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Assistência de enfermagem ao cliente com problemas tegumentares e osteomusculares

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Assistência de enfermagem ao cliente com problemas
tegumentares e osteomusculares
Profª. Michele Alves Garcia Andrade
Descrição
Assistência de enfermagem fundamentada nas necessidades apresentadas pelos portadores de doenças
tegumentares, problemas osteomusculares e doenças reumáticas.
Propósito
Implementar uma assistência de enfermagem em medidas curativas propostas pela equipe
multiprofissional de forma a proporcionar conforto e minimização de agravos que possam decorrer das
ações realizadas no cuidado ao cliente com doenças tegumentares, osteomusculares e reumáticas.
Objetivos
Módulo 1
Assistência de enfermagem ao cliente com problemas tegumentares
Identificar assistência de enfermagem ao cliente com problemas tegumentares.
Módulo 2
Assistência de enfermagem ao cliente com problemas
osteomusculares
Identificar a assistência de enfermagem ao cliente com problemas osteomusculares.
Módulo 3
Assistência de enfermagem ao cliente com doenças reumáticas e
degenerações osteoarticulares
Analisar a sintomatologia das doenças reumáticas e degenerações osteoarticulares, bem como a
assistência de enfermagem.
A pele, maior órgão de defesa do corpo humano, sofre ataques diários de bactérias, vírus, fungos,
além dos riscos na exposição aos raios do sol (UVA e UVB) e ataque do próprio sistema imune. A
presença de lesões na pele é uma porta de entrada para que microrganismos penetrem
profundamente, causando danos no tecido conjuntivo e tecido osteomuscular, podendo levar ao
óbito.
Além da pele, nosso sistema locomotor também é alvo da ação do sistema imune, do desgaste
resultante do envelhecimento, da deficiência de hormônios e vitaminas, ficando fragilizado e
susceptível às fraturas e descalcificações. Toda alteração presente nesse sistema compromete a
mobilidade do cliente e desencadeia quadros álgicos, nem sempre responsivos à terapia
convencional. Diante disso, a enfermagem possui um papel fundamental como interventora, ouvindo
os relatos do cliente e planejando uma assistência que traga conforto e auxílio para ele no que for
possível.
Introdução
1 - Assistência de enfermagem ao cliente com
problemas tegumentares
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car assistência de enfermagem ao cliente
com problemas tegumentares.
Doenças tegumentares
Representação ilustrativa das três camadas da pele.
A pele é um órgão complexo, extenso, composto por três camadas: epiderme, derme e tecido subcutâneo
(hipoderme), além de seus anexos (cabelos, unhas, pelos e glândulas).
A infecção dessas estruturas geralmente é identificada quando há vermelhidão local ou prurido. Esses
sintomas são inespecíficos a todas as dermatopatias, somente sendo diferenciados quando há presença de
secreção ou lesões características de determinada patologia.
A palavra dermatopatia é utilizada para identificar afecções da pele e de anexos. As
dermatopatias são bem comuns na infância e adolescência, podendo ser
desencadeadas em pessoas mais velhas com deficiência no sistema imune.
Os agentes etiológicos são diversos. Podem ser causadas por diversos agentes microbianos, entre eles
bactérias e fungos. A enfermagem, ao examinar o cliente, deve descrever as lesões da pele incluindo as
seguintes características:
cor da lesão;
formato;
tamanho;
profundidade;
distribuição;
aspecto (exsudativa, vesículas, pápulas, pústulas, descamativas, friável);
local de distribuição (se é pelo tronco, braços, região inguinal etc).
Vejamos a seguir alguns tipos de dermatopatias infecciosas.
Dermatopatias fúngicas
As dermatopatias fúngicas ou dermatofitoses são as afecções da pele de origem fúngica, podendo ser
desenvolvidas por fungos do tipo leveduras ou ascomicetos, alguns comensais ao corpo humano, como a
Candida sp., outros presentes em locais úmidos ou na pele de animais, sendo altamente transmissíveis.
Pitiríase versicolor
Micose da pele causada pelo fungo levedura Malassezia furfur, cuja principal característica é a presença de
placas hipocrômicas ou rosadas, isoladas ou agrupadas, distribuídas pelo tronco, pescoço, face, braços e
pernas. Esse fungo faz parte da microbiota da pele, ficando alojado em áreas que contêm mais oleosidade.
O nome versicolor vem das cores que a lesão pode adquirir (esbranquiçada ou rosada). Também conhecido
como “pano branco” ou “micose de praia”, essa doença é silenciosa, sendo identificada somente quando o
cliente se expõe ao sol, fazendo com que essas áreas sem pigmento fiquem mais evidentes. São fatores de
risco: gravidez, doença autoimune, sudorese intensa, uso prolongado de corticoide, diabetes mellitus, pele
oleosa. As manchas podem desaparecer com o tempo se forem tratadas adequadamente, mas podem se
tornar persistentes se não forem tratadas.
Pitiríase versicolor.
Tinea ou impinge
É uma micose da pele causada pelos fungos Trichophyton sp., Microsporum sp. e Epidermophyton sp.
adquiridos por contato com animais contaminados ou fômites. “A infecção cutânea fúngica mais comum é
a tinea, também denominada ringworm em virtude de sua aparência característica de anel ou túnel
arredondado sob a pele” (HINKLE; CHEEVER, 2016, p.2849). Os sintomas dependem da área contaminada:
Fômites
Objetos contaminados, como maçanetas de porta, cadeiras etc.
Tinea capitis (cabeça)
Áreas de tonsuras ou alopecia, e/ou placas de lesão descamativas.
Tinea corporis (corpo)
Placas eritematosas circulares, rosadas com prurido.
Tinea cruris (virilha)
Prurido, lesões bolhosas ou eritematosas com bordas elevadas.
Essas lesões se expandem do centro da ferida para os bordos, aumentando o diâmetro. Essa dermatofitose
é transmitida no contato direto de pessoa a pessoa.
Tinea corporis.
Tinea capitis tratada com extensa área de alopecia.
Candidíase
Dermatofitose causada pela levedura Candida albicans, encontrada na natureza. Geralmente, acomete
indivíduos com imunodeficiência adquirida ou com sistema imune alterado por algum tratamento
imunossupressor, idosos e crianças. A candidíase é transmitida no contato direto via sexual, beijo ou
fômites. Esse tipo de micose pode atingir a cavidade oral, região genital, virilha, região perianal, pele, os
pelos e as unhas.
Candidíase oral.
As lesões por Candida sp. são bem características e apresentam placas vermelhas fissuradas ou
esbranquiçadas (na cavidade oral), doloridas, inflamadas; na região inguinal ou genital, causam prurido
intenso, vermelhidão, edema local, dor ou queimação ao urinar, dispaneuria e corrimento vaginal
esbranquiçado tipo “leite talhado”.
Onicomicose
Essa micose ocorre nas unhas, sendo causada por dermatófito da espécie Trichophyton rubrum ou T.
mentagrophytes. A onicomicose também pode ser causada pela Candida sp. As unhas dos pés são mais
afetadas do que as das mãos em virtude da umidade e do abafamento pelo uso de calçados fechados.
Esse tipo de micose é contagioso, sendo geralmente adquirido por meio do uso de
calçados contaminados, pela disseminação cruzada para outras pessoas ou nas
unhas do próprio cliente ao utilizar objetos de manicure, como lixas, alicates,
tesouras, cortadores, entre outros.
O início da lesão apresenta hiperemia de leito ungueal seguido de:
espessamento da unha;
descolamento dos bordos;
aparecimento de placas esbranquiçadas (leuconíquea);
deformidade;
odor;
queda da unha.
Diagnóstico e tratamento das dermatopatias fúngicas
O diagnóstico de dermatoses fúngicas é feita por meio de: exame clínico, cultura do material coletado em
meio de Sabouraud (placa de Agar contendo peptona e glicose). A coleta do material da lesão é realizada
mediante a raspagem do leito da ferida com um bisturi. Esse material é analisado no microscópio onde se
busca encontrar hifas e esporos. Também é realizado PCR (reação em cadeia da polimerase) no material
coletado da unha, facilitando a identificação do fungo.
O tratamento consiste no uso de antifúngicos (tópico, oral ou endovenoso), sendo prescritos de acordo com
cada caso e associados às medidas preventivas de contágio pelo fungo como:mudar de hábitos higiênicos,
manter a pele seca, andar calçado, não compartilhar material de uso individual como os instrumentos
utilizados nas unhas (a não ser que sejam esterilizados).
