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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
COMARCA DE MARTINÓPOLIS
FORO DE MARTINÓPOLIS
2ª VARA JUDICIAL
RUA JOSÉ HENRIQUE DE MELO, 158, Martinópolis - SP - CEP 
19500-000
Horário de Atendimento ao Público: das 12:30h às 19:00h
 
1500723-78.2019.8.26.0583 - lauda 1
SENTENÇA
Processo Digital nº: 1500723-78.2019.8.26.0583
Classe - Assunto Ação Penal - Procedimento Ordinário - Tráfico de Drogas e Condutas Afins
Autora: Justiça Pública
Réus: Gilson Rafael Almeida Mattos, Danilo Justino da Paz e Fillipe Paulista 
Milagres Lopes
Juiz de Direito: Dr. Alessandro Correa Leite
1. RELATÓRIO
Vistos.
O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO ajuizou a presente 
ação penal em desfavor de GILSON RAFAEL ALMEIDA MATTOS, DANILO JUSTINO DA 
PAZ e FILLIPE PAULISTA MILAGRES LOPES, todos já qualificados nos autos.
Narra a denúncia, em síntese, que, em data anterior ao dia 31 de julho de 2019, em 
local incerto, os denunciados associaram-se para o fim de praticar crime de tráfico ilícito de 
entorpecente.
Aponta a denúncia, ainda, que, em data incerta até o dia 31 de julho de 2019, os 
denunciados guardaram e transportaram 399,04 kg de Cannabis Sativa L (maconha), 
acondicionados em 511 tijolos, para entrega ao consumo de terceiros, sem autorização e em 
desacordo com determinação legal e regulamentar.
Consta da acusação, também, que, em data incerta, mas anterior ao dia 31 de julho 
de 2019, os denunciados adulteraram o sinal identificador do veículo automotor VW/Gol, cor 
branca, placas QPO/7926, de Belo Horizonte-MG.
Segundo consta, após averiguação, ficou apurado que os acusados se conheciam e 
decidiram se associar para traficar ilicitamente entorpecentes. DANILO residia na cidade de 
Campo Grande/MS. GILSON e FILLIPE residiam no Estado de Minas Gerais. Deste modo, os 
denunciados combinaram que realizariam o transporte de drogas provenientes dos Estados do 
Mato Grosso do Sul e de São Paulo para o Estado de Minas Gerais.
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
COMARCA DE MARTINÓPOLIS
FORO DE MARTINÓPOLIS
2ª VARA JUDICIAL
RUA JOSÉ HENRIQUE DE MELO, 158, Martinópolis - SP - CEP 
19500-000
Horário de Atendimento ao Público: das 12:30h às 19:00h
 
1500723-78.2019.8.26.0583 - lauda 2
Conforme relatado na peça acusatória, para viabilizar a empreitada ilícita, os 
denunciados acondicionaram as drogas acima mencionadas no veículo VW/Gol, de cor branca, 
placas QPO/7926, Belo Horizonte-MG, que seria conduzido por DANILO. Enquanto GILSON e 
FILLIPE seguiriam em carros separados, a fim de dar cobertura ao comparsa, atuando como 
“batedores”.
Asseverou o Parquet que, para tentar despistar eventual ação policial, os acusados 
substituíram a placa do veículo que era conduzido por DANILO por uma placa de outro veículo, 
adulterando, assim, o sinal identificador do referido automóvel.
Aduziu, ademais, que, no dia 31 de julho de 2019, os policiais militares 
rodoviários, após receberem informação (via Polícia Federal) de que indivíduos de Minas Gerais 
estariam a transportar droga nesta região, avistaram os denunciados DANILO e FILLIPE saindo 
do local dos fatos (Hotel Ouro Verde), nesta urbe, onde estavam hospedados. Os policiais militares 
decidiram abordá-los e, durante a revista ao veículo conduzido por DANILO, os policiais 
encontraram, no porta-malas e sobre o banco traseiro, as drogas acima descritas, bem como, ainda 
no interior desse automóvel, foi apreendido o par de placas verdadeiras do veículo, oportunidade 
em que foi constatada a adulteração referida. Durante a abordagem, DANILO e FILLIPE 
revelaram que o outro comparsa, GILSON, estava no interior do hotel. Verificou-se que GILSON 
estava em poder do veículo VW/Gol, de cor vermelha, placas QPR/2454, Belo Horizonte-MG, e 
FILLIPE, do automóvel VW/Gol, de cor cinza, placas QQX/7783, Belo Horizonte-MG, os quais 
eram conduzidos para assegurar o transporte da droga por DANILO, no outro veículo. Por fim, foi 
apreendida em poder dos denunciados a quantia total de R$ 2.141,00 em espécie, além de 06 
aparelhos celulares.
Os acusados foram autuados em flagrante (fls. 05/06). Em audiência de custódia, 
tiveram suas prisões em flagrante convertidas em prisões preventivas (fls. 103/106).
Decisões de fls. 163/164 e 286 mantiveram as prisões preventivas.
Notificado, o acusado DANILO apresentou defesa prévia (fls. 299/300), alegando, 
em suma, que somente foi pago para transportar a droga da cidade de Presidente Epitácio-SP até 
São José do Rio Preto-SP. Alegou, ainda, que iria receber a quantia de R$ 5.000,00 após chegar no 
destino final com o entorpecente. Pugnou pelo reconhecimento da confissão espontânea, com os 
benefícios atinentes. Requereu, ainda, os benefícios da justiça gratuita.
Notificado, o acusado GILSON apresentou defesa prévia (fls. 303/312). Em 
preliminar, arguiu ilegitimidade passiva. Sustentou que não tem nenhum envolvimento com os 
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
COMARCA DE MARTINÓPOLIS
FORO DE MARTINÓPOLIS
2ª VARA JUDICIAL
RUA JOSÉ HENRIQUE DE MELO, 158, Martinópolis - SP - CEP 
19500-000
Horário de Atendimento ao Público: das 12:30h às 19:00h
 
1500723-78.2019.8.26.0583 - lauda 3
outros corréus. Alegou que não há provas nos autos que comprove seu vínculo ao tráfico de 
drogas. Pugnou pela rejeição da denúncia, pelo acolhimento da preliminar arguida, os benefícios 
da justiça gratuita e, ao final, requereu a absolvição sumária.
Notificado, o acusado FILLIPE apresentou defesa prévia (fls. 313/319). Afirmou 
que atuou como “batedor” para DANILO, porém negou envolvimento com o réu GILSON. Alegou 
que iria receber a quantia de R$ 5.000,00 no momento da entrega do veículo, na cidade de São 
José do Rio Preto-SP. Declarou que não há provas nos autos que comprove seu vínculo ao tráfico 
de drogas. Por fim, pleiteou pela rejeição da denúncia e a concessão da justiça gratuita.
A denúncia foi recebida por decisão prolatada no dia 02 de outubro de 2019 (fls. 
338/339), sendo também designada audiência de instrução e julgamento.
Às fls. 390/472 sobreveio incidente processual de restituição de coisas 
apreendidas, por meio da qual a empresa UNIDAS S/A postulou a entrega dos três veículos 
apreendidos pela polícia civil.
Em audiência de instrução foram ouvidas testemunhas e interrogadosos réus.
Por decisão prolatada em 28/01/2020 (fls. 511/513) a prisão preventiva dos réus 
foram mantidas, aguardando a apresentação das alegações finais por escrito.
Por decisão prolatada às fls. 575/578 o pedido de restituição dos veículos 
formulado pela empresa UNIDAS S/A foi deferido, restando indeferido o pedido do Ministério 
Público para fins de requisição de folhas de antecedentes e certidões criminais dos réus junto ao 
Estado de Minas Gerais.
Encerrada a instrução processual, o Ministério Público, em memoriais, pugnou 
pela procedência do pedido condenatório, nos termos da denúncia (fls. 599/610).
A defesa de GILSON RAFAEL, em memoriais (fls. 617/637), sustentou, em suma, 
que o referido réu não praticou nenhum dos crimes pelos quais foi denunciado, haja vista que 
sequer estava envolvido com os demais réus. Pugnou pela aplicação do princípio "in dubio pro 
reo", requerendo a absolvição.
