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Patologias 02 1. Introdução a Patologia 6 1.1. O Processo Saúde Doença 6 1.2. Citopatologia 8 1.3. Biópsia 9 2. Adaptação, Lesão e Morte Celulares 11 2.1. Adaptação Celular 11 2.1.1. Hipertrofia 12 2.1.2. Hiperplasia 13 2..1.3. Atrofia 13 2.1.4. Metaplasia 14 2.2. Lesão Celular 14 2.3. Morte Celular 16 2.3.1. Necrose 17 2.3.2. Apoptose 18 3. Carcinogênese e Neoplasias 21 3.1. Carcinogênese 21 3.2. Neoplasias 23 4. Inflamações 28 4.1. Inflamação Aguda 29 4.2. Inflamação Crônica 30 4.3. Granulomas 31 4.4. Reparo 32 4.4.1. Regeneração 32 3 4.4.2. Cicatrização 33 5. Distúrbios Circulatórios 36 5.1. Hemorragia 36 5.1.1. Causas 37 5.1.2. Tipos 37 5.1.3. Tratamento 38 5.2. Trombose 38 5.2.1. Tipos 38 5.2.2. Formas 39 5.2.3. Causas 39 5.2.4. Sintomas 39 5.2.5. Diagnóstico 40 5.2.6. Tratamento 40 5.3. Acidente Vascular Cerebral (AVC) 40 5.3.1. Tipos 41 5.3.2. Sintomas 42 5.3.3. Fatores de risco 42 5.3.4. Diagnóstico 42 5.3.5. Tratamento 43 5.4. Infarto do Miocárdio 43 5.4.1. Sintomas 44 5.4.2. Fatores de risco 44 5.4.3. Diagnóstico 45 4 5.4.4. Tratamento 45 5.5. Edemas 45 5.5.1. Tipos 47 5.5.2. Causas 48 5.5.3. Sintomas 49 5.5.4. Diagnóstico 49 5.6. Embolia Pulmonar 49 5.6.1. Causas 50 5.6.2. Sintomas 50 5.6.3. Diagnóstico 51 5.6.4. Tratamento 51 6. Principais Patologias Associadas à Anatomia 53 6.1. Cardiopatias Congênitas 53 6.1.1. Sintomas 54 6.1.2. Causas 55 6.1.3. Tratamento 55 6.2. Doenças Pulmonares 56 6.2.1. Principais doenças pulmonares 57 6.2.2. Sintomas 58 6.2.3. Diagnóstico 59 6.2.4. Tratamento 59 7. Referências Bibliográficas 61 05 6 APOSTILA DE PATOLOGIAS 1. Introdução a Patologia Fonte: https://www.extra-imagens.com.br e acordo com Kumar (2013), o termo patologia é originado do grego e significa estudo das doenças. A patologia se caracteriza em estudar as alterações que as doenças provocam nas células, tecidos e órgãos, e sua função principal é explicar os processos que levam uma doença se desenvolver. 1.1. O Processo Saúde Doença Definir saúde e doença não é tão simples, pois elas não são D 7 APOSTILA DE PATOLOGIAS condições imutáveis, e sim condições vitais que estão em constante mudança e avaliação. Ao longo dos anos, surgiram diversas definições de saúde e doença, como doença sendo definida como a ausência de saúde, e a saúde definida como ausência de doença, uma definição incompleta e pouco esclarecedora (FERNANDES, 2010). Brêtas e Gamba (2006) considera que a doença não pode ser entendida apenas por meio dos fatores fisiopatológicos, pois a doença em si é estabelecida pelo sofrimento, dor, prazer e as expressões emocionais do corpo que adoece. Segundo os autores Evans e Stoddart (1990), a doença não é vista integralmente como um processo associado ao sofrimento e ao mal. Para os autores o bem estar individual, o desempenho social e a percepção individual sobre a saúde é o que define esse os parâmetros da doença. A saúde só é percebida quando se adoece, pois ela é condição de vida que é vista de forma individual e única. Não se pode estabelecer um limite entre a doença e a saúde, demarcar com precisão quando uma acaba e a outra começa, pois os mesmos fatores que são essencial para assegurar a saúde podem provocar uma doença (VIANA, 2012). Em 1947, a Organização Mundial da Saúde (OMS), definiu saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade.” Essa definição de saúde é usada até os dias de hoje, mesmo sendo criticada por muitos autores da área da saúde. Atualmente o modelo mais usado de definição de saúde é a que atua em 3 planos: Plano subindividual – nesse plano o parâmetro para o processo saúde-adoecimento é o equilíbrio dinâmico entre normalidade, anormalidade e disfunções. Dessa forma quando a anormalidade e a disfunção ganharem mais destaque para o indivíduo, ocorre o adoecimento (NARVAI, 2008); Plano individual – é levado em conta o lado biológico e social do indivíduo. Esse plano considera tanto os aspectos biológicos, quanto as condições sociais para o 8 APOSTILA DE PATOLOGIAS processo saúde-adoecimento (NARVAI, 2008); Plano coletivo – entende o processo saúde-adoecimento a partir de fatores que vão além dos biológicos e sociais do indivíduo. É um processo orgânico, social e cultural (NARVAI, 2008). Portanto, o processo saúde doença é o conjunto de relações e variáveis que determina o estado de saúde e doença de uma população, que se modifica em diferentes momentos históricos do desenvolvimento científico da humanidade (BRISATO, 2016). 1.2. Citopatologia De acordo com Gamboni e Miziara (2012), a citopatologia é uma técnica de diagnóstico, que examina células de diferentes partes do corpo objetivando determinar a causa ou a natureza de uma doença. As células para análise são processadas em lâminas e examinadas em microscópios para diagnosticar diferentes tipos de doenças, e são obtidas através de esfregaços, aspirações, raspagens, centrifugação de líquidos e outros métodos que não são invasivos ou traumáticos. Para investigar tumores, lesões ou qualquer outro tipo de anomalia presentes nos órgãos, a técnica mais utilizada é a punção aspirativa com agulha fina (PAAF), pois é considerado uma técnica simples e eficaz. A citopatologia é considerado um método de baixo custo e pode ser realizada em ambulatórios, consultórios, ou mesmo em casa. Somente em raríssimos casos há a necessidade de utilizar exames de imagem. Este tipo de exame possibilita detectar as características das células examinadas, em casos de tumores, indica se é benigno ou maligno, possibilita também detectar vários tipos de alterações morfológicas das células. A citopatologia é uma boa técnica para realizar o diagnóstico de doenças, sem nenhum tipo de dor, pois possibilita detectar irregularidades em regiões específicas (KIERSZENBAUM, 2016). O Papanicolau é o exame citopatológico mais conhecido e mais realizado, é conhecido como exame preventivo do câncer de colo uterino. O Papanicolau é feito através do exame ginecológico, quando o profissional retira uma amostra de líquido presente dentro 9 APOSTILA DE PATOLOGIAS da região vaginal para analisar as celular e determinar o quadro gine- cológico da paciente (CONSOLARO e MARIA-ENGLER, 2012). 1.3. Biópsia De acordo com Kumar (2013), a biópsia é um procedimento cirúrgico que tem a finalidade de colher uma amostra de tecidos ou células para análise em laboratório. É um exame que pode ser realizado em quase todas as regiões do corpo, e além de detectar o câncer, possibilita a avaliação das condições dos órgãos e tecidos. Após a aplicação de uma anestesia local ou a sedação do paciente, é usada uma agulha, bisturi ou pinça, para retirar uma pequena parte da área que precisa ser analisada, em alguns casos é retirada toda a lesão. A amostra retirada é armazenada em uma solução de formol para que as células não se degradem e a sua análise seja possível. O tecido retirado é mergulhado em parafina para ficar mais firme, depois é fatiado em pedaços muito pequenos, por um equipamento chamado micrótomo. As fatias são levadas para uma lâmina, onde é adicionado corante para ressaltar as estruturas das células. É realizada uma avaliação visual por um especialista, que observa no microscópio as estruturas celulares, e verifica se existem anormalidades. Após con- cluída essa análise, o profissional emite um laudo sobre o que foi constatado (SZEJNFELD,2017). 1 0 11 APOSTILA DE PATOLOGIAS 2. Adaptação, Lesão e Morte Celulares Fonte: https://www.oncomarkers.com.br 2.1. Adaptação Celular adaptação celular é a resposta celular ao estresse fisiológico ou a um estímulo patológico. A adaptação celular acontece quando alguns estímulos do meio extracelular, provoca na célula a necessidade de ativar mecanismos moleculares que causam alteração nos genes que comandam a diferenciação celular (KUMAR, 2013). De acordo com Perez (2014), no processo de adaptação celular pode ocorrer dois efeitos: um deles é que o estímulo para e a célula volta ao normal, a homeostase é restaurada; o outro, é que o estímulo piora e ocorre lesão celular, a sua degeneração. Segundo os autores Kumar, Abbas e Aster (2013), nem todos os tecidos possuem a mesma capacidade de adaptação celular. Eles listam 3 maneiras de multiplicação celular, e cada uma A 12 APOSTILA DE PATOLOGIAS delas possibilita uma capacidade diferente de adaptação, que são: Tecidos lábeis – são os tecidos de divisão contínua, sempre estão se reproduzindo. Eles se encontram expostos a estímulo lesivos constantemente, como a pele, mucosas, boca, útero e etc.; Tecidos estáveis – são chamados de tecidos quiescentes, são aqueles que permanecem em repouso ou possuem um nível muito baixo de reprodução, se caracterizam pela capacidade de se dividirem muito rápido em resposta a lesões, num processo de regeneração, como por exemplo, o fígado, rins, músculo liso e pâncreas; Tecidos permanentes – também chamados de tecidos não divisores, pois são as células que não realizam mitose após o seu desenvolvimento embrionário. No caso desses tecidos a morte celular provoca a substituição por tecido conjuntivo, como nos casos das células nervosas, músculo esquelético e cardíaco. A adaptação celular pode ser de duas formas diferentes: fisiológica, quando as células respondem a estimulações normais de hormônios e mediadores químicos internos, como na gravidez; patológica, quando a resposta ao estresse de um estímulo lesivo, provoca a modificação de sua estrutura ou função para escapar da lesão, como por exemplo o aumento do músculo cardíaco em casos de insuficiência cardíaca (PEREZ, 2014). Segundo Reisner (2016), os principais tipos de adaptação celular são: hipertrofia, hiperplasia, atrofia e metaplasia. 