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Aula 04 - Direito Processual Civil - Curso Estágio Ministério Público

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AULA 04 – DIREITO PROCESSUAL CIVIL
C
Mi
	
CURSO: Ministério Público Estadual
Estagiando Direito
@estagiando_direito_
LITISCONSÓRCIO 
 
Conceito: é a pluralidade de partes no polo ativo ou passivo da demanda.  
 
A temática do “Litisconsórcio” é muito importante, pois vários institutos que estudamos até agora possuem ligação com esta temática. Exemplo seria a hipótese de Litisconsórcio Necessário nas ações de direito real sobre bem imóveis, em que ambos os cônjuges devem integrar o polo da demanda, conforme estudados na aula passada.  
 
Espécies de Litisconsórcio 
 
· Litisconsórcio Necessário: é aquele cuja formação é obrigatória. O processo não poderá prosseguir e o juiz não poderá julgar validamente, se não estiverem presentes todos os litisconsortes necessários. A lei impõe tal obrigatoriedade.  
 
Exemplo: Ação de Usucapião – Direito Real sobre bem imóvel. Art. 246, §3°, CPC. 
 
· Litisconsórcio Facultativo: é aquele cuja formação é opcional. No momento da propositura da Demanda, o autor tinha opção entre formá-lo ou não.  
 
Exemplo: Ações Possessórias ou Reivindicatórias de bem em condomínio. Art. 1.314, caput, CC. 
 
· Litisconsórcio Unitário: é aquele em que a sentença forçosamente há de ser a mesma para todos os litisconsortes, sendo juridicamente impossível que venha a ser diferente.  
 
· Litisconsórcio Simples: é aquele em que existe a possibilidade de a sentença ser diferente para os litisconsortes.  
 
 
Regras Acerca do Litisconsórcio 
 
O Código de Processo Civil, a partir dos seus artigos 113, dispõe sobre as regras relativas à Pluralidade de Partes.  
 
Conforme o CPC, ocorrerá Litisconsórcio de forma que “duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente”.  
 
No mesmo artigo, trata das hipóteses em que poderá ocorrer tal pluralidade:  
 
I - Entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; 
II - Entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; 
III - Ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito. 
 
Alguns questionamentos relevantes surgem quando tratamos desse instituto. O mais interessante é o seguinte: Qual o limite de partes no processo?  
 
Resta óbvio que, a depender da quantidade de partes no processo, aumentar-se-á a complexidade do caso, tornando fisicamente impossível o prosseguimento do processo com 200 partes, por exemplo. Diante disto, o Legislador Ordinário trouxe a possibilidade de o juiz limitar o litisconsórcio, a fim de evitar confusões processuais. Vejamos: 
 
Art. 113, § 1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença. 
 
 
Por outro lado, um dos pilares do CPC, aos arts. 9º e 10, é o Contraditório. Resta outra pergunta: Nos casos de Litisconsórcio, todas as partes deverão necessariamente ser ouvidas? 
 
O art. 115 do CPC nos responde: 
 
Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, será: 
I - nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter integrado o processo; 
II - ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados. 
 	Por fim, ainda no que diz respeito ao contraditório ciência e participação, “cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo, e todos devem ser intimados dos respectivos atos”.  
 
 
 
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS 
 
 
Entraremos, agora, em um tema muito relevante às provas, a Intervenção de Terceiros.  
 
Se por um lado, temos a pluralidade de partes, de outro, temos alguém que, não sendo parte, mas terceiro interessado no julgamento procedente da demanda.  
 
Assistência 
 
A primeira forma de intervenção de terceiros é a Assistência. Neste caso temos um terceiro juridicamente interessado.  
 
Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a uma delas poderá intervir no processo para assisti-la. 
Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre. 
  Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o pedido do assistente será deferido, salvo se for caso de rejeição liminar. 
Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente interesse jurídico para intervir, o juiz decidirá o incidente, sem suspensão do processo. 
 
Existem duas espécies de assistência, a Assistência Simples e a Litisconsorcial. 
 
· Assistência Simples: O assistente simples atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido.  Sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o assistido, o assistente será considerado seu substituto processual. 
 
A assistência simples não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do pedido, desista da ação, renuncie ao direito sobre o que se funda a ação ou transija sobre direitos controvertidos. 
 
Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça da decisão, salvo se alegar e provar que: 
I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir na sentença; 
II - desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu. 
 
· Assistência Litisconsorcial: Considera-se litisconsorte da parte principal o assistente sempre que a sentença influir na relação jurídica entre ele e o adversário do assistido 
 
 
É importante que se atentem à fiel reprodução da lei, pois é isso que cairá na prova!! 
 
 
Denunciação à Lide 
 
Diferentemente da Assistência, a Denunciação à Lide irá ocorrer quando houver uma relação jurídica anterior entre o Denunciado e uma das partes. Visa economia processual, a fim de se resolver nos mesmos autos, mais de uma relação jurídica. Exemplo: “A” bate no carro de “B” que possui seguro de seguradora “C”, poderá “B” denunciar “C”, a fim de que nos mesmos autos se resolvam as questões relativas à batida e do seguro.  
 
Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das partes: 
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam; 
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. 
Tendo em vista tratar-se de hipótese que pressupõe uma relação jurídica anterior, o direito de regresso será exercido em uma outra ação (ação autônoma) nas hipóteses em que a denunciação da lide for indeferida, não for promovida ou não for permitida.  
 
Denunciação Sucessiva? Surge na Denunciação à Lide a hipótese de várias denunciações, podendo regressar ao infinito. Entretanto, a fim de evitar tal calamidade processual, o legislador tratou do tema da seguinte forma: “Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo denunciado, contra seu antecessor imediato na cadeia dominial ou quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o denunciado sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual direito de regresso será exercido por ação autônoma.” 
 
Quem pode fazer a denunciação?  
 
Art. 128. Feita a denunciação pelo réu: 
I - se o denunciado contestar o pedido formulado pelo autor, o processo prosseguirá tendo, na ação principal, em litisconsórcio, denunciante e denunciado; 
II - se o denunciado for revel, o denunciante pode deixar de prosseguir com sua defesa, eventualmente oferecida, e abster-se de recorrer, restringindo sua atuação à ação regressiva; 
III - se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor naação principal, o denunciante poderá prosseguir com sua defesa ou, aderindo a tal reconhecimento, pedir apenas a procedência da ação de regresso. 
Parágrafo único. Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for o caso, requerer o cumprimento da sentença também contra o denunciado, nos limites da condenação deste na ação regressiva. 
  Art. 129. Se o denunciante for vencido na ação principal, o juiz passará ao julgamento da denunciação da lide. 
Parágrafo único. Se o denunciante for vencedor, a ação de denunciação não terá o seu pedido examinado, sem prejuízo da condenação do denunciante ao pagamento das verbas de sucumbência em favor do denunciado. 
 
 
Chamamento ao Processo
	Diferentemente dos institutos anteriores, o Chamamento ao Processo tem como objetivo integrar à relação jurídica o fiador ou devedores solidários. Vejamos: 
Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu:
I - Do afiançado, na ação em que o fiador for réu;
II - Dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles;
III - Dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns o pagamento da dívida comum.
	Tendo em vista a relação que há Fiador e Afiançado e outros devedores solidários, “A sentença de procedência valerá como título executivo em favor do réu que satisfizer a dívida, a fim de que possa exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou, de cada um dos codevedores, a sua quota, na proporção que lhes tocar”.
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
	Tema de extrema relevância para as provas, a Desconsideração da Personalidade Jurídica mostra-se um importante instrumento no Direito Processual Civil. 
	Não pensem que estema não cai em prova. Caiu na segunda fase (discursiva) do Concurso para Estagiário do Ministério Público de Minas Gerais, na Comarca de Belo Horizonte deste professor que vos escreve.
	Sem mais delongas, no que consiste a desconsideração da personalidade jurídica? Consiste na possibilidade de o magistrado ignorar a personalidade da pessoa jurídica para atingir os bens e patrimônios dos sócios.
	
	Poderá ser requerida pelo Ministério Público. 
	
