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Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações Jéferson Cabrelon 1ª Edição | Junho | 2014 Impressão em São Paulo / SP Coordenação Geral Nelson Boni Coordenação de Projetos Leandro Lousada Professor Responsável Jéferson Cabrelon Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353 Copyright © EaD KnowHow 2011 Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. Projeto Gráfico, Capa e Diagramação Marilia Lopes Revisão Ortográfica Célia Ferreira Pinto 1a Edição: Junho de 2014 Impressão em São Paulo/SP Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações Apresentação As máquinas e equipamentos vieram para facili- tar a vida do homem, agilizar tarefas, ganhar volume de produtividade e dar mais conforto. Fazendo com isso o tempo ser algo super importante, e o homem na busca de produzir cada vez mais, em menor tem- po, deparou-se com um inimigo, muitas vezes, mor- tal: “o acidente de trabalho”. Nesta busca constante de números cada vez maio- res de ganho, as condições de segurança de máquinas e equipamentos foram relegadas ao segundo plano. A chegada na década de 40, da Revolução In- dustrial no Brasil, fez com que demandasse mão de obra mais qualificada. Existia um ditado na década de 70, que o Brasil era o “País do futuro”, devido à grande- za de recursos naturais existentes, porém, nesta mesma época, já estávamos começando a pagar o custo pelo crescimento desordenado e sem gran- des critérios definidos em relação às condições de trabalho. E foi justamente em 1970, que o Brasil ganhou o primeiro título negativo em re- lação às condições de trabalho, o de Campeão Mundial de Acidentes. No decorrer dos nossos estudos, iremos deta- lhar de forma mais criteriosa a evolução das condi- ções de máquinas e equipamentos, após a implanta- ção das Normas Regulamentadoras pelo Ministério do Trabalho, em 1978. Tivemos ao longo de mais de 70 anos, após a Revolução Industrial, muitos programas, campanhas, incentivos e até mudanças de legislações para poder proteger o empregado em suas atividades laborais, porém o que pode ser visto, que sem hierarquia para defi nir ações efetivas, fi camos patinando em um la- maçal de letras (normas), sem aplicações efetivas. Com a chegada da nova redação da NR-12 – Se- gurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos, em 2010, foi dada uma nova perspectiva e defi nidos os critérios claros na aplicação correta desta norma. Em cada uma das 4 unidades, reforçamos a ne- cessidade de aplicação da Gestão de Segurança em Máquinas e Equipamentos. A vivência dos profi s- sionais de cada área é muito importante, e deve ser levada em consideração para defi nirmos a melhor estratégia para soluções dos problemas. Nossa esperança é que ao fi nal deste estudo, o profi ssional sinta-se mais confi ante para aplicar as técnicas e saiba como conduzir as questões preventi- vas dentro da sua atividade. Sumário Unidade 1 09 Evolução Das Máquinas 1.1. Conceituação E Importância 1.2. As Bombas E Motores 1.2.1. Bombas 1.2.2. Riscos Detectados 1.2.3. Sistemas De Segurança 1.2.4. Normas De Segurança 1.2.5. Proteção Pessoal 1.2.6. Legislação Afetada 1.3. Motores e Veículos Industriais 1.3.1. Motores 1.3.2. Veículos Industriais 1.4. A NR-11 Como Base 1.5. Cuidados Adicionais 1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar Questões Unidade 2 45 Máquinas e Equipamentos – Características 2.1. Caldeiras E Vasos De Pressão 2.1.1. Defi nição de Vasos se Pressão 2.2. Equipamentos Pneumáticos 2.3. Fornos 2.4. Sistema de Proteção Coletiva 2.5. EPI – Equipamento de Proteção Individual Unidade 1 09 Evolução Das Máquinas 1.1. Conceituação E Importância 1.2. As Bombas E Motores 1.2.1. Bombas 1.2.2. Riscos Detectados 1.2.3. Sistemas De Segurança 1.2.4. Normas De Segurança 1.2.5. Proteção Pessoal 1.2.6. Legislação Afetada 1.3. Motores e Veículos Industriais 1.2.6. Legislação Afetada1.2.6. Legislação Afetada1.2.6. Legislação Afetada 1.3. Motores e Veículos Industriais 1.2.4. Normas De Segurança 1.2.5. Proteção Pessoal 1.2.6. Legislação Afetada 1.2.4. Normas De Segurança 1.2.5. Proteção Pessoal 1.2.6. Legislação Afetada 1.2.3. Sistemas De Segurança 1.2.2. Riscos Detectados 1.2.3. Sistemas De Segurança 1.2.2. Riscos Detectados 1.2.3. Sistemas De Segurança 1.2. As Bombas E Motores 1.2. As Bombas E Motores 1.2. As Bombas E Motores 1.2.1. Bombas 1.2. As Bombas E Motores 1.2.1. Bombas Unidade 1 09Unidade 1 09Unidade 1 09Unidade 1 09Unidade 1 09Unidade 1 09 Evolução Das Máquinas 1.1. Conceituação E Importância Unidade 1 09Unidade 1 09 Evolução Das Máquinas 1.1. Conceituação E Importância Unidade 1 09Unidade 1 09 Evolução Das Máquinas 1.1. Conceituação E Importância 1.2.6. Legislação Afetada 1.3. Motores e Veículos Industriais 1.3.1. Motores Unidade 2 45Unidade 2 45 Máquinas e Equipamentos – CaracterísticasMáquinas e Equipamentos – Características 2.1. Caldeiras E Vasos De Pressão Questões Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45 Máquinas e Equipamentos – Características Unidade 2 45 1.4. A NR-11 Como Base 1.5. Cuidados Adicionais1.5. Cuidados Adicionais1.5. Cuidados Adicionais Questões Unidade 2 45 Máquinas e Equipamentos – CaracterísticasMáquinas e Equipamentos – Características 1.3.1. Motores Máquinas e Equipamentos – Características Unidade 2 45 Máquinas e Equipamentos – Características Unidade 2 45 Máquinas e Equipamentos – Características 1.2.3. Sistemas De Segurança 1.2.4. Normas De Segurança 1.2.5. Proteção Pessoal 1.2.6. Legislação Afetada 1.3. Motores e Veículos Industriais 1.3.2. Veículos Industriais 1.4. A NR-11 Como Base 1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar 1.3. Motores e Veículos Industriais 1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar 1.3.2. Veículos Industriais 1.4. A NR-11 Como Base 1.3.2. Veículos Industriais 1.3. Motores e Veículos Industriais1.3. Motores e Veículos Industriais 1.2.6. Legislação Afetada 1.3. Motores e Veículos Industriais 1.2.6. Legislação Afetada 1.3. Motores e Veículos Industriais 1.3.1. Motores 1.3. Motores e Veículos Industriais 1.2.4. Normas De Segurança 1.2.5. Proteção Pessoal 1.2.6. Legislação Afetada 1.2.3. Sistemas De Segurança 1.3. Motores e Veículos Industriais 1.3.1. Motores 1.3.2. Veículos Industriais 1.5. Cuidados Adicionais 1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar 1.3.2. Veículos Industriais 1.4. A NR-11 Como Base 1.3.2. Veículos Industriais 1.3.1. Motores 1.3. Motores e Veículos Industriais 1.3.1. Motores 1.3.2. Veículos Industriais 1.4. A NR-11 Como Base 1.5. Cuidados Adicionais 1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar 1.4. A NR-11 Como Base 1.3.2. Veículos Industriais 1.4. A NR-11 Como Base 1.3.1. Motores 1.3.2. Veículos Industriais 1.4. A NR-11 Como Base 1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar 1.4. A NR-11 Como Base 1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar 1.4. A NR-11 Como Base 1.5. Cuidados Adicionais1.5. Cuidados Adicionais 1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar Unidade 2 45 1.5. Cuidados Adicionais 1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar Unidade 2 45 Máquinas e Equipamentos – Características Unidade 2 45 Máquinas e Equipamentos – Características 2.1. Caldeiras E Vasos De Pressão 1.3.1. Motores 1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais Unidade 2 45 Máquinas e Equipamentos – Características Unidade 2 45 Máquinas e Equipamentos – Características Questões Unidade 2 45 Máquinas e Equipamentos – Características Questões Unidade 2 45 1.4. A NR-11 Como Base 1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar Questões 1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais1.3.2.Veículos Industriais 1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base QuestõesQuestões Unidade 2 45 1.4. A NR-11 Como Base 1.5. Cuidados Adicionais 1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar Questões Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45 Máquinas e Equipamentos – Características Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45 Máquinas e Equipamentos – Características 2.1. Caldeiras E Vasos De Pressão 2.1.1. Defi nição de Vasos se Pressão 2.5. EPI – Equipamento de Proteção Individual Unidade 2 45Unidade 2 45 Máquinas e Equipamentos – Características 2.1. Caldeiras E Vasos De Pressão 2.1.1. Defi nição de Vasos se Pressão 2.2. Equipamentos Pneumáticos 2.3. Fornos 2.4. Sistema de Proteção Coletiva 2.5. EPI – Equipamento de Proteção Individual Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45 Máquinas e Equipamentos – CaracterísticasMáquinas e Equipamentos – Características 2.1. Caldeiras E Vasos De Pressão QuestõesQuestõesQuestões Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45 QuestõesQuestõesQuestõesQuestõesQuestõesQuestõesQuestões Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45Unidade 2 45 1.5. Cuidados Adicionais 1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar 1.5. Cuidados Adicionais 1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar 1.5. Cuidados Adicionais 1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar QuestõesQuestõesQuestõesQuestõesQuestõesQuestõesQuestõesQuestõesQuestõesQuestõesQuestõesQuestõesQuestões 1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais1.3.2. Veículos Industriais 1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base1.4. A NR-11 Como Base 2.6. Cor, Sinalização E Rotulagem 2.7. Manutenção Preventiva 2.8. Engenharia de Segurança do Trabalho Questões Unidade 3 63 Características do Ambiente De Máquinas 3.1. Localização Industrial 3.2. Riscos em Eletricidade 3.3. Sistema Externo de Proteção Contra Descargas Atmos- féricas 3.4. NR-10 X NR-12 3.5. Dispositivos de Partida, Acionamento e Parada 