2.1.1. Hipertrofia No caso da hipertrofia, quando há uma sobrecarga de trabalho nas células, ela aumenta de tamanho, e como consequência o órgão que a célula compõe também aumenta o seu tamanho. A hipertrofia é a procura de equilibrar a demanda e a capacidade funcional da célula. O aumento celular se dá devido ao aumento de organelas e proteínas estruturais, esse processo ocorre em células que não possuem a capacidade de se dividir, não produzem células novas (REISNER, 2016). A hipertrofia pode acontecer tanto na forma fisiológica, como no caso do útero durante a gestação, como na forma patológica, como o aumento do coração em pacientes hipertensivos. Tem maior incidência 13 APOSTILA DE PATOLOGIAS no músculo estriado cardíaco e nos músculos esqueléticos (PEREZ, 2014). 2.1.2. Hiperplasia De acordo com Kierszenbaum (2016), a hiperplasia é o aumento do número de células, devido ao aumento da carga de trabalho. Pode acontecer de duas formas: Fisiológica – a hiperplasia na forma fisiológica pode ser de dois tipos: Hiperplasia hormonal: quando ocorre o aumento da produção de hormônios no organismo, como nos casos da puberdade e gravidez; Hiperplasia compensatória: nos casos em que há lesão ou remoção de algum tecido, como por exemplo, quando um pedaço do fígado é retirado. Patológica – esse tipo de hiperplasia pode ser causada na maioria das vezes, por estimulação hormonal excessiva ou por fatores associados ao crescimento, como nos casos de infecções virais. A hiperplasia patológica abre caminho para o surgimento e proliferação de células cancerosas. 2..1.3. Atrofia A atrofia é a diminuição do tamanho da célula e por consequência a diminuição do órgão ao qual ela faz parte, devido à perda de substância celular. A atrofia pode ocorrer de duas formas: fisiológica, a perda de estimulação hormonal que acontece durante a menopausa; e patológica, desnervação (KUMAR, ABBAS E ASTER, 2013). Para Medrado (2014), a atrofia pode acontecer por diversas causas: diminuição da carga de trabalho; perda de inervação; diminuição do suprimento sanguíneo; nutrição inadequada; perda de estimulação endócrina; e envelhecimento. Uma das consequências da atrofia, é que seus mecanismos afetam o equilíbrio entre a síntese e a degradação de proteínas. Em alguns casos de atrofia, pode ocorrer um processo chamado autofagia, que é a célula se alimentar dela mesma quando privada de nutrientes. De acordo com Gamboni e Miziara (2013), os principais tipos de atrofia são: Atrofia por desuso, nos casos de redução da carga de trabalho; Atrofia por desenervação, lesão de nervos dos músculos esqueléticos; Atrofia por diminuição do 14 APOSTILA DE PATOLOGIAS suprimento sanguíneo, no caso de isquemia por consequência de alguma doença arterial; Atrofia por nutrição inadequada, desnutrição; Atrofia por perda da estimulação endócrina, como nos casos da perda do estrógeno durante a menopausa; Atrofia senil, o envelhecimento é um processo que está associado a perda celular; Atrofia por pressão, quando alguma patologia pressiona o tecido, diminuindo o suprimento sanguíneo. 2.1.4. Metaplasia A metaplasia é uma alteração que pode ser revertida por um estímulo estressante, onde há a substituição de uma célula adulta por outra que suporta melhor o estresse. Um exemplo clássico de metaplasia é o epitélio respiratório de um fumante, as células normais colunares e ciliadas dos brônquios e da traqueia são trocadas por células epiteliais escamosas estratificadas, que são mais fortes que as normais, porém causam perda dos mecanismo de proteção do pulmão. No caso de persistência do estímulo que causa a metaplasia por mais tempo, podem transformar essas células fortes em células cancerosas (OPPERMANN, 2014). 2.2. Lesão Celular De acordo com Contran, Kumar e Collins (2000) a lesão celular é um conjunto de alterações morfológicas, moleculares ou funcionais que ocorrem no tecido após algum tipo de agressão. A lesão celular pode acontecer quando as células são expostas a um estímulo nocivo mais forte ou por um período de tempo maior, onde a capacidade de adaptação celular já está esgotada levando à lesão da célula. A lesão celular pode ser reversível, quando apesar das agressões sofridas e das alterações funcionais e morfológicas, a célula se mantem viva após a retirada do estímulo nocivo, se houver persistência do estímulo a lesão torna-se irreversível e leva a morte celular. Para os autores Portch e Kunert (2004), as causas da lesão celular são: Privação de oxigênio, hipóxia ou anóxia – asfixia e altitudes extremas; Isquemia – obstrução arterial; Agentes físicos – trauma mecânico, queimaduras, radiação solar, choque elétrico, radiação ionizante; 15 APOSTILA DE PATOLOGIAS Agentes químicos – uso abusivo de álcool, medicamentos, poluentes ambientais, venenos e drogas ilícitas; Agentes infecciosos – vírus, bactérias, fungos e protozoários; Reações imunológicas – doenças autoimunes, reação anafilática; Defeitos genéticos – anemia falciforme; Alterações nutricionais – obesidade, desnutrição. Segundo Medrado (2014), mecanismos que são responsáveis pela lesão celular são muito complexos, e a respostacelular vai depender do tipo de agressão, do tempo de duração e da intensidade do estímulo nocivo. Os principais mecanismos de lesão celular são: diminuição do ATP, lesão mitocondrial, fluxo intracelular de cálcio e perda da homeostasia do cálcio, acúmulo de radicais livres derivados do oxigênio, defeitos na permeabilidade das membranas. Diminuição do ATP - Quando ocorre a depleção do ATP, causada por anóxia, isquemia ou envenenamento, as bombas de sódio e potássio, que ficam situadas na membrana celular, começam a falhar devido à falta de energia. Esse processo causa a entrada de Na e água e a saída de K, produzindo edema intracelular. A célula então inicia glicólise anaeróbia, que é menos eficiente, gerando menos energia, produzindo substâncias ácidas (ácido lático, fosfatos inorgânicos) e sobrecarregando os depósitos celulares de glicogênio, causando a queda do pH intracelular (OPPERMANN, 2014); Lesão mitocondrial – Segundo os autores Kumar, Abbas e Aster (2013), as lesões celulares, na maioria das vezes, são acompanhadas por alterações morfológicas das mitocôndrias. Os mecanismos que causam lesão nas mitocôndrias são: a perda da homeostase do cálcio, cuja concentração aumenta no citosol; stress oxidativo; e fragmentação dos fosfolipídios; Homeostase do cálcio – A homeostase do cálcio é imprescindível para manter as funções celulares. Nos casos de falência da bomba de cálcio, a sua entrada para a célula é facilitada e ocorre o seu acúmulo no citoplasma, além do seu escape das mitocôndrias e do retículo endoplasmático para o citosol. O cálcio promove a ativação de diversas enzimas, promovem a inativação do ATP (ATPases), 16 APOSTILA DE PATOLOGIAS lise das membranas celulares (fosfolipases), lise das proteínas estruturais e das membranas (proteases) e fragmentação da cromatina (endonucleases) (MEDRADO, 2014); Acúmulo dos radicais livres derivados do oxigênio – O metabolismo celular normalmente forma uma pequena quantidade de radicais livres, que possuem potencial lesivo para as células, que por sua vez, possuem mecanismos de defesa que evitam possíveis danos por estes radicais livres. Quando ocorre um desequilíbrio neste sistema ocorrem as lesões celulares. Existem vários mecanismos para formação destes radicais livres: absorção de radiação ionizante, metabolismo de determinadas drogas, geração de óxido nítrico (NO) e outros. As principais consequências desta agressão por radicais livres são: peroxidação dos lipídios das membranas, oxidação de proteínas e lesões do DNA (KUMAR, ABBAS e ASTER, 2013); Defeitos na permeabilidade das membranas – De acordo com os autores Brasileiro Filho e Bogliolo (2013), a perda da permeabilidade seletiva das membranas é responsável por uma série de transtornos à célula, permitindo a entrada ou a saída de substâncias. Esta lesão pode ser causada por falta de energia (isquemia) ou por lesão direta por toxinas, vírus, substâncias químicas, fragmentos do complemento, etc. Os mecanismos bioquímicos envolvidos são: disfunção mitocondrial, perda de fosfolipídios das membranas, anormalidades no citoesqueleto, radicais livres, subprodutos da fragmentação dos lipídios. Para Kumar (2013), existem dois tipos de consequências das lesões celulares reversíveis: 1 - Edema: ocorre quando a célula é incapaz de manter o seu equilíbrio iônico, devido ao aumento da entrada e acúmulo de sódio e água na célula; 2 - Esteatose: as causas da esteatose são hipóxia, agressão por toxinas ou alterações no metabolismo. A esteatose é a formação de vacúolos de gordura no citoplasma, que tendem a se deslocar para a periferia da célula. 2.3. Morte Celular De acordo com os autores De Robertis e Hib (2001), a morte celular ocorre após uma lesão celular irreversível, e geralmente é causada por alguma doença 17 APOSTILA DE PATOLOGIAS autoimune, câncer e neurodegeneração. O processo de morte celular acontece pela perda da integridade da membrana plasmática, causando a fragmentação do núcleo celular. A morte celular pode ser de duas maneiras: necrose, quando é associada a alguma patologia; e apoptose, que pode ser tanto por causa patológica, quanto fisiológica (FRANCO, 2010). 