Vejamos os tipos e tratamento para cada dermatopatias fúngicas elencada anteriormente:
Pitiríase versicolor
Agente etiológico: Malassezia furfur
Tratamento: Cetoconazol tópico; Itraconazol VO; Fluconazol VO.
Tinea (capitis, corporis, cruris)
Agentes etiológicos: Dermatophyton e Epidermophyton
Tratamento: Griseofulvina ou terbinafina tópico; Clotrimazol, cetoconazol tópico; Fluconazol VO; Itraconazol
VO; Terbinafina VO.
Candidíase
Agente etiológico: Candida albicans
Tratamento: Nistatina VO ou tópico; Cetoconazol tópico.
Onicomicose
Agentes etiológicos: Trichophyton rubrum ou T. mentagrofites.
Tratamento: Ciclopirox tópico; Terbinafina VO ou tópico; Efinaconazol tópico; Tavaborol tópico.
Dermatopatias bacterianas
As dermatopatias bacterianas ou piodermites são consideradas altamente infecciosas e acometem tanto
crianças quanto adultos. Há vários fatores predisponentes para as piodermites. Geralmente, as bactérias
encontram uma porta de entrada como lesões preexistentes, fragilidade da pele, umidade ou o próprio
folículo piloso.
Sabe-se que o verão predispõe as infecções cutâneas, por facilitar a instalação
do calor e da umidade, necessários à proliferação dos microrganismos. Com
relação à etiopatogenia, são causadas principalmente por bactérias piogênicas
dos gêneros Staphylococcus e Streptococcus.
(PIRES et al., 2015, p. 45)
Embora possam causar complicações sérias, até mesmo comprometendo a vida do cliente (como no caso
da celulite), nenhuma delas é considerada doença de notificação compulsória. A seguir, estudaremos as
piodermites de maior incidência na população:
Impetigo
Afecção da pele causada pelo Staphylococcus aureus. As lesões são vesiculares onde, após se romperem,
apresentam aspecto crostoso, pruriginoso, hiperemiado e sensível. Divide-se em:
Bolhoso
Geralmente é causado por Streptococcus sp., Staphylococcus sp. ou outras bactérias.
Não bolhoso
Ocorre em áreas que sofreram escoriações, cortes, perfurações. É mais contagioso que o bolhoso e
acomete principalmente crianças.
A lesão do impertigo não bolhoso evolui rapidamente do estágio de vesículas para pústulas com sequente
ruptura, formando crostas douradas. Essas crostas são removidas com facilidade e expõem tecido
avermelhado e secretivo por baixo. Pode ocorrer na face, no pescoço, tronco, nos braços e nas pernas.
A via de transmissão é o contato direto com as lesões, as quais não apresentam risco para o cliente,
cicatrizando sem formação de marcas, porém casos extremamente raros resultaram em celulite como
complicação.

Criança de 5 anos com impetigo.
Celulite e erisipela
Erisipela na perna
São infecções da derme causadas por Streptococcus sp. e acometem o tecido subcutâneo e os vasos
linfáticos, resultando num edema acentuado da região afetada. A diferença entre essas duas afecções é a
profundidade do acometimento do tecido subcutâneo. Enquanto na erisipela ele atinge até a derme
superficial, na celulite a infecção penetra na derme profunda até o subcutâneo, podendo causar choque
séptico se alcançar vasos sanguíneos. Geralmente, acometem face e membros inferiores que apresentaram
alguma porta de entrada para a bactéria: perfurações, arranhões, feridas, escoriações.
Os idosos ou obesos estão mais predispostos a desenvolver a erisipela ou celulite,
podendo ocorrer em qualquer outro cliente.
Os sintomas são:
edema e rubor local;
aspecto de casca de laranja;
calor local;
em alguns casos, febre moderada e calafrios, além de comprometimento linfático (erisipela).
Observe um exemplo de caso clínico:
Exemplo
p
R.N.S., 35 anos, obeso, sofreu uma queda de um farol na Bahia causando escoriações na perna direita.
Alguns dias após o acidente, apresentou febre alta de 39°C e vermelhidão na perna acidentada. Em
decorrência disso, desenvolveu edema acentuado com sinal de cacifo ++++/4, calor, dor e rubor local. Foi
encaminhado à policlínica, onde diagnosticou-se erisipela. Foi orientado repouso, elevação do membro
afetado e prescrito Benzetacil IM em dose única. Após 20 dias de tratamento, a lesão cicatrizou, mas 30
dias após o primeiro evento, novamente teve febre e um novo quadro de erisipela se instalou. O esquema de
antibiótico foi alterado e o cliente não desenvolveu mais a infecção.
Esse cliente possuía uma predisposição a desenvolver tanto a erisipela quanto a celulite devido à
obesidade. A lesão que foi aberta na queda tornou-se porta de entrada para ação de um Streptococcus B-
hemolítico, desencadeando assim o processo inflamatório na derme do cliente. A ação rápida ao conduzir o
doente ao médico contribuiu para uma cura mais breve.
Furúnculo
Processo inflamatório que acomete o folículo piloso, a glândula sebácea e o tecido circunvizinho. O agente
etiológico é a bactéria S. aureus. Pode ocorrer em qualquer parte do corpo, estando sempre relacionada
com a presença de umidade, sujeira, áreas de atrito e acúmulo de oleosidade (geralmente regiões de dobra
da pele, como axilas, nádegas, sob as coxas ou pernas). As erupções surgem de aspecto semelhante a uma
espinha, evoluindo para área endurecida, elevada, com um ou vários abscessos de pus (também conhecido
popularmente como “carnegão”), hipersensibilidade, dor e febre.
Fasciíte necrosante
Necrose infecciosa dos tecidos moles profundos e adjacentes causada pelas bactérias Streptococcus
pyogenes, SARM ou Clostridium perfringens. Geralmente, acomete clientes diabéticos, usuários de drogas
injetáveis, obesos e clientes imunodeficientes. Este tipo de lesão ocorre após uma abrasão ou perfuração,
sendo geralmente profundos, e a lesão se estende desde o tecido subcutâneo até a fáscia. É considerado
uma emergência médica. Quando esta lesão envolve a genitália, recebe o nome de Gangrena de Fournier. Os
sintomas começam com um quadro de febre e dor local seguido de edema local que evolui para necrose.
Diagnóstico e tratamento das dermatopatias bacterianas
O diagnóstico diferencial é feito por meio do exame das lesões e da análise de exames laboratoriais. Um
dos exames solicitados é a hemocultura, colhida quando o cliente está febril, podendo ser em duas ou três
amostras de sangue. Para o tratamento, além das medicações, a limpeza das lesões com soro fisiológico e
aplicação de compressas mornas nos abscessos são essenciais para acelerar o processo de supuração.
Alguns desses casos de dermopatias tendem a se repetir se não forem tratadas adequadamente. Casos
como a fasciíte necrosante necessitam também de uma remoção dos tecidos necrosados da lesão.
Vejamos os tipos e tratamento para cada dermatopatias bacterianas elencada anteriormente:
Impetigo
Agentes etiológicos: Staphylococcus aureus; Streptococcus sp.; Staphylococcus sp.
Tratamento: Mupirocina tópica; Retapamulina tópica; Cefalexina VO; Dicloxacilina.
Furúnculo
Agente etiológico: S. aureus
Tratamento: Clindamicina VO; Rifampicina + doxiciclina; Sulfametoxazol+ trimetropim.
Erisipela e celulite
Agente etiológico: Streptococcus sp.
Tratamento: Penicilina G benzatina IM (dose única); Clindamicina VO; Prednisolona; Vancomicina (p/
clientes graves).
Fasciíte necrosante
Agente etiológico: Streptococcus pyogenes, SARM ou Clostridium perfringens
Tratamento: Tazobactan + clindamicina ou Ciprofloxacino + clindamicina.
Cuidado de enfermagem ao cliente com doença tegumentar
O cuidado de enfermagem ao cliente com doença tegumentar consiste em identificar, avaliar, escolher um
curativo adequado e registrar a evolução de cada lesão. O cliente com lesão também se queixa de dores e
pruridos, devendo estes sintomas serem aliviados e medidas terapêuticas implementadas conforme
veremos a seguir.
Medidas para minimizar os efeitos das doenças tegumentares
p ç g
Manter o local da lesão limpo e seco.
Avaliar a extensão da lesão e acompanhar sua progressão.
Remover tecidonecrosado se necessário.
Utilizar compressa morna para acelerar supuração em caso de pústulas e abscessos.
Registrar aspecto, secreção, odor e mudanças no tamanho.