3.6. Sistemas de Segurança em Máquinas e Equipamentos 3.7. Proteções Fixas 3.8. Proteções Móveis Questões Unidade 4 75 Avaliação de Riscos em Máquinas e Equipamentos 4.1. Laudo de Máquina 4.1.1. Categorias de Risco 4.1.2. Capa de Apresentação 4.1.3. Identifi cação da Empresa 4.1.4. Fotos de Apresentação da Máquina 4.1.5. Especifi cações Técnicas 4.1.6. Referências Normativas para Execução do Laudo 4.1.7. Defi nições Técnicas 4.7. Análise De Riscos 4.8. Avaliação das Proteções Existentes 4.9. Verifi cação do Monitoramento de Segurança da Máquina 4.10. Vevifi cação do Sistema de Parada de Emergência 4.11. Programa de Capacitação Profi ssional 4.12. Avaliação/Indicação dos Procedimentos de Segurança 4.13. Complementos/Relatório do Auditor 4.14. Laudos/Análises Adicionais 4.15. Anotações Gerais 4.16. Conclusão 4.17. Laudo Técnico de Vistoria e Responsabilidade Questões Bibliografi a Básica 9 Unidade 1 Evolução das Máquinas 1.1. Conceituação e Importância Quando estamos dispostos a falar sobre PRE- VENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS EM MÁ- QUINAS, EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES, devemos começar contando um pouco da história da Revolução Industrial no mundo e, principalmen- te, em nosso país. As máquinas de Leonardo Da Vinci foram importantes, intrigantes, desafiantes, mas a maioria delas nunca saiu do papel. As máquinas-ferramenta que se revelaram de fato decisivas para a industriali- zação e a vida moderna, só começaram a surgir com o inglês James Watt, no século XVIII. Em 1765, Watt aperfeiçoou e, pode-se melhor dizer, criou a máquina a vapor definitiva. Na verdade, a antiga in- venção egípcia, já vinha sendo testada e modificada por cientistas, pesquisadores e engenheiros militares do século XVII, como o romano Giovanni Branca, o francês Denis Papin, o capitão inglês Thomas Sa- very e, por fim, Thomas Newcomen, que, em 1698, desenvolveu uma máquina para drenar a água acu- mulada nas minas de carvão, patenteada em 1705. Mas, foi James Watt quem fez da máquina a vapor, definitivamente, o motor do universo. 10 A máquina por ele desenvolvida tinha potência tão extraordinária que passou a movimentar navios, fábricas de teares, máquinas de usinagem. A ideia básica era colocar o carvão em brasa para aquecer a água até que ela produzisse muito vapor. A máquina, então, girava por causa da expansão e da contração do vapor dentro de um cilindro de metal onde havia um pistão. As máquinas a vapor passaram a ter mui- tas utilidades. Tanto retiravam a água que inundava minas subterrâneas de ferro e carvão, como movi- mentavam os teares mecânicos na produção de teci- dos. Era o início da Revolução Industrial, um tempo de glória para os ingleses e de grande desenvolvi- mento para toda a humanidade. www.abimaq.org.br/.../Livro-A-historia-das-maquinas-70-anos-Abimaq.... FIGURA 1 11 https://www.google.com.br/search?newwindow=1&tbm=isch&sa=1&q=pri meiras+maquinas+de+tear&oq=primeiras+maquinas+de+tear FIGURA 2 A Revolução Industrial aconteceu na década de 40, pós-guerra. O Brasil começou a se transformar de um país de essencialmente agrícola, para um país que entrava na era dos maquinários. As primeiras empresas a adotarem as máquinas foram os Cotonifícios, com suas máquinas de tear. Como as demandas de mão de obra na cidade eram baixas, as empresas foram obrigadas a recru- tar pessoas que trabalhavam no campo. É neste mo- mento, que os aspectos de segurança começaram a ser afetados. As empresas em busca de mercado, e vendas de seus produtos, relegaram por vários anos as 12 condições de segurança de máquinas e equipa- mentos, e estas pagariam um custo muito caro, por esta displicência. A legislação atual, através da NR-12, é muito contestada pelas empresas. Algumas chegam a alegar que a aplicação desta, engessa toda a cadeia produ- tiva, porém devemos ressaltar que as empresas fica- ram por muitos anos deitadas em “berço esplêndi- do”, sem quase nenhum investimento nas melhorias de suas máquinas. Fica bem claro, que a Legislação tem um intuito único de fazer com que as empresas entendam que não basta produzir a qualquer custo, e sim estarem atentas, pois os acidentes geram um alto preço a toda sociedade. Os profissionais de segurança, que estão há um bom tempo na ativa, perceberam a evolução das normas e suas aplicações no contexto atual no país. No transcorrer do nosso estudo, iremos notar como este cenário afetou o desenvolvimento da área de segurança no Brasil, e quais ações foram tomadas pelos governantes para amenizar os seus impactos. Para que possamos dar andamento aos estudos são necessárias as definições técnicas e suas caracte- rísticas, conforme, a seguir, detalhamos. Definição de mecânica: parte da física que tem por objetivo o estudo dos movimentos dos corpos, das forças que produzem esses movimentos e do equilíbrio das forças sobre o corpo em repouso. 13 Máquinas e equipamentos: esta Norma Re- gulamentadora e seus anexos definem referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de pro- teção para garantirem a saúde e a integridade física dos trabalhadores,e estabelecem requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho, nas fases de projeto e de utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos, e, ainda, à sua fa- bricação, importação, comercialização, exposição e cessão a qualquer título, em todas as atividades eco- nômicas, sem prejuízo da observância do disposto nas demais Normas Regulamentadoras - NR apro- vadas pela Portaria n.º 3.214, de 8 de junho de 1978, nas normas técnicas oficiais e, na ausência ou omis- são destas, nas normas internacionais aplicáveis. Entende-se como fase de utilização a constru- ção, transporte, montagem, instalação, ajuste, ope- ração, limpeza, manutenção, inspeção, desativação e desmonte da máquina ou equipamento. ttps://www.google.com.br/search?newwindow=1&tbm=isch&sa= FIGURA 3 14 MÁQUINA - aparelho ou instrumento próprio para comunicar movimento ou para aproveitar e pôr em ação um agente natural, qualquer utensílio ou instrumento formado de peças móveis locomotivas. EQUIPAMENTO – equipagem, vestuário e apetrechos de um desportista; conjunto dos meios mecânicos ou industriais existentes numa empresa. Exemplo: a diferença é: equipamentos nos auxi- liam em nosso objetivo, não substitui o martelo, por exemplo, e máquinas fazem quase tudo não preci- sam de tanto contato manual. Um exemplo é o li- quidificador. As máquinas e equipamentos fazem parte do nosso dia a dia e sem os quais, algumas atividades e trabalhos, seriam muito difíceis de serem executados. 1.2. As Bombas E Motores São equipamentos utilizados nas maiorias das máquinas e em alguns equipamentos. Para que pos- samos entender a complexidade, devemos saber que o intuito do profissional de segurança não é tornar- -se um especialista, porém saber os mecanismos de funcionamento, para que se possa detalhar os riscos existentes no momento de construção, instalação, manutenção e reparos. 15 1.2.1. Bombas BOMBAS: são equipamentos destinados a mo- vimentar líquidos. PRINCIPAIS TIPOS: • Rotativos • Alternativos e • Centrífugos As bombas são equipamentos com a função de deslocar fluídos líquidos para elevadas alturas ma- nométricas com eficiência e desempenho, desde que sejam devidamente projetadas, mantendo constante pressão e vazão, levando em conta detalhes técnicos que devem ser observados, tais como: profundida- de máxima do reservatório, projeto hidráulico, vis- cosidade do fluído bombeado e presença de sólidos em suspensão. Existem vários tipos e modelos de bombas, para variadas aplicações definidas pelas ca- racterísticas do processo. Bombas centrífugas, bom- bas peristálticas, dosadoras de pistão/diafragma, bombas de engrenagens, bombas de rotor helicoi- dal, bombas submersas e submersíveis, representam, apenas, alguns exemplos. 16 FIGURA 4 1.2.2. Riscos Detectados Riscos diretos - O eixo é a união da bomba com o motor elé- trico, e a união da bomba com a turbina constitui de uma forma geral, o único ponto mecânico agressivo de uma bomba em funcionamento. Por estar situ- ado geralmente, internamente, entre a bomba e seu sistema de acionamento, e em nível baixo, diminui a potencialidade do risco. Torna-se muito importante a manutenção, pois rebarbas ou parafusos de maior comprimento deixados durante quaisquer serviços, não são visíveis, quando o eixo estiver em movimento. Os riscos de contato elétrico acidental são acentuados geralmente, pois na maioria dos casos, as bombas são instaladas em locais úmidos ou frequen- temente molhados. 