2.3.1. Necrose De acordo com Alberts (2016), necrose pode ser definida como a morte de um grupo de células, tecido ou órgão, geralmente causada por ausência de suprimento sanguíneo. É a perda irreversível das atividades da célula, que torna impossível a manutenção de seus mecanismos de homeostasia. A morte celular por necrose, se dá quando há digestão da célula por enzimas lisossomais, um processo de digestão, denominado de autólise. Para Franco (2010), a necrose pode ser causada por: Agentes físicos: ação mecânica, temperatura, efeitos magnéticos, radiação; Agentes químicos: substâncias toxicas, drogas, álcool; Agentes biológicos: infecções virais, bacterianas, micóticas, parasitárias ou insuficiência circulatória. De acordo com Contran, Kumar e Collins (2000), a necrose é dividida nos seguintes tipos: Necrose coagulativa: é cau- sada por hipóxia ou isquemia em qualquer tecido, exceto o cerebral. Ela é determinada pela desnaturação das proteí- nas celulares autolíticas, que impede a destruição celular e a arquitetura tecidual é mantida por alguns dias até a digestão e remoção da necrose. As proteínas no citoplasma coagulam e as células ficam todas borradas e sem nitidez quando observadas ao microscópio, as células morrem, mas sua estrutura básica permanece intacta; Necrose liquefativa: é causada por infecções por agentes biológicos, geralmente por micróbios, ou por isquemia ou hipóxia no tecido cerebral. A lesão e morte celular são causadas por toxinas produzidas pelos micro- organismos infecciosos ou por processo inflamatório e as células mortas são rapidamente fagocitadas e digeridas. A digestão do tecido necrótico resultará na formação de uma massa residual sem forma, geralmente composta por pus; 18 APOSTILA DE PATOLOGIAS Necrose gordurosa: ocorre em áreas de destruição de gorduras por causa da ação de lipases. É encontrada principalmente em casos de pancreatite aguda e de necrose gordurosa da glândula mamária. Ocorre o extravasamento de enzimas lipolíticas para o tecido adiposo; Necrose gangrenosa: um tipo de necrose de coagulação que inicia nas extremidades de membros que perderam o suprimento sanguíneo, causando a gangrena, isto é, uma necrose seguida de invasão bacteriana e putrefação tecidual. É um tipo de necrose por coagulação (isquêmica) evoluída. Onde a presença de bactérias é grande e além da autólise, ocorre putrefação (apodrecimento), ocasionando a liquefação da necrose por coagulação; Necrose caseosa: está ligada a infecção por algumas bactérias e fungos, é muito comum na tuberculose. Seu nome é originado devido a predominância de caseína no processo. É caracterizada pela formação de uma massa branca, molenga, granulada; Necrose fibrinoide: ocorre na maioria das vezes, em alguns vasos sanguíneos (artérias), causada pela arteriosclerose ou doenças autoimunes. O tecido necrosado adquire um aspecto róseo e vítreo, semelhante à fibrina; Necrose hemorrágica: se dá em alguns órgãos internos quando há obstrução do fluxo sanguíneo, causando acúmulo de sangue no tecido e diminuindo o nível de oxigênio, o que provoca a necrose do tecido. 2.3.2. Apoptose Segundo os autores Grivicich, Regner e Rocha (2007) a apoptose é a morte celular programada ou morte celular não seguida de autólise. Se trata de um tipo de autodestruição celular ordenada que possui uma finalidade biológica definida e que demanda certo gasto de energia para a sua execução. A morte celular por apoptose não édesencadeada por traumas, trata-se de uma morte programada, que objetiva garantir a manutenção de tecidos e órgãos, evitando que células com problemas ou desnecessárias, comprometam o funcionamento adequado do organismo. A apoptose está associada a uma série de alterações morfológicas da célula que causam sua inativação e fragmentação, ao final de seu ciclo, sem extravasar conteúdo tóxico para o meio extracelular, portanto, sem causar dano tecidual. 19 APOSTILA DE PATOLOGIAS Para Alberts (2011), as maiores causa da apoptose são: Renovação: acontece quando há necessidade do tecido ser reposto ou renovado. É muito comum no estágio embrionário, pois muitas estruturas do embrião precisam recuar para continuar o processo de formação; Infecção: ocorre quando há invasão de alguma célula por um micróbio (principalmente vírus), se o corpo não conseguir eliminá-lo, ativa o mecanismo de autodestruição e mata a célula junto com o parasita; Resposta imunológica: nos casos de infecção, o organismo produz células de defesa, os leucócitos, para destruir o agente infeccioso, quando a infecção acaba essas células são mortas através da apoptose; Lesão no DNA: ocorre quando o DNA de uma célula é danificado e ela detecta o dano e tenta repará-lo. Se não puder ser consertado, a célula entra em processo de apoptose, garantindo que não transmitirá seu DNA danificado. Quando as células têm seu DNA danificado mas falham em sofrer apoptose, elas podem se transformar em células cancerosas. 21 APOSTILA DE PATOLOGIAS 3. Carcinogênese e Neoplasias Fonte: http://clinicacorp.com.br 3.1. Carcinogênese carcinogênese, também conhecida como oncogênese, é o processo de formação de uma neoplasia, comumente conhecida como câncer. As neoplasias são um aglomerado de células, que resultam de divisões descontroladas de uma célula mãe original, que causa o aparecimento de mutações que são responsáveis por danos em um ou mais genes de uma única célula. Ocorre uma mudança no DNA da célula, que começa a receber instruções erradas para as suas atividades. A carcinogênese é o processo que através de uma série de eventos, transforma uma célula benigna em maligna, é um processo complexo que pode ser induzido por diversos fatores. O resultado desse processo de transformação é a formação de tumores (FELIPE JUNIOR, 2018). Os tumores podem ser divididos em benignos e malignos: nos casos de tumores benignos, as A 22 APOSTILA DE PATOLOGIAS células tumorais crescem lentamente e são iguais as células do tecido normal, e geralmente eles podem ser removidos por uma cirurgia sem voltar a crescer, não colocando a vida do paciente em risco; os tumores malignos são invasivos, se infiltram progressivamente no organismo através de um processo denominado metástase, colocando a vida do paciente em risco (MOURA, 2017). De acordo com Chabner e Dan (2015), o processo de formação do câncer, em geral é lento, e pode levar anos para uma célula cancerosa se reproduzir e dar origem a um tumor visível. Esse processo passa por vários estágios: Estágio de iniciação: é o primeiro estágio da carcinogênese. Neste estágio as células sofrem os efeitos causados pelos agentes carcinogênicos, ocasionando alterações em alguns dos seus genes. Neste ponto, as células apresentam-se geneticamente modificadas; todavia, ainda não é possível se identificar um tumor. Estágio de promoção: é o segundo estágio da carcinogênese. Neste estágio as células que foram geneticamente modificadas, sofrem o efeito dos agentes cancerígenos classificados como oncopromotores. Essa célula modificada é transformada em célula maligna, de forma lenta e gradual. Para que ocorra essa transformação, é necessário um longo e continuado contato com o agente cancerígeno promotor. A suspensão do contato com agentes promotores muitas vezes interrompe o processo nesse estágio. Alguns componentes da alimentação e a exposição excessiva e prolongada a hormônios são exemplos de fatores que promovem a transformação de células iniciadas em malignas. Estágio de progressão: é o terceiro e último estágio da carcinogênese. Neste estágio ocorre uma multiplicação descontrolada e irreversível das células modificadas. Neste ponto o câncer já se instalou e está em evolução até o surgimento das primeiras manifestações clínicas da patologia. Os fatores que promovem a iniciação ou progressão da carcinogênese são chamados de agentes oncoaceleradores ou carcinógenos. O fumo é um agente carcinógeno completo, pois possui componentes que atuam nos três estágios da carcinogênese. O sistema imune do organismo geralmente consegue 23 APOSTILA DE PATOLOGIAS destruir a célula tumoral, antes de sua duplicação e a formação de um câncer. Portanto, em casos que o sistema imune esteja comprometido, o câncer se desenvolve. Diversos fatores contribuem para aumentar o risco do desenvolvimentos de um câncer: história familiar, anormalidades cromossômicas, tabagismo e exposição a produtos químicos (RODRIGUES e OLIVEIRA, 2016). 