e relatado, o enfrentamento do VCPI requer uma abordagem multidisciplinar. Os profissionais de saúde têm grande responsabilidade nessa situação, pois estão em contato com as vítimas nos serviços de saúde e em casa, o que pode desencadear mecanismos efetivos de proteção e enfrentamento (LOPES et al 2018).
Nesse sentido, de acordo com a Política Nacional de Saúde do Idoso (PNSPI) Portaria nº 2.528, determina que todo profissional de saúde deve melhorar a qualidade de vida do idoso desenvolvendo ações que abrangem desde a atenção básica até a reabilitação. Além disso, a Política Nacional de Redução das Taxas de Mortalidade por Acidentes e Violências (PNRMAV), Portaria nº 737 enfatiza o papel da reabilitação das sequelas e incapacidades causadas pela violência, proporcionando condições para sua reinserção no convívio social familiar e facilitando a conquista da independência individual na a nova situação.
De acordo com Aveiro et al (2012), o fisioterapeuta é um profissional que atua na prevenção, promoção da saúde e reabilitação do idoso, estabelecendo vínculos permanentes com o idoso e, muitas vezes, integrando-se ao seu ambiente domiciliar, onde os agressores são mais comumente identificados. Assim, esse profissional está apto a intervir em todo o contexto do VCPI: desde a prevenção e triagem de casos até a recuperação de sequelas funcionais de situações de violência a que muitos idosos sofrem.
Assim, os pesquisadores, propuseram-se a buscar sobre o assunto com base nas evidências em literaturas estudadas, os fatores apontados como fontes que fortalecemas inúmeras modalidades de maus tratos causados aos idosos. Podendo ver que o caminho que estão traçando é de infinitas possibilidades, quanto a sua profissão sobre a conduta do Fisioterapeuta frente a um caso de maus tratos ao idoso.
2. MAUS TRATOS CONTRA IDOSOS 
De acordo com Pereira 2018, a violência contra a terceira idade é uma infração dos direitos humanos, tornando-se uma alavanca de problemas de saúde, delimitação do rendimento, exílio e descrença. Entretanto, o mal trato ao idoso reiteradamente é escuso pela vítima em virtude do palanque onde a família por muitas vezes é direcionada, o que favorece para que a violência seja sempre acobertada. Defronte a tal, é sucedido que as negligências aos idosos retrata um casto empeço, dado que é irregularmente indiciada e constatada, transformando as consequências em enormes magnitudes. 
Quando se fala de violência genericamente, é intuitivo pensar na agressão física, em especial quando trata-se de um idoso. Os maus tratos psicológicos, abusos sexuais, violência financeira e o leque de negligências direcionadas à terceira idade, tornou-se um dos grandes fatores para um envelhecimento mazelado, decorrendo em frequentes hospitalizações, suscetível saúde física e psíquica e a morte prematura (KAPLAN et al 2021). 
Segundo Minayo (2005), pode-se definir violência ou maus tratos à população idosa, em: 
Violência física: é o uso da força física para obrigar os idosos a fazerem coisas que não querem, ferindo-os, causando dor, incapacidade ou morte. 
Violência psicológica: Corresponde à agressão verbal ou gestual visando intimidação, humilhação, restrição da liberdade ou isolamento do convívio social.
 Violência Sexual: Refere-se aos atos ou jogos sexuais de personagens de relacionamentos do mesmo sexo ou do sexo oposto, utilizando adultos mais velhos. Esses abusos visam obter excitação, relações sexuais ou comportamento pornográfico por meio de aliciamento, violência física ou ameaças. 
Abandono: Esta é uma forma de violência em que o governo, agência ou funcionários da família não prestam cuidados ou abandono a idosos que precisam de proteção e assistência. 
Negligência: A recusa ou omissão do cuidado devido e necessário a um idoso por um familiar ou responsável institucional. A negligência é uma das formas de violência mais comuns no país, e muitas vezes está ligada a outros abusos que causam danos e traumas físicos, emocionais e sociais, especialmente para aqueles em situação de dependência múltipla ou deficiência. 
Autonegligência: A recusa de uma pessoa idosa em prestar os cuidados necessários, ameaçando assim a sua própria saúde ou segurança. 
