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1 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial ANTIDIABÉTICOS ORAIS Introdução: Além das mudanças de estilo de vida, o tratamento do DM tipo II também envolve o uso de antidiabéticos orais, antidiabéticos injetáveis e, em determinadas situações, insulinoterapia. A escolha do melhor tratamento deve considerar a presença ou a ausência das seguintes características: - Mecanismos de resistência à insulina. - Falência progressiva das células β pancreáticas. - Múltiplos distúrbios metabólicos (hiperglicemia, hipoglicemia, dislipidemias). - Complicações macrovasculares e microvasculares. A escolha do melhor antidiabético oral deve levar em consideração: - Estado geral e idade do paciente. - Obesidade. - Comorbidades presentes (complicações do DM ou outras), principalmente doença cardiovascular e doença renal crônica. - Valores de glicemia de jejum, glicemia pós- prandial e HbA1c. - Eficácia do medicamento. - Risco de hipoglicemia. - Possíveis interações com outros medicamentos, reações adversas e contraindicações. - Custo do medicamento. - Preferência do paciente. Antidiabéticos Orais: - Sensibilizadores da insulina: aumentam a ação periférica da insulina e, consequentemente, a utilização periférica da glicose. → Biguanidas (Metformina). → Glitazonas (Pioglitazona). - Secretagogos da insulina: aumentam a secreção de insulina pelas células β pancreáticas. → Sulfonilureias. → Glinidas. - Inibidores da α-glicosidase: reduzem a velocidade de absorção de carboidratos (glicose) no TGI. → Acarbose. - Inibidores da DPP4: inibem a enzima que degrada o GLP-1, aumentando os seus níveis no plasma sanguíneo e resultando, consequentemente, em aumento da liberação de insulina e diminuição da liberação de glucagon pós-prandiais e reduzindo a velocidade de esvaziamento gástrico. → Gliptinas. - Inibidores do SGLT2: inibem a reabsorção renal de glicose, promovendo glicosúria. → Gliflozinas. Metformina: - Diminuição da produção hepática de glicose (inibição da glicogenólise e da gliconeogênese). - Sensibilização à ação periférica da insulina. Metas Terapêuticas do DM tipo II Sociedade Glicemia de jejum Glicemia pré- prandial Glicemia pós- prandial HbA1c ADA 80-130 mg/dL 80-130 mg/dL < 180 mg/dL < 7,0% SBD < 100 mg/dL < 100 mg/dL < 160 mg/dL < 7,0% Observação: As metas terapêuticas de HbA1c em pacientes idosos devem ser individualizadas, podendo variar entre 7,5 e 8,5%. 2 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 - Dose mínima de 1.000 mg/dia e dose máxima de 2.000 mg/dia. O uso de doses > 2.000 mg/dia associa-se apenas a aumento do risco de efeitos adversos, principalmente gastrointestinais, sem aumento da eficácia de redução da glicemia e da HbA1c. - Representa a primeira opção de tratamento do DM tipo II quando o paciente não apresenta contraindicações. - Em média, reduz a HbA1c em 1,5 a 2%. - Contraindicações: → Acidose láctica. → Alcoolismo/Etilismo. → Insuficiência renal estágios 4 e 5 (TFG < 30 mL/min). → Insuficiência cardíaca, insuficiência pulmonar e insuficiência hepática. → Desidratação, infecções graves, sepse, cirurgias de grande porte. → Uso de contraste endovenoso. → Gestação. - Na insuficiência renal estágio 3B (TFG entre 30 e 45 mL/min), a dose de metformina deve ser reduzida à metade da dose máxima. - Para pacientes com TFG entre 30 e 45 mL/min que não estão em uso de metformina, o início de uso da droga é contraindicado. - Reações Adversas: → Intolerância gastrointestinal: náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal, anorexia, etc. → Acidose láctica (rara). → Eritema, prurido e urticária. → Deficiência de vitamina B12 a longo prazo: recomenda-se dosagem periódica dos níveis séricos de vitamina B12, principalmente em pacientes com anemia ou neuropatia periférica. - A apresentação de liberação prolongada (metformina XR) está associada à menor incidência de efeitos adversos gastrointestinais. - A metformina