Analisar a fala do cliente em relação à doença e sobre o que ele espera do tratamento.
Administrar analgésicos em caso de dor.
Orientar o cliente quanto à manutenção da higiene e redobrar a atenção nas regiões úmidas (pescoço,
axilas, nádegas, dobra dos braços, pernas e interdigitais).
Medidas para minimizar os efeitos das doenças tegumentares
Lavar as mãos sempre que manipular a lesão (mesmo com luvas).
Manter roupas do cliente separadas dos demais.
Proteger a lesão com curativo oclusivo simples.
Manter elevados os membros afetados por celulite ou erisipela para diminuir o edema.
Inspecionar em busca de sinais de ulceração.
Limpar delicadamente a região.
Avaliar o cliente quanto a sinais de complicações, como: hiperpirexia, sangramentos, aumento de
edema.
O papel do enfermeiro no cuidado das lesões
tegumentares
Está na hora de sabermos de que maneira o profissional de saúde pode identificar os sinais de
comprometimento da pele e anexos. Vamos lá!


Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Diagnóstico e tratamento das dermatopatias fúngicas
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Dermatopatias bacterianas: impetigo
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Diagnóstico e tratamento das dermatopatias bacterianas
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1
Sra. M.A.G.A., 45 anos, em uso de corticoide para tratamento de desidrose, iniciou um quadro inflamatório
na unha do 4º quirodáctilo da mão esquerda com hiperemia ungueal, dor, discreto odor, unha em
espessamento e descolamento nas bordas. Assinale a alternativa que apresenta o nome da dermatopatia e
o tratamento.
A Tinea capitis — cetoconazol tópico.
B Tinea cruris — terbinafina VO.
C Onicomicose — terbinafina tópica.
D Pitiríase versicolor — fluconazol VO.
E Onicomicose — fluconazol VO.
Parabéns! A alternativa C está correta.
A onicomicose é a patologia fúngica que acomete a unha causando inflamação dos bordos,
espessamento da unha, descolamento dos bordos e odor fétido. O tratamento de escolha para
essa micose é o uso de terbinafina tópica.
Questão 2
A pele é composta por três camadas: epiderme, derme e tecido subcutâneo. Além disso possui anexos
como: unhas, pelos, glândulas e folículo. Existem doenças bacterianas que acometem não somente a parte
externa da pele como também alcançam as camadas mais profundas, podendo gerar transtornos à saúde
do cliente. De acordo com o que foi estudado, qual das patologias abaixo atinge a camada mais profunda da
pele?
A Furunculose.
B Fasciíte necrosante.
2 - Assistência de enfermagem ao cliente com
problemas osteomusculares
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car a assistência de enfermagem ao cliente
C Erisipela.
D Celulite.
E Impetigo.
Parabéns! A alternativa D está correta.
A celulite é a dermatopatia em que a penetração do Streptococcus sp. ocorre de forma mais
profunda, alcançando até o tecido subcutâneo, podendo resultar em choque séptico se alcançar
vasos.

p g
com problemas osteomusculares.
Distúrbios osteomusculares
Representação ilustrativa das estruturas que compõem o sistema locomotor.
O sistema locomotor é composto pelo esqueleto (ossos), pelas articulações, pelos tendões, ligamentos,
nervos, músculos e pelas fáscias.
Essas estruturas combinadas são responsáveis pelos movimentos do indivíduo, como andar, sentar, deitar,
pular, correr etc.
A presença de distúrbios no sistema locomotor, além de prejudicar os movimentos, interfere na produção de
células sanguíneas, desestabiliza a postura do corpo, causa dores fortes e constantes, leva ao estresse e à
ansiedade, além do desgaste de estruturas em decorrência do envelhecimento ou secundário a alguma
patologia. Portanto, identificar o quadro e iniciar o tratamento tão logo possível é prioridade no cuidado com
o cliente com distúrbios osteomusculares.
Fraturas
Fratura é a ruptura total ou parcial na continuidade óssea, sendo definida de acordo com sua extensão ou
tipo. Trata-se de uma emergência médica e a mobilização do membro afetado o quanto antes é fator
primordial na cicatrização óssea. As fraturas podem ser:
Agudas
São causadas por algum trauma, esmagamento, torção abrupta ou contrações musculares repetitivas.
Espontâneas
São fraturas decorrentes de alguma patologia como osteoporose.
Os sintomas gerais de uma fratura são:
edema local;
sangramento por ruptura de vasos (identificado pelo aparecimento de hematomas);
dor;
incapacidade de mover o membro;
deformidade.
Na presença de fraturas, o primeiro cuidado é a imobilização do membro afetado com talas, calhas, ou
material rígido até que seja instalado o dispositivo de imobilização definitivo. Se as partes do osso não se
alinharem, a formação do calo ósseo ficará deformada e a posição anatômica será alterada. Existem
complicações resultantes da fratura, porém não são comuns: embolia gordurosa (na fratura de ossos longos
como fêmur, sendo a mais grave), perfuração pulmonar (se forem costelas), síndrome compartimental,
secção de vasos e ligamentos, infecção (em caso de fraturas expostas).
Com a ajuda da imagem a seguir, vamos entender as fases de cicatrização óssea:
Representação ilustrativa das fases da cicatrização óssea.
Ou seja, a cicatrização óssea é composta por 5 fases. São elas:
1. fratura;
2. fase reativa: formação do hematoma na fratura;
3. fase reparadora: formação inicial do pró-calo, seguido do calo ósseo;
4. fase de remodelação: o calo ósseo é remodelado pelos osteoclastos;
5. cicatrização do osso.
Conforme podemos acompanhar na imagem a seguir, existem vários tipos de fraturas: completa, fissura,
impactada, cominutiva, oblíqua, espiral, transversa, fechada, em galho verde, exposta e intra-articular.
Tipos de fraturas. Da direita para esquerda: completa, galho verde, obliqua, exposta, espiral e cominutiva.
Vejamos agora a definição de cada uma delas:
Trata-se de uma fratura com ruptura transversal na totalidade do osso com remoção das partes de
seu lugar de origem.
Tipos de fraturas. Da direita para esquerda: completa, galho verde, obliqua, exposta, espiral e cominutiva.
Completa 
Fissura (incompleta) 
Nesse tipo de fratura, ocorre a secção de apenas uma parte do osso, não acometendo toda a sua
extensão; compromete somente um lado do osso, podendo se estender como rachaduras.
Refere-se a fraturas onde as partes do osso fraturado permanecem comprimidas dentro do próprio
osso. Comum em fratura de vértebras.
Diz respeito às fraturas que resultam em vários fragmentos.
Impactada 
Cominutiva 
Oblíqua 
Refere-se a quando o traçado da lesão forma uma linha diagonal.
São fraturas decorrentes de uma torção violenta e formam traço através do osso.
Neste tipo, a fratura forma um traço quase reto.
Oblíqua 
Espiral 
Transversa 
Fechada 
Refere-se às fraturas simples, que não apresentam ruptura da pele.
É um tipo de fratura incompleta em que o traçado forma ramificações lembrando galhos.
Define-se como fraturas em que há ruptura da pele e estruturas adjacentes com exposição óssea.
Pode ser classificada em tipo I (ferida limpa menor que 1cm), tipo II (ferida maior sem laceração de
tecidos moles) e tipo III (ferida com ruptura de todas as estruturas e exposição de grande parte do
osso fraturado — ferida contaminada!).
Fechada 
Galho verde 
Exposta 
Fratura exposta de clavícula
Refere-se as lesões que se estendem do osso até a articulação (nem sempre visível no raio X devido
à opacidade da articulação).
Fratura de cabeça de fêmur
Lesões osteoarticulares
As lesões osteoarticulares são alterações das estruturas de articulação, como ligamentos, tendões, nervos
e articulações em si. Essas alterações são decorrentes de acidentes,traumas, pancadas, causando na
maioria das vezes ruptura total, parcial ou, ainda, deslocamento da estrutura do seu eixo normal. Essas
alterações causam grande desconforto, além da dificuldade em mobilizar o membro afetado, sendo
necessário imobilizar e tomar outras medidas terapêuticas para sua recuperação. Veremos a seguir que
cada lesão é denominada conforme a estrutura acometida ou o tipo de lesão ocasionado.
Luxação
Trata-se de um desalinhamento de ossos e articulações, comprometendo a movimentação deles, ou seja, os
ossos estão fora do lugar, constituindo assim uma emergência ortopédica. A subluxação é a separação
incompleta entre osso e articulação. Os sintomas da luxação são: dor súbita, deformidade, membro afetado
Intra-articular 
fica mais curto que o normal e mobilidade prejudicada.