Violência Financeira ou Econômica: Inclui exploração inadequada ou ilegal ou uso não consensual de recursos financeiros e patrimoniais por idosos. 
Violência por drogas: é o manejo de medicamentos inapropriados, aumentados, diminuídos ou excluídos por familiares, cuidadores e profissionais. 
De acordo com a secretaria de saúde do estado do Rio Grande do Sul (2016), por vezes se torna aparente os maus tratos ao idoso, entretanto, ainda ocorrem situações onde não se é perceptível detectar a olho nu. Em razão das limitações que a idade avançada proporciona, o idoso apresenta uma completa dependência física e mental, sendo ainda mais vulnerável e propício a passar por situações de abuso. Ocasionalmente, o responsável pelos atos de atrocidade forceja de diversas formas encobrir as negligências, sendo corriqueiro em forma de ameaças e subornos psicológicos, constantemente sendo praticado por familiares ou cuidadores. Não obstante à toda balbúrdia que a violência deveria acarretar, por hora se tem a devida atenção dos ministérios para uma maior proteção aos afetados. 
Minayo (2006) aponta, que a violência é um fato abalizado sócio-histórico e conduz o desenvolvimento da humanidade, porquanto por si só, não sugere a uma questão de saúde pública, contudo não deixa de ser um estorvo por concernir a saúde individual e coletiva, intimado para sua diligência e cuidado, a concepção de políticas singularizadas e o arranjo de práticas e de serviços intrínsecos ao setor.
O Decreto nº 12.461/2011 estabelece que os casos suspeitos ou confirmados de violência contra o idoso devem ser obrigatoriamente notificados pelos serviços públicos e privados de saúde às autoridades sanitárias e aos seguintes serviços: autoridades policiais; ministérios públicos; Conselho Municipal do Idoso; Conselho Estadual do Idoso e Conselho Nacional do Idoso.
O Ministério da Saúde mencionou que as formas de violência requerem atenção para os sinais de sua ocorrência. O comportamento agressivo de um familiar e sua falha em prestar os cuidados de que o idoso necessita são sinais que precisam ser analisados ​​nas relações familiares (Brasil, Ministério da Saúde, 2002).
2.1 ETIOLOGIA E EPIDEMOLOGIA 
A violência sempre se fez presente desde os primórdios da humanidade, sendo constituída em uma relação de superioridade entre os mais fortes contra um grupo, o qual é considerado como o mais vulnerável, tendo como exemplo a violência contra os idosos. Sendo notório nas últimas décadas o aumento significativo dos fenômenos relacionados a violência na sociedade. Configura-se como um problema social e histórico, devendo, portanto, ser analisada como um objeto de atenção especial para a saúde pública, no que diz respeito a criação de projetos e táticas em prol do confronto a tal violência (MUZA, 1994).
Apesar da violência contra a pessoa idosa estar presente desde o início, teve-se os primeiros relatos com o tema “maus tratos cometidos contra os idosos” a partir do ano de 1975, dados em revistas científicas britânicas. No brasil, o surgimento de tal assunto, se deu de forma recente, nas últimas décadas, devido ao grande número de pessoas idosas na população e, de forma igualitária, o aumento das denúncias contra essa prática (SOUSA et al, 2010).
Dentre os segmentos mais atingidos pela violência, estudos mostram que, destaca- se os idosos. Isso ocorre devido as desvantagens desses grupos em relação aos outros segmentos, principalmente no quesito força física, e a configuração das situações em diversos lugares, principalmente nas questões familiares. 
A literatura científica nacional torna evidente que o contexto familiar e a residência dos idosos, são os principais lugares de ocorrência da violência, destacando-se o abuso físico, psicológico e a negligência, as principais formas em destaque (SHIMBO et al, 2011).
De modo geral a violência ao idoso deve ser vista sob três divisões: epidemiológica, sócio antropológica e demográfica. Em uma visão antropológica e cultural, vale ressaltar que a idade cronológica apresenta novos direitos e deveres em diferentes contextos históricos, atribuindo dessa forma poderes para cada ciclo da vida, o que gera também um desinteresse político e social relacionado a essa parte populacional, expresso de forma discriminatória, tornando a violência visível (MINAYO, 2004).
