Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 KATHELEN CRISTINE SALOMÃO 1 Definição É um distúrbio metabólico com hiperglicemia persistente, que tem como mecanismo a deficiência na produção de insulina, resistência à ação ou ambos, que levará a complicações a curto e longo prazo. Fisiopatologia Causas de diminuição da insulina: destruição autoimune das células beta, pancreatite crônica, fibrose cística, pancreatectomia. Diminuição da ação Resistência à insulina: obesidade (principalmente abdominal), estresse (excesso de hormônios contrarreguladores), Sd. De Cushing, acromegalia, feocromocitoma, fármacos (glicocorticoides, antirretrovirais, anticoncepcionais orais (ACO)), gestação (lactógeno placentário). RASTREIO < 45 anos com sobrepeso (IMC ≥ 25) e mais um dos fatores de risco: ≥ 45 anos Se tudo normal repetir em 3 anos Pré-diabéticos: anualmente DIAGNÓSTICO ≥ 126mg/dl em duas medidas TTGO ≥ 200mg/ dl após 2hrs (+ sensível para dx) ≥ 200mg/ dl em medida aleatória + sintomas: 4Ps Glicada ≥ 6,5% (só não é parâmetro em hemoglobinopatias, gestação, perda sanguínea, uso de eritropoetina, HIV e hemodiálise). Pré-diabéticos: 100-125 mg/dl, TTGO 140-199 mg/dl, glicada entre 5,7 – 6,4%. CLASSIFICAÇÃO TIPO I Decorrente da destruição autoimune das células betas, geralmente levando a deficiência absoluta de insulina. FATORES DE RISCO: Genético, parentes de 1° grau, provável mutação HLA. Gatilhos em suscetíveis (vírus) Subdivisão: Ia (Ac +) e Ib (Ac -) Doenças relacionadas: todas autoimunes, tireoidite de Hashimoto – hipotireoidismo (mais frequentes), doença celíaca... TIPO II Decorrente de uma perda progressiva da secreção pelas células beta, no contexto de resistência a insulina. GESTACIONAL Diagnosticada na gestação, sem diagnóstico prévio de diabetes. Diabetes Fatores de risco Pré-diabetes, DM em parentes de 1º grau, diagnóstico prévio de diabetes gestacional, história de doença cardiovascular, HAS, HDL <35mg/dl, triglicerídeos >250, SOP, acantose nígricans, sedentarismo. 2 KATHELEN CRISTINE SALOMÃO 2 OUTROS MODY: Autossômica dominante, <25 anos, não tem auto-Ac. Mutação do gene GCK (mody 2): Alteração enzima G6PD Sensor de glicose no pâncreas Hiperglicemia leve e estável Sem complicações clássicas Tratamento: dieta Mutação do gene HNF1A (mody 3): Afeta ativador fraco da secreção de insulina Hiperglicemia mais considerável, glicosúria pós prandial, risco de complicações do diabetes e ótima resposta a sulfonilureia. Pancreatopatias endócrinas (fibrose cística, pancreatites, hemocromatose), induzida por drogas (glicocorticoides, antirretrovirais, pós-transplante). QUADRO CLÍNICO DMI DMII Apresentação: Aguda, assintomática Insidiosa, sintomática Idade de apresentação Crianças e adolescentes Adultos Sobrepeso/ obesidade Incomum Comum Acantose nigricans: Ausente Presente HLA DR 3/4 Forte associação Sem associação Secreção de insulina Baixa/ ausente Variável Peptídeo C Diminuído/ ausente Variável Autoanticorpos Positivos Negativos TRATAMETO PRÉ-DIABÉTICO Dieta hipocalórica: déficit de 500-1000 Kcal/dia, perda de 7% do peso. Atividade física aeróbica 150 min/sem. Considerar Metformina, principalmente em IMC ≥35 E <60 anos. METAS DO CONTROLE ADA SBD GLICEMIA DE JEJUM 80-130 mg/dl <100 mg/dl GLICEMIA PÓS PRANDIAL <180 mg/dl <160 mg/dl HbA1c * <7,0% <7,0% * HbA1c: <6,5%: Dx. Recente, sem polifarmácias, sem DCV, sem risco de hipoglicemia. <8,0%: Hipoglicemias graves, polifarmácias, menor expectativa de vida, complicações avançadas da diabetes. Checar de 2 a 4 vezes/ano, a cada 3 ou 6 meses a depender do controle de HbA1c. DIETA E ATIVIDADE FÍSICA: Dieta hipocalórica, restrição de carboidratos simples, aumento da ingesta de fibras, 150min de atv. Física aeróbica/ semana ou 75 minutos de atividade aeróbica intensa/semana. INSULINA INSULINIZAÇÃO NO DM I: Insulinização plena (menor necessidade que tipo II) Iniciar com 0,5 UI/Kg, no qual metade basal e metade bolus. Insulina total 30 UI, no qual 15 basal e 15 prandial (que serão divididas nas refeições). INSULINIZAÇÃO NO DM II: Iniciar insulina basal antes de deitar. 10 UI ou 0,1 – 0,2 UI/Kg/dia, Deve-se aumentar a dose a cada 3 dias até obter jejum no alvo. Reduzir a dose 10 – 2- % se hipoglicemia. 