17 - Ruídos. Riscos indiretos • Bombas com motores elétricos. Riscos elétricos e aterramento devem ser cui- dadosamente instalados e,revisados periodicamente. São derivados no local da instalação, ou pela função da bomba. • Bombas situadas em casas de máquinas. A instalação, em geral, é compartilhada com ou- tros tipos de equipamentos, e até mesmo fazendo par- te dos mesmos, havendo, portanto muitos obstáculos, vazamentos, que poderão provocar quedas, além dos riscos de incêndio, quando tratarem de bombeamento de fluídos voláteis e combustíveis. Devemos conside- rar também a higiene, o calor e o ruído. • Bombas situadas em poços ou submersas. Riscos mecânicos na montagem da bomba e da tubulação. Frequentes emanações de gases tóxicos produ- zidas no interior de poços fazem aparecer os riscos de intoxicação para as pessoas que operam, ou fa- zem manutenção nestas instalações. • Bombas para transvasar líquidos. Podem ser fixas ou portáteis. Nas bombas por- 18 táteis, considerar os riscos com os equipamentos auxiliares. Geralmente, as tubulações são flexíveis e os riscos mais prováveis são ocasionados pela dispo- sição destes tubos, que podem provocar quedas ou tropeções. Os cuidados mais indicados são a prote- ção dos mesmos, com o isolamento da área. • Bombas de caminhões transportadores. Os riscos vão depender do produto transporta- do. Riscos de intoxicação, e de explosão provenien- tes de centelhas produzidas por cargas de eletricida- de estática. • Bombas com motor à explosão. Os riscos observados são: os provenientes do depósito de combustível do motor, e queimaduras originadas por contato com as partes quentes etc. - Bombas para concreto armado. Risco com o tubo de descarga (trompa). Em qualquer destes casos, levar sempre em conta o processo em que está ou será instalada, a fim de conhecer os riscos provenientes dos mesmos. Quando se tratar de processos bem definidos, devemos conhecer com segurança todos os seus riscos. Para processos não definidos, como bombas para materiais fecais, ou materiais químicos de di- versas naturezas, devemos tomar cuidado, quanto ao 19 manuseio, à emanação e concentração de gases de densidades maiores que a do ar. 1.2.3. Sistemas De Segurança • Instrumentação de controle: instalação de vál- vulas como de purga, retenção, de alívio etc. • Eletricidade: proteção da fiação para evitar contatos acidentais, aterramento do sistema e das tubulações, eletrodutos e chaves à prova de umidade e de explosão, quando se tratar de líquidos combus- tíveis e explosivos. • Contatos com partes móveis: devem ser prote- gidas como está definido em proteções de máquinas. • Riscos com escorregamentos: manutenção frequente a fim de eliminarvazamentos e, em casos especiais, as pessoas que trabalham neste ambiente- devem ser providas de calçados antiderrapantes. • Riscos de quedas: limpeza do ambiente, pro- teção das tubulações, acessos como escadas protegi- das e bem definidas, com aterramento em todas as partes metálicas. • Riscos de intoxicações: em ambientes fechados ou em poços, cuidados devem ser tomados, para de- terminar a existência de gases tóxicos, procedendo-se ventilação eficaz se necessário. Nunca um operário deve atuar só, sempre com cinto de segurança, a fim de que possa ser retirado do local com facilidade. 20 1.2.4. Normas De Segurança • Gerais Pessoal qualificado para operação e manutenção. Usar sempre as instruções do equipamento. Usar as instruções de segurança da empresa. As operações de lubrificação e manutenção se- rão efetuadas com as bombas desligadas. Bloqueio das chaves elétricas. Pode ser utilizado o sistema Lock-Out/Tag-Out. Uso de ferramentas apropriadas. Uso dos EPIs próprios, roupas justas e cômodas. Manutenção preventiva. 1.2.5. Proteção Pessoal • Viseiras para trabalhos com fluídos corrosivos. • Roupas de trabalho ajustadas sem impedir os movimentos. • Máscaras respiratórias com filtros adequados. • Botas ou calçados com solado antiderrapante. 1.2.6. Legislação Afetada Apesar de não existir uma NR diretamente para bombas, a atividade está relacionada com diversas NRs. Devemos observar em particular: NR-6 - Equi- pamento de Proteção Individual, NR-10 - Instala- 21 ções em serviços de eletricidade, NR-12 – Segurança em Máquinas e Equipamentos, NR-15 - Atividades e operações insalubres, NR-20 - Líquidos combustí- veis e inflamáveis. FIGURA 5 FIGURA 6 22 1.3. Motores e Veículos Industriais 1.3.1. MotoresOs motores são parte integrante de nossas vi- das, sejam no uso de veículos particulares, máquinas industriais, equipamentos caseiros e outros. No início do desenvolvimento das máquinas a vapor – século XIX, a tecnologia e os materiais de construção das caldeiras de pressão eram defeituosos e provocavam inúmeros acidentes graves com explosões desastro- sas e, consequentemente, muitas vítimas mortais. Com este panorama de um novo século, o pastor escocês Robert Stirling e o seu irmão pro- curaram desenvolver um mecanismo mais segu- ro, ou seja, o motor que se aproximava dos mo- tores de máquinas a vapor, mas que, ao funcionar com pressões relativamente mais baixas, devido ao uso interno de ar ou outros gases, proporcio- nava uma maior segurança àqueles que trabalha- vam com as máquinas. Sendo assim, em 1818, o primeiro motor foi construído para bombear água numa pedreira e, ao longo dos anos, foi aperfeiçoado, sendo que 1843 utilizado para mover máquinas numa fundição. A dinâmica simples e elegante do engenho de Stirling foi explicada em 1850 e, em 1950, Rolf Mei- jer batizou este motor como “Motor de Stirling”, 23 generalizando todos os engenhos regenerativos de circuito e com aquecimento externo. Além das vantagens, acima, citadas que a inven- ção proporcionou, é também importante salientar que este motor contém um regenerador ou econo- mizador, que permite obter uma eficiência superior ao dos motores de gasolina, diesel e máquinas a va- por e, também, economizar energia. A partir da invenção do motor que daria movi- mentos a várias máquinas e equipamentos, começa- mos a notar que os acidentes foram se multiplicando com a mesma velocidade, que eram construídos. As empresas conseguiam ao longo do tempo intensificar sua produção, dando cada vez mais ve- locidade as suas linhas, através de motores potentes No ano de 1854, o primeiro projeto de um mo- tor de combustão interna foi patenteado na Itália pe- los engenheiros Eugênio Barsanti e Felice Matteucci. O projeto consistia na utilização da energia de ex- pansão de gases liberados pela combustão de uma mistura explosiva de ar e hidrogênio, para movimen- tar um pistão e transformar este movimento linear em um movimento rotativo, com o uso de uma ár- vore de manivela. Este motor nunca foi produzido em quantidade. 24 http://autoentusiastas.blogspot.com.br/2013/03/motores-combustao- interna-uma-breve.html FIGURA 7 http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f2/PSM_V18_D500_ An_american_internal_combustion_otto_engine.jpg FIGURA 8 Outros conceitos de motores foram surgindo, mas sempre com intuito de amenizar ou eliminar o esforço físico, e gerar conforto aos seus usuários. Em 1860, o belga Jean Joseph Etienne Lenoir cria o motor de dois tempos. 25 www.abimaq.org.br/.../Livro-A-historia-das-maquinas-70-anos-Abimaq.... FIGURA 9 Em 1863, Lenoir criou uma carruagem motori- zada de três rodas chamada Hippomobile. E a cada invenção, as condições de fabricação modificava a ponto de o homem começar a imaginar formas de agilizar a produção e seus conceitos. A história do uso de motor em equipamentos mistura-se muito com a história da era do automóvel. As características de uso de diversos motores e seus componentes em máquinas e equipamentos fizeram com que as indústrias se modernizassem em uma velocidade incomparável. O mesmo não se pode dizer com as condições de trabalho, que eram oferecidas aos trabalhadores destas indústrias. 1.3.2. Veículos Industriais Em nosso dia a dia, é impossível imaginar transporte de cargas sem ser realizado por veículos 26 de transporte. Os veículos industriais são de grande importância e fazem diminuir o tempo no processo de locomoção de cargas, agilizando a produtividade e, consequentemente, dando um dinamismo maior e lucratividade para as empresas. Também é possível notar que com o decorrer do tempo estes equipamentos apresentaram desgas- tes maiores, devido à condição exigida na força para transporte. É de extrema importância o controle e vistoria das condições de segurança destes equipa- mentos, visando à troca preventiva de peças desgas- tadas e fadigas de suas estruturas. O equipamento mais conhecido e, talvez, o mais utilizado de todos, sejam as empilhadeiras. https://www.google.com.br/search seguran%C3%A7a+em+veiculos+indu striais FIGURA 10 A necessidade de um gerenciamento para pre- venção de acidentes destes equipamentos é de ex- 27 trema importância. Muitas dessas ações de gerencia- mento se devem ao fato de envolver muitas pessoas nos processos de interação com o maquinário, tais como: operador de empilhadeira, mecânico de ma- nutenção, lubrificador, sem contar as condições as quais são colocados estes equipamentos, na má utili- zação e por pessoas não autorizadas. A prevenção de acidentes com este tipo de equi- pamentos devem ser as preocupações básicas de qual- quer programa de segurança do trabalho. Tal cuidado deve ser planejado e mantido de forma integrada, ob- servando não apenas cuidados com os equipamentos, mas também com o operador, os meios a serem mo- vimentados e as vias a serem utilizadas. Na verdade por detrás do uso dos veículos indus- triais, ocultam-se uma série de riscos que, muitas vezes, passam sem ser notados nas atividades cotidianas. Em muitos casos, providências só vão ser tomadas após a ocorrência de um acidente – quase sempre muito gra- ve. Um exemplo claro de situações deste tipo ocorre com o número cada vez maior de estabelecimentos atacadistas, que realizam também vendas no varejo (hi- permercados), onde é comum observarmos a operação de veículos industriais por pessoas que nitidamente não têm preparo para este tipo de operação. Tais locais, pela presença de pessoas (clientes) sem qualquer informa- ção para o risco de acidentes, tornam-se cenários mais do que propícios à ocorrência de acidentes. 