A defesa de FILLIPE, em memoriais (fls. 638/654), sustentou, em síntese, que 
realmente agiu como "batedor" no transporte da droga realizado pelo corréu DANILO. No entanto, 
afirmou que não é traficante e que não realizou nenhuma adulteração de sinal de veículo. Pugnou 
pela concessão da minorante prevista no art. 33, § 4º, da Lei Antidrogas. Requereu o direito de 
recorrer em liberdade. Por fim, alegou que o delito de associação para o tráfico não foi 
concretizado, sendo de rigor a absolvição quanto a este crime, assim como no tocante ao crime de 
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
COMARCA DE MARTINÓPOLIS
FORO DE MARTINÓPOLIS
2ª VARA JUDICIAL
RUA JOSÉ HENRIQUE DE MELO, 158, Martinópolis - SP - CEP 
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Horário de Atendimento ao Público: das 12:30h às 19:00h
 
1500723-78.2019.8.26.0583 - lauda 4
adulteração de sinal de veículo.
A defesa de DANILO, em memoriais (fls. 655/668), sustentou, em resumo, que 
realmente realizou o transporte de droga. No entanto, afirmou que não é traficante e que não 
realizou nenhuma adulteração de sinal de veículo. Aduziu que o veículo lhe foi entregue do jeito 
que foi apreendido. Invocou o princípio "in dubio pro reo" para lhe favorecer. Pugnou pela 
concessão da minorante prevista no art. 33, § 4º, da Lei Antidrogas. Requereu o direito de recorrer 
em liberdade. Por fim, alegou que o delito de associação para o tráfico não foi concretizado, sendo 
de rigor a absolvição quanto a este crime, assim como no tocante ao crime de adulteração de sinal 
de veículo.
É o relatório. Fundamento e decido.
2. FUNDAMENTAÇÃO
De início, verifico uma inconsistência em relação ao nome do terceiro denunciado, 
uma vez que, analisando o documento de identificação de fl. 149, assim como os demais 
documentos pessoais de fls. 150/154, nota-se que o prenome correto desse acusado é FILLIPE, e 
não FELIPE ou FILIPE.
Assim, providencie a serventia a retificação no cadastro de partes do SAJ, para, 
em vez de constar o nome do terceiro acusado como FILIPE PAULISTA MILAGRES LOPES, 
conste FILLIPE PAULISTA MILAGRES LOPES.
Dito isso, estando presentes os pressupostos processuais e as condições da ação, 
passo a analisar o mérito da presente ação penal pública.
Para melhor elucidação, cada crime será analisado em um tópico individual.
Do crime de tráfico de drogas – artigo 33, "caput", da Lei nº 11.343/2006:
A acusação procede.
A materialidade ficou demonstrada pelo auto de prisão em flagrante (fls. 05/06), 
pelo boletim de ocorrência (fls. 07/14), pelo auto de exibição e apreensão (fls. 28/36), pelo auto de 
constatação preliminar de substância entorpecente (fls. 37/43), pelo laudo pericial (fls. 211/213), 
bem como pela prova oral produzida.
A autoria também é certa e incide sobre os réus.
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A testemunha PM Elias Nunes Cavalheiro, ouvida na Delegacia de Polícia, disse 
que“nesta noite receberam informações compartilhadas da Delegacia da Polícia Federal da 
cidade de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais (DRE/BH/MG) sobre 'suspeitos nascidos em 
Minas Gerais' e que estariam cruzando nossa região com grande quantidade de drogas em 
transporte. Assim passaram a realizar patrulhamento pela região (Presidente Prudente, 
Martinópolis e Rancharia) ocorrendo que ao trafegarem diante do Hotel 'Ouro Verde' nesta 
cidade, avistaram 02 cidadãos suspeitos, deixando o referido Hotel. Realizaram abordagem e em 
revista nada de ilícito foi encontrado. Foi localizado com um deles - não sabe precisar qual - uma 
quantia em torno de R$ 700,00 e com o outro a quantia aproximada de R$ 300,00. Ambos 
apresentaram nervosismo. E diante destas características, decidiu vistoriar os veículos que ambos 
conduziam. Desta forma, localizaram no veículo VW/Gol, cor branca, placas ostentadas de 
Presidente Venceslau/SP, grande quantidade de entorpecente da espécie 'maconha'. No outro 
veículo, VW/Gol, cor Cinza, nada de ilícito foi encontrado em seu interior. Questionados, os 
abordados ainda denunciaram um terceiro comparsa que havia ficado no quarto do hotel em 
questão. Assim, seguiram ao referido aposento e identificaram-no. Este terceiro estava de posse 
de um veículo VW/Gol, de cor vermelha. Aos três, perguntados sobre a procedência e destino da 
droga apreendida, afirmaram que somente se manifestariam em juízo. Pela dinâmica dos bens 
apreendidos, o depoente acredita que os veículos que não transportavam a droga serviam como 
'batedores' para aquele que efetivamente realizava o transporte. Dos 03 veículos apreendidos com 
os suspeitos, aquele que transportava a droga ostentava placas falsas e os outros dois não. Aplaca verdadeira daquele veículo que ostentava placas falsas foi encontrada em seu interior. A 
droga estava acondicionada no porta malas e sobre o banco traseiro. Diante do exposto, 
conduziram os fatos a esta Delegacia de Polícia” (fl. 15).
Ouvido em juízo, o PM Elias Nunes Cavalheiro relatou que, na ocasião dos fatos, 
estavam em serviço e receberam uma informação compartilhada oriunda da Polícia Federal de 
Belo Horizonte/MG, que, possivelmente, mineiros estavam atravessando a nossa região 
transportando drogas. Narrou que foi efetuado um patrulhamento pela Polícia Rodoviária e quando 
a equipe estava passando defronte ao Hotel Ouro Verde, nesta urbe, se deparou com os réus Danilo 
e Fillipe saindo de lá, os quais, ao avistarem a viatura, aceleraram o passo, sendo, então, 
abordados. Indagados sobre de onde vinham, disseram que estavam vindo de Minas Gerais, para 
visitar uma tia, mas não souberam declinar nem o nome, tampouco o endereço dela. Ato contínuo, 
foram até o hotel e avistaram dois veículos de Minas Gerais e um de Presidente Venceslau/SP, que 
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Sublinhado
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
COMARCA DE MARTINÓPOLIS
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2ª VARA JUDICIAL
RUA JOSÉ HENRIQUE DE MELO, 158, Martinópolis - SP - CEP 
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1500723-78.2019.8.26.0583 - lauda 6
posteriormente foi constatado que era de Minas Gerais também, todos ligados aos envolvidos. Em 
razão do terceiro carro, os réus acabaram admitindo que tinha uma terceira pessoa com eles, o réu 
Gilson, que estava no hotel também e foi, em seguida, abordado. Questionados a respeito das 
drogas encontradas, afirmaram que só iriam se manifestar em juízo. Contou que os três foram, 
então, presos em flagrante e encaminhados para a Delegacia local. Afirmou que um dos três 
veículos, o VW/Gol branco, estava com a placa adulterada, era de Belo Horizonte/MG com placa 
de Presidente Venceslau/SP, dentro dele foi localizada a placa correta, assim como entorpecentes. 
Indagado, declarou que, de acordo com a informação recebida, tratava-se de três mineiros, sem 
menção a nomes. Disse, ainda, que o veículo VW/Gol vermelho, supostamente ligado a Gilson, 
não tinha as placas adulteradas, esclarecendo que o envolvimento de Gilson, que estava hospedado 
no mesmo hotel, foi confirmado pelos demais (Danilo e Fillipe). Narrou que, na data dos fatos, foi 
realizada uma pesquisa para verificar a regularidade dos veículos, mas nada de ilícito foi 
encontrado. Esclareceu que Fillipe estava com a chave do Gol cinza, Danilo estava com o Gol 
branco, de placas adulteradas e dentro do qual foi localizada a droga, e Gilson estava com o Gol 
vermelho. Afirmou que desconhece a naturalidade do Danilo, mas tanto ele quanto Fillipe foram 
abordados fora do hotel. Disse que Fillipe estava, no momento, com a chave do Gol cinza, mas 
não se recorda se Danilo também estava com a chave do Gol branco. Disse, também, que não se 
lembra se todos estavam hospedados no mesmo quarto ou não. Ao final, declarou que foram 
Danilo e Fillipe quem indicaram a participação de Gilson.
