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Prévia do material em texto

INTRODUÇÃO ÀS CIÊNCIAS
DA SAÚDE I
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
FICHA TÉCNICA 
 
Preparação de Conteúdo: 
Professor César Souza 
 
Formatação e Normalização (ABNT): 
Ediane Souza 
 
Revisão Gramatical, Semântica e Estilística: 
Ediane Souza 
 
Capas: 
Aporte Comunicação 
Folhas de Rosto: Thomas Arraes 
 
Editoração e Revisão Técnica/Final: 
Ediane Souza 
 
Diagramação: 
Ediane Souza 
 
Impressão: 
Provisual Gráfica e Editora 
 
 
 
 
 
Avenida Conde da Boa Vista, 1209 
Soledade – Recife/PE – Brasil 
CEP: 50060-003 
Telefone: (81) 4062-9222 
www.grautecnico.com.br 
 
 
 
Este material é exclusivo para uso do aluno Grau Técnico. 
Para dúvidas ou sugestões, envie-nos um e-mail: 
contato@grautecnico.com.br 
http://www.grautecnico.com.br/
mailto:contato@grautecnico.com.br
 
Técnico em Farmácia Módulo 1 
5 
REGULAMENTO INTERNO – VERSÃO 20181 
 
Caro(a) aluno(a), 
 
Seja bem-vindo(a)! Para que possamos desenvolver as atividades de formação técnica com 
profissionalismo e excelência, se faz necessário o cumprimento de algumas normas, as quais estão 
descritas a seguir. 
 
1 MATRÍCULA 
1.1 O(a) aluno(a) deverá, no ato da matrícula, fazer a leitura do regulamento interno e do contrato de 
prestação de serviços com bastante atenção, para que possa conhecer seus direitos e deveres no 
decorrer do curso. 
 
2 DIAS/HORÁRIOS 
2.1 Turmas de segunda, quarta e sexta-feira, nos turnos da manhã, tarde e noite. 
2.2 Turmas de terça e quinta-feira, nos turmas da manhã e noite, e aos sábados, pela manhã e 
tarde. 
2.3 O curso de Enfermagem, exclusivamente, tem turmas de segunda à sexta, nos turnos da manhã, 
tarde e noite. Em breve, terá o formato de três dias, assim como os demais cursos. 
2.4 A pontualidade e a assiduidade, bem como a postura pessoal serão pontuadas como indicadores 
do processo de avaliação. 
Atenção: observe em seu contrato os dias e horários das aulas. 
 
3 ATIVIDADES COMPLEMENTARES 
3.1 As atividades extraclasses (palestras, seminários, Visitas Pedagógicas Orientadas (VPOs) serão 
obrigatórias para o complemento da carga horária, sendo realizados nos mesmos horários das 
aulas, em dias alternados ou de acordo com a disponibilidade da escola ou da empresa (no caso 
das VOPs). 
3.2 As visitas pedagógicas orientadas acontecerão de acordo com a disponibilidade da escola e das 
empresas parceiras. Cabe ao aluno interessado realizar o pagamento da taxa de transporte na 
secretaria, se houver. 
3.3 O uso do fardamento é obrigatório para todas as visitas e aulas práticas (dentro e fora da 
instituição). 
 
4 CERTIFICAÇÃO 
4.1 A frequência nas aulas deve ser igual ou superior a 75% (setenta e cinco por cento) em cada 
disciplina. 
4.2 A média em cada disciplina deve ser igual ou superior a 7,0 (sete). 
4.3 O(a) aluno(a) que for reprovado(a) em alguma das disciplinas deverá pagar o valor de uma 
parcela para cursar novamente a disciplina, a fim de obter frequência e nota necessárias para a 
aprovação e para o recebimento do certificado. 
4.4 Estar com todas as parcelas pagas. 
4.5 Estar com toda documentação exigida pela Secretaria Estadual de Educação, conforme 
orientado no ato da matrícula. 
4.6 Solicitar, por escrito, a emissão do diploma. O prazo de entrega, após solicitação, será de até 60 
(sessenta) dias. 
4.7 Os cursos que possuem estágio obrigatório terão os seus diplomas entregues após o 
 
1
O regimento em vigor será sempre a última versão, informada no título deste documento. 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
6 
cumprimento da carga horária total, incluindo estágio. 
 
5 REPOSIÇÃO DE AULA 
5.1 Em caso de falta justificada, o(a) aluno(a) terá o direito de realizar a aula ou atividade perdida 
em outra turma, de acordo com a disponibilidade da escola, sem custo adicional. 
5.2 A falta só poderá ser justificada perante atestado médico ou documento comprovando o motivo 
da ausência. 
5.3 Em caso de falta sem justificativa, o(a) aluno(a) poderá requerer na secretaria a reposição da 
aula ou atividade, efetuando o pagamento referente à taxa do serviço. 
5.4 Observa-se que a justificativa não anula a falta, apenas faz valer o direito de reposição da aula 
ou atividade. 
 
6 CONSERVAÇÃO 
6.1 No caso de danos ao espaço da escola ou a equipamentos pertencentes à mesma, o(a) aluno(a) 
ou seu representante legal será responsabilizado pelos gastos com o reparo, bem como, se 
necessário, submetido(a) às medidas disciplinares quando for cabível. 
6.2 Ao término de cada aula, teórica ou prática, a sala ou laboratório utilizado deverá ser deixado 
organizado para a próxima turma. 
 
7 SAÚDE E BEM-ESTAR GERAL 
7.1 Não será permitida a utilização de aparelhos celulares ou fones de ouvido na sala de aula. 
7.2 Não será permitida a permanência de pessoas em salas de aula e dependências internas da 
escola, a não ser alunos, instrutores ou funcionários em seus respectivos horários. 
7.3 Não será permitida a entrada de alimentos ou bebidas nas salas de aula, laboratórios ou 
biblioteca. 
7.4 Deve-se manter a limpeza, organização e conservação da escola como um todo. Devem-se 
utilizar os cestos de lixo disponibilizados em cada ambiente. 
7.5 A escola não se responsabilizará por perdas ou danos de pertences dos alunos. 
7.6 É obrigatório tratar os demais alunos, docentes e funcionários com respeito e civilidade, sob 
pena de aplicação de medida disciplinar de advertência, suspensão ou expulsão, a depender da 
gravidade da infração. 
7.7 Temos câmeras sendo utilizadas em toda escola, a fim de proporcionar maior segurança aos 
nossos alunos. 
 
8 BIBLIOTECA/ACESSO À INTERNET 
8.1 A utilização da biblioteca será mediante agendamento com a coordenação pedagógica, fora do 
horário normal, com apresentação de documento para uso de livros. 
8.2 O uso desta sala é exclusivo para estudo e pesquisa, portanto deverá ser mantido o silêncio e a 
disciplina, para não interferir na concentração dos demais alunos. 
8.3 O uso dos computadores para pesquisa tem o tempo máximo de 30 minutos. 
8.4 Não é permitida a retirada de livros para empréstimo. 
 
9 AVALIAÇÃO 
9.1 As provas serão realizadas durante o turno que o aluno estuda e sempre na última aula da 
disciplina, tendo a duração média de 1h30. 
9.2 O(a) aluno(a) que faltar à prova deverá comparecer à coordenação pedagógica da escola para 
requerer a avaliação em segunda chamada, agendar uma data para a realização desta, bem 
como efetuar o pagamento da taxa na secretaria. 
 
Técnico em Farmácia Módulo 1 
7 
9.3 As provas de recuperação ou segunda chamada acontecem na última semana de cada mês, 
conforme informado pela coordenação, no site e nos quadros de avisos. 
 
10 CANCELAMENTO DO CONTRATO 
10.1 O cancelamento do contrato poderá ocorrer a qualquer momento, sob autorização da diretoria 
da escola, em caso de indisciplina por parte do(a) aluno(a). Quanto a sua defesa, caberá aos 
dispositivos legais vigentes. 
10.2 O cancelamento por parte do(a) aluno(a) deverá ser feito na coordenação da escola, mediante 
requerimento e pagamento da multa de cancelamento, conforme contrato de prestação de 
serviços. 
10.3 O(a) aluno(a) que cancelar e desejar retornar ao curso poderá reverter sua multa em 
pagamentos de parcelas, sendo o valor descontado das últimas parcelas restantes. 
10.4 Para o(a) aluno(a) retornar, deverá ser efetuado o pagamento do valor de uma parcela. 
10.5 O aluno que for cancelado por motivo de indisciplinanão poderá voltar a estudar no Grau 
Técnico. 
 
11 PORTAL ACADÊMICO 
11.1 Todos os informativos, notas, oportunidades e materiais extras serão disponibilizados Portal 
Acadêmico, no Website do Grau Técnico. 
11.2 O acesso ao portal acadêmico é por meio do endereço eletrônico: www.grautecnico.com.br, no 
qual o(a) aluno(a) colocará o seu número de matrícula tanto no campo ‘usuário’, como naquele 
referente à ‘senha’. 
11.3 Para a solicitação de declarações, deve-se respeitar o prazo de até 05 dias. 
 
12 TRANSFERÊNCIA DE TURMA/SALA/INSTRUTOR/UNIDADES 
12.1 A transferência de turma estará sujeita à disponibilidade de vagas nas turmas em andamento. 
12.2 A transferência de Unidade terá o valor de uma parcela com desconto. Para tanto, o(a) aluno(a) 
tem que estar com as parcelas em dia, bem como a transferência deverá estar condicionada à 
confirmação da unidade destino, conforme disposição nas turmas. 
12.3 O (a) aluno(a) que requerer transferência de Unidade sem nunca ter cursado na unidade de 
origem e desejar outro curso adiantará uma parcela com desconto na Unidade de origem e 
efetuará matrícula na unidade destino, se adequando ao plano de pagamento desta. 
12.4 Para a otimização do espaço e aproveitamento das turmas, o Grau Técnico poderá mudar de 
sala durante o decorrer do curso, bem como unir duas ou mais turmas. 
12.5 Durante o decorrer do curso, pode haver mudança de instrutor. Tendo em vista que os nossos 
cursos seguem um plano de aula, os alunos não terão nenhum prejuízo em relação ao 
aprendizado. 
 
13 DIAS E HORÁRIOS DE RECEBIMENTO DA ESCOLA 
13.1 As parcelas do curso terão descontos de pontualidade, para os pagamentos efetuados até a data 
de vencimento. Para pagamentos após o vencimento, será cobrado o valor integral, mais multa 
acrescida de juros. 
13.2 O desconto de pontualidade só será válido para pagamentos em espécie. Para todo tipo de 
cartão, a parcela será cobrada em valor integral. 
13.3 A solicitação de declarações, diploma e histórico escolar é gratuita para a primeira via. As 
emissões extras destes documentos devem ser feitas mediante o pagamento de taxa de 
serviços, cujo valor será informado na secretaria da escola. 
13.4 No ato da matrícula, será impresso o primeiro boleto do seu curso. Os demais deverão ser 
impressos a partir do portal acadêmico, no site www.grautecnico.com.br, acessando-o com o 
seu login e senha, no item financeiro, no link ‘Impressão de Boletos’, ou solicitando a sua 
http://www.grautecnico.com.br/
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
8 
impressão na secretaria da escola. O pagamento do boleto poderá ser realizado em qualquer 
banco ou caixa de pagamentos diversos. 
 
14 AGÊNCIA DE ENCAMINHAMENTO GRAU TÉCNICO 
14.1 Os alunos do Grau Técnico dispõem de uma Agência de Encaminhamento Profissional, que tem 
como objetivo realizar parceria com empresas para disponibilizar vagas de estágio e/ou 
emprego. Para participar, basta estar dentro do seguinte regulamento: apresentar nota igual 
ou superior a 7,0 (sete), ter frequência nas aulas igual ou superior a 75%, ter idade superior a 
16 anos, ter concluído o primeiro módulo, estar em dia com as parcelas e participar e, no 
mínimo, 50% do ciclo de palestras disponibilizadas pela agência de encaminhamento. 
14.2 O compromisso de encaminhamento profissional não é garantia de emprego ou de estágio, 
visto que a decisão da contratação é da empresa contratante e não do Grau Técnico. 
14.3 Para os cursos de estágio não obrigatório, os alunos terão acesso às vagas disponíveis por 
meio da coordenação e por agências de integração entre empresa e escola. O estágio deverá 
ser feito fora do horário no qual o aluno esteja estudando. 
14.4 Para os cursos de estágio obrigatório, os alunos deverão seguir o planejamento, conforme 
orientado pela coordenação pedagógica. 
 
15 ENFERMAGEM/RADIOLOGIA/ANÁLISES CLÍNICAS 
15.1 O estágio é obrigatório para os cursos de Enfermagem e Radiologia, podendo ser realizado 
no decorrer ou ao final do curso, em qualquer turno (manhã, tarde e noite), ocorrendo de 
acordo com a disponibilidade das unidades de saúde em dias e horários diferentes 
(hospitais, postos de saúde, clínicas, UPA, etc.), ficando o aluno ciente que não há garantia 
quanto ao turno e local onde serão ministrados os estágios, podendo ocorrer, inclusive, 
dentro da região metropolitana ou em municípios circunvizinhos, haja vista que as vagas 
disponíveis dependem de terceiros (hospitais, clínicas, UPAs, etc.). 
15.2 Caso o aluno não conclua a disciplina do estágio, deverá realizar o pagamento de uma taxa 
referente a uma parcela, para poder refazer a disciplina. 
15.3 É vedado ao aluno exigir que sejam ministrados nos estágios conteúdo pedagógico diverso 
daquele que foi ofertado pela instituição responsável. 
15.4 O estágio para Análises Clínicas atenderá à regulamentação local vigente. 
15.5 Materiais imprescindíveis para as aulas práticas (laboratório) – sob total responsabilidade do 
aluno: 
 No caso de Enfermagem: luvas de procedimento, luvas estéreis, seringas, agulhas, gazes, 
esparadrapo, máscaras, toucas, gorros, jelco calibre 22, scalp calibre 21 (verde), estetoscópio, 
tensiômetro, garrote, termômetro (digital). 
 No caso de Análises Clínicas: luvas de procedimento, luvas estéreis, seringas, agulhas, gazes, 
esparadrapo, máscaras, toucas, gorros, jelco calibre 22, scalp calibre 21 (verde), garrote. 
15.6 Materiais Necessários para os estágios curriculares: 
 No caso de Enfermagem: todo e qualquer material necessário às atividades práticas serão de 
responsabilidade do aluno e deverão ser entregues antecipadamente para garantia dos 
campos, tais como: luvas de procedimento, máscaras, propés, toucas, gorros, capote 
descartável, toalhas de papel, sabão ou sabonete líquido, ou quaisquer outros materiais 
solicitados pela instituição de saúde. 
 No caso de Radiologia: dosímetro (disponibilizado pela escola, mas, em caso de perda, será 
de responsabilidade do aluno). 
 
 
 
Técnico em Farmácia Módulo 1 
9 
16 ELETROTÉCNICA/ELETRÔNICA/INFORMÁTICA/MANUTENÇÃO E SUPORTE DE INFORMÁTICA/REDE 
DE COMPUTADORES 
16.1 Materiais imprescindíveis para as aulas práticas (laboratório) – sob total responsabilidade do 
aluno: 
 No caso de Eletrotécnica: chave de fenda (8x200mm), chave Phlips (8x200mm), alicate de corte; 
alicate de bico; alicate universal; alicate desencapador, chave teste e 1 rolo de fita isolante. 
 No caso de Eletrônica: protoboard 1x, resistores 5 de cada(100R,220R, 330R, 1k, 2k, 100k de 1/4W), 
capacitores 2 de cada(470uF, 10uF, 1uF, 1nF de 50V), jumpers 20 macho-macho, Leds 3x (alta 
potência: verde, amarelo, vermelho e baixa potência: verde, amarelo, vermelho), Botão 3 push 
button, diodo silício 5x 1N14007, multímetro 1x e potenciômetro 2 de cada (10k, 100k). 
 No caso de Informática, Manutenção e Suporte de Informática e Rede de Computadores: 1 chave 
Phillips nº2, 1 alicate de crimpagem, 20 conectores RJ-45, 1 multímetro digital, 10 DVDs virgens e 1 
pen drive. 
 
 
Ciente e de acordo. 
 
_____________________________________________ 
Aluno(a)/Responsável 
 
Para sugestões e informações, enviar e-mail para: contato@grautecnico.com.br 
 
SEJA BEM-VINDO(A)! 
 
Atenciosamente, 
A Direção. 
 
 
mailto:contato@grautecnico.com.br
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
10 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 11 
 
2 OBJETIVO DO CURSO................................................................................................. 11 
 
3 TÉCNICO EM FARMÁCIA- MÓDULO 1 ...................................................................... 13 
 
4 INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS FARMACÊUTICOS ....................................................... 17 
 
5 ANATOMIA E FISIOLOGIA .......................................................................................... 45 
 
6 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL.................................................................................. 159 
 
7 BIOSSEGURANÇA ..................................................................................................... 191 
 
8 SAÚDE COLETIVA ..................................................................................................... 223 
 
9 QUÍMICA .................................................................................................................. 303 
 
 
 
 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
11 
1 INTRODUÇÃO 
 
O avanço tecnológico é inevitável. No mundo todo, ele vem quebrando fronteiras 
econômicas, sociais e culturais, trazendo consigo toda uma facilidade no acesso à 
informação, à liberdade de expressão e à inclusão social. Ao mesmo tempo, também se lida 
com certa desintegração dos valores humanos, com o consumo desenfreado, a 
marginalização social e a agressão ao meio ambiente. 
 
É necessário despertar o ser humano para a importância do conhecimento técnico e 
suas consequências. Também é preciso conscientizá-lo para a solidariedade, o respeito a si 
mesmo e ao outro e o trabalho em equipe. 
 
A atuação do Grau Técnico, portanto, é abrir caminho para oportunidades que 
beneficiem tanto o indivíduo, quanto o coletivo. É orientar para a realização profissional e 
inserção social, por meio de uma educação estimuladora e operadora de inovações na 
sociedade. 
 
2 OBJETIVO DO CURSO 
 
O Curso de Técnico em Farmácia do Centro de Ensino Grau Técnico tem como 
objetivo geral formar profissionais técnicos em Farmácia, com capacidade técnica para atuar 
em equipe multidisciplinar, supervisionados por um profissional farmacêutico por meio de 
conhecimentos teóricos e práticos voltados para à assistência farmacêutica, promoção em 
saúde, controle de estoque e armazenamento de produtos e insumos farmacêuticos, 
preparação de produtos farmacêuticos e afins, de acordo com as Boas Práticas de Fabricação 
e Controle, pautados pelos princípios da ética, da qualidade, humanização, desenvolvendo 
suas atividades baseadas em competências e habilidades, atendendo ao contexto das ações 
da farmácia de manipulação; drogarias; postos de saúde e de medicamentos; indústrias 
farmacêuticas; unidades básicas de saúde; hospitais; distribuidoras de medicamentos, 
insumos e correlatos. Pautados nestas ações, atenderão também às necessidades da 
clientela em um mercado de trabalho dinâmico e competitivo. 
 
Além disso, em seus objetivos específicos, o curso propicia ao aluno: formação 
sólida que assegure o domínio dos conteúdos, correspondendo às exigências do mundo do 
trabalho; condições para desempenhar o seu papel de agente, tanto para a promoção 
individual, como para a transformação social; uma ação educativa, capaz de conectar teoria 
e prática voltadas para a percepção das relações entre os contextos, social, econômico, 
político e cultural; a sensibilidade para a execução de atividades que atendam às normas de 
segurança, proteção ao meio ambiente, saúde, agindo de acordo com os preceitos éticos e 
profissionais; a preparação para a correta aplicação da legislação que regulamenta as 
atividades pertinentes à área de atuação; a avaliação, o reconhecimento e a certificação de 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
12 
conhecimentos adquiridos profissionalmente na área da saúde, para fins de prosseguimento 
e conclusão de estudos. 
 
APROVEITE BEM O CURSO E TRANSFORME O CONHECIMENTO ADQUIRIDO NAS AULAS EM 
OPORTUNIDADES DE TRABALHO! 
 
Atenciosamente, 
 
Ruy Maurício Loureiro Porto Carreiro Filho 
Diretor Geral 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
13 
3 TÉCNICO EM FARMÁCIA - MÓDULO 1 
 
O primeiro módulo do curso de técnico em Farmácia propõe enriquecer e 
aprimorar o conhecimento geral, preparando o aluno para os módulos subsequentes. É pré-
requisito para o Módulo II, e não tem caráter de terminalidade. 
 
3.1 Competências 
 
 Identificar a diferença entre os estabelecimentos farmacêuticos; 
 Reconhecer a história da Farmácia; 
 Distinguir os tipos de estabelecimentos farmacêuticos; 
 Relacionar a história do medicamento com conceitos básicos e evolução; 
 Compreender a constituição e o funcionamento do corpo humano; 
 Identificar as estruturas anatômicas que compõe o aparelho locomotor, 
cardiovascular, respiratório, urinário, digestivo, reprodutor, nervoso, sensorial, 
endócrino, imunológico e sanguíneo; 
 Compreender o princípio de anatomia e fisiologia do corpo humano, 
correlacionando-os com os princípios científicos do exercício da prática 
profissional; 
 Compreender os processos de comunicação; 
 Linguagem e língua; 
 Conhecer as funções da linguagem; 
 Conhecer a língua oral e língua escrita. As variantes linguísticas; 
 Identificar a tipologia e gêneros textuais. A adequação do texto à finalidade 
comunicativa; 
 Identificar a produção textual: (in)textualidade, coerência e coesão textual; 
 Utilizar a redação técnica. A adequação vocabular; 
 Conhecer textos técnicos e suas funções: relatório, ofício, requerimento, ata, 
memorando, comunicação interna; 
 O texto publicitário e suas especificidades; 
 Ter consciência de autoproteção, aplicando as medidas de prevenção dentro de 
um ambiente farmacêutico; 
 Trabalhar seguindo normas e leis relacionadas à prática da biossegurança; 
 Aplicar o plano de gerenciamento de resíduos; 
 Conhecer a Política Nacional de Atenção Básica; 
 Identificar a abordagem coletiva como modelo de atenção à saúde prioritária; 
 Conhecer os programas desenvolvidos na estratégia saúde da família; 
 Compreender as atividades de educação em saúde; 
 Compreender a atenção básica; 
 Avaliar instrumentos de notificação de agravos e morbidades e realizar 
notificação; 
 Conhecer e discutir o Programa Nacional de Imunizações; 
 Executar aplicação das vacinas obrigatórias do calendário vacinal em todas as 
faixas etárias, conhecendo suas respectivas vias de administração e dosagens; 
 Conhecer a rede de armazenamento e preservação de imunobiológicos (rede de 
frios); 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
14 
 Conhecer os Programas de Hanseníase e Tuberculose, Hipertensão e Diabetes, 
Atenção integral à Saúde da Mulher, Atenção integral à Saúde da Criança, Atenção 
à Saúde do Adolescente, DST/AIDS, assistência a População Negra, assistência à 
saúde do Idoso, Saúde Mental, atenção à Saúde do Homem, e doenças e agravos 
não transmissíveis; 
 Conhecer a dinâmica de funcionamento da Unidade de Saúde da família e as 
relações com outros profissionais; 
 Aplicar os conceitos gerais e princípios da química, as reações químicas e os tipos 
de ligações químicas; 
 Compreender a preparação de soluções; 
 Analisar as propriedades periódicas dos elementos químicos; 
 Aplicar a formulação e nomenclatura dos compostos inorgânicos de acordo com as 
regras da União Internacional de Química Pura e Aplicada-IUPAC; 
 Identificar a ocorrência de reações químicas; 
 Aplicar as relações estequiométricas entre reagentes e produtos numa reação 
química. 
 
INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS
FARMACÊUTICOS
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
17 
4 INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS FARMACÊUTICOS 
 
4.1 História da Farmácia e da profissão Farmacêutica 
 
Como observado por Dias (2005), citando Folch; Suñé; Valverde (198), as práticas 
voltadas aos estudos farmacêuticos datam desde 2500 a.C., a partir de produtosnaturais 
(minerais, vegetais e animais), tendo sido iniciadas na China. Os gregos e egípcios, conforme 
autores (Op. cit.), foram os primeiros que desenvolveram os métodos para a cura de 
doenças, a partir do uso da botânica, associando-a a elementos místicos e religiosos. A 
Figura 1 ilustra como eram as farmácias em décadas passadas. 
 
Figura 1- Antiga farmácia europeia 
 
Fonte: http://isabelsilvaphotography.blogspot.com.br/2014/02/dubrovnik-farmacia-mais-antiga-da-
europa.html (Acesso em 13/12/2017) 
 
As primeiras sociedades com escrita surgiram a partir do 4º milênio a.C., de acordo 
com Pandit (2008). Os conceitos terapêuticos estavam embasados no entendimento de que 
todos os fenômenos, fossem eles terrenos ou cósmicos, se uniam de forma estreita, estando 
subordinados à vontade dos deuses. As doenças, assim como suas curas, eram explicadas 
mediante complexa relação entre deuses, gênios benéficos e/ou maléficos, que partilhavam 
os seus segredos entre si, como ilustra a Figura 2. 
 
 
http://isabelsilvaphotography.blogspot.com.br/2014/02/dubrovnik-farmacia-mais-antiga-da-europa.html
http://isabelsilvaphotography.blogspot.com.br/2014/02/dubrovnik-farmacia-mais-antiga-da-europa.html
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
18 
Figura 2- Segredos médicos partilhados na antiguidade 
 
Fonte: http://nova-acropole.pt/a_segredos_medicos_antiguidade.html (Acesso em 
13/12/2017) 
Galeno (200 – 131 a.C.), ilustrado pela Figura 3, é considerado o Pai da Farmácia. Ele 
combatia as doenças por meio de substâncias ou compostos que se opunham diretamente 
aos sinais e sintomas das enfermidades, tendo sido o precursor da alopatia (PANDIT, 2008). 
 
Figura 3- Galeno, o pai da Farmácia 
 
Fonte: http://www.ahistoria.com.br/galeno/. (Acesso em 13/12/2017). 
 
Galeno estudou e escreveu bastante acerca de farmácia e medicamentos. Suas 
obras contemplam quatro centenas e meia de referências a fármacos, como observado por 
Dias (2005). Ele criou uma lista de remédios vegetais, aos quais denominou de "galênicos", 
sendo a maioria deles composta com vinho. Como estudioso, observador e metódico que 
era, Galeno classificou e usou as ervas de forma magistral, fazendo uso de preparações 
http://nova-acropole.pt/a_segredos_medicos_antiguidade.html
http://www.ahistoria.com.br/galeno/
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
19 
denominadas "teriagas", que eram feitas com vinho e ervas (DIAS, 2005). 
 
A primeira escola de farmácia data do século I, que deu início, inclusive, à legislação 
para o exercício da profissão. No século X, de acordo com Folch; Suñé; Valverde (1986 apud 
DIAS, 2005), foram criadas as primeiras boticas, assim chamadas há época, em países da 
Europa, como Espanha e França. São consideradas as precursoras das farmácias atuais. Aos 
boticários, os farmacêuticos da época, eram responsáveis por conhecer e curar as doenças, 
devendo cumprir, para o exercício da profissão uma série de requisitos e ter local e 
equipamentos adequados para a feitura e guarda dos remédios. 
 
Os autores (Op. cit.) observaram também que no século XVI, o estudo dos remédios 
ganhou impulso notável, com a pesquisa sistemática dos princípios ativos das plantas e dos 
minerais capazes de curar doenças. No século XVII, os mercadores de drogas, plantas 
medicinais e outros produtos propiciavam os ingredientes necessários ao boticário para a 
preparação das suas formulações. 
 
Com o advento das especialidades farmacêuticas industrializadas, que datam do 
início do século XX, o mercado passou a ser mais estruturado e economicamente 
interessante, uma vez que abriu espaço para que novas empresas fossem surgindo, de forma 
organizada. As décadas que se seguiram trouxeram um número crescente de especialidades 
farmacêuticas, crescimento do consumo de medicamentos e, finalmente, a extensão da 
segurança social a toda a população, como observa Dias (2005). 
 
4.2 A História da Farmácia no Brasil 
 
Como observa Pandit (2008), os primeiros povoadores, náufragos, degredados, 
aventureiros e colonos deixados por Martim Afonso se valeram de recursos da natureza para 
combater as doenças, curar ferimentos e neutralizar picadas de insetos. Como forma de 
combater a agressividade do ambiente e a hostilidade de algumas tribos indígenas, os 
primeiros europeus tiveram de contornar a adversidade com amabilidade, e foram 
aprendendo com os pajés a preparar os remédios da terra para tratar seus próprios males. 
 
Quando surgiam os remédios da "civilização", como assim chamavam, isto se dava 
quando expedições portuguesas, francesas ou espanholas apareciam com suas esquadras, e 
nelas sempre havia um cirurgião barbeiro ou algum tripulante com uma botica portátil, 
composta por drogas e medicamentos. 
 
Àquela época, a coroa portuguesa resolveu instituir no Brasil o governo geral, 
nomeando governador Thomé de Souza, que veio para a colônia com uma armada de três 
naus, trazendo ao todo aproximadamente mil pessoas que se instalaram na Bahia. 
 
O corpo sanitário da grande armada era composto apenas de um boticário, Diogo 
de Castro, com função oficial e com salário. Não havia nesta armada, porém, nenhum físico, 
denominação de médico na época. O físico-mor, só viria a ser instituído no segundo governo 
de Duarte da Costa, como observou Dias (2005). 
 
Dentre os irmãos destinados ao sul do País estava José de Anchieta, que logo 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
20 
tratou, junto com os demais jesuítas, de instituir enfermarias e boticas em seus colégios, 
colocando um irmão para cuidar dos doentes e outro para preparar remédios. José de 
Anchieta, Figura 4, foi o responsável por São Paulo, sendo considerado o primeiro boticário 
de Piratininga. 
 
Figura 4- Padre José de Anchieta 
 
Fonte:https://marcoaureliofarma.blogspot.com.br/2014/04/jose-de-anchieta-um-santo-
boticario.html (Acesso em 13/12/2017) 
 
Em princípio, como Pandit (2008) observou em seus estudos, os medicamentos 
vinham do reino já preparados. Entretanto, a pirataria do século XVI e as dificuldades da 
navegação impediam com frequência a vinda de navios de Portugal, sendo necessário 
reservar grandes provisões, como acontecia com São Vicente e São Paulo. Por estas razões, 
os jesuítas foram considerados os primeiros boticários da nova terra, e nos seus colégios as 
primeiras boticas onde o povo encontrava drogas e medicamentos vindos da metrópole bem 
como, remédios preparados com plantas medicinais nativas por meio da terapêutica dos 
pajés. 
 
As mais importantes boticas sob a direção dos jesuítas se localizaram na Bahia, 
Olinda, Recife, Maranhão, Rio de Janeiro e São Paulo. No Maranhão, a botica era flutuante, 
como observou Pandit (2008): 
 
Por muito tempo, diz o padre Serafim Leite, as farmácias da companhia 
foram as únicas existentes em algumas cidades. E quando se estabeleceram 
outras, as dos padres, pela sua notável experiência e longa tradição, 
mantiveram a primazia. O colégio do Maranhão possuía uma farmácia 
flutuante, a Botica do Mar, bem provida, que abastecia de medicamentos 
os lugares da costa, desde o Maranhão até Belém do Pará. 
 
A botica mais importante dos jesuítas foi a da Bahia, que se tornou um centro 
distribuidor de medicamentos para as demais boticas dos vários colégios de Norte a Sul do 
País. Como a Bahia mantivesse maiores contatos com a metrópole, os padres conservavam a 
botica bem sortida e aparelhada para o preparo de medicamentos, iniciando-se nela, 
inclusive, o aproveitamento das matérias-primas indígenas. 
 
Os jesuítas possuíam um receituário particular, nos quais se podiam observar não só 
as fórmulas dos medicamentos como seus processos de preparação. Além disso, dispunham 
https://marcoaureliofarma.blogspot.com.br/2014/04/jose-de-anchieta-um-santo-boticario.htmlhttps://marcoaureliofarma.blogspot.com.br/2014/04/jose-de-anchieta-um-santo-boticario.html
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
21 
também método de obtenção de certos produtos químicos, como a pedra infernal (nitrato 
de prata), como observou Dias (2005) 
 
Os jesuítas chamavam de Tríaga Brasílica a penicilina da época. Eles conservavam 
secreta a sua forma de manipulação, usando-a contra mordidas de animais peçonhentos, 
além de várias doenças febris e, de modo especial, como antídoto contra venenos, à exceção 
dos corrosivos, como descrevem Folch; Suñé; Valverde (1986 apud DIAS, 2005). Considerada 
tão boa quanto aquela utilizada em Veneza, agia de forma rápida e eficaz, tendo ainda a 
vantagem de ser composta por várias drogas nacionais, de eficiência já comprovada. 
 
O colégio dos jesuítas da Bahia sofreu um terrível saque em meados de 1760, se 
imaginava encontrar algumas receitas particulares, dentre elas a famosa Tríaga Brazílica. 
Entretanto, tal receita não fora encontrada, tendo este feito ocorrido tempos mais tarde, 
quando do achado de uma coleção de várias receitas, incluindo os segredos particulares das 
principais boticas da companhia de Portugal, da Índia, de Macau e do Brasil, compostas e 
experimentadas pelos melhores médicos e boticários mais célebres (FOLCH; SUÑÉ; 
VALVERDE, 1986 apud DIAS, 2005). 
 
4.3 As Boticas do Brasil 
 
Pandit (2008) observou que a partir de 1640 as boticas tiveram o seu 
funcionamento autorizado, enquanto comércio. Naquele mesmo período, a sangria foi 
legalizada, resultando em competição entre os cirurgiões-barbeiros e os escravos 
sangradores. 
 
Uma vez tendo o seu funcionamento comercial autorizado, as boticas se 
multiplicaram, de Norte a Sul, sendo dirigidas por boticários aprovados em Coimbra pelo 
físico-mor, ou por seu delegado comissário na capital do Brasil, Salvador. Estes boticários 
obtinham com a máxima facilidade a sua "carta de aprovação". Tratava-se de profissionais 
empíricos, às vezes analfabetos, as que possuíam conhecimento de medicamentos 
corriqueiros. Pandit (2008), acerca disto, traz a seguinte ressalva: 
 
Por causa de toda essa "facilidade", muitas vezes lavadores de vidros ou 
simples ajudantes de botica requeriam exame perante o físico-mor ou seu 
delgado e, uma vez aprovados, o que geralmente acontecia, arvoravam-se 
em boticários, estabelecendo-se por conta própria ou associando-se a um 
capitalista ou comerciante, normalmente do ramo de secos e molhados, 
que alimentava a expectativa dos bons lucros no novo negócio. 
 
As primeiras farmácias no Brasil se configuravam conforme ilustra a Figura 5 a 
seguir. 
 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
22 
Figura 5- Configuração das primeiras farmácias brasileiras 
 
Fonte: http://portalhistoriadafarmacia.com.br/a-farmacia-no-Brasil Acesso em (13/12/2017) 
 
Em todas as cidades do Brasil, desde os primeiros tempos da colonização, os 
comerciantes de secos e molhados negociavam com drogas e medicamentos, não só para 
uso humano como para tratamento dos animais domésticos, aos cuidados dos alveitares, 
como eram chamados os veterinários da época. Raras eram as boticas legalmente 
estabelecidas, como advoga Pandit (2008), que diz: 
 
O comércio das drogas e medicamentos era privativo dos boticários, 
segundo o que estava nas "Ordenações", conjunto de leis portuguesas que 
regeram o Brasil durante todo o período colonial, reformada por D. Manuel 
e em vigor desde o princípio do século XVI, bem como por leis e decretos 
complementares. Foi com base nesta legislação que o físico-mor do reino, 
por intermédio de seu comissário de São Paulo, ordenou o cumprimento 
integral do regimento baixado em maio de 1744. 
 
Neste sentido a fiscalização do exercício dessa profissão passou a ser intensificada, 
uma vez que o regimento proibia terminantemente o comércio ilegal das drogas e 
medicamentos, estabelecendo pesadas multas e sequestro dos respectivos estoques. 
“Houve, busca e apreensões das mercadorias proibidas, que foram depositadas nas boticas 
locais. Foi um Deus nos acuda", assim afirma Pandit (2008). 
 
O referido regimento foi crido a partir de uma ordem do Conselho Ultramarino, cuja 
ordem fora dada ao Dr. Cypriano de Pinna Pestana, físico-mor do reino. Conforme a ordem, 
ele não deveria dar comissão a pessoa alguma, que no Brasil servisse por ele, devendo esta 
comissão ser dada a um médico formado pela Universidade de Coimbra. Deu-se ordem 
também para que se fizesse um regimento para os Boticários do dito estado, com atenção às 
distâncias, que ficavam as terras litorâneas, advertendo que tanto os ganhos dos seus 
comissários como os preços dos medicamentos nunca deveriam exceder o dobro dos preços 
praticados no reino e que, uma vez o regimento fosse elaborado, o mesmo deveria ser 
http://portalhistoriadafarmacia.com.br/a-farmacia-no-Brasil
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
23 
remetido ao Conselho. 
 
Tudo se faria de acordo com o regimento, desde o exame prestado pelos 
candidatos a boticários, bem como a inutilização das drogas eventualmente deterioradas, 
desde a sua chegada aos portos, e a fiscalização das boticas, até a legalização do profissional 
responsável, existência de balança, pesos e medidas, estado de conservação das drogas 
vegetais, principalmente as importadas, medicamentos galênicos, produtos químicos, 
vasilhames e, bem como, ocasionalmente, a existência de alguns livros. As inspeções das 
boticas seriam rigorosas, devendo ser realizadas a cada três anos. Este regimento foi 
considerado um modelo para a sua época. 
 
Apesar disto, os boticários de Portugal e das colônias portuguesas viviam em 
completo atraso e carência de reparo, tendo como guia a obsoleta Farmacopeia 
Ulissiponense Galênica e Química, de Joan Vigier, datada de 1716. Só em 1735 surgiu a 
Farmacopeia Tubalense Química Galênica, teórica e prática, de Manoel Rodrigues Coelho, 
boticário da corte, que visava ter seu trabalho autorizado pelo governo, o que, entretanto, 
não conseguiu. 
 
No ano de 1772 surgiu a obra de Frei João de Jesus Maria, monge beneditino e 
boticário do convento, sendo finalmente publicada por ordem de D. Maria I. Em 7 de abril de 
1794 foi mandada adotar a Farmacopeia Geral para o Reino de Portugal e Domínios, de 
autoria de Francisco Tavares, professor da Universidade de Coimbra, obra cujos preceitos 
não eram lícitos ao profissional se afastar, mesmo quando o próprio autor a reconheceu 
insuficiente, sendo por isso, o mesmo autor, levado a escrever uma Farmacologia, de acordo 
com o que observou Pandit (2008). 
 
A cidade de São Paulo, no ano de 1765 tinha três boticários, Francisco Coelho Aires, 
estabelecimento e moradia na Rua Direita, Sebastião Teixeira de Miranda na atual Rua 
Álvares Penteado e José Antônio de Lacerda, hoje a Praça da Sé. 
 
A Real Botica de São Paulo estava instalada onde hoje está o Vale do Anhangabaú, 
mais precisamente, onde hoje está o prédio central dos Correios e Telégrafos. O prédio para 
instalar esta primeira farmácia oficial da cidade foi construído em 1796 e demolido em 1916, 
como afirma Pandit (2008). Pandit afirma ainda que (2008): 
 
No tempo da Real Botica os remédios eram, na sua grande maioria, plantas 
medicinais, porém desde 1730 o brasileiro usava o mercúrio e o arsênico 
importados da Europa. O ópio, a escamoneia, a rosa, o sene, o manacá e a 
ipeca já faziam parte dos remédios necessários para funcionamento de uma 
botica. Pomadas e linimentos tinham grande consumo, aliás, o produto 
mais consumido era a pomada alvíssima, além do bálsamo católico, de 
Copaíba, e a Água Vienense, que só entrou em desuso no começo do século 
XX. 
 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
24 
Na Figura 6 a seguir, podemos observar a BoticaReal Militar, que foi criada por dom 
João VI em 1808, e atendia aos exércitos da Coroa. (Foto: Acervo Exército) 
 
Figura 6- Botica Real Militar 
 
Fonte: Acervo do Exército. Disponível em: https://agencia.fiocruz.br/pesquisadoras-recuperam-
história-do-surgimento-do-farmacêutico-no-século-19 Acesso em 20/08/2018 
 
As Boticas do Rio de Janeiro, conforme Dias (2005), apresentavam um estilo de 
muito bom gosto, em relação ao comércio da época. Em vez de balcão, tinham bem no meio 
uma espécie de altar, com a frente ornamentada com pinturas e dourados. Era comum 
trazer na pintura alguma paisagem, um naufrágio ou um simples ramalhete de flores. Acima, 
no altar, a balança, os pesos, dois ou três livros velhos, oráculos, sem dúvida, da arte de 
curar. 
 
4.4 Os Estudos de Farmácia 
 
De acordo com Pandit, quando a família real portuguesa rumou para a colônia não 
havia ainda o País qualquer avanço científico, ao contrário de países como Alemanha, França 
e Itália. Não havia faculdades e as ciências de uma maneira geral eram privilégios daqueles 
que podiam ir estudar em Lisboa, Paris ou Londres. 
 
Com a vinda da família real, em 1803, o País, que ainda era colônia, adquiriu o 
direito de acompanhar os movimentos culturais e científicos que aconteciam no Velho 
Continente há mais de um século. “O primeiro passo largo rumo à modernidade foi 
encabeçado pelo príncipe regente D. João VI, que admirava os estudos de história natural, 
bem como o trabalho dos naturalistas” (PANDIT, 2008). Fazendo uma linha do tempo, Pandit 
(2008) destaca: 
 
 1808: Foram instituídos os estudos médicos no Hospital Militar da Bahia, por 
sugestão do cirurgião-mor do reino, Dr. José Correia Pincanço, futuro Barão de 
Goiana, com ensino de anatomia e cirurgia, porém o ensino de farmácia só se 
iniciou em 1824. 
 1809: com a intenção de formar médicos e cirurgiões para o Exército e Marinha, 
onde se concentrava a elite econômica da época, D. João VI instituiu o curso de 
medicina no Rio de Janeiro, composto pelas cadeiras de Medicina, Química, 
https://agencia.fiocruz.br/pesquisadoras-recuperam-história-do-surgimento-do-farmacêutico-no-século-19
https://agencia.fiocruz.br/pesquisadoras-recuperam-história-do-surgimento-do-farmacêutico-no-século-19
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
25 
Matéria Médica e Farmácia. 
 1814: publicação do primeiro livro oriundo do curso supracitado, escrito por José 
Maria Bontempo, primeiro professor de farmácia do Brasil, denominado 
"Compêndios de Matéria Médica". 
 1818: o farmacêutico português instalado no Rio de Janeiro, José Caetano de 
Barros abriu o ensino gratuito, voltado para médicos, boticários e estudantes no 
laboratório de sua farmácia. 
 1832: foi criada a Faculdade de Medicina, regularizando-se o ensino de farmácia. 
 1835: mediante decreto imperial, sancionado em 8 de maio, a Sociedade de 
Medicina foi transformada em Academia Imperial, e nela ficou instituída a seção 
de farmácia, o que elevou a classe farmacêutica à hierarquia científica, colocando-
a em igualdade aos demais ramos das ciências médicas. 
 1839: a Assembleia Legislativa de Minas Gerais decretou a lei nº 140, sancionada 
pelo então conselheiro Bernardo Jacinto da Veiga, criando duas Escolas de 
Farmácia, uma em Ouro Preto (Figura 7) e outra em São João Del Rei, destinada ao 
ensino de farmácia e da matéria médica brasileira. 
 1925: consolidação do ensino de farmácia, quando o curso passou a ser Faculdade 
de Farmácia, filiando-se à Universidade do Rio de Janeiro. 
 