De forma epidemiológica, evidencia por meio de dados a magnitude da violência, utilizando conceitos e padrões de referências estabelecidos pela OMS (Organização Mundial da Saúde), trazendo resultados relacionados as agressões, acidentes, traumas e lesões. Por fim, a visão demográfica se dá devido ao aumento populacional de idosos e suas implicações. 
O Ministério da saúde aponta através de dados epidemiológicos, referente ao ano de 2005, que no Brasil, cerca de 27% das internações, mediante aos 93 mil idosos, acontecem por meio da violência e também agressões. Essas chegam ao SUS (Sistema Único de Saúde) de forma mais explícita, mas também ocorre casos discriminados, os quais referem-se ao ambiente intrafamiliar, sendo complexos e delicados, pois envolvem relações, sentimento de insegurança, conflitos de proximidade e afetividade, medo e compulsão de proteção em defesa ao agressor (PASINATO et al, 2006).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um a cada seis idosos sofrem algum tipo de violência a nível mundial, o que representa de forma estatística que 16% das pessoascom uma idade maior que 60 anos sofrem algum tipo de abuso. (Organização Mundial da Saúde, 2017).
De acordo com as análises realizadas pelo artigo: “Maus-tratos a idosos no Brasil: uma revisão integrativa”, têm-se como os principais tipos de violência contra os idosos: a psicológica, correspondendo a 28% e a física com o mesmo percentual, logo em seguida apresenta 20%, relacionado a violências não descritas, 12% refere-se a financeira, e apresenta também, a outros tipos de violência, o mesmo total de 12%. Seguindo os dados diante de tal artigo, cerca de 65,5% das pessoas que sofrem são mulheres, representando, portanto, a maior parte. Em seguida 7,7 % referem-se aos idosos do sexo masculino e 26,9% não especificados (LOPES et al, 2018).
Outro fator observado, trouxe informações sobre a relação de proximidade entre a vítima e o agressor, tendo em vista que 28% do total do abuso são cometidos pelos filhos, tendo a residência como o local com maior índice, representado por 60%, sendo o principal local de violência. Entre as justificativas mediantes a esses valores, destaca-se o contexto familiar, o qual muita das vezes, torna-se estressante e contém a presença de pessoas que de alguma forma estão despreparadas e não sabem lidar com os idosos (LOPES et al, 2018).
O disque 100, o qual é um serviço que foi disponibilizado em prol da segurança dos idosos, registrou mais de 33 mil denúncias de abuso e agressão contra o idoso, no ano de 2017, destas denúncias 76,84% são de negligência, 56,47% envolvem algum tipo de violência psicológica e 42,82% estão ligadas as questões financeiras. Tendo a maior parte dos casos (76,3%), ocorrendo dentro da própria residência da vítima. Em 2019, houve um aumento de 13% relacionados as denúncias de violência contra os idosos, registradas novamente pelo disque 100, em relação ao ano de 2018. De acordo com a assessoria de imprensa, tal serviço recebeu 37454 notificações, apresentando desse total 85,6% das agressões ocorreram nas casas das vítimas, pelos filhos e netos (Disque 100, 2019).
Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre os anos de 2012 a 2017, ocorreu um grande salto da população idosa no país, o número passou de 25,4 milhões para mais de 30,2 milhões de pessoas, correspondentes a um percentual de aumento de 19,5%. No mesmo período, cresceu também de forma significativa a presença de homens e mulheres com mais de 60 anos, em lugares que acolhem pessoas abandonas, como albergues públicos, em um total de 33%, tendo em vista, portanto, que o país carece de projetos que reforcem os cuidados prolongados e a assistência na velhice (VILARDAGA et al 2018).
2.2 FISIOTERAPIA E MAUS TRATOS CONTRA IDOSOS 
No contexto atual, pouco ainda se discute sobre a conduta do Fisioterapeuta frente a um caso de maus tratos ao idoso. Há de se considerar que, estudos a respeito do tema principalmente na área da Fisioterapia são muito escassos. Devido a pressuposição dos profissionais de que precisam trabalhar apenas com as lesões físicas e em seguida passar para outro profissional a responsabilidade pela situação de violência (RIBEIRO et al 2010).