Ouvida em solo policial, a testemunha PM Cláudio Lino da Silva declarou que 
“nesta noite, em companhia do policial Cavalheiro, receberam informações compartilhadas da 
Delegacia da Polícia Federal da cidade de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais 
(DRE/BH/MG) sobre 'suspeitos do Estado de Minas Gerais' que estariam trafegando por nossa 
região com grande quantidade de drogas em transporte com veículo. Desta forma passaram ao 
patrulhamento pela região (cidades de Presidente Prudente, Martinópolis e Rancharia) ocorrendo 
que ao transitarem defronte ao Hotel 'Ouro Verde' nesta cidade, avistaram 02 cidadãos suspeitos, 
deixando o referido Hotel. Realizaram abordagem e em revista pessoal nada de ilícito foi 
encontrado. Foi localizado com um deles - não sabe precisar qual - uma quantia em torno de R$ 
700,00 e com o outro a quantia aproximada de R$ 300,00. Ambos apresentaram nervosismo 
durante os questionamentos preliminares, afirmando que estavam na cidade para visitarem uma 
tia, mas em contrapartida não sabiam indicar o endereço. E diante destes desencontros nas 
versões, decidiram vistoriar os veículos que ambos conduziam e que estavam estacionados no 
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
COMARCA DE MARTINÓPOLIS
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referido Hotel. Desta forma, localizaram no veículo VW/Gol, cor branca, placas ostentadas de 
Presidente Venceslau/SP a placa verdadeira estava em seu interior - grande quantidade de 
entorpecente da espécie 'maconha'. No outro veículo, VW/Gol, cor Cinza, nada de ilícito foi 
encontrado em seu interior. Questionados, os abordados ainda denunciaram um terceiro 
comparsa que havia ficado no quarto do hotel em questão. Assim, seguiram ao referido aposento e 
identificaram-no. Este terceiro estava de posse de um veículo VW/Gol, de cor vermelha que 
também estava no referido Hotel. Em revista no interior, nada de ilícito foi encontrado. Aos três, 
perguntados sobre a procedência e destino da droga apreendida, afirmaram que somente se 
manifestariam em juízo. Pela dinâmica dos bens apreendidos, o depoente acredita que os veículos 
que não transportavam a droga serviam como 'batedores' para aquele que efetivamente realizava 
o transporte. Dos 03 veículos apreendidos com os suspeitos, aquele que transportava a droga 
ostentava placas falsas e os outros dois não. A droga estava acondicionada no porta malas e 
sobre o banco traseiro. Diante do exposto, conduziram os fatos a esta Delegacia de Polícia” (fl. 
16).
Em juízo, a testemunha PM Cláudio Lino da Silva contou que, na data dos fatos, 
receberam informação compartilhada da Polícia Federal de Belo Horizonte/MG de que alguns 
"elementos" estavam trafegando na nossa região transportando grande quantidade de entorpecente. 
Narrou que, iniciaram um patrulhamento no município de Martinópolis e região. Narrou ainda 
que, no acesso da cidade de Martinópolis, em frente ao Hotel Ouro Verde, avistaram duas pessoas 
caminhando e efetuaram a abordagem, durante a qual os abordados apresentaram certo 
nervosismo, informando que estavam na cidade para visitar uma tia, mas não souberam declinar 
nem o nome, nem o endereço dela. Em seguida, eles informaram que estavam hospedados no 
Hotel Ouro Verde, lá chegando, identificaram o veículo VW/Gol, com placas de Presidente 
Venceslau/SP, dentro do qual, após prévia vistoria, foi localizado outro par de placas de Belo 
Horizonte/MG e uma determinada quantidade de entorpecente. Ato contínuo, localizaram outros 
dois veículos, um VW/Gol cinza e outro VW/Gol vermelho, além de um terceiroenvolvido que 
também estava hospedado no Hotel, o réu Gilson, indicado pelos dois primeiros abordados. 
Alegou que não se recorda se foi ele ou o colega de farda quem abordou o réu Gilson. Indagado, 
sobre quem seria o responsável pela revista do carro e das malas de Gilson, disse que, na equipe, 
um faz a vistoria e o outro faz a segurança, mas não se recorda quem foi, especificamente, que 
realizou a vistoria, mas foi seu parceiro que efetuou a prisão de Gilson. Indagado novamente, 
afirmou que, com exceção do carro com placa adulterada, os outros dois não apresentaram 
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
COMARCA DE MARTINÓPOLIS
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nenhum problema de identificação e/ou registros de furto/roubo de veículos, tampouco foram 
localizados entorpecentes em seu interior. Afirmou que na informação inicial que receberam de 
Minas Gerais foi indicado o envolvimento de várias pessoas, sem nomes, apenas que eram de Belo 
Horizonte e estariam transportando entorpecentes na região. Ao final, afirmou que foram Danilo e 
Fillipe quem indicaram Gilson como sendo o terceiro envolvido e, disse não se recordar se eles 
estavam hospedados nos mesmo quarto.
Ouvida em juízo, a testemunha Sarita Pereira da Silva contou que é apenas 
vizinha do réu Gilson. Negou conhecer os outros corréus. Disse que conhece o réu desde 1990, 
quando mudou-se para o bairro Jardim Alvorada. Disse ainda que, na época, Gilson tinha 
aproximadamente 2 anos. Afirmou que nunca soube de seu envolvimento com práticas delituosas. 
Indagada, afirmou que o réu não possui bens materiais e, ao que sabe, Gilson trabalha desde 14 
anos de idade. Relatou que Gilson já trabalhou como jovem aprendiz, como vendedor, instalador 
de tv a cabo, em esmalteria e, por último, abriu uma lanchonete e se mudou do bairro. Afirmou 
que sabe da trajetória do réu, pois o conhece desde pequeno. Alegou que, antes de ser preso, 
Gilson estava trabalhando na lanchonete.
A testemunha Anibal Messias Ramos, ouvida em juízo, disse que conhece o réu 
Gilson desde seu nascimento e que não tem conhecimento de seu envolvimento com tráfico de 
drogas. Afirmou que Gilson não tem bens materiais, é uma pessoa comum. Contou que Gilson já 
trabalhou fazendo instalação de telefone, tv a cabo, entre outros. Contou que, antes do réu ser 
preso, ele trabalhava em sua lanchonete junto com a esposa. Ao final, disse desconhecer os outros 
corréus.
Interrogado em solo policial, o réu Gilson Rafael Almeida Mattos afirmou "nada 
ter de relação com a droga apreendida e apresentada pelos policiais militares nesta Delegacia. 
Afirma que estava hospedado no Hotel 'Ouro verde', nesta cidade, quando os policiais lá 
estiveram e lhe conduziram a esta Delegacia. Que estava no caminho de sua casa, na cidade de 
Belo Horizonte/MG, para encontrar sua noiva, que estava passando mal. Que estava na posse de 
um VW/Gol, de cor vermelha, de propriedade da Locadora 'Unidas', e que havia locado na cidade 
de Belo Horizonte/MG. Que estava indo em sentido ao Paraguai, para realizar compras, quando 
teve que retornar para Belo Horizonte/MG, sendo que na data de hoje, ao chegar na cidade de 
Presidente Prudente/SP, acabou tendo que retornar. Que estava no interior do Hotel 'Ouro 
Verde', junto aos aposentos, quando a Polícia Militar lhe abordou. Quanto aos outros dois 
conduzidos, afirma que não os conhece. Não sofreu qualquer forma de violência física ou 
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
COMARCA DE MARTINÓPOLIS
FORO DE MARTINÓPOLIS
2ª VARA JUDICIAL
RUA JOSÉ HENRIQUE DE MELO, 158, Martinópolis - SP - CEP 
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psicológica perpetrada pelos policiais. Que deseja receber alimentação. Que deseja comunicar 
sua prisão à pessoa de 'Tatiane Adrielli Carvalho, através do telefone (31) 98533-1083'" (fl. 20).