3.2. Neoplasias A neoplasia é um tumor que é formado devido ao aumento do número de células. Frequentemente os termos tumor e câncer são usados como sinônimos de neoplasia. Porém cada um possui conceitos diferentes: tumor é sinônimo de qualquer substância que acumule e leve ao aumento de um tecido ou determinada região, que pode ocorrer por uma reação inflamatória, por aumento de fluidos e por uma proliferação descontrolada de células; neoplasia é especificamente uma multiplicação descontrolada de células, que pode ser benigna ou maligna; e o câncer é definido como uma neoplasia maligna (HOFF, 2018). De acordo com os autores Bezerra, Dourado, Pinto e Frota (2019), as neoplasias podem ser classificados em dois tipos, de acordo com seu comportamento clínico: Neoplasia benigna: se trata de um tumor de crescimento lento e organizado, formado por células semelhantes as que estão presentes no tecido normal. Esse tipo de tumor possui limites bem definidos e ele não é capaz de invadir os tecidos vizinhos ou provocar metástases. As neoplasia benignas são tumores que, geralmente, após serem removidos, não reincidem. Apesar de não terem capacidade para invadir os tecidos vizinhos, os tumores benignos podem crescer de maneira exagerada e comprimir estruturas próximas. De modo geral, as neoplasias benignas possuem o sufixo “oma” em seus nomes, como por exemplo lipoma e mioma; Neoplasia maligna: é um tumor de crescimento rápido, constituído de células que se apresentam de forma diferente das que estão presentes no tecido normal. Esse tipo de tumor possui limites pouco definidos, é capaz de invadir tecidos vizinhos e podem provocar metástases, que é uma situação em que o tumor se espalha para além do local 24 APOSTILA DE PATOLOGIAS onde se originou, ou seja, para outras partes do organismo. As neoplasias malignas são chamadas de câncer e as reincidências da doença são comum. De maneira geral, a neoplasia maligna recebe o sufixo sarcoma ou carcinoma em seu nome como por exemplo, fibrossarcoma, osteossarcoma e carcinoma escamoso. Segundo a OMS, Organização Mundial de Saúde, a nomenclatura das neoplasias sempre vai depender do tipo de tecido afetado. Todos os tecidos são formados a partir dos seguintes folhetos: germinativos, ectoderma, mesoderma e endoderma. Os tumores benignos formados a partir de tecidos do mesoderma, que é um tipo de parênquima, ou seja, tecido de preenchimento, é utilizadoo sufixo OMA. É comum encontrar na literatura que a nomenclatura das neoplasias benignas segue a regra de se acrescentar o sufixo oma ao nome do tecido de origem, como por exemplo, um tumor do tecido adiposo chama-se lipoma, porém, o sufixo também pode ser usado para algumas neoplasias malignas, como por exemplo, o linfoma. Já para tumores mesenquimais malignos, acrescenta-se o sufixo sarcoma. No caso de uma neoplasia epitelial benigna, usam-se os termos adenoma e papiloma e no caso de neoplasias epiteliais malignas, utiliza-se o termo carcinoma, como por exemplo adenocarcinoma e carcinoma espinocelular. Os linfomas são as neoplasias malignas do tecido linfo-hematopoiético. As neoplasias que são originadas nas células germinativas (gônadas) são chamadas de teratomas quando benignas, e teratocarcinomas quando malignas e possuem uma mistura de vários tecidos atípicos como cabelo, glândulas, músculos e ossos (CHABNER e DAN, 2015). Segundo Gamboni e Miziara (2012), o câncer é dividido em 5 estágios de acordo com as suas características clínicas: Estágio 0 – carcinoma in situ, quando o tumor está restrito a área inicial e pode ser removido através de uma cirurgia; Estágio 1 – o tumor está localizado em apenas uma parte do corpo, sem comprometer o sistema linfático, neste estágio o tumor pode ser removido por cirurgia; Estágio 2 – o tumor está localizado em uma parte do corpo, porém iniciando o avanço e o sistema linfático está comprometido; Estágio 3 – o tumor está avançando para outros tecidos 25 APOSTILA DE PATOLOGIAS vizinhos do local inicial e causando comprometimento do sistema linfático; Estágio 4 – metástase, o tumor já está espalhado por outros órgãos de todo o corpo. De acordo com Felipe Junior (2018), o tratamento a ser estabelecido para o tratamento do câncer, depende de vários fatores como, tipo e estágio do tumor, localização, estado de saúde geral do paciente e dos possíveis efeitos colaterais que o tratamento acarreta. Os principais tipos de tratamento são: Cirurgia: é um do mais antigos tipo de terapia contra o câncer, e se trata da retirada do tumor. É o principal tratamento utilizado para vários tipos de câncer e pode ser curativo quando a doença é diagnosticada em estágio inicial; Quimioterapia: é o uso de determinados medicamentos que destruirão as células que formam o tumor. A quimioterapia pode ser administrada via oral, intravenosa, intramuscular, subcutânea, intratecal e tópica. A quimioterapia de acordo com seu objetivo, pode ser: curativa, quando for usada com o objetivo de obter a destruição completa do tumor; adjuvante, quando for realizada após a cirurgia, com objetivo de eliminar as células cancerígenas remanescentes, diminuindo a incidência de recidiva e metástases à distância; neoadjuvante, quando for realizada para reduzir o tamanho do tumor, para facilitar a intervenção cirúrgica; e paliativa, sem finalidade curativa, é utilizada para melhorar a qualidade da sobrevida do paciente. Radioterapia – é a utilização de radiações ionizantes. O tratamento 0bjetiva destruir as células que causam o tumor ou impedir que ele aumente. Existem duas formas de radioterapia: radioterapia externa, quando o aparelho que emite a radiação fica afastado do paciente e direcionado para a área que deve ser tratada; ou braquiterapia, quando são usados aplicadores no paciente e a radiação é emitida do aparelho para os aplicadores. A radioterapia pode ser utilizada como: o tratamento principal do câncer; tratamento adjuvante, iniciado após o tratamento cirúrgico; tratamento neoadjuvante, iniciado antes do tratamento cirúrgico; tratamento paliativo, para alívio de sintomas da doença como dor ou sangramento; e, para o tratamento de metástases. 26 APOSTILA DE PATOLOGIAS Transplante de medula óssea – é o tratamento utilizado quando o paciente apresenta doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias. Nesse tratamento, o paciente receberá células normais da medula óssea, que são as células tronco, após o tratamento quimioterápico em altas doses, associado ou não à radioterapia, através de uma transfusão O transplante pode ser de dois tipos: autogênico, quando a medula é proveniente do próprio paciente; ou alogênico, quando a medula vem de um doador. 27 28 APOSTILA DE PATOLOGIAS 4. Inflamações Fonte: https://jovialclinica.com.br e acordo com os autores Siqueira Junior e Catas (2000), uma inflamação é uma reação do organismo a uma infecção ou lesão dos tecidos de outra natureza, é um processo natural que faz parte do sistema imunológico do corpo. A inflamação é uma reação de defesa do organismo frente a uma agressão, é uma resposta fisiológica do organismo ao dano tecidual local ou a uma infecção. Essa resposta inflamatória faz parte da resposta imune inata e, por isso, não é uma resposta específica, mas uma resposta padronizada para todos os tipos de estímulo. O processo inflamatório envolve várias células do sistema imune, mediadores moleculares e vasos sanguíneos. A inflamação tem como função eliminar a causa inicial da lesão, coordenar as reações do sistema imune inato, eliminar as células lesadas e os tecidos danificados para iniciar a reparação dos tecidos e restaurar a função. A inflamação, também conhecida como flogose, é uma resposta do organismo ao agente agressor, que se caracteriza pela saída de líquidos e de células do sangue para o interstício. É um processo local e nunca generalizado, é inespecífica, atuando sob diversos D 29 APOSTILA DE PATOLOGIAS fatores. Apesar de possuir diversas causas, o mecanismo de ação não varia, o agente inflamatório age sobre os tecidos provocando a liberação de mediadores químicos que irão atuar na parede do vaso, promovendo a sua vasodilatação e aumento da permeabilidade, com a saída de plasma e de células para o tecido lesionado (KUMAR, 2013). Existem dois tipos de inflamação: a não infecciosa, causada por dano no tecido, como queimaduras e pancadas; e a infecciosa causada por microrganismos, ou seja, aqueles que causam doenças. A inflamação pode causar calor, vermelhidão, inchaço e dor, que são sintomas de infeções por bactérias, vírus ou parasitas no organismo, ou por outros fatores como veneno, calor, exposição à radiação ou traumatismos, como acontece quando se tem um entorse ou se quebra um osso. A inflamação pode acontecer em diversas partes do corpo, como ouvido, intestino, gengiva, garganta ou no útero (PEREZ, 2014). Segundo Reisner (2016), a inflamação é um mecanismo de defesa que objetiva acabar com a causa inicial da lesão celular e as consequências desta lesão. O processo inflamatório termina quando os agentes agressores e os mediadores que foram secretados são destruídos. 4.1. Inflamação Aguda Para Siqueira Junior e Catas (2000), uma resposta inflamatória aguda tem início imediato e dura pouco tempo, é uma resposta imediata a um agente nocivo, onde há um recrutamento dos mediadores químicos do hospedeiro ao local da lesão. A inflamação aguda tem três características principais: alteração no calibre vascular, que causa aumento do fluxo sanguíneo; mudança na estrutura microvascular, que permite que as proteínas do plasma e os leucócitos deixem a circulação; emigração dos leucócitos da microcirculação e seu acúmulo no foco da injúria, e sua ativação para eliminar o agente agressor. A inflamação aguda pode ser causada por patógenos orgânicos, radiação ionizante, agentes químicos ou traumas mecânicos. Seus principais sintomas são: rubor e calor, edema, dor, perda de função (REISNER, 2016). Segundo Kumar (2013),devido a formação de fendas endoteliais nas veias, o endotélio fica mais poroso na inflamação, como consequência da histamina, bradicinina, lucotrienos, substância 30 APOSTILA DE PATOLOGIAS P, neuropeptídio e diversos outros mediadores químicos. A injúria diretamente no endotélio resulta em necrose da célula endotelial e seu destacamento. A injúria endotelial é mediada por leucócitos, que aderem ao endotélio, relativamente rápido na inflamação aguda. Os leucócitos ativam enzimas proteolíticas e espécies de oxigênio tóxico que causam injúria endotelial e abrem fendas, resultando em aumento da permeabilidade. Na inflamação aguda esta forma de injúria é restrita aos sítios vasculares (vênulas capilares glomerulares e pulmonares). O acúmulo de células mortas e micro-organismos, em conjunto com fluidos acumulados e várias proteínas, forma o que é conhecido com pus. Portanto, quando a causa da inflamação é removida, a resposta inflamatória cessa e algumas citocinas iniciam o processo de cicatrização. 