Luxação do ombro.
Contusão
Lesão dos tecidos moles resultante de uma queda ou pancada, em que há ruptura de pequenos vasos com
formação de hematoma (equimose). Esse hematoma muda de cor com o passar do tempo, surgindo na cor
azulada ou arroxeada e evoluindo para amarelo ou esverdeada. Geralmente, há cura espontânea de 1 a 2
semanas após a lesão.
Contusão na coxa.
Entorse
Lesão resultante da torção de uma articulação, acometendo ligamentos e tendões circunvizinhos a vasos
sanguíneos. A entorse se classifica quanto ao grau de comprometimento do ligamento ou tendão: primeiro
grau (estiramento dos ligamentos, leve edema e dor na movimentação), segundo grau (ruptura parcial do
ligamento, edema acentuado, dor na movimentação, perda parcial da função do membro afetado) e terceiro
grau (avulsão óssea com dor intensa, edema acentuado e movimento anormal).
Entorse do tornozelo.
Distensão
Lesão decorrente de alongamento ou torção de um músculo ou tendão. De acordo com Hinkle e Cheever
(2016), a distensão se classifica em três níveis conforme os sintomas apresentados: primeiro grau (edema
local, dor, sem perda da função), segundo grau (edema, dor à palpação, ruptura parcial do músculo,
incapacidade para sustentar o peso do corpo e hematoma) e terceiro grau (ruptura total do músculo ou
tendão, espasmo muscular, dor lancinante, equimose, edema, perda da capacidade funcional).
Distensão do ombro.
Diagnóstico e tratamento
Quando a lesão ocorre na estrutura óssea e articular, o diagnóstico é feito por meio de raio X e tomografia
computadorizada (TC). Porém, caso essa lesão acometa tecidos moles, como tendão, ligamentos e
músculos, os exames utilizados são ultrassonografia de partes moles e imageamento por ressonância
magnética (IRM).
Após a confirmação da lesão, o tratamento de escolha depende da parte afetada, sendo utilizada a
imobilização do membro afetado por meio de diversas modalidades, como veremos a seguir.
Modalidades imobilizadoras e de suporte
São dispositivos rígidos usados externamente e moldados ao corpo do cliente para trazer estabilidade à
fratura e favorecer a cicatrização óssea. Existem três tipos de modalidades imobilizadoras: gesso, calha e
órtese.
Gesso e tala
Aparelho gessado de perna curto.
A imobilização com gesso é realizada por um técnico de enfermagem gesseiro orientado por um médico
quanto à localidade que deve ser abordada. Ao confeccionar o aparelho gessado, o técnico usa bandagens
contendo gesso, atadura de algodão e, após molhar as ataduras gessadas, vai aplicando no membro
afetado.
Conforme o tamanho e a localização do aparelho gessado, eles podem ser: de braço curto, de braço longo,
de perna curto, de perna longo, para deambulação, de corpo, espica de ombro, espica de quadril.
O uso deste aparelho requer atenção para não molhar, não introduzir objetos dentro
do aparelho para coçar a pele.
O retorno para retirada do gesso geralmente é de 10 a 20 dias dependendo do caso, sendo necessária a
realização de fisioterapia para recuperação dos movimentos.
A tala é um dispositivo composto por material termoplástico ou gesso. Devem ser bem acolchoadas para
evitar cisalhamento causado pela tala. O uso da tala é recomendado para clientes com lesões
osteomusculares como entorses, distensões e luxações em que há risco de edema acentuado ou pós-
operatório ortopédico. Esse dispositivo utiliza uma placa rígida curva ou semicurva presa ao membro
afetado com atadura de crepom.
Colocação de tala de material termoplásico.
Comentário
Sua vantagem em relação ao aparelho gessado é que a tala envolve somente um lado do membro afetado,
sendo fixada ao local com ataduras de crepom, permitindo assim expansibilidade do membro em caso de
edemas, além de facilitar o acompanhamento da cicatrização da incisão cirúrgica em casos de cirurgia
ortopédica. Esse tipo de tratamento é o mais indicado para estabilização da lesão em caso de traumas
agudos tipo osteomolecular.
Existem ainda bota imobilizadora tipo robocop, luvas e tipoias americanas utilizadas para estabilização de
lesão, sendo estas mais confortáveis, mais práticas, reaproveitáveis, porém com custo maior para o cliente.
Próteses e órteses
As próteses são dispositivos substitutos de membros ou articulações que foram perdidos devido a lesões
graves, amputações ou em degeneração pela idade avançada ou por alguma doença. As próteses são
confeccionadas sob medida para o cliente, utilizando titânio, fibra de carbono ou aço. São classificadas
ainda em externas (exoesqueléticas) e internas (endoesqueléticas). As próteses externas são utilizadas
para substituir membros amputados, dando estabilidade nos movimentos e independência no cotidiano,
enquanto as próteses internas substituem articulações desgastadas ou fixam fraturas graves por meio de
pinos ou placas redutoras, contribuindo para uma estabilidade óssea.
Uso de muletas.
Já as órteses são dispositivos utilizados para dar estabilidade ao cliente na locomoção até que recupere
seus movimentos, ou seja, são utilizados temporariamente para alinhamento ou correção do quadro do
cliente.
Existem dois tipos de órteses: internas e externas.
Internas
As órteses internas são utilizadas para estabilizar quadros patológicos como: marca-passos, bombas
autoinfusoras.
Externas
As órteses externas funcionam como assistente mecânico do cliente para estabilização dos movimentos
como: coletes, bengalas, colar cervical, munhequeiras, palmilhas ortopédicas, muletas etc.
Saiba mais
De acordo com Hinkle e Cheever (2016), uma das complicações mais graves do cliente em uso de
dispositivo imobilizador é a síndrome compartimental, que se trata de aumento da pressão intramuscular
em virtude do confinamento, resultando em baixa perfusão tecidual, isquemia e lesão irreversível. O principal
sintoma é a dor, que agrava com o movimento, e a queixa de que o dispositivo está muito apertado. Outra
complicação que pode ocorrer por dispositivo muito apertado são as úlceras de pressão e a síndrome do
desuso (caracterizada pela perda da força do membro afetado).
Fixadores externos e tração
Os fixadores externos são dispositivos utilizados para reduzir o espaçamento existente entre os fragmentos
ósseos ou reposicionar ossos e assim contribuir para cicatrização. A inserção deles é feita cirurgicamente e
utilizam pinos, placas, parafusos, arames. As vantagens são reduzir o sangramento derivado da fratura,
contribuir para uma rápida cicatrização, mais conforto para o cliente e facilidade nos cuidados do ferimento
cirúrgico. Os fixadores são classificados como: circulares (truelock, Ilizarov), lineares e híbridos.
A tração é utilizada para reposicionar ossos que após fratura apresentaram uma distância considerável
entre as partes. Existem 2 tipos de tração: óssea e através da pele.
Fixador externo circular Ilizarov.
Óssea
A tração óssea é aplicada diretamente sobre osso mediante a passagem de um fio metálico no segmento
que necessita ser tracionado. É indicada para fraturas tanto de membros superiores quanto de inferiores.
Através da pele
A tração através da pele é realizada com a aplicação de tiras adesivas sobre a pele, sendo indicada para
tração porcurto período e em crianças. Porém, é contraindicada para alérgicos a fita adesiva.
Cuidados de enfermagem ao cliente com distúrbios osteomusculares
O cliente que apresenta distúrbios osteomusculares geralmente necessita de cuidados na mobilização, na
diminuição da dor e de medidas que estabilizem o quadro desenvolvido. Em virtude disso, a enfermagem
executa ações que tragam não somente conforto, mas também que o incentive a executar atividades
independentes, adequadas ao seu estado (enquanto se recupera). A adaptação a dispositivos, a fragilidade
e menor intensidade de movimentos por causa da lesão são descritos nas orientações a seguir.
Nas primeiras 24h após a colocação, avaliar quanto à presença de edemas ou parestesias.
Verificar a circulação periférica do membro em uso de imobilizador.
Atentar para sinais de comprometimento neurovascular: dor, ausência de pulso, parestesia,
paralisia e palidez.
Implementar medidas de alívio da dor, quando prescrita.
Caso não haja alívio da dor, comunicar ao médico imediatamente.
Limpar a pele minuciosamente.
Incentivar o cliente a mobilizar os dedos do membro para estimular a circulação.