pode ser associada a todas as outras classes de antidiabéticos orais. A associação entre metofrmina e agonistas do GLP-1 relaciona-se a maior risco de efeitos adversos gastrointestinais. - Interações medicamentosas: → IECA. → Diuréticos de alça (furosemida). → Agonistas β2-adrenérgicos (salbutamol). → Corticoesteroides. → Clorpromazina. → Danazol. - Diminuição do risco de eventos cardiovasculares. - Melhora discreta do perfil lipídico. Pioglitazona: - Sensibilização à ação periférica da insulina, atuando no músculo, no adipócito e no hepatócito. - Melhora o desempenho da insulina endógena, sem necessariamente aumentar 3 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 a sua secreção, apresentando potencial de preservação da célula β pancreática. - Diminuição da produção hepática de glicose (inibição da glicogenólise e da gliconeogênese). - Baixo risco de hipoglicemia. - Dose mínima de 15 mg/dia e dose máxima de 45 mg/dia. - Em média, reduz a HbA1c em 0,5 a 1,4%. - Diminuição do risco de eventos cardiovasculares. - Reações Adversas: → Retenção hídrica. → Edema periférico. → Descompensação de insuficiência cardíaca. → Anemia por hemodiluição. → Ganho de peso. → Fraturas ósseas, principalmente em mulheres na pós-menopausa. - A associação da pioglitazona à insulina ou aos secretagogos de insulina (sulfonilureias e glinidas) relaciona-se a aumento do risco de ganho ponderal, devido ao efeito anabólico da insulina. - A associação entre pioglitazona e insulina relaciona-se a aumento do risco de retenção hídrica e, consequentemente, de descompensação de insuficiência cardíaca. - Segundo estudo, a pioglitazona também está associada a aumento do risco de câncer de bexiga. - Contraindicações: → Insuficiência cardíaca classes III e IV (NYHA). → Insuficiência hepática. → Mulheres na pós-menopausa com alto risco de fraturas osteoporóticas. → História pessoal de câncer de bexiga. → Gestação. - A pioglitazona representa a 1ª linha de tratamento da esteato-hepatite não alcoólica (NASH), pois causa diminuição da quantidade de gordura hepática, promovendo redistribuição de gordura do compartimento visceral para o compartimento subcutâneo. - Interações Medicamentosas: → Atorvastatina. → Anticoncepcionais hormonais orais. - Melhora discreta do perfil lipídico. Sulfonilureias: - Representantes: clorpropamida, glibenclamida, glipizida, gliclazida e glimepirida. - Ligam-se a uma subunidade dos canais de K+ das células β pancreáticas, resultando no seu fechamento e na despolarização da membrana celular da célula β que, uma vez ativada, causa a liberação dos grânulos de insulina. - Estimulam a secreção de insulina pelas células β pancreáticas no estado pós- prandial e no estado de jejum. 4 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 - Ligação lenta aos canais de K+, com liberação lenta de insulina e efeito hipoglicemiante prolongado ao longo do dia, estimulando a secreção de insulina mesmo no estado de jejum, não relacionado às refeições. - Atua principalmente na redução da glicemia de jejum. - As sulfonilureias devem ser utilizadas 30 minutos antes das refeições. - Em média, reduzem a HbA1c em 1,5 a 2%. - Maior risco de hipoglicemia. - Reações Adversas: → Hipoglicemia. → Ganho de peso (relacionado ao efeito anabólico da insulina e às medidas para prevenção de hipoglicemia). → Influência no pré-condicionamento isquêmico (podem aumentar o tempo de recuperação após eventos isquêmicos, como IAM). → Hipersensibilidade a componentes das drogas. - A clorpropamida e a glibenclamida são as drogas associadas ao maior risco de hipoglicemia e de ganho de peso, enquanto a gliclazida associa-se a efeitos adversos mais leves. - A associação dos secretagogos de insulina (sulfonilureias e glinidas) à pioglitazona relaciona-se a aumentodo risco de ganho ponderal, devido ao efeito anabólico da insulina. - Nunca deve-se associar 2 secretagogos de insulina (sulfonilureia + glinida), pois, como ambos apresentam o mesmo