28 Ao dirigir transportando cargas, já se torna uma atividade por si merecedora de atenção. A variedade de cargas e tipos de embalagens – mesmo que sobre estrados – exige bastante treinamento e habilidade. A isso, somamos a questão de problemas de lay out – seja pela falta de espaço compatível com a necessi- dade de manobras ou que possibilite a realização das mesmas com certa margem de segurança, ou, ainda, pela falta de organização, que acaba implicando ain- da em maior redução do espaço, criando uma situa- ção evidente de risco de acidente. Portanto, logo de início, devemos ter em mente que prevenir acidentes nas operações com veículos industriais é assunto que para ser bem cuidado deve envolver muito mais do que apenas preocupações com o veículo em si. 1.4. A NR-11 Como Base A Norma Regulamentadora 11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Ma- teriais, deve ser tomada como referência para a ela- boração de qualquer atividade preventiva ao uso de veículos industriais, mas tal como todas as demais normas regulamentadoras não esgota de forma al- guma o assunto, havendo necessidade da atuação do profissional especializado para o desenvolvimento e detalhamento de um programa específico. Obvia- 29 mente, isso irá variar conforme o tamanho da em- presa, sua atividade e, especialmente, quantidade e variedade de veículos em uso. Interessante, aqui, lembrar que parte do assun- to também deve ter como referência a Norma Re- gulamentadora 26 – Sinalização de Segurança, na qual fica claro que os equipamentos de transporte e manipulação de material, tais como empilhadei- ras, tratores industriais, pontes-rolantes, reboques etc., devem, para a prevenção de acidentes, estarem pintados na cor amarela (NR- 26). Embora isso seja legislação e no item 1.1., da mesma norma, fica claro que esta “fixa as cores a serem usadas”. Muitos equi- pamentos disponíveis para venda e locação no mer- cado estão pintados de outras cores. Cumpre, aqui, lembrar que a inobservância deste item, implica em multa por parte do Órgão Fiscalizador – MTE. Outra parte bastanteinteressante da NR-11 diz respeito ao item 1.3., onde fica definido que os equipamentos utilizados na movimentação de ma- teriais serão calculados e construídos de maneira que ofereçam as necessárias garantias de resistência, segurança e conservados em perfeitas condições de trabalho. No que diz respeito a cálculos (dimensio- namento) e construção é importante que o SESMT busque conhecer, e se possível ter cópia dos memo- riais ou processos de cálculo e aquisição. Uma úni- ca talha mal instalada pode causar danos imensos e 30 acidentes fatais. O mesmo podendo ocorrer devido a improvisações – estas tão comuns nas empresas brasileiras. Vale lembrar, aqui, que a responsabilida- de técnica pela orientação quanto ao cumprimento do disposto nas NR é do SESMT (NR-4 - 12.d). Ainda, com relação a este item, chamamos a atenção para a última frase que menciona a conservação e perfeitas condições para o trabalho. Mesmo que o assunto esteja restrito a uma linha de palavras, sua extensão é bastante grande e importante, e só pode ser obtido e, principalmente, evidenciado pela inser- ção de todos os veículos industriais em um plano de manutenção preventiva, que no nosso entendi- mento deve ser auditado periodicamente pelo SES- MT e os possíveis desvios evidenciados através de documentos. Importante, ainda, que este plano de manutenção esteja baseado em procedimentos (es- critos) básicos de verificação, garantindo, assim, que todos os itens de segurança sejam sistematicamente verificados. Isso em suma, quer dizer que os critérios não devem ser deixados em aberto, a escolha do exe- cutor e não podem deixar de conter os itens mencio- nados em 1.3.1. (cabos de aço, cordas, correntes, rol- danas, ganchos etc). Atenção especial deve ser dada ao item 1.8., que define a substituição imediata de peças defeituosas. Toda manutenção deve ser feita sempre, apenas, por profissionais capacitados para esta finalidade e devem gerar evidências documen- 31 tais, nas quais entre outras coisas seja possível, em caso de necessidade, identificar o responsável pela verificação e reparos. Por fim, recomenda-se, ainda, que seja definida uma sistemática de verificação a ser feita pelo próprio operador – ou seja, algo como um check list básico a ser observado antes das operações pelo usuário do veículo. Uma dúvida muito comum com relação ao assunto tratado no parágrafo acima, diz respeito à frequência ou periodicidade das manutenções. A decisão quanto à frequência terá como base o rigor do uso e a atividade executada. Veículos industriais utilizados em áreas com ambiente agressivo serão submetidos à prevenção com maior frequência. O mesmo devendo ocorrer com veículos, cuja possível falha durante utilização implique em possibilidade de danos maiores (locais mais populosos, locais com equipamentos suscetíveis a danos e/ou que compro- metam a continuidade das operações etc). Outra exigência da NR-11 – está no item 1.3.2. – diz respeito à obrigatoriedade de indicar em local visível em todos os equipamentos deste tipo, a car- ga máxima de trabalho permitida. Para muitos, tal exigência trata-se apenas de uma mera burocracia e estes, certamente, desconhecem a quantidade de aci- dentes, que ocorrem devido ao uso de equipamentos deste tipo, em condições acima de sua capacidade de carga. Desconhecem, também, as consequências 32 advindas da inobservância de algo tão simples, que vão desde a morte de pessoas, passando pelo esma- gamento de membros e, invariavelmente, por perdas do patrimônio e danos à produção. Todos os equi- pamentos devem ser sinalizados, quanto à sua capa- cidade, tal sinalização deve ser como diz o próprio texto na NR – VISÍVEL. Infelizmente, ainda, en- contramos em muitos locais de trabalho falhas, sem identificação de carga, ou quando não é tão peque- na, que quando perguntamos aos usuários, o quanto aquele equipamento pode levantar, ouvimos diver- sos números, totalmente, diversos, e na sequência, diversas histórias que nos deixam assustados. Como complemento deste assunto, devemos também estar atentos para possíveis reduções de capacidade – que ocorrem em alguns equipamentos depois de possí- veis alterações, ou anos de uso. No caso específico das empilhadeiras, existem testes padronizados pe- los fabricantes para verificação da capacidade, e es- tes são recomendados para um bom programa de se- gurança relativo ao assunto. Detectadas as reduções de capacidade estas devem ser alteradas e os usuá- rios amplamente informados, visto que é comum, os operadores identificarem as máquinas por seu tama- nho. Importante também lembrar e orientar a todos os usuários de equipamentos deste tipo, quanto às alterações devido ao uso de extensores (capas de pa- leta), correntes etc. 33 Atenção especial da NR-11 para os carros manuais de transporte – que para muitos parecem inofensivos – mas que são grandes causadores de pequenos acidentes. Há alguns anos, acompanhei o caso de um grande hospital, no interior de São Paulo, onde o número de acidentes era muito alto, tendo como partes atingidas, as mãos. Feita uma análise mais detalhada, acabamos descobrindo que era comum a prensagem por carrinhos manuais, e macas de transportar pacientes, contra paredes e la- terais de elevadores. Dentro das indústrias, acidentes deste tipo, também, são muito comuns e podem ser evitados com soluções simples e caseiras, que nada mais são do que a instalação de protetores para as mãos, nas alças de manipulação. Com detalhes, a NR-11 descreve as condições relativas ao Operador, iniciando no item 1.5., quan- do menciona que o Operador deverá receber um treinamento específico, que o habilitará nesta função. Neste ponto, é importante estarmos atentos para al- guns detalhes que podem fazer muita diferença, seja na prevenção de acidentes, seja diante de possíveis problemas causados por um acidente. O primeiro diz respeito à pré-seleção do operador, o que pas- sa obrigatoriamente por conhecimentos e requisitos próprios da NR- 7. Portanto, antes de tudo, o Ope- rador de Veículo Industrial deve ser uma pessoa apta do ponto de vista médico para exercer e realizar este 34 tipo de trabalho. Isso pode dizer muita coisa, por exemplo, necessidade de acuidade visual. Logo em seguida, deparamo-nos com a citação: “treinamento dado pela empresa”. É importante saber se há na empresa profissional capaz de desenvolver este tipo de treinamento e, ainda, se diante de um acidente, te- remos como evidenciar tal capacidade. Deve-se en- tender que a coisa não é tão simples como parece e, tal entendimento pode ser obtido analisando o que ocorreria no caso de um acidente com a morte de alguém. Recomenda-se que tais treinamentos fiquem a cargo de escolas especializadas e que estas emitam certificados, e que sejam mantidos junto ao prontu- ário do empregado. Mais do que isso, recomenda-se que, periodicamente, seja feita uma reciclagem pelo menos quanto aos princípios básicos da operação, e sempre quanto às normas de segurança. Com relação, ainda, ao treinamento chama-se a atenção, neste ponto, para a variedade de veícu- los industriais, hoje, em uso. O que, antigamente, era restrito a uma ou duas variedades passou a ser, na atualidade, muito diferente. Há por todas as partes, paleteiras, rebocadores, guindastes, pontes rolantes com operação no próprio equipamento ou a distân- cia etc. Obviamente, cada um destes equipamentos tem características diversas, embora muitos sejam si- milares em suas bases. Portanto, há necessidade de treinamentos específicos. Fica claro que entre uma 35 empilhadeira e uma paleteira, há grandes diferenças no modo de operação e riscos de acidentes. Uma dúvida, ainda, paira quanto à obrigato- riedade da Carteira Nacional de Habilitação para os operadores de veículos, como: empilhadeiras, rebocadores e paleteiras. O Código Nacional de Trânsito, em momento algum, é claro quanto à obrigatoriedade da CNH para estes veículos. E, realmente,seria muito estranho se o fosse, visto que proveito teria para a prevenção e operação, habilitarmos operadores treinados e aprovados, em exames com veículos de passeio, ônibus ou caminhões. São veículos de características e ope- ração totalmente distintas dos veículos industriais citados. Acreditamos que no caso dos veículos que, por algum motivo, façam uso de vias públicas – e, portanto, sejam emplacados – o assunto deva ser analisado com detalhes, junto ao orgão regu- lamentador de trânsito. No mais, para operações dentro das empresas – conforme a própria NR - cita o curso de habilitação e penso que seja a esta habilitação, a que se refere o item 1.6.. Em termos de cuidados preventivos, parece desejável que o candidato tenha CNH (independente da catego- ria) e, assim, ser conhecedor das regras básicas de trânsito e sinalização. Abaixo, figura com exemplo de carteirinha de autorização para operador de empilhadeira. 