Orientar o cliente a utilizar uma tipoia quando for deambular.
Manter a perna do cliente em uso de imobilizador elevada com o uso de coxins.
Orientar o cliente quanto aos cuidados pós-alta com o imobilizador e o retorno para sua retirada.
Posicionar o cliente no leito de 2h em 2h.
Administrar medicamentos para dor conforme prescrito.
Avaliar a perfusão sanguínea do membro imobilizado.
Atentar para sinais de edema, palidez, dor, perda de sensibilidade.
Orientar o cliente a retornar ao serviço antes do prazo caso haja sinais de edema, dor e perda de
sensibilidade.
Orientar o cliente quanto ao retorno para retirada da espica.
Realizar limpeza diária nos locais de inserção dos pinos com a técnica asséptica utilizando álcool
70% ou clorexidina.
Cobrir os locais dos pinos com curativo oclusivo simples.
Registrar sinais flogísticos nos pontos de inserção dos pinos.
Cliente em uso de dispositivo imobilizador 
Cliente em uso de espica 
Cliente com fixador externo 
Manter o membro com fixador elevado.
Incentivar o cliente a se mobilizar.
Orientar o cliente quanto aos cuidados pós-alta no local do fixador.
Proteger proeminências ósseas para prevenir o desenvolvimento de lesão por pressão (LPP).
Avaliar o local de inserção da tração quanto à presença de sinais flogísticos.
Mobilizar o cliente no leito de modo a não alterar a tração.
Cuidados de enfermagem ao cliente com dispositivos de
imobilização
Está na hora de aprendermos de que maneira realizar ações adequadas a cada dispositivo de imobilização
utilizado pelo cliente. Vamos lá!
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Fratura (fases da cicatrização óssea)
Cliente em uso de tração ortopédica (óssea ou cutânea) 

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Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Lesões osteoarticulares: entorse
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Modalidades imobilizadoras e de suporte: próteses e órteses
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Cliente adulto, 30 anos, sexo masculino, praticava exercício físico quando tropeçou em um buraco na pista.
Subitamente, queixou-se de uma dor insuportável, além de não conseguir andar com o pé direito, com um
edema acentuado no tendão de Aquiles e hematoma que surgiu uns minutos após a queda. Diante dessas
informações, qual tipo de lesão ocorreu com o cliente?
A Entorse.
B Fratura.
C Luxação.
D Contusão.
E Distensão.
Parabéns! A alternativa E está correta.
A descrição dos sintomas refere-se à distensão do tendão. Com a queda, ocorreu torção e ruptura
do tendão de Aquiles. Por esse motivo, não conseguia andar com o pé afetado e queixou-se de
uma dor forte, edema e o hematoma indicando ruptura de vasos.
Questão 2
Quando ocorre uma fratura, as estruturas envolvidas podem afastar-se e até mover-se para fora da pele do
cliente, resultando numa fratura exposta. Para minimizar essas intercorrências, são utilizados dispositivos
como fixadores externos para melhorar a cicatrização da lesão. Assinale a alternativa que contém uma
medida minimizadora de edemas.
A Realizar curativo com álcool 70%.
B Estimular deambulação do cliente.
C Estimular mobilização dos dedos do membro afetado.
D Manter o membro imobilizado elevado.
E Aplicar curativo oclusivo nos pontos de inserção.
Parabéns! A alternativa D está correta.
3 - Assistência de enfermagem ao cliente com doenças
reumáticas e degenerações osteoarticulares
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar a sintomatologia das doenças reumáticas e
degenerações osteoarticulares, bem como a assistência de enfermagem.
Doenças reumáticas e degenerações osteoarticulares
O cliente que utiliza fixador externo pode ficar mais tempo imóvel em virtude da dificuldade na
mobilização e insegurança quanto ao uso do fixador. Por essa inatividade, pode ocorrer retenção
de líquidos e ocasionar um edema local. Logo, o enfermeiro deve manter o membro afetado
elevado utilizando coxins.

Representação ilustrativa de um comparativo entre articulações saudáveis e articulações com doença reumática.
A doença reumática é toda doença que compromete ossos, articulações, ligamentos e músculos.
Essas doenças podem ser causadas pelo próprio sistema imune do cliente, por quadros inflamatórios,
degeneração de articulações ou ossos, deposição de microcristais ou ser resultantes de outras patologias
como diabetes, tumores ou distúrbios da tireoide.
Enquanto as doenças reumáticas são decorrentes de alguma patologia preexistente, as degenerações
osteoarticulares são resultantes, na maioria das vezes, do desgaste físico, do excesso de peso corporal, da
diminuição de lubrificação e deterioração resultantes da idade avançada, causando destruição da
cartilagem existente na articulação e assim prejudicando a movimentação desses ossos. Por esse motivo, a
necessidade de um acompanhamento logo nos primeiros sintomas é crucial para o sucesso do tratamento.
Doenças reumáticas
Também denominadas de reumatismo, são doenças que acometem o aparelho locomotor cuja complicação
compromete o funcionamento de outros órgãos como coração, rins, olhos, pele e pulmões. Por se tratar de
doença crônica, a doença reumática não tem cura, porém, se for diagnosticada e tratada logo no inicio, o
indivíduo poderá levar uma vida livre de dores com risco mínimo de incapacidade de se movimentar.
Não é contagiosa, mas existem fatores de risco que favorecem seu desenvolvimento como: obesidade,
estresse, depressão, idosos, diabetes, doença renal, traumatismos, sedentarismo e ansiedade.
Gota
Também conhecida como artrite gotosa, é um processo inflamatório resultante da cristalização do ácido
úrico e sua deposição nas articulações. De acordo com Guimarães (2017), essa condição é extremamente
dolorosa e está entre as doenças mais incapacitantes da população americana. As causas de gota são
inúmeras, por exemplo: hiperurecemia, sedentarismo, obesidade ou sobrepeso, alcoolismo. Os sintomas da
gota são: inflamação das articulações, dor (agravada ao caminhar), edema (principalmente no hálux, joelho
e tornozelos), calor e rubor local. A gota pode acometer também dedos, orelhas, pés, joelhos e cotovelos.
Osso saudável Osso com
doença reumática
Representação ilustrativa da artrite gotosa, conhecida como gota.
Diagnóstico e tratamento para gota
O principal exame para confirmar o diagnóstico é a dosagem de ácido úrico no sangue e na urina. O exame
radiológico é utilizado para avaliar a extensão da doença no cliente. Para o tratamento, recomenda-se ingerir
bastante água, além do uso das seguintes medicações prescritas: alopurinol, colchicina ou probenecida,
conforme a gravidade do caso. Também são prescritos para alívio da dor anti-inflamatórios como
naproxeno, colchicina e ibuprofeno.Solicita-se abstinência alcoólica até remissão dos sintomas. Quando
houver a presença de tofos (nódulos cutâneos que crescem nas articulações durante crises de gota)
prejudicando a articulação, eles serão removidos cirurgicamente.
Fibromialgia
Representação ilustrativa da fibromialgia.
É uma doença reumatológica cujo principal sintoma é um quadro de dor muscular generalizada, crônica,
resultando em rigidez muscular, problemas do sono, depressão e comprometimento funcional. Quando na
presença desses sintomas, o cliente tende a desenvolver ansiedade. A origem da doença é neurogênica. As
crises álgicas podem durar até três meses consecutivos.
Em virtude de uma alteração no sistema nervoso central do cliente, as dores são amplificadas, causando
crises álgicas insuportáveis. Um simples toque pode desencadear uma crise. Não há nada comprovado
cientificamente, mas existem indícios de que esteja ligado ao fator familiar (herança genética). Outro fator
de risco é a ocorrência em mulheres de meia idade e pessoas com estresse.
Diagnóstico e tratamento de �bromialgia
Não há necessidade de exames para confirmação, pois o diagnóstico é clínico, baseado em sinais e
sintomas. No tratamento de fibromialgia, é indicado o uso das seguintes medicações: antidepressivos e
relaxantes musculares. Não há cura, mas o uso de terapias alternativas como acupuntura, shiatsu, florais de
Bach, a prática de exercícios e o uso de analgésicos são as medidas para controle da dor.
Tendinite e bursite
Representação ilustrativa da tendinite.
Tendinite
A tendinite é um processo inflamatório de um tendão, resultante de atritos ou movimentos repetitivos,
como no caso de atletas, ou “overuse” (trauma resultante do excesso de trabalho ou de rotinas
prolongadas de jogos e prática esportiva pesada como em crossfit), em decorrência do enrijecimento
causado pelo envelhecimento do cliente, obesidade, desidratação, trauma no tendão ou na bursa, postura
inadequada, diabetes, artrite reumatoide, trabalho com carregamento de peso ou na presença de artrite.
