Buscar

Portfólio Fisiologia Humana, Ciclo 3

Prévia do material em texto

Fisiologia Humana 
Nome: Augusto Alexandre Marques Fim. 
RA: 8115600. 
Tutor: Arthur Marques Zecchin Oliveira. 
SERRA, ES – 2021
Alterações dos sistemas circulatório, respiratório e muscular durante e 
após o exercício físico. 
O exercício físico modifica nosso corpo por completo, as alterações são as mais 
diversas, aumenta o funcionamento cardiovascular e cardiorrespiratório durante 
a prática de atividades físicas intensas ou até mesmo as mais leves como 
caminhadas. Os benefícios observados através do exercício físico induzem 
alterações no sistema cardiovascular, tais como: bradicardia de repouso, redução 
da exacerbada atividade simpática periférica e cardíaca; melhora da 
sensibilidade dos pressorreceptores da função endotelial; melhora da 
variabilidade da frequência cardíaca e da pressão arterial (Locks, R et all, 2012). 
A resposta do sistema cardiovascular a um exercício depende de uma série de 
fatores, que irão influenciar direta e indiretamente essa resposta. O tipo de 
exercício, a duração, intensidade, e quantidade de massa muscular envolvida, 
criam respostas adaptativas distintas (FORJAZ, TINUCCI, 2000). 
Conforme duração e intensidade do exercício transcorrem a produção de 
metabólicos, principalmente pelos músculos que geram a produção de 
substâncias como a adenosina, prostaglandina e óxido nítrico, que são 
responsáveis pelo relaxamento da musculatura lisa, proporcionando uma 
resposta vasodilatadora e como consequência o aumento do fluxo sanguíneo 
local. Ao mesmo tempo reduzindo o retorno venoso devido à menor pressão por 
área nos vasos, resultando na queda da pressão arterial diastólica (Ballard, 2014; 
Boushel et al., 2002; Vitorino et al., 2007). 
Para os exercícios resistidos pode-se caracterizar dois tipos: os dinâmicos – 
quando há contração muscular, seguida de movimento articular – e os 
isométricos – quando há contração muscular, sem movimento articular (FORJAZ; 
TINUCCI, 2000). 
Nos exercícios isométricos observa-se aumento da frequência cardíaca, com 
manutenção ou até redução do volume sistólico e pequeno acréscimo do débito 
cardíaco. Devido à contração isométrica ocorre a obstrução do fluxo sanguíneo 
muscular, aumentando a resistência vascular periférica e como consequência 
elevação da pressão arterial. Esta limitação à circulação sanguínea faz com que 
metabólitos (lactato, hidrogênio, fosfato, adenosina, potássio) sejam acumulados, 
ativando os quimiorreceptores, que estimularão o sistema nervoso simpático. Nos 
exercícios dinâmicos não existe a obstrução mecânica do fluxo sanguíneo 
fazendo com que haja excitação dos receptores musculares (metaborreceptor e 
mecanorreceptor), estimulando a atividade nervosa simpática. O aumento da 
circulação sanguínea direciona o sangue para musculatura ativa e 
disponibilizando a liberação de metabólicos musculares. Ocorre ainda o aumento 
da frequência cardíaca, volume sistólico, débito cardíaco e da pressão arterial 
sistólica e manutenção ou redução da diastólica. 
As alterações agudas: 
São aquelas que ocorrem em associação direta com a sessão de exercício e 
podem ser subdivididas em imediatas ou tardias. As respostas agudas imediatas 
são as que ocorrem nos períodos pré-imediato e pós-imediato rápido, até alguns 
minutos após o término do exercício, como as elevações na frequência cardíaca, 
na pressão arterial e na temperatura corporal. São aquelas observadas ao longo 
das primeiras 24 ou 48 horas, às vezes até 72 horas, após uma sessão de 
exercícios e podem ser exemplificadas pelas reduções nos níveis tencionais e 
pelo aumento da sensibilidade insulínica. A execução de uma série de exercícios 
resistidos, a pressão arterial aumenta substancialmente, podendo alcançar cifras 
de 320/250 milímetros de mercúrio (mmHg) para pressão arterial sistólica e 
diastólica, respectivamente, durante exercícios realizados com ações musculares 
voluntárias máximas, ou seja, intensidade máxima. Por outro lado, essas cifras 
exorbitantes não foram encontradas durante a execução de exercícios resistidos 
com intensidades submáximas. 
A elevação da pressão arterial está provavelmente relacionada ao aumento do 
débito cardíaco, aumento das pressões intra-abdominal e intratorácica e ao 
aumento acentuado da pressão intramuscular que ocorre durante o esforço 
contrátil. Esse aumento da pressão intramuscular promove uma diminuição 
acentuada ou, até mesmo, uma obstrução do fluxo sanguíneo, em razão do 
bloqueio mecânico imposto pela massa muscular contraída. No entanto, o 
aumento repentino da pressão arterial durante a contração muscular pode 
também estar relacionado à realização da manobra de valsava que normalmente 
acompanha as contrações musculares intensas. Consequentemente, as maiores 