36 Elaborado Pelo Autor. FIGURA 11 No que diz respeito, ainda, ao operador, os itens 1.6. e 1.7. citam a obrigatoriedade do cartão de identificação, com nome e fotografia, utilizado em local visível, durante toda a operação. Tal car- tão tem a validade de um ano – salvo imprevistos – e está associado à realização de exame de saúde completo. No que diz respeito ao uso do cartão conhecemos as dificuldades para o cumprimen- to, visto que, muitas vezes, acaba implicando em risco para o operador, que necessita, por exem- plo, movimentar-se entre as cargas e este acaba se enroscando. Portanto, formas devem ser encon- tradas para que o uso não implique em riscos. O uso do cartão facilita em muito – nas empresas de maior porte, a identificação das pessoas e a coi- bição de práticas inseguras – ou seja, a operação por pessoas não habilitadas. Para facilitar mais, ainda, a verificação, recomenda-se que no próprio cartão exista o campo relativo ao exame médico (com espaço para que o médico assine e coloque o número do seu CRM). 37 Propositalmente, deixamos para tratar, qua- se no final deste texto, a questão citada no item 1.7., onde fica definido que os equipamentos de transporte motorizados devem possuir sinal de advertência sonora (buzina). Obviamente como em todo meio que se locomove, tal equipamen- to é de importância. No entanto, preocupa-nos a crescente tendência de veículos industriais – em especial empilhadeiras, paleteiras e rebocadores - que vêm equipados com tipos de sinais sonoras, que permanecem acionados por todo tempo do deslocamento ou, ainda, aqueles equipados com “sirenes” ou equivalentes. Sem dúvida alguma em prol da prevenção de acidentes os dispositi- vos que sinalizam a marcha à ré são muito úteis. No entanto, quando a sinalização tanto visual como sonora vai, além disso, há necessidade de analisarmos o quanto isso pode contribuir para a dispersão da atenção das pessoas envolvidas nas operações, e mesmo para o estresse dos empre- gados. Se de fato, devido aos riscos de acidentes (bem avaliados) há necessidade de definirmos al- gum tipo de sinalização para os movimentos em veículos que seja, preferencialmente, o uso de pisca alerta em lanternas fixas, e sem parte sono- ra. De forma alguma, algum meio definido para a prevenção de acidentes deve colateralmente ser a causa de incômodos ou danos aos empregados. 38 Encerrando a parte desta NR, que diz respeito aos veículos industriais, fala-se da questão da con- centração de poluentes no ambiente do trabalho. Dentro desta preocupação devemos dar atenção es- pecial à questão do ruído, o que faz parte de um estudo mais amplo de engenharia, já na fase de ante- cipação, quando possível. 1.5. Cuidados Adicionais Na prática, concluindo este breve trabalho so- bre veículos industriais, outras preocupações, que não são mencionadas na legislação, devem ser ob- jeto de atenção de quem tenciona realizar um bom trabalho, quanto aos veículos industriais. Jamais devemos esquecer de que veículos indus- triais – em especial os movidos a óleo – com passar do tempo começam a apresentar vazamentos, e que estes são formadores de poças no piso, que, por sua vez, acabam sendo a causa de quedas. Por esta e ou- tras razões, todos os veículos devem ter previamente definidos os locais onde serão estacionados, quando não estiverem em uso (fora dos locais de passagem) e, caso ocorram vazamentos, devem ser mantidos sobre caixas de areia. Outra situação importante é o uso por pessoas não habilitadas. Para que isso não ocorra, também, devemos ter definido um local para a guarda da chave 39 do veículo, quando não estiver em uso. Este local deve ser fechado e estar sob o controle de um responsável. Enfim, há muito mais a ser dito sobre o assun- to. Tenho certeza de que despertado o interesse pela elaboração de um programa de segurança para veí- culos industriais, através da pesquisa e estudo, cada profissional irá aperfeiçoar e moldar as ações, con- forme sua realidade e necessidades. 1.6. Equipamentos de Guindar e Transportar Existem vários tipos de equipamentos de guin- dar e transporte, tanto para materiais como para pes- soas. Cabe ao empregador definir suas necessidades e características dos equipamentos, os quais possam atendê-lo de forma mais adequado e com segurança, para a finalidade do trabalho que irá executar. Um dos equipamentos mais conhecidos de guindar material são as gruas, que dependem mui- to do treinamento adequado do seu usuário, pois se trata de um equipamento, que demanda muito co- nhecimento e riscos. 40 http://www.metalica.com.br/images/stories/Id4315/seguranca-da-grua- Fig01.jpg FIGURA 12 Acidente com Grua. Em São Paulo, outro acidente com a grua divulgado no jornal Folha de São Paulo de 29 de março de 2008, apresenta como causa o excesso de carda no transporte. A notícia mostra que um carrinho com aproximadamente 40Kg despencou de uma altura de 92 metros do prédio em obras na Avenida Paulista em 1999, atingindo uma estudante que passava pela calçada fora da obra. O objeto era transportado irregular- mente, desobedecendo às normas de segurança, pois o caminho havia sido colocado sobre outros objetos, para economizar uma nova viagem de uma caçamba erguida pela grua. O Marido da estudante será indenizado pela construtora e pela locadora da grua. A intenção da notícia apresentada pela Folha de S. Paulo é mostrar que, só depois de três anos, o marido receberá uma indenização pela morte da esposa, o qual avalia que os 150 mil é uma quantia imisória em relação ao poder aquisitivo da empresa. Apesar do foco da reportagem não ser a falta de segurança na utilização da grua, a imprudência na utilização e operação deste equipamento fica evidenciada. 41 Também existem guindastes para içamento de cargas instáveis, de tal forma que demanda um es- tudo prévio para elevação, raio de alcance, áreas de risco, isolamento de áreas, e profissionais habilitados para operar este tipo de equipamento. ht tp :/ /w w w. rig ge r.c om .b r/ w p- co nt en t/ up lo ad s/ 20 10 /0 8/ Pl an o- de -r ig gi ng .jp g FI G U RA 1 3 42 Já, nos equipamentos de elevação de pessoas, demanda maiorias cuidados, pois estaremos expon- do a pessoa em locais desconfortáveis, com pouco recurso de ações rápidas, o que acaba levando o pro- fissional a fazer uma análise de riscos bem aprofun- dada. Com a chegada das plataformas elevatórias, o número de acidentes por quedas diminuiu, sensivel- mente, já que a montagem dos antigos andaimes ou mesmo escadas precárias, nem sempre era feito de forma correta e por pessoal que adotava critérios de uso destes equipamentos. No entanto, com es- tas plataformas elevatórias articuladas os acidentes acontecem, muitas vezes, por imprudência ao exigir esforços excessivos ou, então, posicionar as mesmas, em locais instáveis ou com inclinação inadequada, ocasionando a queda deste equipamento. 43 http://www.rollinmaq.com.br/plataforma-elevatoria/plataforma-elevatoria. php FIGURA 1444 Questões 1. Defina o que são máquinas e equipamentos? 2. Quem foi o primeiro homem a usar um motor? 3. Qual a Norma Regulamentadora dispõe so- bre os assuntos de Segurança no Trabalho em Má- quinas e Equipamentos? 4.Qual o tempo de validade da credencial para operar empilhadeira? 5. Cite o nome de dois tipos de equipamentos para transporte de cargas e/ou pessoas? 45 Unidade 2 Máquinas e Equipamentos – Características 2.1. Caldeiras E Vasos De Pressão CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO: são equipamentos, os quais demandam cuidados ex- tremos, principalmente no que diz respeito às ins- peções periódicas e treinamento das pessoas que operam. Geralmente, acidentes ocorridos com estes equipamentos demandam grande perda material e, em alguns casos, pessoal. https://www.google.com.br/search?newwindow FIGURA 15 2.1.1. Definição de Vasos se Pressão Reservatórios que contenham fluídos e sejam projetados para resistir, com segurança, às pressões 46 internas, diferentes da pressão atmosférica, ou sub- metidos à pressão externa, cumprindo, assim, a fun- ção básica de armazenamento. Constitui risco grave e iminente a falta de qual- quer um dos seguintes itens: • Válvula de segurança com pressão de abertura ajustada em valor igual ou inferior à PMTA- PRES- SÃO MÁXIMA DE TRABALHO ADMISSÍVEL. • Instrumento que indique a pressão do vapor acumulado. • Injetor ou outro meio de alimentação de água, independentemente do sistema principal, em caldei- ras com combustível sólido. • Sistema de drenagem rápida de água, em cal- deiras de recuperação de álcalis. • Sistema de indicação para controle do nível de água ou outro sistema, que evite o superaquecimen- to por alimentação deficiente. Como descrito na própria NR-01 – DISPOSI- ÇÕES GERAIS: as condições que demande riscos graves e iminentes aos trabalhos devem ser parali- sadas de imediato, e feitas as devidas correções, e somente voltar a executar as atividades, após, estas situações estarem sob controle, ou perigos e riscos eliminados. 