Figura 7- Escola de Farmácia de Ouro Preto 
 
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_de_Farm%C3%A1cia_de_Ouro_Preto (Acesso em 
13/12/2017) 
 
4.5 De Boticário a Farmacêutico 
 
Apesar da criação de diversas instituições de ensino de farmácia no País, vale 
ressaltar que, no século passado, a passagem do comércio de botica para farmácia, não foi 
nada fácil, sobretudo em função do hábito advindo da cultura popular, que criava 
dificuldades em relação às mudanças que se estabeleciam. 
 
Pandit (2008) observa que a própria lei que regulamentava o efetivo exercício da 
profissão persistia em chamar os farmacêuticos de boticários. 
O Regimento da Junta de Higiene Pública, aprovado pelo decreto imperial 
número 829, de 29 de setembro de 1851, documento que regulamentava a 
profissão, fazia menção ao técnico da preparação dos medicamentos por 
meio da palavra "boticário", e não se pense que a expressão dissesse 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_de_Farm%C3%A1cia_de_Ouro_Preto
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
26 
respeito a profissionais sem diploma, pois o artigo 28 do referido regimento 
é claro: "os médicos, cirurgiões, boticários, dentistas e parteiras 
apresentarão seus diplomas..." (PANDIT, 2008). 
 
Esta confusão entre as nomenclaturas, farmacêuticos e boticários, teve o seu fim, 
quando surgiu o Decreto 2055, de dezembro de 1857, que estabelecia as condições para que 
os farmacêuticos, não habilitados, tivessem licença para continuar a ter suas boticas. 
 
A partir da segunda metade do século XIX, as boticas começam a ceder seu lugar às 
farmácias. As farmácias significavam a introdução de um novo padrão para o exercício dessa 
atividade, com espaços mais modernos, nos quais o cliente supunha uma formação 
acadêmica para o farmacêutico, como explana Pandit (2008). 
 
As maiores transformaões, no entanto, se deram entre o final do século XIX e o 
século XX, a partir do reconhecimento legal da profissão de farmacêutico, da especialização 
do saber com a criação das quatro primeiras escolas de farmácia mineiras – Ouro Preto, Juiz 
de Fora, Belo Horizonte, Alfenas, além da interação desta atividade com a pesquisa e com a 
indústria química. 
 
Até a década de 1930, a indústria nacional de medicamentos era em sua maioria de 
reduzidas dimensões, de origem familiar. Baseava-se no emprego de matérias-primas de 
origem vegetal e mineral, apresentando condições adequadas ao suprimento do mercado 
existente, àquela época bastante reduzidas. 
 
4.6 Criação dos Conselhos 
 
A criação do Conselho de Farmácia foi uma ordem dos farmacêuticos após a 2ª 
Semana de Farmácia em São Paulo, ocorrida em 1936. Já em 1957 foi encaminhado um 
projeto ao governo e em 11 de novembro de 1960 foram criados os Conselhos Federal de 
Farmácia (CFF) e o Conselho Regional de Farmácia (CRF). No ano de 1969, houve a reforma 
universitária com implantação do currículo mínimo. 
 
4.6.1 O Símbolo da Farmácia 
 
Como se pode observar na Figura, 8, a taça com a serpente nela enrolada é 
internacionalmente conhecida como símbolo da profissão farmacêutica. Sua origem 
remonta à antiguidade, sendo parte das histórias da mitologia grega. De acordo com as 
literaturas antigas, assim observou Pandit (2008), o símbolo da Farmácia ilustra o poder 
(cobra) da cura (taça). 
 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
27 
Figura 8- Símbolo de farmácia 
 
Fonte: http://pharmaceuticoemfoco.blogspot.com.br/2011/10/significado-do-simbolo-da-
farmacia.html (Acesso em 13/12/2017) 
 
 
4.7 Conceitos Importantes 
 
Nesta seção tomaremos conhecimento acerca de alguns conceitos importantes 
fomentaram os estudos de farmácia. 
 
4.7.1 Plantas Medicinais 
 
Gomes e Reis (2003) observaram em seus estudos que a primeira forma de uso dos 
medicamentos efetuada pelo homem foi feita a partir da manipulação de plantas medicinais. 
Certamente que muitas descobertas foram feitas durante a procura por novas fontes de 
alimentos, mas, provavelmente, um número significativo foi devido à curiosidade e desejo 
natural de investigação, que é inerente ao ser humano. 
 
Algumas plantas foram reconhecidas como venenos, outras passaram a ter uso 
medicinal e outras para fins recreacionais (uva do vinho). Dentre os estudiosos da 
antiguidade, devemos destacar Galeno, que se aprofundou no estudo das plantas 
medicinais, escrevendovários livros sobre farmácia e farmacologia clínica. Na Figura 9 a 
seguir, podemos observar as plantas medicinais nativas da Amazônia 
 
 
http://pharmaceuticoemfoco.blogspot.com.br/2011/10/significado-do-simbolo-da-farmacia.html
http://pharmaceuticoemfoco.blogspot.com.br/2011/10/significado-do-simbolo-da-farmacia.html
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
28 
Figura 9- Plantas medicinais da Amazônia 
 
Fonte: https://www.vix.com/pt/bdm/medicina-alternativa/2257/plantas-medicinais-da-amazonia-e-
seus-beneficios (Acesso em 13/12/2017) 
 
Na atualidade, as plantas mais consumidas no mundo são: 
 
 Coffea arabica = café; 
 Nicotiana tabacu = tabaco; 
 Cola acuminata= bebidas tipo cola (Coca Cola, Pepsi, etc.). 
 
No Brasil: 
 
 Paulinia cupana = guaraná; 
 Ilex paraguariensis = mate. 
 
De acordo com Gomes e Reis (2003), existem cerca de 127 mil espécies diferentes 
de plantas no Brasil, sendo um grande número delas usadas com fins medicinais. 
Imaginando um rendimento de 0,001% na descoberta de novos remédios a partir de plantas 
brasileiras, se pode imaginar o surgimento de mais de 100 medicamentos genuinamente 
nacionais. São exemplos de plantas medicinais: camomila, boldo-do-chile, alecrim, alho, 
arnica, carqueja, erva-cidreira, malva, e sálvia. 
 
4.7.2 Medicamentos 
 
Os medicamentos (Figura 10) são produtos especiais, elaborados com a finalidade 
de diagnosticar, prevenir, curar doenças ou aliviar seus sintomas, sendo produzidos com 
rigoroso controle técnico, para atender às especificações determinadas pela Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 
 
 
https://www.vix.com/pt/bdm/medicina-alternativa/2257/plantas-medicinais-da-amazonia-e-seus-beneficios
https://www.vix.com/pt/bdm/medicina-alternativa/2257/plantas-medicinais-da-amazonia-e-seus-beneficios
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
29 
Figura 10- Medicamentos 
 
Fonte: http://www.hipolabor.com.br/blog/2014/12/19/hipolabor-explica-qual-diferenca-entre-
remedios-e-medicamentos/ (Acesso em 13/12/2017) 
 
Como observam Gomes e Reis (2003), o efeito do medicamento está atrelado a uma 
ou mais substâncias ativas com propriedades terapêuticas, que são reconhecidas 
cientificamente, fazendo parte da composição do produto, denominadas fármacos, drogas 
ou princípios ativos. Para tanto, são seguidas normas rígidas, de modo que os medicamentos 
sejam utilizados, desde a sua pesquisa e desenvolvimento, até a sua produção e 
comercialização. 
 
 Finalidade dos medicamentos: 
 
Os medicamentos têm como finalidade o alívio dos sintomas, a cura e prevenção 
das doenças, além do diagnóstico, conforme observaremos a seguir. 
 
No que diz respeito ao alívio dos sintomas, os medicamentos têm a função de 
diminuir ou até eliminar os sintomas, tais como: dor, febre, inflamação, tosse, coriza, 
vômitos, náuseas, ansiedade, insônia, etc., embora não atuem nas causas. Uma vez os 
sintomas sejam aliviados, o medicamento pode mascarar a doença, dando a falsa impressão 
de cura. Neste sentido, é importante que o médico seja consultado, bem como o 
farmacêutico. 
 
Quanto à cura das doenças, os medicamentos têm como função eliminar a causa de 
determinadas enfermidades, como infecções e infestações. São exemplos destes 
medicamentos os antibióticos, antihelmínticos (medicamentos contra vermes), 
antiprotozoários (medicamentos contra malária, giardíase e amebíase). Além disso, os 
medicamentos podem corrigir a função corporal deficiente, a partir de suplementos 
hormonais, vitamínicos, minerais e enzimáticos, etc. 
 
Os medicamentos atuam também na prevenção das doenças, auxiliando o 
organismo a se proteger de determinadas doenças. Alguns exemplos são: soros, vacinas, 
antissépticos, complementos vitamínicos, minerais e enzimáticos, profiláticos da cárie, etc. 
 
No que tange ao diagnóstico, os medicamentos auxiliam na detecção de 
determinadas doenças, além de avaliar o funcionamento de órgãos. Neste grupo estão os 
contrastes radiológicos, por exemplo. 
http://www.hipolabor.com.br/blog/2014/12/19/hipolabor-explica-qual-diferenca-entre-remedios-e-medicamentos/
http://www.hipolabor.com.br/blog/2014/12/19/hipolabor-explica-qual-diferenca-entre-remedios-e-medicamentos/
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
30 
4.7.3 Diferenças entre Remédio e Medicamento 
 
Nos estudos de Bresolin e Cechinel Filho (2010), observamos que no dia a dia é 
comum confundir as nomenclaturas remédio e medicamento, como se fossem sinônimas. 
No entanto, elas não significam a mesma coisa. 
 
Como afirmam os autores (Op. cit.), a ideia de remédio está associada a todo e 
qualquer tipo de cuidado utilizado para curar ou aliviar doenças, sintomas, desconforto e 
mal-estar. São chamados de remédios: banho quente ou massagem para diminuir as 
tensões; chás caseiros e repouso, em caso de resfriado; hábitos alimentares saudáveis e 
prática de atividades físicas, para evitar o desenvolvimento de doenças crônicas não 
transmissíveis; medicamentos para curar doenças, entre outros. 
 
Denominam-se medicamentos as preparações tecnicamente elaboradas em 
farmácias (medicamentos manipulados) ou indústrias (medicamentos industriais), que 
devem seguir determinações legais de qualidade, segurança e eficácia. 
 
Resumindo, um preparado caseiro com plantas medicinais pode ser um remédio, 
mas ainda não é um medicamento. Este, por sua vez, deve atender uma série de exigências 
do Ministério da Saúde, visando garantir a segurança dos consumidores. 
 
4.7.4 Como é Desenvolvido um Medicamento Atualmente? 
 
Bresolin e Cechinel Filho (2010) nos fazem lembrar de que antigamente, os 
medicamentos eram provenientes da natureza, em especial das plantas. Quanto a sua 
eficácia, só se poderia saber após o uso. Uma vez não eram testados cientificamente, nem 
sempre se podia ter certeza quanto a esta eficácia. 
 
Alguns medicamentos são empregados há muitos anos, como o ácido salicílico, por 
exemplo, extraído da casca do salgueiro, que é até hoje utilizado como esfoliante 
dermatológico. No final do século XIX, serviu como base para o desenvolvimento de outros 
fármacos, como o ácido acetilsalicílico (a aspirina). Este e outros medicamentos não 
passaram por processos e testes para verificar sua atividade, mas são respaldados pela 
tradição do seu uso e o seu “passado” (BRESOLIN; CECHINEL FILHO, 2010). 
 
Entretanto, se observa a importância de assegurar que sua fabricação seja feita com 
qualidade, além de continuar observando seu uso pela população, para ver se ocorrem 
efeitos indesejáveis ou perigosos nas pessoas. Atualmente, os medicamentos surgem em 
função de novas doenças ou de novas formas de combater aquelas já conhecidas. Acerca do 
seu uso, os autores observaram. 
 
Como foram introduzidos em uma época de maior desenvolvimento 
tecnológico, temos capacidade técnica para garantir que sejam seguros e 
eficazes. Assim, usá-los será mais vantajoso do que não usá-los. No século 
XX, a partir de meados dos anos 50, métodos específicos de pesquisa e 
avaliação de medicamentos começaram a ser desenvolvidos para atestar 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
31 
propriedades fundamentais, como segurança, eficácia e qualidade 
(BRESOLIN; CECHINEL FILHO, 2010). 
 
Todo e qualquer medicamento, seja novo ou antigo, tem que ser: 
 
(1) Seguro, isto é, ter níveis aceitáveis de toxicidade; ser incapaz de representar 
uma ameaça ao usuário, porque a possibilidade de causar efeitos tóxicos 
injustificados é pequena; 
(2) Eficaz, isto é, que atinge os efeitos propostos; 
(3) De qualidade: esta é uma característica que precisamos conhecer e entender 
melhor. 
 
4.8 Formas Farmacêuticas (FF) 
 
A forma como um fármaco ou princípio ativo se apresenta como medicamento, é 
chamada de forma farmacêutica. Estaleva o fármaco até o organismo. Nas formas 
farmacêuticas, os fármacos e os auxiliares de formulação podem ser escolhidos e 
combinados de várias maneiras, podendo fornecer o melhor resultado. Muitas são as 
possibilidades de classificar as formas farmacêuticas, conforme será observado a seguir 
(Figura 11). 
 
 Sólidas: 
 
 Comprimidos, drágeas, cápsulas, pós e pílulas são formas orais; 
 Supositórios são formas para administração retal, ou seja, pelo ânus; 
 Óvulos devem ser introduzidos na vagina; 
 Existem ainda formas sólidas, que podem ser implantadas sob a pele, como 
alguns hormônios contraceptivos. 
 
 Semissólidas: 
 
 Unguentos, pomadas, cremes e pastas para aplicar na superfície do corpo. 
 
 Líquidas: 
 
 Soluções, xaropes e suspensões (via oral); 
 Emulsões e loções para a pele; 
 Colírios para os olhos; 
 Líquidos para injeção (devem ser estéreis). 
 
 Gases: 
 
 Líquidos inalatórios, que dão origem às formas gasosas, como alguns anestésicos, 
e gases medicinais (o oxigênio, por exemplo). 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
32 
Figura 11- Formas farmacêuticas (FF) 
 
Fonte: https://falecomofarmaceutico.wordpress.com/2015/01/03/formas-farmaceuticas-por-que-
existem-medicamentos-em-forma-de-capsulas-suspensao-cremes-e-tantas-outras/ (Acesso em 
13/12/2017) 
 
 As diferentes formas existem para: 
 
 Para facilitar a administração; 
 Garantir a precisão da dose; 
 Proteger a substância durante o percurso pelo organismo; 
 Garantir a presença no local de ação; e, 
 Facilitar a ingestão da substância ativa. 
 
Em alguns casos, as formas farmacêuticas servem para facilitar a administração de 
medicamentos por pacientes de faixas etárias diferentes ou em condições especiais. Para 
uma criança, por exemplo, é mais fácil engolir gotas em um pouco de água do que engolir 
um comprimido, assim observaram Bresolin e Cechinel Filho (2010). 
 
4.9 Vias de administração 
 
A via de administração é a maneira como o medicamento entra em contato com o 
organismo, é a porta de entrada, podendo ser via oral (boca), retal (ânus), parenteral 
(injetável), dermatológica (pele), nasal (nariz), oftálmica (olhos), sublingual (embaixo da 
língua), dentre outras, como ilustra a Figura 12. 
 
Cada via é indicada para uma situação específica, e apresenta vantagens e 
desvantagens. Uma injeção, por exemplo, é sempre incômoda e muitas vezes dolorosa, mas, 
por outro lado, apresenta efeito mais rápido (BRESOLIN; CECHINEL FILHO, 2010). 
 
 
https://falecomofarmaceutico.wordpress.com/2015/01/03/formas-farmaceuticas-por-que-existem-medicamentos-em-forma-de-capsulas-suspensao-cremes-e-tantas-outras/
https://falecomofarmaceutico.wordpress.com/2015/01/03/formas-farmaceuticas-por-que-existem-medicamentos-em-forma-de-capsulas-suspensao-cremes-e-tantas-outras/
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
33 
Figura 12- Vias de administração 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2018) 
 
4.9.1 Tipos de Medicamentos 
 
Bresolin e Cechinel Filho (2010) estudaram os tipos de medicamentos, tais como 
alopatas, homeopatas, fitoterápicos, e suas diferentes funções e aplicações, conforme 
observaremos a seguir. 
 
 Alopatia: 
 
A Alopatia é a medicina tradicional, que consiste em utilizar medicamentos que vão 
produzir no organismo do doente uma reação contrária aos sintomas que ele apresenta, a 
fim de diminuí-los ou neutralizá-los. Observa-se, por exemplo, que se o paciente tem febre, 
o médico receita um remédio que faz baixar a temperatura. Em caso de dor, um analgésico. 
Os principais problemas dos medicamentos alopáticos são os seus efeitos colaterais e a sua 
toxicidade. 
 
 Homeopatia: 
 
A Homeopatia é uma palavra de origem grega, que significa Doença ou Sofrimento 
Semelhante. Trata-se de um método científico para tratamento e prevenção de doenças 
agudas e crônicas, no qual a cura se dá por meio de medicamentos não agressivos que 
estimulam o organismo a reagir e fortalecem seus mecanismos de defesa naturais. 
 
Os medicamentos homeopáticos (Figura 13) podem ser utilizados com segurança 
em qualquer idade, até mesmo em recém-nascidos ou pessoas com idade avançada, desde 
que com acompanhamento do clínico homeopata. Os medicamentos homeopáticos são 
preparados a partir de substâncias extraídas da natureza, que são provenientes dos reinos: 
mineral, vegetal ou animal. 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
34 
Figura 13- Medicamentos homeopáticos 
 
Fonte: http://www.renascerhomeopathia.com.br/Tira-duvidas/homeopatia-e-o-mesmo-que-
fitoterapia.html (Acesso em 13/12/2017) 
 
A homeopatia é um método de tratamento criado pelo médico alemão Samuel 
Hahnemann, em 1796, com base na Lei dos Semelhantes, citada pelo Pai da Medicina, 
Hipócrates no ano 450 a.C. De acordo com esta lei, os semelhantes se curam pelos 
semelhantes, isto é, para tratar um indivíduo que está doente, é necessário aplicar um 
medicamento que apresente (quando experimentado no homem sadio) os mesmos 
sintomas que o doente apresenta. Por exemplo, se uma pessoa sã ingerir doses tóxicas de 
certa substância, irá apresentar sintomas como dores gástricas, vômitos e diarreia. 
 
Contudo, se, por outro lado, for administrada essa mesma substância, preparada 
homeopaticamente, ao enfermo que apresenta dores gástricas, vômitos e diarreia, com 
características semelhantes àquelas causadas pela substância em questão, obtém-se, como 
resultado, a cura desses sintomas. 
 
 Fitoterapia: 
 
Fitoterapia vem do grego e quer dizer tratamento das doenças por meio das 
plantas. É uma cultura já conhecida e praticada desde as antigas civilizações. Alicerça-se no 
conhecimento e na experiência. Sabe-se que as plantas têm a capacidade de curar diversas 
doenças, em especial por conter princípios ativos. 
 
O medicamento fitoterápico é obtido empregando-se exclusivamente matérias-
primas ativas vegetais. Caracteriza-se pelo conhecimento da espécie vegetal, de sua eficácia 
e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. 
 
Bresolin e Cechinel Filho (2010) chamam a atenção para o fato de que “não se 
considera medicamento fitoterápico aquele que, em sua composição, inclua substâncias 
ativas isoladas, ou seja, princípios ativos, de qualquer origem, nem as associações dessas 
com extratos vegetais”. 
 
Os medicamentos fitoterápicos apresentam efeitos terapêuticos, superiores aos 
medicamentos convencionais, mas com efeitos colaterais minimizados. A Valeriana 
(Valeriana officinalis), por exemplo, vem sendo usada no tratamento da insônia e depressão 
http://www.renascerhomeopathia.com.br/Tira-duvidas/homeopatia-e-o-mesmo-que-fitoterapia.html
http://www.renascerhomeopathia.com.br/Tira-duvidas/homeopatia-e-o-mesmo-que-fitoterapia.html
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
35 
leve e, ao contrário dos medicamentos convencionais, não provoca dependência e 
tolerância. No entanto, se ingerida em grandes quantidades e por tempo prolongado, pode 
ser tóxica para o fígado, donde se pode concluir que o fato de ser natural que não quer dizer 
que não possa fazer mal. 
 
4.9.2 Medicamentos de Referência, Genéricos, Similares e Manipulados 
 
A seguir, trataremos dos medicamentos denominados de referência, genéricos e 
similares, conforme estudos de Bresolin e Cechinel Filho (2010). 
 
 Medicamento de referência: 
 
Diz-se dos medicamentos de referência: 
 
[...] produto inovador, registrado no órgão federal responsável pela 
vigilância sanitária e comercializado no País, cuja eficácia, segurança e 
qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal 
competente, por ocasião do registro, conforme a definição do inciso XXII, 
artigo 3º, da Lei n. 6.360, de 1976 (com redação dada pela Lei nº 9.787 de 
10 de fevereirode 1999. Disponível em: http://e-
legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=245). 
 
A inclusão de um produto farmacêutico na Lista de Medicamentos de Referência é 
uma forma de qualificá-lo como parâmetro de eficácia, segurança e qualidade para os 
registros de medicamentos genéricos e similares no Brasil, mediante a utilização deste 
produto como comparador nos testes de equivalência farmacêutica e/ou bioequivalência 
quando aplicáveis. 
 
Existem listas de medicamentos de referência que a Anvisa disponibiliza no seu 
endereço eletrônico, classificadas em A e B, como se observa a seguir. 
 
 A Lista A contém medicamentos de referência para fármacos isolados. Disponível 
em: 
http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/2c937f0041bd09b69645d79d63c1a
945/Lista+A+F%C3%A1rmacos+Isolados+05-11-2013.pdf?MOD=AJPERES, 
atualizada em 05/11/2013. 
 
 A Lista B relaciona os medicamentos de referência para as associações. Disponível 
em 
http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/f60f400041bd0a59964ed79d63c1a
945/Lista+B+Associa%C3%A7%C3%B5es+05-11-2013.pdf?MOD=AJPERES, 
atualizada em 05/11/2013. 
 
São os medicamentos que, geralmente, se encontram há bastante tempo no 
mercado e têm uma marca comercial conhecida, como, por exemplo, a Novalgina®, que é o 
medicamento de referência para o genérico Dipirona. 
http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=245
http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=245
http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/2c937f0041bd09b69645d79d63c1a945/Lista+A+F%C3%A1rmacos+Isolados+05-11-2013.pdf?MOD=AJPERES
http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/2c937f0041bd09b69645d79d63c1a945/Lista+A+F%C3%A1rmacos+Isolados+05-11-2013.pdf?MOD=AJPERES
http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/f60f400041bd0a59964ed79d63c1a945/Lista+B+Associa%C3%A7%C3%B5es+05-11-2013.pdf?MOD=AJPERES
http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/f60f400041bd0a59964ed79d63c1a945/Lista+B+Associa%C3%A7%C3%B5es+05-11-2013.pdf?MOD=AJPERES
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
36 
 Medicamento genérico: 
 
O medicamento genérico tem como principais características: 
 
 É igual ao medicamento de referência e possui qualidade, eficácia terapêutica e 
segurança comprovadas através de testes científicos; 
 Não possui nome de marca, somente a denominação química de acordo com a 
Denominação Comum Brasileira (DCB); 
 Pode ser substituído pelo medicamento de referência pelo profissional 
farmacêutico ou vice-versa. 
 
De acordo com Bresolin e Cechinel Filho (2010), os genéricos podem ser produzidos 
a partir da renúncia da patente, que são concedidas por até 20 anos. Vencida a patente, essa 
tecnologia passa a ser de domínio público, quando poderão ser registrados medicamentos 
genéricos. Os autores afirmam ainda: 
 
A intercambialidade, ou seja, a segura substituição do medicamento de 
referência pelo seu genérico é assegurada por testes de bioequivalência 
realizados em seres humanos (o que garantem que serão absorvidos na 
mesma concentração e velocidade que os medicamentos de referência) e 
equivalência farmacêutica (que garantem que a composição do produto é 
idêntica ao do medicamento inovador que lhe deu origem). Essa 
intercambialidade somente poderá ser realizada pelo farmacêutico 
responsável, pela farmácia ou drogaria e deverá ser registrada na receita 
médica. 
 
Graças a estes testes, os medicamentos genéricos são intercambiáveis. Ou seja, 
acobertados pela lei, podem substituir os medicamentos de referência indicados nas 
prescrições médicas. A troca, quando o médico não prescrever diretamente o genérico, pode 
ser recomendada pelo farmacêutico responsável, nas drogarias, com absoluta segurança 
para o consumidor. 
 
Os medicamentos genéricos são identificados por uma grande letra "G" azul 
impressa sobre uma tarja amarela e, pela frase "Medicamento Genérico - Lei nº 9.787, de 
1999" logo abaixo do nome do princípio ativo que os identifica, como ilustra a Figura 14, 
podem. Os genéricos são, em média, 40% mais baratos que os medicamentos de Referência 
(ou inovadores), basicamente porque os fabricantes de medicamentos genéricos não 
necessitam fazer investimentos em pesquisas para o seu desenvolvimento, visto que as 
formulações já estão definidas pelos medicamentos de referência. 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
37 
Figura 14- Medicamento genérico 
 
 
Fonte: http://www.farmaceuticas.com.br/medicamentos-genericos-similares-intercambiaveis-e-
referencia-confuso/ (Acesso em 13/12/2017) 
 
Outro motivo para os preços reduzidos dos genéricos diz respeito ao marketing uma 
vez que os seus fabricantes não necessitam fazer propaganda, já que não há marca a ser 
divulgada. O programa de medicamentos genéricos foi criado no Brasil em 1999, com a 
promulgação da Lei 9.787, formulada com o objetivo de implementar uma política 
consistente de auxílio ao acesso a tratamentos medicamentosos no País. Com preços no 
mínimo 35% menores que os medicamentos de marca, os genéricos já estão colaborando 
para que muitos brasileiros encontrem uma alternativa viável e segura para seguir as 
prescrições médicas corretamente. 
 
É importante ressaltar que as aquisições de medicamentos e as prescrições médicas 
e odontológicas de medicamentos, no que tange ao Sistema Único de Saúde (SUS), adotarão 
obrigatoriamente a Denominação Comum Brasileira (DCB), ou seja, pelo nome do princípio 
ativo. 
 
Por outro lado, na rede privada de saúde, a prescrição fica a critério do médico 
responsável, podendo ser realizada sob nome genérico ou comercial. Caso o prescritor tenha 
ressalvas quanto à substituição de medicamentos, deve explicitá-las na própria prescrição, 
de próprio punho, de forma clara, legível e inequívoca. 
 
 Medicamento similar: 
 
O medicamento similar possui as características descritas a seguir: 
 
 São produzidos após vencer a patente dos medicamentos de referência, sendo 
identificados por um nome de marca; 
 Possuem eficácia, segurança e qualidade comprovadas a partir de testes 
científicos; 
 São registrados pela Anvisa. 
 
Os produtos similares são aqueles que têm apenas equivalência farmacêutica com 
os produtos inovadores. Por lei, são obrigados a apresentar testes que comparam a sua 
http://www.farmaceuticas.com.br/medicamentos-genericos-similares-intercambiaveis-e-referencia-confuso/
http://www.farmaceuticas.com.br/medicamentos-genericos-similares-intercambiaveis-e-referencia-confuso/
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
38 
biodisponibilidade com a biodisponibilidade dos inovadores, mas sem a exigência de que 
sejam estatisticamente iguais. Eles possuem o mesmo fármaco e indicação terapêutica do 
medicamento de referência, entretanto podem diferir em características relativas ao 
tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e 
veículos. 
 
Os medicamentos similares não podem ser substituídos pelo medicamento de 
referência nem pelo medicamento genérico. Comparando o exemplo anterior, o similar da 
NOVALGINA® pode ser, por exemplo, Anador, Dipigina, Nevraldor, Magnopyrol, etc. 
 
 Medicamento manipulado: 
 
São aqueles produzidos mediante apresentação de receita médica, com dose e 
quantidade adequadas evitando que o paciente tome várias cápsulas ao mesmo tempo 
(Figura 15). Observam-se a seguir as suas principais características (Figura 16): 
 
 As doses são individualizadas; 
 Além de ter um custo mais acessível, é prescrito na quantidade e doses exatas 
para o tratamento, evitando perdas; 
 Propicia o uso de medicamentos não disponibilizados pela indústria farmacêutica; 
 Associa, quando viável, princípios ativos diferentes em uma mesma fórmula, 
evitando que o paciente utilize vários medicamentos. 
 
Figura 15- Medicamentomanipulado 
 
Fonte: https://goldmedicamentos.wordpress.com/ (Acesso em 13/12/2017) 
 
 
 
https://goldmedicamentos.wordpress.com/
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
39 
Figura 16- Características dos medicamentos manipulados 
 
 
Fonte: Elaborada pelo autor (2018) 
 
4.9.3 Farmácias e Drogarias 
 
Como observaram Gomes e Reis (2003), os medicamentos, por serem produtos que 
necessitam de uso especial, possuem uma Lei Federal que determina que somente devam 
ser comercializados em locais específicos, ou seja, farmácias e drogarias, que são 
considerados estabelecimentos de saúde, devendo possuir um farmacêutico como 
responsável técnico, com autorização da Vigilância Sanitária e do Conselho de Farmácia. 
 
 Diferença entre Farmácias e Drogarias: 
 
 Farmácias: estabelecimentos de saúde que comercializam e orientam sobre o 
uso de medicamentos manipulados. 
 Drogarias: estabelecimentos de saúde que comercializam e orientam sobre o uso 
de medicamentos industriais. 
 
 Serviços farmacêuticos que podem ser prestados nas farmácias e drogarias: 
 
 Orientação sobre o uso do medicamento; 
 Administração de medicamentos (nebulização, aplicação de injetáveis e uso 
oral); 
 Acompanhamento da pressão arterial e temperatura; 
 Monitoramento da glicemia capilar por meio de autoteste. 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
40 
REFERÊNCIAS 
BRESOLIN, T.M.B.; CECHINEL FILHO, V. (Organizadores). Fármacos e medicamentos: uma 
abordagem multidisciplinar. São Paulo: Santos, 2010. 
 
DIAS, J. P. S. A farmácia e a história uma introdução à história da farmácia, da farmacologia 
e da terapêutica. História e sociologia da farmácia. Lisboa: Faculdade de Farmácia da 
Universidade de Lisboa, 2005. 
 
GOMES, M. J. V. M.; REIS, A. M. M. Ciências farmacêuticas: uma abordagem em farmácia 
hospitalar. São Paulo: Atheneu, 2003. 
 
PANDIT, N. K. Introdução às ciências farmacêuticas. Porto Alegre: Artmed, 2008. 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
41 
ANOTAÇÕES: _____________________________________________________________ 
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ANATOMIA E FISIOLOGIA
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
45 
5 ANATOMIA E FISIOLOGIA 
 
A Anatomia pode ser considerada uma ciência que estuda macroscopicamente a 
constituição do corpo humano pela dissecação de peças de cadáveres já fixadas com 
soluções apropriadas. A palavra é de origem grega, que significa ana = em partes; tomein – 
cortar. 
 
Os sistemas que, em conjunto, compõem o organismo do indivíduo são os 
seguintes: Sistema tegumentar, sistema esquelético (ossos, músculos e articulações), o 
sistema digestivo, sistema respiratório, circulatório, sanguíneo, urinário, genital feminino e 
masculino, nervoso, sensorial e endócrino. 
 
5.1 Composição do Organismo 
 
De acordo com Thibodeau; Patton (2002), o organismo humano consiste em um 
complexo conjunto de órgãos agrupados em aparelhos ou sistemas. Os órgãos são formados 
por pequenas unidades vivas chamadas células. Todas as células do organismo humano 
necessitam de um suprimento de oxigênio e outros nutrientes para obter energia, para 
manter sua integridade estrutural e para sintetizar as substâncias essenciais a sua função e a 
do organismo. A produção de energia, a regulação da atividade celular e a síntese de 
substâncias são realizadas mediante reações químicas, e o conjunto destas reações químicas 
que ocorrem no organismo é chamado de metabolismo. 
 
As reações químicas intracelulares produzem substâncias (resíduos ou catabólicos), 
entre as quais o dióxido de carbono, que necessitam ser eliminados porque o seu acúmulo 
leva à disfunção celular e finalmente à morte celular. Tanto o suprimento de oxigênio e 
nutrientes quanto à retirada dos resíduos é feita pelo sangue. O sangue se abastece de 
oxigênio e se desfaz do dióxido de carbono nos pulmões e se abastece de nutrientes por 
meio da absorção de alimentos digeridos no tubo digestivo. 
 
Certas células são mais dependentes de um suprimento contínuo de oxigênio do 
que outras: as fibras musculares cardíacas toleram apenas alguns segundos sem oxigênio, 
enquanto os neurônios cerebrais podem suportar de 4 a 6 minutos. Algumas outras células 
podem passar períodos maiores sem oxigênio e ainda assim sobreviverem como as células 
musculares e da pele, por exemplo. A falta de oxigênio por um tempo acima do tolerável 
leva à morte celular que, por conseguinte leva à morte de órgãos e finalmente à morte do 
organismo. 
 
5.2 Divisão do Corpo Humano 
 
De acordo com Lacerda (2009), o corpo humano divide-se em cabeça, tronco e 
membros, como ilustra a Figura 1 a seguir. 
 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
46 
Figura 1 - Esqueleto humano 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
 Cabeça: 
 
A cabeça é dividida em duas partes: crânio e face. Como preconiza Lacerda (2009), 
uma linha imaginária passando pelo topo das orelhas e dos olhos é o limite aproximado 
entre estas duas regiões. O crânio contém o encéfalo no seu interior, na cavidade craniana. 
A face é a sede dos órgãos dos sentidos da visão, audição, olfato e paladar e abriga as 
aberturas externas do aparelho respiratório e digestivo. 
 
 Tronco: 
 
O tronco é dividido em pescoço, tórax e abdome, conforme descrito a seguir. 
 
 Pescoço: 
 
O pescoço contém várias estruturas importantes. É suportado pela coluna cervical 
que abriga no seu interior a porção cervical da medula espinhal. As porções superiores do 
trato respiratório e digestivo passam pelo pescoço em direção ao tórax e abdome. O 
pescoço contém, ainda, vasos sanguíneos calibrosos, que são responsáveis pela irrigação da 
cabeça. 
 
 Tórax: 
 
Quanto ao tórax, o seu interior, na chamada cavidade torácica, contempla a parte 
inferior do trato respiratório (vias aéreas inferiores), os pulmões, o esôfago, o coração e os 
grandes vasos sanguíneos, que chegam ou saem do coração. É sustentado por uma estrutura 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
47 
óssea da qual fazem parte a coluna vertebral torácica, as costelas, o esterno, as clavículas e a 
escápula. 
 
 Abdome: 
 
O abdome está separado internamente do tórax pelo músculo diafragma e contém 
basicamente órgãos do aparelho digestivo e urinário. Possui grandes vasos no seu interior, 
que irrigam as vísceras abdominais e os membros inferiores. 
 
 Membros: 
 
Dos membros, dois são superiores ou torácicos e dois são inferiores ou pélvicos. 
Possuem uma raiz, que se une ao tronco e uma parte livre. A raiz do membro superior 
corresponde ao ombro e a parte livre divide-se em: braço, antebraço e mão, a parte anterior 
da mão é o dorso e a posterior a palma. A raiz do membro inferior é chamada quadril e a 
parte livre divide-se em coxa, perna e pé, onde se encontra a planta e o dorso do pé. 
 
5.3 Variação Anatômica e Normal 
 
Uma vez que anatomia utiliza como material de estudo o corpo do animal e, no 
caso da anatomia humana, o homem, torna-se necessário fazer alguns comentários sobre 
este material. A simples observação de um grupamento humano evidencia, de imediato, 
diferenças morfológicas entre os elementos que compõem o grupo. Estas diferenças 
morfológicas são denominadas variações anatômicas e podem apresentar-se externamente 
ou em qualquer dos sistemas do organismo, sem que isso traga prejuízo funcional para o 
indivíduo. 
 
5.3.1 Fatores Gerais de Variação Anatômica 
 
As variações anatômicas individuais são acrescentadas a alguns fatores decorrentes 
da idade, do sexo, da raça, do biótipo, e da evolução humana (PIRES, 2012). 
 
a) idade: notáveis modificações anatômicas ocorrem desde a fase intrauterina até a 
fase senil. Exemplo: o timo, que atinge seu máximo na vida fetal e com o 
progredir da idade regride, até desaparecer na vida adulta; 
b) sexo: é o caráter do masculino ou feminino. Mesmo os órgãos que são comuns a 
ambos os sexos podem apresentar variações. Por exemplo, a disposição de 
tecido gorduroso subcutâneo, habitualmente mais frequente no sexo feminino; 
c) raça: cada agrupamento humano possui caracteres físicos comuns, externa e 
internamente relacionados às raças branca, negra e amarela. Um exemplo é a 
vascularização do coração que é muito mais abundante no negro do que no 
branco; 
d) biótipo: é o resultado da soma dos caracteres herdados e dos caracteres 
adquiridos por influência do meio e da sua inter-relação. Distinguem-se os 
grupos chamados de longilíneos, mediolíneos e brevelíneos; 
e) evolução: sugere o aparecimento de diferenças morfológicas, no decorrer dos 
tempos. 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
48 
5.3.2 Anomalias e Monstruosidade 
 
Quando a modificação do padrãoanatômico causa prejuízo funcional, no entanto 
permite a continuidade da vida do indivíduo, diz-se que se trata de uma anomalia. Se esta 
for acentuada, de modo a deformar profundamente a construção do corpo do indivíduo, 
sendo, em geral, incompatível com a vida, denomina-se monstruosidade. Como exemplo de 
monstruosidade tem-se a agenesia, que quer dizer a não formação do encéfalo. O estudo 
deste assunto é feito em Teratologia. 
 
5.3.3 Posição Anatômica 
 
Para evitar o uso de termos diferentes nas descrições anatômicas, considerando-se 
que a posição pode ser variável, optou-se por uma posição padrão, denominada posição de 
descrição anatômica, conforme ilustra a Figura 2 a seguir. 
 
Figura 2 - Posição anatômica 
 
 
Fonte: Pires (2012) 
 
5.3.4 Planos Anatômicos 
 
Para efeitos de estudo, utilizam-se vários planos de divisão do corpo, os chamados 
planos anatômicos, como ilustra a Figura 3 abaixo. 
 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
49 
Figura 3 - Planos anatômicos 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
 Plano sagital mediano: 
 
É um plano imaginário que passa longitudinalmente pelo corpo e o divide em 
metades direita e esquerda. O plano sagital mediano atravessa as superfícies ventral e dorsal 
do corpo nas chamadas linhas medianas ou médias anteriores e linhas medianas ou médias 
posteriores, respectivamente. 
 
 Plano frontal ou coronal: 
 
É todo plano que intercepta o plano sagital mediano em um ângulo reto e divide o 
corpo em metades anterior e posterior. 
 
 Plano transversal ou horizontal: 
 
É todo plano que divide o corpo em metades superior e inferior. 
 
Vários termos são utilizados para se descrever as posições dos elementos 
anatômicos. O termo medial significa mais próximo à linha mediana, e lateral o mais 
afastado dele. Como exemplos: na mão, o polegar é lateral ao dedo mínimo, enquanto que 
no pé, o hálux (dedo grande) é medial ao dedo mínimo. Na perna, a face correspondente à 
tíbia é a face medial e a correspondente à fíbula a face lateral; 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
50 
O termo proximal significa mais próximo da raiz do membro ou origem do órgão e 
distal o mais afastado. Assim, no membro superior, onde o ombro é a raiz, tem-se como 
exemplo o cotovelo e o punho, sendo o cotovelo mais proximal da raiz em relação ao punho, 
e este seria mais distal. O termo superior significa o mais próximo da extremidade superior e 
inferior o mais próximo da extremidade inferior. Assim, tem-se o lábio superior e o inferior; 
a pálpebra superior e a inferior. 
 
5.3.5 Eixos Imaginários 
 
O corpo humano também é dividido em três eixos imaginários, os quais serão 
ilustrados pela Figura 4 e descritos a seguir. 
 
Figura 4 - Eixos imaginários 
 
Fonte: Elaborada pelo autor (2014) 
 
 Eixo vertical ou longitudinal: une a cabeça aos pés, classificado como heteropolar. 
Na posição de pé, situa-se em ângulo reto em relação ao solo. 
 
 Eixo de profundidade ou anteroposterior: une o ventre ao dorso, classificado 
como heteropolar. Dispõe-se em ângulo reto em relação ao eixo longitudinal. 
 
 Eixo de largura ou transversal: une o lado direito ao lado esquerdo, classificado 
como homopolar. Forma um ângulo reto com ambos os eixos, anteriormente 
mencionados. 
 
Os termos aferente e eferente indicam direção e são usados em anatomia para 
vasos e nervos. Aferente significa que impulsos nervosos ou o sangue são conduzidos da 
periferia para o centro, enquanto que eferente se refere à condução do centro para a 
periferia. 
 
5.4 Anatomia e Fisiologia do Sistema Ósseo 
 
O termo osteologia significa o estudo dos ossos. Apesar de sua aparência simples, o 
osso é um tecido vivo, complexo e dinâmico, formado por um conjunto de tecidos distintos e 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
51 
especializados que contribuem para seu arranjo final. Entre eles destacam-se o tecido ósseo, 
cartilaginoso, epitelial, tecidos formadores de sangue, nervoso e adiposo. Por esta razão, 
cada osso individual é um órgão. Partindo-se do princípio que um conjunto de órgãos que 
atuam com o mesmo objetivo funcional constitui um sistema, conclui-se que o conjunto 
formado por ossos e cartilagens dará origem ao Sistema Ósseo. 
 