3 KATHELEN CRISTINE SALOMÃO 3 Iniciar insulina prandial quando a basal for incapaz de manter controle ou quando a basal estiver >0,5 – 1 UI/Kg. Iniciar 4 UI antes da principal refeição ou antes de cada refeição. INTERNAÇÕES: Suspender medicamentos orais, especialmente Metformina. Induzir insulina Recomendado: basal em bolus e não a escala de regular conforme glicemia. TRATAMENTO DE HIPOGLIMEMIA (Hipoglicemia é quando a glicemia esta <70 mg/dl em diabéticos). 15-20 g de carboidratos simples. Repetir glicemia e continuar com carboidratos se necessário. Se inconsciente e sem via: Glucagon (IM) Opção cirúrgica TRATAMETO CIRÚRGICO DO DM II Resolução do CFM em dezembro/2017 Bariátrica Diabetes + IMC entre 30-34,9 + TODOS os seguintes critérios: Idade entre 30-70 anos Dx. Definido há menos de 10 anos Refratariedade ao tratamento clínico por pelo menos 2 anos Inexistência de contraindicações para o procedimento cirúrgico proposto BIGUANIDAS – METFORMINA 1ª a ser usada em DM II , pois reduz a produção hepática de glicose e em menor grau aumenta a sensibilidade à insulina. Redução da HbA1c entre 1,5 – 2% (alta eficácia) Possui potencial benéfico cardiovascular, tem efeito neutro no peso e baixo risco de hipoglicemia. Efeitos adversos: náuseas, desconforto abdominal, diarreia, déficit de B12, acidose lática em pacientes com insuficiência renal (pode levar). CONTRA INDICADO EM: Insuficiência renal (ClCr <30ml/min), Insuficiência hepática. ACARBOSE (desuso) É um inibidor da alfaglicosidade, no qual diminui a absorção de carboidratos. Reduz a HbA1c em 0,5-0,8% Melhora da glicemia pós prandial. Possível diminuição de eventos cardiovasculares. Efeitos adversos: Flatulência, meteorismo e diarreia. TIAZOLIDINEDIONAS – PIOGLITAZONA Aumento da sensibilidade à insulina em músculos, adipócitos e hepatócitos através do agonismo de receptores PPAR gama. Reduz a HbA1c em 0,5-1,4% (alta eficácia) Potencial benéfico cardiovascular e benefício na esteatohepatite não alcoólica. Ganho de peso e baixo risco de hipoglicemia. Efeitos adversos: Retenção hídrica, aumento de risco de fraturas, aumento de risco de câncer de bexiga. CONTRA INDICADO em: Insuficiência cardíaca classe 3- 4 e em Insuficiência hepática. 4 KATHELEN CRISTINE SALOMÃO 4 SULFONILUREIAS 2ª GERAÇÃO Gliclazida, Glimepirida e Glibenclamida. Secreção de insulina independente de glicose Reduz a HbA1c 1,5-2% (alta eficácia) Ganho de peso e alto risco de hipoglicemias. CONTRA INDICADO: Insuficiência renal, aumento de risco cardiovascular nas de 1ª geração. GLINIDAS – REPAGLIIDA/NATEGLINIDAS Semelhante as sulfonilureias, secreção de insulina independente de glicose, mascom ½ vida mais curta. Diminuem a hiperglicemia pós-prandial. Ganho de peso e alto rico de hipoglicemia. INIBIDORES DE DPP4 – GLIPTINAS (A enzima DPP4 desativa a função do GLP1) GLP-1: Estimula a secreção de insulina, inibe a secreção de glucagon. Os inibidores da enzima aumentam o GLP1. Inibidores: Vilda, Alo, Sita, Saxa, Linagliptina. Reduzem a HbA1c em 0,6-0,8%. Possuem um efeito neutro no peso e baixo risco de hipoglicemia. Efeitos adversos: dor articular e potencial de pancreatite. INIBIDORES DA SGLT-2 Empagliflozina, depagliflozina e canaglifozina. Mecanismo de ação: inibidor da reabsorção de glicose no t. proximal. Reduz a HbA1c 0,5-1,0% Reduz peso e possui baixo risco de hipoglicemia. Reduz internação por Insuficiência cardíaca e reduz os riscos cardiovasculares. Efeitos adversos: Cetoacidose diabética (DMI), infecção geniturinária, amputações/ gangrenas e fraturas. INJETÁVEIS Insulina e análogos de GLP1 Usados em qualquer momento do tratamento, normalmente quando a HbA1c está > 10%. Considerar insulina quando a HbA1c ≥ 9% ou glicemia de jejum ≥ 300 mg/ dl ou sintomas de catabolismo. Quando 3 fármacos orais são insuficientes para atingir meta de tratamento. ANALOGOS DEGLP1 Lira, Sema, Dulagluitida e Exenatida. Secreção de insulina dependente de glicose, redução do glucagon, saciedade e retardo do esvaziamento gástrico. Reduz o HbA1c 0,8-1,2% (alta eficácia) Perda de peso importante, baixo risco de hipoglicemia. Redução de doenças cardiovasculares. Efeitos adversos: náusea, vômitos, desconforto abdominal e diarreia.
Compartilhar