4.2. Inflamação Crônica De acordo com os autores Guyton e Hall (1996), a inflamação crônica se caracteriza pela predominância de processos de proliferação, isto é, menos células do sangue estão presentes, menos edema e mais proliferação de células dos tecidos mesenquimal e dos vasos, com neoformação vascular e com maior formação de fibroblastos que depois se transformam em fibrócitos. A inflamação crônica é de longa duração, pode ser precedida da fase aguda ou ter desenvolvimento insidioso, como nos casos de tuberculose. Nos casos de inflamação crônica o agente agressor geralmente persiste nos tecidos, estando em equilíbrio com o hospedeiro, tem baixa toxicidade e muitas vezes estimula reação de hipersensibilidade tardia (PORTCH e KUNERT, 2004). Para Kumar, Abbas, e Aster (2013), a inflamação aguda é um processo inflamatório onde predominam fenômenos proliferativos, com infiltração de células mononucleares, de longa duração, com a ocorrência de destruição tecidual e tentativa de cura. Começa de modo insidioso, com uma resposta de baixa intensidade, e geralmente é assintomática. Segundo Siqueira Junior e Catas (2000), a inflamação crônica surge nos seguintes contextos: Infecções persistentes por microrganismos: que apresentam baixa toxidade, induzem reação imunológica, possuem hipersensibilidade tardia, com padrão específico e 31 APOSTILA DE PATOLOGIAS reação do tipo granulomatosa; Exposição prolongada a agentes potencialmente tóxicos exógenos ou endógenos: como por exemplo, substâncias inertes não degradáveis, sílica, amianto ou abesto, pneumoconicoses e elevação crônica de componentes plasmáticos (aterosclerose); Sob determinadas condições nas doenças autoimunes: ocorrem quando auto antígenos provocam reação imunológica autoperpétua, que resulta em doenças como a artrite e o diabetes mellitus do tipo 1. A inflamação crônica possui características celulares bem especificas, como: predominância de células do sistema mononuclear macrofágico (macrófagos, linfócitos, plasmócitos); destruição tecidual induzida pelas células; reparação mediante a substituição por tecido conjuntivo (proliferação de vasos ou fibrose); o tecido geralmente é firme e pálido (CONTRAN, KUMAR e COLLINS, 2000). 4.3. Granulomas O granuloma é uma resposta inflamatória crônica, uma reação de hipersensibilidade tardia e mediada principalmente por células teciduais, em resposta à infecção por um microrganismo. Essa resposta inflamatória é uma das principais causas da lesão tecidual no organismo. O granuloma é uma estrutura encontrada em alguns estados patológicos específicos, que surgem como respostas das células T a determinadas bactérias, a alguns fungos e a corpos estranhos. É um tipo de inflamação no tecido do organismo humano, no formato de nódulo, constituído principalmente em razão da reação de células imunológicas que tentam eliminar "agentes estranhos" ao organismo. A formação do granuloma é a tentativa do sistema imunológico do organismo de proteger o corpo, porém, devido à resistência do agente agressor, as células deixam de realizar a fagocitose, fazendo com que se acumulem (KUMAR, 2013). Para alguns autores como Siqueira Junior e Catas (2000), o granuloma é um tipo diferente de inflamação, na qual o tipo de célula mais abundante é o macrófago ativado aparentando ser uma célula epitelial: célula epitelióide, que é encontrado em um grupo pequeno de doenças infecciosas e autoimunes, definido como uma área focal de inflamação granulomatosa. Os granulomas são também conhecidos como cistos ou tumores, que podem ser originados 32 APOSTILA DE PATOLOGIAS por infecções provenientes das seguintes doenças: tuberculose, hanseníase (lepra), sífilis, histoplasmose, esquistossomose, e outras. Eles também podem sinalizar uma doença não- infecciosa, como a febre reumática e a artrite reumatoide. Segundo Reisner (2016), existem dois tipos de granulomas: Granulomas não imunogênicos – são também chamados de granulomas de corpos estranhos, pois ocorrem devido a substancias inertes, como fios de sutura, e não por uma resposta mediada por células T; Granulomas Imunes – sua origem se dá devido a presença de microrganismos, que desencadeiam uma resposta imunológica. Há, portanto, linfócitos T, macrófagos e células epitelioides compondo o granuloma. 4.4. Reparo De acordo com Consolaro (2014), o reparo é um processo de reposição do tecido destruído, após a extinção dos agentes agressores. Esse processo só se estabiliza e atinge o seu clímax quando há a eliminação do agente inflamatório. O tecido inflamado e que foi destruído é reposto durante todo o tempo que há inflamação, que é a chamada fase produtivo-reparativa. A reparação é considerada completa quando há restituição da morfostase e homeostase tecidual. Segundo Perez (2014), o reparo é o processo de cura de lesões dos tecidos e pode ocorrer de duas formas: por regeneração e por cicatrização. 4.4.1. Regeneração No processo de regeneração o tecido morto é substituído por outro idêntico tanto na estrutura como na funcionalidade. A regeneração depende do tipo de células do organismo, que são de 3 tipos: Células lábeis – são aquelas que continuam a se multiplicar durante toda a vida, como os epitélios, a pele, as mucosas, os ductos, os tecidos hematopoiéticos; Células estáveis – também chamadas de células de prontidão, são aquelas que não se dividem, mas tem a capacidade de proliferar quando são estimuladas, como por exemplo as células parenquimatosas (fígado, rim e pâncreas) e os tecidos osteocartilaginosos; Células permanentes – também conhecidas como células perenes, são aquelas 33 APOSTILA DE PATOLOGIAS que perderam totalmente a capacidade de se dividir, como por exemplo as células do sistema nervoso (neurônios), os músculos estriados e cardíacos. 4.4.2. Cicatrização No processo de cicatrização o tecido morto é substituído por um tecido conjuntivo vascularizado. Primeiro se instala a reação inflamatória, em seguida, ocorre a proliferação fibroblástica e endotelial formando o tecido conjuntivo cicatricial (tecido de granulação), e finalmente acontece a remodelação com redução do volume da cicatriz. Para que aconteça a cicatrização existem duas condições essenciais: a eliminação do agente agressor; e a ativa manutenção do potencial de proliferação das células, irrigadas e nutridas suficientemente. A cicatrização por tecido fibroso é feita por tecidos mais simples e mais primitivos do que os tecidos que foram perdidos, que contribui para a perda permanente da função fisiológicada região comprometida. Devido a carência em fibras elásticas as cicatrizes se hialinizam e perdem a elasticidade (PORTCH e KUNERT, 2004). De acordo com Bogliolo (1981), a cicatrização é dividida em dois tipos básicos: Cicatrização por 1° intenção – também chamada de união primária, é muito importante em cirurgias, é o tipo mais simples de reparação que existe. Acontece muito em incisões cirúrgicas bem orientadas e com o mínimo possível de fibrose; Cicatrização por 2° intenção – também chamada de união secundária, é comum nos casos onde a área lesada é mais extensa e os bordos não podem ser ajustados através da sutura. É comum em preenchimento de grandes espaços de tecidos destruídos como úlceras, lacerações extensas de pele e músculos, abscessos. Segundo Alberts (2018), os principais mecanismos da cicatrização são: Formação do coágulo; Ativação da inflamação, onde ocorre a liberação de mediadores provenientes do coágulo, das células aprisionadas, do tecido conjuntivo das bordas e das células epiteliais das margens da lesão; Liberação de IL-1 e TNFa por macrófagos residentes e 34 APOSTILA DE PATOLOGIAS ceratinócitos; Exposição de moléculas de adesão (ICAM, VCAM) e selectinas; Vasodilatação arteriolar por liberação de taquicininas (terminações nervosas) e histamina (mastócitos) devido ao efeito mecânico; Migração dos leucócitos para a área, onde acontece a produção de tecido de cicatrização e proliferação do tecido epitelial, a formação de novos vasos e a remodelação do tecido cicatricial. Para Kierszenbaum (2016), existem dois tipos de fatores que influenciam a cicatrização: Fatores locais: isquemia local, lesão vascular ou compressão, que causa falta de nutrientes e O2, reduz o pH, aumenta a concentração de catabólicos; Infecções e corpos estranhos, que exacerbam a inflamação; temperatura local, que modifica o fluxo sanguíneo; baixa perfusão tecidual, que causa a redução de nutrientes e O2, ex.: úlceras de decúbito, ulceras crônicas em pacientes com varizes