As funções do sistema ósseo são: 
 
a) sustentação do organismo (apoio para o corpo); 
b) proteção de estruturas vitais (coração, pulmões, cérebro); 
c) base mecânica para o movimento; 
d) armazenamento de sais (cálcio, por exemplo); 
e) hematopoiese (produção de novas células sanguíneas). 
 
Os ossos podem ser classificados, de acordo com o formato, em quatro tipos: 
 
a) longos: comprimento maior que a largura e a espessura. Possuem uma parte 
média longa, chamada de diáfise e extremidades chamadas de epífise. Nas 
crianças existe uma camada entre a epífise e a diáfise chamada de placa 
epifisária, que é responsável pelo crescimento em comprimento do osso. 
Exemplos: fêmur, rádio, ulna e falanges; 
b) curtos: comprimento, largura e espessura que são aproximadamente iguais: 
Exemplo: ossos do carpo; 
c) chatos: comprimento e largura, que se equivalem e predominam sobre a 
espessura. Exemplos: escápula; 
d) irregulares: são ossos que não equivalem nem em comprimento, nem em largura 
e nem em espessura. Exemplos: ossos da base do crânio. 
 
5.4.1 Divisão do Esqueleto 
 
O esqueleto é dividido em axial, que é composto pelos ossos da cabeça, pescoço e 
tronco, constituindo um total de 74 ossos (22 ossos do crânio, 26 da coluna vertebral, 1 osso 
hioide, e 25 das costelas e esterno); e apendicular, que é composto pelos membros 
superiores e inferiores, constituindo um total de 64 132 ossos (64 ossos dos membros 
superiores, 62 dos membros inferiores e 6 ossos dos ossículos da orelha). A união do 
esqueleto axial com o apendicular se faz mediante cinturas escapular e pélvica. Diante do 
exposto, afirma-se que o corpo humano é constituído por, aproximadamente, 206 ossos 
(BRASIL, 2003). 
 
A seguir apresenta-se a descrição da composição do esqueleto axial. 
 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
52 
 Cabeça: 
 
Figura 5 - Ossos da cabeça 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
Como ilustrado pela Figura 5 acima, a cabeça é formada pela face e crânio. O crânio 
é uma caixa óssea rígida que dá proteção ao encéfalo e possui orifícios de saída para os 
nervos cranianos e para a medula espinhal, além de fornecer abrigo para órgãos dos 
sentidos. É composto de vários ossos que formam junturas imóveis. Sua parte superior é 
convexa e recebe a denominação de calvária, enquanto que sua parte inferior é denominada 
base do crânio. Seus ossos pares são: parietais e temporais e os ímpares são: frontal, 
occipital, etmoide e esfenoide. 
 
Figura 6 - Esqueleto da face 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
A face, como demonstra a Figura 6, é a parte anterior da cabeça, da fronte até ao 
mento, e de uma orelha externa até à outra. O formato básico da face é determinado pelos 
ossos subjacentes. Seus ossos estão basicamente fundidos e o único osso móvel da cabeça é 
a mandíbula, que é responsável pela mastigação. 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
53 
Localizam-se na face as cavidades onde se abrigam os órgãos dos sentidos do 
paladar, do olfato e da visão (em conjunto com o crânio). As cavidades nas quais se abrigam 
os olhos são chamadas de órbitas e são formadas por partes de vários ossos do crânio e da 
face. O nariz é formado pelos ossos nasais e na sua maior parte por tecido cartilaginoso. Os 
dentes se implantam no maxilar e na mandíbula. Os ossos pares da face são: nasais, 
lacrimais, cornetos, zigomáticos, palatinos, maxilas e os ímpares são: o vômer e a mandíbula. 
 
 Tronco: 
 
No tronco estão a coluna vertebral e a caixa torácica. A coluna vertebral é 
constituída pela superposição de umasérie de ossos isolados denominados vértebras. 
Superiormente, se articula com o osso occipital (crânio); inferiormente, articula-se com o 
osso do quadril (Ilíaco). 
 
Figura 7 - Coluna vertebral 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
Como ilustra a Figura 7, a coluna vertebral (Figura 7) é dividida em cinco regiões: 
Cervical, Torácica, Lombar, Sacral e Coccígea. São 7 vértebras cervicais, sendo as duas 
primeiras denominadas Atlas e Axis, respectivamente, 12 orácicas, 5 lombares, 5 sacrais e 
cerca de 4 coccígeas. Cada vértebra possui um espaço no centro, conhecido como forâmen 
vertebral, como ilustra a Figura 8. O posicionamento das vértebras, umas sobre as outras, 
permite a formação do canal vertebral, por onde passa a medula espinhal. 
 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
54 
Figura 8 - Forâmen vertebral 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
A Figura 9 a seguir ilustra a caixa torácica, que é composta por vinte e quatro 
costelas, além do osso esterno. As costelas têm forma chata e alongada e o espaço entre 
elas é chamado de intercostal. Na sua maioria, fixa-se posteriormente nas vértebras da 
região torácica ou dorsal e anteriormente no osso esterno - osso achatado composto pelo 
manúbrio (parte superior), corpo (parte mediana) e apêndice xifoide (parte inferior). 
 
Figura 9 - Caixa torácica 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
Aquelas diretamente articuladas ao osso esterno são denominadas costelas 
verdadeiras (da 1ª a 7ª); as costelas falsas (da 8ª a 10ª) são aquelas que se articulam com as 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
55 
cartilagens do osso esterno, e não diretamente a ele. Já as costelas flutuantes (11ª e 12ª) 
são aquelas que não têm contato com o osso esterno, sendo fixadas nas vértebras da região 
dorsal. 
 
A caixa torácica óssea, além das costelas e esterno, inclui as vértebras torácicas e 
seus discos intervertebrais, formando um arcabouço ósteo-cartilaginoso que protege o 
coração, pulmões e alguns órgãos abdominais, como o fígado, por exemplo. 
 
A seguir, apresentam-se os estudos acerca da composição do esqueleto 
apendicular, os membros superiores e inferiores. 
 
O esqueleto dos membros superiores é composto pela cintura escapular (cíngulo 
peitoral) e pelos ossos dos braços e mãos. A cintura escapular une-se anteriormente ao 
manúbrio esternal e é formada pelas clavículas e escápulas. Embora seja muito móvel, a 
cintura escapular é sustentada e estabilizada por músculos inseridos nas costelas, esterno e 
vértebras. 
 
A região do braço inicia-se no ombro ou cintura escapular, de onde parte a clavícula 
– osso longo e fino, situado na parte anterior do corpo. A escápula, de forma achatada e 
triangular, localiza-se na sua parte posterior. O úmero, que é osso do braço situado na 
porção proximal, apresenta forma longa e tem uma das extremidades encaixada na escápula 
– gerando a articulação que permite a realização de movimentos diferenciados em várias 
direções. 
 
O antebraço (porção distal), por sua vez, é composto por dois ossos denominados 
rádio e ulna, que se articulam com o úmero em uma de suas extremidades, formando o 
cotovelo. Para se distinguir os ossos do antebraço, basta esticar o braço com a palma da mão 
voltada para cima e observar que o osso do mesmo lado do dedo polegar é o rádio; o outro, 
na direção do dedo mínimo, é a ulna. Estes dois ossos possuem forma longa, porém são mais 
finos quando comparados ao úmero, como se pode observar na Figura 10 a seguir. 
 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
56 
Figura 10 - Ossos dos membros superiores 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
Nas mãos, como ilustra a Figura 11, encontram-se três diferentes grupos de ossos. 
O punho ou carpo é formado por oito pequenos ossos. Na palma da mão ou metacarpo, 
somam-se cinco ossos pequeninos. Os dedos compõem-se de três ossículos denominados 
falange proximal, falange medial e falange distal – exceto o polegar, formado por apenas 
dois ossículos (não há falange medial). 
 
Figura 11 - Ossos da mão 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
O quadril ou cintura pélvica, como se observa na Figura 12 abaixo, é considerado 
parte integrante do esqueleto dos membros inferiores. É formado por três ossos - ilíaco, 
ísquio e púbis – que, juntamente, com o sacro e o cóccix, constituem a bacia ou pelve. O íleo 
é o maior osso do quadril e situa-se na parte superior lateral da pelve, oferecendo suporte 
para as vísceras abdominais. Forma a parte superior do acetábulo (depressão côncava) na 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
57 
face lateral do osso do quadril, onde se articula com a cabeça do fêmur. Sua parte superior é 
conhecida como crista ilíaca. O ísquio forma a parte póstero-inferior da pelve e é o principal 
ponto de apoio quando a pessoa está sentada. O púbis situa-se na parte anterior da pelve e 
liga-se ao ílio e ao ísquio, originando o que se denomina sínfise púbica. 
 
Figura 12 - Ossos da cintura pélvica 
 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
Na coxa, encontra-se o fêmur, o mais longo osso do corpo humano, que tem uma 
de suas extremidades articuladas com o quadril e a outra, com o joelho. A patela fica 
localizada no joelho, o qual une a coxa com a perna. A tíbia localiza-se na parte anterior da 
perna; a fíbula, na parte posterior. Podem ser diferenciadas pela espessura: a primeira é 
mais grossa que a segunda (também conhecida como osso da canela). A extremidade distal 
da fíbula forma o maléolo externo, chamado de osso do tornozelo, como ilustra a Figura 13 a 
seguir. 
 
Figura 13 - Ossos dos membros inferiores 
 
 
Fonte: Thais Arraes (2016) 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
58 
Os pés, principais pontos de apoio de todo o esqueleto, são compostos por três 
divisões distintas: tarso, metatarso e falange. Tarso (com sete ossos) é a parte articulada 
com a perna, onde também se encontra o calcanhar; o metatarso (com cinco ossos) é a 
região mediana do peito do pé; a falange (com quatorze ossos) é a extremidade do corpo e 
divide-se em proximal, média e distal. O hálux só possui a falange proximal e distal. Em um 
pé, totalizam-se 26 ossos, conforme ilustra a Figura 14. 
 
Figura 14 - Ossos do pé 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
5.5 Anatomia e Fisiologia do Sistema Articular 
 
Articulação ou juntura é a união entre duas peças (ossos ou cartilagens), que agem 
como alavancas na movimentação óssea, promovendo o crescimento de ossos longos, 
formando elementos que amortecem o movimento, entre outras funções. Embora as 
articulações apresentem diferenças significativas entre si, é possível classificá-las de diversas 
formas, como quanto ao tipo de movimento que elas promovem, o tipo de tecido que 
interpõe as peças articuláveis, a dependência dos antímeros para a articulação e também de 
acordo com os componentes da articulação. 
 
5.5.1 Classificação das Articulações 
 
De acordo com o tecido que interpõe as peças articuláveis, podem-se classificar as 
articulações em três grandes grupos: as articulações fibrosas, cartilagíneas e sinoviais, 
conforme descrito a seguir. 
 
 Fibrosas: 
 
Unidas por tecido fibroso, possui pequeno grau de mobilidade. São do tipo: 
 
a) suturas: são junturas fibrosas onde os ossos estão próximos. São encontradas 
nos ossos do crânio. Podem ser do tipo plana, quando as margens dos ossos são 
planas (ossos frontais); denteada ou serrátil, quando as margens dos ossos são 
em forma de dente de serra (a maioria das junturas dos ossos da cabeça); e 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
59 
escamosa, quando as margens dos ossos são em forma de escama (osso parietal 
e osso temporal); 
b) sindesmoses: são junturas cuja união dos ossos ocorre por umalonga faixa de 
tecido fibroso, formando, assim, ligamentos ou membranas interósseas. 
Apresenta baixo grau de movimentação. Um dos exemplos é a membrana 
interóssea entre o osso rádio e a ulna; 
c) gonfose: este tipo de articulação fibrosa é específico da ligação entre os dentes e 
os alvéolos dentários, e tem a função precípua de firmar o dente no seu 
receptáculo. É uma articulação imóvel, e caso haja movimentos maiores que 
0,5mm, consideram-se patológicos; 
d) esquindelese: é uma articulação fibrosa na qual uma parte a se articular forma 
uma calha e a outra parte uma crista, fazendo, assim, a articulação. Ela é 
exemplificada pela articulação vômero-esfenoidal. 
 
 Cartilagíneas: 
 
As articulações cartilaginosas são caracterizadas pela interposição de tecido 
cartilaginoso, seja fibrocartilagem, cartilagem hialina ou ambas. A seguir, seguem exemplos 
deste tipo de articulação. 
 
a) sincondroses: os ossos de uma articulação do tipo sincondrose estão unidos por 
uma cartilagem hialina. Muitas sincondroses são articulações temporárias, com a 
cartilagem sendo substituída por osso com o passar do tempo (isso ocorre em 
ossos longos e entre alguns ossos do crânio). As articulações entre as dez 
primeiras costelas e as cartilagens costais são sincondroses permanentes; 
b) sínfises: as superfícies articulares dos ossos unidos por sínfises estão cobertas 
por uma camada de fibrocartilagem. Entre os ossos da articulação há um disco 
fibrocartilaginoso (é característica distintiva da sínfise). Esses discos, por serem 
compressíveis, permitem que a sínfise absorva impactos. A articulação entre os 
ossos púbicos e a articulação entre os corpos vertebrais são exemplos de sínfises. 
Outros exemplos: manúbrio-esternal; intervertebrais; sacrais; púbica; do mento. 
 
 Sinoviais: 
 
As articulações sinoviais são unidas por cartilagem com uma membrana sinovial que 
circunda a cavidade articular. Para a obtenção de um desempenho adequado e sem atritos, 
a maioria dessas articulações possui um lubrificante denominado líquido sinovial, razão de 
seu nome. Ressalta-se que as articulações sinoviais são as mais comuns e proporcionam o 
movimento livre entre os ossos que une, caracterizando-se pela presença em quase todas as 
articulações dos membros. 
 
Na composição dessas articulações encontra-se a cartilagem articular que reveste 
as superfícies articulares dos ossos. A união dos ossos ocorre por meio da cápsula articular e 
dos ligamentos. Na cápsula articular é encontrado o líquido sinovial (sinóvia), que ocupa a 
cavidade articular e lubrifica a juntura. 
 
Este tipo de articulação também apresenta componentes chamados de acessórios, 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dente
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
60 
ou seja, não estão presentes em todas as articulações sinoviais. Um deles são os discos e 
meniscos, que tem como função reduzir os impactos mecânicos na articulação. Os lábios ou 
orlas aumentam a profundidade da cavidade articular, permitindo melhor contato entre as 
superfícies que irão se articular. 
 
Bolsas sinoviais são estruturas saculares que contêm líquido similar ao sinovial, e 
estão situadas entre a pele e os ossos, tendão e osso, músculo e osso e ligamento e osso, 
cuja função é aliviar o atrito em algumas articulações como joelho e ombro. As bainhas dos 
tendões são estruturas tubulares que envolvem os tendões nas regiões onde o atrito é 
maior, como se pode observar na Figura 15 a seguir. 
 
Figura 15 - Componentes da articulação sinovial 
 
 
Fonte: Thais Arraes (2016) 
 
5.5.2 Movimentos Articulares 
 
Os principais movimentos articulares serão descritos a seguir e ilustrados pela 
Figura 16. 
 
 Flexão: 
 
Movimento no plano sagital, em que dois segmentos do corpo (proximal e distal) 
aproximam-se um do outro. 
 
 Extensão: 
 
Movimento no plano sagital, em que dois segmentos do corpo (proximal e distal) 
afastam-se um do outro. Quando este movimento ultrapassa a posição anatômica é 
chamada de Hiperextensão. 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
61 
 Abdução: 
 
Movimento no plano frontal, quando um segmento move-se para longe da linha 
central (média) do corpo. 
 
 Adução: 
 
Movimento no plano frontal, a partir de uma posição de abdução de volta à posição 
anatômica, podendo até ultrapassá-la – Adução além da linha média. 
 
 Circundução: 
 
Movimento circular de um membro que descreve um cone, combinando os 
movimentos de flexão, extensão, abdução e adução. 
 
 Rotação externa: 
 
Movimento no plano horizontal, em que a face anterior volta-se para o plano 
mediano do corpo. 
 
 Rotação interna: 
 
Movimento no plano horizontal, em que a face anterior volta-se para o plano lateral 
do corpo. 
 
Figura 16 - Movimentos articulares 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
62 
Para classificar as articulações quanto à funcionalidade, leva-se em consideração se 
a movimentação é feita em um, dois ou três eixos, chamados de articulação monoaxial, 
biaxial ou triaxial. 
 
 Articulação monoaxial: 
 
Considera-se monoaxial quando uma articulação realiza movimentos apenas em 
torno de um eixo (1 grau de liberdade). As articulações que só permitem a flexão e extensão, 
como a do cotovelo, são monoaxiais. As principais variações monoaxiais são: 
 
a) gínglimo ou articulação em dobradiça, quando as superfícies articulares 
permitem movimento em um só plano. As articulações são mantidas por fortes 
ligamentos colaterais. Por exemplo: articulações interfalangeanas e úmero-ulnar; 
e, 
b) trocoide ou articulação em pivô, quando o movimento é exclusivamente de 
rotação. A articulação é formada por um processo em forma de pivô, rodando 
dentro de um anel ou um anel sobre um pivô. Por exemplo: articulação rádio-
ulnar proximal e atlanto-axial. 
 
 Articulação biaxial: 
 
Diz-se biaxial, quando uma articulação realiza movimentos em torno de dois eixos 
(2 graus de liberdade). As articulações que realizam extensão, flexão, adução e abdução, 
como a rádio-cárpica (articulação do punho) são biaxiais. Algumas variações das articulações 
biaxiais são: 
 
a) condilar, quando uma superfície articular ovoide ou condilar é recebida em uma 
cavidade elíptica, de modo a permitir os movimentos de flexão e extensão, 
adução e abdução e circundação, ou seja, todos os movimentos articulares, 
menos a rotação axial. Por exemplo: articulação do pulso; e, 
b) selar, quando as faces ósseas são reciprocamente côncavo-convexas. Permitem 
os mesmos movimentos das articulações condilares. Por exemplo: carpo-
metacárpicas do polegar. 
 
 Articulação triaxial: 
 
Quando uma articulação realiza movimentos em torno de três eixos (3 graus de 
liberdade). As articulações, que além de flexão, extensão, abdução e adução, permitem 
também a rotação, são ditas triaxiais, cujos exemplos típicos são as articulações do ombro e 
do quadril. Há uma variedade onde o movimento é poliaxial, chamada articulação esferoide 
ou enartrose, que é uma forma de articulação na qual o osso distal é capaz de movimentar-
se em torno de vários eixos, que tem um centro comum. 
 
Existe ainda outro tipo de articulação chamada articulação plana, que permite 
apenas movimentos deslizantes. Exemplos: articulações dos corpos vertebrais e em algumas 
articulações do carpo e do tarso. 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
63 
5.6 Anatomia e Fisiologia do Sistema Muscular 
 
As células musculares, chamadas de fibras musculares, são especializadas em 
realizar a contração e o relaxamento. Estas fibras se unem em feixes para formar músculos, 
os quais se encontram fixados por suas extremidades. Assim, músculos são estruturas que 
movem os segmentos do corpo por encurtamento da distância que existe entre suas 
extremidadesfixadas, ou seja, por contração. Dentro do aparelho locomotor, os músculos 
são elementos ativos do movimento. Porém, a musculatura não assegura só a dinâmica, mas 
também a estática do corpo humano, pois mantém unida as peças ósseas determinando a 
posição e a postura do esqueleto. 
 
O músculo, constituído por fibras, possui forma alongada. A parte central é 
alargada, conhecida como ventre (porção carnosa contrátil) e as extremidades são 
afuniladas e se fixam aos ossos ou órgãos por meio de tendões (cordões fibrosos) ou 
aponeuroses (lâminas fibrosas). Tanto tendões quanto aponeuroses são esbranquiçados e 
brilhantes, muito resistentes, e praticamente inextensíveis, constituídos por tecido 
conjuntivo denso, rico em fibras colágenas. 
 
Ainda existe a fáscia muscular, que é uma lâmina de tecido conjuntivo que envolve 
cada músculo. Sua espessura pode variar de acordo com a função desempenhada. A função 
da fáscia é promover proteção e contenção durante os movimentos de tração, além de 
facilitar o deslizamento dos músculos entre si. Cada fibra muscular é uma célula longa e fina, 
com vários núcleos e filamentos microscópicos a preencher seu citoplasma. O conjunto de 
fibras constitui o feixe muscular e cada músculo possui numerosos feixes. Existem três tipos 
de músculos no corpo humano: músculos esqueléticos, músculos lisos e músculo cardíaco. 
Cada tipo tem características próprias e desempenha funções distintas. 
 
 Músculos esqueléticos: 
 
São chamados de esqueléticos porque estão ligados aos ossos do esqueleto, como 
ilustra a Figura 17. Podem ser denominados de músculos voluntários por serem responsáveis 
pelos movimentos voluntários e de estriados, porque apresentam estriações quando vistos 
ao microscópio. 
 
Figura 17 - Músculo esquelético 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
64 
Estão sob o controle do sistema nervoso central. Áreas específicas do cérebro 
enviam suas ordens por meio de estímulos nervosos que seguem pela medula espinhal e 
pelos nervos periféricos até chegarem ao músculo, que se contrai ou relaxa dependendo do 
tipo de movimento desejado. Todos os movimentos corporais resultam da contração ou 
relaxamento dos músculos esqueléticos. Certos movimentos mais complexos envolvem a 
ação de vários músculos simultaneamente. 
 
 Músculos lisos: 
 
São chamados de lisos por não apresentarem estriações à microscopia. Estão sob o 
controle do sistema nervoso autônomo, o que os caracteriza por músculos involuntários, 
visto que sua atividade independe de comando central consciente. A Figura 18 a seguir 
apresenta um exemplo de músculo liso. 
 
Figura 18 - Músculo liso 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
Os músculos lisos são encontrados na parede da maioria dos órgãos tubulares do 
organismo, como os do tubo digestivo, aparelho urinário, vasos sanguíneos e brônquios. A 
contração e o relaxamento destes músculos alteram o calibre dos órgãos tubulares influindo, 
assim, no fluxo de substâncias por meio da sua luz (parte oca do órgão). São responsáveis, 
por exemplo, pela vasoconstrição e vasodilatação dos vasos sanguíneos, como também da 
motilidade gastrointestinal que promove a progressão do bolo alimentar a partir do tubo 
digestivo. 
 
 Músculo cardíaco: 
 
Tipo de músculo especial que possui estriações à microscopia, como ilustra a Figura 
19, mas que é involuntário. Está presente apenas no coração. A massa muscular cardíaca 
recebe o nome de miocárdio e é responsável pela função de bombeamento do coração. 
 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
65 
Figura 19 - Músculo cardíaco 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
5.6.1 Principais Músculos do Corpo 
 
Os principais músculos do corpo humano são aqueles da face e pescoço, e os 
músculos dos membros superiores e inferiores. 
 
 Músculos da face e pescoço: 
 
Os músculos da face, ilustrados pela Figura 20, contraem-se e relaxam-se inúmeras 
vezes, o que os permite expressar sensações como sorrir, chorar, espantar-se, sentir dor, 
raiva, etc. Cada uma dessas expressões envolve movimentos de diversos músculos faciais, 
também conhecidos como mímicos. 
 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
66 
Figura 20 - Músculos da face e do pescoço 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
Os principais músculos da face e do pescoço são: frontal, músculo do supercilio, 
orbicular dos olhos, músculo do nariz, bucinador, masseter, orbicular dos lábios, músculo 
depressor do lábio inferior e músculos platisma e esternocleidomastoides, conforme 
descrito a seguir. 
 
a) frontal: situa-se na testa e forma rugas quando elevado; 
b) músculo do supercílio: realiza os movimentos de elevação e aproximação das 
sobrancelhas; 
c) orbicular dos olhos: localiza-se em torno das pálpebras e realiza os movimentos 
de abrir e fechar os olhos; 
d) músculo do nariz: responsável pelo movimento de franzir o nariz; 
e) bucinador: situa-se na bochecha e atua nos movimentos de inflar e contrair; 
f) masseter: localiza-se nos lados da face, movimentando-se durante a mastigação. 
g) orbicular dos lábios: situa-se em volta dos lábios e é responsável pelo sopro, 
sucção, beijo estalado e assobio; 
h) músculo depressor do lábio inferior: atua na projeção do lábio inferior e na 
contração do queixo; 
i) músculos platisma e esternocleidomastoide: encontrados no pescoço, são 
responsáveis pela rotação da cabeça. 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
67 
 Músculos dos membros superiores: 
 
A Figura 21 a seguir ilustra os músculos dos membros superiores, do tronco e dos 
membros inferiores. 
 
Figura 21 - Músculos dos membros superiores, do tronco e dos membros inferiores 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
Na região do braço localizam-se os músculos com grandes massas, responsáveis 
pela força. Os principais são descritos a seguir. 
 
a) deltoide: encontra-se na articulação do ombro e produz a elevação do braço - é 
nele que se aplica a injeção intramuscular; 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
68 
b) bíceps: localiza-se na parte anterior do braço, sendo responsável pela flexão do 
antebraço sobre si mesmo – é bem delineado em pessoas que exercem práticas 
esportivas; 
c) tríceps: situa-se na parte posterior do braço e afasta o antebraço do bíceps; 
d) flexor dos dedos: situa-se na parte anterior do antebraço e promove a flexão dos 
dedos; 
e) extensor dos dedos: localiza-se na parte posterior do antebraço, sendo 
responsável pelo afastamento dos dedos. 
 
 Músculos do tórax: 
 
Os principais são músculos do tórax encontram-se descritos a seguir e ilustrados 
pela Figura 21 acima exibida. 
 
a) trapézio: localiza-se na região superior das costas, sendo responsável pela 
elevação dos ombros - é nele que se realiza a massagem de conforto; 
b) grande dorsal: situa-se na região inferior das costas, tendo como função principal 
levar o braço para trás; 
c) peitoral maior: como o nome indica, localiza-se no peito, permitindo o 
movimento do braço para a frente; 
d) grande denteado: situa-se na parte lateral do tórax, promovendo a elevação das 
costelas, ajudando, dessa forma, o processo de respiração. 
 
 Músculos do abdome: 
 
A seguir descrevem-se os principais são músculos do tórax ilustrados pela Figura 21 
exibida anteriormente. 
 
a) reto abdominal: localiza-se na frente do abdome ou barriga, sendo responsável 
por dobrar o tórax sobre o abdome, ajudando na inspiração (entrada de ar no 
organismo) forçada; 
b) oblíquo externo: situa-se nos lados do abdome. Atua comprimindo as vísceras e 
inclinando o tórax para frente; 
c) diafragma: separa o tórax do abdome e ajuda na inspiração. A musculatura 
abdominal é também responsável pela sustentaçãodo peso e pressão dos 
órgãos viscerais. 
 
 Músculos dos membros inferiores: 
 
Por fim, apresentam-se os músculos dos membros inferiores já ilustrados na Figura 
21 exibida acima. 
 
a) grande glúteo ou glúteo superior: localiza-se nas nádegas e permite a extensão 
da coxa; 
b) quadríceps: situa-se na parte anterior da coxa, sendo responsável pela extensão 
da perna; 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
69 
c) costureiro: é o músculo mais longo do corpo. Inicia-se no quadril, cruza a coxa e 
termina na lateral interna do joelho. Sua função é aproximar a coxa do abdome; 
d) bíceps crural ou femoral: localiza-se na face posterior da coxa, permitindo o 
movimento de flexão das pernas; 
e) gêmeos ou gastrocnêmicos: situam-se na face posterior da perna (“batata” da 
perna) e são responsáveis pela extensão dos pés. Por sua vez, os pés apresentam 
movimentos de extensão, flexão e rotação – possíveis devido à utilização dos 
músculos extensores e flexores neles inseridos por meio dos tendões, conforme 
ilustra a Figura 22 a seguir. 
 
Figura 22 - Músculos do pé 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
5.7 Anatomia e Fisiologia do Sistema Tegumentar 
 
Como preconizado em Brasil (2003a), a pele reveste todo o corpo humano, 
exercendo funções indispensáveis para a manutenção da vida, tais como a manutenção da 
temperatura corporal, a proteção contra agressões físicas, químicas e biológicas, a captação 
de sensações e a participação da síntese de vitamina D, pela utilização dos raios solares. 
 
A pele é composta pela mucosa, que é nome dado ao tegumento que reveste 
internamente as cavidades como, por exemplo, a mucosa oral. A coloração da pele depende 
da espessura (quanto mais espessa mais amarela), do grau de irrigação sanguínea (o que a 
torna mais ou menos rosada), da presença de melanina (um pigmento que escurece a pele) e 
da absorção do caroteno (responsável pela tonalidade amarela). Quanto maior a quantidade 
de melanina existente, mais intensa será a cor. 
 
5.7.1 As Camadas da Pele 
 
De acordo com Brasil (2003a), a pele é formada por três camadas: a epiderme, a 
derme e a hipoderme ou tecido celular subcutâneo, conforme descrito a seguir. 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
70 
 Epiderme: 
 
Formada por cinco camadas, a epiderme tem a camada córnea, a quinta delas, 
como sendo a mais rica em queratina. Esta compõe as palmas das mãos e das plantas dos 
pés. A camada responsável pelo surgimento das células epiteliais é a aquela mais interna, 
que se situa acima da derme. É chamada de germinativa ou basal. À medida que as células 
vão surgindo na camada basal, as outras vão amadurecendo e sendo empurradas para a as 
camadas superiores por aquelas mais jovens, sofrendo um processo de queratinização que 
as torna mais resistentes e impermeáveis, até que se depositem na camada superior da 
epiderme, momento em que estarão mortas e serão eliminadas por um processo chamado 
de descamação. 
 
A melanina, que é responsável pela coloração da pele, também está localizada 
nesta camada. Nas pessoas da raça negra a melanina exerce maior concentração. A 
epiderme é responsável pela impermeabilidade da pele, e isto dificulta a evaporação da 
água pela superfície do corpo. 
 
 Derme: 
 
Ainda conforme Brasil (2003a), a derme está localizada logo abaixo da epiderme. 
Trata-se de um tipo de tecido conjuntivo que também possui fibras elásticas. Esta é uma 
camada bem vascularizada, onde se encontram as terminações nervosas, os vasos linfáticos, 
as glândulas sebáceas e alguns folículos pilosos. Na derme se desenvolvem as defesas contra 
os agentes nocivos foram capazes de vencer a primeira camada, que é a epiderme. 
 
Nesta camada, que é bem vascularizada, encontram-se as terminações nervosas, 
vasos linfáticos, glândulas sebáceas e alguns folículos pilosos. Nela se desenvolvem as 
defesas contra agentes nocivos que tenham vencido a primeira barreira, ou seja, a 
epiderme. A maioria dos testes cutâneos é realizada na derme, bem como a administração 
de vacinas, tais como a BCG. A derme mantém a pele em constante tensão elástica e forma 
impressão digital pela projeção das papilas dérmicas para a epiderme, em formato de 
cristas, separadas por sulcos. 
 
 Hipoderme: 
 
O tecido celular subcutâneo ou hipoderme encontra-se logo abaixo da derme. 
Trata-se de um tecido conjuntivo, gorduroso, que representa uma importante reserva 
calórica para o organismo. Além disso, em algumas partes do corpo funciona como um 
coxim (uma espécie de almofada), chamado de panículo adiposo. 
 
Na hipoderme encontram-se os excessos de gordura. Em contrapartida, o panículo 
adiposo protege contra o fio. Distribui-se por toda a superfície do corpo e varia de acordo 
com a idade, sexo, estado nutricional e taxa de hormônios. A hipoderme é mais 
vascularizada que a derme, e, neste sentido, é capaz de absorver mais rapidamente as 
substâncias nela injetadas. Por esta razão é que recebe a administração de determinadas 
medicações, tais como a insulina, no caso de pacientes diabéticos (BRASIL, 2003a). 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
71 
5.7.2 Os Anexos da Pele 
 
Os anexos da pele são: os pelos, glândulas sebáceas, glândulas sudoríparas e unhas, 
conforme se pode observar na Figura 23 a seguir. 
 
Figura 23 - Camadas e anexos da pele 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
 Pelos: 
 
Constituídos por células queratinizadas produzidas por folículos pilosos, os pelos se 
localizam na derme ou hipoderme, onde se abrem as glândulas sebáceas. Um pelo é 
composto pela raiz, que é a parte implantada na pele, e pela haste, que é a porção que se 
projeta da superfície. 
 
A função principal dos pelos é proteger as áreas de orifícios e olhos, pois possui rica 
inervação que lhes confere, também, o papel de aparelho sensorial cutâneo. Os tamanhos, a 
cor e a disposição dos pelos variam de acordo com a raça e com a região do corpo. Exceto 
por algumas regiões delimitadas, os pelos estão presentes em quase toda a superfície da 
pele. 
 
 Glândulas sebáceas: 
 
Aos órgãos glandulares, pequenos e saculiformes, que se encontram presentes em 
quase toda a pele, abundantemente no couro cabeludo e na face, dá-se o nome de glândulas 
sebáceas. Elas se formam junto aos pelos. 
 
Nas regiões como o lábio, a glande e os pequenos lábios da vagina, os ductos das 
glândulas sebáceas se abrem diretamente na pele. Sua função é promover a secreção de 
gorduras que lubrificam e protegem a superfície da pele, exceto nas palmas das mãos e nas 
plantas dos pés, de acordo com estudos publicados em Brasil (2003a). 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
72 
 Glândulas sudoríparas: 
 
São encontradas em toda a pele, exceto em certas regiões, como a glande. As 
glândulas sudoríparas têm como função secretar o suor – solução extremamente diluída, 
que contém pouquíssima proteína -, além do sódio, potássio, cloreto, da amônia e do ácido 
úrico. São mais numerosas nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, pois se abrem 
diretamente na superfície cutânea. Uma vez atingindo a pele, o suor evapora, causando a 
diminuição da temperatura corporal. Daí o seu importante papel no controle da 
temperatura do corpo. 
 
As glândulas sudoríparas também exercem função excretora, visto que se observa a 
presença de catabólitos no suor. Uma vez desembocam nos folículos pilosos, são chamadas 
de glândulas sudoríparas apócrinas, localizando-se nas regiões axilares, perianal e pubiana. 
São estimuladas pela tensão emocional e sua secreção é ligeiramente viscosa e sem cheiro, 
porém, com a ação das bactérias da pele, o odor passa a ser desagradável. 
 
 Unhas: 
 
As unhas recobrem a última falange dos dedos. São formadas por queratina dura e 
fixadas sobre a epiderme nos denominados leitos ungueais.As unhas crescem apenas em 
uma direção, longitudinalmente. Protegem as pontas dos dedos, o que evita traumatismos, e 
possuem em seu contorno uma espécie de selo denominado cutícula, que impede a entrada 
de agentes infecciosos, tais como bactérias. 
 
5.7.3 Terminações Nervosas 
 
De acordo com Vilela (2003), toda a superfície cutânea é provida de terminações 
nervosas capazes de captar estímulos térmicos, mecânicos ou dolorosos. Tais terminações 
nervosas, ou receptores cutâneos, são especializadas na recepção de estímulos específicos. 
Além disso, alguns podem captar estímulos de natureza distinta. Entretanto, na epiderme 
não existem vasos sanguíneos. Os nutrientes e oxigênio chegam à epiderme por difusão, a 
partir de vasos sanguíneos da derme. 
 
Nas regiões da pele providas de pelo, há terminações nervosas específicas nos 
folículos capilares e outras, que são chamadas terminais ou receptores de Ruffini. As 
primeiras, formadas por axônios que envolvem o folículo piloso, captam as forças mecânicas 
aplicadas contra o pelo. Os terminais de Ruffini, com sua forma ramificada, são receptores 
térmicos de calor, conforme Vilela (2003). 
 
Na pele desprovida de pelo, e também naquela coberta por ele, encontram-se, 
ainda, três tipos de receptores comuns: os corpúsculos de Paccini, os discos de Merkel e as 
terminações nervosas livres, como ilustra a Figura 24 abaixo. 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
73 
Figura 24 - Receptores de pele 
 
Fonte: Bear; Connors; Paradiso (2002 apud VILELA, 2003) 
 
 Corpúsculos de Paccini: 
 
Os corpúsculos de Paccini captam em especial os estímulos vibráteis e táteis. São 
formados por uma fibra nervosa cuja porção terminal é recoberta por várias camadas que 
correspondem a diversas células de sustentação, de acordo com Vilela (2003). A camada 
terminal é capaz de captar a aplicação de pressão, que é transmitida para as outras camadas 
e enviada aos centros nervosos correspondentes. 
 
 Discos de Merkel: 
 
Os discos de Merkel possuem sensibilidade tátil e de pressão. Uma fibra aferente 
costuma estar ramificada com vários discos terminais destas ramificações nervosas. Estes 
discos englobam uma célula especializada, cuja superfície distal se fixa às células 
epidérmicas por um prolongamento de seu protoplasma. Assim, os movimentos de pressão 
e tração sobre epiderme desencadeiam o estímulo. 
 
 Terminações nervosas livres: 
 
No caso das terminações nervosas livres, estas são sensíveis aos estímulos 
mecânicos, térmicos, em especial aos dolorosos. São formadas por um axônio ramificado, 
que é envolto por células de Schwann, sendo, por sua vez, ambos envolvidos por uma 
membrana basal. 
 
Na pele sem pelo, encontram-se, ainda, outros receptores específicos, descritos a 
seguir. 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
74 
 Corpúsculos de Meissner: 
 
Os corpúsculos de Meissner são táteis e se encontram nas saliências da pele sem 
pelos, como nas partes mais altas das impressões digitais, por exemplo. São formados por 
um axônio mielínico, cujas ramificações terminais se entrelaçam com células acessórias. 
 
 Bulbos terminais de Krause: 
 
Estes bulbos são receptores térmicos de frio. São formados por uma fibra nervosa, 
cuja terminação possui forma de clava. Estão situados nas regiões limítrofes da pele com as 
membranas mucosas, ao redor dos lábios e dos genitais, por exemplo. 
 
Para o profissional de saúde, a pele deve ser objeto de atenção especial, pois sua 
coloração, textura e aparência podem ser indicativos de alterações no organismo. Por outro 
lado, os cuidados básicos de higiene e hidratação são essenciais para a manutenção da 
saúde de uma forma geral. 
 
5.8 Anatomia e Fisiologia do Sistema Respiratório 
 
De acordo com Pires (2012), a respiração é uma das características básicas dos seres 
vivos. Consiste na absorção, pelo organismo, de oxigênio, e a eliminação do gás carbônico 
resultante de oxidações celulares, enquanto que sangue é um elemento intermediário entre 
as células do organismo e o meio, servindo como condutor de gases entre eles. O pulmão é o 
órgão respiratório por excelência, embora, para facilitar a condução do ar, se desenvolvam 
órgãos especiais que promovem o rápido intercâmbio entre o ar e o sangue. O sistema 
respiratório é constituído por este conjunto de órgãos. 
 
5.8.1 Divisão Anatômica do Sistema Respiratório 
 
Anatomicamente, o sistema respiratório pode ser dividido em duas partes: vias 
aéreas superiores e vias aéreas inferiores. As vias aéreas superiores são constituídas por 
órgãos tubulares, cuja principal função é a de conduzir o ar inspirado, filtrando-o, 
aquecendo-o e umidificando-o para facilitar o processo de troca gasosa, bem como conduzir 
o ar a ser expirado, eliminando, assim, o dióxido de carbono. Das vias aéreas superiores, 
fazem parte: o nariz, a cavidade nasal, a faringe, a laringe e os terços, superior e médio, da 
traqueia. Além de condutores de ar, a cavidade nasal, a faringe e a laringe cumprem as 
funções olfatórias, de via de condução de alimento e de fonação, respectivamente (PIRES, 
2012). 
 
As vias aéreas inferiores têm início a partir do terço inferior da traqueia, e se 
estendem até os alvéolos pulmonares, passando por brônquios principais, lobares e 
segmentares e bronquíolos terminais, respiratórios e ductos alveolares. 
 
5.8.2 Divisão Funcional do Sistema Respiratório 
 
Funcionalmente, o sistema respiratório também pode ser dividido em duas partes: 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
75 
Zona condutora e Zona respiratória. A primeira é a porção do sistema respiratório, cuja 
função é a de levar o ar inspirado até a porção respiratória. Estende-se desde o nariz até os 
bronquíolos terminais. A zona respiratória é constituída pelos bronquíolos respiratórios, 
ductos alveolares e alvéolos pulmonares, onde já acontecem as trocas gasosas (hematose). 
 
 Boca e nariz: 
 
A boca participa do sistema respiratório, dado que tem a necessidade de liberar o ar 
interno durante a fala, enquanto que o nariz é o órgão que comunica o meio externo ao 
interno. As fossas nasais iniciam-se nas narinas e se estendem até a faringe, dividindo-se por 
uma parede cartilaginosa chamada septo nasal. A inspiração (condução do ar para dentro) 
filtra as impurezas do ar, possibilitando que este chegue mais limpo aos pulmões. É um 
processo que ocorre porque no interior das fossas nasais encontram-se os pelos e o muco 
(secreção da mucosa nasal), cuja função é reter substâncias do ar, manter a umidade da 
mucosa e aquecer o ar, facilitando o desempenho dos outros órgãos, conforme ilustra a 
Figura 25 a seguir. 
 
Figura 25- Cavidade nasal e bucal 
 
 
Fonte: Netter (2000 apud DANTAS, 2011) 
 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
76 
 Faringe: 
 
A faringe, como ilustra a Figura 26, é um tubo muscular associado a dois sistemas, 
respiratório e digestório, situando-se posteriormente à cavidade nasal, cavidade da boca e à 
laringe, o que faz com que ela seja dividida em três partes: parte nasal, também chamada 
nasofaringe, parte oral ou orofaringe e parte laríngea ou laringofaringe. 
 
Figura 26 - Partes da faringe 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
Na parede lateral nasofaringe existe uma comunicação deste tubo com a orelha 
média, chamada óstio faríngeo da tuba auditiva, que na sua extremidade medial é revestida 
por uma cartilagem chamada torus tubário, que visa minimizar a entrada de corpos 
estranhos no pavilhão auditivo. 
 
Nesta região, também se pode encontrar uma estrutura anatômica cuja função é a 
de proteção chamada tonsila faríngea, que após episódios repetitivos de inflamações se 
hipertrofia, aumentando de tamanho e dificultando a passagem do ar e sendo chamada, 
neste momento, deadenoide (carne esponjosa). 
 
 Laringe: 
 
A laringe é um órgão tubular, situado no plano mediano e anterior do pescoço. 
Além de via aérea, é também um órgão da fonação, ou seja, é responsável pela produção do 
som. Situa-se anteriormente à faringe e é continuada diretamente pela traqueia. 
 