mecanismo de ação, há potencialização dos efeitos adversos (hipoglicemia e ganho de peso). - As sulfonilureias apresentam maior taxa de falência secundária do tratamento ao longo do tempo quando comparadas a outros antidiabéticos, devido à disfunção/falência progressiva das células β pancreáticas associada à evolução do DM tipo II. - Contraindicações: → Insuficiência renal estágios 4 e 5 (TFG < 30 mL/min). → Insuficiência hepática. → Desidratação, infecções graves, sepse, cirurgias de grande porte. → Gestação. Glinidas: - Representantes: nateglinida e repaglinida. - Ligam-se a uma subunidade dos canais de K+ das células β pancreáticas, resultando no seu fechamento e na despolarização da membrana celular da célula β que, uma vez ativada, causa a liberação dos grânulos de insulina. - Estimulam a secreção de insulina pelas células β pancreáticas no estado pós- prandial. 5 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 - Ligação rápida aos canais de K+, com liberação de insulina restrita ao período pós- prandial, devido ao menor tempo de ação da droga, resultando em efeito hipoglicemiante pós-prandial. - Atua principalmente na redução da glicemia pós-prandial. - As glinidas devem ser utilizadas 15 minutos antes das refeições. - A principal desvantagem é a necessidade de várias tomadas ao dia, diminuindo a adesão do paciente ao tratamento. - Em média, reduzem a HbA1c em 1,0 a 1,5%. - Menor risco de hipoglicemia quando comparadas às sulfonilureias. - Reações Adversas: → Hipoglicemia. → Ganho de peso. - A associação dos secretagogos de insulina (sulfonilureias e glinidas) à pioglitazona relaciona-se a aumento do risco de ganho ponderal, devido ao efeito anabólico da insulina. - Nunca deve-se associar 2 secretagogos de insulina (sulfonilureia + glinida), pois, como ambos apresentam o mesmo mecanismo de ação, há potencialização dos efeitos adversos (hipoglicemia e ganho de peso). - A associação entre glinida e acarbose resulta em melhor controle da glicemia pós- prandial. - Contraindicações: → Insuficiência renal estágios 4 e 5 (TFG < 30 mL/min). → Insuficiência hepática. → Desidratação, infecções graves, sepse, cirurgias de grande porte. → Gestação. Inibidores da α-glicosidase (Acarbose): - Inibidores competitivos da enzima α- glicosidase, localizada na borda em escova dos enterócitos do duodeno e do jejuno, que quebra oligossacarídeos e dissacarídeos em monossacarídeos (glicose), promovendo sua absorção intestinal. - Diminuem a velocidade de absorção intestinal da glicose, resultando em diminuição da glicemia pós-prandial. - Atua principalmente na redução da glicemia pós-prandial. - Baixo risco de hipoglicemia. - Em média, reduzem a HbA1c em 0,5 a 0,8%. - A acarbose deve ser utilizada no início das refeições, em 2 a 3 tomadas diárias. - A principal desvantagem é a necessidade de várias tomadas ao dia, diminuindo a adesão do paciente ao tratamento. - Reações Adversas: → Intolerância gastrointestinal: meteorismo, flatulência e diarreia, devido à fermentação dos carboidratos, que permanecem por mais tempo na luz intestinal, por ação de bactérias da microbiota intestinal. - Contraindicações: → Doença inflamatória intestinal. → Síndromes disabsortivas. → Insuficiência hepática. 6 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 → Insuficiência renal. → Gestação. - A associação entre acarbose e glinida resulta em melhor controle da glicemia pós- prandial. Inibidores da DPP4 (Gliptinas): - Representantes: vildagliptina, sitagliptina, saxagliptina, linagliptina e alogliptina. - Inibição da enzima DPP4, que degrada o GLP-1, estabilizando os seus níveis no plasma sanguíneo. - Os pacientes com DM tipo II apresentam diminuição dos níveis séricos de GLP-1 e, consequentemente, de seu efeitos de estímulo à secreção de insulina e de inibição da secreção de glucagon no estado pós- prandial. A ação da enzima DPP4 diminui ainda mais os efeitos do GLP-1, visto que reduz o seu tempo de meia-vida. - O