ou vasculopatia diabética; irradiação, evita mitose interrompendo a produção de tecido cicatricial e provocando úlceras. Fatores sistêmicos: diabetes, que causa vasculopatia, neuropatia e excesso de glicosilação proteica; hipotireoidismo; desnutrição, especialmente carência de proteínas, vitamina C e zinco; neutropenia e neutropatias, facilita infecções; senilidade (co-morbidades); cor- ticosteroides; qui- mioterápicos, reduzem a mitose; tabagismo, a nicotina causa vasoconstrição e o monóxido de carbono prejudica o efeito anti- inflamatório. Segundo o autor Brasileiro Filho, 2013: “O processo de cicatrização é controlado por vários fatores de crescimento e citocinas sintetizados por macrófagos, plaquetas, células endoteliais e linfócitos T, além daqueles liberados da matriz extra celular (MEC). A velocidade de cicatrização depende do tamanho da ferida, da maior ou menor retração da cicatriz, da quantidade de citocinas e fatores de crescimento liberados e do equilíbrio entre a síntese e degradação da MEC.” 35 36 APOSTILA DE PATOLOGIAS 5. Distúrbios Circulatórios Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com e acordo com Pinto (2014), 0 sistema circulatório humano é composto de vasos sanguíneos (que se dividem em artérias, veias e vasos capilares), coração (que é a bomba muscular responsável em transportar sangue a todos os tecidos) e do sistema linfático, que é composto por vasos linfáticos e a linfa. Portanto, os distúrbios circulatórios são as alterações circulatórias que estão ligadas a irrigação sanguínea e ao equilíbrio hídrico, podendo muitas vezes ser a principal causa de morte. Quando há um desequilíbrio no sistema circulatório, surgem alterações que comumente podem ser agrupadas dentro dos distúrbios circulatórios. 5.1. Hemorragia A hemorragia pode ser definida como a perda súbita de sangue, causada pelo rompimento de um ou mais vasos sanguíneos. É a perda de sangue do sistema circulatório para dentro das cavidades ou tecidos do próprio D 37 APOSTILA DE PATOLOGIAS organismo ou para fora dele, devido à laceração ou ruptura de vasos sanguíneos. A gravidade da hemorragia pode ser medida pela quantidade e rapidez que o sangue é extravasado (THIBODEAU e PATTON, 2002). De acordo com Bonow, Libby, Mann e Zipes (2017), a hemorragia possui duas classificações: Interna – quando o extravasamento de sangue se dá para o interior das cavidades do corpo, quando não pode ser visível. Nesses casos, todo o sangue perdido se acumula nas cavidades do organismo, como crânio, abdômen, tórax e outras. Existem alguns sintomas que podem indicar a hemorragia interna: fraqueza; sonolência; frio; sede; alteração do nível de consciência; respiração rápida; pele pálida, fria e úmida; tremores. Esse tipo de hemorragia é comum em casos de: acidentes automobilísticos, no qual o impacto foi extremamente forte; ferimento por arma de fogo, faca ou qualquer outra arma branca; acidente em que o corpo suportou grande pressão, como quedas, esmagamento; Externa – quando a hemorragia está na superfície e pode ser visível. A hemorragia externa pode ser dividida em: arterial venosa e capilar. 5.1.1. Causas A hemorragia arterial, é em casos que o sangue jorra de uma artéria, o sangramento é vermelho vivo, em jatos, pulsando em sincronia com as batidas do coração. A perda de sangue é rápida e abundante. Nos casos de hemorragia venosa, o sangue sai de uma veia, o sangramento é uniforme e de cor escura. Já na hemorragia capilar o sangue escoa de uma rede de capilares, a cor é vermelha, geralmente menos viva e o fluxo é lento (PINTO, 2014). De acordo com Gartner e Hiatt (2003), a hemorragia pode ter várias causas. Pode ser hemorragia aguda devido ao rompimento abrupto de um grande vaso, como nos acidentes ou no rompimento de um aneurisma, por exemplo. Elas também podem ser crônicas, pela perda persistente de pequenas quantidades de sangue, como em um sangramento de uma úlcera gástrica ou uma moléstia renal. 5.1.2. Tipos Para Guyton e Hall (2006), os principais tipos de hemorragia são: Epistaxe – sangramento causado pelo rompimento de 38 APOSTILA DE PATOLOGIAS um vaso sanguíneo no nariz; Hematêmese – sangramento originado no esôfago ou no estômago e eliminado pela boca, sob a forma de vômitos; Hemoptise – sangramento que vem das vias respiratórias, e é eliminado pela boca, sob a forma de golfadas. Menstruações - sangramento fisiológico e recorrente a cada 28 dias em média, que cessa espontaneamente, proveniente da camada endometrial do útero. 5.1.3. Tratamento Para o autor Pinto (2014), no tratamento de uma hemorragia a primeira providência a se tomar é deter ou diminuir o sangramento, através de um conjunto de técnicas chamada de hemostasia, que consiste em: elevar a região acidentada; tamponamento, obstrução do fluxo sanguíneo com as mãos ou com um pano limpo; compressão arterial, comprimir as grandes artérias para diminuir o fluxo sanguíneo; torniquete. Já na fase do atendimento médico, o volume sanguíneo deve ser inicialmente reposto através de soluções salinas. O choque hipovolêmico deve ser tratado com volume, isto é, com soro fisiológico e solução de Ringer. Nos casos de maior gravidade podem necessitar de soluções gelatinosas, mas existe um volume máximo desta solução que se ultrapassado intoxica e mata o paciente. Ao mesmo tempo devem ser feitas tentativas de interromper a perda sanguínea, incluindo cirurgias. Em alguns casos torna-se necessária uma transfusão sanguínea para manter a vida do paciente. 5.2. Trombose Atrombose é originada pela formação de coágulos em locais que não ocorreu sangramento, geralmente acontece quando a formação do coágulo sanguíneo se dá em uma ou mais veias grandes das pernas e das coxas. Esse coágulo bloqueia o fluxo de sangue e causa inchaço e dor na região. Como sua estrutura é sólida e amolecida, ele pode se desprender e se movimentar na corrente sanguínea, em um processo chamado de embolia. Uma embolia pode ficar presa no cérebro, nos pulmões, no coração ou em outra área, levando a lesões graves (VARELLA, 2020). 5.2.1. Tipos De acordo com Bonow (2017), a trombose pode ser classificada em: trombose aguda, que na maioria das vezes, é solucionada naturalmente, o 39 APOSTILA DE PATOLOGIAS próprio organismo cria meios para dissolver os coágulos que causam o entupimento das veias, sem deixar sequelas e sem evoluir para quadros mais graves; trombose crônica, durante o processo de dissolução do coágulo natural, ficam sequelas no interior das veias, destruindo a estrutura das válvulas, e devido a essas alterações nas válvulas, o retorno do sangue fica prejudicado e leva ao aparecimento de inchaço, varizes, escurecimento e endurecimento da pele, além de feridas e outras complicações. 5.2.2. Formas Segundo Libby (2017), a trombose se manifesta de formas diferentes: Trombose Venosa Profunda (TVP) – é mais conhecida apenas como trombose, consiste na formação de um coágulo sanguíneo em uma ou mais veias localizadas nos membros inferiores; Trombose arterial – nesse tipo de trombose, os trombos se formam nas artérias, bloqueando-as totalmente, como acontece quando ocorre uma obstrução total das artérias do cérebro, causando o AVC; Trombose hemorroidária – nesse caso, há a formação de trombos na hemorroida. Esse tipo de trombose implica no desenvolvimento de um nódulo com edema e de coloração arroxeada na margem anal. É frequentemente acom- panhado de dor severa. 5.2.3. Causas A trombose possui várias causas e fatores de risco, e a maioria delas podem ser evitáveis. As principais são: uso de anticoncepcionais ou tratamento hormonal; tabagismo; ficar sentado ou deitado muito tempo; hereditariedade; gravidez; presença de varizes; idade avançada; pacientes com insuficiência cardíaca; tumores malignos; obesidade; distúrbios de hipercoagulabilidade hereditários ou adquiridos; história prévia de trombose venosa; imobilidade provocada por prolongadas internações hospitalares (VARELLA, 2020). 5.2.4. Sintomas De acordo com os autores Zipes e Mann (2017), os principais sintomas da trombose são: dor; calor; vermelhidão; rigidez da musculatura na região em que se formou o trombo; inchaço na perna 40 APOSTILA DE PATOLOGIAS (que apareceu de repente ou inchaço que está piorando); respiração curta e rápida e palpitações, podendo acontecer algum desmaio; tosse com sangue; dor no peito ou nas costas (que não é comum). 5.2.5. Diagnóstico O diagnóstico da trombose deve ser feito pelo médico, que fará, inicialmente, um exame clínico, com base nos sintomas que cada paciente apresentar. Para confirmação do diagnóstico, podem ser solicitados alguns exames, como, por exemplo: ultrassonografia, exame de sangue, venografia, Eco Color Doppler (Ultrassom Vascular), tomografia e ressonância magnética (GUYTON e HALL, 2003). 5.2.6. Tratamento Para Pinto (2014), o tratamento da trombose tem três objetivos: impedir o crescimento do coágulo sanguíneo; impedir que o coágulo sanguíneo avance para outras regiões do corpo e, assim, evitar possíveis complicações; reduzir as chances de recorrência da trombose. De acordo com Varella (2020), o tratamento da trombose é feito com: medicamentos anti- coagulantes, para reduzir a viscosidade do sangue e dissolver o coágulo, que ajudam a diminuir o risco, a evitar a ocorrência de novos episódios e o aparecimento de sequelas; massageadores pneu- máticos intermitentes, que são botas acolchoadas conectadas a uma bomba, que tem a função de fazê-las inflarem e desinflarem auto- maticamente para estimular a circulação nas pernas; uso de medicamentos para casos mais graves de tromboses e também de embolia pulmonar, conhecidos como heparina; inserção de filtros na maior veia do abdômen para impedir que os coágulos sanguíneos se desloquem para os pulmões; meias de compressão para melhorar o edema causado pela trombose. 