O esqueleto da laringe é cartilaginoso, possuindo as cartilagens cricoidea, tireoidea, 
aritenoidea e epliglótea. A tireoidea, a maior delas, é constituída de duas lâminas que se 
unem anteriormente para formar a proeminência laríngea. A cartilagem cricoidea é impar, 
tem forma de anel, limitando inferiormente a laringe, enquanto que a cartilagem aritenoidea 
é par e posterior, apresentando-se na forma piramidal e articulando-se inferiormente com a 
cartilagem cricoidea. A cartilagem epiglótica, ímpar e mediana, é uma cartilagem 
importante, pois impede a passagem de líquidos e sólidos para as vias respiratórias. As 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
77 
cartilagens cuneiformes e corniculadas completam o esqueleto da laringe, como se pode 
observar na Figura 27 a seguir. 
 
 
Figura 27 - Laringe (vista anterior e posterior) 
 
 
 
Fonte: Netter (2000 apud DANTAS, 2011) 
 
Na anatomia interna da laringe, como ilustra a Figura 28, se pode observar a 
presença de uma fenda anteroposterior, que leva a uma pequena invaginação, o ventrículo 
da laringe, que é limitado superiormente pela prega vestibular e inferiormente pela prega 
vocal. 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
78 
Figura 28 - Anatomia interna da laringe 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
O espaço que vai do adito da laringe (abertura da laringe) até a prega vestibular é 
chamado de vestíbulo da laringe, já o espaço aéreo compreendido entre as pregas 
vestibular e vocal é conhecido como glote. As pregas vocais são constituídas pelo ligamento 
e músculos vocais, e o espaço existente entre elas é denominado rima glótica. As pregas 
vestibulares possuem função protetora. 
 
 Traqueia: 
 
A traqueia inicia na região cervical, situada anteriormente ao esôfago, localizada no 
mediastino superior. Como se pode observar na Figura 29, trata-se de estrutura mediana 
composta anteriormente por anéis cartilaginosos unidos entre si por ligamentos anulares, 
visndo impedir um possível colapso do tubo aéreo. A parte posterior da traqueia possui uma 
parede membranácea constituída principalmente por músculo liso e por tecido fibroelástico. 
A traqueia bifurca-se, dando origem aos brônquios principais direito e esquerdo. O local da 
bifurcação da traqueia chama-se carina. 
 
 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
79 
Figura 29 - Traqueia 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
 Brônquios e bronquíolos: 
 
De acordo com Dantas (2011), existem dois brônquios principais, o esquerdo e o 
direito. Os principais fazem a ligação da traqueia com os pulmões. A traqueia e os brônquios 
extrapulmonares são constituídos de anéis incompletos de cartilagem hialina, tecido fibroso, 
fibras musculares, mucosa e glândulas. Os brônquios e bronquíolos são ilustrados pela Figura 
30 a seguir. 
 
 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
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Figura 30 - Brônquios e bronquíolos 
 
Fonte: Netter (2000 apud DANTAS, 2001) 
 
O autor afirma ainda que o brônquio principal esquerdo é mais longo, mais 
horizontalizado e tem menor calibre do que o direito, enquanto que o brônquio principal 
direito é quase a continuação da direção da traqueia e, portanto, é mais vertical, mais 
calibroso e também mais curto. Por esta razão, corpos estranhos que passam pela traqueia 
penetram no brônquio principal direito mais facilmente. 
 
Os brônquios principais entram nos pulmões na região chamada hilo. Ao atingirem 
os pulmões correspondentes, os brônquios principais subdividem-se nos brônquios lobares. 
Os brônquios lobares são tubos aéreos que apresentam as mesmas características 
morfológicas que os brônquios principais tendo como função ventilar os lobos pulmonares. 
O pulmão direito possui três lobos e, consequentemente, três brônquios lobares, o superior, 
o médio e o inferior, enquanto que o pulmão esquerdo possui apenas dois lobos, que são 
ventilados por dois brônquios lobares, o superior e o inferior. 
 
Os brônquios lobares subdividem-se em brônquios segmentares, cada um destes 
distribuindo-se a um segmento pulmonar. Sua função é ventilar os segmentos 
broncopulmonares. São nomeados de acordo com o respectivo segmento broncopulmonar 
em que atuam. Os brônquios dividem-se, respectivamente, em tubos cada vez menores 
denominados bronquíolos. As paredes dos bronquíolos contêm músculo liso e não possuem 
cartilagem. Os bronquíolos se ramificam repetidamente em tubos ainda menores, chamados 
de bronquíolos terminais. É neste tubo aéreo que termina a chamada zona condutora do 
sistema respiratório. 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
81 
 Bronquíolos respiratórios: 
 
Os bronquíolos respiratórios são tubos aéreos que já apresentam nas suas paredes 
a presença de alvéolos, portanto, onde ocorrem, a esta altura, as trocas gasosas (hematose). 
Os bronquíolos respiratórios, por sua vez, se subdividem em diversos ductos alveolares. Da 
traqueia até chegar aos ductos alveolares, o ar passa por cerca de vinte e cinco divisões. 
 
 Alvéolos: 
 
Em torno da circunferência dos ductos alveolares encontram-se numerosos alvéolos 
e sacos alveolares. O alvéolo, conforme ilustrado pela Figura 31 a seguir, é uma invaginação 
caliciforme, revestida por epitélio escamoso simples e sustentada por uma fina membrana 
basilar elástica. Sacos alveolares são dois ou mais alvéolos que compartilham uma abertura 
comum. 
 
Figura 31 - Alvéolos 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
 Pulmões: 
 
Ilustrado pela Figura 32, apresenta-se a seguir o pulmão. Trata-se de um órgão 
duplo e elástico, localizado no interior da caixa torácica. O pulmão direito é composto por 
três partes, denominadas lobo superior, lobo médio e inferior, enquanto que o pulmão 
esquerdo possui apenas dois lobos: o superior e o inferior. Estão suspensos dentro da 
cavidade torácica por alguns ligamentos e pelos hilos, que contêm seus vasos e brônquios e 
os ligam às estruturas do mediastino (BRASIL, 2003a). 
 
Sustentados pelo diafragma, os pulmões são recobertos por uma fina membrana 
denominada pleura, responsável por sua proteção na caixa torácica. A pleura que reveste os 
pulmões é chamada de pleura visceral, e aquela que reveste a cavidade torácica é chamada 
de pleura parietal. Entre uma e outra existe um espaço potencial chamado de espaço 
pleural. Diz-se potencial porque as duas superfícies da pleura estão praticamente em 
contato uma com a outra, separadas apenas por uma delgada camada de líquido. 
 
 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
82 
Figura 32 - Pulmão 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
5.8.3 Fisiologia do Sistema Respiratório 
 
A respiração é o processo biológico por meio do qual ocorre a troca de oxigênio e 
gás carbônico entre a atmosfera e as células do organismo. Possui dois componentes: a 
ventilação, que é o processo mecânico a partir do qual o ar, rico em oxigênio, entra pelas 
vias áreas até os pulmões e o ar rico em dióxido de carbono segue o caminho inverso; e a 
perfusão, que consiste na passagem do sangue por meio dos capilares pulmonares. Estes 
estão em íntimo contato com os alvéolos pulmonares e, consequentemente, com o ar 
alveolar. O sangue venoso chega aos capilares pulmonares, libera dióxido de carbono e 
capta oxigênio do ar alveolar, e se transforma em sangue arterial rico em oxigênio. Esta 
troca de dióxido de carbono por oxigênio nos pulmões é chamada de hematose. 
 
De acordo com Brasil(2003a), a ventilação pulmomar é dividida em duas fases: a 
inspiração e a expiração. Durante a inspiração, o diafragma e os músculos intercostais se 
contraem fazendo com que o diafragma se rebaixe e se retifique e a caixa torácica aumente 
de volume. Com o aumento de volume da caixa torácica, ocorre uma queda da pressão 
intratorácica para abaixo do nível da pressão atmosférica, fazendo com que ocorra fluxo de 
ar para dentro das vias aéreas e pulmões, até que se equilibre este gradiente de pressão. 
 
Durante a expiração, o diafragma e os músculos intercostais relaxam fazendo com 
que o diafragma se eleve e as costelas retomem a sua posição original. Com isso, o volume 
da caixa torácica diminui, e o ar é forçado para fora do pulmão e das vias aéreas. A 
inspiração é um ato ativo que requer contração muscular, enquanto a expiração é um ato 
passivo. 
 
Este mecanismo de ventilação é automático e realizado a uma frequência de 12 a 
20 movimentos por minuto por um adulto em repouso. A esta frequência dá-se o nome de 
respiratória. Chama-se de taquipneia a frequência respiratória acima dos limites normais, e 
de bradipneia abaixo dos limites normais. A ausência de movimentos respiratórios é 
chamada de apneia. A frequência respiratória é normalmente maior nas crianças. A 
frequência respiratória pode se elevar pelo exercício, por alterações emocionais, pela febre, 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
83 
devido à dor e por outras condições. 
 
5.9 Anatomia e Fisiologia do Sistema Digestório 
 
De acordo com Brasil (2003a), os alimentos só podem ser absorvidos pelo 
organismo uma vez sofram modificações químicas que possibilitem sua absorção pela 
corrente circulatória. O aparelho digestivo processa estes alimentos, produzindo substâncias 
em uma forma que possa ser absorvida e aproveitada pelas células. A este processo dá-se o 
nome de digestão. Os nutrientes não absorvidos são eliminados sob a forma de fezes. 
 
Na digestão, as grandes moléculas orgânicas presentes nos alimentos, como 
proteínas, carboidratos, lipídios, entre outros, são quebradas em moléculas menores pela 
ação de enzimas digestivas, num processo chamado de catabolismo. Estas enzimas diferem 
entre si pela substância que irão digerir (substrato), locais de atuação ao longo do tubo 
digestivo e condições de acidez (pH) ideais para seu funcionamento. 
 
5.9.1 Composição do Tubo Digestivo 
 
O tubo digestivo, ilustrado pela Figura 33, é constituído pela boca, faringe, esôfago, 
estômago, intestino delgado, intestino grosso, ampola retal ou reto e ânus, e por órgãos 
auxiliares da digestão denominados órgãos anexos: o pâncreas, a vesícula biliar e o fígado. 
 
Figura 33 - Tubo digestivo 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
84 
Os órgãos digestivos são revestidos por células epiteliais, cuja função é fabricar o 
muco que permite o deslizamento do bolo alimentar e secretar as enzimas que irão quebrar 
as grandes moléculas. 
 
A abertura pela qual o alimento entra no tubo digestivo é a boca, como ilustra a 
Figura 34. A boca é constituída por: rima bucal, que é uma fissura que comunica a boca com 
o meio externo anteriormente; istmo das fauces (localizado na orofaringe), abertura que 
delimita a boca posteriormente; o vestíbulo da boca, que é o espaço limitado por um lado 
pelos lábios e bochechas e por outro pelas gengivas e dentes; língua; palato duro (céu da 
boca); palato mole (região onde se situa a úvula ou “campainha” da garganta); e três pares 
de glândulas: as parótidas, as submandibulares e as sublinguais, que são responsáveis pela 
liberação da saliva, denominadas glândulas salivares maiores, porque além delas existem 
pequenas glândulas salivares esparsas. Estas glândulas secretam cerca de um litro e meio de 
saliva diariamente – a qual é basicamente composta por água, o que auxilia a diluir o bolo 
alimentar, e enzimas. 
 
Figura 34 - Boca 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
O alimento é triturado pelos dentes com o auxílio da língua e posteriormente 
empurrado em direção à faringe, num processo denominado de deglutição. Ainda na boca, 
além da trituração, o alimento começa a sofrer a atuação de uma enzima liberada pelas 
glândulas salivares, chamadas amilase salivar ou ptialina, que tem a função de começar a 
digerir o amido e os carboidratos do bolo alimentar. O sistema nervoso autônomo controla 
as glândulas salivares, no entanto, fatores químico-físicos e psíquicos podem interferir em 
sua secreção. 
 
Como ilustra a Figura 35 a seguir, os dentes são estruturas duras, calcificadas, 
presas ao maxilar superior e mandíbula, tendo a mastigação como atividade principal. 
 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
85 
Figura 35 - Estrutura dos dentes 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
Os dentes estão implicados, de forma direta, na articulação das linguagens. Os 
nervos sensitivos e os vasos sanguíneos do centro de qualquer dente estão protegidos por 
várias camadas de tecido. A mais externa, o esmalte, é a substância mais dura. Sob o 
esmalte, circulando a polpa, da coroa até a raiz, situa-se uma camada de substância óssea 
chamada dentina. A cavidade pulpar é ocupada pela polpa dental, que é um tecido 
conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e inervado. 
 
O que separa a raiz do ligamento peridental é um tecido duro, chamado cemento, 
que na estrutura e composição química se assemelha ao osso. Dispõe-se como uma camada 
fina sobre as raízes dos dentes. Por meio de um orifício aberto na extremidade da raiz 
penetram os vasos sanguíneos, os nervos e o tecido conjuntivo. 
 
A glândula parótida está situada lateralmente na face, anterior ao pavilhão 
auricular. O ducto parotídico, que é seu canal excretor, se abre no vestíbulo da boca ao nível 
do segundo molar superior. A glândula submandibular está situada anteriormente à parte 
mais inferior da parótida. Seu ducto submandibular se abre no assoalho da boca, abaixo da 
língua. A glândula sublingual está situada lateralmente e inferiormente à língua. 
 
 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
86 
Figura 36 - A língua 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
A Figura 36 acima ilustra a língua. Esta exerce importantes funções na mastigação, 
na deglutição, como órgão gustativo e na articulação das palavras. A língua é dividida em 
duas porções: o corpo, parte anterior, e a raiz, parte posterior. Esta divisão é feita pelo sulco 
terminal. Na mucosa que reveste a língua é possível identificar uma série de projeções, as 
papilas linguais, que são de vários tipos. As maiores são denominadas papilas valadas que se 
localizam nos receptores gustativos (BRASIL, 2003a). 
 
Na superfície da língua existem dezenas de papilas gustativas, cujas células 
sensoriais percebem os quatro sabores primários: amargo, azedo ou ácido, salgado e doce. 
Durante a deglutição, o alimento passa por uma válvula denominada epiglote – responsável, 
a partir de mecanismos reflexos, pelo fechamento da laringe, impedindo, desse modo, que o 
bolo alimentar penetre nas vias aéreas. Posteriormente, passará pela faringe, situada no 
final da cavidade bucal, é um canal comum aos sistemas digestório e respiratório. 
 
 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
87 
Figura 37 - O esôfago 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
O esôfago, ilustrado pela Figura 37 acima, é o canal que liga a faringe ao estômago. 
Localiza-se entre os pulmões, atrás do coração, e atravessa o músculo diafragma, que separa 
o tórax do abdômen. Possui três porções: cervical, torácica e abdominal. A porção torácica é 
a maior delas e situa-se ventralmente a coluna vertebral e dorsalmente a traqueia. O bolo 
alimentar leva de 5 a 10 segundos para percorrê-lo. Esse transporte se dá por meio dos 
movimentos peristálticos (inclusão e reorganizaçãode conteúdo). 
 
Ao se dirigir ao estômago o alimento ainda passa por outra válvula denominada 
cárdia, cuja função é impedir o refluxo do bolo alimentar para o esôfago. Em crianças recém-
nascidas, cuja cárdia ainda não está bem formada, o refluxo é frequente (BRASIL, 2003a). 
 
Figura 38 - O estômago 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
O estômago, conforme ilustra a Figura 38, é um órgão que digere os alimentos e 
secreta hormônios. Tem como principal função continuar a digestão dos hidratos de 
carbono, iniciada na boca, e transformar os alimentos ingeridos, mediante contração 
muscular, em uma massa semilíquida e altamente ácida, de nome quimo. 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
88 
O estômago divide-se em: fundo, que é uma região superior que se projeta para o 
diafragma; corpo, a sua maior parte; antro pilórico, que é a parte final que se comunica com 
o duodeno e que se abre e fecha alternadamente, liberando pequenas quantidades de 
quimo para intestino delgado. O estômago possui dois esfíncteres, sendo o superior a cárdia, 
que se comunica com o esôfago; e o inferior, que é o piloro, é a parte que se comunica com 
o duodeno e que se abre e fecha alternadamente, liberando pequenas quantidades de 
quimo para intestino delgado. 
 
Como exposto em Brasil (2003a), no estômago, o bolo alimentar sofre a ação de 
uma secreção estomacal denominada suco gástrico, rica em ácido clorídrico e em duas 
enzimas, a pepsina e a renina, secretadas pela mucosa estomacal. Uma vez que passa pelo 
estômago, o alimento alcança o intestino delgado, um tubo com pouco mais de 6m de 
comprimento por 4cm de diâmetro, e que é dividido em três regiões: duodeno se inicia no 
óstio pilórico e termina na flexura duodeno jejunal; Jejuno e Íleo (cerca de 1,5cm). 
 
O duodeno é a primeira porção do intestino delgado, que se inicia no óstio pilórico 
e termina na flexura duodeno jejunal. Ele recebe este nome por ter seu comprimento 
aproximadamente igual à largura de doze dedos (25cm). É a única porção do intestino 
delgado que é fixa. Não possui mesentério. Jejuno é a parte do intestino delgado que faz 
continuação ao duodeno, recebe este nome porque sempre que é aberto se apresenta vazio. 
É mais largo (aproximadamente 5cm), sua parede é mais espessa, mais vascular e de cor 
mais forte que o íleo. Este é o último segmento do intestino delgado que faz continuação ao 
jejuno. Recebe este nome por possuir relação anatômica com o osso ilíaco. É mais estreito e 
suas túnicas são mais finas e menos vascularizadas que o jejuno. Distalmente, o íleo 
desemboca no intestino grosso, num orifício que recebe o nome de óstio ileocecal. Juntos, o 
jejuno e o íleo medem 6 a 7 metros de comprimento. A maior parte do jejuno situa-se no 
quadrante superior esquerdo, enquanto a maior parte do íleo situa-se no quadrante inferior 
direito. O jejuno e o íleo, ao contrário do duodeno, são móveis. 
 
A superfície do intestino delgado é coberta por projeções em forma de dedo com 
0.5 a 1.5mm, chamadas vilosidades que, por sua vez, são cobertas por microscópicas 
microvilosidades. A função desta estrutura é aumentar enormemente a superfície de 
absorção do Intestino Delgado. A digestão do quimo ocorre predominantemente no 
duodeno e nas primeiras porções do jejuno. É nele que desembocam os ductos colédocos 
(traz a bile) e o pancreático (traz a secreção pancreática). 
 
No duodeno, ilustrado pela Figura 39 a seguir, o bolo alimentar é neutralizado pelo 
bicarbonato de cálcio liberado pela mucosa intestinal, induzido por um hormônio 
denominado secretina; nesse momento, já neutralizada sua acidez, o bolo alimentar recebe 
o nome de quilo. Posteriormente, o quilo sofrerá a ação do suco entérico, liberado por 
milhares de glândulas existentes na mucosa intestinal, que contêm as enzimas 
enteroquinases, cuja função é ativar a tripsina (uma enzima pancreática), e peptidases, que 
atuam na digestão dos peptídeos. 
 
 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
89 
Figura 39 - Duodeno 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
Produzido no pâncreas, o suco pancreático é levado até o duodeno pelo canal 
colédoco. Nele, encontram-se as enzimas tripsina e quimiotripsina, que irão digerir as 
proteínas; a lipase pancreática, que digere lipídios; e a amilase pancreática, que continuará a 
digerir o amido não digerido na boca pela ptialina. É também no duodeno que o bolo 
alimentar receberá a ação da bile. Produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar, a bile 
não é uma enzima, mas sais que irão emulsificar, ou seja, quebrar, moléculas grandes de 
gordura em moléculas menores, possibilitando, assim, a ação da lipase. 
 
Figura 40 - Intestino grosso 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
O intestino grosso, ilustrado pela Figura 40 acima, pode ser comparado com uma 
ferradura, aberta para baixo. Mede cerca de 6,5cm de diâmetro e 1,5m de comprimento. Ele 
se estende do íleo até o ânus e está fixo à parede posterior do abdômen pelo mesecolo. O 
intestino grosso absorve a água com tanta rapidez que, em cerca de 14 horas, o material 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
90 
alimentar toma a consistência típica do bolo fecal. Este apresenta algumas diferenças em 
relação ao intestino delgado: o calibre, as tênias, os haustros e os apêndices epiploicos. O 
intestino grosso é mais calibroso que o intestino delgado, por isso recebe o nome de grosso. 
O calibre vai gradativamente afinando, conforme vai chegando ao canal anal. 
 
A tênias do cólon (fitas longitudinais) são três faixas de aproximadamente 1cm de 
largura, que percorrem o intestino grosso em toda sua extensão. São mais evidentes no ceco 
e no cólon ascendente. Os haustros do cólon (saculações) são abaulamentos ampulares 
separados por sulcos transversais. Os apêndices epiploicos são pequenos pingentes 
amarelados constituídos por tecido conjuntivo rico em gordura. Aparecem principalmente 
no cólon sigmoide. 
 
O intestino grosso é dividido em 4 partes principais: ceco (cecum), cólon 
(ascendente, transverso, descendente e sigmoide), reto e ânus. A primeira parte é o ceco, 
que é o segmento de maior calibre, que se comunica com o íleo. Para impedir o refluxo do 
material proveniente do intestino delgado, existe uma válvula localizada na junção do íleo 
com o ceco - válvula ileocecal (iliocólica). No fundo do ceco, encontra-se o Apêndice 
Vermiforme. A porção seguinte do intestino grosso é o cólon, segmento que se prolonga do 
ceco até o ânus. Divide-se em: 
 
a) colo ascendente: é a segunda parte do intestino grosso. Passa para cima do lado 
direito do abdome, a partir do ceco para o lobo direito do fígado, onde se curva 
para a esquerda na flexura direita do colo (flexura hepática); 
b) colo transverso: é a parte mais larga e mais móvel do intestino grosso. Ele cruza 
o abdome a partir da flexura direita do colo até a sua flexura esquerda, onde se 
curva inferiormente para tornar-se colo descendente. A flexura esquerda do colo 
(flexura esplênica) é normalmente mais superior, mais aguda e menos móvel do 
que a flexura direita do colo; 
c) colo descendente: passa retroperitonealmente a partir da flexura esquerda do 
colo para a fossa ilíaca esquerda, onde ele é contínuo com o colo sigmoide; 
d) colo sigmoide: é caracterizado pela sua alça em forma de “S”, de comprimento 
variável. O colo sigmoide une o colo descendente ao reto. A terminação das 
tênias do colo, aproximadamente a 15cm do ânus, indica a junção reto-sigmoide; 
e) flexura hepática: entre o cólon ascendente e o cólon transverso; 
f) flexura esplênica: entre o cólon transverso e o cólon descendente. 
 
O reto recebe este nome por ser quase retilíneo. Este segmento do intestino grosso 
termina ao perfurar o diafragma da pelve (músculos levantadores do ânus), passando a se 
chamarde canal anal. O canal anal, apesar de bastante curto (3 cm de comprimento), é 
importante por apresentar algumas formações essenciais para o funcionamento intestinal, 
das quais citam-se os esfíncteres anais. O esfíncter anal interno é o mais profundo, e resulta 
de um espessamento de fibras musculares lisas circulares, sendo consequentemente 
involuntário. O esfíncter anal externo é constituído por fibras musculares estriadas, que se 
dispõem circularmente em torno do esfíncter anal interno, sendo este voluntário. Ambos os 
esfíncteres devem relaxar antes que a defecação possa ocorrer. 
 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
91 
Figura 41 - Pâncreas 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
A Figura 41 acima ilustrada apresenta o pâncreas. Trata-se de um órgão achatado, 
no sentido anteroposterior, que apresenta uma face anterior e outra posterior, com uma 
borda superior e inferior, e sua localização é posterior ao estômago. O comprimento varia de 
12,5 a 15cm e seu peso na mulher é de 14,95g, e no homem 16,08g. 
 
O pâncreas divide-se em cabeça (aloja-se na curva do duodeno), colo, corpo 
(dividido em três partes: anterior, posterior e inferior) e cauda. Tem as seguintes funções: 
 
a) dissolver carboidrato (amilase pancreática); 
b) dissolver proteínas (tripsina, quimotripsina, carboxipeptidase e elastase); 
c) dissolver triglicerídeos nos adultos (lípase pancreática); 
d) dissolver ácido nucleicos (ribonuclease e desoxirribonuclease). 
 
 Ducto pancreático: 
 
O ducto pancreático principal começa na cauda do pâncreas e corre para sua 
cabeça, onde se curva inferiormente e está intimamente relacionado com o ducto colédoco. 
O ducto pancreático se une ao ducto colédoco (fígado e vesícula biliar) e entra no duodeno 
como um ducto comum, chamado ampola hepatopancreática. 
 
O fígado é a maior glândula do organismo, e é também a mais volumosa víscera 
abdominal. Sua localização é na região superior do abdômen, logo abaixo do diafragma, 
ficando mais à direita. Isto é, normalmente 2/3 de seu volume estão à direita da linha 
mediana e 1/3 à esquerda. Pesa cerca de 1,500g e responde por aproximadamente 1/40 do 
peso do corpo adulto. 
 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
92 
Figura 42 - Fígado 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
O fígado apresenta duas faces: diafragmática e visceral. A face diafragmática 
(anterossuperior) é convexa e lisa, relacionando-se com a cúpula diafragmática. A face 
visceral (posteroinferior) é irregularmente côncava pela presença de impressões viscerais. 
 
O fígado é dividido em lobos. A face diafragmática apresenta um lobo direito e um 
lobo esquerdo, sendo o direito pelo menos duas vezes maior que o esquerdo. A divisão dos 
lobos é estabelecida pelo ligamento falciforme. Na extremidade desse ligamento encontra-
se um cordão fibroso resultante da obliteração da veia umbilical, conhecido como ligamento 
redondo do fígado. 
 
A face visceral é subdividida em 4 lobos (direito, esquerdo, quadrado e caudado) 
pela presença de depressões em sua área central, que no conjunto se compõem formando 
um "H", com 2 ramos anteroposteriores e um transversal que os une. Embora o lobo direito 
seja considerado por muitos anatomistas como incluindo o lobo quadrado (inferior) e o lobo 
caudado (posterior), com base na morfologia interna, os lobos quadrado e caudado 
pertencem mais apropriadamente ao lobo esquerdo. 
 
Entre o lobo direito e o quadrado encontra-se a vesícula biliar, e entre o lobo direito 
e o caudado há um sulco que aloja a veia cava inferior. Entre os lobos caudado e quadrado, 
há uma fenda transversal: a porta do fígado (pedículo hepático), por onde passam a artéria 
hepática, a veia porta, o ducto hepático comum, os nervos e os vasos linfáticos. 
 
O fígado é um órgão vital, sendo essencial o funcionamento de pelo menos 1/3 dele 
- além da bile, que é indispensável na digestão das gorduras - ele desempenha o importante 
papel de armazenador de glicose e, em menor escala, de ferro, cobre e vitaminas. A função 
digestiva do fígado é produzir a bile, uma secreção verde amarelada, que é transportada 
para o duodeno. A bile é produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar, que a libera 
quando gorduras entram no duodeno. A bile emulsiona a gordura e a distribui para a parte 
distal do intestino, a fim de colaborar na digestão e absorção dos nutrientes. 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
93 
Além das citadas acima, o fígado tem as seguintes funções: 
 
a) metabolismo dos carboidratos; 
b) metabolismo dos lipídios; 
c) metabolismo das proteínas; 
d) processamento de fármacos e hormônios; 
e) excreção da bilirrubina; 
f) excreção de sais biliares; 
g) armazenagem; 
h) fagocitose; 
i) ativação da vitamina D. 
 
A vesícula biliar (7 – 10cm de comprimento) situa-se na fossa da vesícula biliar, na 
face visceral do fígado. Esta fossa situa-se na junção do lobo direito e do lobo quadrado do 
fígado. A relação da vesícula biliar com o duodeno é tão íntima que a parte superior do 
duodeno normalmente é manchada com bile no cadáver. A vesícula biliar tem capacidade 
para até 50ml de bile. 
 
5.10 Anatomia e Fisiologia do Sistema Cardiovascular 
 
Este sistema é fechado, formado por tubos chamados de vasos, por onde circulam 
os humores corporais. Os humores são o sangue e a linfa que circulam nos vasos sanguíneos 
e linfáticos, respectivamente. Para que o sangue possa atingir as células levando nutrientes e 
oxigênio e, ao mesmo tempo, retirar resíduos metabólicos, deve ser constantemente 
impulsionado ao longo dos vasos sanguíneos pela contração rítmica do coração. 
 
O coração é uma “bomba” muscular oca, responsável pela circulação do sangue 
pelo corpo. Para tanto, apresenta movimentos de contração (sístole) e relaxamento 
(diástole), por meio dos quais o sangue penetra no seu interior e é impulsionado para os 
vasos sanguíneos (PIRES, 2011). 
 
Localiza-se na porção central da cavidade torácica conhecida como mediastino, 
mais precisamente o mediastino médio. Relaciona-se anteriormente com o osso esterno e 
com as extremidades mediais da 3ª a 6ª cartilagens costais e é envolvido por um saco 
fibroseroso de paredes duplas, chamado pericárdio, que tem em seu interior pequena 
quantidade de líquido aquoso – o que permite seu melhor deslizamento quando dos 
movimentos de sístole e diástole. 
 
5.10.1 Estrutura do Coração 
 
A estrutura cardíaca (é formada por três camadas musculares: epicárdio (camada 
externa), miocárdio (camada média e a mais espessa) e endocárdio (camada interna). O 
coração é composto por quatro câmaras, denominadas átrios (superiores), e ventrículos 
(inferiores). 
 
A extremidade pontuda do coração é o ápice, dirigida para frente, para baixo e para 
a esquerda. A porção mais larga do coração, oposta ao ápice, é a base, dirigida para trás, 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
94 
para cima e para a direita. É chamada de face a parede de um órgão voltada ou em contato 
com outra parede ou outro órgão. Em razão da posição do coração, surgem três faces 
cardíacas, descritas a seguir e ilustradas pela Figura 43 abaixo. 
 
Figura 43 - Faces do coração 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
a) face esternocostal: face voltada para o osso esterno e para as cartilagens costais, 
que compreende o átrio direito e sua aurícula, o ventrículo direito e uma 
pequena parte do ventrículo esquerdo; 
b) face diafragmática: achatada devido ao contato com o m. diafragma, 
compreende os dois ventrículos, sendo a maior parte formada pelo ventrículo 
esquerdo; 
c) faces pulmonares: formada principalmente pelo ventrículo esquerdo, ela ocupa a 
impressão cárdica do pulmão esquerdo. 
 
O coração também é formado por margens, conforme descrito a seguir. 
 
a) margem direita: formada peloátrio direito e estendendo-se entre as veias cavas, 
superior e inferior; 
b) margem inferior: formada principalmente pelo ventrículo direito e, ligeiramente, 
pelo ventrículo esquerdo; 
c) margem esquerda: formada principalmente pelo ventrículo esquerdo e, 
ligeiramente, pela aurícula esquerda; 
d) margem superior: formada pelos átrios e pelas aurículas direita e esquerda em 
uma vista anterior. A parte ascendente da aorta e o tronco pulmonar emergem 
da margem superior, e a veia cava superior entra no seu lado direito. Posterior à 
aorta e ao tronco pulmonar e anterior à veia cava superior, a margem superior 
forma o limite inferior do seio transverso do pericárdio. 
 
Externamente, os óstios atrioventriculares correspondem ao sulco coronário, que é 
ocupado por artérias e veias coronárias. Este sulco circunda o coração e é interrompido 
anteriormente pelas artérias aorta e pelo tronco pulmonar. O septo interventricular na face 
anterior corresponde ao sulco interventricular anterior, e na face diafragmática ao sulco 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
95 
interventricular posterior. O sulco interventricular termina inferiormente a alguns 
centímetros à direita do ápice do coração, em correspondência à incisura do ápice do 
coração. O sulco interventricular anterior é ocupado pelos vasos interventriculares 
anteriores. O sulco interventricular posterior parte do sulco coronário e desce em direção à 
incisura do ápice do coração. Este sulco é ocupado pelos vasos interventriculares 
posteriores. 
 
Na região da base do coração, mais especificamente no átrio direito, chegam as 
veias cavas, superior e inferior, que trazem o sangue venoso drenado de todos os tecidos 
corpóreos. No átrio esquerdo são as quatro veias pulmonares quem conduzem o sangue 
arterial que sofreu o processo de hematose (troca gasosa) nos pulmões, como ilustra a 
Figura 44 a seguir. 
 
Figura 44 - Vasos do coração 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
A saída do sangue dos ventrículos também se dá na região da base do coração, 
sendo feita pelo tronco pulmonar, que conduz o sangue venoso do ventrículo direito aos 
pulmões, e neste trajeto se ramifica dando, origem às artérias pulmonares direita e 
esquerda. O sangue arterial que sai do ventrículo esquerdo, para irrigar todos os tecidos do 
corpo, circula pela artéria aorta. 
 
 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
96 
5.10.2 Anatomia interna do coração 
 
Figura 46 - Anatomia interna do coração 
 
 
Fonte: Thais Arraes 
 
A Figura 45 acima ilustra a anatomia interna do coração. O coração possui quatro 
câmaras: dois átrios e dois ventrículos. Os átrios (as câmaras superiores) recebem sangue; os 
ventrículos (câmaras inferiores) bombeiam o sangue para fora do coração. Na face anterior 
de cada átrio existe uma estrutura enrugada, em forma de saco, chamada aurícula 
(semelhante à orelha do cão). O átrio direito é separado do esquerdo por uma fina divisória 
chamada septo interatrial; o ventrículo direito é separado do esquerdo pelo septo 
interventricular. 
 
 Átrio direito: 
 
O átrio direito forma a borda direita do coração e recebe sangue rico em dióxido de 
carbono (venoso) de três veias: veia cava superior, veia cava inferior e seio coronário. A veia 
cava superior recolhe sangue da cabeça e parte superior do corpo, enquanto que a veia cava 
inferior recebe sangue das partes mais inferiores do corpo (abdômen e membros inferiores) 
e o seio coronário recebe o sangue que nutriu o miocárdio e leva o sangue ao átrio direito. 
 
Enquanto a parede posterior do átrio direito é lisa, a parede anterior é rugosa, 
devido à presença de cristas musculares, chamados músculos pectíneos. O sangue passa do 
átrio direito para o ventrículo direito por meio de uma válvula chamada tricúspide (formada 
por três folhetos - válvulas ou cúspides). Na parede medial do átrio direito, que é constituída 
pelo septo interatrial, encontra-se uma depressão, que é a fossa oval. 
 
Anteriormente, o átrio direito apresenta uma expansão piramidal denominada 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
97 
aurícula direita, que serve para amortecer o impulso do sangue ao penetrar no átrio. Os 
orifícios onde as veias cavas desembocam têm os nomes de óstios das veias cavas. O orifício 
de desembocadura do seio coronário é chamado de óstio do seio coronário, e encontra-se 
também uma lâmina que impede que o sangue retorne do átrio para o seio coronário, que é 
denominada de válvula do seio coronário. 
 
 Átrio esquerdo: 
 
O átrio esquerdo é uma cavidade de parede fina, com paredes posteriores e 
anteriores lisas, que recebe o sangue já oxigenado, por meio de quatro veias pulmonares. O 
sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo, a partir da valva bicúspide 
(mitral), que tem apenas duas cúspides. O átrio esquerdo também apresenta uma expansão 
piramidal chamada aurícula esquerda. 
 
 Ventrículo direito: 
 
O ventrículo direito forma a maior parte da superfície anterior do coração. O seu 
interior apresenta uma série de feixes elevados de fibras musculares cardíacas, chamadas 
trabéculas carnosas. No óstio atrioventricular direito, existe um aparelho denominado valva 
tricúspide, que serve para impedir que o sangue retorne do ventrículo para o átrio direito. 
Essa valva é constituída por três lâminas membranáceas, esbranquiçadas e irregularmente 
triangulares, de base implantada nas bordas do óstio e o ápice dirigido para baixo é preso às 
paredes do ventrículo por intermédio de filamentos. 
 
Cada lâmina é denominada de cúspide. Tem-se uma cúspide anterior, outra 
posterior e outra septal. O ápice das cúspides é preso por filamentos denominados cordas 
tendíneas, as quais se inserem em pequenas colunas cárneas chamadas de músculos 
papilares, como se pode observar na Figura 46 a seguir. 
 
Figura 46 - Músculos papilares, cordas tendíneas e cúspides 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
A valva do tronco pulmonar também é constituída por pequenas lâminas, porém 
estas estão dispostas em concha, denominadas válvulas semilunares (anterior, esquerda e 
direita). No centro da borda livre de cada uma das válvulas, encontram-se pequenos nódulos 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
98 
denominados nódulos das válvulas semilunares (pulmonares). 
 
 Ventrículo esquerdo: 
 
O ventrículo esquerdo forma o ápice do coração. No óstio atrioventricular 
esquerdo, encontra-se a valva atrioventricular esquerda, constituída apenas por duas 
lâminas denominadas cúspides, sendo uma anterior e outra posterior, e por isso são 
chamadas de válvulas bicúspides. O ventrículo esquerdo também possui trabéculas carnosas 
e cordas tendíneas, que fixam as cúspides da valva bicúspide aos músculos papilares. 
 
O sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo a partir do óstio 
atrioventricular esquerdo, onde se localiza a valva bicúspide (mitral). Do ventrículo 
esquerdo, o sangue sai para a maior artéria do corpo, a aorta, mais precisamente no ramo 
ascendente, passando pela valva aórtica – constituída por três válvulas semilunares: direita, 
esquerda e posterior. Daí, parte do sangue flui para as artérias coronárias, que se ramificam 
a partir da aorta ascendente, levando sangue para a parede cardíaca; o restante do sangue 
passa para o arco da aorta e para a aorta descendente (parte torácica e parte abdominal). 
Ramos do arco da aorta e da aorta descendente levam sangue para todo o corpo. 
 
O ventrículo esquerdo recebe sangue oxigenado do átrio esquerdo. A principal 
função do ventrículo esquerdo é bombear sangue para a circulação sistêmica (corpo). A 
parede ventricular esquerda é mais espessa que a do ventrículo direito. Esta diferença se 
deve à maior força necessária para bombear sangue para a circulação sistêmica. AFigura 47 
a seguir ilustra as válvulas do coração. 
 
Figura 47 - Válvulas do coração 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
5.10.3 Vascularização do Coração 
 
A irrigação do coração é assegurada pelas artérias coronárias e pelo seio coronário. 
As artérias coronárias são duas, uma direita e outra esquerda. Elas têm este nome porque 
ambas percorrem o sulco coronário e são as duas originadas da artéria aorta. Estas artérias, 
logo depois da sua origem, dirigem-se para o sulco coronário, percorrendo-o da direita para 
a esquerda, até ir se anastomosar com o ramo circunflexo, que é o ramo terminal da artéria 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
99 
coronária esquerda que faz continuação ao circundar o sulco coronário. 
 
A artéria coronária direita é o ponto de origem de duas artérias que vão irrigar a 
margem direita e a parte posterior do coração, são elas: a artéria marginal direita e artéria 
interventricular posterior. A artéria coronária esquerda, de início, passa por um ramo por 
trás do tronco pulmonar para atingir o sulco coronário, evidenciando-se nas proximidades 
do ápice da aurícula esquerda. Logo em seguida, emite um ramo interventricular anterior e 
um ramo circunflexo que dá origem à artéria marginal esquerda. Na face diafragmática, as 
duas artérias se anastomosam, formando um ramo circunflexo. 
 
 Inervação: 
 
A inervação do músculo cardíaco é de duas formas: extrínseca, ou seja, que provém 
de nervos situados fora do coração, e intrínseca, que constitui um sistema só encontrado no 
coração e que se localiza no seu interior. A inervação extrínseca deriva do sistema nervoso 
autônomo, isto é, simpático e parassimpático. Fisiologicamente, o simpático acelera e o 
parassimpático retarda os batimentos cardíacos 
 
Do simpático, o coração recebe os nervos cardíacos simpáticos, sendo três cervicais 
e quatro ou cinco torácicos. As fibras parassimpáticas, que vão inervar o coração, seguem 
pelo nervo vago (X par craniano), do qual derivam nervos cardíacos parassimpáticos, sendo 
dois cervicais e um torácico. A inervação intrínseca ou sistema de condução do coração é a 
razão dos batimentos contínuos do coração. É uma atividade elétrica, intrínseca e rítmica, 
que se origina em uma rede de fibras musculares cardíacas especializadas, chamadas células 
autorrítmicas (marcapasso cardíaco), por serem autoexcitáveis. 
 
A excitação cardíaca começa no nodo sino-atrial (SA), situado na parede atrial 
direita, inferior à abertura da veia cava superior. Propagando-se ao longo das fibras 
musculares atriais, o potencial de ação atinge o nodo atrioventricular (AV), situado no septo 
interatrial, anterior à abertura do seio coronário. Do nodo AV, o potencial de ação chega ao 
feixe atrioventricular (feixe de His), que é a única conexão elétrica entre os átrios e os 
ventrículos. Após ser conduzido ao longo do feixe AV, o potencial de ação entra nos ramos 
direito e esquerdo, que cruzam o septo interventricular, em direção ao ápice cardíaco. 
Finalmente, as miofibras condutoras (fibras de Purkinge) conduzem rapidamente o potencial 
de ação, primeiro para o ápice do ventrículo, e após para o restante do miocárdio 
ventricular. 
 
5.10.4 Fisiologia do Sistema Cardíaco 
 
Esta seção tratará do ciclo cardíaco, que compreende a circulação pulmonar e a 
circulação sistêmica. 
 
 Ciclo cardíaco: 
 
Um ciclo cardíaco único inclui todos os eventos associados a um batimento 
cardíaco. No ciclo cardíaco normal, os dois átrios se contraem, enquanto os dois ventrículos 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
100 
relaxam e vice-versa. O termo sístole designa a fase de contração; a fase de relaxamento é 
designada como diástole. Quando o coração bate, os átrios contraem-se primeiramente 
(sístole atrial), forçando o sangue para os ventrículos. Uma vez preenchidos, os dois 
ventrículos contraem-se (sístole ventricular) e forçam o sangue para fora do coração. 
 
Sístole é a contração do músculo cardíaco. Há a sístole atrial, que impulsiona sangue 
para os ventrículos. Assim, as valvas atrioventriculares estão abertas à passagem de sangue, 
e a pulmonar e a aórtica estão fechadas. Na sístole ventricular, as valvas atrioventriculares 
estão fechadas e as semilunares abertas à passagem de sangue. Diástole é o relaxamento do 
músculo cardíaco. É quando os ventrículos se enchem de sangue. Neste momento, as valvas 
atrioventriculares estão abertas e as semilunares estão fechadas. A distribuição de sangue 
pelo organismo recebe a denominação de circulação pulmonar e circulação sistêmica, como 
ilustra a Figura 48 a seguir. 
 