pressões arteriais são alcançadas com séries longas, levadas até exaustão, o 
que permite que ocorram todos os fatores que contribuem para um aumento da 
pressão arterial e da frequência cardíaca. 
Na realização de exercícios com componentes estáticos, a obstrução do fluxo 
sanguíneo leva a que os metabólicos produzidos durante a contração se 
acumulem, ativando quimiorreceptores musculares, os quais promovem aumento 
expressivo da atividade nervosa simpática, ocasionando um aumento da 
frequência cardíaca. Dessa forma, o débito cardíaco sofre pequenos aumentos, 
que se devem à elevação da frequência cardíaca, não do volume sistólico. Em 
contrapartida, nos exercícios com componente dinâmico (isotônico), como as 
contrações são seguidas de movimentos articulares, não existe obstrução 
mecânica do fluxo sanguíneo, de modo que, nesse tipo de exercício, também se 
observa aumento da atividade nervosa simpática, que é desencadeada pela 
ativação do comando central, mecanorreceptores musculares e, dependendo da 
intensidade do exercício, metaborreceptores musculares. 
As alterações crônicas: 
São aquelas que resultam da exposição sistemática a sessões de exercícios, 
representando as alterações morfofuncionais que diferenciam um indivíduo 
fisicamente treinado de um não treinado. Por sua vez, as adaptações crônicas 
são bem representadas pela bradicardia de repouso, hipertrofia muscular e 
elevação da potência aeróbia. 
Caracteristicamente, o treinamento resistido induz elevações na pressão arterial 
(26, 13, 34). No entanto, o aumento da espessura da parede do ventrículo 
esquerdo é uma adaptação provocada pelas pressões sanguíneas 
intermitentemente elevadas durante o treinamento resistido (14). Essa 
sobrecarga de pressão no coração está associada ao espessamento da parede 
ventricular esquerda e à manutenção da cavidade ventricular, o que é 
denominado de “hipertrofia ventricular esquerda concêntrica”. Com relação ao 
aumento do volume ventricular esquerdo, que pode ser denominado de 
“hipertrofia ventricular esquerda e xcêntrica” (35), normalmente é considerado um 
indicativo de sobrecarga de volume que ocorre tipicamente em atletas de 
endurance (maratonistas, ciclistas). Nesse contexto, a maior parte dos estudos 
que investigaram os exercícios resistidos indica que o treinamento resistido tem 
pouco ou nenhum impacto nas dimensões das câmaras cardíacas. 
Alterações musculares: 
Por HIPERTROFIA, ou seja, pelo aumento do volume das células musculares. 
Isto é consequência do aumento do número de filamentos de actina, miosina e 
de sarcômeros. 
Por HIPERPLASIA, ou seja, ocorre o aumento do número de células no músculo. 
As pesquisas atuais, indicam, que em humanos isto só ocorre com o uso de 
esteroides anabólicos. 
Aumento do número e tamanho das mitocôndrias. 
Aumento da atividade no ciclo de Krebs. Aumento das reservas de 
glicogênio. Aumento das reservas de triglicerídeos. Aumento da atividade 
de enzimas na ativação, transporte de degradação de ácidos graxos. 
Melhora do sistema ATP-CP. 
Melhora da capacidade aeróbia (fast e slow fibers). 
HIPERTROFIA AGUDA, sarcoplasmática etransitória, resultante do aumento do 
volume muscular durante uma sessão de treinamento, devido principalmente ao 
acúmulo de líquido nos espaços intersticial e intracelular. 
HIPERTROFIA CRÔNICA ocorre durante longo período de treinamento de força, 
está diretamente relacionada com as modificações na secção transversal. 
Considera-se também o aumento de miofibrilas, número de filamentos de actina 
miosina, conteúdo sarcoplasmático, tecido conjuntivo ou combinação de todos 
estes fatores. 
REFERÊNCIAS: 
Efdeportes. Sistema Cardiovascular e suas respostas ao exercício físico. Uma 
breve revisão sistemática. Disponível em: 
https://www.efdeportes.com/efd195/sistema-cardiovascular-e-exercicio 
fisico.htm. Acesso em 20.set. 2021. 
Núcleo do conhecimento. efeitos das adaptações agudas e crônicas do exercício 
físico relacionadas ao sistema cardiovascular da população idosa. Disponível em: 
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/sistema 
cardiovascular#:~:text=As%20adapta%C3%A7%C3%B5es%20s%C3%A3o%2 
0classificadas%20como,menor%20acr%C3%A9scimo%20do%20d%C3%A9bi
t o%20card%C3%ADaco. Acesso em 20. set. 2021. 
BRUM, C. P; FORJAZ, M. L. C; TINUCCI, T; NEGRÃO, E. C. Adaptações agudas 
e crônicas do exercício físico no sistema cardiovascular. Rev. paul. Educ. Fís., 
São Paulo, v.18, p.21-31, ago. 2004. N.esp. 
ARAÚJO CGS. Fisiologia do exercício físico e hipertensão arterial: uma breve 
introdução. Hipertensão. 2001; 4: 78-83. 
ATIVIDADE FÍSICA, ADAPTAÇÃO E SAÚDE Prof. Dr. Guanis de Barros Vilela 
Junior, disponível em: http://www.cpaqv.org/afai/af_adaptacao_saude.pdf. 
Acesso em 20. set. 2021.

Continue navegando

Outros materiais