Representação ilustrativa da bursite.
Bursite
A bursite é a inflamação da bursa (bolsa cheia de líquidos que envolve articulações), em consequência da
fricção recorrente dos ossos nessas bolsas. As bursas são como almofadas localizadas entre os ossos e
os tendões, num total de 70 bolsas por todo o corpo, funcionando como amortecedores para absorver o
impacto e o atrito que surge durante a movimentação. Entretanto, quando a movimentação é forçada
mediante movimentos repetitivos ou exercícios pesados, essas bolsas apresentam inflamação, causando
dor e bastante incômodo. A bursite pode ocorrer no quadril, nos cotovelos, joelhos, tornozelos e,
principalmente, nos ombros.
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Os sintomas de ambas as patologias são idênticos como: dor na articulação, edema ou hiperemia local,
calor, crepitação, rigidez e dificuldade para movimentar o membro afetado. Tanto a tendinite quanto a
bursite, se não forem tratadas, podem evoluir para calcificações e processo inflamatório grave, necessitando
de intervenção cirúrgica como medida curativa.
Diagnóstico e tratamento de tendinite e bursite
Para diagnosticar um cliente com tendinite e bursite, o primeiro passo é o exame físico, no qual será
verificada a presença de claudicação no membro afetado, seguido de dor a movimentação ou presença de
edemas. Após isso, são solicitados exames radiológicos, como raio X ou tomografia computadorizada, em
que serão visualizados a presença de processo inflamatório envolvendo o tendão ou a bursa. No caso da
bursite, pode ser solicitada ainda coleta de líquido da bursa para determinar o agente causador da infecção.
Comentário
Baseando-se no quadro apresentado pelo cliente, esse tratamento consistirá em amenizar a dor e parar o
processo inflamatório, sendo prescritos AINEs (anti-inflamatórios não esteroidais) como: profenid,
diclofenaco potássico, ibuprofeno, flanax, naproxeno associados a medidas terapêuticas como fisioterapia,
aplicação de compressa fria e prática de esportes aquáticos por serem de baixo impacto, repouso quando
em período de crise e infiltrações com corticoides (injeção no local da dor). Se não tratada, a tendinite pode
cronificar e causar ruptura de tendão e atrofia muscular perilesão. No caso da bursite, as complicações são:
claudicação, mobilidade prejudicada e enrijecimento local.
Cuidados de enfermagem ao cliente com doença reumática
Assim como na assistência ao cliente com fraturas, o doente reumático requer cuidados que vão desde a
minimização da dor até a prevenção de complicações da doença como imobilidade prejudicada, entre
outros. Entretanto, o doente reumático não deve imobilizar o membro afetado, pois o quadro da doença
instala determinado grau de imobilização por rigidez, devendo esse membro ser mobilizado apenas quando
necessário.
O doente reumático necessita, além dos cuidados de enfermagem, de uma orientação quanto ao
autocuidado da sua doença, uma vez que ela precisa de constante monitoramento e retorno ao médico em
caso de piora.
Todas as medidas executadas visam minimizar a dor, aumentar a estabilidade da movimentação do
membro afetado e acelerar a recuperação do cliente, como veremos nos cuidados a seguir.
Medidas para minimizar os efeitos das doenças reumáticas
Aplicar gelo local em locais de inflamação.
Elevação do membro edemaciado.
Registrar o aumento da rigidez articular relatado pelo cliente.
Examinar membros inferiores em busca de sinais de trombose venosa profunda.
Estimular ingesta hídrica.
Estimular ingesta de alimentos com vitamina C e D.
Proteger proeminências ósseas com coxins.
Administrar analgésicos conforme prescrito.
Atentar para piora do quadro álgico e comunicar ao médico.
Avaliar quanto à presença de sinais de inflamação como rubor, calor e dor local.
Medidas para minimizar os efeitos das doenças reumáticas
Mensurar sinais vitais de 6h em 6h.
Estimular o cliente a mobilizar os membros conforme tolerável.
Avaliar a presença de edemas e rigidez no membro afetado.
Orientar o cliente a externar seus sentimentos.
Realizar curativo na técnica asséptica na incisão cirúrgica.
Orientar o cliente a manter a articulação afetada numa posição que reduza a sobrecarga sobre ele.
Orientar o cliente a realizar exercícios de amplitude prescritos para fortalecer o membro afetado.
Orientar o cliente a evitar movimentos bruscos ou levantamento de carga neste período de
recuperação.
Manter, durante o sono, o membro afetado apoiado em travesseiros.
Explicar ao cliente para atentar quanto a sinais de complicações no pós-operatório (quando
necessário), como: dormências, frio nas extremidades, cianose, presença de pus e odor fétido no sítio
cirúrgico.
A complexidade do cuidar ao portador de doença
reumática
Você sabe identificar a presença de complicações no estado geral do cliente durante o exame clínico? É o
que aprenderemos agora. Confira!
Degenerações osteoarticulares
As degenerações osteoarticulares são distúrbios que causam alguma anormalidade na cartilagem articular,
resultando numa limitação da mobilidade do membro afetado ou de todo corpo se for disseminado. Essas
doenças possuem como fatores desencadeantes: idade, etnia, histórico familiar, doenças inflamatórias
(como a gota), endócrinas (como diabetes) ou distúrbios hormonais (menopausa). Essas doenças são
consideradas incapacitantes e, se não diagnosticadas e tratadas da forma correta, podem comprometer a
mobilidade do cliente. Por esse motivo, quanto mais precocemente forem identificados os sintomas, mais
favorável será o tratamento em busca da cura do cliente.
Osteoporose
A osteoporose é um distúrbio osteometabólico em que a ressorção é maior
que a deposição, resultando em matriz óssea total reduzida, tornando os ossos
mais frágeis devido à redução da densidade mineral.
(FARIAS; LAGO; ANDRADE, 2015, p. 223)
De acordo Guarniero e Oliveira (2004), aproximadamente 1.300.000 fraturas por ano nos Estados Unidos são
resultantes da osteoporose.Essa doença é precedida pela presença de osteopenia, que consiste numa

baixa densidade óssea, sendo este quadro o ponto de partida para tratamento da doença.
Existem dois tipos de osteoporose:
Primária
A osteoporose primária acomete mulheres no pós-menopausa ou homens idosos. Está relacionada à baixa
produção de vitamina D, também denominada de osteoporose senil ou pós-menopausa.
Secundária
Na osteoporose secundária, o indivíduo é portador de alguma comorbidade ou doenças que interferem no
metabolismo ósseo, como neoplasias, hiperparatireoidismo, diabetes mellitus ou insuficiência renal, uso
prolongado de determinadas medicações ou alcoolismo.
Determinadas medicações
Prednisona, anticonvulsivantes, inibidores de bomba de prótons, recaptadores de serotonina que interferem
com o metabolismo da vitamina D.
Veja a seguir os estágios da osteoporose:
Estágios da osteoporose.
A principal característica dessa doença é perda da densidade óssea, deixando o osso mais poroso e fraco
de acordo com a evolução da doença. Geralmente, a osteoporose é silenciosa, somente sendo
diagnosticada por meio de exames de rotina segundo orientação médica ou quando em estágio avançado
de perda da massa óssea, quando surgem os seguintes sintomas: dor local, fragilidade óssea com
consequentes fraturas espontâneas, deformidade do osso.
É comum observarmos um cliente com osteoporose apresentando hipercifose torácica ou corcunda de
viúva, resultante do colapso de uma das vértebras torácicas. Essa deformidade da coluna pode causar
insuficiência respiratória por comprimir os pulmões e aumentar o risco de quedas em virtude da projeção da
coluna para frente.
Por esses motivos, é importante que haja prevenção dessa doença tomando
banhos diários de sol para síntese de vitamina D e uma dieta que contenha cálcio a
partir de derivados do leite, ovos, ingestão de vitamina C ou suplementos. Um
acompanhamento regular da saúde deve ser realizado quando o cliente apresentar
qualquer comorbidade para desenvolver a doença. A osteoporose é uma das
doenças que mais causam imobilidade por fratura em clientes idosos no mundo.