Em juízo, ao ser interrogado, Gilson Rafael Almeida Mattos contou que tem 29 
anos, é natural de Belo Horizonte/MG, onde morava com sua esposa, seu filho e sua enteada. 
Contou ainda que já trabalhou como técnico de comunicação, mas seu último serviço foi como 
vendedor de roupas, saiu da loja 04 meses antes de ser preso e estava desempregado. Em relação 
aos fatos, negou a prática delitiva, afirmando que não tem qualquer envolvimento com os demais 
corréus. Narrou que estava indo para o Paraguai apenas para comprar produtos, mas sua esposa 
passou mal, parando em Martinópolis só para descansar e retornar para Belo Horizonte. Relatou 
que estava levando consigo a quantia de R$ 700,00. Relatou, ademais, que não se recorda ao certo 
por qual rodovia estava seguindo, mas quando sua esposa ligou dizendo que estava passando mal, 
ele já estava em Presidente Prudente, então retornou e começou o caminho de volta, parando em 
Martinópolis para descansar e retornar para Belo Horizonte no dia seguinte. Disse que sabe que de 
Belo Horizonte, de onde saiu, até Presidente Prudente, máximo que chegou, é uma distância de 
987 km. Questionado sobre qual cidade do Paraguai seria seu destino, contou que estava indo para 
a divisa mesmo, Ponta Porã/MS, não sabendo qual a distância entre Presidente Prudente e aquela 
cidade, tampouco quanto gasta de combustível e/ou pedágios. Alegou que, além dos R$ 700,00 em 
espécie, estava com um cartão de crédito para complementar as compras. Declarou que pretendia 
comprar um jogo de som e luz para seu bar, que custa em média entre R$ 3.000,00 e R$ 4.000,00 
no Paraguai. Informou que seu bar fica na Serra, no Novo São Lucas, mas não se recorda o 
endereço exato do bar, no qual trabalha ele e a esposa. Indagado sobre o carro ser de propriedade 
da empresa Localiza, contou que não sabe informar, pois pegou o veículo emprestado com 
Leonardo, um amigo do bairro, para ir para o Paraguai comprar os produtos, já que não tem 
automóvel. Sustentou que não sabe dizer maiores informações sobre este amigo, apenas o 
descreveu como uma pessoa morena, de cabelo grisalho/crespo. Afirmou que não tem nada a ver 
com os delitos apurados neste processo, mesmo após cientificado de que, no mesmo contexto, foi 
apreendido um carro com entorpecente dirigido por Danilo, que Fillipe confessou que 
desempenhava a função de “ batedor” , os três carros relacionados pertenciam à mesma locadora e 
não foram devolvidos no prazo, que ele como os demais corréus vinham de Minas Gerais, que ele 
estava indo para o Paraguai sem saber a distância total a ser percorrida, que foi preso no mesmo 
hotel dos demais corréus, localizado em uma cidade em que dificilmente alguém para e sem 
sinalização da existência de hotéis. Alegou que tudo foi uma coincidência, que estavano lugar 
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COMARCA DE MARTINÓPOLIS
FORO DE MARTINÓPOLIS
2ª VARA JUDICIAL
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errado, na hora errada. Sustentou, ao final, que não se recorda qual foi o policial que o abordou, 
mas participaram da abordagem dois policiais.
Na Delegacia de Polícia, o réu Danilo Justino da Paz disse “que na data de hoje 
(31.07.19), por volta das 15h00m, seguiu até a cidade de Presidente Epitácio/SP, onde recebeu o 
veículo VW/Gol, de cor Branca, contendo em seu interior grande quantidade de drogas - não sabe 
precisar a quantia. Que sua função era conduzir o veículo até esta cidade de Martinópolis/SP, 
hospedando-se no Hotel Ouro Verde, até amanhã pela manhã, quando um terceiro viria buscá-lo. 
Que ao deixar o Hotel, acabou sendo abordado por Policiais Militares. Que no instante da 
abordagem estava na companhia de Fillipe, que conheceu quando estava deixando o Hotel. 
Afirma que o terceiro indiciado, de prenome Gilson, não o conhece e nunca o viu na vida. Que 
reside na cidade de Deodápolis/MS, exercendo a função de soldador. Que esta semana estava na 
casa de sua namorada, na cidade de Presidente Prudente/SP. Não sabe declinar o endereço. Que 
sua namorada chama-se Jaqueline, não sabendo outros dados. Iria receber pela conduta de 
transportar o veículo até esta cidade o valor de R$ 5.000,00. Que mantinha em seu poder o valor 
de R$ 700,00 quando foi abordado pelos Policiais Militares. Que não sofreu qualquer forma de 
violência física ou psicológica por parte dos policiais. Que deseja receber alimentação. Que 
deseja comunicar sua prisão a sua irmã Daniele Justina da Paz, através do telefone (67) 
99655-6049. Não houve atendimento da ligação” (fl. 24).
Interrogado em juízo, o réu Danilo Justino da Paz disse que tem 26 anos, é 
natural de Deodápolis/MS, mas antes de ser preso estava desempregado e morando com sua 
namorada em Presidente Prudente/SP. Sobre os fatos, contou que foi contratado em Presidente 
Epitácio/SP para transportar a droga até São Paulo (capital), mas não conhece os demais corréus. 
Alegou que já pegou o veículo com o entorpecente dentro. Afirmou que entrou em Martinópolis, 
após rodar, em média, apenas 100 km, para descansar, mas, apesar disso, pretendia chegar ao seu 
destino no dia seguinte, cedo. Declarou que não pegou o caminho mais usual, pela Raposo 
Tavares, porque a pessoa que o contratou indicou especificamente aquele trajeto. Relatou que não 
se recorda qual horário pegou o carro em Presidente Epitácio/SP, mas quando chegou em 
Martinópolis já se hospedou no hotel. Em seguida, saiu do local para andar ali em frente, 
oportunidade em que, já fora do hotel, encontrou o réu Fillipe e, em seguida, ambos foram 
abordados pela Polícia. Narrou que, durante a abordagem, foram reconduzidos para o hotel e ele 
foi questionado sobre seu veículo, indicando-o. Com relação às placas adulteradas, contou que não 
teve participação alguma e não se recorda onde foram encontradas as placas originais, mas o carro 
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COMARCA DE MARTINÓPOLIS
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estava exatamente do jeito que o pegou. Indagado sobre a afirmação policial de, junto com Fillipe, 
ter indicado Gilson como terceiro integrante, afirmou que em momento algum citou qualquer 
outro nome. Reafirmou que, sobre o carro, nada pode acrescentar, foi encontrado do jeito que 
pegou. E, que pelo serviço ganharia R$ 5.000,00. Questionado, relatou que conversou com Fillipe, 
mas ele não disse nada sobre o motivo de estar na cidade e o réu também nada disse. Relatou ainda 
que conversaram apenas sobre a cidade de Martinópolis, como ela era. Indagado, reforçou que 
recebeu o carro em Presidente Epitácio/SP com destino a São Paulo (capital) e, antes disso, estava 
em Presidente Prudente/SP, todas cidades paulistas. Alegou que não conhecia os outros dois 
corréus e nunca tinha os visto antes da abordagem. Alegou ainda que não é proprietário da droga 
encontrada no veículo que estava conduzindo, que sua função era apenas transportá-la até São 
Paulo/SP, pelo que receberia R$ 5.000,00. Contou que não modificou nada no carro que pegou em 
Presidente Epitácio/SP, do jeito que pegou, estava. Afirmou não se recordar da hora em que 
chegou no Hotel Ouro Verde, em Martinópolis/SP, mas quando foi abordado pela polícia já era 
noite.