Figura 48 - Circulação pulmonar e sistêmica 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
101 
 Circulação pulmonar (pequena circulação): 
 
O sangue venoso, pobre em oxigênio e rico em dióxido de carbono e resíduos do 
metabolismo celular, volta ao coração através das veias cavas e desemboca no átrio direito. 
Do átrio direito, o sangue passa ao ventrículo direito através da válvula tricúspide e é 
bombeado para os pulmões através das artérias pulmonares, mas, para chegar às artérias 
pulmonares, passa pela válvula semilunar. No pulmão, o sangue sofre a hematose e retorna 
para o átrio esquerdo através das veias pulmonares. 
 
 Circulação sistêmica (grande circulação): 
 
Do átrio esquerdo, o sangue chega ao ventrículo esquerdo após passar pela válvula 
mitral ou bicúspide. Do ventrículo esquerdo, o sangue passa pela válvula semilunar aórtica e 
é bombeado para todo o organismo através da artéria aorta. Esta se divide em artéria aorta 
ascendente, arco da aorta e aorta descendente, que possui o ramo torácico e o ramo 
abdominal, e é por meio desses ramos que o sangue circula para os órgãos. 
 
O coração bombeia em média 5 litros de sangue por minuto, quando em repouso. O 
volume de sangue bombeado por cada lado do coração em um minuto é chamado de débito 
cardíaco. A contração dos ventrículos é chamada de sístole e o seu relaxamento de diástole. 
Os ruídos cardíacos ouvidos quando se ausculta o coração com um estetoscópio são 
chamados de bulhas cardíacas, e são resultado do fechamento das válvulas cardíacas. 
 
A frequência com que o coração contrai é denominada de frequência cardíaca. No 
adulto em repouso, esta varia de 50 a 95 batimentos por minuto. A frequência cardíaca 
acima dos limites normais é chamada taquicardia e abaixo, bradicardia. 
 
5.10.5 Vasos Sanguíneos 
 
A Figura 49 a seguir ilustra os vasos sanguíneos, que são constituídos por veias, 
artérias e capilares. 
 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
102 
Figura 49 - Veia, artéria e capilar 
 
Fonte: Brasil (2003a) 
 
Os vasos sanguíneos formam uma rede de tubos que transportam sangue do 
coração em direção aos tecidos do corpo e de volta ao coração. Os vasos sanguíneos podem 
ser divididos em sistema arterial e sistema venoso, conforme descrito a seguir. 
 
 Sistema arterial: 
 
Constitui um conjunto de vasos que, partindo do coração, vão se ramificando, cada 
ramo em menor calibre, até atingirem os capilares. 
 
 Sistema venoso: 
 
Forma um conjunto de vasos que, partindo dos tecidos, vão se formando em ramos 
de maior calibre até atingirem o coração. 
 
 Artérias: 
 
São vasos de parede espessa que saem do coração levando sangue para os órgãos e 
tecidos do corpo. Compõem-se de três camadas: a mais interna, chamada endotélio, 
formada por uma única camada de células achatadas; a mediana, constituída por tecido 
muscular liso; e a mais externa, formada por tecido conjuntivo, rico em fibras elásticas. 
 
 Arteríolas: 
 
As artérias vão se bifurcando e se ramificando até formarem as arteríolas, que são 
os vasos arteriais de menor calibre antes de chegar aos capilares. As arteríolas possuem na 
suaparede um músculo liso, que responde a estímulos nervosos ou endócrinos, se 
contraindo ou relaxando. Sua contração diminui o calibre do vaso e é conhecida como 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
103 
vasoconstrição, e seu relaxamento aumenta seu calibre e é conhecido como vasodilatação. 
 
 Capilares: 
 
São os vasos sanguíneos de menor calibre e sua parede pode ter apenas uma 
camada de células de espessura. Estão distribuídos por todo o organismo, formando uma 
rede que está em íntimo contato com todas as células. Suas paredes finas permitem que 
haja troca de substâncias entre as células dos tecidos e o sangue: oxigênio e nutrientes são 
liberados para as células que por sua vez se desfazem do dióxido de carbono e dos resíduos 
metabólicos. 
 
 Veias: 
 
São vasos que chegam ao coração, trazendo o sangue dos órgãos e tecidos. A 
parede das veias, assim como a das artérias, também é formada por três camadas. A 
diferença, porém, é que a camada muscular e a conjuntiva são menos espessas que suas 
correspondentes arteriais. Além disso, diferentemente das artérias, as veias de maior calibre 
apresentam válvulas em seu interior, que impedem o refluxo de sangue e garante sua 
circulação em um único sentido. 
 
 
5.10.6 Circulação Arterial e Venosa 
 
Esta seção apresenta a circulação arterial e a venosa, ilustradas pela Figura 50 a 
seguir. 
 
 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
104 
Figura 50 - Circulação arterial e venosa 
 
 
Fonte: Pires (2011) 
 
 Circulação arterial: 
 
A principal artéria do organismo é a aorta, que tem origem no ventrículo esquerdo, 
e em seguida, dirige-se para a direita, e para cima dentro do mediastino médio, constituindo 
a artéria aorta ascendente, da qual têm origem as artérias coronárias. A partir daí, curva-se 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
105 
para a esquerda e para trás, adentrando no mediastino superior e formando o arco aórtico, 
ao nível da segunda articulação esternocostal do lado direito, do qual são emitidos o tronco 
arterial braquiocefálico, a artéria carótida comum esquerda e a artéria subclávia esquerda. A 
artéria aorta descendente, formada a partir de T4, constitui a continuação do arco aórtico e 
possui uma parte torácica e outra abdominal. 
 
A parte torácica da aorta desce no mediastino posterior, inicialmente à esquerda da 
coluna vertebral, aproximando-se da linha mediana à medida que desce, sendo sua 
terminação anterior à coluna vertebral. Esta parte da aorta descendente constitui uma 
importante fonte da irrigação da parede do tórax, e seus ramos intercostais posteriores 
formam com os ramos da torácica interna uma via de circulação colateral em caso de 
obstrução progressiva da aorta. 
 
A parte abdominal da aorta descendente começa entre T12 e L1, e termina ao nível 
de L4, ao dividir-se em artérias ilíacas comuns. A artéria relaciona-se, anteriormente, com o 
tronco celíaco, o pâncreas, a bolsa omental, a veia renal esquerda, a parte ascendente do 
duodeno e a raiz do mesentério. À direita, relaciona-se com a cisterna do quilo, o ducto 
torácico e a veia cava inferior. A aorta abdominal fornece praticamente toda a irrigação 
parietal e visceral do abdome, além de dar origem às artérias ilíacas que suprem a pelve e os 
membros inferiores. 
 
Outra artéria que possui função importante é a artéria pulmonar, afinal ela 
transporta o sangue proveniente do coração até o pulmão para sofrer o processo chamado 
hematose. Tem origem como projeção do ventrículo direito. Recoberto pelo pericárdio 
fibroso e projeta-se para cima, numa extensão de 5cm, situando-se à esquerda da aorta 
ascendente, onde se divide em artéria pulmonar direita e artéria pulmonar esquerda. 
 
As artérias cerebrais anteriores (ramos da artéria carótida interna) e as artérias 
cerebrais posteriores (ramos da artéria basilar) formam o círculo arterial do cérebro 
(polígono de Willis), do qual se originam as artérias que irrigam a maior parte do encéfalo. A 
partir da borda externa da primeira costela, as artérias subclávias são denominadas artérias 
axilares (direita e esquerda), as quais emitem ramos que irrigam a axila, o tórax e o ombro. 
As artérias axilares continuam como artérias braquiais (direita e esquerda), que emitem 
ramos que irrigam o ombro e o braço e, no cotovelo, se dividem em artérias radial e ulnar, as 
quais correm pelo antebraço e emitem ramos que irrigam o antebraço e o cotovelo. 
 
A artéria ulnar, ao deixar o antebraço, divide-se em um ramo palmar profundo (que 
se une à artéria radial para formar o arco palmar profundo) e no arco palmar superficial, que 
emite ramos digitais palmares. Deste modo, ocorre a irrigação da mão e de seus dedos. As 
artérias ilíacas comuns, direita e esquerda, se dividem, em cada membro inferior, em 
artérias ilíacas interna e externa. 
 
A artéria ilíaca interna (hipogástrica) emite ramos parietais e viscerais, enquanto 
que a artéria ilíaca externa, abaixo do ligamento inguinal, continua descendo pela coxa como 
artéria femoral, a qual emite ramos que irrigam a parede abdominal inferior, a genitália 
externa e o membro inferior. Na fossa poplítea (área atrás do joelho), a artéria femoral é 
denominada artéria poplítea, a qual emite ramos que irrigam o joelho e, na perna, termina 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
106 
se dividindo na artéria tibial anterior, que emite ramos que irrigam a região anterior da 
perna e o tornozelo e continua como a artéria dorsal do pé que termina em um ramo plantar 
profunda, formando o arco plantar. Do arco plantar saem as artérias metatársicas plantares, 
que se anastomosam com as artérias metatársicas dorsais, ramos da artéria dorsal do pé, 
que originam as artérias digitais dorsais, e as artérias digitais plantares, irrigando o pé e seus 
dedos. 
 
Estas artérias se dividem em ramos progressivamente menores até os capilares 
sistêmicos, que realizam trocas gasosas com os tecidos, ou seja, o oxigênio (O2) dos 
capilares se difundem para os tecidos e o gás carbônico (CO2) do metabolismo dos tecidos 
se difunde para o interior dos capilares. 
 
 Circulação venosa: 
 
Estes capilares sistêmicos, carregando sangue desoxigenado (venoso), unem-se em 
vênulas e veias. Todas as veias da circulação sistêmica drenam para as veias cavas superior e 
inferior ou ao seio coronário (como as veias que drenam o coração), desembocando no átrio 
direito. 
 
Tanto nos membros superiores quanto nos membros inferiores, a drenagem venosa 
se faz pelos sistemas venosos: superficial e profundo. 
 
Em relação aos membros superiores, no que se refere ao sistema superficial, as 
artérias digitais palmares e dorsais e veias profundas formam a rede venosa dorsal da mão. 
As duas veias mais importantes que sobem deste arco são as cefálica e basílica. A veia 
cefálica origina-se do lado radial da rede venosa dorsal e percorre o antebraço até 
desembocar na artéria axilar. A veia basílica origina-se do lado ulnar da rede venosa dorsal e 
caminha pelo antebraço até unir-se à veia braquial, formando a veia axilar. A veia mediana 
do antebraço origina-se na rede venosa palmar, sobe pelo antebraço anterior entre as veias 
cefálica e basílica e, no cotovelo, se une à veia basílica ou à veia cefálica ou à veia mediana 
do cotovelo. A veia mediana do cotovelo liga as artérias basílica e cefálica na parte anterior 
do cotovelo. 
 
O sistema profundo, em relação aos membros superiores, é formado por veias 
satélites, que acompanham em dupla as artérias. As veias braquiais, originadas das veias 
radiais e ulnares, são veias profundas que acompanham a artéria braquial, formando a veia 
axilar ao se juntar com a veia basílica. A veia axilar, na borda externa da primeira costela, 
continua como veia subclávia, a qual acompanhaa artéria subclávia. A veia subclávia (direita 
e esquerda) se junta à veia jugular interna (que drena parte da cabeça e do pescoço), 
formando a veia braquiocefálica (direita e esquerda). As veias braquiocefálicas direita e 
esquerda se unem para formar a veia cava superior. 
 
Nos membros inferiores, no que diz respeito ao sistema superficial, as veias digitais 
formam as veias metatársicas dorsais, que desembocam no arco venoso dorsal, o qual se 
comunica com o arco venoso plantar. Do lado medial do arco venoso dorsal, ascende à veia 
safena magna pela região anteromedial da perna e da coxa e termina na veia femural. Do 
lado lateral do arco venoso dorsal, ascende à veia safena parva pela região posterior da 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
107 
perna, até desembocar na veia poplítea, na região posterior do joelho. As veias perfurantes 
(ou conectantes) conectam as veias superficiais às veias profundas. 
 
No caso do sistema profundo para os membros inferiores, as veias digitais plantares 
juntam-se com a rede venosa plantar para formar as veias metatársicas plantares, as quais 
se unem formando o arco venoso plantar, do qual emergem veias plantares laterais e 
mediais que se unem para formar as veias tibiais posteriores, que recebem as veias fibulares 
e unem-se com as veias tibiais anteriores para formar as veias poplíteas, as quais continuam 
como veias femorais, que se tornam as veias ilíacas externas. 
 
As veias glútea superior e inferior, as veias pudendas internas, a veia dorsal 
profunda do pênis (que drena para o plexo prostático) ou do clitóris (que drena para o plexo 
vesical) acompanham as artérias e, como os plexos venosos retal, vesical, prostático, 
uterino, vaginal e sacral, desembocam na veia ilíaca interna (hipogástrica). As veias ilíacas 
externas se unem às veias ilíacas internas para formar as veias ilíacas comuns (direita e 
esquerda), que formam a veia cava inferior, a qual ascende à direita da aorta. 
 
A veia gonadal (testicular e ovárica) direita e a veia suprarrenal direita desembocam 
na veia cava inferior. As esquerdas desembocam na veia renal esquerda. As veias renais 
(direita e esquerda) desembocam na veia cava inferior. As veias frênicas inferiores direitas 
desembocam na veia cava inferior e as veias cavas inferiores e esquerdas desembocam na 
suprarrenal esquerda, na renal esquerda ou na veia cava inferior. 
 
As veias hepáticas são várias veias que recebem sangue das veias centrais do fígado 
e que desembocam na veia cava inferior. As veias lombares são 4 ou 5 veias de cada lado, 
que acompanham as artérias lombares, drenam a parede posterior do abdome, o canal 
vertebral, a medula espinhal e as meninges, e desembocam na veia cava inferior ou na ilíaca 
comum. A veia lombar ascendente direita se une à veia subcostal direita para formar a veia 
ázigos. A veia lombar ascendente esquerda se une à veia subcostal esquerda para formar a 
veia hemiázigos. 
 
A veia retal (ou hemorroidária) superior (que drena a parte superior do plexo retal) 
e veia cólica esquerda (que acompanha a artéria cólica esquerda) desembocam na veia 
mesentérica inferior. A veia mesentérica inferior acompanha a artéria mesentérica inferior e 
desemboca na veia esplênica (lienal). A veia esplênica (lienal) (formada por diversos ramos 
no hilo do baço) e a veia mesentérica superior (acompanha a artéria mesentérica superior) 
se unem para formar a veia porta, a qual recebe a veia gástrica esquerda (que acompanha a 
artéria gástrica esquerda) e, no hilo hepático, a veia porta divide-se em ramos direito e 
esquerdo. O sangue venoso da veia porta (vindo dos intestinos) alcança, então, os sinusoides 
hepáticos, que drenam para as veias hepáticas, as quais desembocam na veia cava inferior. 
 
 
5.11 Anatomia e Fisiologia do Sistema Linfático 
 
O sistema linfático é paralelo ao circulatório, constituído por uma vasta rede de 
vasos semelhantes às veias (vasos linfáticos), que se distribuem por todo o corpo e recolhem 
o líquido tissular que não retornou aos capilares sanguíneos, filtrando-o e reconduzindo-o à 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
108 
circulação sanguínea. É constituído pela linfa, vasos e órgãos linfáticos. Os vasos linfáticos 
são capazes de transportar proteínas e partículas grandes, que não poderiam ser removidas 
dos espaços teciduais pelos capilares sanguíneos. A linfa tem uma particularidade de grande 
importância prática, pois não coagula como o sangue, fazendo com que a lesão de seus 
vasos coletores maiores espoliem o indivíduo rapidamente, de acordo com Vivela (2012). 
 
Vilela (2012) afirma ainda que o sistema linfático tem como função imunológica a 
ativação da resposta inflamatória e o controle de infecções. A partir de sua simbiose com os 
vasos sanguíneos, regula o balanço do fluído tissular. Este delicado balanço é possível pelo 
transporte unidirecional de proteínas do tecido para o sistema sanguíneo. Em conjunção 
com o trabalho dos vasos, o sistema linfático mantém o equilíbrio entre a filtração e a 
reabsorção dos fluídos tissulares. As moléculas de proteínas transportam oxigênio e 
nutrientes para as células dos tecidos, onde então removem seus resíduos metabólicos. 
Várias moléculas de proteínas que não conseguem ser transportadas pelo sistema venoso 
são retornadas ao sistema sanguíneo através do linfático. Em consequência disto, o líquido 
linfático se torna rico em proteínas, mas também transporta células adiposas, e outras 
macromoléculas. A circulação normal de proteínas requer um funcionamento adequado dos 
vasos linfáticos, caso contrário, os espaços intersticiais podem ficar congestionados. 
 
Os capilares linfáticos estão presentes em quase todos os tecidos do corpo. Os 
capilares mais finos vão se unindo em vasos linfáticos maiores, conforme ilustra a Figura 51 a 
seguir, que terminam em dois grandes dutos principais: o ducto torácico, que recebe a linfa 
procedente da parte inferior do corpo, do lado esquerdo da cabeça, do braço esquerdo e de 
partes do tórax, e o ducto linfático, que recebe a linfa procedente do lado direito da cabeça, 
do braço direito e de parte do tórax. Ambos desembocam na junção das veias subclávia e 
jugular interna do coração. 
 
Figura 51- Vasos linfáticos 
 
Fonte: Baseada em Vilela (2012) 
 
 Linfa: 
 
Ainda conforme a autora acima citada, a linfa corresponde ao líquido intersticial 
que circula dentro dos linfáticos, e tem composição quase idêntica a do plasma. A 
concentração de proteínas da linfa gira em torno de 2 a 6%, dependendo da parte do corpo. 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
109 
O sistema linfático representa uma das principais vias de absorção dos nutrientes, através 
dos vasos linfáticos intestinais. Neste processo, também podem ser absorvidas bactérias e 
partículas maiores. Esse problema é resolvido, à medida que a linfa passa através de 
linfonodos interpostos no trajeto dos vasos linfáticos, onde tais partículas e bactérias são 
bloqueadas e destruídas. 
 
A linfa é recolhida por capilares próprios, mais irregulares que os sanguíneos. Estes, 
por sua vez, são tubos endoteliais que vão se anastomosando cada vez mais, até formar 
coletores linfáticos maiores. Ao contrário do sangue, que é impulsionado a partir dos vasos 
pela força do coração, o sistema linfático não é um sistema fechado e não tem uma bomba 
central. A linfa depende exclusivamente da ação de agentes externos para poder circular. A 
linfa move-se lentamente sob baixa pressão devido principalmente à compressão provocada 
pelos movimentos dos músculos esqueléticos que pressionam o fluido através dele. A 
contração rítmica das paredes dos vasos também ajuda o fluido através dos capilares 
linfáticos. Este fluido é, então, transportado progressivamente para vasos linfáticos maiores 
acumulando-se no ducto linfático direito (para a linfa da parte direita superior do corpo)e 
no duto torácico (para o resto do corpo). Estes ductos desembocam no sistema circulatório 
na veia subclávia esquerda e direita. 
 
 Ducto linfático direito: 
 
O ducto linfático direito corre ao longo da borda medial do músculo escaleno 
anterior na base do pescoço e termina na junção da veia subclávia direita com a veia jugular 
interna direita. Seu orifício é guarnecido por duas válvulas semilunares, que evitam a 
passagem de sangue venoso para o ducto. Este é o ducto que conduz a linfa para circulação 
sanguínea nas seguintes regiões do corpo: lado direito da cabeça, do pescoço e do tórax, do 
membro superior direito, do pulmão direito, do lado direito do coração e da face 
diafragmática do fígado (VILELA, 2012). 
 
 Ducto torácico: 
 
O ducto torácico é aquele que conduz a linfa da maior parte do corpo para o 
sangue. É o tronco comum a todos os vasos linfáticos, exceto os vasos citados acima (ducto 
linfático direito). Estende-se da segunda vértebra lombar para a base do pescoço. Ele 
começa no abdome por uma dilatação, a cisterna do quilo, entra no tórax a partir do hiato 
aórtico do diafragma e sobe entre a aorta e a veia ázigos. Termina por desembocar no 
ângulo formado pela junção da veia subclávia esquerda com a veia jugular interna esquerda 
(VILELA, 2012). 
 
5.11.1 Órgãos Linfáticos 
 
Compreendem os órgãos linfáticos: amigdalas (tonsilas), adenoides, baço, 
linfonodos (nódulos linfáticos) e timo (tecido conjuntivo reticular linfoide: rico em linfócitos). 
 
 Amigdalas (tonsilas): 
 
As amigdalas guardam a entrada e a saída dos tratos alimentar e respiratório, 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
110 
contra a invasão de micro-organismos, formando um anel linfático. Classificam-se em 
tonsilas palatinas, faríngeas e linguais, conforme ilustra a Figura 52 a seguir. Sua função é 
produzir. 
 
Figura 52 - Tonsilas 
 
Fonte: Baseada em Vilela (2012) 
 
 Timo: 
 
Como ilustra a Figura 53 a seguir, o timo é o órgão linfático mais desenvolvido no 
período pré-natal, que vai involuindo desde o nascimento até a puberdade. O timo de uma 
criança é um órgão proeminente na porção anterior do mediastino superior, enquanto que o 
timo de adulto de idade avançada mal pode ser reconhecido, devido às alterações atróficas. 
Durante seu período de crescimento ele se aproxima muito de uma glândula, quanto ao 
aspecto e estrutura. 
 
Figura 53 - Timo 
 
Fonte: Baseada em Vilela (2012) 
 
O timo consiste de dois lobos laterais mantidos em estreito contato por meio de 
tecido conjuntivo, o qual também forma uma cápsula distinta para o órgão todo. Ele situa-se 
parcialmente no tórax e no pescoço, estendendo-se desde a quarta cartilagem costal até o 
bordo inferior da glândula tireoidea. Os dois lobos geralmente variam em tamanho e forma, 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
111 
sendo o direito, geralmente, sobreposto ao esquerdo. Ele apresenta uma coloração cinzenta 
rosada, é mole e lobulado, medindo aproximadamente 5cm de comprimento, 4cm de 
largura e 6mm de espessura. 
 
 Linfonodo: 
 
O linfonodo consiste em um aglomerado de tecido retículo-endotelial revestido por 
uma cápsula de tecido conjuntivo. Desempenha importante papel imunológico, a partir da 
filtração da linfa proveniente dos vasos linfáticos e da produção de células linfoides e 
reticulares, que realizam a defesa do organismo por meio da fagocitose e da pinocitose. O 
linfonodo varia em tamanho, forma e cor. Cada linfonodo apresenta um hilo que 
corresponde ao local de emergência, não apenas do vaso linfático, como da veia linfonodal, 
que acompanha a artéria e se destina ao suprimento sanguíneo para o linfonodo. A conexão 
entre o sistema linfático e o venoso é possível por meio da veia de drenagem do linfonodo. 
O número de linfonodos varia entre as regiões e os indivíduos, e seu volume também é 
variável, ocorrendo um importante aumento com a idade, em decorrência dos processos 
patológicos ou agressões que a área de drenagem tenha sofrido. 
 
Os principais linfonodos são o cervical profundo, o axilar, o linfonodo pré-aórtico e 
o inguinal, que detalhados a seguir: 
 
a) cervical profundo: localizados na bainha carotídea drenando cabeça e pescoço. 
b) axilar: estes linfonodos drenam membros superiores, glândulas mamárias, pele e 
músculos do tórax, dorso e parte inferior do dorso do pescoço 
traqueobrônquico: localizados em torno da parte torácica da traqueia e dos 
brônquios, drenando os pulmões e o coração. 
c) pré-aórtico: localizado ventralmente à artéria aorta, drenando o trato 
gastrintestinal, fígado, pâncreas, baço e mais de 100 linfonodos do mesentério. 
d) inguinal: localizado na virilha, drena os membros inferiores, a genitália externa e 
a parede anterior do abdome. 
 
 Baço: 
 
A Figura 54 abaixo ilustra o baço, que é o órgão linfático, excluído da circulação 
linfática, interposto na circulação sanguínea, cuja drenagem venosa passa, 
obrigatoriamente, pelo fígado. Possui grande quantidade de macrófagos que, por meio da 
fagocitose, destroem micróbios, restos de tecido, substâncias estranhas, células do sangue 
em circulação já desgastadas como eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Desta forma, o baço 
“limpa” o sangue, funcionando como um filtro deste fluído tão essencial. O baço também 
tem participação na resposta imune, reagindo a agentes infecciosos. É considerado por 
alguns cientistas como um grande nódulo linfático. Situa-se na região do hipocôndrio, mas 
sua extremidade cranial se estende na região epigástrica. O baço situa-se entre o fundo do 
estomago e o diafragma. Sua textura é mole, de consistência muito friável, altamente 
vascularizado e de uma coloração púrpura escura. O tamanho e peso do baço variam muito, 
possuindo, no adulto, cerca de 12cm de comprimento, 7cm de largura e 3cm de espessura. 
 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
112 
Figura 54 - Baço 
 
Fonte: Vilela (2012) 
 
5.11.2 Fisiologia do Sistema linfático 
 
As circulações linfáticas e sanguíneas estão intimamente relacionadas. A macro e a 
microcirculação de retorno dos órgãos e/ou regiões são feitas pelos sistemas venoso e 
linfático. As moléculas pequenas vão, em sua maioria, diretamente para o sangue, sendo 
conduzidas pelos capilares sanguíneos, e as grandes partículas alcançam a circulação por 
meio do sistema linfático. Entretanto, mesmo macromoléculas passam para o sangue via 
capilares venosos, sendo que o maior volume do fluxo venoso faz com que, no total, o 
sistema venoso capte muito mais proteínas que o sistema linfático. Contudo, a pequena 
drenagem linfática é vital para o organismo, ao baixar a concentração proteica média dos 
tecidos e propiciar a pressão tecidual negativa fisiológica que previne a formação do edema 
e recupera a proteína extravasada. 
 
A formação e a condução da linfa são condicionadas por diversos sistemas. Um 
deles, em nível molecular, é o sistema angiolacunar de líquidos e eletrólitos. Dentro deste 
sistema de difusão, e por ele potencializado, insere-se o sistema de ultrafiltração capilar 
sanguíneo, somando-se, ainda no nível microscópio, às trocas líquidas, pressóricas e 
proteicas do plasma dos interstícios e dos capilares linfáticos. Nos membros, instalam-se 
forças ainda mais grosseiras, e localmente mais intensas, que surgem em determinadas 
situações, tais como qualquer movimentação e compressão tecidual. 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
113 
5.12 Anatomia e Fisiologia do Sistema Sanguíneo 
 
O sangue funciona como o meio de “meio de transporte” do corpo. Possui 
elementos tão importantes que uma falha sua pode causar a morte dos que esperam suas 
“mercadorias”: as células. É formado por uma massa líquida, contida num compartimento 
fechado, nomeado de aparelho circulatório,e mantida em movimento regular e 
unidirecional devido às contrações rítmicas do coração. Num adulto, seu volume total é de 
aproximadamente 5,5 litros. 
 
Para executar com precisão suas funções, tais como suprir as necessidades 
alimentares dos tecidos, transportar detritos das células para serem eliminados além de 
conduzir substâncias e gases de uma parte a outra do corpo, possibilitando o bom 
funcionamento das células, o sangue necessita de elementos especiais em sua composição, 
os quais serão citados. 
 
Ao colher uma pequena quantidade de sangue observa-se que em pouco tempo 
haverá a separação entre um líquido amarelado e uma massa vermelha (coágulo). Assim, 
verifica-se que o sangue é formado de uma parte líquida, denominada plasma, e de uma 
parte sólida, composta por células e fragmentos de células (elementos figurados). 
 
O plasma corresponde a 56% do volume sanguíneo; é formado por 90% de água e 
diversas substâncias, como proteínas, sais inorgânicos, aminoácidos, vitaminas, hormônios, 
lipoproteínas, glicose e gases -oxigênio, gás carbônico e nitrogênio -, diluídos em seu meio. 
 
A pressão osmótica é regulada pelos sais minerais juntamente com a água, 
impulsionada por uma força que pressiona a passagem da água de um local menos 
concentrado para outro mais concentrado através de uma membrana. São exemplos de sais 
minerais o cloreto, o sódio, o potássio, o cálcio e o magnésio. 
 
Já as principais proteínas relacionadas com o plasma são a albumina, as globulinas e 
o fibrinogênio. A albumina faz o transporte de medicamentos, bilirrubina e do ácido biliar, 
também é responsável por manter a pressão osmótica uniforme, proporcionando a troca de 
água entre o sangue e os tecidos. Já a composição das globulinas apresenta a alfa e 
betaglobulinas que exercem a função de transportar o ferro e outros metais, hormônios, 
vitaminas, lipídios e as gamaglobulinas (anticorpos) responsáveis pela proteção do nosso 
organismo, por isso são chamadas de imunoglobulinas. O fibrinogênio auxilia na formação 
de fibrina na etapa final da coagulação sanguínea. 
 
A maior parte das células que formam a parte sólida do sangue são os glóbulos 
vermelhos, também chamados hemácias ou eritrócitos, eles não possuem núcleos e 
apresentam um pigmento rico em ferro chamado de hemoglobina, tornando o sangue 
vermelho e com a função de transportar oxigênio para as células. Qualquer dificuldade que 
aconteça nesse transporte pode ser letal para as células do tecido afetado – o que é possível 
de ser percebido através da pele e mucosas, que se apresentarão hipocoradas (sem cor). 
 
As hemácias são formadas nas medulas vermelhas dos ossos longos e vivem em 
média 120 dias; quando morrem são transportadas para o baço pelo próprio sangue, onde 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
114 
se fragmentarão. Normalmente existem 4,5 a 5 milhões de eritrócitos/ml de sangue; isso 
corresponde a 45% de eritrócitos no sangue, essa porcentagem recebe a nomenclatura de 
hematócrito. A anemia, por exemplo, é causada por uma perda muito rápida ou produção 
lenta. 
 
As células sanguíneas também apresentam alguns componentes (aglutinógenos) 
que são determinados pela genética, convencionalmente chamados de A e B. São esses 
componentes que definem o tipo sanguíneo de uma pessoa. Existem quatro tipos de sangue: 
tipo A- com hemácias que só contém o elemento A; tipo B – com hemácias que só contém o 
elemento B; tipo AB – com hemácias que contém os dois elementos; e tipo O, com hemácias 
“vazias”, ou seja, sem aglutinógeno. Além destes componentes, há o fator Rh. Cerca de 85% 
da população possui o aglutinógeno Rh, sendo chamadas de Rh+. 
 
Quando um paciente precisa por exemplo, de transfusão sanguínea se faz 
necessário conhecer a tipagem sanguínea do mesmo pois a presença desses aglutinógenos 
específicos nas hemácias é um dos elementos responsáveis pelas reações transfusionais 
resultantes de tipos sanguíneos incompatíveis. 
 
Em menor quantidade que as hemácias existem os leucócitos ou glóbulos brancos 
que são responsáveis pela defesa do organismo pois são capazes de destruir os 
ameaçadores. Também produzem uma substância manifesta nas reações alérgicas chamada 
histamina além de outra substancia anticoagulante denominada heparina. 
 
Quando suspensos no sangue os leucócitos são esféricos e classificam-se em 
granulócitos - ou poliformonucleares - e agranulócitos - segundo características celulares - e 
se diferenciam em outras células durante a fase de maturação. 
 
A composição dos granulócitos é de 60% a 75% de neutrófilos, 2% a 4% de 
eosinófilos e 1% de basófilos. São formados na medula óssea e depois são destruídos e 
eliminados pelo fígado, baço, muco-bronquial, secreções glandulares e por autodestruição. 
Auxiliam o organismo na defesa durante a fase aguda do processo infeccioso e inflamatório. 
Os eosinófilos participam de processos alérgicos. 
 
Os agranulócitos compreendem os linfócitos e monócitos. Enquanto os linfócitos 
correspondem a 25% - 40% dos leucócitos e são formados nos tecidos linfoides, onde se 
armazenam (timo e baço). Uma pequena quantidade circula pelo corpo, atuando lentamente 
nas inflamações crônicas em vista de sua pouca ação destrutiva sobre as bactérias, no 
entanto são importantes nas reações de defesa contra proteínas estranhas ao organismo. Os 
monócitos formam- se na medula óssea e participam no combate de infecções crônicas, 
correspondendo a 3% - 6% dos leucócitos. 
 
Um outro elemento de importância fundamental no sangue são as plaquetas, que 
são fragmentos de células especiais da medula óssea chamadas megacariócitos. O corpo 
humano possui cerca de 250 a 450 mil plaquetas/ml, cuja função é a coagulação sanguínea - 
se não existissem, correríamos o risco de perder todo o sangue através de qualquer 
ferimento. Assim, quando um vaso sanguíneo sofre lesão em sua parede inicia-se um 
processo chamado hemostasia (coagulação sanguínea), que visa impedir a perda de sangue 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
115 
(hemorragia). 
 
Por meio do processo de vasocontrição o vaso lesado se contrai e as plaquetas que 
por ali circulam agregam-se no local, formando um tampão plaquetário. A Fibrina é 
originada durante a agregação onde fatores do plasma sanguíneo, das plaquetas e dos vasos 
lesados promovem a interação sequencial (em cascata) de 13 proteínas plasmáticas. A partir 
daí é formada uma rede que aprisiona os leucócitos, eritrócitos e plaquetas formando-se 
então o coagulo sanguíneo que é bem mais consistente e firme que o tampão plaquetário. O 
tecido novo é formado através da proteção do coagulo que faz com que a parede do vaso 
seja restaurada, para que só assim, através da ação de enzimas plasmáticas e plaquetárias o 
coágulo seja removido. 
 
Vale ressaltar que os vasos sanguíneos são inervados pelo nervo simpático que 
diminui o calibre dos vasos (ação vasoconstritora), e pelo nervo parassimpático, que 
aumenta o calibre dos vasos (vasodilatador). A ação desses dois feixes nervosos mantém o 
diâmetro e a tonicidade dos vasos sanguíneos. 
 
5.13 Anatomia e Fisiologia do Sistema Urinário 
 
O sistema urinário é formado pelos órgãos responsáveis pela formação da urina que 
é um dos veículos de excreção do organismo. Os órgãos que compõem esse sistema são: os 
rins, os ureteres, a bexiga urinária e a uretra. Sua função é realizar a manutenção do 
balanço interno (homeostase) através da eliminação ou preservação de água e demais 
produtos do metabolismo celular, tais como, a ureia, o ácido úrico e a creatinina. Além de 
produzir o hormônio eritropoietina responsável por estimular a produção dos eritrócitos do 
sangue. É ainda no sistema excretor que ocorre a regulação da composição e do pH do 
líquido intersticial, isso acontece através da seleção dos rins, ao impedirem que substâncias 
vitais para o corpo sejam expelidas,liberando apenas a saída de substâncias tóxicas 
garantindo a sobrevivência das células. 
 
 5.13.1 Rim
 
Localizados na região retro peritoneal, esses dois órgãos estão fixados na parede 
posterior da cavidade abdominal localizados à direita e à esquerda da coluna vertebral, 
sendo o direito uma posição inferior em relação ao esquerdo, em virtude da presença do 
fígado à direita. 
 
Na anatomia externa dos rins (Figura 51) podemos visualizar: 
 
 Faces: 
 
Anterior e posterior. 
 
 
 Polos: 
 
Superior (glândula suprarrenal) e inferior. 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
116 
 Bordas: 
 
Medial e lateral. 
 
 
 Camadas de revestimento: 
 
Formada por cápsula fibrosa, cápsula adiposa e fáscia renal. A borda medial do rim 
apresenta uma fissura vertical chamada hilo renal, por onde passam o ureter, a artéria e a 
veia renal, linfáticos e nervos que em conjunto constituem o pedículo renal. Dentro do rim, 
o hilo se expande em uma cavidade central denominada seio renal que funciona como 
alojamento para a pelve renal que na verdade é a porção dilatada do ureter. 
 
Já na anatomia interna do rim pode-se observar mais perifericamente uma região 
de coloração menos evidente denominada córtex renal e ainda uma região mais escura 
denominada medula renal. O córtex renal se projeta na medula renal dividindo estruturas 
chamadas de pirâmides renais. Estas estruturas do córtex são chamadas de colunas renais. 
As pirâmides renais têm os ápices voltados para a pelve renal, enquanto suas bases são 
envolvidas pelo córtex renal, estando, portanto, voltadas para a superfície do órgão. 
 
Figura 51 - Anatomia externa do rim 
 
Fonte: Baseada em Netter (2000) 
 
Segundo o portal da anatomia (2016) a pelve renal por sua vez, está dividida em 
dois ou três tubos curtos e largos, os cálices renais maiores que se subdividem em número 
variável de cálices renais menores. Cada um destes últimos oferece um encaixe em forma 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
117 
de taça, para receber o ápice das pirâmides renais. Este ápice denomina-se papila renal, 
região anatômica que apresenta uma área perfurada, área crivosa, por onde goteja o 
ultrafiltrado que serão recebidos nos cálices renais menores. Um exame cuidadoso da 
medula renal mostra a presença de estriações, os raios medulares (Figura 52). 
 
Figura 52 - Anatomia Interna do Rim 
 
Fonte: Baseada em Netter (2000) 
 
Os rins são sustentados pela artéria renal, que tem sua origem na aorta. A artéria 
renal é subdividida no hilo em um ramo anterior e um ramo posterior. Estes ramos se 
subdividem em várias artérias segmentares que irão irrigar os vários segmentos do rim. Das 
artérias segmentares surgem as artérias interlobares, que na junção córtico-medular 
dividem-se para formar as artérias arqueadas e, posteriormente as artérias interlobulares. 
Dessas artérias surgem as arteríolas aferentes, as quais sofrem divisão formando os capilares 
dos glomérulos, que em seguida, confluem-se para forma a arteríola eferente. A arteríola 
eferente dá origem aos capilares peritubulares e as arteríolas retas, responsáveis pelo 
suprimento arterial da medula renal. 
 
A análise microscópica de um corte de tecido renal (Figura 53) mostra a presença de 
numerosas estruturas afuniladas, com longos tubos enrolados, denominados néfrons. Os 
néfrons são estruturas funcionais dos rins. Cada rim tem aproximadamente um milhão de 
nefrons. 
 
O néfron é formado por duas regiões principais: o glomérulo e o túbulo renal. O 
glomérulo é um novelo de capilares envolvido por uma pequena camada denominada 
cápsula de Bowmann. Cada glomérulo juntamente com sua respectiva cápsula de Bowmann 
constitui o crepúsculo renal ou corpúsculo de Malpighi. 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
118 
Figura 53 - Anatomia do Tecido Renal 
 
Fonte: Baseada em Cheidar (2002) 
 
Através da artéria renal o sangue chega ao rim, a partir daí se ramifica em larga 
escala no interior do órgão, dando origem a um grande número de arteríolas aferentes, 
onde cada uma ramifica-se no interior da cápsula de Bowman do néfron, formando um 
enovelado de capilares denominado glomérulo de Malpighi. 
 
O sangue arterial é conduzido nos capilares do glomérulo sob uma pressão de 70 a 
80 mmHg, que faz com que parte do plasma seja transportado para a cápsula de Bowman; 
esse processo é denominado filtração (Figura 54). As substâncias Essas substâncias 
extravasadas para a cápsula de Bowman formam o filtrado glomerular, muito parecido em 
composição química, com plasma sanguíneo, com a diferença de que não possui proteínas, 
incapazes de atravessar os capilares glomerulares. 
 
Na sequência O filtrado glomerular vai para o túbulo contorcido proximal, que 
possui uma parede formada por células adaptadas ao transporte ativo. Nesse túbulo, 
acontece a reabsorção ativa de sódio. Depois, o líquido percorre o ramo descendente da alça 
de Henle, ocorrendo a passagem de água por osmose do líquido tubular (hipotônico) para os 
capilares sanguíneos (hipertônicos) – esse processo é denominado reabsorção. O ramo 
descendente percorre regiões do rim com gradientes crescentes de concentração. 
Consequentemente, ele perde ainda mais água para os tecidos, de forma que, na curvatura 
da alça de Henle, a concentração do líquido tubular é alta. 
 
Esse líquido muito concentrado passa então a percorrer o ramo ascendente da alça 
de Henle, que é formado por células impermeáveis à água e que estão adaptadas ao 
transporte ativo de sais. Nessa região, ocorre remoção ativa de sódio, ficando o líquido 
tubular hipotônico. Ao passar pelo túbulo contorcido distal, que é permeável à água, ocorre 
reabsorção por osmose para os capilares sanguíneos. Ao sair do néfron, a urina entra nos 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
119 
dutos coletores, onde ocorre a reabsorção final de água. 
 
Em 24 horas são filtrados aproximadamente 180 litros de fluido do plasma; no 
entanto apenas 1 a 2 litros de urina são formados por dia, ou seja, aproximadamente 99% do 
filtrado glomerular é reabsorvido. 
 
 
 
Ao longo dos túbulos renais também acontece a reabsorção ativa de aminoácidos e 
glicose. Dessa maneira, ao final do túbulo distal, essas substâncias já não são mais 
encontradas. Os capilares que reabsorvem as substâncias úteis dos túbulos renais se reúnem 
para formar um vaso único, a veia renal, que leva o sangue para fora do rim, em direção ao 
coração. 
 
Figura 54 - Filtração Glomerular 
 
Fonte: Baseada em Lopes (2002) 
 
Para se ter uma função renal bem regulada é importante e básico a regularização da 
quantidade de líquidos no corpo Quando h, e m função da melhor reabsorverá uma 
necessidade de reter água no interior do corpo, a urina fica mais concentrada em função da 
maior reabsorção de água; já se houver excesso de água no corpo a urina fica menos 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
120 
concentrada causando uma menor reabsorção de água. 
 
O ADH é o principal agente regulador do equilibro hídrico na vida de um indivíduo, 
produzido no hipotálamo e armazenado na hipófise. Através dos receptores osmóticos 
localizados no hipotálamo é detectada a concentração do plasma sanguíneo. Então quando 
acontece o aumento de concentração do plasma, esses osmorreguladores incentivam a 
produção de ADH. Esse hormônio pode passar pela corrente sanguínea indo atuar sobre os 
túbulos distais e sobre os túbulos coletores do néfron transformando as células desse grupo 
mais permeáveis à água assim a reabsorção de água e a urina fica mais concentrada; já 
quando a concentração de plasma é baixa, ou seja, há muita água a produção do ADH éinibida causando também uma menor absorção de água nos túbulos distais e coletores, 
fazendo com que o excesso de água seja excretado tornando a urina mais diluída. 
 
