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Instituto de Física – UFG 20 PONTE DE WHEATSTONE OBJETIVOS Medir resistências de resistores e de associações utilizando a Ponte de Wheatstone. INTRODUÇÃO A Ponte de Wheatstone é um circuito muito utilizado em medidas elétricas, para obter o valor de uma resistência desconhecida, a partir de um conjunto de outras já conhecidas e tomadas como padrão( Figura 1 ). Geralmente duas resistências são fixas, uma é ajustável e a quarta é a incógnita que se pretende determinar. Com este propósito, entre A e B se estabelece a alimentação com uma fonte de tensão, e entre C e D, como um indicador de corrente, é conectado um galvanômetro. A resistência RP é ligada em série com a fonte de tensão para limitar a corrente total da associação e não faz parte da ponte. Quando houver uma diferença de potencial entre os pontos C e D, o galvanômetro acusará a passagem de corrente, ora num sentido ora em outro. Essa diferença de potencial poderá ser anulada através de um ajuste conveniente do valor da resistência ajustável. Quando esta situação for obtida, tem-se VC = VD e, consequentemente, a diferença de potencial entre os pontos A e C deve ser a mesma que entre A e D, ou então: i1R1 = i3R3 (1) e, de maneira idêntica: i2R2 = i4R4 (2) Figura 1. Circuito elétrico da Ponte de Wheatstone. Dividindo a equação ( 1 ) pela equação ( 2 ), tem-se: 𝑖1𝑅1 𝑖2𝑅2 = 𝑖3𝑅3 𝑖4𝑅4 (3) Como não passa corrente pelo galvanômetro, situação denominada de equilíbrio da ponte, i1 = i2 e i3 = i4, resultando: 𝑅1 𝑅2 = 𝑅3 𝑅4 (4) Uma maneira prática de memorizar a condição de equilíbrio de uma ponte de Wheatstone é observar que os produtos das resistências de resistores alternados (em relação ao galvanômetro) são iguais: R1R4 = R2R3. Se R4 for uma resistência desconhecida, agora denominada RX, e R3 uma resistência padrão RS (standard), então basta variar R2 e/ou R1até equilibrar a ponte e obter Rx = Rs (R2/R1) (5) Há duas formas comuns de pontes de Wheatstone: a) de caixa de resistências e b) de fio deslizante. A ponte de caixa de resistências é uma forma compacta arranjada de tal maneira que a razão R2/R1 possa ser variada em etapas decimais, por exemplo, de 0,001 até 1000 através da rotação de um dial. A resistência padrão RS está incluída na caixa e pode ser variada de 1 a 9.999 . Nestas condições, o alcance teórico de medidas de resistências estaria compreendido entre 0,001 e 9.999.000 . Instituto de Física – UFG 21 A ponte de Wheatstone que será utilizada na experiência é de fio deslizante,constituída por um fio metálico estendido sobre uma régua milimetrada entre os pontos A e B e o contato pode ser feito em qualquer ponto D por meio de um cursor deslizante que se move ao longo do fio AB (Veja o esquema da experiência). As resistências R2 e R1 são substituídas por um fio metálico de raio uniforme ‘r’ e comprimentos parcelados em ‘a’ e ‘b’. Observe-se que a + b = 1.000 mm, que é o comprimento da régua. Considerando que, se um dado resistor tiver o formato de um cilindro uniforme de comprimento L e área de secção reta A, sua resistência pode ser calculada por: R = (L/A) (6) onde é a resistividade, uma propriedade típica de cada material. As resistências R1 e R2 são dadas por R1 = (b/r2) e R2 = (a/r2) que, substituídas na equação (5) fornecem: RX = RS (a/b) (7) ESQUEMA EXPERIMENTAL MATERIAL UTILIZADO 01 fonte de tensão 0 - 30 V - EMG18131. 01 caixa de resistências FUNBEC. 01 galvanômetro PHYWE (ou um miliamperímetro ENGRO). 01 fio deslizante sobre escala milimétrica (IF-UFG). 01 resistor de 220 10 W. 01 resistor de 1000 25 W. 01 resistor de 120 10 W. 01 resistor de 47 20 W (para proteção). 13 cabos médios para conexões elétricas. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Monte o circuito conforme o esquema, utilizando como resistor de proteção RP= 47 (20 W) e colocando como resistência RX o resistor número 1, que pode ser qualquer um dos três fornecidos. Antes de ligar a fonte de tensão, verifique se o regulador de tensão está em seu valor mínimo, girado no sentido anti-horário e o regulador de corrente em seu valor máximo, girado no sentido horário. Arbitre um valor inicial para a resistência padrão RS (caixa de resistências FUNBEC), na ordem de centenas de ohms. Ponha o cursor deslizante na parte central da régua. Chame o professor para verificar as conexões elétricas e fornecer informações adicionais. Ligue a fonte de tensão e aplique um valor pequeno de tensão. Observe se o ponteiro do galvanômetro saiu de sua posição de equilíbrio. Você pode aumentar a tensão até 15 V de tal forma que o ponteiro do galvanômetro acuse deflexão perceptível. Agora você vai tentar fazer o ponteiro do galvanômetro retornar ao ponto de equilíbrio através do deslizamento do cursor sobre a régua, para valores maiores ou menores de ‘a’, de tal forma que o ponteiro do galvanômetro recue para um valor mínimo, próximo de, zero, sem ultrapassá-lo. Observe que, se o ponteiro do galvanômetro ultrapassou o zero, houve inversão no sentido da corrente, o que significa que o deslizamento do cursor foi exagerado. Instituto de Física – UFG 22 Uma vez encontrado o ponto de equilíbrio da ponte, você pode aumentar a tensão da fonte até seu valor máximo (na ordem de 30 V), cuidando que o ponteiro do galvanômetro não ultrapasse a escala máxima. Agora você pode deslizar o cursor e fazer o ajuste fino de ‘a’ até obter a melhor situação de equilíbrio. Assim que o equilíbrio for alcançado, reduza imediatamente a tensão para valores pequenos, a fim de evitar aquecimento excessivo no resistor de proteção. Você pode agora efetuar calmamente a leitura na régua. Anote na Tabela do relatório os valores de RS e ‘a’. O valor de ‘b’ é complementar de ‘a’. CalculeRx com a equação (7). Observe que, se ‘a’ for muito grande (a > 900 mm), ou muito pequeno ( a < 100 mm), é preferível tentar outro valor de RS e reequilibrar a ponte. Repita a medida com outro valor de RS, para usar como critério interno de confiabilidade das medidas efetuadas. Na tabela de dados, calcule o erro percentual do valor médio das medidas em relação ao valor nominal. Concluídas as medidas, antes de colocar outra resistência para ser medida, você deve reduzir a tensão da fonte ao mínimo. Meça as resistências individuais dos resistores 2 e 3. Meça as resistências das associações dos resistores 1 e 2, primeiro em série, depois em paralelo e, finalmente, dos três resistores em uma associação mista (faça o diagrama desta associação antes de conectar). BIBLIOGRAFIA 1. Halliday, Resnick e Walker. Fundamentos da Física. Cap. 29 - item 1 a 6. MATERIAL UTILIZADO CAIXA DE RESISTÊNCIAS - FUNBEC PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL – MONTAGEM DO CIRCUITO (DESLIGADO) PONTE DE WHEATSTONE - DESEQUILIBRADA PONTE DE WHEATSTONE – EM EQUILÍBRIO EXEMPLO – RESISTORES EM SÉRIE Ponte de Wheatstone Dados Valores nominais R1 = 220Ω ±5% R2 = 120Ω ±5% R3 = 1000Ω ±5% Resistores Valor nominal Rx Ω Rs Ω a (cm) Valor experimental Rx Ω 1 150 60,4 1 260 46,9 2 110 52,6 2 210 37,2 3 220 82,0 3 430 69,6 Série 1,2 150 70,8 Série 1,2 250 59,1 Paralelo 1,2 250 22,8 Paralelo 1,2 330 19,9 Mista 1,2,3 400 73,1 Mista 1,2,3 210 83,9 R3 R2 R1 Figure 1: Associação mista de resistores utilizada no experimento. Atividade Relatório referente ao experimento: Ponte de Wheatstone O relatório deve conter: • Introdução, objetivos, metodologia, resultados, discussão e conclusão. • Tabela de dados experimentais preenchida (apresentada acima). Note que Rx(nominal), Rx(experimental) e a devem ser apresentados com suas re- spectivas incertezas. A trena possui resolução efetiva de 0, 2 cm a possui incerteza do tipo B As resistências 1,2 e 3 possuem incerteza do tipo B, dada pelo fabricante (veja em valores nominais). Para as associações de resistores em série, paralelo e mista calcule a in- certeza na forma de: Valor Nominalda Associação ×5%. • Erros relativos entre os valores de resistência nominais e os valores de resistência experimentais. Erro = |Rx(nominal)−Rx(experimental)| Rx(nominal) × 100% 2