Diagnóstico e tratamento da osteoporose
O diagnóstico da osteoporose é feito mediante exames de imagens muito específicos que mensuram a
densidade óssea como: densitometria óssea, DEXA (absorciometria de duplo feixe de raios X), sendo este
último mais específico para diagnóstico da patologia. Além desses exames, o médico solicita exames
laboratoriais como fosfatase alcalina, cálcio sérico, hematócrito, velocidade de hemossedimentação (VHS)
e excreção urinária de cálcio como forma de excluir qualquer outra patologia.
Saiba mais
Diante da confirmação do diagnóstico, o tratamento consiste em medicamentos e dieta rica em cálcio. Os
medicamentos de escolha para tratar a osteoporose já instalada são: biofosfonatos (isandronatos,
alendronato, risendronato, ácido zoledrônico). O uso de ergocalciferol (vitamina D2) também é indicado
quando a osteoporose já está instalada. Uma suplementação com vitaminas C e D também é prescrita para
o cliente. A teriparatida (medicação que age acelerando cicatrização de fraturas) é utilizada em cliente com
alto risco de fratura, sendo administrada uma dose subcutânea a cada dois anos.
Osteoartrose (OA)
Doença crônica degenerativa que acomete articulações causando desgaste da cartilagem, sendo também
conhecida como osteoartrite ou artrose. Essa patologia desenvolve-se, na maioria das vezes, em pessoas a
partir dos 50 anos, sendo mais comum em clientes idosos acima dos 75 anos. A osteoartrose (OA) é
classificada como primária (sem causa aparente) e secundária (resultante de alguma patologia de base
como artrite reumatoide). Uma das principais características desta doença é o aparecimento de osteófitos
(ossos que crescem na coluna como resultado de doença degenerativa) popularmente denominado de “bico
de papagaio”.
A osteoartrose quando desenvolvida em algumas partes do corpo podem receber
outra denominação, como gonartrose (joelho) ou coxartrose (quadril).
De início insidioso, progride lentamente ao longo dos anos. Os sintomas iniciais da OA são: rigidez matinal
seguida de dor na mobilização, deformidade da articulação, formação de nódulos articulares denominados
nódulos de Heberden, crepitação óssea e atrofia muscular.
Mãos deformadas por AO.
Se não for realizado tratamento e a doença se cronificar, o cliente apresentará instabilidade da articulação
que foi comprometida. Geralmente, acomete as articulações que suportam o peso do corpo como: quadril,
coluna, joelhos, pés, prejudicando a movimentação. No entanto, se acometer o pescoço do cliente, causará
rigidez seguida de dor na movimentação, dificuldade para mobilização, tensão muscular e perda de
movimento dos membros superiores. A OA na região cervical não é muito comum, geralmente ocorre
quando existe alguma degeneração dos discos intervertebrais.
São fatores de risco para desenvolver a OA: clientes que possuem histórico familiar da doença,
afrodescendentes, fatores hormonais (mulheres na pós menopausa), hiperglicemia e hipercolesterolemia,
baixa ingestão de vitamina C e D, obesidade e velhice. Além disso, praticantes de exercícios físicos intensos
também estão propensos a desenvolver OA pelo desgaste no esforço das articulações. Quanto mais
sintomas o cliente desenvolver, mais rígidas ficam as articulações ao ponto de comprometer a mobilização
daquele membro.
De acordo com Junior et al. (2015, p. 3), a osteoartrose é uma doença reumática cuja incidência é bastante
elevada, sendo responsável por incapacidade em cerca de 15% da população mundial. No Brasil, ocupa o
terceiro lugar na lista dos segurados da Previdência Social, com 65% das causas de incapacidade.
Diagnóstico e tratamento de osteoartrose
O diagnóstico de OA é feito por meio dos seguintes exames laboratoriais: piridinolina, hidroxiprolina,
proteínas oligoméricas de matriz cartilaginosa (COMP) e análise do líquido sinovial, além de exames de
imagens como raio X e ressonância magnética. Esses exames procuram identificar sinais de desgaste
articular e crescimento de osteófitos na área acometida.
Os objetivos do tratamento são diminuir a dor, melhorar a qualidade de vida do cliente e estabilizar a
mobilidade do membro afetado. O tratamento é realizado com medicamentos, cirurgia, fisioterapia e terapia
ocupacional. Os medicamentos utilizados no tratamento, além dos analgésicos, são opioides e
corticosteroides aplicados via intra-articular, analgésicos tópicos como metilsalicilato e medicamentos que
interrompem o progresso da doença e/ ou minimizam a dor como: condroitina, cloroquina, glicosamina,
ácido hialurônico e diacereína.
Quando a degeneração articular é grave e comprometeu toda a estrutura articular
do cliente, é indicado substituição dessa articulação por uma de titânio ou aço
inoxidável mediante artroplastia.
Essa cirurgia consiste numa substituição da articulação bastante danificada por um implante artificial,
sendo realizada somente quando a terapia conservadora não faz mais efeitos.
As regiões mais indicadas para essa substituição são quadril (podendo ser total — nos dois lados do quadril,
ou parcial — hemiartroplastia), ombro e joelho. Nessa cirurgia, o médico remove a articulação danificada e
parte do osso para implantar uma articulação sintética. A recuperação é longa, dolorosa e requer
acompanhamento de fisioterapeuta, além de cuidados e analgesia controlada. Por ser uma cirurgia grande,
pode apresentar como complicações pós-cirúrgicas: trombose venosa profunda (TVP), rigidez articular,
necrose local, embolia pulmonar e óbito.
Hemiartroplastia de quadril.
Espondilose
A espondilose é uma degeneração crônica da coluna vertebral relacionada de uma forma secundária ao
envelhecimento.
O desenvolvimento desta doença decorre da degeneração dos discos intervertebrais, diminuindo a
mobilidade vertebral e consequente enrijecimento dos movimentos. A espondilose recebe várias
denominações conformea região acometida: cervical (pescoço), dorsal ou torácica (na coluna dorsal),
lombar (coluna lombar) e lombossacra (da região lombar até a sacra).
Quanto maior a mobilidade da coluna, mais comum de ocorrer a doença naquela região. Por esse motivo, de
acordo com o Ministério da Saúde (2013, p. 3), essas alterações são mais comuns nas porções
relativamente móveis, como as regiões cervical e lombar, e menos frequentes nas porções relativamente
rígidas, como a região dorsal.
O principal fator de risco para espondilose é a idade avançada, em virtude do envelhecimento e alteração
das estruturas, além da predisposição genética para desenvolver algum tipo de artrose. Por causa da
alteração estrutural causada pelo envelhecimento, os discos intervertebrais perdem seu formato e sua
consistência, reduzindo o espaço existente entre os discos vertebrais e causando pinçamento de nervos e
desgaste ósseo. Com o tempo, se não forem tratadas, essas alterações causam fortes dores e incapacidade
de movimentação. Como complicação da espondilose, o cliente está propenso a desenvolver claudicação,
imobilidade, paraplegia, disfunção da coordenação motora, incontinência urinária.
O cliente com espondilose apresenta os seguintes sintomas: dor com intensidade variável, geralmente
restrita à área acometida pela doença, tensão ou desconforto muscular e ao redor da área acometida,
formigamento na região afetada podendo se estender para os membros, rigidez, cefaleia e fraqueza nos
membros.
Claudicação
Comprometimento da capacidade de caminhar (marcha).
Representação ilustrativa de uma coluna saudável e de uma coluna artrósica.
Diagnóstico e tratamento de espondilose
Assim como em toda doença óssea degenerativa, os exames de imagens são os maiores aliados no
diagnóstico de espondilose. Um exame de raio X pode mostrar uma curvatura anormal da coluna vertebral
ou alterações nos espaços intervertebrais. Outros exames de imagem que são utilizados para esse
diagnóstico são tomografia computadorizada e ressonância magnética. Quanto mais cedo for
diagnosticada a doença, melhor será o seu prognóstico.
Sendo confirmado o diagnóstico, prossegue o tratamento, que consiste em
amenizar os sintomas da doença, principalmente a dor. Além de analgesia
medicamentosa por meio de anti-inflamatórios como ibuprofeno e paracetamol,
também é prescrito fisioterapia e terapias alternativas como acupuntura,
cromoterapia, florais de Bach, além do uso de coletes, colares cervicais ou órteses
lombares.
A orientação do repouso pode ser prescrita se ficar evidenciada a presença de herniação do disco
intervertebral. A maioria dos clientes responde bem ao tratamento conservador, mas caso haja recidiva ou
resposta contrária, uma cirurgia pode ser indicada. Essa cirurgia consiste em substituir o disco degenerado
por uma prótese, melhorando assim os movimentos e amenizando o quadro álgico. Embora o tratamento
seja sintomático, a monitorização do avanço dos sintomas também faz parte do tratamento como modo de
acompanhar a resposta do cliente ao tratamento proposto.