O réu Fillipe Paulista Milagres Lopes, interrogado na Delegacia de Polícia, disse 
“que nega que estivesse em comum acordo com os outros 02 indiciados neste autos, em transporte 
de drogas por esta cidade. Confirma que estava na condução do veículo VW/Gol, de cor cinza, de 
propriedade de locadora 'Localiza', do qual tem a locação. Que não conhece os outros 02 
indiciados. Que não havia visto nenhum deles no interior do Hotel, nem mesmo conversado com 
algum deles. Que aportou na cidade de Presidente Prudente/SP, para realizar o pagamento junto 
a mecânica 'WR', e na data de hoje veio dormir nesta cidade de Martinópolis/SP, pois a diária é 
mais em conta. Que no instante da abordagem pelos Policiais Militares, mantinha em seu poder a 
quantia de R$ 350,00. Que não sofreu qualquer forma de abuso por parte dos policiais. Que 
deseja receber alimentação. Não deseja comunicar sua prisão a nenhum familiar ou amigo. Que 
nunca esteve preso anteriormente" (fl. 27).
Em juízo, o réu Fillipe Paulista Milagres Lopes contou que tem 28 anos, é 
natural de Mariana/MG, onde residia, até ser preso, com seu pai, sua esposa e sua filha, 
trabalhando como ajudante geral de mineração. Em relação aos fatos, contou que realmente era o 
“batedor” e ganharia a quantia de R$ 3.000,00 pelo serviço, estava desempenhando essa função 
desde Presidente Epitácio/SP e iria até São Paulo. Declarou que veio de Mariana/MG até 
Presidente Epitácio/SP de ônibus e que pegou o carro que estava em uma praça, na cidade de 
Presidente Epitácio, seguindo uma localização que lhe foi enviada, mas não sabe o endereço 
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correto. Narrou que seguiram pela Rodovia Raposo Tavares, passaram pelos pedágios e seguiram 
até o Hotel Ouro Verde, em Martinópolis. Disse que não se recorda que horas saiu de Presidente 
Epitácio, só que foi na parte da tarde, chegando em Martinópolis no fim do dia, já quase de noite. 
Relatou que chegou no hotel praticamente junto com Danilo, o qual só conheceu no hotel, até 
então só sabia que viria uma pessoa atrás, conduzindo um VW/Gol branco, mas não tinha 
conhecimento de quem seria, nem qual era a placa do carro. Contou que, embora estivesse fazendo 
o serviço de “batedor”, não tinha contato com Danilo, que caso avistasse a Polícia, ele deveria 
entrar em contato com a pessoa que lhe mandava mensagens, a qual, supostamente, informaria 
Danilo. Afirmou que, quando foi abordado pela polícia, na companhia de Danilo, em frente ao 
hotel, já sabia que ele era o motorista do veículo branco, mas desconhecia o que ele transportava 
no carro, embora tenha admitido que só poderia ser droga mesmo, considerando o valor que estava 
recebendo só para “bater” a estrada. Indagado sobre a afirmação policial de que teriam indicado 
Gilson como terceiro integrante, afirmou que não disse nada, que não conhecia Gilson antes da 
abordagem e não sabe dizer como a polícia chegou até ele. Afirmou que, em solo policial, negou 
sua participação no esquema criminoso. Disse que o veículo que dirigia tinha documentação e 
questionado sobre o proprietário, contou que o carro era locado e que foi deixado na praça em 
Presidente Epitácio. Negou que o carro branco, conduzido por Danilo, estivesse atrás, que apenas 
recebeu a informação autorizando que começasse a viagem sentido Martinópolis porque o outro 
carro também já estava saindo. Narrou que durante o trajeto a estrada estava tranquila e só foi 
conhecer Danilo em Martinópolis, já no hotel. Perguntado sobre como foi o contato inicial para 
prestar o serviço de “batedor”, já que morava em Mariana/MG, contou que, na época, estava 
passando necessidades, apareceu esse serviço para ganhar R$ 3.000,00, ele aceitou achando que 
facilitaria sua vida, mas não sabia as consequências de seus atos. Disse que prefere não dar nomes, 
para proteger sua própria vida. Declarou que, pelo que se recorda, dois policiais participaram da 
abordagem no dia dos fatos, que não se recorda quem abordou Gilson, nem como foi, pois nessa 
hora já estava dentro da viatura.
Pois bem, com base nos depoimentos e nos laudos periciais, fica patente a 
responsabilidade penal dos réus pelo crime de tráfico de drogas.
É cediço que no processo penal por tráfico, normalmente, a prova acusatória 
consubstancia-se em depoimentos de policiais, civis ou militares, ou agentes penitenciários que 
efetivam a apreensão da droga. E presume-se regular a atuação de agentes públicos investidos no 
cargo para segurança de todos, pois seria paradoxal que o Estado atribuísse a uma pessoa a 
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execução do ato administrativo de polícia preventiva e repressiva, mas desmerecesse sua palavra. 
É o raciocínio que mais se coaduna com a realidade das coisas, aplicado na 
jurisprudência em geral, tanto no Superior Tribunal de Justiça (REsp 151.150-SC, Rel. Min. José 
Dantas, j. 7.4.98) como no Supremo Tribunal Federal (HC 74.608-0-SP, Rel. Min Celso de Mello, 
j.18.2.97; HC 76.381-5-SP, Rel. Min Carlos Velloso, j. 16.6.98; HC 87.662-PE, Rel. Min Carlos 
Britto. J.5.9.06). 
Nesse sentido, ainda:
VALIDADE DO DEPOIMENTO TESTEMUNHAL DE AGENTES 
POLICIAIS - O valor do depoimento testemunhal de servidores policiais-
especialmente quando prestado em juízo, sob a garantia do contraditório - 
reveste-se de inquestionável eficácia probatória, não se podendo desqualifica-lo 
pelo só fato de emanar de agentes estatais incumbidos, poder dever de ofício, da 
repressão penal.- O depoimento testemunhal do agente policial somente perderá 
valor, quando se evidenciar que esse servidor do Estado, por revelar interesse 
particular na investigação penal, age facciosamente ou quando demonstrar- tal 
como ocorre com as demais testemunhas- que as suas declarações não 
encontram suporte e nem se harmonizam com outros elementos probatórios 
idôneos. Doutrina e jurisprudência (HC 73.518-5 SP, Rel. Min. Celso de Mello, 
j.26.3.96).
No caso dos autos, os policiais militares relataram, em essência, a apreensão da 
droga na posse dos réus, haja vista que estava dentro do veículo VW/Gol cor branca que era 
conduzido pelo acusado DANILO. Relataram, ainda, que, na ocasião da primeira abordagem, os 
acusados DANILO e FILLIPE informaram que estavam juntamente com o corréu GILSON.
Confrontados os elementos de prova, afigura-se fidedigno o relato dos agentes 
públicos, que não teriam motivo para incriminar pessoas desconhecidas, conferindo-se, pois, valor 
probatório aos depoimentos dos policiais militares.
De resto, não é razoável supor cometimento de denunciação caluniosa, servindo as 
unidades de tóxicos como instrumento de ilícito contra a Administração da Justiça.
Somado a isso, tem-se que os próprios réus DANILO e FILLIPE admitiram que 
foram contratados para transportar maconha até a cidade de São Paulo-SP, mediante pagamento, 
sendo que FILLIPE iria na frente com o carro VW/Gol cor cinza, a fim de prestar informações ao 
corréu sobre eventual blitz (conhecido como "batedor"), ao passo que DANILO conduziria a droga 
no veículo VW/Gol cor branca.
Nesse diapasão, cai por terra a versão apresentada pelo acusado GILSON, no 
sentido de que não teve nenhuma participação na empreitada criminosa e que na verdade estava 
descansando no Hotel Ouro Verde pois iria fazer uma viagem ao Paraguai, pois, conforme os 
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relatos dos milicianos, os outros corréus, ao serem abordados, o indicaram como partícipe do 
delito.