A aldosterona é outro elemento participante do equilíbrio hidro iônico do 
organismo sendo produzida nas glândulas suprarrenais. Esse hormônio é capaz de aumentar 
a reabsorção ativa de sódio nos túbulos renais, fazendo com que haja uma maior retenção 
de água no organismo. A aldosterona começa a ser produzida quando a concentração de 
sódio no túbulo renal diminui. Uma proteína chamada renina é produzida pelo rim, que age 
sobre o angiotensinogênio (inativo), outra proteína produzida no fígado e encontrada no 
sangue, para depois ser convertida em angiotensina (ativa). Essa substância estimula as 
glândulas suprarrenais a produzirem aldosterona. 
 
5.13.2 Ureteres 
 
São dois tubos que tem a função de transportar a urina dos rins para a bexiga, 
geralmente medem menos de 6mm de diâmetro e 25 a 30cm de comprimento. No interior 
do rim está localizada a pelve renal que é a extremidade superior do ureter (Figura 55). 
 
O ureter é formado por duas partes: abdominal e pélvica, sendo eles capazes de 
realizar contrações rítmicas denominadas peristaltismo. 
 
5.13.3 Bexiga 
 
É um órgão em formato de bolsa flexível de localização infraperitonial, tendo como 
principal função armazenar a urina antes de ser eliminada pelo corpo. A bexiga transforma o 
fluxo continuo de urina que chega pelos ureteres em emissão periódica (micção). A variação 
de forma, tamanho, situação e relações da bexiga com os órgão vizinhos acontece de acordo 
com suas fases de vacuidade, plenitude ou intermediárias e sua relação com os órgãos 
vizinhos, essa variação também depende da idade ou sexo. No adulto, por exemplo, quando 
está vazia ela se achata contra a sínfise púbica e quando está cheia fica e forma de um 
ovoide e faz uma saliência na cavidade abdominal. 
 
A bexiga possui um espaço triangular delimitado pelos óstios ureterais e pelo óstio 
interno da uretra denominado trígono da bexiga. 
 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
121 
5.13.4 Uretra 
 
É o canal condutor da urina constituindo o último segmento das vias urinárias. É 
importante lembrar que ela difere nos dois sexos, mas em ambos tem a função de 
estabelecer a comunicação entre a bexiga urinaria e o meio exterior. No homem ela mede 
20c e funciona como uma via comum para a passagem da micção e ejaculação. No sexo 
feminino, a uretra é menor, possui aproximadamente 4 cm de comprimento e localiza-se 
anteriormente a vagina. 
 
5.13.5 Uretra Masculina 
 
A uretra masculina é composta por quatro porções: 
 
 Intramural: 
 
Que é circundada por musculatura lisa da bexiga, musculatura esta que apresenta 
fibras circulares que constituirão o esfíncter interno da uretra. Enquanto na mulher, serve 
apenas a excreção da urina. 
 
 Prostática: 
 
Atravessa longitudinalmente a próstata. 
 
 Membranácea: 
 
Atravessa o diafragma urogenital. 
 
 Esponjosa: 
 
É a maior das porções uretrais, localizada do diafragma urogenital até o óstio 
externo da uretra. Dentro da glande fica a fossa navicular da uretra, que é uma dilatação que 
diminui a pressão de chegada da urina minimizando a possibilidade de ocorrência de micro 
lesões nas paredes que se seguem. 
 
5.13.6 Uretra Feminina 
 
A uretra feminina é composta por apenas duas porções: 
 
 Intramural: 
 
Que é circundada por musculatura lisa da bexiga, musculatura esta que apresenta 
fibras circulares que constituirão o esfíncter interno da uretra, enquanto na mulher, serve 
apenas a excreção da urina. 
 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
122 
 Membranácea: 
 
Atravessa o diafragma urogenital. 
 
A Figura 55 a seguir ilustra os órgãos acima descritos (ureter, bexiga e uretra). 
 
Figura 55- Ureter, bexiga e uretra 
 
Fonte: Baseado em www.calculorenal.org.br (2016) 
 
5.14 Anatomia e Fisiologia do Sistema Reprodutor 
 
O aparelho reprodutor tem como principal função perpetuar a espécie através da 
reprodução. O sistema reprodutor feminino é um pouco mais complexo pelo fato de possuir 
um órgão a mais, logo, apresenta mais uma função: o útero que abriga e proporciona o 
desenvolvimento de uma nova vida, resultante da união dos gametas. 
 
 O início do processo de reprodução humana é marcado pelo percurso que o óvulo 
faz através das tubas uterinas até chegar ao útero. Durante esse trajeto, vários milhões de 
espermatozoides poderão ir ao encontro, mas somente os mais fortes, conseguem atingir o 
óvulo e apenas um deles fecunda-lo. 
 
5.14.1 Sistema reprodutor masculino 
 
O sistema reprodutor masculino é formado pelos testículos (gônadas masculinas), 
um sistema de ductos (ducto deferente, ducto ejaculatório e uretra), as glândulas sexuais 
acessórias (próstata, glândula bulbouretral e vesículas seminais) e diversas estruturas de 
suporte, incluindo o escroto e o pênis. 
 
5.14.1.1 Pênis 
 
 O pênis, ilustrado pela Figura 56, é o órgão erétil e copulador masculino, 
quando penetra nas vias genitais femininas lança os espermatozoides. É constituído de 
tecido flácido, formado por: 
http://www.calculorenal.org.br/
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
123 
 Dois corpos cavernosos são fixados ao osso da bacia através dos ramos do pênis – 
extremidades posteriores. 
 Um corpo esponjoso, apresentando duas dilatações: glande (anterior) e bulbo 
(posterior). 
 
5.14.1.2 Sêmen 
 
O sêmen é um líquido constituído basicamente por espermatozoides e fluido 
seminal. É composto por: secreções da próstata (30%) e vesículas seminais (70%). O fluido 
seminal é formado de: água, muco, açúcar, bases e prostaglandinas (hormônios que vão 
desencadear contrações do útero e tuba uterina). 
 
Figura 56- Pênis 
 
Fonte: Baseada em Lopes (2002) 
 
5.14.1.3 Escroto 
 
 O escroto é um saco musculocutâneo frouxo e enrugado, dividido em dois 
compartimentos que contêm os testículos, os epidídimos e a parte mais proximal dos 
cordões espermáticos. Tem como função sustentar os testículos e também regular a 
temperatura local em relação ao ambiente (Figura 57). 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
124 
Figura 57 - Escroto 
 
Fonte: Baseada em Lopes (2002) 
 
 
O escroto é constituído por camadas de tecido diferentes que se estratificam da 
periferia para a profundidade, nos sete planos seguintes: 
 
 Cútis: 
 
Formado por uma pele enrugada e fina com pregas transversais e com pelos 
esparsos. Na linha mediana está localizada a rafe do escroto. 
 
 Túnica dartos: 
 
Músculo cutâneo composto por fibras musculares lisas. 
 
 Fáscia espermática externa: 
 
Derivada do músculo oblíquo externo do abdome, funciona como uma lâmina 
conjuntiva, descendo do ângulo inguinal superficial para entrar na constituição do escroto. 
 
 Fáscia cremastérica: 
 
Este plano é representado por uma delgada lâmina conjuntiva que prende inúmeros 
feixes de fibras musculares estriados de direção vertical. No conjunto, essas fibras 
musculares constituem o músculo cremáster e derivam das fibras do músculo oblíquo 
interno do abdome. 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
125 
 Fáscia espermática interna: 
 
Lâmina conjuntiva que deriva da fáscia transversal. 
 
 Túnica vaginal: 
 
Serosa cujo folheto parietal representa a camada mais profunda do escroto, 
enquanto o folheto visceral envolve o testículo, epidídimo e início do ducto deferente. 
 
5.14.1.4 Testículos 
 
O testículo (Figura 58) é um órgão par (direito e esquerdo) também chamado de 
gônadas sexuais masculinas, fica localizado no escroto, na região anterior do períneo, logo 
por trás do pênis. 
 
Figura 59- Testículos 
 
Fonte: Baseada em Lopes (2002) 
 
Cada testículo tem forma ovoide, possuieixo quase vertical, e levemente achatado 
no sentido lateromedial, apresentando duas faces, duas bordas e duas extremidades. As 
faces são classificadas em lateral e medial, as bordas em anterior e posterior e a 
extremidades em superior e inferior. 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
126 
A túnica albugínea é uma cápsula de natureza conjuntiva que envolve o testículo, 
com a função de enviar os septos para o seu interior, sendo subdivididos em lóbulos. 
 
Nos lóbulos dos testículos encontramos em uma larga escala os túbulos seminíferos 
contorcidos que são ductos longos e sinuosos de calibre quase capilar; neste local são 
formados os espermatozoides. 
 
Os túbulos seminíferos convergem para o mediastino dos testículos e vão se 
anastomosando, constituindo túbulos seminíferos retos, os quais se entrecruzam formando 
uma verdadeira rede, chamada Rede de Haller, ao nível do mediastino. 
 
 No mediastino, os túbulos seminíferos retos desembocam em dez a quinze ductos 
eferentes, que se dirigem desde o testículos até o epidídimo. 
 
 Além de produzirem os espermatozoides, durante a fase da puberdade os 
testículos produzem também hormônios – testosterona -, responsáveis pelo aparecimento 
dos caracteres sexuais secundários, por isso são considerados glândulas mistas. A 
temperatura ideal para produção e armazenamento de espermatozoides é de 35o C, isso nos 
faz compreender a razão pela qual os testículos não se localizam no interior do corpo 
humano. A temperatura corporal é em torno de 37o C. 
 
5.14.1.5 Vias Espermáticas 
 
As vias espermáticas, que conduzem os espermatozoides, são compostas pelo 
epidídimo, ducto deferente, ducto ejaculatório e uretra. O epidídimo é uma estrutura em 
forma de C, constituída de cabeça, corpo e cauda, situada na margem posterior de cada 
testículo. Além de atuar como via condutora de gametas também armazena 
espermatozoides até o momento da ejaculação. É no epidídimo que os espermatozoides 
sofrem a maturação durante seu desenvolvimento, que ocorre aproximadamente em 2 
meses. 
 
O Ducto Deferente é um prolongamento da cauda do epidídimo responsável pela 
condução do espermatozoide até o ducto ejaculatório. O ducto ejaculatório é formado pela 
junção do ducto deferente com o ducto da vesícula seminal, também serve como via 
condutora de gametas, no entanto possui menor dimensão e calibre do que as demais vias 
condutoras de espermatozoides. Seu trajeto passa pelo interior da próstata. 
 
5.14.1.6 Uretra 
 
A uretra possui em média 20 centímetros de comprimento e serve para a 
eliminação de urina e para ejaculação. 
 
O canal da uretra é subdividido em: uretra prostática que transcorre pela próstata, 
uretra membranosa que percorre o assoalho da pelve e uretra peniana que passa pelo 
corpo esponjoso do pênis. 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
127 
5.14.1.7 Vesículas Seminais 
 
As vesículas seminais são duas bolsas membranosas lobuladas, em média possuem 
7,5cm de comprimento, e tem a função de produzir um líquido para ser adicionado na 
secreção dos testículos. A face ventral está em contato com o fundo da bexiga, estendendo-
se do ureter à base da próstata. Esse líquido contém frutose (açúcar monossacarídeo), 
prostaglandinas e proteínas de coagulação (vitamina C). o líquido possui uma natureza 
alcalina colabora com a neutralização do ambiente ácido da uretra masculina e do trato 
genital feminino, se isso não acontecesse mataria os espermatozoides. Esse líquido constitui 
cerca de 60% do volume do sêmen. 
 
5.14.1.8 Próstata 
 
É uma glândula acessória composta de musculatura lisa, tecido fibroso e glândulas. 
Fica localizada sob a bexiga (proporcionando assim, a sua palpação pelo toque retal), atrás 
da sínfise pubiana e abaixo das vesículas seminais. Possui o formato achatado no sentido 
anteroposterior, apresentando uma face anterior e outra posterior, e de cada lado, faces 
inferolaterais. 
 
Na sua estrutura, apresenta uma cápsula constituída por tecido conjuntivo e fibras 
musculares lisas que a envolvem, da qual partem finas trabéculas que se dirigem até a 
profundidade do parênquima. Também possui fibras musculares estriadas, além de células 
glandulares espalhadas em tubos ramificados cuja secreção é drenada pelos ductos 
prostáticos. 
 
Como está localizada em torno da uretra, a próstata também é responsável por 
liberar a urina ou o esperma, de acordo com o estímulo. Produz um líquido de aspecto 
leitoso que dá ao esperma a cor e odor característicos. 
 
5.14.1.9 Glândulas Bulbouretrais 
 
Também considerada uma glândula anexa, as glândulas bulbouretrais são duas 
formações esféricas e pequenas, estão situadas próximas ao bulbo e envolvidas por fibras 
transversas do esfíncter uretral. 
 
Localizam-se inferiormente a próstata e drenam suas secreções (Mucosa) para a 
parte esponjosa da uretra. Seus ductos desembocam na uretra peniana, secretando um 
líquido mucoso que auxilia na ejaculação. 
 
Na Figura 59 a seguir se ilustram os órgãos genitais masculinos. 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
128 
Figura 60 - Órgãos genitais masculino 
 
Fonte: Baseada em Lopes (2002) 
 
5.14.2 Fisiologia do Sistema Reprodutor Masculino 
 
O ato sexual masculino é iniciado pela ereção, que acontece por meio de 
fenômenos vasculares que proporcionam uma congestão sanguínea nos tecidos eréteis do 
pênis, tornando-o ereto, rígido e com maior volume. Isso ocorre quando região sacral da 
medula espinhal é excitada sendo O fenômeno da ereção ocorre através de excitação na 
região sacral da medula espinhal transmitida por meio de nervos parassimpáticos. Logo 
depois um circuito neuronal que fica na lombar alta da medula espinhal é ativado e por meio 
de nervos autônomos simpáticos, causam vários fenômenos que provocarão a emissão, e 
logo depois a ejaculação. 
 
É no processo de emissão que ocorrem as contrações do epidídimo, canais 
deferentes, vesículas seminíferas, próstata, glândulas bulbouretrais e glândulas uretrais. A 
uretra, então, se enche de líquido contendo milhões de espermatozoides. 
 
Logo após a emissão ocorre a ejaculação, onde aproximadamente 3,5 a 5 ml de 
sêmen são expelidos para o exterior do aparelho masculino. Este volume de sêmen contém 
cerca de 200 a 400 milhões de espermatozoides. O líquido prostático neutraliza a acidez da 
vagina, possibilitando o movimento dos espermatozoides no interior do aparelho reprodutor 
feminino. 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
129 
5.14.3 Sistema reprodutor feminino 
 
Tal como no sistema genital masculino, o sistema genital feminino, ilustrado pela 
Figura 60, é o conjunto de órgãos encarregados da reprodução na mulher. É composto pelos 
ovários, tubas uterinas, útero, vagina e vulva. Os ovários, as tubas uterinas e o útero são 
órgãos intraperitoneais situados profundamente na pelve. 
 
5.14.3.1 Ovários 
 
 São duas gônadas ou glândulas sexuais femininas, também chamados de órgãos 
primários. Localiza-se na parte inferior da cavidade abdominal, um de cada lado do útero. 
Possui aproximadamente 3cm de comprimento, 2cm de largura e 1,5cm de espessura. 
 
Possui uma borda anterior e outra posterior e uma face lateral e outra medial. A 
borda medial acopla-se a uma expansão do ligamento largo do útero que recebe o nome de 
mesovário, e por isso é denominada de borda mesovárica, já a borda posterior é 
denominada borda livre A borda mesóvarica representa o hilo do ovário; é por ele que 
entram e saem os vasos ováricos. A extremidade inferior é chamada extremidade tubal e a 
superior extremidade uterina. 
 
Durante a puberdade os ovários começam a produzir os hormônios sexuais, 
estrógeno e progesterona. O estrógeno é produzido pelas células dos folículos maduros, já o 
corpo lúteo produzgrandes quantidades de progesterona e pouco estrógeno. 
 
5.14.3.2 Tuba uterina 
 
Tuba uterina são dois tubos localizados no ângulo superior de cada lado do útero; 
apresenta um calibre irregular medindo cerca de 10 cm de comprimento. 
 
Conforme se afasta do útero vai se dilatando, por um funil de borda franjada. É 
subdividida em 4 regiões, que no sentido médio-lateral são: parte uterina, istmo, ampola e 
infundíbulo. As principais funções da tuba são transportar o óvulo do ovário ao útero e ser o 
local onde acontece a fertilização do óvulo pelo espermatozoide. 
 
5.14.3.3 Útero 
 
É um órgão oco que possui formato de pêra invertida e se situa entre a bexiga 
urinaria e o reto. Comunica-se por um lado com a tuba uterina e por outro com a vagina. 
 
É dividido em quatro partes: 
 
 Corpo do útero; 
 Fundo do útero; 
 Istmo; 
 Colo do útero.
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
130 
E possui uma estrutura dividida em três camadas: 
 
 Camada interna ou endométrio;
 É modificada pelo ciclo menstrual ou até mesmo na gravidez (é onde o embrião se 
instala). É preparado para receber o óvulo mensalmente, através do aumento da 
espessura e da formação de redes capilares. Caso não aconteça fecundação ele 
 sofre descamação e ocorre o processo da menstruação;
 Camada média ou miométrio; 
 Camada externa ou perimétrio.
 
Figura 60 - Útero, tuba uterina, ovários 
 
Fonte: Baseada em Lopes (2002) 
 
5.14.3.4 Vagina 
 
Funciona como um canal muscula membranoso, Sua extensão vai desde o colo do 
útero até a vulva. Possui uma estrutura elástica coberta por uma pele fina, com várias 
pregas. No ato sexual, é a vagina que recebe o pênis, por ela também passa os fluxos 
menstruais e também o feto na hora do parto. Na sua entrada existe uma proteção formada 
por uma membrana circular - o hímen - que fecha parcialmente o orifício vulvo-vaginal e 
geralmente se rompe nas primeiras relações sexuais. 
 
5.14.3.5 Clitóris 
 
É um órgão de formato alongado e erétil, fica localizado na parte posterior da vulva, 
apresenta uma porção oculta entre os lábios maiores e outra livre, que termina numa 
extremidade chamada glande, coberta pelo prepúcio. 
 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
131 
5.14.3.6 Grandes lábios 
 
São duas dobras cutâneas, alongadas, que possuem uma fenda entre elas. No 
período da puberdade começam a aparecer pelos na parte externa, em seu interior 
permanecem lisas. 
 
5.14.3.7 Pequenos lábios 
 
Também chamados de ninfas, são duas dobras cutâneas pequenas localizadas 
medialmente aos lábios maiores. 
 
 
5.14.3.8 Monte púbico 
 
É uma pequena elevação formada basicamente de tecido adiposo. 
 
5.14.3.9 Óstio da vagina 
 
É a abertura vaginal. É envolta pelos pequenos lábios onde está contida a uretra, a 
vagina e os ductos das glândulas vestibulares. Durante a excitação sexual essas glândulas 
liberam uma pequena quantidade de muco durante, que serve para deixar as estruturas 
úmidas e propicias para a relação sexual. 
 
 5.14.3.10 Óstio da uretra 
 
A uretra feminina é menor que a masculina e serve apenas como via de micção (no 
caso do homem é também via de ejaculação). Mede aproximadamente 4 cm e apresenta 
uma abertura denominada óstio interno da uretra. 
 
O órgão genital feminino é ilustrado pela Figura 61 a seguir. 
 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
132 
Figura 61 - Vagina e vulva 
 
Fonte: Baseada em Lopes (2002) 
 
5.14.3.11 Mamas 
 
São dois órgãos formados por um conjunto de glândulas que tem como principal 
função produzir o leite materno durante o período de lactação da mulher. 
 
5.14.4 Fisiologia do Sistema Reprodutor Feminino 
 
Na conclusão do desenvolvimento embrionário de uma menina, ela já possui todas 
as células necessárias para serem transformadas no final do desenvolvimento embrionário 
de uma menina, ela já tem todas as células que irão transformar-se em gametas nos seus 
dois ovários. Estas células - os ovócitos primários - encontram-se dentro de estruturas 
denominadas folículos ovarianos. O início da puberdade feminina é marcada pelo 
aparecimento da primeira menstruação, (MENARCA – entre 11 e 13 anos), e vai até a última 
menstruação, (MENOPAUSA - entre 45 e 50 anos). 
 
A partir da menarca a menina passa a ser capaz de gerar uma nova vida, além disso, 
ocorre o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários como o desenvolvimento das 
mamas e o aparecimento de pelos em determinadas regiões do corpo. Durante a vida fértil 
da mulher, amadurece normalmente apenas um folículo a cada 28-30 dias produzindo um 
óvulo fértil, que cai na tuba uterina, onde poderá ser fecundado ou não. 
 
No ponto de ruptura do folículo, na parede do ovário, as células foliculares formam 
um tecido de cicatrização de função endócrina, o chamado corpo lúteo (ou amarelo). Se não 
houver fecundação, o corpo lúteo degenera após 10 dias. Se, no entanto, o óvulo for 
fecundado, o corpo amarelo cresce muito e permanece alguns meses produzindo a 
progesterona, que é o hormônio da gravidez. 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
133 
5.14.4.1 Ciclo menstrual 
 
O ciclo menstrual, ilustrado pela Figura 62, Compreende um período de 28 a 30 
dias, durante o qual se origina um óvulo que, não fecundado, será expulso junto com 
secreções, sangue e restos do endométrio, que continua se desenvolvendo para garantir a 
fixação, proteção e nutrição do futuro embrião. Nos primeiros 14 dias do ciclo, a hipófise, 
produzindo FSH (Hormônio Folículo Estimulante), estimula a maturação de um folículo 
ovariano. Este produz estrógenos, que, chegam ao útero promovendo o crescimento do 
endométrio. 
 
No 14° dia ocorre a ovulação e nos 14 dias finais do ciclo a hipófise produz alta taxa 
de LH (hormônio luteinizante), que estimula o desenvolvimento do corpo amarelo. Este 
tecido endócrino produz então a progesterona, que continua estimulando o crescimento do 
endométrio, preparando-o para receber o zigoto. O aumento da taxa de progesterona atua 
sobre a hipófise inibindo a produção do LH. Assim, o corpo amarelo degenera, cai a taxa de 
progesterona e ocorre o desprendimento do endométrio, eliminado como fluxo menstrual. 
 
Figura 62 - Ciclo Menstrual 
 
Fonte: Baseada em Lopes (2002) 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
134 
5.14.4.2 Gravidez 
 
 Os espermatozoides lançados na vagina deslocam-se em direção ao útero e às 
tubas uterinas. Quando encontram um óvulo no interior das tubas, ocorre a fecundação. 
Imediatamente, a membrana do óvulo fica completamente impermeável à penetração de 
outro espermatozoide. A partir do instante da fecundação, a célula-ovo começa a se dividir e 
a ser “empurrada” em direção ao útero por contrações leves da musculatura lisa da tuba e 
pelo movimento dos cílios que revestem sua mucosa interna. O ovo leva de dois a quatro 
dias para atingir o útero, e a essa altura já pode ser chamado de embrião. O embrião 
encontra o útero com as paredes espessadas, cheias de vasos sanguíneos e vilosidades, 
implanta-se nessas paredes e se desenvolve. 
 
Quando chega ao útero, o ovo já iniciou a formação do embrião. O 
desenvolvimento embrionário é rápido e em poucos dias o embrião já conta com muitas 
células. Com o tempo, certas camadas de células se diferenciam para formar as membranas 
extraembrionárias. Umas dessas camadas é o córion, que se desenvolve em contado com a 
parede do útero, formando inúmeros prolongamentos. A mucosa uterina se desenvolve mais 
e se une estreitamente a esses prolongamentos, formando a placenta. É por intermédio da 
placenta que as substâncias dissolvidas no plasma maternopassam para o feto, 
alimentando-o. Ela se comunica com o embrião através do cordão umbilical, dentro do qual 
passam a artéria e as veias umbilicais. É pela artéria umbilical que o embrião recebe 
nutrientes e oxigênio retirado do sangue da mãe. Entre o embrião e as membranas 
existentes existe um liquido chamado líquido amniótico. Três a quatro semanas após a 
fecundação, o coração do embrião começa a bater. Ao fim do segundo mês o embrião já tem 
membros, dedos e face com características humanas. Desse ponto em diante recebe o nome 
de feto. 
 
 5.14.4.3 Menopausa 
 
Depois de uns 400 ciclos menstruais completos, ou menos, sobrevém o declínio 
sexual da mulher. A menopausa, ou interrupção permanente da menstruação, não é o 
climatério em si, mas uma das manifestações desse período. Além da suspensão da 
menstruação, o climatério envolve profundas alterações orgânicas e psíquicas. 
 
5.14.4.4Métodos Contraceptivos 
 
 Pílulas anticoncepcionais: Contém hormônios que evitam a produção de óvulos. 
 DIU (dispositivo intrauterino): O DIU é composto por um objeto de plástico 
parecido com uma flecha. Ele possui um fio de cobre enrolado na parte inferior. 
Evita a gravidez de duas formas, o cobre tem função espermicida; e o DIU impede 
que o embrião se implante na camada do útero. Isto para alguns é considerado 
abortivo. 
 Abstinência: Não ter relação sexual. 
 Coito interrompido: Retirar o pênis antes da ejaculação, é um método pouco 
seguro. 
 Cremes espermicidas: Substâncias aplicadas na vagina que matam os 
espermatozoides. São pouco eficientes e geralmente são associados ao diafragma. 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
135 
 Diafragma: Tem a forma de um chapeuzinho, feito de borracha fina e macia, que é 
colocado no fundo da vagina, cobrindo todo o colo do útero, impedindo assim a 
passagem dos espermatozoides. 
 Tabelinha: Evita ter relação sexual no dia da ovulação. 
 Camisinha (Masculina e feminina): Impede que o esperma seja depositado dentro 
do corpo feminino. Único método que também protege contra as DSTs. 
 Vasectomia: Corte do vaso deferente e o amarro de suas pontas. Pode ser 
reversível (amarras) ou irreversível (corte). 
 Laqueadura Tubária: Cortam-se as pontas das tubas uterinas impedindo que os 
espermatozoides entrem em contato com o óvulo. Pode ser reversível (amarras) 
ou irreversível (corte). 
 
5.15 Anatomia e Fisiologia do Sistema Endócrino 
 
Há no organismo algumas glândulas das quais a função é essencial para a vida. São 
conhecidas pelo nome de "glândulas endócrinas" ou de secreção interna, porque as 
substâncias por elas elaboradas passam diretamente para o sangue. Estas glândulas não 
têm, portanto, um ducto excretor, mas são os próprios vasos sanguíneos que, capilarizando-
se nelas, recolhem as secreções. Na Figura 63 a seguir se podem observar as glândulas 
endócrinas. 
 
Figura 63 - Glândulas endócrinas 
 
Fonte: Baseada em Lopes (2002) 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
136 
A secreção se verifica mediante glândulas diferenciadas, as quais podem ser 
exócrinas (de secreção externa) ou endócrinas (de secreção interna). Chamamos glândulas 
exócrinas as que são providas de um conduto pelo qual vertem ao exterior o produto de sua 
atividade secretora, tais como o fígado, as glândulas salivares e as sudoríparas. E as 
glândulas endócrinas são aquelas que carecem de um conduto excretor e, portanto, vertem 
diretamente no sangue seu conteúdo, como por exemplo, a tiroide, o timo, etc. Existem 
além disso, as mistas que produzem secreções internas e externas, como ocorre com o 
pâncreas (que produz suco pancreático e insulina) e o fígado. 
 
As glândulas endócrinas secretam substâncias particulares que provocam no 
organismo funções biológicas de alta importância: os hormônios, estes difundem ou são 
transportados pela corrente circulatória a outras células do organismo, regulando suas 
necessidades. As principais glândulas endócrinas do organismo são o pâncreas, a tireoide, as 
paratireoides, a pinel, as cápsulas suprarrenais, a hipófise, as gônadas. 
 
 Hormônio: 
 
É uma substância secretada por células de uma parte do corpo que passa a outra 
parte, onde atua pouca concentração regulando o crescimento ou a atividade das células. No 
sistema endócrino distinguimos 3 partes: célula secretória, mecanismo de transporte e 
célula branca, cada uma caracterizada por sua maior ou menor especificação. Geralmente 
cada hormônio é sintetizado por um tipo específico de células, podendo ser dividido 
conforme descrito a seguir. 
 
 Glandulares: 
 
São elaborados pelas glândulas endócrinas e vertidos por estas diretamente ao 
sangue, que as distribui a todos os órgãos, onde logo exercem suas funções. Subdividem-se 
em dois grupos, conforme realizam uma ação excitante ou moderadora sobre a função dos 
órgãos sobre os quais influem. 
 
 Tissulares ou aglandulares: 
 
São formados em órgãos distintos e sem correlação nem interdependência entre 
eles: sua ação é exclusivamente local e a exercem no órgão em que se formam ou nos 
territórios vizinhos. Sob o aspecto químico, os hormônios podem dividir-se em duas grandes 
classes. 
 
 Hormônios esteroides: 
 
Aos que pertencem às cortico/suprarrenais e sexuais. 
 
 Hipófise ou pituitária: 
 
É uma glândula do tamanho de um grão de ervilha, localizada no encéfalo, presa 
numa região chamada hipotálamo. Essa glândula é a mais importante do corpo, pois 
comanda o funcionamento de outras glândulas, como tireoide, suprarrenais e sexuais. 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
137 
Produz grande número de hormônios, como os responsáveis pelo crescimento, metabolismo 
de proteínas (hormônio somatotrófico), contração do útero (hormônio ocitocina), controle 
da quantidade de água no organismo (hormônio antidiurético - ADH), estímulo das glândulas 
tireoide (hormônio tireotrófico - TSH) e supra-adrenais (hormônio adrenocorticotrófico ou 
corticotrofina – ACTH). 
 
Os três tipos de hormônios gonadotróficos atuam no desenvolvimento de glândulas 
e órgãos sexuais, interferindo nos processos de menstruação, ovulação, gravidez e lactação. 
São eles: o hormônio folículo estimulante (FSH), que age sobre a maturação dos 
espermatozoides e folículos ovarianos; o hormônio luteinizante (LH), que estimula os 
testículos e ovários e provoca a ovulação e formação do corpo amarelo; e a prolactina, que 
mantém o corpo amarelo e sua produção de hormônios, atuando no desenvolvimento das 
mamas e interferindo na produção de leite. 
 
 Pineal: 
 
A pineal ou epífise localiza-se no diencéfalo, presa por uma haste à parte posterior 
do teto do terceiro ventrículo. Contém serotonina, precursora da melatonina. É um 
transdutor neuroendócrino que converte impulsos nervosos em descargas hormonais e 
participa do ritmo circadiano de 24 horas e de outros ritmos biológicos, como os 
relacionados às estações do ano. A pineal normal responde à luminosidade, sendo mais ativa 
à noite, quando a produção de serotonina é maior que durante o dia. 
 
 Tireoide: 
 
Esta glândula - sob controle do hormônio hipofisário TSH (hormônio tireotrófico) - 
localiza-se no pescoço (abaixo da laringe e na frente da traqueia) e libera os hormônios 
tiroxina e calcitocina, que intensificam a atividade de todas as células do organismo. O 
primeiro atua no metabolismo (todas as reações que ocorrem no interior do corpo); o 
segundo, na regulação de cálcio no sangue. 
 
 Paratireoide: 
 
Estas quatro glândulas localizam-se, duas a duas, ao lado das tireoides. Secretam 
um hormônio denominado paratormônio, que também regula a quantidade de cálcio e 
fosfato no sangue. 
 
 Suprarrenais: 
 
Estas duas glândulas localizam-se sobre cada rim e possuem duas partes: a externa, 
chamada de córtex e a interna, de medula. O córtex da suprarrenal produz e libera vários 
hormônios, dentre eles a aldosterona, que ajudaa manter constante a quantidade de sódio 
e potássio no organismo. Outro hormônio é o cistrol, cortisona ou hidrocortisona, que 
estimula a utilização de gorduras e proteínas como fonte energética, aumenta a taxa de 
glicose na corrente sanguínea e também atua no processo de inflamações, sendo 
largamente utilizada como medicação. Também produz o andrógeno, o hormônio 
responsável pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários masculinos. 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
138 
A medula da suprarrenal produz e libera a adrenalina e noradrenalina, que é 
lançada na corrente sanguínea em situações de fortes reações emocionais como medo, 
ansiedade, sustos, perigos iminentes, etc. A adrenalina estimula a ação cardíaca, aumenta o 
seu batimento e dilata os brônquios; noradrenalina aumenta a pressão arterial e diminui o 
calibre dos vasos. 
 
 Pâncreas: 
 
Esta glândula localiza-se na cavidade abdominal e possui duas funções: uma 
exócrina e outra endócrina. Na exócrina, produz o suco pancreático que será liberado fora 
da corrente sanguínea, mais precisamente no duodeno, auxiliando o processo digestivo. 
 
Na função endócrina, produz dois hormônios: a insulina, que transporta a glicose 
através da membrana celular, diminuindo-a da corrente sanguínea, e o glucagon, que 
contribui, estimulando o fígado, para o aumento da glicose no sangue. 
 
 Ovários: 
 
Os ovários são duas glândulas, uma de cada lado do corpo, que integram o aparelho 
reprodutor feminino e localizam-se abaixo da cavidade abdominal, em uma região 
denominada pelvis ou cavidade pélvica. Ligam-se ao útero através de dois ligamentos 
denominados ligamentos do ovário. 
 
Os ovários são responsáveis pela produção e liberação de dois hormônios, o 
estrogênio ou hormônio folicular e a progesterona. O estrogênio controla o 
desenvolvimento das características sexuais femininas, como aumento dos seios, depósito 
de gordura nas coxas e nádegas, aparecimento de pelos pubianos e estímulo ao impulso 
sexual. 
 
A progesterona, responsável pela implantação do óvulo fecundado na parede 
uterina e pelo desenvolvimento inicial do embrião, estimula o desenvolvimento das 
glândulas mamárias e da placenta e inibe a secreção de um dos hormônios gonadotróficos. 
 
Além de produzir hormônios, os ovários são também responsáveis pela produção 
das células sexuais femininas, os ovócitos. 
 
 Testículos: 
 
Em número de dois, localizam-se na pélvis e fazem parte do aparelho reprodutor 
masculino. Protegidos por uma bolsa denominada bolsa escrotal ou escroto, produzem o 
hormônio denominado testosterona, que controla as características sexuais masculinas 
como aparecimento de barba, pelos no tórax, desenvolvimento da musculatura e impulso 
sexual. Além da produção de hormônio, os são também responsáveis pela produção das 
células sexuais masculinas, os espermatozoides. 
 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
139 
5.16 Anatomia e Fisiologia do Sistema Nervoso 
 
O sistema nervoso se distribui por todos tecidos do organismo humano. E 
responsável pela regulação e integração da função dos órgãos, pela captação de estímulos 
do meio-ambiente e é sede de todas as atividades mentais e comportamentais humanas. 
Devido à sua função essencial à vida, a principal parte dele está bem protegida dentro de 
estruturas ósseas. 
 
5.16.1 Composição do Tecido Nervoso 
 
O tecido nervoso é constituído por células nucleadas especiais, denominadas 
neurônios (Figura 64), com longos prolongamentos capazes de captar estímulos exteriores 
como calor, frio, dor. Possuem morfologia complexa, mas quase todos apresentam três 
componentes. Os dendritos são prolongamentos numerosos, cuja função é receber os 
estímulos do meio ambiente, de células epiteliais sensoriais ou de outros neurônios. 
 
O corpo celular ou pericário é o centro do tráfico dos impulsos nervosos da célula. 
O axônio é um prolongamento único, especializado na condução de impulsos que 
transmitem informações do neurônio para outras células nervosas, musculares e 
glandulares. A transmissão do impulso nervoso de um neurônio a outro depende de 
estruturas altamente especializadas: as sinapses. Os axônios estão envoltos em uma camada 
gelatinosa que funciona como isolante e denomina-se bainha de mielina. O conjunto de 
axônios corresponde às fibras nervosas, cuja união forma os feixes ou tractos do sistema 
nervoso central e os nervos do sistema nervoso periférico. A junção dos corpos neuronais 
constitui uma substância cinzenta denominada córtex. 
 
Figura 64- Estrutura de um neorônio 
 
Fonte: Baseada em Lopes (2002) 
 
O funcionamento do sistema nervoso depende do chamado arco reflexo constituído 
pela ação das vias aferentes, centrípetas ou sensitivas, responsáveis pela condução dos 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
140 
impulsos originados nos receptores externos (provenientes do sistema sensorial) ou internos 
existentes em diversos órgãos e sensíveis às modificações químicas, à pressão ou tensão; 
pelos centros nervosos que formam a resposta aos estímulos enviados pelas vias sensitivas; 
pela via eferente, motora ou centrífuga que conduz a resposta voluntária ou involuntária dos 
centros nervosos para os tecidos muscular e glandular. 
 
5.16.2 Divisão Anatômica do Sistema Nervoso 
 
Anatomicamente, o sistema nervoso divide-se em sistema nervoso central (SNC) e 
sistema nervoso periférico (SNP). O SNC é representado pelo encéfalo e medula espinhal, 
respectivamente, localizados no interior da caixa craniana e coluna vertebral. 
 
Figura 65 - Divisão do sistema nervoso central 
 
Fonte: Baseada em Lopes (2002) 
 
No SNC, existem as chamadas substâncias cinzenta e branca. A substância cinzenta 
é formada pelos corpos dos neurônios e a branca, por seus prolongamentos. Com exceção 
do bulbo e da medula, a substância cinzenta ocorre mais externamente e a substância 
branca, mais internamente. 
 
Os órgãos do SNC são protegidos por estruturas esqueléticas (caixa craniana, 
protegendo o encéfalo; e coluna vertebral, protegendo a medula - também denominada 
raque) e por membranas denominadas meninges, situadas sob a proteção esquelética: dura-
máter (a externa), aracnoide (a do meio) e pia-máter (a interna). Entre as meninges 
aracnoides e pia-máter há um espaço preenchido por um líquido denominado líquido 
cefalorraquidiano ou líquor. 
 
 
 
 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
141 
Figura 66- Órgãos do sistema nervoso central 
 
 
Fonte: Baseada em Lopes (2002) 
 
5.16.2.1 Encéfalo 
 
O encéfalo humano contém cerca de 35 bilhões de neurônios e pesa 
aproximadamente 1,4 kg, é constituído pelo cérebro, diencéfalo, cerebelo e tronco 
encefálico (mesencéfalo, ponte e medula oblonga) e sua parte central é constituída por uma 
substância branca; a externa, por uma substância cinzenta. 
 
5.16.2.2 Telencéfalo 
 
O telencéfalo ou cérebro é dividido em dois hemisférios cerebrais (Figura 68) 
bastante desenvolvidos. Nestes, situam-se as sedes da memória e dos nervos sensitivos e 
motores. 
 
Entre os hemisférios, estão os ventrículos cerebrais (ventrículos laterais e terceiro 
ventrículo); Existe ainda com um quarto ventrículo, localizado mais abaixo, ao nível do 
tronco encefálico. Estes são reservatórios do líquido cefalorraquidiano, (líquor), participando 
na nutrição, proteção e excreção do sistema nervoso. Sua superfície evidencia pregas (giros) 
e reentrâncias (sulcos e fissuras) do córtex cerebral. 
 
Os sulcos e fissuras dividem os hemisférios em lobos responsáveis por funções 
específicas (Figura 67) como sensitivas, auditivas, visuais, movimentação voluntária, 
memória, concentração, raciocínio, linguagem, comportamento, entre outras. 
 
 
 
 
Módulo 1Técnico em Farmácia 
142 
Figura 67- Hemisférios cerebrais 
 
Fonte: Baseada em Lopes (2002) 
 
Figura 68 - Funções do Cérebro 
 
Fonte: Baseada em Lopes (2002) 
 
A região superficial do telencéfalo, que acomoda bilhões de corpos celulares de 
neurônios (substância cinzenta), constitui o córtex cerebral, formado a partir da fusão das 
partes superficiais telencefálicas e diencefálicas. O córtex recobre um grande centro medular 
branco, formado por fibras axonais (substância branca). 
 
Em meio a este centro branco (nas profundezas do telencéfalo), há agrupamentos 
de corpos celulares neuronais que formam os núcleos (gânglios) da base ou núcleos 
(gânglios) basais - caudado, putamen, globo pálido e núcleo subtalâmico, envolvidos em 
conjunto, no controle do movimento. Parece que os gânglios da base participam também de 
um grande número de circuitos paralelos, sendo apenas alguns poucos de função motora. 
Outros circuitos estão envolvidos em certos aspectos da memória e da função cognitiva. 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
143 
5.16.2.3 Diencéfalo 
 
O diencéfalo circunda o terceiro ventrículo, forma a parte central mais importante 
do encéfalo e contém o tálamo e hipotálamo. Todas as mensagens sensoriais, com exceção 
das provenientes dos receptores do olfato, passam pelo tálamo antes de atingir o córtex 
cerebral. Esta é uma região de substância cinzenta localizada entre o tronco encefálico e o 
cérebro. 
 
O tálamo atua como estação retransmissora de impulsos nervosos para o córtex 
cerebral. Ele é responsável pela condução dos impulsos às regiões apropriadas do cérebro 
onde eles devem ser processados. O tálamo também está relacionado com alterações no 
comportamento emocional; que decorre, não só da própria atividade, mas também de 
conexões com outras estruturas do sistema límbico (que regula as emoções). 
 
O hipotálamo, também constituído por substância cinzenta, é o principal centro 
integrador das atividades dos órgãos viscerais, sendo um dos principais responsáveis pela 
homeostase corporal. Ele faz ligação entre o sistema nervoso e o sistema endócrino, 
atuando na ativação de diversas glândulas endócrinas. É o hipotálamo que controla a 
temperatura corporal, regula o apetite e o balanço de água no corpo, o sono e está 
envolvido na emoção e no comportamento sexual. Tem amplas conexões com as demais 
áreas do pros encéfalo e com o mesencéfalo. 
 
O hipotálamo desempenha, ainda, um papel nas emoções. Especificamente, as 
partes laterais parecem envolvidas com o prazer e a raiva, enquanto que a porção mediana 
parece mais ligada à aversão, ao desprazer e à tendência ao riso (gargalhada) incontrolável. 
De um modo geral, contudo, a participação do hipotálamo é menor na gênese (“criação”) do 
que na expressão (manifestações sintomáticas) dos estados emocionais. 
 
Figura 69 - Diencéfalo 
 
Fonte: Baseada em Lopes (2002) 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
144 
5.16.2.4 Cerebelo 
 
Situado atrás do cérebro está o cerebelo (Figura 70), que é primariamente um 
centro para o controle dos movimentos iniciados pelo córtex motor (possui extensivas 
conexões com o cérebro e a medula espinhal). Como o cérebro, também está dividido em 
dois hemisférios. 
 