uso das gliptinas é capaz de aumentar os níveis séricos de GLP-1 em 2 a 3 vezes. - A inibição da enzima DPP4 aumenta a ação do GLP-1 (ação incretínica), principalmente de estímulo à secreção de insulina e de inibição da secreção de glucagon no período pós-prandial. - Atuam principalmente na redução da glicemia pós-prandial. - Em média, reduzem a HbA1c em 0,6 a 0,8%. - Os inibidores da DPP4 podem ser utilizados em associação a metformina, pioglitazona, sulfonilureias, inibidores do SGLT2 e insulina. - Apresentam efeito neutro no peso e baixo risco de hipoglicemia. - Reações Adversas: → Angioedema e urticária. → Infecção de vias aéreas superiores (IVAS). → Pancreatite aguda (rara). → Aumento de internações por insuficiência cardíaca (alogliptina e saxagliptina). - As gliptinas podem ser utilizadas em pacientes com insuficiência renal estágios 4 e 5 (TFG < 30 mL/min), havendo necessidade de ajuste de dose. - Contraindicações: → Insuficiência hepática. → Hipersensibilidade aos componentes do medicamento. - Nunca deve-se associar inibidor da DPP4 com agonista do GLP-1, pois ambos apresentam o mesmo mecanismo de ação (ação incretínica). - Os inibidores da DPP4 são drogas seguras, pois não aumentam o risco de eventos cardiovasculares, mas também não causam diminuição do risco de eventos cardiovasculares. 7 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 Inibidores do SGLT2 (Gliflozinas): - Representantes: empagliflozina, canagliflozina e dapagliflozina. - O cotransportador sódio-glicose tipo 2 (SGLT2) localiza-se no túbulo contorcido proximal dos néfrons, sendo responsável por reabsorção de aproximadamente 90% da glicose presente no ultrafiltrado glomerular, exceto quando a glicemia alcança níveis próximos de 180-200 mg/dL, situação na qual o excesso de glicose é eliminado na urina. - Os pacientes com DM tipo II apresentam aumento do SGLT2 como resposta adaptativa à hiperglicemia, limitando a excreção de glicose na urina e dificultando o controle dos níveis glicêmicos. - A inibição do SGLT2 causa diminuição da reabsorção de glicose no túbulo contorcido proximal dos néfrons, resultando em glicosúria. - Os inibidores do SGLT2 inibem a reabsorção renal de glicose independentemente dos níveis glicêmicos e da secreção e ação da insulina. - Em média, reduzem a HbA1c em 0,5 a 1,0%. - Baixo risco de hipoglicemia. - Promovem perda de peso de 2 a 3 kg. - Reduzem a PAS em 4 a 6 mmHg. - Os inibidores do SGLT2 podem ser utilizados em associação a metformina, pioglitazona, sulfonilureias, agonistas do GLP-1, inibidores da DPP4 e insulina. - Apresentam ação diurética (glicosúria e natriurese), resultando em diminuição da PAS e em aumento do risco de desidratação, devido à depleção de volume. - Reações Adversas: → Infecção genital, principalmente infecção fúngica (ex. candidíase). → Infecção urinária. → Poliúria. → Depleção de volume e desidratação. → Hipotensão arterial ortostática/postural. → Aumento de LDL-c. → Perda de função renal transitória no início do tratamento. → Cetoacidose diabética euglicêmica. - Os inibidores do SGLT2 associam-se a aumento do risco de hipotensão arterial principalmente em idosos, pacientes com história de hipotensão arterial e pacientes com PA controlada em uso de outros anti- hipertensivos. - Os inibidores do SGLT2 associam-se a aumento do risco de amputação de MMII, devendo ser utilizado com atenção em 8 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 pacientes com doença arterial obstrutiva periférica. - Contraindicações: → Insuficiência renal estágios 4 e 5 (TFG < 30 mL/min). - Os inibidores do SGLT2 associam-se à redução de eventos cardiovasculares,de internações por insuficiência cardíaca, de mortalidade cardiovascular e de mortalidade geral. Além disso, as gliflozinas também associam-se à diminuição da progressão da doença renal crônica, indicando efeitos de proteção cardiovascular e renal. - Os inibidores do SGLT2 causam vasoconstrição da arteríola renal