A par disso, reforça ainda mais a participaçãodo réu GILSON o fato de que os três 
veículos que foram apreendidos, além de possuírem o mesmo modelo (VW/Gol), foram alugados 
da mesma empresa, provenientes de Belo Horizonte-MG (fls. 420/472).
De se destacar, também, que o réu GILSON, questionado em seu interrogatório, 
não soube sequer afirmar qual a distância entre Belo Horizonte-MG e o Paraguai, nem quanto iria 
gastar com a alegada viagem.
Não soa crível que o réu iria realizar uma viagem de mais de 1.500 km e sequer 
saberia a distância, mesmo que aproximada, das duas cidades. Além disto, o réu sequer possuía 
numerário suficiente para aquisição do aparelho que disse que compraria no paraguai, o que 
demonstra, seguramente, que não se dirigia ao Paraguai. 
Ainda, nenhuma testemunha corroborou esse fato ventilado pelo réu GILSON.
A toda evidência, o que se percebe é que os réus aderiram a um esquema 
criminoso com vistas à prática do tráfico de drogas, mediante o transporte de maconha nesta 
região e, para tanto, as funções estavam bem definidas, o réu DANILO carregaria a droga em seu 
veículo, enquanto os outros dois (GILSON e FILLIPE) lhe dariam cobertura.
Logicamente que os réus DANILO e FILLIPE, na Delegacia de Polícia e em juízo, 
negaram a participação do corréu GILSON, a fim de tentar isentá-lo de sua responsabilidade, já 
que ele foi abordado posteriormente, quando estava sozinho em seu quarto, no Hotel Ouro Verde.
Dessa forma, a versão passada pelo réu GILSON, de que estava descansando no 
Hotel Ouro Verde e que teria como destino o Paraguai, é totalmente mentirosa, restando rechaçada 
por completo.
De mais a mais, in casu, o modo em que estava acondicionado o entorpecente, a 
quantidade excessiva da droga (nada menos que 399,04 kg de maconha, acondicionados em 511 
tijolos), o fato de ter sido localizado o total de R$ 2.141,00 com os réus, sem qualquer explicação 
plausível de sua origem lícita, levam à inexorável conclusão de que a droga era mesmo destinada 
ao tráfico, sendo incogitável afirmar que destinava-se ao consumo pessoal.
Nesse passo, importante ressaltar que a configuração do tráfico de entorpecentes 
prescinde da demonstração de atos de mercancia, bastando tão somente a constatação de uma das 
múltiplas ações previstas no tipo penal, informadas com o escopo final de entregar a droga para 
venda e consumo alheio.
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A respeito:
Tráfico de entorpecentes - Agente que traz consigo substância estupefaciente - 
Desnecessidade de flagrância na prática de oferta gratuita ou de venda 
Caracterização. Para a realização do tipo penal previsto no art. 33 da Lei n. 
11.343/06, não se exige estado de flagrância na prática de qualquer ato 
indicativo de oferta gratuita ou de venda da substância entorpecente, uma 
vez constar dentre os núcleos verbais ali relacionados aquele de "trazer 
consigo.” (TJ-SP - APL: 00666514620128260114 SP 
0066651-46.2012.8.26.0114, Relator: Grassi Neto, Data de Julgamento: 
30/01/2014, 7ª Câmara de Direito Criminal, Data de Publicação: 03/02/2014 - 
grifei).
No caso dos autos, o réu DANILO, auxiliado pelos corréus GILSON e FILLIPE, 
guardou e transportou a droga até esta Cidade, no interior do veículo VW/Gol cor branca.
Portanto, o conjunto probatório coligido aos autos é suficientemente harmônico e 
coeso a ponto de legitimar o decreto de condenação dos réus pelo crime de tráfico de drogas, não 
sendo o caso de aplicação do princípio in dubio pro reo.
De rigor, destarte, a condenação dos acusados pelo crime de tráfico de drogas.
Do crime de associação para o tráfico de drogas – artigo 35 da Lei nº 
11.343/2006:
No que diz respeito à acusação de associação para o tráfico, previsto no art. 35 da 
Lei nº 11.343/2006, a prova obtida nos autos é incapaz de gerar certeza da materialidade na 
convicção do julgador.
Isso porque o tipo penal em comento demanda a prova de estabilidade e 
permanência da associação criminosa, bem como o ânimo de praticar qualquer dos crimes 
previstos nos arts. 33, "caput" e § 1º, e 34 da Lei nº 11.343/2006, o que não restou suficientemente 
comprovado neste feito.
Os réus foram presos em flagrante cometendo o crime previsto no artigo 33, 
"caput", da Lei nº 11.343/2006, em concurso de pessoas, razão porque já reputada adequada a 
condenação, conforme delineado no item anterior.
Todavia, a comparsaria, isolada como está, in casu, não basta para configurar o 
animus associativo exigido pelo artigo 35 da Lei Antidrogas.
Colhe-se da doutrina que:
Elemento subjetivo do tipo - É mister haja o dolo específico: associar para 
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
COMARCA DE MARTINÓPOLIS
FORO DE MARTINÓPOLIS
2ª VARA JUDICIAL
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traficar. O crime de associação, como figura autônoma, há de ser conceituado 
em seus estreitos limites definidores. Jamais a simples co-autoria, ocasional, 
transitória, esporádica, eventual, configuraria o crime de associação. Para este é 
mister inequívoca demonstração de que a ligação estabelecida entre A e B tenha 
sido assentada com esse exato objetivo de sociedade espúria para fins de tráfico, 
ainda que este lance final não se concretize, mas sempre impregnada dessa 
específica vinculação psicológica, de se dar vazão ao elemento finalístico da 
infração (Lei de Drogas Anotada, Vicente Greco Filho e João Daniel Rassi, 
Saraiva, 2008, p. 128).
Desta feita, deve haver absolvição em relação à associação, pois apenas se 
demonstrou a prática de tráfico de drogas em concurso de agentes, ausentes quaisquer provas ou 
indícios relevantes de que assim agiam com um mínimo de estabilidade, que a jurisprudência vem 
considerando indispensável para a condenação nesse delito, como ilustra aseguinte ementa de 
decisão do Colendo Superior Tribunal de Justiça:
PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. 
INADEQUAÇÃO. TRÁFICO DE DROGAS E ASSOCIAÇÃO PARA O 
TRÁFICO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO VÍNCULO SUBJETIVO E 
DE PLURALIDADE DE AGENTES. ABSOLVIÇÃO. EXASPERAÇÃO DA 
PENA-BASE. QUANTIDADE DA DROGA. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. 
CAUSA DE DIMINUIÇÃO DO ART. 33, § 4º, DA LEI N. 11.343/2006. 
INAPLICABILIDADE. RÉU QUE SE DEDICA A ATIVIDADES 
CRIMINOSAS. ALTERAÇÃO DESSE ENTENDIMENTO. REEXAME DE 
FATOS. IMPOSSIBILIDADE. CONSTRANGIMENTO ILEGAL 
VERIFICADO. WRIT NÃO CONHECIDO. ORDEM CONCEDIDA DE 
OFÍCIO. 1. Esta Corte e o Supremo Tribunal Federal pacificaram orientação no 
sentido de que não cabe habeas corpus substitutivo do recurso legalmente 
previsto para a hipótese, impondo-se o não conhecimento da impetração, salvo 
quando constatada a existência de flagrante ilegalidade no ato judicial 
impugnado a justificar a concessão da ordem, de ofício. 2. Para a 
caracterização do delito previsto no art. 35 da Lei n. 11.343/2006, é 
imprescindível a demonstração concreta da estabilidade e da permanência 
da associação criminosa entre duas ou mais pessoas, com a finalidade de 
praticarem os delitos do art. 33, caput e § 1º, e/ou do art. 34, da Lei de 
Drogas. Trata-se, portanto, de delito de concurso necessário. 3. Hipótese em 
que a Corte de origem não apresentou elementos concretos que demonstrem 
efetivamente o vínculo associativo estável e permanente entre o paciente e 
outros integrantes da facção criminosa. Não houve sequer a indicação de quem 
seriam as demais pessoas com ele associadas. Na falta da comprovação de dois 
requisitos legais para a configuração do delito de associação para o tráfico de 
entorpecentes – pluralidade de agentes e vínculo subjetivo no cometimento dos 
delitos –, a absolvição do paciente é medida que se impõe. 4. No termos do art. 