Porém, ao contrário dos hemisférios cerebrais, o lado esquerdo do cerebelo está 
relacionado com os movimentos do lado esquerdo do corpo, enquanto o lado direito, com 
os movimentos do lado direito do corpo. O cerebelo controla os movimentos, a tonicidade 
muscular e participa da manutenção do equilíbrio do corpo. 
 
Figura 70- Cerebelo 
 
Fonte: Baseada em Lopes (2002) 
 
5.16.2.5 Tronco Encefálico 
 
O tronco encefálico (Figura 71) interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-
se ventralmente ao cerebelo. Possui três funções gerais: 
 
 Recebe informações sensitivas de estruturas cranianas e controla os músculos da 
cabeça. 
 Contém circuitos nervosos que transmitem informações da medula espinhal até 
outras regiões encefálicas e, em direção contrária, do encéfalo para a medula 
espinhal (lado esquerdo do cérebro controla os movimentos do lado direito do 
corpo; lado direito de cérebro controla os movimentos do lado esquerdo do 
corpo); 
 Regula a atenção, função esta que é mediada pela formação reticular (agregação 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
145 
mais ou menos difusa de neurônios de tamanhos e tipos diferentes, separados por 
uma rede de fibras nervosas que ocupa a parte central do tronco encefálico). Além 
destas 3 funções gerais, as várias divisões do tronco encefálico desempenham 
funções motoras e sensitivas específicas. 
 
Figura 71 - Tronco encefálico 
 
Fonte: Baseada em Lopes (2002) 
 
5.16.2.6 Medula Espinhal 
 
A medula espinhal (Figura 72) encontra-se no interior do canal formado pelas 
vértebras da coluna vertebral. Dela irradiam-se 33 pares de nervos espinhais, à direita e à 
esquerda, que inervam o pescoço, tronco e membros, ligando o encéfalo ao resto do corpo e 
vice-versa. É também mediadora da atividade reflexa (atos instantâneos, realizados 
independentemente da consciência). Estende-se da base do crânio até o nível da segunda 
vértebra lombar, pouco acima da cintura. A substância cinzenta da medula espinhal tem o 
formato da letra H, cujas extremidades são a raiz anterior, de onde saem as fibras motoras, e 
raiz posterior, local de saída das fibras sensitivas. 
 
Por sua vez, o SNP consiste nos nervos cranianos e espinhais. Emergindo do tronco 
cerebral, há 12 pares de nervos cranianos que exercem funções específicas e nem sempre 
estão sob controle voluntário. Os nervos que possuem fibras de controle involuntário são 
chamados de sensitivos; e os de controle voluntário, motores. A partir dos órgãos dos 
sentidos e dos receptores (terminações nervosas sensitivas), presentes em várias partes do 
corpo, o SNP conduz impulsos nervosos para o SNC, e deste para os músculos e glândulas. Os 
nervos espinhais são divididos e denominados de acordo com sua localização na coluna 
vertebral: 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e um coccígeo. 
 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
146 
Figura 72 - Medula espinhal 
 
 
Fonte: baseada em LOPES, (2002) 
 
O quadro a seguir facilita a identificação das ações dos 12 pares de nervos 
cranianos: 
 
Quadro 1 – Pares de nervos cranianos 
 
Fonte: Baseada em Lopes (2002) 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
147 
5.17 Fisiologia do Sistema Nervoso 
 
Fisiologicamente, o sistema nervoso pode ser dividido em sistema nervoso 
voluntário, que comanda a musculatura estriada esquelética, e sistema nervoso autônomo 
(SNA) ou involuntário, responsável pelo controle da musculatura lisa, do músculo cardíaco, 
da secreção de todas as glândulas digestivas e sudoríparas e de alguns órgãos endócrinos. 
 
Em sua maioria, as funções do SNA são articuladas em coordenação com o SNC, em 
especial o hipotálamo. Do ponto de vista anatômico e funcional, o SNA divide-se em sistema 
simpático e parassimpático, que trabalham de modo antagônico, porém em equilíbrio. 
 
O sistema simpático estimula atividades realizadas durante situações de 
emergência e estresse, nas quais os batimentos cardíacos se aceleram e a pressão arterial se 
eleva. O sistema parassimpático estimula as atividades que conservam e restauram os 
recursos corpóreos (por exemplo, diminuição dos batimentos cardíacos). 
 
Cada parte do SNA possui duas cadeias de neurônios. O corpo celular do primeiro 
neurônio situa-se na coluna referente visceral do encéfalo e da medula espinhal; o do 
segundo neurônio, num gânglio autônomo, externamente ao SNC. O axônio do primeiro 
neurônio é chamado fibra pré-sináptica ou pré-ganglionar; o do segundo, fibra pós-sináptica 
ou pós-ganglionar. 
 
Osgânglios localizam-se ao longo da coluna vertebral, na cavidade abdominal, nas 
proximidades ou interior dos órgãos por eles inervados Para chegarem à musculatura, as 
fibras pós-ganglionares utilizam uma artéria, um nervo independente ou ligado aos nervos 
espinhais. 
 
No sistema simpático, os corpos celulares dos neurônios préganglionares localizam-
se na substância cinzenta (corno lateral) da medula espinhal, começando no primeiro 
segmento torácico e terminando no segundo ou terceiro segmento lombar. Os corpos 
celulares dos neurônios pós-ganglionares situam-se nos gânglios para-vertebrais e 
prévertebrais. Por liberarem adrenalina ou noradrenalina, as terminações pós-ganglionares 
simpáticas são conhecidas como adrenérgicas. 
 
No sistema parassimpático, os corpos celulares dos neurônios pré-ganglionares 
situam-se nos núcleos dos pares III, VII, IX e X de nervos cranianos no tronco encefálico e no 
segundo, terceiro e quarto segmentos sacrais da medula espinhal. As fibras pré-ganglionares 
fazem sinapse com o corpo celular de um neurônio pós-ganglionar parassimpático, próximo 
ou na parede do órgão-alvo. Por liberarem acetilcolina, a maioria das terminações pós-
ganglionares parassimpáticas são denominadas colinérgicas. 
 
A atividade motora somática depende do padrão e da frequência de descarga dos 
neurônios motores espinhais e cranianos. Estes neurônios, que constituem as vias finais 
comuns para os músculos esqueléticos, são bombardeados por impulsos provenientes de 
um conjunto de vias e visam função regular a postura do corpo e possibilitar os movimentos 
coordenados. 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
148 
Estes impulsos servem a três funções distintas: a primeira, é a do sistema piramidal 
e das regiões do cérebro correlacionadas com a gênese e o padrão dos movimentos; a 
segunda é das múltiplas vias agrupadas como sistema extrapiramidal ou córtico-estrio-
reticular; a terceira é a do cerebelo, com suas conexões aferentes e eferentes. 
 
No sistema piramidal os impulsos se originam no córtex cerebral e estão 
relacionados com a iniciação de movimentos voluntários delicados e de habilidade, como o 
início da marcha. Os mecanismos extrapiramidais são integrados em diversos níveis em 
todo o trajeto, desde a medula espinhal até o córtex cerebral. Controlam o tônus muscular, 
os movimentos involuntários, as respostas reflexas, a harmonia e a coordenação do 
movimento. O cerebelo está relacionado com a coordenação, ajuste e uniformidade de 
movimentos. Recebe impulsos aferentes do córtex motor, dos proprioceptores e dos 
receptores tácteis cutâneos, auditivos e visuais. 
 
5.18 Anatomia e Fisiologia do Sistema Sensorial 
 
O ambiente que nos circunda repassa uma diversidade de estímulos que são 
captados pelo organismo – o chamado sentido ou sensação. Alguns órgãos, constituídos por 
células sensíveis, por meio de receptores sensoriais são especializados em perceber esses 
estímulos externos, repassando a informação à respectiva área cerebral. Seu conjunto 
recebe a denominação de órgãos dos sentidos. São constituídos pelos olhos, que permitem a 
visão; língua, que sente o paladar; nariz, que possibilita o olfato; orelha, que conduz a 
audição e pele, que percebe o estímulo pelo tato. 
 
5.18.1 Olhos 
 
Os olhos são acondicionados dentro de duas cavidades ósseas da face: as órbitas 
oculares. Possuem dois globos oculares que, por sua vez, são constituídos por três distintas 
membranas denominadas esclerótica, coroide e retina. Na parte anterior do globo ocular, a 
membrana esclerótica, que o reveste externamente, forma uma camada transparente 
chamada córnea. Na coroide, localizam-se os vasos sanguíneos. A retina, sua membrana 
mais interna e sensível, é formada por um prolongamento do nervo óptico. 
 
No interior do globo ocular existe uma substância que ocupa sua maior parte, 
chamada humor vítreo, de consistência gelatinosa e transparente, situada atrás do cristalino 
– o qual atua como uma lente, regulando a imagem com nitidez. O cristalino modifica-se 
pela ação dos músculos ciliares, comandados pelo sistema nervoso autônomo. 
 
Entre o cristalino e a córnea há uma substância líquida e transparente denominada 
humor aquoso. Na parte anterior do olho, a coroide forma um disco cuja cor é variável para 
cada pessoa, denominada íris. Em seu centro existe um orifício cujo tamanho altera-se de 
acordo com a quantidade de luz que sobre ele incide, a pupila, também conhecida como 
“menina dos olhos”. 
 
O astigmatismo, a hipermetropia e a miopia são as alterações da visão mais 
frequentemente encontradas. O astigmatismo é uma deformação da córnea que ocasiona 
um desvio da imagem, fazendo-se necessário o uso de lentes cilíndricas para sua correção. 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
149 
Na hipermetropia, a imagem se forma atrás da retina, necessitando a utilização de 
lentes convergentes para que volte a localizar- se sobre a retina. A miopia é a formação da 
imagem à frente da retina, para cuja correção necessita-se o uso de lentes divergentes, que 
favorecerão o afastamento da imagem para que esta coincida sobre a própria retina. 
 
Na parte anterior dos olhos encontram-se as pálpebras superiores, as inferiores e 
os cílios, que também atuam como protetores da visão, impedindo a entrada de corpos 
estranhos. No canto interno da pálpebra são encontrados dois pequenos orifícios 
denominados ponto lacrimal superior e inferior. É por eles que escoam as lágrimas, seja por 
reação física ou emocional. A sobrancelha também é considerada fator de proteção, por 
dificultar a passagem do suor da testa para os olhos. 
 
Figura 73- Estruturas do olho 
 
Fonte: Baseada em Lopes (2002) 
 
5.18.2Língua 
 
A língua, que também participa na emissão do som, é formada por uma massa de 
tecido muscular estriado, recoberta por uma mucosa. Possui forma achatada e ligeiramente 
cônica. É composta por duas partes: a superior ou dorsal, onde se localizam as papilas 
linguais ou gustativas, cujas terminações nervosas transmitem a sensação do gosto – 
processo em que a saliva representa importante função, haja vista que sua viscosidade 
favorece a captação dos estímulos; e a inferior ou ventral, que pode ser vista quando se 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
150 
eleva a ponta da língua em direção ao palato (céu da boca). 
 
Figura 74- Língua 
 
 
Fonte: Baseada em Lopes (2002) 
 
5.18.3 Nariz 
 
O nariz, órgão do olfato, é formado por duas cavidades, as fossas nasais, 
medialmente separadas pelo septo. As fossas nasais possuem orifícios anteriores, que fazem 
contato com o meio externo, denominados narinas, e orifícios posteriores que, por sua vez, 
fazem contato com a faringe, chamados de coanas. Na parte superior das fossas nasais há 
um revestimento mucoso formado por células olfativas localizadas nas terminações do nervo 
olfativo (nervo sensitivo), o que nos faz perceber o olfato. 
 
O sentido do olfato é estimulado através de substâncias químicas espalhadas no ar, 
motivo pelo qual é considerado um sentido “químico”. No interior das fossas nasais 
encontram-se os pelos, cuja função é “filtrar” o ar respirado - estes pelos, juntamente com o 
muco (secreção da mucosa nasal), retêm na parede interna do nariz os poluentes, além de 
diversos microrganismos trazidos pelo ar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
151 
Figura 75- Nariz 
 
Fonte: Baseada em Lopes (2002) 
 
5.18.4 Orelha 
 
A orelha (Figura 77), composta por três seguimentos - a orelha externa, a média e a 
interna - é o órgão responsável pela audição. A orelha externa ou pavilhão auditivo possui 
uma saliência com o formato oval, flexível devido ao tecido cartilaginoso que a constitui. Seu 
canal auditivo externo encaminhao som para seu interior, agindo como um receptor 
sonoro. Neste canal são encontrados pelos e glândulas (que produzem uma espécie de 
cera), cuja função é proteger a parte interna contra a poeira, microrganismos e outros 
corpos provenientes do meio externo. 
 
O tímpano, localizado ao final do canal auditivo externo e no início da orelha 
média, é uma fina membrana que vibra de acordo com as ondas sonoras. Além dele, a 
orelha média é composta por três ossículos respectivamente denominados, pela ordem de 
localização, martelo, bigorna e estribo – os quais se articulam recebendo a vibração da 
membrana timpânica. É na orelha média que se inicia um canal flexível que se estende até a 
faringe, denominado trompa de Eustáquio, cuja função é manter o equilíbrio da pressão 
atmosférica dentro da orelha média - também conhecida como caixa do tímpano. 
 
Na orelha interna ou labirinto encontra-se o vestíbulo, uma escavação no osso 
temporal cuja cavidade superior comunica-se com os canais semicirculares e recebe a 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
152 
denominação de utrículo. A cavidade inferior é chamada de sáculo, que se estende até a 
cóclea ou caracol - nomes que facilmente nos levam a imaginar sua forma: um longo tubo 
enrolado. Este tubo contém em sua parte interna o órgão de Corti, composto por células 
auditivas com ramificações do nervo auditivo, sendo o principal responsável pela captação 
de estímulos sonoros. 
 
Quando há qualquer tipo de som, suas ondas penetram através do conduto auditivo 
externo e ao chegarem na membrana timpânica a fazem vibrar. Os ossículos martelo, 
bigorna e estribo recebem esta vibração e a encaminham ao ouvido interno. Desta forma, as 
vibrações chegam à cóclea ou caracol, onde os estímulos sonoros são captados e 
identificados devido a presença de terminações do nervo auditivo. 
 
Na orelha interna, os canais semicirculares são responsáveis pelo equilíbrio de 
nosso corpo. A ocorrência de determinada inflamação ou problemas circulatórios pode gerar 
uma disfunção no labirinto, o que acarreta a perda do equilíbrio – mais frequentemente 
encontrada em pacientes com problemas hormonais, hipertensos, estressados e diabéticos. 
 
Figura 76 - Estrutura do Ouvido 
 
Fonte: Baseada em Lopes (2002) 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
153 
5.18.5 Pele 
 
O sentido do tato é transmitido pela pele, que reveste todo o corpo e possui em sua 
camada mais profunda as terminações nervosas – responsáveis por levar a mensagem da 
sensação ao cérebro. Com um toque de mão podemos perceber diferenças como liso e 
áspero, pequeno e grande, fino e grosso, mole e duro - além de conseguirmos identificar 
objetos sem a necessária utilização da visão. 
 
A pele apresenta vários tipos de receptores sensoriais, formados por fibras nervosas 
cujo agrupamento compõe os corpúsculos sensoriais, especializados em captar 
determinados tipos de sensação – por exemplo, pressão, temperatura, dor. Na extensão da 
pele percebemos sensações como frio, calor, dor, coceira, pressão, ardência, etc. 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
154 
REFERÊNCIAS 
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Universitário Luterano de Palmas (Ceulp/Ulbra), 2011. Disponível em: http://ulbra-
to.br/morfologia/2011/08/17/Sistema-Respiratorio Acesso em dezembro de 2017. 
 
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de Janeiro, 2006. 
 
LACERDA, R.A.M.V. (Org). Apostila de anatomia e fisiologia humanas. Faculdade e Escola 
Técnica Egídio da Silva (Fategídio). Teófilo Otoni, 2009. 
 
PIRES, G. M. Sistema cardiovascular. Portal da Anatomia, 2011. Disponível em: 
http://pt.slideshare.net/portaldaanatomia/sistema-circulatrio-14010120 Acesso em 
dezembro de 2017. 
 
PIRES, G. M. Sistema respiratório. Portal da Anatomia, 2012. Disponível em: 
http://pt.slideshare.net/portaldaanatomia/sistema-respiratrio-13981839 Acesso em 
dezembro de 2017. 
 
SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana. 22ª ed., Rio de Janeiro, Guanabara- Koogan, 2006, 
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THIBODEAU, G.A.; PATTON, K.T. Estrutura e funções do corpo humano. São Paulo: Editora 
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VILELA, A.L.M. A pele e o sentido do tato. Portal Bio, 2003. Disponível em: 
http://www.afh.bio.br/sentidos/sentidos10.asp Acesso em dezembro de 2017. 
 
http://ulbra-to.br/morfologia/2011/08/17/Sistema-Respiratorio
http://ulbra-to.br/morfologia/2011/08/17/Sistema-Respiratorio
http://pt.slideshare.net/portaldaanatomia/sistema-circulatrio-14010120
http://pt.slideshare.net/portaldaanatomia/sistema-respiratrio-13981839
http://www.afh.bio.br/sentidos/sentidos10.asp
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
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ANOTAÇÕES: 
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PORTUGUÊS INSTRUMENTAL
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
159 
6 PORTUGUÊS INSTRUMENTAL 
 
A disciplina Português Instrumental tem o objetivo de estimular o estudante para a 
leitura e a escrita, não apenas de textos técnicos importantes para o campo de trabalho, mas 
também para a vida além de discutir a língua em diversidade; proceder à leitura analítica e 
crítico-interpretativa de textos; ampliar o contato do aluno com os processos de leitura e 
produção textual, visando capacitá-lo a analisar variadas estruturas textuais e elaborar 
gêneros textuais/discursivos diversos. 
 
Com o surgimento e popularização das redes sociais e o uso cada vez maior da 
internet para pesquisa e diversão, tornou-se imprescindível preparar o estudante e 
conscientizá-lo da importância de escrever e se expressar bem. Um bom profissional deve 
ter o estímulo de melhorar a forma como escreve e, para isso, deve ler muito, vários tipos de 
literaturas. 
 
6.1 Comunicação 
 
Comunicação é o processo de transmitir a informação e compreensão de uma 
pessoa para outra; senão houver esta compreensão, não ocorre a comunicação. Se uma 
pessoa transmitir uma mensagem e esta não for compreendida pela outra pessoa, a 
comunicação não se efetivou. 
 
6.1.1 O Processo de Comunicação 
 
O processo de comunicação é composto de três etapas, assim subdivididas: 
 
 Emissor: a pessoa que envia a mensagem. Pode ser chamada de fonte ou de 
origem. Apresenta o significado, que corresponde à ideia, ao conceito que o 
emissor deseja comunicar, e o codificador, que é constituído pelo mecanismo 
vocal para decifrar a mensagem. 
 
 Mensagem: a ideia que o emissor deseja comunicar. Contém o canal, também 
chamado de veículo, que é o espaço situado entre o emissor e o receptor, e o 
ruído, que ser refere à perturbação dentro do processo de comunicação. 
 
 Receptor: é aquele que recebe a mensagem, a quem esta é destinada. Apresenta o 
decodificador, que é estabelecido pelo mecanismo auditivo para decifrar a 
mensagem, para que o receptor a compreenda; a compreensão, que é o 
entendimento da mensagem pelo receptor; e regulamentação, que é quando o 
receptor confirma a mensagem recebida pelo emissor. É o retorno da mensagem 
enviada. 
 
Tome-se como exemplo: uma pessoa (emissor) tem uma ideia (significado) que 
pretende comunicar. Para tanto, se vale de seu mecanismo vocal (codificador), que 
expressa sua mensagem em palavras. Essa mensagem, veiculada pelo ar (canal), é 
interpretada pela pessoa com a qual se comunica (receptor), após sua decifração por seu 
mecanismo auditivo (descodificador). O receptor, após constatar que entendeu a 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
160 
mensagem (compreensão), esclarece a fonte acerca de seu entendimento (regulamen-
tação). 
 
Pode-se, portanto, dizer que a comunicação só pode ser considerada eficaz 
quando a compreensão de receptor coincide com o significado pretendido pelo emissor. 
 
6.2 Linguagem e Língua 
 
Que a linguagem escrita e a linguagem oral não constituem modalidades 
estanques, apesar de apresentarem diferenças devido à condição de produção, é um fato 
incontestável; contudo, há particularidades de outras ordens que as tornam modalidades 
 específicas da língua.
 
Tais particularidades são, de fato, elementos exclusivos de cada uma delas, 
como a gesticulação, por exemplo, na linguagem oral, e a reedição de texto, com 
 apagamento do texto anterior, na linguagem escrita.
 
Certamente, as pessoas não escrevem exatamente do mesmo modo que falam, 
uma vez que se trata de processos diferentes. Essas diferentes condições de produção 
para usos de diferentes intenções propiciam a criação de diferentes tipos de linguagem, 
 que se agrupam nas duas modalidades dalíngua.
 
Fatores como o contexto, a intenção do usuário e a temática são responsáveis 
pelas diferenças entre a linguagem oral e a linguagem escrita, que nem por isso são 
 estanques.
 
6.2.1 Linguagem 
 
Linguagem é a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a 
 comunicação e a interação entre as pessoas. Esta se compõe de:
 
 Linguagem verbal: é aquela que tem por unidade a palavra. 
 Linguagem não verbal: tem outros tipos de unidade, como gestos, o 
movimento, a imagem, etc. 
 Linguagem mista: como as histórias em quadrinhos, o cinema e a TV, que 
utilizam a imagem e a palavra. 
 
6.2.2 Língua 
 
É o tipo de código formado por palavras e leis combinatórias, por meio do qual as 
 pessoas se comunicam e interagem entre si.
 
6.2.3 Variações Linguísticas 
 
Um dos traços de identificação de uma nação é a sua língua, que varia de acordo 
com fatores diversos, tais como tempo, espaço, nível cultural e a situação em que um 
indivíduo se manifesta verbalmente. Dito de outra forma, são as variações que uma língua 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
161 
apresenta, de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é 
 utilizada.
 
São exemplos de variações linguísticas a norma culta (língua padrão), os dialetos, 
socioletos, idioletos, registros, etnoletos e ecoletos. Tais variações serão explicitadas a 
 seguir:
 
a) norma culta (língua padrão): a variedade linguística de maior prestígio social. É 
padronizada em função da comunicação pública e da educação; 
b) dialetos: variações faladas por comunidades geograficamente definidas, 
originadas das diferentes entre região, idade, sexo, classes ou grupos sociais, 
incluindo a própria evolução histórica da língua; 
c) socioletos: variações faladas por comunidades socialmente definidas; 
d) idioletos: variação linguística particular de uma pessoa; 
e) registros: o vocabulário especializado e/ou a gramática de certas atividades ou 
profissões; 
f) etnoletos: variações linguísticas adotadas por um grupo étnico; e, 
g) ecoletos: idioleto adotado por uma casa. 
 
As variações como dialetos, idioletos e socioletos podem ser distinguidas não 
apenas por seu vocabulário, mas também por diferenças na gramática, na fonologia e na 
versificação. Por exemplo, o sotaque de palavras tonais nas línguas escandinavas tem forma 
diferente em muitos dialetos. Outro exemplo é como palavras estrangeiras em diferentes 
 socioletos variam em seu grau de adaptação à fonologia básica da linguagem.
 
As variedades linguísticas levam em consideração, ainda, a intencionalidade 
discursiva, que dizem respeito às intenções, explícitas ou não, existentes na linguagem dos 
 interlocutores que participam de uma situação comunicativa.
 
Algumas definições são importantes para entender um pouco sobre comunicação, 
 segundo Monteiro & Monteiro (2009):
 
a) linguagem é a representação do pensamento por meio de sinais que permitem a 
comunicação e a interação entre as pessoas; 
b) língua é um sistema abstrato de regras, não só gramaticais, mas também 
semânticas e fonológicas, por meio das quais a linguagem (ou fala) se revela; 
c) variedades linguísticas são as variações que uma língua apresenta, de acordo 
com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada; 
d) norma culta é a língua padrão, a variedade linguística de maior prestígio social; 
e) norma popular são todas as variedades linguísticas diferentes da língua padrão. 
 
O emissor envia uma mensagem, que tanto pode ser visual quanto escrita, a um 
receptor. O receptor recebe a mensagem e, geralmente, dá uma resposta ao emissor. A 
necessidade de resposta faz parte do processo de comunicação entre os seres humanos, 
pois quando uma pessoa envia a mensagem e não recebe a resposta do receptor, o processo 
de comunicação não se completa (MONTEIRO & MONTEIRO, 2009). 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
162 
A gramática da Língua Portuguesa está dividida em grandes campos de estudo: a 
fonética, a morfologia, a semântica e a sintaxe. A fonética estuda os sons da fala. A 
morfologia estuda a forma das palavras e a representação gráfica. A semântica preocupa-se 
não só com a representação gráfica do vocábulo, mas com seu significado. A sintaxe estuda 
os termos que compõem uma oração. A oração pode apresentar um sujeito, terá sempre um 
predicado, e pode ter ou não complementos (MONTEIRO & MONTEIRO, 2009). 
 
6.3 Língua Oral e Língua Escrita 
 
A língua oral e a língua escrita têm propriedades distintas, que variam de acordo 
com o indivíduo que a utiliza, levando-se em conta a influência da cultura e do meio social 
em que este vive. Porém, ambas se completam em determinados aspectos. No momento em 
que cada indivíduo consegue se comunicar, conforme suas particularidades, a linguagem 
tem, então, a sua função exercida. 
 
 O falante não escreve do mesmo modo que fala. Enquanto fala, a linguagem 
apresenta maior liberdade no discurso, uma vez que não exige planejamento, podendo ser 
enfática, redundante, com variados timbres e entonações. Na língua oral, de modo geral, o 
falante não se prende à norma culta. 
 
A escrita, por sua vez, mantém contato indireto entre escritor e leitor. A linguagem 
escrita é mais objetiva, portanto, necessita de grande atenção e obediência às normas 
gramaticais, caracterizando-se, assim, por frases completas, bem elaboradas e revisadas, 
explícitas, vocabulário distinto e variado, clareza no diálogo e uso de sinônimos. Devido a 
estes traços, esta é uma linguagem conservadora aos padrões estabelecidos pelas regras 
gramaticais. 
 
Tanto por meio da língua oral como da língua escrita, o indivíduo participa 
efetivamente do seu meio social, comunicando-se, buscando acesso à informação, 
expressando e defendendo seus pontos de vista, dividindo e/ou construindo visões de 
mundo, produzindo novos conhecimentos. 
 
Há particularidades na língua oral que, mais do que a diferenciam da língua escrita, 
a tornam específica. São elementos exclusivos, tais como: gesticulação, fluidez das ideias 
expostas, eficácia na correção da informação, dado que o falante tem o controle da 
comunicação no momento de sua fala. 
 
No que tange à linguagem escrita, além de esta ter como característica principal o 
fato de ser, como ela própria se anuncia, escrita, reproduzida por textos, ela também 
apresenta particularidades que a diferenciam da linguagem oral. A mais importante delas é a 
correção gramatical, sobre a qual recaem a objetividade, a clareza e a coesão. Estas são 
essenciais para que a comunicação ocorra, dado que emissor e receptor estão distantes, 
podendo, inclusive, ser desconhecidos um do outro. Por isso a correção gramatical é tão 
importante. Um texto apresentado de forma objetiva, com ideias claras, concisas é mais 
facilmente compreendido pelo receptor e nele provocar o efeito desejado pelo emissor. A 
produção do texto escrito se dá de forma coordenada, uma vez requer planejamento, 
transformando sua estrutura sintática elegante, bem formada. 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
163 
Uma diferença que chama atenção entre a linguagem oral e a escrita é que na 
primeira as falas podem se apresentar fragmentadas, desordenadas, incompletas, enquanto 
que na segunda isto não ocorre. Outra característica particular que as difere é que na 
linguagem escrita o vocabulário é muito variado e essencialmente conservador e 
dependente do grau do nível de formalismo. 
 
Enfim, pode-se afirmar que a fala e a escrita são dois modos bem diferentes, e em 
alguns momentos complementares, de o usuário representar as suas experiências 
linguísticas. 
 
6.4 Funções da Linguagem 
 
Por meio da linguagem, também se realizam diferentes ações: transmitem-se 
informações, tenta-se convencer o outro a fazer (ou dizer) algo, assumem-se 
compromissos, ordena-se, pede-se, demonstram-sesentimentos, constroem-se 
representações mentais sobre o mundo. Enfim, pela linguagem organiza-se a vida em 
diferentes aspectos. 
 
Diferenciar que objetivo predomina em cada situação de comunicação auxilia a 
compreender melhor o que foi dito. 
 
As funções da linguagem estão centradas nos elementos da comunicação. Toda 
comunicação apresenta uma variedade de funções, mas elas se apresentam hierarquizadas, 
sendo uma dominante, de acordo com o enfoque que o destinador quer dar ou do efeito 
que quer causar no receptor. A linguagem pode ter função emotiva, referencial, conativa, 
fática, metalinguística ou poética. Sobre cada uma delas será tratado a seguir. 
 
6.4.1 Função Emotiva (ou expressiva) 
 
Centra-se no sujeito emissor e suscita a impressão de um sentimento 
verdadeiro ou simulado. Observe-se o texto ilustrado pelo Quadro 1 a seguir. 
 
Quadro 1 - Exemplificando a função emotiva 
 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2014) 
 
Não só baseado na avaliação do Guia da Folha, mas também por 
iniciativa própria, assisti cinco vezes a “Um filme falado”. Temia 
que a crítica brasileira condenasse o filme por não ser 
convencional, mas tive uma satisfação imensa quando li críticas 
unânimes da imprensa. Isso mostra que, apesar de tantos 
enlatados, a nossa crítica é antenada com o passado e o presente 
da humanidade e com as coisas que acontecem no mundo. 
Fantástico! Parabéns, Sérgio Rizzo, seus textos nunca me 
decepcionam”. 
 
Luciano Duarte. Guia da Folha, 10 a 16 de junho 2005. 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
164 
Nota-se no texto ilustrado acima que o emissor emprega a primeira pessoa (eu): 
(assisti, temia, tive, li...), aponta qualidades subjetivas, utilizando adjetivos (satisfação 
imensa, críticas unânimes, fantástico...), advérbios (nunca me decepcionam), além de 
recursos gráficos que indicam ênfase, ao utilizar ponto de exclamação (fantástico!). Destaca-
se aqui o ponto de vista do emissor, a sua percepção dos acontecimentos, característica da 
função emotiva da linguagem. 
 
6.4.2 Função Referencial (ou denotativa ou cognitiva) 
 
Esta é a função da linguagem que aponta para o sentimento real das coisas. O texto 
ilustrado pelo Quadro 2 (4) revelará as nuances características da função referencial. 
 
Quadro 2 - Exemplificando a função referencial 
 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2014) 
 
Observam-se neste segundo texto outros procedimentos colocados em destaque, 
tais como: o uso da terceira pessoa, explicitado no trecho: ‘jovem professora de história 
(ela)’; ausência de adjetivos, dado que a indicação de que o filme é bom aparece ilustrado 
com 4 estrelinhas; ausência de expressões que indiquem a opinião do emissor (tais como, 
‘eu acho, eu desejo,...’); emprego de um conjunto de informações que dizem respeito a 
coisas do mundo real, tais como a exatidão dos horários, o endereço, os nomes próprios. 
Este conjunto de procedimentos dá ao emissor a impressão de objetividade, como se a 
informação traduzisse verdadeiramente o que acontece no mundo real, caracterizando a 
função referencial ou informativa da linguagem. 
4.4.3 Função Conativa (ou apelativa ou imperativa) 
 
Este tipo de função centra-se no sujeito receptor e é eminentemente persuasória. 
Observe-se o texto a seguir, apresentado no Quadro 3. 
 
Quadro 3 - Exemplificando a função conativa 
 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2014) 
**** UM FILME FALADO – Idem. França/Itália/Portugal, 2003. 
 
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TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
165 
Neste texto, o destaque está no destinatário. Para tanto, o emissor se valeu de 
procedimentos, tais como: o uso da segunda pessoa (você); o uso do imperativo (Não perca!). 
O resultado é a interação com o destinatário, procurando convencê-lo a realizar uma ação (ir 
ao espaço cultural). Este tipo de função é característico dos textos publicitários, que, em geral, 
procuram convencer ou persuadir o destinatário a dar uma resposta, que pode ser a mudança 
de comportamento, de hábitos, como abrir conta em banco, frequentar determinados tipos 
de lugares ou consumir determinado produto. 
 
6.4.4 Função Fática (ou de contato) 
 
A função fática da linguagem visa estabelecer, prolongar ou interromper a 
comunicação e serve para verificar a eficiência do canal. É muito comum em conversações 
cotidianas. Aqui o emissor usa procedimentos para manter o contato físico ou psicológico 
com o interlocutor, como, por exemplo, ao iniciar uma conversa telefônica (‘Alô!’) ou ainda 
utilizando fórmulas prontas para dar continuidade à conversa, como no caso de: ‘aham, 
hum, bem, como?, pois é’. Este tipo de mensagem serve para manter o contato, sustentar 
ou alongar (ou mesmo interromper) a conversa. 
 
6.4.5 Função Metalinguística 
 
Este tipo de função consiste numa recodificação e passa a existir quando a 
linguagem fala dela mesma. Checa se o emissor e receptor estão usando o mesmo 
repertório. Por exemplo, quando o emissor quer precisar, esclarecer o que está querendo 
dizer e utiliza ‘eu quis dizer que’, ‘que quero dizer que esta palavra poder ser substituída por 
outra mais precisa, que desse a entender que...’. Um exemplo comum da aplicação da 
função metalinguística está no preenchimento de palavras cruzadas, na consulta a um 
dicionário. Aqui, faz uso da linguagem (o código) para falar, explicar, descrever o próprio 
código linguístico. 
 
6.4.6 Função Poética 
 
A função poética da linguagem é aquela em que o emissor valoriza o texto na sua 
elaboração, utilizando a combinação de palavras, figuras de linguagem, exploração dos 
sentidos e sentimentos. Embora mais comum nos textos literários, especialmente nos 
poemas, dada a sua subjetividade, é bastante utilizada em anúncios publicitários, além de 
aliar-se também aos demais tipos de função, sobretudo a emotiva. A função poética ocupa-
se mais em como dizer o que se deseja do que o que dizer. Atente-se para o texto a seguir, 
ilustrado pelo Quadro 4. 
 
Quadro 4 - Exemplificando a função poética 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2014) 
Subi a porta e fechei a escada. 
Tirei minhas orações e recitei meus sapatos. 
Desliguei a cama e deitei-me na luz. 
Tudo porque ele me deu um beijo de boa noite... 
[Autor anônimo] 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
166 
 
Observa-se a falta de lógica no texto, a tentativa de o autor fugir das formas 
habituais, dando ênfase a sua forma de expressão, não levando em conta apenas ‘o que’, 
mas ‘como’ ele queria dizer. 
 
6.5 Tipologia Textual e Gêneros Textuais 
 
Tipologia é a ciência que estuda os tipos. É muito utilizada para definir diferentes 
categorias. No que diz respeito ao texto, a tipologia busca estudar as suas características, 
sua composição, como ele vai ser apresentado no seu processo de criação, se por uma 
narração, descrição, argumentação ou exposição, por exemplo. Quanto ao gênero textual, 
este se refere às mais variadas formas de expressão de um texto. 
 
6.5.1 Tipos Textuais 
 
O texto é uma unidade linguística concreta, percebida tanto pela audição, a fala, 
quanto pela visão, a escrita, composto por unidade de sentido e intencionalidade 
comunicativa. Há dois elementos essenciais que devem ser observados na produção 
textual: a coesão – que diz respeito às articulaçõesgramaticais existentes entre palavras, 
orações, frases, parágrafos e partes maiores de um texto, que garantem sua conexão 
sequencial; e a coerência – que é o resultado da articulação das ideias de um texto, a sua 
estruturação lógica semântica, que permite que numa situação discursiva palavras e frases 
componham um todo significativo para os interlocutores. 
 
Quando se fala em tipologia textual, normalmente atenta-se para a divisão 
tradicional dos textos: a descrição, a narração e a dissertação. Entretanto, os tipos de textos 
extrapolam esta tríade. 
 
6.5.1.1 Texto Descritivo 
 
A descrição usa um tipo de texto em que se faz um retrato falado de uma pessoa, 
animal, objeto ou lugar. A classe de palavras mais utilizada nesta produção é o adjetivo, 
pela sua função caracterizadora, dando ao leitor uma grande riqueza de detalhes. A 
descrição, ao contrário da narração, não supõe ação. É uma estrutura pictórica, em que os 
aspectos sensoriais predominam. Assim como o pintor capta o mundo exterior ou interior 
em suas telas, o autor de uma descrição focaliza cenas ou imagens, conforme permita sua 
sensibilidade. 
 
6.5.1.2 Texto Narrativo 
 
Esta é uma modalidade textual em que se conta um fato, fictício ou real, ocorrido 
num determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Há uma relação de 
anterioridade e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado. 
 
Em geral, a narrativa se desenvolve em prosa. O narrar surge da busca de 
transmitir, de comunicar qualquer acontecimento ou situação. A narração em primeira 
pessoa pressupõe a participação do narrador (narrador enquanto personagem) e em terceira 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
167 
pessoa mostra o que ele viu ou ouviu (narrador enquanto observador). Na narração 
encontram-se, ainda, os personagens (principais ou secundários), o espaço (cenário) e o 
tempo da narrativa. 
 
6.5.1.3 Texto Dissertativo 
 
Neste tipo de texto há posicionamentos pessoais e exposição de ideias. Tem por 
base a argumentação, apresentada de forma lógica e coerente, a fim de defender um 
ponto de vista. É a conhecida “redação” de cada dia. É a modalidade mais exigida nos 
concursos, já que requer dos candidatos um conhecimento de leitura do mundo, como 
também um bom domínio da norma culta. Embora o texto dissertativo exponha os 
posicionamentos de quem escreve, é importante salientar que estes devem aparecer 
implícitos no texto, não sendo permitida a utilização da primeira pessoa do singular. Salvo 
em alguns casos, a primeira pessoa do plural aparece no texto, porém recomenda-se o uso 
da impessoalidade no texto de uma forma geral. O texto dissertativo estrutura-se 
basicamente em: ideia principal (introdução), desenvolvimento (argumentos e aspectos que 
o tema envolve) e conclusão (síntese da posição assumida). 
 
6.5.1.4 Texto Expositivo 
 
Apresenta informações sobre determinados assuntos, expondo ideias, explicando e 
avaliando. Como o próprio nome indica, ocorre em textos que se limitam a apresentar uma 
determinada situação. 
 
As exposições orais ou escritas entre professores e alunos numa sala de aula, os 
livros e as fontes de consulta, são exemplos desta modalidade. 
 
6.5.1.5 Texto Injuntivo 
 
Este tipo de texto indica como realizar uma determinada ação. Ele normalmente 
pede, manda ou aconselha. Utiliza linguagem direta, objetiva e simples. Os verbos são, em 
sua maioria, empregados no modo imperativo. 
 
Bons exemplos deste tipo de texto são as receitas de culinária, os manuais, 
receitas médicas, editais, etc. 
 
6.5.2 Gêneros Textuais 
 
Muitos confundem os tipos de texto com os gêneros. No primeiro, eles funcionam 
como modos de organização, sendo limitados. No segundo, são os chamados textos 
materializados, encontrados no cotidiano. Eles são muitos, apresentando características 
sociocomunicativas definidas por seu estilo, função, composição conteúdo e canal. 
 
Assim, quando se escreve um bilhete ou uma carta, quando se envia ou s e 
recebe um e-mail ou usam-se os chats das redes sociais, utilizam-se diversos gêneros 
textuais. Entrevistas, cardápios, horóscopos, telegrama, telefona, lista de compras, blogs, 
agendas, são exemplos de gêneros textuais. 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
168 
6.6 Ortografia e Emprego de Algumas Palavras e Expressões 
 
Esta seção apresenta, de forma sucinta, o emprego de algumas palavras e 
expressões, apresentando definições e exemplos. 
 
 Cessão/Sessão/Seção (ou Secção): 
 
Cessão é o ato de ceder. Ex.: A cessão do terreno para a construção de uma creche 
agradou a todos. Ele fez a cessão de seus direitos autorais àquela instituição; sessão é o 
intervalo de tempo que dura uma reunião, uma assembleia. Ex.: A Câmara reuniu-se em 
sessão extraordinária. Assistimos a uma sessão de cinema; e seção (ou secção) significa 
parte de um todo, corte, subdivisão. Ex.: Compramos os presentes na seção de brinquedos. 
Lemos na seção de Economia que a gasolina vai aumentar. 
 
 Porquê/Porque/Por quê/Por que: 
 
Porquê: quando for um substantivo, equivale à causa, motivo, razão, e vem 
precedido dos artigos o(os), um(uns). Ex.: Não me interessa o porquê de sua ausência. 
Porque: quando se introduz uma explicação. Equivale a ‘pois’. Ex.: Carlos, venha porque 
preciso de você! Por quê: no final de perguntas. Ex.: Ademar não veio, por quê? Por que: a) 
na frase interrogativa direta. Ex.: Por que você não veio?; b) quando equivale a ‘pelo qual’ e 
suas flexões. Ex.: Esta é a rua por que meu filho e eu passamos; c) na construção igual à 
anterior, no entanto, fica subentendido o antecedente do pronome relativo (razão, motivo, 
causa). Ex.: Eis (a razão, o motivo) por que não te amo mais. Obs.: Lembre-se de que a 
palavra QUE, em final de frase, deve ser acentuada por ser um monossílabo tônico 
terminado em E. Ex.: Você vive de quê? 
 
 Onde/Aonde: 
 
Emprega-se aonde com os verbos que dão ideia de movimento. Equivale sempre a 
‘para onde’. Ex.: Aonde você nos leva com tal rapidez? Aonde você vai com tanta pressa? 
Caso o verbo não dê ideia de movimento, emprega-se onde. Ex.: Onde você mora? Não sei 
onde encontrá-lo. 
 