A assistência de enfermagem ao cliente com espondilose é a mesma aplicada a qualquer cliente com
quadro degenerativo da coluna cujo objetivo é dar suporte emocional e de apoio, propor medidas de
conforto e orientar quanto ao autocuidado no pós-alta, de forma a reintegrá-lo à sociedade adaptado a sua
nova condição. Reabilitação é a palavra-chave na fase que o cliente começa a apresentar limitações no seu
dia a dia. É importante que em todas as etapas do cuidado haja inclusão da família do cliente na elaboração
das ações, coleta de informações e manutenção da saúde do doente.
Assistência de enfermagem ao cliente com degeneração
osteoarticular
A intervenção da enfermagem na rotina do cliente com doença degenerativa é baseada na sintomatologia e
implementação de medidas de conforto e preventivas quanto a complicações. É importante ressaltar que,
na presença de quadros álgicos, o cliente necessita de repouso por períodos curtos, não devendo ser
prolongados para não comprometer a mobilidade articular. Segundo Hinkle e Cheever (2016), a aplicação de
compressas quentes, alternadas com massagens nas costas, ajudam a aliviar as dores provocadas pela
doença nessa região.
Ao executar as ações de avaliação diárias do cliente, como aferir sinais vitais,
identificar alterações prejudiciais a sua mobilidade, o enfermeiro e sua equipe
fazem educação em saúde por meio de orientações quanto a mover-se dentro de
suas limitações, estimular a ingestão de alimentos e líquidos e a relatar piora da
dor ou aumento da rigidez de articulações.
Além desses cuidados, a enfermagem deve aplicar compressas mornas nas áreas afetadas, estimulando o
relaxamento muscular, aliviando a dor.
Atenção!
É preciso ter um cuidado maior com o cliente que possui hipercifose, pois, em virtude dessa curvatura
acentuada da coluna torácica, há compressão pulmonar, podendo prejudicar a respiração do cliente. Em
caso de clientes acamados, a atenção é redobrada pelo risco de quedas, devendo assim manter as grades
elevadas. Desse mesmo modo, uma forma de também proporcionar segurança ao cliente é a prevenção do
aparecimento de lesões por pressão (LPP), ao mobilizar o cliente no leito de forma regular e proteger as
partes mais susceptíveis a abrir feridas com hidratação e material adequado para isso.
Estas são outras ações a serem realizadas:
Medidas para minimizar os efeitos das degenerações osteoarticulares
Orientar quanto à realização de exercícios físicos moderados.
Aferição de sinais vitais de 6 em 6 horas.
Identificar sinais de mobilidade prejudicada.
Orientar a realização diariamente de exercícios de amplitude na movimentação (conforme prescrição).
Avaliar padrão respiratório se houver hipercifose instalada.
Medidas para minimizar os efeitos das degenerações osteoarticulares
Aplicar compressas mornas nas áreas afetadas.
Estimular o autocuidado dentro das limitações do cliente.
Implementar medidas preventivas de quedas.
Proteger proeminências ósseas com coxins.
Estimular ingestão hídrica.
Estimular aceitação da dieta oferecida.
Se o cliente com tendinite, bursite ou gota for submetido à cirurgia em virtude do quadro avançado da
doença, é necessário que as seguintes medidas sejam tomadas como forma de prevenir possíveis
complicações:
Avaliar a área operada quanto à presença de sinais flogísticos.
Orientar o cliente a notificar se observar edemas, cianose de extremidades, drenagem purulenta e com
odor fétido do sitio cirúrgico.
Manter apoiada a região operada.
Realizar troca diária dos curativos dentro da técnica asséptica utilizando álcool 70% ou clorexidina
alcoólica.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Diagnóstico e tratamento para gota
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Fibromialgia

Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Diferenças entre tendinite e bursite
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A osteoartrose é uma doença crônica degenerativa, acometendo articulações e causando sua destruição
com o tempo. O cliente deve ser avaliado quanto ao grau de enrijecimento dessas articulações. Qual das
respostas abaixo apresenta uma região pouco atingida pela osteoartrose?
A Joelho.
B Quadril.
C Pescoço.
D Dedos.
E Tornozelo.
Parabéns! A alternativa C está correta.
O pescoço é uma região que não sofre ação do peso corporal para desenvolvimento da doença.
Porém, se houver degeneração do disco intervertebral, pode ocorrer instalação de osteoartrose e
assim degenerar as articulações cervicais.
Questão 2
Sr. M.F.M., 53 anos, obeso, apresentou quadro agudo de gota em ambas as pernas. O médico avaliou e
prescreveu algumas medicações. Assinale a alternativa que apresenta sintomas de gota.
A Dor, rubor e calor.
B Rigidez articular, dor e calor.
C Rubor, edema e rigidez articular.
D Rigidez articular,calor e rubor.
E Rigidez articular, edema e rubor.
Parabéns! A alternativa A está correta.
A gota é um processo inflamatório causado por deposição de cristais de ácido úrico nas
articulações cujos sintomas são: edema, rubor, dor, calor local.

Considerações �nais
Como vimos, as patologias tegumentares e osteomusculares apresentam sintomas distintos e necessitam
de acompanhamento. Geralmente, essas patologias, se tratadas, não apresentam complicações; contudo,
caso sejam negligenciadas, podem causar deformidades e comprometer o funcionamento de estruturas.
Já as patologias como doenças reumáticas são incapacitantes, podendo evoluir com rigidez do membro ou
partes do corpo. Esses doentes apresentam quadros álgicos que necessitam de analgesia e medidas de
conforto até que seja controlado o quadro agudo da doença.
Identificar os sintomas por meio da fala do cliente ou da realização do exame físico fornece dados objetivos
e subjetivos para um planejamento adequado da assistência em enfermagem. Assim, o enfermeiro deve
manter vigilância e reavaliar o cliente adequadamente para manter atualizada a evolução da doença,
minimizando complicações e proporcionando qualidade de vida.
Podcast
Para encerrar, ouça os conhecimentos obtidos sobre a patologia na assistência ao cliente.
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Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1309, de 22 de novembro de 2013: Aprova o Protocolo Clínico e
Diretrizes Terapêuticas da Espondilose. Brasília: 2013.
DUARTE, V. S. et al. Exercícios físicos e osteoartrose: uma revisão sistemática. Fisioter. Mov., Curitiba, v. 26,
n. 1, p. 193-202, jan./mar. 2013.
FARIAS, L. T. M.; LAGO, C. C. L.; ANDRADE, J. C. S. Osteoporose: uma análise fisiopatológica voltada para
enfermagem. Revista Enfermagem Contemporânea. 2015 jul./dez.;4(2):222-236.
GUARNIERO, R.; OLIVEIRA, L. G. Osteoporose: atualização no diagnóstico e princípios básicos para o
tratamento. Rev Bras Ortop, v. 39, n. 9 – Setembro, 2004.
GUIMARÃES, F. M. G. Tratamento da Gota na Atenção Primária à Saúde. Rev Bras Med Fam Comunidade.
Rio de Janeiro, 2017 jan.-dez.; 12(39):1-8.
HINKLE, J. L.; CHEEVER, K. H. Brunner e suddart: Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 13. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, v. 1 e 2. 2016.
JUNIOR, E. C. S. et al. Perfil epidemiológico dos pacientes com artrose de joelho atendidos no serviço
fisioterapia reumatológica em duas clínicas escola de Maceió. Anais CIEH, 2015, v. 2, n. 1.
PIRES, C. A. et al. Infecções bacterianas primárias da pele: perfil dos casos atendidos em um serviço de
dermatologia na Região Amazônica, Brasil. Rev Pan-Amaz Saude 2015; n. 6, v.2, p.45-50.
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Leia o artigo Diagnósticos e intervenções de enfermagem em paciente com erisipela: estudo de caso em
hospital de ensino, de Patrick Leonardo Nogueira da Silva, Glaucie Graysse Duarte de Abreu, José Ronivon
Fonseca, Simone Guimarães Teixeira Souto e Renata Patrícia Fonseca Gonçalves.
Leia também o Caderno de enfermagem em ortopedia, disponível no site da Biblioteca Virtual em Saúde, do
Ministério da Saúde.
Leia também sobre a enfermagem e doenças reumatológicas em Os desafios da enfermagem
reumatológica: uma perspectiva emergente no cuidado, de Alessandra Sant’Anna Nunes e Helena Maria
Scherlowski Leal David.
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