42 da Lei n. 11.343/2006, a quantidade e a natureza da droga apreendida são 
preponderantes sobre as demais circunstâncias do art. 59 do Código Penal e 
podem justificar a fixação da pena-base acima do mínimo legal, cabendo a 
atuação desta Corte apenas quando demonstrada flagrante ilegalidade no 
quantum aplicado. 5. Hipótese em que o Tribunal de origem, atento às diretrizes 
do art. 42 da Lei de Drogas, considerou a quantidade da droga apreendida – 150 
g de cocaína –, para fixar a pena-base em 4 meses acima do mínimo legalmente 
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previsto, o que não se mostra desproporcional. 6. Os condenados pelo crime de 
tráfico de drogas terão a pena reduzida, de um sexto a dois terços, quando forem 
reconhecidamente primários, possuírem bons antecedentes e não se dedicarem a 
atividades criminosas ou integrarem organizações criminosas (art. 33, § 4º, da 
Lei n. 11.343/2006). 7. Concluído pela instância antecedente que o paciente é 
habitual na prática delitiva, pois, além das circunstâncias do delito, há o registro 
de outra ação penal em curso em seu desfavor, também, pelo delito de tráfico de 
drogas, a modificação desse entendimento, a fim de fazer incidir a minorante da 
Lei de Drogas, enseja o reexame do conteúdo probatório dos autos, o que é 
inadmissível em sede de habeas corpus. Precedentes. 8. Habeas corpus não 
conhecido. Ordem concedida, de ofício, para absolver o paciente pelo delito de 
associação para o tráfico de drogas. (STJ, HC 381.431/RJ, Min. Rel. Ribeiro 
Dantas, 5ª Turma, julgado em 17/08/2017, v.u. - destaquei).
No mesmo sentido caminha o Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, 
in verbis:
APELAÇÃO CRIMINAL TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS NA FORMA 
PRIVILEGIADA (ART. 33, §4º, DA LEI 11.343/06) RECURSO 
MINISTERIAL CONDENAÇÃO DO RÉU PELA ASSOCIAÇÃO PARA O 
TRÁFICO (ART. 35, DA LEI Nº 11.343/06) Impossibilidade. Estabilidade não 
comprovada. Não restando demonstrado que havia prévio acordo de vontades, 
com vínculo de permanência para a prática do delito de tráfico de drogas, deve 
ser mantida a absolvição do réu da imputação relativa ao crime previsto no art. 
35, da Lei 11.343/06. (...) (TJSP, AP 1500027-11.2019.8.26.0561, Rel. Des. 
Paulo Rossi, 12ª Câmara de Direito Criminal, j. 12.08.2020).
1. Tráfico Suficiência de provas Condenações mantidas. 2. Associação 
Estabilidade e permanência não demonstradas Absolvição. 3. Penas Básicas 
elevadas pela quantidade de entorpecente mais nocivo e má antecedência 
Exclusão das circunstâncias judiciais desfavoráveis e do respectivo acréscimo 
Pequeno volume de cocaína Espécie do tóxico, por si só, não autoriza 
exasperação Critérios cumulados do art. 42 da Lei 11.343/06 Condenação antiga 
atingida pelo prazo expurgador do art. 64, I, do CP, aplicado analogicamente. 4. 
Privilégio Cabimento Redutor máximo de 2/3, observados os critérios do art. 42 
da Lei de Drogas. 5. Multa Sanção calculada conforme os ditames legais, 
descabendo maior redução do que a procedida Condição econômica dos 
acusados já refletida no valor da diária, fixado no piso legal. 6. Regime aberto e 
substituição Possibilidade Súmulas 718 do STF e 440 do STJ Resolução 05/2012 
do Senado Federal. 7. Acordo de não persecução penal Aplicação retroativa do 
art. 28-A do CPP para um dos sentenciados Norma penal posterior mais benéfica 
Necessidade de nova oportunidade para o réu, se quiser, confessar Inviabilidade 
da medida para o corréu, também condenado por tráfico em processo anterior 
Conduta criminosa habitual. (TJSP, AP 1501362-90.2018.8.26.0079, Rel. Des. 
Vico Mañas, 12ª Câmara de Direito Criminal, j. 10.08.2020 - destaquei).
Entender no sentido contrário tornaria obrigatória a condenação por associação em 
todos os tráficos em concurso de agentes.
Assim, no que diz respeito à associação para o tráfico, deve prevalecer o princípio 
consagrado da prevalência do interesse do réu (in dubio pro reo), como ensina Guilherme de 
Souza Nucci: “Se o juiz não possui provas sólidas para a formação do seu convencimento, sem 
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poder indicá-las na fundamentação da sua sentença, o melhor caminho é a absolvição” (Código 
de Processo Penal Comentado, 11ª ed., RT, pp. 738/739, n. 44).
Do crime de adulteração de sinal identificador de veículo automotor – artigo 
311 do Código Penal:
A materialidade ficou demonstrada pelo auto de prisão em flagrante (fls. 05/06), 
pelo boletim de ocorrência (fls. 07/14), pelo auto de exibição e apreensão (fls. 28/36), pelo laudo 
pericial (fls. 200/210), bem como pela prova oral produzida.
A autoria, entretanto, não restou comprovada.
O tipo em questão exige, para sua consumação, a prática de um dos verbos, a 
saber, adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo 
automotor, de seu componente ou equipamento (art. 311, CP).
No caso dos autos, em que pese a constatação da adulteração da placa do veículo 
VW/Gol cor branca, não há nenhuma prova no sentido de que tenham sido os réus os 
adulteradores.
Conforme visto acima, os policiais relataram que, no momento da apreensão, a 
placa original do referido automóvel, sob identificação QPO/7926, Belo Horizonte-MG, estava em 
seu interior.
Ocorre que tal apontamento não se revela suficiente para ensejar a 
responsabilidade penal dos réus pelo delito de adulteração de sinal identificador de veículo 
automotor.
É cediço que existe a presunção de que, comumente, o proprietário do veículo é o 
responsável por eventual adulteração de sinal identificador no bem.
Todavia, o caso vertente é sui generis, isto porque o veículo VW/Gol cor branca 
foi alugado por terceiro da empresa Unidas, proveniente de Belo Horizonte-MG (fls. 420/472).
Ou seja, o veículo não pertence a nenhum dos réus e também não foi alugado por 
eles.
Outrossim, a placa colocada no lugar da original indica a origem como sendo da 
cidade de Presidente Venceslau-SP (fl. 203), mas, consoante verificado na instrução, nenhum dos 
réus provém de lá.
Chama atenção, também, o fato de a placa original ter permanecido no interior do 
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veículo, o que normalmente não ocorre, pois o objetivo do criminoso em delitos como este é de se 
livrar de todo e qualquer vestígio do crime.
Nessa ínterim, parece verossímil a alegação do réu DANILO de que foi contratado 
para realizar o transporte da droga e pegou o veículo do modo em que lhe foi entregue, isto é, já 
com a placa adulterada.
Mesmo porque se, desde a locação e apropriação indébita dos veículos, até a 
chegada nesta comarca com droga, todo o esquema criminoso foi cautelosamente preparado por 
um grupo criminoso, que contratou os serviços dos réus para atuarem verdadeiramente como 
"mulas" do tráfico, a adulteração da placa era subterfúgio que beneficiaria diretamente aquele 
grupo criminoso.
De qualquer maneira, certo é que não existe prova a respeito da autoria de tal 
delito, não sendo possível presumir que foram os réus que adulteraram a placa do veículo VW/Gol 
cor branca, que foi apreendido na ocasião do flagrante, valendo recordar que o ordenamento pátrio 
não adotou a responsabilidade penal objetiva.