aferente, resultando em estabilização da função renal e em diminuição da progressão da doença renal crônica. Imagem: Algoritmo de tratamento do DM tipo II em pacientes que apresentam doença renal crônica. Manejo Terapêutico: O início do tratamento do paciente com DM tipo II baseia-se na avaliação da gravidade clínica e laboratorial de sua doença: - Pacientes com manifestações clínicas leves: para pacientes com glicemia de jejum < 200 mg/dL (HbA1c < 7,5%), assintomáticos ou com sintomas leves, indica-se mudanças de estilo de vida associadas ao uso de antidiabético oral que não promova aumento da secreção de insulina. A primeira escolha é a metformina, que pode ser substituída pela metformina XR no caso de efeitos adversos gastrointestinais. Persistindo o problema, outro antidiabético oral pode ser utilizado. - Pacientes com manifestações clínicas moderadas: para pacientes com glicemia de jejum entre 200 e 300 mg/dL (HbA1c entre 7,5 e 9,0%), sem manifestações clínicas graves, indica-se mudanças de estilo de vida associadas ao uso de metformina combinada a outro agente hipoglicemiante. A indicação da segunda droga depende do predomínio de resistência insulínica ou de diminuição da secreção de insulina devido à falência das células β pancreáticas. Os principais antidiabéticos recomendados são pioglitazona, acarbose, agonista do GLP-1, inibidor da DPP4 ou inibidor do SGLT2. - Pacientes com manifestações clínicas graves: para pacientes com glicemia de jejum > 300 mg/dL (HbA1c > 9,0%) e manifestações clínicas graves (perda de peso, sintomas graves e cetoacidose diabética), deve-se iniciar insulinoterapia imediatamente. O tratamento do DM tipo II também baseia- se na etapa/fase de evolução da doença na qual o paciente se encontra: - Fase 1: fase inicial do DM tipo II caracterizada por hiperglicemia discreta, resistência insulínica e sobrepeso ou obesidade; recomenda-se antidiabéticos que não aumentam a secreção de insulina nem causam ganho de peso; a droga de primeira escolha é a metformina em monoterapia; se houver contraindicação ou intolerância à metformina, outras opções para monoterapia inicial são agonistas do GLP-1, inibidores da DPP4 ou inibidores do SGLT2; se o paciente não atingir a meta terapêutica, deve-se associar metformina a outro antidiabético, preferencialmente a uma droga com ação na glicemia pós-prandial, como acarbose, inibidor da DPP4 ou agonista do GLP-1, ou a pioglitazona ou a inibidor do SGLT2. - Fase 2: caracterizada por diminuição da secreção de insulina pelas células β pancreáticas; recomenda-se antidiabéticos que aumentam a secreção de insulina (secretagogos de insulina) em associação à metformina, como sulfonilureias e glinidas; pode ser necessária a associação de outros antidiabéticos, como agonistas do GLP-1, inibidores da DPP4 ou inibidores do SGLT2. - Fase 3: caracterizada por progressão da deficiência da secreção de insulina pelas células β pancreáticas, geralmente após 10 anos de evolução da doença, havendo perda de peso e/ou complicações crônicas do DM tipo II (retinopatia, nefropatia, neuropatia, 9 Bruno Herberts Sehnem – ATM 2023/2 etc); recomenda-se a associação de 1 injeção de insulina basal (NPH) à noite aos outros antidiabéticos para otimizar o controle da glicemia de jejum. - Fase 4: caracteriza-se por falência das células β pancreáticas, com predomínio da insulinopenia; indica-se insulinização plena; recomenda-se 1, 2 ou 3 aplicações de insulina basal NPH, ou análogos de ação longa/ultralonga, associado a insulina prandial regular, ou análogos de ação ultrarrápida, antes das refeições; o uso de antidiabético oral sensibilizador da insulina é opcional, assim como o uso de agonistas do GLP-1, inibidores da DPP4 e inibidores do SGLT2 em associação à insulinoterapia. Ao realizar a combinação de dois ou mais antidiabéticos orais, deve-se sempre buscar a utilização de drogas com mecanismos de ação diferentes.
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