5.3. Acidente Vascular Cerebral (AVC) O Acidente Vascular Cerebral (AVC), de acordo com o CID 10 é definido como: “...entupimento ou rompimento dos vasos que levam sangue ao cérebro, provocando a paralisia da região afetada no cérebro. Também é chamado de acidente vascular cerebral, derrame cerebral ou Acidente Vascular Encefálico (AVE)”. 41 APOSTILA DE PATOLOGIAS O Acidente Vascular Cerebral (AVC), é uma doença que acomete mais os homens e é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo, é a doença que mais mata no Brasil e a que mais incapacita no mundo: cerca de 70% das pessoas que sofrem um derrame não retorna ao trabalho depois do acidente vascular cerebral e 50% ficam dependentes de outras pessoas no dia a dia. De acordo com Kunert (2014), o AVC acontece quando o suprimento de sangue que vai para o cérebro é interrompido ou drasticamente reduzido, privando as células de oxigênio e de nutrientes. Ou, então, quando um vaso sanguíneo se rompe, causando uma hemorragia cerebral. 5.3.1. Tipos De acordo com Varella (2020), existem dois tipos de AVC: Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI) – é a falta de circulação numa área do cérebro, causada pela obstrução de uma ou mais artérias por ateromas, trombose ou embolia. O AVCI é o derrame com obstrução da artéria, impedindo a passagem de oxigênio para as células cerebrais, que morrem, e causando a chamada isquemia cardíaca. O AVCI é responsável por 85% dos casos de acidente vascular cerebral, e ocorre geralmente, em idosos que sofrem de diabetes, colesterol elevado, hipertensão arterial, problemas vasculares e fumantes. Nos casos de AVCI, a obstrução da artéria pode acontecer por um trombo, que é um coágulo de sangue que se forma na parede do vaso sanguíneo ou por um êmbolo, que se desloca pela corrente sanguínea até ficar preso em um vaso sanguíneo menor que sua extensão; Acidente Vascular cerebral Hemorrágico (AVCH) – é o sangramento cerebral causado pelo rompimento de uma artéria ou vaso sanguíneo, devido a hipertensão arterial, problemas na coagulação do sangue, traumatismos. Pode ocorrer em pessoas mais jovens e a evolução é mais grave. O AVCH acontece quando um vaso se rompe espontaneamente e há extravasamento de sangue para o interior do cérebro. Nos casos de acidente vascular cerebral hemorrágico o sangramento pode ocorrer no interior do tecido cerebral, que é o tipo mais comum e responsável por 15% de todos os casos de AVC. Porém, o sangramento também pode 42 APOSTILA DE PATOLOGIAS ocorrer perto da superfície cerebral, entre o cérebro e a meninge. Apesar do AVC hemorrágico não ser tão comum quanto o isquêmico, é mais grave e pode causar a morte com mais rapidez. 5.3.2. Sintomas De acordo com Varella (2020), existem alguns sinais que o organismo dá que ajudam a reconhecer um AVC. Os principais sinais de alerta para qualquer tipo de AVC são: Dificuldade para falar; Perda de visão; Perda da sensibilidade de um lado do corpo; Alterações motoras; Paralisia de um lado do corpo; Distúrbio de linguagem; Distúrbio sensitivo; Alteração no nível de consciência; Fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente emum lado do corpo; Dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente; Edema cerebral; Aumento da pressão intracraniana; Náuseas e vômitos; Dificuldade para engolir. 5.3.3. Fatores de risco Para os autores Zipes e Mann (2017), muitos fatores de risco ajudam para o aparecimento de um AVC, alguns deles não podem ser modificados, como a idade, a raça, a constituição genética e o sexo. Outros fatores, entretanto, dependem apenas da pessoa e são os principais para prevenir essas doenças. Os principais fatores de risco são: hipertensão arterial; colesterol elevado; fumo; diabetes; histórico familiar; ingestão de álcool; vida sedentária; excesso de peso; estresse. 5.3.4. Diagnóstico Para diagnosticar os AVC, os principais cuidados clínicos a serem tomados são: verificar os sinais vitais, como pressão arterial e temperatura; checar a glicemia; colocar a pessoa deitada, exceto se houver vômitos; colocar acesso venoso no braço que não estiver paralisado; administrar oxigênio, caso a pessoa precise; determinar o horário de início dos sintomas por meio de questionário ao paciente ou acompanhante. É muito importante a realização de exames de imagem, para identificar a área do cérebro afetada e o tipo do derrame cerebral, 43 APOSTILA DE PATOLOGIAS para complementar o diagnóstico (KUNERT, 2014). 5.3.5. Tratamento Nos casos de AVC o paciente deve ser encaminhado imediatamente para atendimento hospitalar. O uso de trombolíticos e anticoagulantes podem diminuir a extensão dos danos causados pelo AVC. Em alguns casos, é necessário cirurgia, a endarterectomia, para retirar o coágulo ou êmbolo, aliviar a pressão cerebral ou revascularizar veias ou artérias comprometidas. Como se sabe as células cerebrais não se regeneram nem há tratamento que possa recuperá-las. Mas, alguns recursos terapêuticos são capazes de ajudar a restaurar funções, movimentos e fala (VARELLA, 2020). 5.4. Infarto do Miocárdio De acordo com Varella (2020), infarto do miocárdio é a necrose de uma parte do músculo cardíaco causada pela ausência da irrigação sanguínea que leva nutrientes e oxigênio ao coração. O infarto do miocárdio, também chamado de ataque cardíaco, é a morte das células de uma região do músculo do coração causada pela formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo de forma súbita e intensa. O ataque cardíaco é o resultado de uma série complexa de eventos acumulados ao longo dos anos, mas geralmente está associado aos ateromas, placas de gordura e outras substâncias que se formam nas paredes das artérias, que crescem até entupir a artéria, ou se rompem e liberam fragmentos que irão obstruir vasos que levam ao coração. Alguns autores como Bonow, Libby, Mann e Zipes (2017), definem o infarto como uma lesão isquêmica do músculo cardíaco, o miocárdio, que é causada pela falta de oxigênio e nutrientes. Os vasos sanguíneos que irrigam o miocárdio, as artérias coronárias, podem apresentar depósito de gordura e cálcio, levando a uma obstrução e comprometendo a irrigação do coração. As placas de gordura que estão situadas no interior das artérias podem sofrer uma fissura causada por motivos desconhecidos, formando um coágulo que obstrui a artéria e deixa parte do coração sem suprimento de sangue. Este processo leva à morte celular, que desencadeia uma reação inflamatória local. O infarto pode ocorrer em diversas partes do coração, dependendo de qual artéria foi obstruída. Em casos raros o infarto pode acontecer por 44 APOSTILA DE PATOLOGIAS contração da artéria, interrompendo o fluxo de sangue ou por desprendimento de um coágulo originado dentro do coração e que se aloja no interior dos vasos. Para Warnica, 2016: “Infarto agudo do miocárdio é necrose miocárdica resultante de obstrução aguda de uma artéria coronária. Os sintomas incluem desconforto torácico com ou sem dispneia, náuseas e diaforese. O diagnóstico é efetuado por ECG e pela existência ou ausência de marcadores sorológicos. O tratamento consiste em drogas antiplaquetárias, anticoagulantes, nitratos, betabloqueadores, estatinas e terapia de reperfusão. Para IM com elevação do segmento ST, reperfusão de emergência com drogas fibrinolíticas, intervenção percutânea ou, ocasionalmente, cirurgia de revascularização miocárdica. Para IM sem elevação do segmento ST, a reperfusão é por meio de intervenção percutânea ou cirurgia de revascularização do miocárdio.” 5.4.1. Sintomas Para Varella (2020), o sintoma clássico do infarto é uma dor ou desconforto na região peitoral, podendo irradiar para as costas, rosto, braço esquerdo e, raramente, o braço direito, um desconforto intenso e prolongado, acompanhado de sensação de peso ou aperto sobre o tórax. Esta dor tem duração maior que 10 minutos e pode ter diferentes intensidades ou ainda sumir e voltar espontaneamente. Porém, nem todos os pacientes apresentam este sintoma. Os diabéticos, por exemplo, podem ter um infarto sem apresentar dor, e devem se fixar nos sintomas mais sutis do infarto que são: Dor fixa no peito, que pode variar de fraca a muito forte, ou sensação de compressão no peito que geralmente dura cerca de 30 minutos; Ardor no peito, muitas vezes confundido com azia, que pode ocorrer associado ou não à ingestão de alimentos; Ocorrência de suor, falta de ar, náuseas, vômito, tontura e desfalecimento; Ansiedade, agitação e sensação de morte iminente; A pele fica pálida, fria e pegajosa. Os lábios ficam roxos e o paciente experimenta falta de ar; Pulsação fraca, acelerada ou irregular. 5.4.2. Fatores de risco Segundo Bacelar e Franken (2019), a melhor maneira de evitar o infarto é reduzir a exposição aos fatores de risco: fumo, obesidade, 45 APOSTILA DE PATOLOGIAS diabetes, hipertensão, níveis altos de colesterol, estresse, vida sedentária, histórico pessoal ou familiar de doenças cardíacas, depressão, diabetes, uso de entorpecentes e menopausa. 