47 2.2. Equipamentos Pneumáticos Nas atividades de montagem e desmontagem de pneumáticos das rodas das máquinas e equipamentos não estacionários, que ofereçam riscos de acidentes, devem ser observadas as seguintes condições: • Os pneumáticos devem ser completamente despressurizados, removendo o núcleo da válvula de calibragem antes da desmontagem e de qualquer in- tervenção que possa acarretar acidentes; e • O enchimento de pneumáticos só poderá ser executado dentro de dispositivo de cláusula ou gaio- la, adequadamente, dimensionada, até que seja alcan- çada uma pressão suficiente para forçar o talão sobre o aro e criar uma vedação pneumática. http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAEh4AF/apostila-pneumatica FIGURA 16 48 Nas mangueiras de alta pressão deve haver um sistema de trava de segurança que evite que esta chi- coteie, caso venha se romper e possa atingir pessoas ou danificar parte do equipamento. Também pode ser adotado o sistema de fechamento (ou enclausu- ramento) da mangueira. 2.3. Fornos As atividades exercidas no trabalho em fornos são muito hostis, e demandam um estudo bem de- talhado, quanto às condições daqueles que ali execu- tam suas tarefas. A hostilidade da caloria, ar rarefei- to, concentração de monóxido de carbono, riscos de queimaduras, condições ergonômicas e utilização de EPIs que, muitas das vezes, inibi a sensibilidade do trabalhador, apesar de amenizar ou eliminar o con- tato direto com seus agentes agressivos, são detalhes suficientes para que o profissional de segurança te- nha atenção redobrada com este equipamento. https://www.google.com.br/search?newwindow FIGURA 17 49 Devido aos locais e formas de instalação destes fornos, na maioria das vezes, impede a instalação de EPC`s – Equipamento de Proteção Coletiva - sis- tema de exaustão adequado. Cabe ao empregador através do SESMT- Serviço Especializado em Se- gurança de Medicina do Trabalho (Engenheiros de Segurança do Trabalho ou Técnicos de Segurança do Trabalho, desenvolver EPIs – Equipamento de Proteção Individual dos trabalhadores). Cabe uma ressalva quando ao desenvolvimento de EPIs, pois como descrito na NR-06 – Equipa- mento de Proteção Individual, este deve ser o último recurso a ser utilizado. A norma quando define esta condição tem uma lógica, pois prefere as ações de engenharia que, em muitas vezes, eliminam os agen- tes agressivos ou, então, venham a controlá-los, do que fazer o trabalhador ficar enclausurado por uso de EPIs. 2.4. Sistema de Proteção Coletiva As normas regulamentadoras chamam cons- tantemente a atenção para implantação de sistema de proteção coletiva. Isto ocorre na NR-06 , quan- do se pede que a prioridade na utilização de ações de engenharia, volta-se a repetir na NR-10, quando diz da necessidade em todos os serviços executados em instalações elétricas, que devem ser previstos e 50 adotados, prioritariamente, medidas de proteção coletivas aplicáveis, mediante procedimentos, às ati- vidades a serem desenvolvidas, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores. Porém, na prática, este recurso é muito pouco adotado. Muitas vezes, por comodidade, outras pelo alto custo, e em sua maioria pela falta de conhecido dos profissionais em como aplicar estes sistemas. Seja qual o moti- vo, no final, todos saem perdendo, pois poderíamos perpetuar melhores condições de trabalho, com a adoção do sistema de proteção coletiva, gerando mais conforto ao trabalhador, culminando com me- nos reclamações trabalhistas. https://www.google.com.br/search?newwindo FIGURA 18 51 http://www.portaleletricista.com.br/wp-content/uploads/2013/12/epi.jpg FIGURA 19 2.5. EPI – Equipamento de Proteção Individual Apesar das empresas que fabricam EPI´s, terem se aprimorado e buscado novos conceitos de EPI´s, com materiais mais leves, confortáveis, adaptados as condições do corpo humano, ainda nos dias de hoje, muitas empresas empregam o recurso de utilização de materiais de má qualidade, comprometendo ainda mais o trabalhador. Como citado, no item anterior, o EPI - Equipa- mento de Proteção Individual, somente deve ser uti- lizado como último recurso e nada mais. E mesmo com último recurso, a norma também cita a necessi- dade da busca de novas tecnologias. A NR-12 veio com o novo critério de mudar a fi- losofia de atuação das empresas e trabalhadores, e com este conceito faz-se necessário os envolvimentos de 52 todos, no que diz respeito à redução dos números de acidentes, tanto os mais simples, como arranhões, até aqueles que culminam na fatalidade. E o EPI é um ins- trumento importante, neste contexto, pois é impossível imaginar linhas de produções pesadas sem o uso dele. Por outro lado, hoje, o empregado, já vem entendo mais seu papel neste contexto, e utilizar EPI´s somente para agradar o patrão ou, então, para não ser advertido, já são coisas do passado. É muito comum, hoje, nas empre- sas, os empregados não só exigirem o fornecimento de EPI´s, mas também cobrar que estes sejam de qualida- de, que tenham conforto, durabilidade e até tecnologia avançada. Vemos na prática, o uso de máscara de solda com sistema eletrônico para escurecimento de lente. Tudo leva a crer que empregado e empregador, estão se ajustando, aos poucos, às novas exigências das normas e ao papel de cada um para o cumprimento destas. 2.6. Cor, Sinalização E Rotulagem Conforme a NR-26 – SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA, em sua nova redação de 2011, a qual nos remete a cumprir as normas técnicas ofi- ciais, passamos a adotar os critérios da NBR-7195 de 31.07.1995 – Cores para Segurança, com o ob- jetivo de fixar as cores que devem ser usadas para prevenção de acidentes, empregadas para identificar e advertir contra riscos. 53 http://www.abntcatalogo.com.br/ FIGURA 20 A NBR-6493 de 30.11.1994 – que trata do em- prego de Cores para Identificações para Tubulações, com o objetivo de fixar as condições exigíveis para o emprego decores na identificação de tubulações, para a canalização de fluídos e material fragmenta- 54 do, ou condutores elétricos, com a finalidade de faci- litar a identificação e evitar acidentes. http://www.abntcatalogo.com.br/. FIGURA 21 Devemos lembrar que além das aplicações das NBRs citadas acima, os empregados devem ser trei- nados, a fim de evitar acidentes, no momento de fa- zer alguma manutenção, manuseio e deslocamento dentro da empresa. 55 Na NR-26 há algo novo, que informa sobre a Classificação, Rotulagem Preventiva e Ficha com Dados de Segurança de Produto Químico. Essas in- formações podem ser encontradas na GHS – Sis- tema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos, da Organização das Nações Unidas. É uma norma para unificar as informações globalmente, fazendo com que todas as empresas (globalmente) trabalhem com o mesmo sistema de classificação. Em relação à classificação de perigo, a norma nos diz que: “Na ausência de lista nacional de classi- ficação harmonizada de substâncias perigosas pode ser utilizada lista internacional”. Hoje, nós temos uma norma que trata de clas- sificação de perigo, que é a NBR-14725 – parte 2 – CLASSIFICAÇÃO DE PERIGO – que tem por objetivo estabelecer critérios para o sistema de clas- sificação de perigos de produtos químicos, sejam eles substâncias ou misturas, de modo a fornecer ao usuário informações relativas à segurança, à saúde humana e ao meio ambiente. Devemos lembrar que além das aplicações das NBRs citadas acima, os empregados devem ser trei- nados, a fim de evitar acidentes, no momento de fa- zer alguma manutenção, manuseio e deslocamento dentro da empresa. 56 Na NR-26 há algo novo, que informa sobre a Classificação, Rotulagem Preventiva e Ficha com Dados de Segurança de Produto Químico. Essas in- formações podem ser encontradas na GHS – Sis- tema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos, da Organização das Nações Unidas. É uma norma para unificar as informações global- mente, fazendo com que todas as empresas (globalmen- te) trabalhem com o mesmo sistema de classificação. Em relação à classificação de perigo, a norma nos diz que: “Na ausência de lista nacional de classi- ficação harmonizada de substâncias perigosas pode ser utilizada lista internacional”. Hoje, nós temos uma norma que trata de clas- sificação de perigo, que é a NBR-14725 – parte 2 – CLASSIFICAÇÃO DE PERIGO – que tem por objetivo estabelecer critérios para o sistema de clas- sificação de perigos de produtos químicos, sejam eles substâncias ou misturas, de modo a fornecer ao usuário informações relativas à segurança, à saúde humana e ao meio ambiente. No que se refere à rotulagem preventiva, deve conter elementos importantes para a identi- ficação do produto. Novamente, a NR-26 nos diz que: “Os aspectos relativos à rotulagem preventi- va devem atender ao disposto em norma técnica oficial vigente”. 57 A norma oficial vigente é a NBR-14725 – parte 3 – ROTULAGEM PREVENTIVA – que estabele- ce as informações de segurança relacionadas ao pro- duto químico perigoso, a serem incluídas na rotula- gem. Na Rotulagem Preventiva, deve conter alguns os seguintes elementos: • Identificação e composição do produto químico; • Pictograma de Perigo – Sabem o que é pic- tograma? • Palavra de advertência – Perigo / Cuidado; • Frase de perigo – Gás Inflamável; • Frases de Precaução – Mantenha afastado do fogo (não fume); • Informações suplementares – Informações so- bre proteção do Meio Ambiente, Proteção Individual. Referente à questão da ficha com dados de se- gurança, na qual, novamente, a NR-26 informa que: “Os aspectos relativos à ficha com dados de segu- rança devem atender ao disposto em norma técnica oficial vigente”. • Devemos aplicar a NBR-14725 – parte 4 – FICHA DE INFORMAÇÃO DE SEGURANÇA, que fornece informações sobre vários aspectos de produtos químicos (substâncias ou misturas), quanto à proteção, à segurança, à saúde e ao meio ambiente. • Na NR-26 não fala, mas se trata da Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ), já conhecida por muitos. 