Desconsideração Inversa: Tema desenvolvido pela doutrina e disposto no art. Art. 133, §2º do CPC. Consiste na possibilidade de o juiz ignorar a personalidade dos sócios e buscar os bens da pessoa jurídica. Aplica-se as mesmas regras referentes à Desconsideração da Personalidade Jurídica convencional. 
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.
§ 1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei.
§ 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica.
  Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.
§ 1º A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas.
§ 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.
§ 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2º.
§ 4º O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica.
  Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.
  Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória.
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno.
  Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.
AMICUS CURIAE
	Trata-se de terceiro que se manifesta no processo a fim de fornecer ao Magistrado um conhecimento mais amplo em razão da matéria. Em outras palavras, são pessoas físicas ou jurídicas que se manifestam no processo em razão do objeto da demanda ou da repercussão social da controvérsia, a fim de fornecer ao Juiz ou Relator uma visão mais ampla do que a Jurídica. 
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.
§ 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3º.
§ 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os poderes do amicus curiae .
§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas.
DO JUIZ E DOS AUXILIARES DA JUSTIÇA
Do Juiz
	Conforme já estudamos, o Juiz integra a relação jurídica processual, embora não integre a relação jurídica material a ser dirimida entra as partes. Diante disto, deverá o juiz se pautar em comportamentos eivados de boa-fé e estritamente disciplinados em lei. 
	O Código de Processo Civil permite ao juiz uma maior discricionariedade no trâmite do processo do que o Código de Processo Penal. 
	Vejamos quais são os deveres do Juiz:
I - assegurar às partes igualdade de tratamento;
II - velar pela duração razoável do processo;
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações meramente protelatórias;
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária;
V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais;
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito, sendo que tal dilação somente poderá ser feita antes de terminado o prazo regular. 
VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da segurança interna dos fóruns e tribunais;
VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso;
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios processuais;
X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem as leis do Mandado de Segurança Coletivo e da Ação Civil Pública para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva.
Poderá o Juiz não julgar o processo por não existir lei que trate do caso? NÃO. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte (Princípio da Adstrição).
	Embora caiba ao Juiz dirigir o processo, não poderá o mesmo execer poderes ilimitados, de forma que poderá responder civilmente por perdas e danos. Vejamos: 
Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando:  
I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;
II - recusar, omitir ou retardar, semjusto motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a requerimento da parte.
Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão verificadas depois que a parte requerer ao juiz que determine a providência e o requerimento não for apreciado no prazo de 10 (dez) dias.
	Tem-se atualmente grande discussão na seara processual penal a necessidade de imparcialidade do juiz, tanto com o implemento da figura do Juiz das Garantias, como nas repercussões com o ex-juiz federal condutor do processo da Lava Jato. Aqui no Processo Civil, a regra é a mesma, devendo o juiz ser imparcial. Buscando concretizar essa ideia de imparcialidade, o Código de Processo Civil trouxe as figuras do Impedimento e da Suspeição. Tendo em vista não se tratar de ponto relevante às provas que aqui se almejam, não teceremos grandes comentários, deixando apenas os dispositivos legais referentes, bastando a leitura dos mesmos. APLICAM-SE AS MESMA REGRAS AOS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO.
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha;
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo;
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços;
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado.
§ 1º Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz.
§ 2º É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz.
§ 3º O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo.
  Art. 145. Há suspeição do juiz:
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio;
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.
§ 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões.
§ 2º Será ilegítima a alegação de suspeição quando:
I - houver sido provocada por quem a alega;
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido.
Do Ministério Público
	Qual a função do Ministério Público no Processo Civil? Atuar na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses e direitos sociais e individuais indisponíveis. O MP atua como CUSTOS LEGIS, ou seja, como FISCAL DA ORDEM JURÍDICA.
	Quando caberá ao Ministério Público Intervir no Processo?
Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos processos que envolvam:
I - interesse público ou social;
II - interesse de incapaz;
III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.
Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de intervenção do Ministério Público.
	O que ocorrerá quando o MP intervir no processo?
Art. 179. Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público:
I - terá vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos do processo;
II - poderá produzir provas, requerer as medidas processuais pertinentes e recorrer.
	Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se nos autos, que terá início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art. 183, § 1º .
§ 1º Findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem o oferecimento de parecer, o juiz requisitará os autos e dará andamento ao processo.
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o Ministério Público.
  Art. 181. O membro do Ministério Público será civil e regressivamente responsável quando agir com dolo ou fraude no exercício de suas funções.
DOS ATOS PROCESSUAIS
	Agora que já conhecemos os três principais atores do processo para este curso: I) as partes; II) o juiz e; III) o Ministério Público, podemos passar ao estudo processo propriamente dito. 
	Buscando celeridade e economia processual, o art. 188 trouxe o princípio da Instrumentalidade das Formas, que consiste no aproveitamento de um ato processual realizado fora das formalidades legais, desde que não haja prejuízo às partes. Vejamos: 
 Art. 188. Os atos e os termos processuais independem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.
	Conforme já estudamos, a regra é a Publicidade dos atos processuais, entretanto, existem hipóteses em que os atos processuais tramitarão em segredo de justiça:
art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos:
I - em que o exija o interesse público ou social;
II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.
§ 1º O direito de consultar os autos de processo que tramite em segredo de justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores.
§ 2º O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário e de partilha resultantes de divórcio ou separação.
	Importante salientar que este rol NÃO É TAXATIVO!
	Tendo em vista o princípio da Cooperação, poderão as partes, de comum acordo, e o juiz, fixar calendário para a prática dos atos processuais. De forma que tal calendário vinculará as partes e o juiz. 
Dos Atos das Partes
	Por tratar-se de tema pouco exigido em provas, transcrevemos os artigos, por serem de fácil compreensão.
art. 200. Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade produzem imediatamente a constituição, modificação ou extinção de direitos processuais.
Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeitos após homologação judicial.
 Art. 201. As partes poderão exigir recibo de petições, arrazoados, papéis e documentos que entregarem em cartório.
 Art. 202. É vedado lançar nos autos cotas marginais ou interlineares, as quais ojuiz mandará riscar, impondo a quem as escrever multa correspondente à metade do salário-mínimo.
Dos Pronunciamentos do Juiz 
	Três são as formas pelas quais o Juiz se manifesta no Processo, sendo elas:
· Sentenças: é o pronunciamento por meio do qual o juiz põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.
· Decisão Interlocutória: é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no conceito de Sentença.
· Despachos: são todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte.
Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário.
Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais.
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