5.4.3. Diagnóstico Para diagnosticar o infarto do miocárdio o principal exame é o eletrocardiograma (ECG). Ele possibilita detectar o ataque cardíaco, e também ajuda identificar o tipo específico de infarto, o que é essencial para o tratamento imediato. Outros exames podem ajudar a analisar cada caso com mais precisão, como: marcadores sanguíneos, dosagem de enzimas cardíacas, ecocardiograma, cateterismo e angiografia coronariana (BACELAR E FRANKEN, 2019). 5.4.4. Tratamento De acordo com Kunert (2014) o primeiro passo a ser dado no tratamento do infarto é a desobstrução da artéria entupida. Esse procedimento pode ser feito de duas formas: Angioplastia coronária – que é a desobstrução mecânica das artérias, através de um cateter-balão que é inserido por meio de uma punção arterial (no punho ou virilha) e direcionado até o local do entupimento da artéria, onde esse cateter é inflado para que seja aberta a artéria. Em seguida é colocado um stent (dispositivo semelhante a uma mola), mantendo a artéria aberta e normalizando a circulação de sangue; Fibrinolíticos – é a desobstrução das artérias através de medicamentos para dissolução do coágulo. Essa técnica é indicada somente quando não é possível a desobstrução por angioplastia, pois pode causar hemorragias. É indicado também o tratamento com outros medicamentos que possibilitam evitar a formação de novos coágulos, prevenir arritmias e controlar o colesterol, além de favorecer a cicatrização da área afetada (VARELLA, 2020). 5.5. Edemas Edema é definido como o acúmulo de líquido no tecido subcutâneo que ocorre quando os fluidos dentro dos vasos sanguíneos ou linfáticos extravasampara a pele. É constituído por uma solução de sais e proteínas do sangue, que 46 APOSTILA DE PATOLOGIAS variam de acordo com a causa do edema. A doença ocasiona inchaço em regiões como mãos, braços, tornozelos, pernas e pés, mas pode atingir qualquer outra área do corpo. O edema é um aumento de fluido intersticial em qualquer região ou órgão do corpo, e ocorre devido a um desequilíbrio entre a pressão hidrostática e osmótica, esse aumento da quantidade de líquido intersticial pode ocorrer devido a uso de medicamentos e algumas doenças. Edema é o termo usado para explicar uma condição conhecida por muitos como inchaço, é o nome que se dá ao inchaço localizado em alguma parte do corpo. As pernas são os locais onde mais frequentemente surgem os edemas, mas o inchaço pode ocorrer em qualquer ponto do corpo como pulmão, cérebro, glote, língua, etc. (HERPERTZ, 2015). Para os autores Shea e Thompson, 2018: “Edema é o intumescimento de partes moles decorrente do aumento de líquido intersticial. O líquido predominante é água, mas pode haver acúmulo de líquido rico em células e proteínas, se houver infecção ou obstrução linfática. O edema pode ser generalizado ou local (p. ex., limitado a um único membro ou a parte deste). Às vezes, surge abruptamente, provocando nos pacientes a queixa de que o membro inchou repentinamente. Com maior frequência, o edema desenvolve-se insidiosamente, iniciando-se por ganho de peso, olhos inchados ao despertar pela manhã e sapatos apertados no final do dia. O edema de desenvolvimento lento pode tornar-se maciço antes de os pacientes procurarem atenção médica. O edema propriamente dito acarreta poucos sintomas, com exceção da sensação de aperto ou plenitude ocasional, uma vez que os outros sintomas estão, em geral, relacionados com a doença de base. Pacientes com edema decorrente de insuficiência cardíaca (causa comum) em geral desenvolvem dispneia durante o esforço, ortopneia e dispneia paroxística noturna. Os pacientes com edema decorrente de TVP, com frequência, desenvolvem dor. O edema decorrente de expansão do volume de líquido extracelular é geralmente pendente. Assim, em pacientes ambulatoriais, o edema localiza-se nos pés e nas extremidades das pernas; pacientes que exigem repouso desenvolvem edema na região glútea, genitais e parte posterior das coxas. Mulheres que se deitam apenas de um lado podem desenvolver edema da mama pendente. A obstrução linfática provoca edema distal ao local da obstrução.” 47 APOSTILA DE PATOLOGIAS De acordo com os autores Bacelar e Franken (2019), os edemas se apresentam de duas formas: Generalizado – também chamado de anasarca, eles se acumulam pelo corpo inteiro, principalmente nas pernas, braços, mãos e rosto. Porém, também podem ocorrer na parte interna do abdômen ou do pulmão; Localizados – esse tipo de edema compromete apenas um determinado local do corpo. Geralmente, as áreas mais atingidas são a vagina, ânus e boca. 5.5.1. Tipos Segundo Bonow, Libby, Mann e Zipes (2017), os principais tipos de edemas são: Edema comum - causado por excesso de água e sódio, os edemas comuns costumam ser inchaços generalizados; Edema cerebral – é o acúmulo excessivo de água em uma região delimitada ou de todo o cérebro, esse tipo de edema gera mais pressão intracraniana; Edema idiopático – é um tipo de edema muito comum, porém de origem desconhecida. A ocorrência é maior em mulheres entre 20 e 50 anos, que utilizam diuréticos e catárticos, sem acompanhamento médico. No edema idiopático os inchaços se localizam nos membros e no rosto, mas podem atingir o corpo inteiro, alguns fatores podem favorecer o aparecimento desse tipo de edema: secreção de hormônios que retém água e sódio no corpo; resultado de dietas inadequadas, que causam a redução de uma proteína do sangue denominada albumina; ingestão de pouco sal; funcionamento precário do retorno venoso e linfático; permanência em pé durante longos períodos de tempo; alterações psicológicas que influenciam nos hormônios femininos. Esse tipo de edema pode estar associado ao período menstrual, em um processo de vai e volta a cada mês; Edema de glote – é uma reação alérgica que causa inchaço na glote, o que prejudica seu funcionamento. A glote é uma estrutura anatômica localizada na laringe com a função de facilitar a entrada e saída de ar para os pulmões, e impedir a passagem de alimentos na região respiratória; Linfedema – é causado pelo acúmulo de linfa, líquido incolor transportado pelo sistema linfático. O linfedema é resultado de um bloqueio ou 48 APOSTILA DE PATOLOGIAS destruição do sistema circulatório linfático ou por uma condição hereditária que causa anormalidade dos vasos linfáticos. Geralmente atinge as pernas, como no caso da doença elefantíase, que apresenta o edema acompanhado de grande deformação dos membros inferiores; Edema macular diabético – causado pelo acúmulo de líquido na mácula, estrutura situada na região central da retina. Esse acúmulo de fluidos acontece pelo excesso de açúcar no sangue, o que prejudica os vasos sanguíneos. A doença causa inchaço da retina e prejudica seu funcionamento; Mixedema - ocorre em casos de hipotireoidismo, por causa do acúmulo de água, sais e proteínas específicas produzidas na doença. O mixedema é duro e o aspecto da pele é opaco; Edema ósseo - ocorre dentro do osso, está diretamente associado ligado a contusões ósseas, fraturas ou um trauma nas regiões de tensões e ligamentos. É um tipo muito raro de edema; Edema de Reinke – o acúmulo de líquido ou material gelatinoso causa uma lesão na camada superficial das pregas vocais. Os pacientes que adquirem esse tipo da doença passam por transformações na voz, que assume o aspecto rouco e grave. O edema de Reinke é causado pelo fumo ou abuso vocal; Edema periférico – esse tipo de inchaço atinge os pés, tornozelos, pernas, mãos e braços devido ao acúmulo de líquidos; Edema pulmonar – é o acúmulo anormal de líquido nos pulmões que diminui a eficiência da passagem de ar, causando insuficiência respiratória. É um problema comum em situações de distúrbios vasculares ou da pressão pulmonar; Edema de Quincke – também conhecido como angioedema ou edema angioneurótico, atinge, principalmente, os tecidos moles do organismo, como lábios, pálpebras, genitália, língua, laringe, etc. É causado por urticária, anafilaxia, doença do sono e alergia alimentar, medicamentosa ou ao veneno de abelhas, vespas e formigas. 5.5.2. Causas Para Shea e Thompson (2018), as principais causas de edema podem ser divididas de acordo com o seu mecanismo: Aumento da pressão hidrostática e/ou retenção de 49 APOSTILA DE PATOLOGIAS sódio – insuficiência venosa; insuficiência cardíaca; insuficiência renal; gravidez; trombose venosa; medicamentos (anti- inflamatórios, corticoides, pílula anticoncepcional, insulina, rosiglitazona, tamoxifeno, hidrazina, minoxidil, etc.); estado pré- menstrual; Diminuição da pressão oncótica – cirrose e doenças hepáticas; síndrome nefrótica; doenças crônicas; desnutrição; Aumento da permeabilidade vascular – sepse; grandes queimaduras; inflamações; traumas; reação alérgica; medicamentos (inibidores do canal de cálcio, hidralazina e metildopa); diabetes mellitus; Linfedemas - câncer; ressecção cirúrgica de gânglios (como no tratamento do câncer de mama); elefantíase (filariose); obesidade; hipotireoidismo grave (mixedema). 5.5.3. Sintomas Os sintomas do edema variam de acordo com a quantidade de edemas que o indivíduo possui no corpo e no lugar que estão localizados. Mas, os principais sintomas são: inchaço na pele, tornozelos, rosto ou olhos; pele esticada
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