58 2.7. Manutenção Preventiva A NR-12 tem uma especial atenção quanto aos trabalhos de manutenção, pois foi constatado ao longo do tempo pelas estatísticas oficiais do Mi- nistério do Trabalho, que a grande parte dos aci- dentes graves ou fatais, ocorrem no momento da preparação, ou na execução de manutenção de má- quinas e equipamentos. E é por este motivo, que ela descreve a necessidade dos bloqueios das fontes de energia, através do sistema Lock-out/Tag-out. Os profissionais de segurança que estão há muitos anos na área, acreditam que este sistema e a introdução de plataformas elavatorias, foram os equipamentos que contribuiram sensivelmente para a diminuição de acidentes graves nas indústrias. Não podemos negar que não basta estes dois equipamentos, mas sim um plano de gestão para manutenção das má- quinas e equipamentos. Voltado a este contexto, o Ministério do Tra- balho em sua NR-12, solicita que as empresas te- nham um livro próprio de registro por máquina, para descrever todo o processo de manutenção realizado, o que foi trocado, o que foi revisado, o que removido e outros detalhes. Este registro tem como função descrever a vida da máquina, fazendo um paralelo ao ser humano. É como se fosse um prontuário médico. Como podemos notar a NR- 59 12, nao veio só para enclausurar, e colocar disposi- tivos de segurança, mas modificar a postura do em- pregado em relação à máquina. Fazer com que este compreenda e respeite o maquinário, e ter por ele, cuidado. O Lay out, também, não foi esquecido, e deve ser demandado um sistema de organização de estocagem de materiais para facilitar tanto a movi- mentação de quem opera a máquina, como aqueles que executam trabalhos de manunteção e limpeza. Os critérios que passamos adotar. 2.8. Engenharia de Segurança do Trabalho A Engenharia de Segurança, ao longo dos anos, vem ganhando destaque hierárquico nas empresas. Após a decada de 80, e início de 90, com a chegada da ISO-9000. As empresas exigiam de seus empre- gados a manutenção da qualidade dos produtos fa- bricados, porém fica, totalmente, incoerente a falta de condições de trabalho, para que se pudesse reali- zar um produto de qualidade. Com o transcorrer do tempo, as empresas per- ceberam que iriam ganhar mercado com qualidade, se oferecessem aos seus empregados maquinários de qualidade, os quais não os colocassem em perigo e riscos de acidentes. A área de segurança foi ganhando espaço e em empresas, de médio e grande porte, virou item li- 60 gado à política da empresa, na qual é primordial a existência de condições seguras de trabalho. Com a chegada do novo texto da NR-12, foi escrito um novo capítulo da relação da área de segu- rança com as outras áreas da empresa. 61 Questões 1. Defina o que são vasos sob pressão? 2. Qual NBR dispõe sobre as aplicações das co- res em um estabelecimento? 3. O que significa a sigla FISPQ, e para que ser- ve este documento? 4. Explique o que fez com que a área de Seguran- ça ganhasse mais espaço para aplicação das normas? 5. O que significa a sigla EPI e quando deve ser aplicado? 63 Unidade 3 Características do Ambiente De Máquinas 3.1. Localização Industrial Quando vamos definir o local de instalações de máquinas e equipamentos, não devemos es- quecer que este arranjo faz parte de um contexto, ao qual deve ser definida a preparação do piso para depósito da máquina, fundação da máquina, lay out ao redor, sistema de escamento de líqui- dos e sólidos e áreas para estocagem de material em processo e material acabado. Toda demarca- ção ao redor da máquina deve resguardar um es- paço de 1,20 metros, para as vias de circulação e preservá-las desobstruídas. Devemos notar se o espaço para circulação entre máquinas permite uma boa movimentação do empregado, facilitan- do acesso a diversospontos da máquina sem se expor a riscos adicionais. O bom lay out é tão importante quanto o próprio processo de fabri- cação, pois irá demandar as condições para es- coamento da produção de forma ordenada, sem riscos aos empregados e também a danos às má- quinas e equipamentos. 64 http://courierexp.com/wp-content/uploads/2013/10/boxes.jpg FIGURA 22 3.2. Riscos em Eletricidade A maioria dos acidentes fatais está ligada, direta ou indiretamente, com os sistemas de abastecimento de eletricidade em máquinas ou equipamentos. Estes acidentes ocorrem em sua maioria pela improvisação mais conhecida com “gambiarra” ou, então, pela falta de habilitação e conhecimento na execução das atividades com eletricidade. No que diz respeito à NR-12, esta demanda um capítulo à parte para falar sobre riscos de acidentes com energia elétrica. Os cuidados específicos come- çam desde o aterramento da máquina na malha do edifício, sistema de para-raios, definições de disposi- tivos de segurança e acesso às áreas de risco, voltadas às partes energizadas. As adaptações ou uso de produtos de má quali- dade nas instalações elétricas, foram de certa forma 65 eliminados, pois o acompanhamento e fiscalização na utilização destes são constantes. A desenergização é considerada uma medida de proteção coletiva prioritária pela NR-10, conforme consta no item 10.2.8.2., pois permite controlar o risco elétrico, de forma a garantir a segurança e a saúde do trabalhador. Aliás, é uma prática internacional, pois um ser- viço que pode ser realizado com a instalação dese- nergizada não deve ser feito de outra forma. A desenergização não é o simples desligamento, mas sim a supressão da energia elétrica da instalação. Por isso, frequentemente, o trabalho em instalações desenergizadas é chamado de “trabalho sem tensão”. A própria NR-10 distingue a diferença entre a ins- talação desenergizada e a desligada, no item 10.5.4., quando determina que os serviços executados em ins- talações elétricas desligadas, mas com possibilidade de energização, por qualquer meio ou razão, devem ver o item 10.6. - ou seja, uma instalação sem possibilidade de energização por qualquer meio ou razão. E o que é uma instalação energizada? A respos- ta está no item 10.6.1. da NR-10, que a define como instalação elétrica com tensão igual ou superior a 50 Volts em corrente alternada ou superior a 120 Volts, em corrente contínua. Deve-se observar que a tensão pode “aparecer” na instalação por diversas razões. Esse conceito é 66 importante e será útil na definição do aterramento temporário. A desenergização é um procedimento estabelecido na NR-10, utilizado para garantir que a instalação não será reenergizada por qualquer meio ou razão. A instalação desenergizada apresenta nível de segurança muito superior ao da desligada, e impe- de principalmente a energização acidental, que pode ser causada por: • erros na manobra; • fechamento de chave seccionadora; • contato acidental com outros circuitos energi- zados, situados ao longo do circuito; • tensões induzidas por linhas adjacentes ou que cruzam a rede; fontes de alimentação de tercei- ros (geradores); • linhas de distribuição para operações de manu- tenção e instalação e colocação de transformadores; • torres e cabos de transmissão nas operações de construção de linhas de transmissão; • linhas de transmissão nas operações de subs- tituição de torres; ou • manutenção de componentes da linha. 3.3. Sistema Externo de Proteção Contra Descargas Atmosféricas A proteção contra raios diretos nas edificações consiste basicamente na instalação de condutores 67 metálicos envolvendo a edificação, e é constituída pelos subsistemas de captação (que recebem a des- carga), subsistema de descidas (conduzem a descar- ga até o solo), subsistema de aterramento (dissipam a descarga no solo) e subsistema de equipotenciali- zação (reduzem os riscos de centelhamento e suas consequências). A falta desse sistema poderá acarre- tar desde danos materiais, até acidentes com deter- minada gravidade e fatal, no momento da descarga. 3.4. NR-10 X NR-12 Ao se falar de riscos de acidentes em partes elé- tricas em máquinas e equipamentos é impossível, não fazer uma interligação entre a NR-10 e NR-12. Estas se completam, enquanto que a NR-10 define parâme- tros mais gerais determinando a zona de risco, trei- namento, uso de EPI´s apropriadas a cada atividade em partes elétricas. Já, NR-12 se dedica mais a definir critérios de instalações de equipamentos e dispositi- vos elétricos em máquinas e equipamentos. Essa con- junção de informações faz com que as normas sejam bem amplas e devem ser estudadas detalhadamente para que possam ter eficácia em sua aplicação. 68 http://segurancasaude.blogspot.com.br/2011/09/nr-10-seguranca-em- instalacoes-e.html FIGURA 23 Uma máquina ou equipamento possui diversos dispositivos elétricos, os quais demandam instalação por profissional habilitado e capacitado e, em seu uso no dia a dia, deve ter critérios na utilização, de- finindo até que ponto o empregado, que opera uma máquina, pode interagir com esses sistemas, sem se expor a riscos adicionais. Alguns critérios são mais comuns em sua apli- cação, independente de máquina ou equipamento, conforme abaixo descrito: •As instalações elétricas das máquinas e equi- pamentos que estejam, ou possam estar em conta- to direto ou indireto com a água, ou com agentes 69 corrosivos, devem ser projetadas e dispor de meios e dispositivos de modo a garantir sua blindagem, es- tanqueidade, isolamento e aterramento, de modo a prevenir a ocorrência de acidentes. • Os quadros de energia das máquinas e equipa- mentos devem atender aos seguintes requisitos mí- nimos de segurança: • Possuir porta de acesso mantida permanente- mente fechada. • Possuir sinalização quanto ao perigo de cho- que elétrico e restrição de acesso por pessoas não autorizadas. • Ser mantidos em bom estado de conservação, limpos e livres de objetos e ferramentas; ter os cir- cuitos protegidos e identificados. 