Da dosimetria:
Desse modo, ante a condenação pelo crime previsto no artigo 33, “caput”, da Lei 
nº 11.343/2006, passo a dosar a pena, atendendo ao método trifásico.
Réu GILSON:
Na primeira fase de aplicação da pena, analisadas as circunstâncias judiciais 
descritas no art. 59 do Código Penal, bem como o relativo ao art. 42 da Lei 11.343/06, denoto que 
o réu agiu com culpabilidade dentro da normalidade, não ostenta maus antecedentes, nada 
havendo a desabonar sua conduta social, sendo que pouco se colheu a respeito de sua 
personalidade. O motivo do crime, ao que se percebe, é aquele próprio do tipo em análise, qual 
seja, desejo de obtenção de lucro fácil mediante a disseminação do uso de drogas. Não se 
depreende dos autos circunstâncias e consequências a importarem maior gravidade da conduta 
criminosa. Não há que se cogitar do comportamento da vítima, haja vista que se trata de crime 
vago. A natureza da droga não impõe maior reprovabilidade na conduta do réu. A quantidade 
da droga impõe maior reprovabilidade na conduta do réu, contudo, para não se incorrer em bis in 
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idem, será valorada unicamente na terceira fase da dosimetria.
Assim, diante do que foi explicitado, fixo a pena-base no patamar mínimo legal, 
em 05 (cinco) anos de reclusão.
Na segunda fase, ausentes agravantes e atenuantes, razão pela qual a pena 
intermediária se mantém no mesmo patamar da fase anterior, ou seja, 05 (cinco) anos de reclusão.
Na terceira fase, não estão presentes causas de aumento de pena. Do mesmo 
modo, não está presente qualquer causa de diminuição.
O réu é considerado primário, não ostentando antecedentes criminais, contudo, não 
faz jus ao benefício previsto no § 4º do art. 33 da Lei de Drogas, pois a quantidade expressiva 
(399,04 kg de maconha, acondicionados em 511 tijolos) revela o envolvimento do acusado com 
a criminalidade ligada ao tráfico ilícito de entorpecentes.
Vale ressaltar que a incidência de tal minorante está condicionada ao 
preenchimentocumulativo dos requisitos legais, quais sejam, primariedade, bons antecedentes e 
que o agente não se dedique a atividades criminosas, nem integre organização criminosa.
In casu, a quantidade de drogas que o acusado possuía demonstra que, para ter 
acesso a elas, incorporou-se à organização criminosa, critério jurisprudencial encontrável tanto no 
Colendo Supremo Tribunal Federal (RHC 117.867/MG rel. Min. Luiz Fux j. 22.10.2013), quanto 
no E. STJ (AgRg no AREsp 359.220/MG rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura j. 3.9.2013 e 
AgRg no AREsp 180.580/MG, mesma rel. j. 7.3.2013). A Justiça Bandeirante também perfilia 
desse entendimento, tanto que ao apreciar processo oriundo da comarca de Presidente Venceslau-
SP (apelação nº 0002653-93.2014.8.26.0483), firmou entendimento no sentido de que o benefício 
em comento não deve ser aplicado quando se cuide de quantidade expressiva de entorpecentes, a 
revelar a alta periculosidade do agente.
Nesse diapasão, de acordo com a disciplina inserta na Lei 11.343/06, a quantidade 
de drogas é um dos importantes balizadores a serem considerados, tanto no reconhecimento típico 
do tráfico, quanto em relação à dosimetria da pena, sem que se possa falar em bis in idem, por 
força do que dispõe o art. 42 da norma. Isso porque não se mostra razoável que alguém, 
manejando grande quantidade de droga, ostente a condição de traficante eventual, de modo a fazer 
jus à benesse do legislador.
Assim, torno definitiva a pena do réu em 05 (cinco) anos de reclusão.
Proporcionalmente à pena privativa de liberdade aplicada, fixo a pena de multa 
em 500 (quinhentos) dias-multa, em seu valor mínimo legal, por não haver, nos autos, provas 
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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
COMARCA DE MARTINÓPOLIS
FORO DE MARTINÓPOLIS
2ª VARA JUDICIAL
RUA JOSÉ HENRIQUE DE MELO, 158, Martinópolis - SP - CEP 
19500-000
Horário de Atendimento ao Público: das 12:30h às 19:00h
 
1500723-78.2019.8.26.0583 - lauda 21
reveladoras de uma maior capacidade econômica por parte do réu.
O regime inicial de cumprimento de pena será o fechado, a teor do art. 33, § 3º, do 
Código Penal. Não obstante a pena aplicada seja inferior a oito anos, certo é que o art. 42 da Lei 
11.343/06 determina que a natureza e a quantidade da droga sejam consideradas com 
preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal.
Ao lado disso, o art. 33, § 3º, do CP, determina que “a determinação do regime 
inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste 
Código”.
Assim, se o regime inicial deve ser fixado com base nos critérios do artigo 59 do 
CP e o art. 42 da Lei 11.343/06 determina que, na fixação das penas a quantidade e a natureza das 
drogas sejam consideradas com preponderância sobre o previsto no art. 59 do CP, a natureza e a 
quantidade de drogas, se preponderam negativamente sobre as circunstancias judiciais, devem, 
também, recrudescer o regime inicial de cumprimento da pena, de forma que o réu deverá iniciar o 
cumprimento da pena em regime mais rigoroso ao que iniciaria caso não existisse tal 
circunstância, neste caso o regime fechado.
Repisa-se, foram apreendidos nada menos que 399,04 kg de maconha, 
acondicionados em 511 tijolos, o que poderia ocasionar a disseminação desse entorpecente a 
elevadíssimo número de pessoas, merecendo maior reprovabilidade a ponto de justificar a fixação 
do regime inicial extremado.
Portanto, o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade será o 
fechado, nos termos do art. 33, § 3º, do Código Penal c.c. art. 42 da Lei nº 11.343/06.
Tendo em vista o montante da pena aplicada, é incabível a substituição (art. 44, 
CP) ou mesmo a suspensão condicional da pena (art. 77, CP).
Réu DANILO:
Na primeira fase de aplicação da pena, analisadas as circunstâncias judiciais 
descritas no art. 59 do Código Penal, bem como o relativo ao art. 42 da Lei 11.343/06, denoto que 
o réu agiu com culpabilidade dentro da normalidade, não ostenta maus antecedentes, nada 
havendo a desabonar sua conduta social, sendo que pouco se colheu a respeito de sua 
personalidade. O motivo do crime, ao que se percebe, é aquele próprio do tipo em análise, qual 
seja, desejo de obtenção de lucro fácil mediante a disseminação do uso de drogas. Não se 
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depreende dos autos circunstâncias e consequências a importarem maior gravidade da conduta 
criminosa. Não há que se cogitar do comportamento da vítima, haja vista que se trata de crime 
vago. A natureza da droga não impõe maior reprovabilidade na conduta do réu. A quantidade 
da droga impõe maior reprovabilidade na conduta do réu, contudo, para não se incorrer em bis in 
idem, será valorada unicamente na terceira fase da dosimetria.
Assim, diante do que foi explicitado, fixo a pena-base no patamar mínimo legal, 
em 05 (cinco) anos de reclusão.
Na segunda fase, ausentes agravantes. Presente a atenuante da confissão 
espontânea (art. 65, III, "d", do CP), todavia, nesta fase a pena não pode ser reduzida abaixo do 
patamar mínimo legal (súmula 231 do STJ), razão pela qual a pena intermediária se mantém no 
mesmo patamar da fase anterior, ou seja, 05 (cinco) anos de reclusão.
Na terceira fase, não estão presentes causas de aumento de pena. Do mesmo 
modo, não está presente qualquer causa de diminuição.
O réu é considerado primário, não ostentando antecedentes criminais, contudo, não 
faz jus ao benefício previsto no § 4º do art. 33 da Lei de Drogas, pois a quantidade expressiva 
(399,04 kg de maconha, acondicionados em 511 tijolos) revela o envolvimento do acusado com 
a criminalidade ligada ao tráfico ilícito de entorpecentes.
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