Por ser uma situação pouco reconhecida e denunciada, o enfrentamento da VCPI requer um tratamento multidisciplinar. Onde os profissionais de saúde têm uma incumbência significativa nessa situação, uma vez que mantêm contato direto com as vítimas nos serviços de saúde e residências, podendo elaborar mecanismos de proteção e enfrentamento efetivos (LOPES et al 2018).
Sabe-se que, o fisioterapeuta é um profissional que atua na prevenção de agravos, promoção da saúde e reabilitação da pessoa idosa, estabelecendo vínculo contínuo com essa população, e, muitas vezes, integrando-se ao âmbito familiar, onde se e mais comum encontram os agressores. A partir disso pressupõe-se que o profissional está capacitado para atuar em todo o contexto da VCPI, desde a prevenção e triagem até a reabilitação de sequelas funcionais provenientes da violência (AVEIRO et al, 2011).
Segundo AVEIRO et al, 2011 as intervenções fisioterapêuticas direcionadas à pessoa idosa em situação de violência descritas na literatura envolvem: educação em saúde, medidas no estresse do cuidador, recursos comunitários, rastreamento/triagem, avaliação, identificação, plano terapêutico: exercícios terapêuticos para manutenção de independência funcional e boa forma, reabilitação de atividades funcionais e habilidades de autocuidado, além de medidas de conservação de energia e recomendações de dispositivos auxiliares e a denúncia.
Na esfera ética, os fisioterapeutas respondem pelo Código de Ética e Deontologia do Conselho Federal de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional (COFFITO, 2013), que institui que “o fisioterapeuta deve comunicar ao responsável pela instituição em que trabalha ou a uma autoridade competente, sobre o acontecimento de que tenha conhecimento que seja caracterizado como crime, contravenção ou infração ética.
De acordo com Dias et al 2020, em virtude dos fatos mencionados, os fisioterapeutas contribuem com ações específicas e significativas para esse problema, em especial, no que se referem ao planejamento fisioterapêutico e reabilitação, e que compõe o diferencial desses profissionais no cenário da VCPI, necessitando serem divulgadas entre pesquisadores e profissionais da prática. Visto isso, torna-se relevante ressaltar a necessidade de estudos na área que possam orientar os profissionais, para que estes consigam ter uma melhor conduta frente a uma situação de maus tratos contra pessoas idosas.
3 JUSTIFICATIVA
Ampliar conhecimentos nesta área, para proteção da população idosa, educação permanente aos profissionais de saúde, tal como fisioterapeutas e o profissional médico ao atendimento ao idoso vítima de violência.
4 OBJETIVO GERAL
Dessa forma objetiva-se abranger o assunto com base nas evidências em literaturas estudadas, os fatores apontados como fontes que fortalecem as inúmeras modalidades de maus tratos causados aos idosos. Podendo ver que o caminho que estão traçando é de infinitas possibilidades, quanto a sua profissão sobre a conduta do Fisioterapeuta frente a um caso de maus tratos ao idoso.
5 OBJETIVO ESPECÍFICO
· Identificar estratégias preventivas de intervenção da fisioterapia para evitar os maus tratos aos idosos.
· Em estudos futuros verificar a percepção do acadêmico de Fisioterapia do 5º período quanto a sua profissão sobre a conduta do Fisioterapeuta frente a um caso de maus tratos ao idoso. 
· Verificar a ocorrência de maus tratos em idosos, levantando fatores possivelmente relacionados, os agressores e lesões causadas.
· Debater a questão da violência contra idosos, conscientizar a sociedade, família e o próprio idoso sobre a luta contra a violência e maus tratos a pessoa idosa.
6 MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de uma revisão da literatura na qual a síntese de informações provirá de pesquisas científicas nas plataformas digitais como Google Acadêmico, Scielo, PubMed. Ressalta-se ainda buscas em livros digitais e em outras fontes de informação como exemplo, o site do COFFITO, no qual foram utilizados os seguintes descritores: envelhecimento, fisioterapia, saúde, políticas públicas. A pesquisa foi realizada nos meses de fevereiro a março do vigente ano.
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Cuidar dos outros é uma tarefa complexa que exige entrega, disposição, escuta e sensibilidade aos sinais de angústia. O envelhecimento é um processo contínuo que envolve grandes mudanças na vida cotidiana. As pessoas mais velhas muitas vezes sofrem em silêncio porque não sabem a quem pedir ajuda e, finalmente, aceitar suas circunstâncias. 