3.5. Dispositivos de Partida, Acionamento e Parada O que são dispositivos de partida, acionamento e parada de máquinas ou equipamentos? São dispositivos responsáveis pelo comando das máquinas, e que devem ser administrados por operador devidamente capacitado. Como devemos projetar, selecionar e instalar os dispositivos? •Primeiramente estes não devem estar localiza- dos em zonas de perigo; 70 • De condições de ser acionados ou desligados por outra pessoa em casos de Emergência; • Não fica em posição na qual possa ser desli- gado ou interrompa o funcionamento de forma in- voluntária; • Não acarretem riscos adicionais e • Principalmente não possa ser burlado. • Devem ainda ser adotadas, quando necessárias, medidas adicionais de alerta, como sinal visual e dis- positivos de telecomunicação, considerando as carac- terísticas do processo produtivo e dos trabalhadores. 3.6. Sistemas de Segurança em Máquinas e Equipamentos As zonas de perigo das máquinas e equipamentos devem dispor de sistemas de segurança, caracterizados por proteções fixas, proteções móveis, e dispositivos de segurança interligados, que garantam a proteção inte- gral à saúde e à integridade física dos trabalhadores. 3.7. Proteções Fixas São proteções de difícil remoção, fixadas nor- malmente no corpo ou estrutura da máquina. Essas proteções deverão ser mantidas em sua posição fe- chada, sendo de difícil remoção, fixadas por meio de solda ou parafusos, tornando sua remoção ou aber- 71 tura impossível, sem o uso de ferramentas. Podem ser confeccionadas em tela metálica, chapa metálica ou policarbonato. www.ab.com650 × 402 FIGURA 24 3.8. Proteções Móveis Essas proteções geralmente estão vinculadas à estrutura da máquina ou elemento de fixação adja- cente, que pode ser aberto sem o auxílio de ferra- mentas. As proteções móveis (portas, tampas etc.) devem ser associadas a dispositivos de intertrava-mento de tal forma que: - a máquina não possa operar até que a prote- ção seja fechada; - se a proteção é aberta quando a máquina está operando, uma instrução de parada é acionada. 72 Quando a proteção é fechada, por si só, não reinicia a operação, devendo haver comando para continua- ção do ciclo. Quando há risco adicional de movimento de inércia, dispositivo de intertravamento de bloqueio deve ser utilizado, permitindo que a abertura da pro- teção somente ocorra quando houver cessado total- mente o movimento de risco. Exemplos de proteções fixas e móveis podem ser encontradas na norma NBR NM 272:2002 e NBR273:2002. http://www.protecao.com.br/upload/protecao_noticia/6315.jpg FIRURA 25 Para os comandos de partida, devemos ter aten- ção especial em possuir dispositivos que impeçam seu funcionamento automático ao serem energizados. A NR-12 é uma norma multidisciplinar a qual demanda aplicação por vários tipos de profissionais, tais como: Eletricista, Mecânicos, Projetistas, Enge- 73 nheiros de Segurança e outros, de acordo com as ca- racterísticas de cada máquina ou equipamento. E fica um alerta, as áreas têm que estar afinadas, pois caso comecem o trabalho de forma correta, desde a defi- nição dos melhores equipamentos e dispositivos de proteção para uma determinada máquina e equipa- mento, deve ser alinhado com a área de Suprimento, para que no momento de negociação, as questões de custo sobreponham à qualidade do produto. A Gestão de Projetos é tão importante quanto à gestão de segurança. 74 Questões 1. O que são proteções fixas e proteções mó- veis? Defina. 2. Qual a vantagem de elaborar um bom Lay out? 3. Qual a diferença em desligar e desenergizar uma máquina ou equipamento? 4. O que são dispositivos de partida, aciona- mento e parada de máquinas ou equipamentos? 5. Como devemos projetar, selecionar e instalar os dispositivos de partida da máquina? Cite 3 exemplos. 75 Unidade 4 Avaliação de Riscos em Máquinas e Equipamentos 4.1. Laudo de Máquina A NR-12 contempla que toda máquina e equipamento devem possuir laudo com recolhi- mento de ART - ANOTAÇÃO DE RESPONSA- BILIDADE TÉCNICA, avaliando se as máqui- nas estão de acordo com as exigências contidas nesta norma regulamentadora. Para que se possa dar início ao processo de ela- boração do laudo, primeiramente precisamos saber qual categoria que a máquina ou equipamento, que estamos analisando, se enquadra. Para que isso ocor- ra, iremos aplicar as categorias de riscos. 4.1.1. Categorias de Risco Todos os elementos de controles elétricos ou eletrônicos responsáveis pela parada ou início de movimentos em prensas, devem obedecer à cate- goria de riscos nível 4 da NBR-14153. Esta norma brasileira é baseada na norma europeia EM 954-1, que determina 5 níveis de análise de riscos, e que é utilizada para efetuar controles que evitem falhas. As categorias apresentadas, a seguir, represen- tam uma classificação de aspectos de segurança de 76 um sistema de controle, que se refere à capacidade de uma unidade de produção resistir às falhas e seu desempenho, quando uma falha ocorre. PONTO DE PARTIDA PARA AVALIAÇÃO DO RISCO DE SEGURANÇA www.ab.com639 × 493 FIGURA 26 SEVERIDADE DO FERIMENTO • S1 leve (normalmente reversível). • S2 grave (normalmente irreversível). F – Frequência E Tempo De Exposição • F1 raro a relativamente frequente e/ou baixo tempo de exposição. • F2 frequente até contínuo e/ou tempo de exposição longo. 77 P – Possibilidade De Evitar O Perigo • P1 possível sob condições específicas. • P2 quase nunca possível. Categoria B Partes de sistemas de comando, relacionadas à segurança e/ou seus equipamentos de proteção, bem como seus componentes, devem ser projeta- dos, construídos, selecionados, montados e combi- nados de acordo com as normas relevantes, de tal forma que resistam às influências esperadas. Categoria 1 Inclui as condições de segurança especificadas pela categoria B e, além disso, os sistemas de contro- le mecânico devem estar de acordo com critérios de qualidade previstos. Tem como objetivo a PREVENÇÃO de falhas. Categoria 2 Esta categoria contempla as condições da categoria B e inclui os dispositivos que evitam a partida, em caso de uma falha detectada. Isto sugere o uso de relés de interface com redundân- cia e autoverificação de energização. Permite-se a operação mediante um canal simples, sempre que o dispositivo de partida seja absolutamente efe- tivo e testado para o uso em condições normais. 78 Se o teste for garantido, deve-se optar por um controle de duplo canal. Tem como objetivo a DETECÇÃO de falhas (ou seja, as falhas não devem ser apenas prevenidas, mas detectadas e corrigidas). Categoria 3 Esta categoria contempla todas as condições da categoria B, incluindo os sistemas de seguran- ça projetados, de forma que uma simples falha não leve à perda de funções de segurança e a sim- ples falha possa ser detectada. Isto alerta não so- mente para o uso de sistemas redundantes no relé de interface, como também nos dispositivos de entrada, usando-se sistemas de duplo canal. Tem como objetivo a DETECÇÃO de falhas (ou seja, as falhas não devem ser apenas prevenidas, mas detectadas e corrigidas). Categoria 4 Esta categoria contempla todas as condições da categoria B, sendo que uma simples falha será detec- tada no momento, ou antes, de uma nova energiza- ção do sistema de segurança, sendo que a acumula- ção de três falhas consecutivas não deverá conduzir à perda da função de segurança. Deve ser considerada como a categoria com o mais elevado risco. 79 Tem como objetivo a DETECÇÃO de falhas (ou seja, as falhas não devem ser apenas prevenidas, mas detectadas e corrigidas). Monitoramento e che- cagem são as chaves destas 3 últimas categorias. Para que se possa fazer uma análise de riscos correta, devemos definir de qual forma iremos quan- tificar estes riscos. O método HRN (Número de Classificação de Perigo) classifica o risco de insignificante à inaceitá- vel, e para ser classificado algumas informações são levadas em conta, como: - Probabilidade de ocorrência (PE) - Frequência de exposição (FE) - Grau de possíveis danos (GPD) - Número de pessoas expostas ao risco (NP) Para cada item, é atribuído um valor conforme tabelas abaixo: HRN (Número de Classificação de Perigo) Probabilidade de Ocorrência (PO) 0,033 Quase impossí- vel 1 Altamen- te impro- vável 2 Possí- vel 5 Al- guma chan- ce 8 Prová- vel 10 Muito prová- vel 15 Certo X 80 Frequência de Exposição (FE) 0,5 Anual- mente 1 Mensal- mente 1,5 Sema- nalmen- te 2,5 Diaria- mente 4 Em termos de hora 5 Cons- tante- mente X Grau de Possíveis Danos (GPD) 0,1 Arranhão / Contu- são leve 0,5 Dilace- ração / Doenças modera- das 2 Fratura / Enfer- midade leve 4 Fratura / Enfer- midade grave 6 Perda de um membro / olho 10 Perda de dois mem- bros / olhos 15 Fatali- dade X Número de Pessoas expostas (NP) 1 1-2 pessoas 2 3-7 pessoas 4 8-15 pessoas 8 16-50 pessoas graves 12 Mais que 50 pessoas O resultado do cálculo é comparado com a se- guinte tabela, que determina o grau do risco de cada descrição de perigo do equipamento. HRN Risco Classificação 0-5 Insignificante Oferece um risco muito baixo para a segurança e saúde. 5-50 Baixo, porém significativo Contém riscos necessários para a implementação de medidas de controle de segurança. 81 50- 500 Alto Oferece possíveis riscos, ne- cessitam que sejam utilizadas medidas de controle de segurança urgentemente. 500+ Inaceitável É inaceitável manter a operação do equipamento na situação que se encontra. Quando você definir a categoria da sua máquina e os critérios de avaliação de riscos, pode dar início ao processo de estudo da máquina ou equipamento. O Laudo deve ter uma boa conclusão, pois é daí o ponto de partida para adequar o equipamento. A sequência do laudo deve ser da seguinte forma: 4.1.2. Capa
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