Entendemos a relevância da fisioterapia ao identificar os processos decorrentes do envelhecimento e atribuir esse fator ao desfecho de mais uma etapa da vida do indivíduo. Implementar ações educativas que incluam equipes de cuidado e cuidadores e/ou familiares envolvidos no cuidado ao idoso para garantir um envelhecimento com qualidade. 
Vale ressaltar que o escopo de investigação nesta área tem se expandido, paraproteger a população idosa, para proporcionar educação de longo prazo de profissionais de saúde e profissionais médicos, para cuidar de idosos vítimas de violência e implementar políticas públicas.
A importância da pesquisa, no entanto, ela apresenta algumas limitações. A utilização de dados secundários não reflete o verdadeiro quadro de violência contra idosos na cidade, pois depende se a vítima ou seu responsável tem histórico de violência. 
Por meio das exposições desta revisão, concluiu-se que é de extrema importância garantir que a vida dos idosos seja livre de violência e, diante disso, os órgãos públicos e os serviços de saúde devem estar intimamente ligados para garantir uma ação efetiva, seja na busca de proatividade, prevenindo ou abordando a violência encontrada. Uma vez que o Estado e todos os cidadãos têm a obrigação de garantir o respeito e a dignidade que as pessoas idosas merecem, torna-se importante sensibilizar a sociedade civil, especialmente os jovens, para procurar quebrar o preconceito e eliminar de uma vez por todas a violência contra esta idade grupo.
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
______Brasil. Ministério da Saúde. Estatuto do Idoso / Ministério da Saúde - 3. ed., 2. reimpr. - Brasília, 2013. Disponível: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estatuto_idoso_3edicao.pdf. Acesso: 23/03/2022.
______. Lei n. 12.461, de 26 de julho de 2011. Altera a Lei n. 10.741, de 1º de outubro de 2003, para estabelecer a notificação compulsória dos atos de violência praticados contra o idoso atendido em serviço de saúde. Diário Oficial da União, Brasília, 27 jul. 2011. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12461.htm>. Acesso em: 20/03/2022.
______. Ministério da Saúde. Violência intrafamiliar: orientações para a prática em serviço. Cadernos de Atenção Básica nº 8, Brasília/DF, 2002: Disponível: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd05_19.pdf. Acesso: 21/03/2022
ALVES CS, Serrão C. Fatores de risco para a ocorrência de violência contra a pessoa idosa: revisão sistemática. 6(2):58-71. PAJAR. 2018. 
AVEIRO MC, Aciole GG, Driusso P, Oishi J. Perspectivas da participação do fisioterapeuta no Programa Saúde da Família na atenção à saúde do idoso. Ciênc Saúde Colet. 16(S1):1467-78. 2011. Disponível em; https://www.scielo.br/j/csc/a/YHghm95mMXbbSLb6JNrMCJN/?lang=pt. Acesso em: 19 mar.2022
Balanço anual do Disque 100 registra aumento de 13% em denúncias de violações contra a pessoa idosa. Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Brasília, 12 jun. 2019. Disponível em: https://www.mdh.gov.br/todas-as-noticias/2019/junho/balanco-anual-do-disque-100-registra-aumento-de-13-em-denuncias-de-violacoes-contra-a-pessoa-idosa. Acesso em: 21 mar. 2022.
BORN, Tomiko. Manual do Cuidador da Pessoa idosa: cuidar melhor evitar a violência. Secretaria dos Direitos Humanos, Sub Secretaria de Promoção e Defesa dos direitos Humanos. Brasília, 2008. 
Brasil. Portaria nº 2.528, de 19 de outubro de 2006. Aprova a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. Diário Oficial da União. 20 out. 2006.
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DIAS, P.L.A,; ALMEIDA, M.A.; SCHVEITZER, C. M.; SOUTO, Q. R. Intervenções fisioterapêuticas direcionadas à pessoa idosa em situação de violência: uma revisão de escopo. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia 15 p 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbgg/a/dcVS84X4Zr9RpCjJ4QSjgmp/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 19 mar. 2022. 
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