 Mau/Mal: 
 
Mau é sempre um adjetivo (seu antônimo é bom). Refere-se a um substantivo. O 
seu plural é ‘maus’, e a forma feminina é ‘má’. Ex.: Escolheu um mau momento para sair. O 
senhor não é mau aluno. Mal pode ser: a) advérbio de modo (seu antônimo é bem). Ex.: Essa 
carta está mal redigida. Na festa, ele se comportou mal; b) conjunção temporal (equivale a 
assim que). Ex.: Mal começou a cantar, todos vaiaram. Mal ela chegou, o casal foi embora; c) 
substantivo (nesse caso, virá precedido de artigo ou outro determinante); o seu plural é 
‘males’. Ex.: Era um mal para o qual não havia remédio. Estava acometida de um mal 
incurável. 
 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
169 
 Há/A/Ah: 
 
Na indicação de tempo, emprega-se ‘Há’ para significar tempo transcorrido 
(equivale a faz). Ex.: Há dois anos que ela não aparece por aqui. Luciana formou-se em 
Psicologia há quatro anos. ‘A’ é empregado para indicar futuro. Ex.: A formatura será daqui a 
duas semanas. Daqui a um mês devo tirar férias. Embora menos usual, emprega-se ‘Ah’ em 
frases exclamativas ou que demonstrem espanto, surpresa. Ex.: Ah, que lindo dia 
amanheceu! 
 
 Senão/Se não: 
 
Senão equivale a ‘caso contrário’. Ex.: Devemos entregar o trabalho no prazo, senão 
o contrato será cancelado. Espero que faça bom tempo amanhã, senão não poderemos ir à 
praia. Existe também o substantivo ‘senão’, que significa mácula, defeito. Nesse caso, vem 
precedido de artigo ou outro determinante. Ex.: Ele só tem um senão: não gosta de 
trabalhar. Em relação a ‘se não’, equivale a caso não, se por acaso não: inicia orações 
adverbiais condicionais. Ex.: A festa será amanhã à noite, se não ocorrer nenhum imprevisto. 
Se não chover amanhã, poderemos ir à praia. 
 
 Aoinvés de/Em vez de: 
 
Ao invés de significa ‘ao contrário de’. Ex.: Ao invés do que previu a meteorologia, 
choveu muito ontem. Em vez de significa ‘no lugar de’. Ex.: Em vez de jogar futebol, 
preferimos ir ao cinema. 
 
 Ao encontro de/De encontro a: 
 
Ao encontro rege a preposição de e significa estar ‘a favor de’, ‘caminhar para’. Ex.: 
Aquelas atitudes iam ao encontro do que eles pregavam. De encontro rege a preposição a e 
significa ‘em sentido oposto’, ‘contra’. Ex.: Sua atitude veio de encontro ao que eu desejava: 
meus planos foram por ‘água abaixo’. 
 
 Acerca de/Há cerca de: 
 
Acerca de é uma locução prepositiva, que equivale a ‘a respeito de’. Ex.: Discutimos 
acerca da melhor saída para o caso. Há cerca de é uma expressão em que o verbo haver 
indica tempo transcorrido; equivale a ‘faz’. Ex.: Há cerca de uma semana, discutíamos a 
melhor decisão a tomar. 
 
 A fim de/Afim: 
 
A fim de é uma locução prepositiva que indica finalidade. Ex.: Ele saiu cedo, a fim de 
não perder a carona. Afim é adjetivo e significa ‘semelhante’, que apresenta ‘afinidade’. Ex.: 
O genro é um parente afim. Tratava-se de ideias afins. 
 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
170 
 Demais/De mais: 
 
Demais é advérbio de intensidade e equivale a ‘muito’. Ex.: Elas falam demais. 
Demais também pode ser usado como substantivo (neste caso, virá precedido de artigo ou 
outro determinante), significando os restantes. Ex.: Chamaram onze jogadores para jogar; os 
demais ficaram no banco. De mais é locução prepositiva e possui sentido oposto a ‘de 
menos’. Ex.: Não haviam feito nada de mais. 
 
 À-toa/À toa: 
 
À-toa é um adjetivo (refere-se, pois, a um substantivo) e significa ‘impensado’, 
‘inútil’, ‘desprezível’. Ex.: Ninguém lhe dava valor, era considerada uma pessoa à-toa. À toa é 
um advérbio de modo, significa ‘a esmo’, ‘sem razão’, ‘inutilmente’. Ex.: Andavam à toa 
pelas ruas. 
 
 A par/Ao par: 
 
A par é usado, normalmente, com o sentido de estar bem informado, ter 
conhecimento. Ex.: Após a confissão, ficamos a par de tudo. Ao par é usado para indicar 
equivalência cambial. Ex.: O dólar e o marco estão ao par (isto é, têm o mesmo valor). 
 
 Tampouco/Tão pouco: 
 
Tampouco é advérbio e significa ‘também não’. Ex.: Não realizou a tarefa, 
tampouco apresentou qualquer justificativa. Em Tão pouco, temos o advérbio de 
intensidade ‘tão’ modificando ‘pouco’, que pode ser advérbio ou pronome indefinido. Ex.: 
Estudamos tão pouco esta semana! (tão modifica o advérbio pouco). Ex.: Tenho tão pouco. 
 
 Ter de/Ter que: 
 
Ter de indica obrigatoriedade. Ex.: Para ser aprovado, tenho de fazer o teste. 
Ter que indica permissividade. Ex.: Tenho que ser eleito para ser respeitado (é uma 
probabilidade, não uma imposição). 
 
6.7 Pontuação 
 
Na língua escrita, certos recursos da língua oral, principalmente as pausas e 
entoações, são representados pelos sinais de pontuação (FERREIRA, 2007). Observa-se a 
seguir o uso da vírgula, que indica uma pausa entre as orações, e suas várias situações. 
 
 A vírgula entre os termos da oração: 
 
Entre os termos da oração, usa-se a vírgula nas seguintes situações: 
 
a) para separar os núcleos de um termo. Ex.: O milharal, a horta, o pasto e a mata 
ficaram mais verdes com as chuvas. 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
171 
b) para isolar o aposto. Ex.: Rubem Braga, o maior cronista brasileiro, nasceu no 
Espírito Santo. 
c) para isolar o vocativo. Ex.: Joel, você acompanhou o processo? 
d) para isolar adjuntos adverbiais deslocados. Ex.: O advogado analisou o 
documento com muito cuidado. Com muito cuidado, o advogado analisou o 
documento. 
e) para indicar a elipse do verbo. Ex.: A igreja era grande e pobre. Os altares, 
humildes. 
f) para isolar determinadas expressões explicativas. Ex.: Os bombeiros salvaram 
toda a família, isto é, o casal e os dois filhos. 
 
Em alguns casos, a vírgula é proibida. São eles: 
 
a) entre o sujeito e o predicado. Ex.: A irmã de Maria não tinha interesse pelo 
padeiro; 
b) ente o verbo e o objeto (direto ou indireto); 
c) ente o nome e seus adjuntos adnominais; 
d) entre o nome e seu complemento nominal. 
 
 A vírgula entre orações: 
 
Dependendo da relação sintática entre duas orações em um período composto, a 
vírgula pode ser obrigatória, opcional ou proibida. Quanto à obrigatoriedade, observam-se 
os seguintes casos: 
 
a) oração coordenada+oração coordenada. Ex.: Pegou um livro, procurou uma 
página, fez algumas anotações. Obs.: entre duas orações coordenadas ligadas 
pela conjunção e, a vírgula é proibida; 
b) oração subordinada adverbial+oração principal. Ex.: Quando eles se mudaram 
para lá (or. subord. adverbial), a cidade ainda era uma vila (oração principal); 
c) oração principal+oração subordinada adjetiva explicativa. Ex.: Ele sonha em 
visitar a Grécia (oração principal), que é o berço da civilização ocidental (oração 
subord. adjetiva explicativa). 
 
A vírgula é proibida nos seguintes casos, conforme ilustram os exemplos: 
 
a) oração principal+oração subordinada substantiva. Ex.: Ninguém desconhece 
(oração principal) que a situação da empresa é fácil (or. subord. substantiva); 
b) oração principal+oração subordinada adjetiva restritiva. Ex.: Na época das 
chuvas, os rios que cortam a região (or. subord. adjetiva restritiva) inundam as 
pastagens. 
 
O ponto e vírgula indica uma pausa um pouco mais longa que a vírgula e um pouco 
mais breve que um ponto no texto (FERREIRA, 2007). É usado em 3 casos, conforme descrito 
e exemplificado a seguir: 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
172 
a) entre orações coordenadas que já apresentam vírgulas. Ex.: A juíza atribuiu ao 
réu, depois de analisadas as provas constantes dos autos, a responsabilidade 
pelo crime; as testemunhas foram ouvidas em separado para confrontar as 
informações. 
b) entre orações coordenadas longas. Ex.: Os velhos cronistas são unânimes em 
dizer que o marido consolou grandemente a esposa do boticário; e notam com 
perspicácia...; 
c) entre os itens de leis, decretos, regulamentos, etc. Ex.: Art. 153. Compete à 
União instituir impostos sobre: I. Importação de produtos estrangeiros; II. 
Exportação de produtos nacionais;... 
 
Em relação a dois pontos, estes são usados para iniciar citações, explicações, 
esclarecimentos; para iniciar sequência de elementos discriminativos (enumerativos); no 
discurso direto, caracterizando um diálogo (SIMÕES, 2012). 
 
As reticências indicam uma interrupção na sequência normal da frase e são 
empregadas para: indicar indecisão, surpresa ou dúvida na fala de uma pessoa; indicar em 
diálogo a interrupção de uma fala; sugerir ao leitor que complete um raciocínio; indicar a 
exclusão de trechos de um texto (FERREIRA, 2007). 
 
Os parênteses são utilizados para marcar a intercalação de palavras, expressões ou 
orações explicativas que se queira destacar; na transcrição de siglas após o nome da 
entidade ou órgão em extenso; para indicar referências e datas (SIMÕES, 2012). 
 
O ponto é usado para indicar o fim de um período; em abreviaturas; na separação 
de casas decimais; em leis, decretos e artigos (SIMÕES, 2012). 
 
6.7.1 Exercícios Propostos 
 
1) Assinale a opção em que está corretamente indicada a ordem dos sinais de pontuação 
que devem preencher as lacunas da frase abaixo: 
 
“Quando se trata de trabalho científico ___ duas coisas devem ser consideradas ____ uma é 
a contribuição teórica que o trabalho oferece ___ a outra é o valor prático que possa ter”. 
 
a) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula; 
b) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula; 
c) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula; 
d) pontos vírgula, dois pontos, ponto e vírgula; 
e) ponto e vírgula, vírgula, vírgula. 
 
2) Assinale o exemploem que há emprego incorreto da vírgula: 
 
a) como está chovendo, transferi o passeio; 
b) não sabia, por que todos lhe viravam o rosto; 
c) ele, caso queira, poderá vir hoje; 
d) não sabia, porque não estudou; 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
173 
e) o livro, comprei-o por conselho do professor. 
 
3) Assinale o trecho sem erro de pontuação: 
 
a) vimos pela presente solicitar de V.Sas., que nos informe a situação econômica da firma em 
questão; 
b) cientificamo-lo de que na marcha do processo de restituição de suas contribuições, 
verificou-se a ausência da declaração de beneficiários; 
c) o Instituto de Previdência do Estado, vem solicitar de V.Sa. o preenchimento da 
declaração; 
d) encaminhamos a V.Sa., para o devido preenchimento, o formulário em anexo; 
e) estamos remetendo em anexo, o formulário. 
4) Assinale as frases em que as vírgulas estão incorretas: 
 
a) ora ríamos, ora chorávamos; 
b) amigos sinceros, já não os tinha; 
c) a parede da casa, era branquinha branquinha; 
d) Paulo, diga-me o que sabe a respeito do caso; 
e) João, o advogado, comprou, ontem, uma casa. 
 
5) Observe: 
1) depois de muito pedir () obteve o que desejava; 
2) se fosse em outras circunstâncias () teria dado tudo certo; 
3) exigiam-me o que eu nunca tivera () uma boa educação; 
 
4) fez primeiramente seus deveres () depois foi brincar; 
 
Assinale a alternativa que preencha mais adequadamente os parênteses: 
a) (;) (,) (:) (;); d) (?) (,) (,) (:); 
b) (,) (;) (:) (;); e) (,) (;) (.) (;). 
c) (,) (,) (:) (;); 
 
6) Assinale o item em que as vírgulas estão empregadas corretamente: 
 
I - Foi ao fundo da farmácia, abriu um vidro, fez um pequeno embrulho e entregou ao 
homem. 
II - A sua fisionomia estava serena, o seu aspecto tranquilo. 
III - E o farmacêutico, sentindo-se aliviado do seu gesto, sentira-se feliz diante de suas 
lembranças. 
IV - Quando, vi que não servia, dei às formigas, e nenhuma morreu. 
 
a) I - IV 
b) II - III 
c) II - IV 
d) I - II 
e) I - III 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
174 
6.8 Crase 
 
Esta seção abordará o uso da crase. De acordo com Zambeli (2014), ocorre a crase 
nas seguintes situações. 
 
a) preposição A + artigo A. Ex.: Eles foram à praia no fim de semana; 
b) preposição A + pronome relativo A QUAL. Ex.: A aluna à qual me refiro é 
estudiosa; 
c) preposição A + pronome demonstrativo. Ex.: A minha blusa é semelhante à de 
Maria (no sentido de àquela). 
d) preposição A + pronome demonstrativo AQUELE. Ex.: Ele fez referência àquele 
aluno. 
 
Algumas dicas podem ajudar quanto ao emprego da crase. Observe os casos a 
seguir: 
 
a) substitua a palavra feminina por outra masculina correlata. Surgindo a 
combinação AO, haverá crase. Ex.: Nunca fui indiferente às professoras (AOS 
PROFESSORES); 
b) substitua o demonstrativo Aquele(s), Aquela(s), Aquilo por ‘a este(s)’, ‘a esta(s)’, 
‘a isto’. Mantendo-se a lógica, haverá crase. Ex.: Ele fez referência àquele aluno. 
Não entregarei isso àquelas turmas; 
c) antes de nome próprio de lugares, deve-se colocar o verbo VOLTAR; se disser 
VOLTO DA, haverá acento indicativo de crase; se disser VOLTO DE, não ocorrerá 
o acento. Ex.: Vou à Bahia (volto da). Vou a São Paulo (volto de). Se o nome do 
lugar estiver acompanhado de uma característica (adjunto adnominal), o acento 
será obrigatório. Ex.: Vou a Portugal. Vou à Portugal das grandes navegações; 
d) nas locuções prepositivas, conjuntivas e adverbiais. Ex.: à frente de; à espera de; 
à procura de; à noite; à tarde; à esquerda; à direita; às vezes; às pressas; à 
medida que; à proporção que; à toa; à vontade, etc.; 
e) na indicação de horas determinadas: deve-se substituir a hora pela expressão 
“meio-dia”; se aparecer AO antes de “meio-dia”, deve colocar o acento, 
indicativo de crase no A. Ex.: Ele saiu às duas horas e vinte minutos (ao meio dia). 
Ele está aqui desde as duas horas (o meio-dia). 
 
Observam-se a seguir alguns casos em que a crase é opcional e outros onde a 
mesma não deve ocorrer. 
 
 Uso opcional da crase: 
 
a) antes de nomes próprios femininos. Ex.: Entreguei o presente a Ana (ou à Ana); 
b) antes de pronomes possessivos femininos adjetivos no singular. Ex.: Fiz alusão a 
minha amiga (ou à minha amiga). Mas não fiz à sua; 
c) depois da preposição ATÉ. Ex.: Fui até a escola (ou até à escola). 
 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
175 
 Não ocorre a crase: 
 
a) antes de palavras masculinas. Ex.: Ele saiu a pé. Só vendem a prazo nesta loja; 
b) antes de verbos no infinitivo. Ex.: Estou disposto a colaborar com ele. Começou a 
chover agora; 
c) antes de artigo indefinido. Ex.: Fomos a uma lanchonete no centro. Encaminhou 
o documento a uma gerente; 
d) antes de pronomes pessoais, indefinidos e demonstrativos. Ex.: Passamos os 
dados do projeto a ela. Eles podem ir a qualquer restaurante. Refiro-me a esta 
aluna; 
e) antes de QUEM e CUJA. Ex.: A pessoa a quem me dirigi estava atrapalhada. O 
restaurante a cuja dona me referi é ótimo; 
f) depois de preposição. Ex.: Eles foram para a praia. Estava perante a juíza; 
g) quando o “A” estiver no singular e a palavra a que ele se refere estiver no plural. 
Ex.: Refiro-me a pessoas que são competentes; 
h) em locuções formadas pela mesma palavra: cara a cara, lado a lado, face a face, 
passo a passo, frente a frente, dia a dia, etc. Ex.: Tomei o remédio gota a gota; 
i) antes de pronomes de tratamento iniciados por SUA ou VOSSA. Ex.: Enderecei a 
correspondência a SUA SENHORIA. 
 
6.8.1 Exercícios Propostos 
 
1) (ITA – SP) Dadas as afirmações: 
 
(1) Tudo correu as mil maravilhas. 
(2) Caminhamos rente à parede. 
(3) Ele jamais foi a festas. 
 
Verificamos que o uso do acento indicador da crase no “a” é obrigatório: 
a) apenas na sentença nº 1 
b) apenas na sentença nº 2 
c) apenas nas sentenças nº 1 e 2 
d) em todas as sentenças 
 
2) Preencha as lacunas empregando os termos que melhor se adequarem, levando em 
consideração a norma padrão da linguagem: 
 
a) Estou ____ procura de alguns amigos de infância que não vejo há anos. 
b) Voltei ____ colégio depois de ter passado por tantas privações. 
c) Gostei muito do frango ____ milanesa que degustamos hoje no almoço. 
d) Quando vamos ____ fazenda, adoro andar ____ cavalo e ____ pé. Esta atividade é uma 
ótima alternativa para aliviar ____ tensões. 
e) Os sapatos ____ moda Luís XV fizeram parte do passado de muitas mulheres. 
3) Assinale a frase onde a crase foi empregada incorretamente: 
 
a) Iremos à fazenda amanhã. 
b) A professora fez críticas à algumas alunas. 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
176 
c) Ela está à espera de vocês. 
d) Vou à biblioteca depois da aula. 
 
4) Complete as lacunas corretamente: "Ontem, assisti ___ filme com meu namorado, depois 
fomos ___ lanchonete e pedimos dois lanches. Não ficamos ___ vontade quando o 
garçom ficou nos rodeando enquanto olhávamos o menu, então desistimos e fomos 
embora, para jantar em outro local. O problema era que ___ era ___ única lanchonete 
aberta, então voltamos para minha casa e pedimos uma pizza". 
 
a) aquele - a - à - àquela – a 
b) àquele - à - há - aquela – a 
c) àquele - à - à - aquela – a 
d) aquele - a - há - àquela - a 
 
6.9 Acentuação Gráfica 
 
As regras de acentuação devem ser respeitadas na elaboração de um texto 
(ZAMBELI, 2014), bem como deve ser dada atenção ao Novo Acordo Ortográfico, que 
acrescentou ao alfabeto as letras, K, Y e W, aboliu o uso do trema, além alguns acentos em 
casos específicos, e também modificou o uso do trema. Observem-se algumas regras a 
seguir. 
 
 Palavras proparoxítonas: 
 
Todas as palavras proparoxítonas recebem acento. Ex.: lâmpada – rápido – córrego 
– rígido – pânico. 
 
 Palavras paroxítonas: 
 
São acentuadas as palavras paroxítonas, de acordocom as seguintes regras: 
 
a) palavras terminadas em ditongo crescente (seguidas ou não de “s”). Ex.: sábio – 
régua – farmácia – espontâneo – mágoa; 
b) palavras terminadas em: Ã, ÃS, ÃO, ÃOS. Ex.: ímã – órfãs – órgão – bênçãos; 
c) palavras terminadas em: EI, EIS. Ex.: jóquei – pônei – fósseis – úteis; 
d) palavras terminadas em: I, IS. Ex.: táxi – biquíni – lápis – júri – íris; 
e) palavras terminadas em: ON, OM, NOS. Ex.: Nélson – rádom – próton – nêutrons; 
f) palavras terminadas em: L, N, R, X, PS. Ex.: sensível – hífen – caráter – tórax – 
bíceps; 
g) palavras terminadas em: UM, UNS, US. Ex.: Ônus, álbum, médiuns 
 
Atenção: é importante observar que não se acentuam os vocábulos paroxítonos 
terminados em EM, ENS. Ex.: item, homem, itens, hifens, homens. 
 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
177 
 Palavras oxítonas: 
 
São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em: A, E, O (seguidas ou não de 
“s”), EM, ENS. Ex.: sofá – café – cipó – você – porém – parabéns. 
 
 Hiato: 
 
Acentuam-se o I e o U tônicos, quando formam sílabas sozinhos ou com “s” e vêm 
precedidos de vogal. Ex.: saída – faísca – uísque – influí – reúne – egoísta – destruí-lo – baú – 
juízes – saúde. 
 
Atenção: é importante observar que não se acentuam o I e U quando seguidos de 
NH: rainha, bainha, ladainha; não se acentuam o I e U quando formarem sílabas com outra 
letra que não seja “s”: cairmos, juiz, ruim, defini-lo; não se acentuam o I e U quando 
formarem ditongo: gratuito, fluido, fortuito, intuito. De acordo com a nova regra, as palavras 
paroxítonas que têm i ou u tônicos precedidos por ditongos não serão mais acentuadas. 
Assim, escreve-se feiura, baiuca. Esta regra não vale quando se trata de palavras oxítonas. 
Nestes casos, o acento permanece. Assim, continua correto Piauí, teiús, tuiuiú. Observa-se 
ainda que foram eliminados os acentos circunflexos nos hiatos OO/EE: enjoo, perdoo, 
magoo, voo, abençoo; creem, deem, leem, releem, veem, preveem. 
 
 Ditongos abertos: 
 
Acentuam-se os ditongos tônicos e abertos ÉI, ÓI, ÉU. Ex.: anzóis – chapéu – troféu 
– lençóis – pincéis. De acordo com a nova regra, o acento agudo foi eliminado nos ditongos 
abertos "ei" e "oi" de palavras paroxítonas, tais como assembleia, boleia, epopeia, ideia, 
jiboia, paleozoico, paranoia, onomatopeia. 
 
 Trema: 
 
O trema foi abolido de todas as palavras da língua portuguesa. Porém, o trema é 
mantido em nomes próprios estrangeiros e suas derivações, tais como Bündchen, 
Schönberg, Müller e mülleriano. 
 
 Acento diferencial: 
 
O acento diferencial, conforme o próprio nome diz, diferencia a intensidade de 
alguns vocábulos com relação a seus homógrafos átonos. De acordo com as novas regras, 
permanecem apenas aqueles relativos ao vocábulo ‘por’ para diferenciar o verbo (pôr) da 
preposição (por), bem como na flexão verbal ‘pode’ (presente do indicativo) e ‘pôde’ 
(pretérito perfeito do indicativo). Deixaram de existir nos seguintes casos: 
 
a) para (verbo), que se diferenciava da preposição para; 
b) pelo (substantivo), que se diferenciava da preposição pelo; 
c) polo (substantivo), que se diferenciava da preposição polo (grafia antiga, em 
desuso); 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
178 
d) pera (substantivo), que se diferenciava da preposição pera (grafia antiga, em 
desuso). 
 
5.9.1 Exercícios Propostos 
 
1) (Fac. Med. Itajubá) Os dois vocábulos de cada item devem ser acentuados graficamente, 
exceto: 
 
a) herbivoro – ridiculo 
b) logaritmo – bambu 
c) miudo – sacrificio 
d) caranauba – germen 
e) Biblia – hieroglifo 
 
2) Nos provérbios abaixo os acentos foram suprimidos. Recoloque-os quando necessário: 
 
a) O homem que le vale mais. 
b) Quem ve cara não ve coração. 
c) Depois da tempestade vem a bonança. 
d) Há males que vem para o bem. 
e) Quem tem boca vai à Roma. 
 
3) Analise os vocábulos abaixo agrupando-os de acordo com as regras de acentuação: 
 
África – fóssil – método – possível – pé – coração – álbum – tórax – cajá - armazém – 
lâmpada. 
 
 _________________________________________________________________ 
 _________________________________________________________________ 
 _________________________________________________________________ 
 
6.10 Concordância e Regência 
 
Esta seção tratará sobre concordância e regência, nominal e verbal, a partir de 
definições e exercícios propostos. 
 
6.10.1 Concordância Nominal 
 
Refere-se à concordância nominal o princípio no qual toda palavra variável 
referente ao substantivo deve se flexionar para se adaptar a ele. Como regra geral, toda 
palavra variável associada a um substantivo concorda com ele. Ex.: Ganhei de presente estes 
dois antigos livros italianos. 
 
Em relação ao adjetivo, quando este vier depois de dois ou mais substantivos, 
concorda com o último ou vai facultativamente para o plural, no masculino, se pelo menos 
um deles for masculino, ou para o plural feminino, se todos eles estiveres no feminino. Ex.: 
Ternura e amor humano; Amor e ternura humana; Ternura e amor humanos. 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
179 
Quando o adjetivo vier antes de dois ou mais substantivos, concorda com o mais 
próximo. Ex.: Mau lugar e hora; Má hora e lugar. 
 
Quando dois ou mais adjetivos se referirem a um substantivo, este vai para o 
singular ou plural. Ex: O poder temporal e o espiritual. Os poderes temporal e espiritual. 
 
Quando dois ou mais ordinais vêm depois de um substantivo e o determinando, 
este vai para o plural. Ex.: Encerraram-se as aulas das séries terceira, quarta e quinta. 
 
As expressões ‘um e outro’, ‘nem um nem outro’ são seguidas de um substantivo 
que não varia, permanecendo no singular. Ex.: Um e outro aspecto. Nem um nem outro dia. 
 
No caso da expressão ‘um e outro’ vir antes de um substantivo e de um adjetivo, o 
substantivo vai para o singular e o adjetivo vai para o plural. Ex.: Um e outro processo 
arquivados. 
 
Em relação ao particípio, este concorda com o substantivo. Ex.: Feitas as análises, 
seguimos com o processo. Estabelecidas as regras, prosseguimos com o jogo. 
 
As palavras ‘anexo’, ‘incluso’, ‘mesmo’, ‘próprio’ concordam com o substantivo a 
que se referem. Ex.: Os depoimentos vão anexos aos autos. Seguem inclusos os documentos 
solicitados. Ela mesma disse que não viria hoje. Eles próprios admitiram o erro. 
 
A palavra ‘meio’, quando relativa à metade, é um adjetivo e concorda com o 
substantivo a que se refere. Ex.: Tomei meio litro de soro. Ela comeu meia barra de 
chocolate. No entanto, quando designa ‘um tanto’, se trata de um advérbio, referindo-se a 
um adjetivo, ficando, portanto, invariável. Ex.: Ela parecia meio cansada de tanta novidade. 
Ele deixou a janela meio aberta. 
 
6.10.2 Concordância Verbal 
 
Princípio no qual o verbo deve se flexionar para se ajustar ao sujeito da oração. Em 
relação ao sujeito simples, o verbo concorda com o núcleo do sujeito simples em pessoa e 
número. Ex.: Ele foi à praia. Elas foram ao cinema. 
 
Em relação ao sujeito composto, anteposto ao verbo, observam-se as regras mais 
comuns: 
 
a) como regra geral, com elementos coordenados de terceira pessoa, o verbo vai 
para o plural (Água, luz e telefone terão aumento de tarifa no próximo 
semestre); 
b) se formado por palavras sinônimas, o verbo vai para o plural ou concorda com o 
núcleo mais próximo (Desânimo e tristeza caracteriza/caracterizam aquele 
paciente); 
c) se formado por palavras em gradação ou numeração, idem alínea b) (Um mês, 
um ano, uma década de ditadura não calou/calaram o povo brasileiro); 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
180 
d) quando formado por pessoas gramaticais diferentes: eu+tu+ele, o verbo vai para 
a 1ª pessoa do plural (Eu, tu e ele chegaremos primeiro à escola); eu+tu oueu+ele, o verbo vai para a 1ª pessoa do plural (Eu e tu vamos ao cinema; Eu e ele 
vamos ao cinema); tu+ele, o verbo vai para a 2ª ou 3ª pessoa do plural (Tu e ele 
voltareis logo a São Paulo; Tu e ele voltarão logo a São Paulo); 
e) quando seguido de ‘tudo’, ‘nada’, ‘ninguém’, ‘nenhum’, ‘cada um’, significa um 
aposto resumidor, com o verbo colocado no singular (Desvios, fraudes, roubos, 
tudo acontecia naquela repartição). 
 
Em relação ao sujeito composto, posposto ao verbo, observam-se as principais 
regras: 
 
a) como regra geral, o verbo vai para o plural ou concorda com o núcleo mais 
próximo (Acertaram-lhe a alma a lança e a espada; Acertou-lhe a alma a lança e a 
espada); 
b) quando a ação for reflexiva, o verbo vai para o plural (Deram-se as mãos a 
tristeza e a saudade); 
c) quando os sujeitos são ligados por ‘com’ (equivalendo a ‘e’) e a ação verbal é 
atribuída a todos os elementos, o verbo vai para o plural (O diretor com os 
coordenadores do curso elaboraram o conteúdo programático); 
d) quando os sujeitos são ligados por ‘com’ (equivalendo a ‘em companhia de’), 
realçando com a ação verbal do antecedente, o verbo concorda com este (O 
diretor, com todos os professores, resolveu alterar as matrizes curriculares); 
e) no caso dos sujeitos ligados por ‘nem’, o verbo vai para o plural (Nem Maria nem 
Marta chegaram mais cedo). 
 
6.10.3 Regência Nominal 
 
Relação de interdependência entre o nome e o termo que lhe serve de 
complemento (FERREIRA, 2007). Exemplos: adepto de; alheio a; ansioso por, para; apto a, 
para; aversão a, por; contente com, por, de; relativo a; residente em; simpatia a, por. 
 
6.10.4 Regência Verbal 
 
Relação de interdependência entre o verbo e seu complemento (geralmente o 
objeto). As principais regras de regência, segundo Ferreira (2007), são: 
 
a) ir e chegar: exigem preposição a; 
b) obedecer/desobedecer: exigem preposição a; 
c) esquecer/lembrar: com pronome oblíquo, exigem de (Esqueci-me de 
você/Lembrei-me de você); sem o pronome oblíquo, não exigem preposição 
(Esqueci você/Lembrei você); 
d) assistir: significando ver, exige preposição a; 
e) preferir: exige 2 objetos, um sem preposição e outro com preposição a (Os 
brasileiros preferem o futebol ao vôlei); 
f) simpatizar/antipatizar: não admitem pronome oblíquo me, te, nos, vos, se (Por 
que você não simpatizou com a nova diretora?); 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
181 
g) pagar/perdoar: quando o objeto é gente, exigem a (Paguei ao dentista); 
h) visar: significando “ter como meta” exige preposição a (Ele visava ao cargo de 
gerente da empresa). 
 
6.10.5 Exercícios Propostos 
 
Em relação à concordância analise responda aos exercícios a seguir: 
 
1) Há concordância inadequada em: 
 
a) clima e terras desconhecidas; 
b) clima e terra desconhecidos; 
c) terras e clima desconhecidas; 
d) terras e clima desconhecido; 
e) terras e clima desconhecidos. 
 
2) Há erro de concordância na opção: 
a) calças e chapéus surradas; 
b) poder e força mágica; 
c) arreios e sela velhos; 
d) rifles e alpercata nova; 
e) cangaceiros e capitão temidos. 
 
3) A concordância nominal está correta, exceto em: 
 
a) o vento agitou as flores lilases da paineira; 
b) esperança é necessário para viver; 
c) a candidata estava meio nervosa; 
d) os filhos são tais qual o pai; 
e) as crianças estavam alerta. 
 
4) Assinale a opção que preenche as lacunas: 
 
Vão _________ aos processos várias fotografias. 
Paisagens as mais belas ________. 
Ela estava _________ narcotizada. 
 
a) anexas-possíveis - meio; 
b) anexas-possível - meio; 
c) anexo-possíveis - meia; 
d) anexo-possível - meio; 
e) anexo-possível - meia. 
 
5) Assinale a opção que preenche as lacunas: 
 
Vai _________ à carta minha fotografia. Essas pessoas 
cometeram crime de ________ patriotismo. 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
182 
Elas __________ não quiseram colaborar. 
 
a) incluso – leso – mesmo; 
b) inclusa – leso – mesmas; 
c) inclusa – lesa – mesmas; 
d) incluso – leso – mesmas; 
e) inclusa – lesa – mesmo. 
 
6) Assinale a opção com erro de construção: 
 
a) vocês próprios entenderão a matéria; 
b) há bastantes exemplos nesta lição; 
c) ela adora pérola; 
d) vocês vieram só ou acompanhados? 
e) nenhuns obstáculos conseguirão impedir nossa vitória. 
 
7) Assinale a opção com erro de construção: 
 
a) um e outro aluno desistiu de terminar a prova; 
b) estas crianças eram as mais espertas possíveis; 
c) cerveja pode ser mau para a saúde; 
d) a aluna regredia olhos vistos; 
e) as literaturas francesa e a inglesa são vastíssimas. 
 
8) Assinale a opção com erro de construção: 
 
a) água é bom para a saúde; 
b) achamos estas paisagens as mais belas possível; 
c) suas forças definhavam a olhos vistas; 
d) é proibido entrada a pessoas estranhas ao serviço; 
e) deve ser um bom livro, haja vista as suas edições sucessivas. 
 
9) Assinale a opção com erro de construção: 
 
a) nem um nem outro aluno conseguiram aprovação; 
b) não conheço nem uma nem outra hipótese; 
c) acredito que um e outro funcionário serão promovidos; 
d) é claro que sou seu amigo; hajam vista das minhas declarações; 
e) foi acusado de grave crime: lesa-pátria. 
 
10) Assinale a opção com erro de construção: 
 
a) estes alunos são os mais estudiosos possível; 
b) sua aplicação ao estudo crescia a olhos vistos; 
c) suas blusas rosas eram “chiquérrimas” ; 
d) suas virtudes cresciam a olhos vistos; 
e) ele não sabe raciocinar, haja vista os argumentos apresentados. 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
183 
6.11 Leitura, Interpretação e Produção de Texto 
 
Ler é uma atividade muito além da simples interpretação dos símbolos gráficos, pois 
exige que o indivíduo seja capaz de interpretar o material lido, comparando-o e 
incorporando-o a sua bagagem pessoal. É necessário que haja maturidade para a 
compreensão do material lido, senão tudo cairá no esquecimento ou ficará armazenado na 
memória, sem uso. Há etapas ou níveis em toda leitura: Primeiro nível (é preciso ter um bom 
domínio da língua), segundo nível (é a pré-leitura ou leitura superficial, podendo aplicar a 
técnica da leitura dinâmica), terceiro nível (leitura analítica e efetiva, onde o livro será lido 
até o fim), quarto nível (nível de controle, ou seja, acabar com qualquer dúvida que tenha 
ficado da leitura, como significados de palavras, e destacar pontos importantes), quinto nível 
(etapa de repetição aplicada; momento de associar o assunto lido com alguma experiência já 
vivida, fazer um resumo ou tentar exemplificá-lo com algo concreto, como se fosse um 
professor e o estivesse ensinando para uma turma de alunos interessados) (CTPAC, 2014). 
 
Existem vários procedimentos que podem ser adotados para tirar o maior 
rendimento possível da leitura de um texto. Para uma leitura proveitosa, além do 
conhecimento linguístico propriamente dito, é necessário também um repertório de 
informações exteriores ao texto, o que se costuma chamar de conhecimento de mundo 
(CTPAC, 2014). 
 
Uma maneira para avaliar se o texto foi bem compreendido é a resposta a três 
questões básicas: a) Qual é a questão de que o texto está tratando? O leitor será obrigado a 
distinguir as questões em torno da qual gira o texto inteiro. b) Qual é a opinião do autor 
sobre a questão posta em discussão? Pelo texto aparecem vários indicadores da opinião de 
quem escreve, portanto não saber dar resposta a essa questão é um sintoma de leitura 
desatenta e dispersiva. c) Quais são os argumentos utilizados pelo autor para fundamentar a 
opinião dada? Argumento é todo tipo de recurso usado pelo autor para convencer o leitor 
de que ele está falando a verdade (CTPAC, 2014). 
 
Redação é o ato de exprimir ideias, por escrito, de forma clara e organizada. 
Inicialmente é necessário conhecer a gramática do idioma e do tema sobre o qual se 
escreve, contemplando os seguintes passos: escolha da forma que se pretendedar à 
composição, organização das ideias sobre o tema, escolha do vocabulário adequado e 
concatenação das ideias segundo as regras linguísticas e gramaticais. É preciso também 
considerar o perfil do leitor a quem o texto se dirige, quanto à faixa etária, nível cultural e 
escolar e interesse específico pelo assunto, para permitir a escolha do vocabulário ideal 
(CTPAC, 2014). 
 
As tecnologias do mundo moderno fizeram com que as pessoas deixassem a leitura 
de livros de lado, o que resultou em jovens cada vez mais desinteressados pelos livros, 
possuindo vocabulários cada vez mais pobres. A leitura é algo crucial para a aprendizagem 
do ser humano, pois proporciona enriquecimento do vocabulário, obtenção de 
conhecimento, e torna dinâmico o raciocínio e a interpretação. Muitas pessoas dizem não 
ter paciência para ler um livro, no entanto isso acontece por falta de hábito (CORREIA, 2013). 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
184 
6.11.1 Roteiro para Elaboração de Texto 
 
A produção de textos escritos é uma prática de linguagem e uma prática social, do 
mesmo modo que a leitura. Isto significa dizer que em várias circunstâncias da vida textos 
são escritos para diferentes interlocutores, com distintas finalidades, organizados nos mais 
diversos gêneros, para circularem em vários espaços sociais. Para se produzir um bom texto, 
é necessário que alguns aspectos sejam revistos: o tema geral é o assunto a ser tratado que 
normalmente abre espaço a outras vertentes; o tema específico trata-se da delimitação do 
assunto proposto. Quanto mais o escritor especificar o tema geral, mais focado em um 
objetivo estará e, portanto, mais seguro (CORREIA, 2013). 
 
Dez mandamentos para que sua redação surpreenda o leitor (CORREIA, 2013): 
 
a) não escreva difícil. Prefira uma linguagem mais simples; 
b) críticas sem fundamento devem ser evitadas. A análise sobre algo deve ser 
realizada baseada em fatos, acontecimentos reais, apontando soluções 
coerentes para os problemas levantados; 
c) uso de palavrões, jargões, gírias e coloquialismo é proibido; 
d) a linguagem do MSN ou Facebook, por exemplo, deve ficar em casa; 
e) nunca abrevie palavras, como por exemplo: vc, qdo, msm, dentre outras; 
f) cuidado com a repetição exagerada de palavras. Se for o caso, use sinônimos; 
g) seja objetivo, claro. Melhor qualidade do que quantidade; 
h) faça um parágrafo para introdução, um para o desenvolvimento e um para a 
conclusão, pelo menos. 
i) não esqueça a cedilha no “c”, o cortado do “t”, o pingo do “i”, as letras 
maiúsculas em nomes próprios; 
j) se começou um novo argumento, coloque ponto final e não vírgula. 
k) faça a concordância verbal. Se o sujeito está no plural, o verbo também deverá 
estar. 
l) releia o texto. É impossível tentar organizar melhor o texto e corrigir os erros 
sem reler o que se escreveu. Coloque-se no lugar do leitor. 
 
6.11.2 Coerência Textual 
 
Ocorre com o emprego de diferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, 
substituição, associação), sejam gramaticais (emprego de pronomes, conjunções, numerais, 
elipses), quando se constroem frases, orações, períodos, que irão apresentar o contexto. A 
coerência resulta da relação harmoniosa entre os pensamentos ou ideias apresentadas num 
texto sobre um determinado assunto. Refere-se à sequência ordenada das opiniões ou fatos 
expostos. Não havendo o emprego correto dos elementos de ligação (conectivos), faltará a 
coesão e, logicamente, a coerência ao texto será afetada (CORREIA, 2013). 
 
6.12 Respostas aos Exercícios 
 
Exercício sobre pontuação: 
1c; 2d; 3d; 4c; 5c; 6e 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
185 
Exercícios sobre crase: 
1c 
2 a) à 
b) ao 
c)à 
d) à; a; a; as 
e) à 
3b 
4c 
Exercícios sobre acentuação: 
1) b; 
2) a) lê; b) vê em ambos os casos; d) vêm 
3) proparoxítonas: África, método, lâmpada 
Paroxítonas: fóssil, possível, álbum, tórax 
Oxítonas: pé, coração, cajá, armazém 
 
Exercícios sobre concordância: 
1c; 2a; 3c; 4a; 5b; 6d; 7e; 8b; 9d; 10c. 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
186 
REFERÊNCIAS 
 
______. NBR 10520: Informação e documentação - citações em documentos - apresentação. 
Rio de Janeiro, 2002. 
 
______. NBR 6023: Informação e documentação - referências - elaboração. Rio de Janeiro, 
2002. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 14724: Informação e 
documentação - trabalhos acadêmicos – apresentação. Rio de Janeiro, 2011. 
 
CORREIA, A. Português instrumental. Instituto Formação: cursos técnicos 
profissionalizantes, Técnico em Segurança do Trabalho, 2013. Disponível em: 
http://www.ifcursos.com.br Acesso em 30/10/2014. 
 
CURSOS TÉCNICOS E PROFISSIONALIZANTES COSTA (CTPAC). Apostila de português 
instrumental. Módulo 1. Disponível em: www.ctpac.com.br Acesso em 30/11/2014. 
 
FAULSTICH, E. L. Como ler, entender e redigir um texto. 20 ed. Petrópolis: Vozes, 2008. 
 
FERNADES, C.S.; DOURADO, M.S. Português ao alcance de todos: Gramática e redação 
comercial sem mistérios. São Paulo: iEditora, 2002. Disponível em: 
http://minhateca.com.br/marcosmribeiro/Documentos/Apostilas/Portugues/Apostila+de+e
xercicios+Portugues+instrumental,50532214.PDF Acesso em 04/11/2017. 
 
FERREIRA, M. Aprender e praticar gramática. Edição renovada. São Paulo: FTD, 2007. 
 
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos da Metodologia Científica. 6ª ed. São Paulo. 
Atlas, 2007. 
 
MARTINS, D. S.; ZILBERKNOP, L. S. Português Instrumental. 28ª ed. São Paulo. Atlas, 2009. 
 
MEDEIROS, J. B. Português Instrumental. 7ª ed. São Paulo. Atlas, 2008. 
 
SIMÕES, S. A pontuação sem segredo. Série palavra final, v.9. Universidade Nove de Julho 
(Uninove), 2012. 
 
ZAMBELI, C. Português. Casa do concurseiro. BNDES. Disponível em: 
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http://minhateca.com.br/marcosmribeiro/Documentos/Apostilas/Portugues/Apostila+de+exercicios+Portugues+instrumental,50532214.PDF
http://minhateca.com.br/marcosmribeiro/Documentos/Apostilas/Portugues/Apostila+de+exercicios+Portugues+instrumental,50532214.PDF
http://www.acasadoconcurseiro.com.br/
 
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ANOTAÇÕES: ____________________________________________________________ 
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BIOSSEGURANÇA
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
191 
7 BIOSSEGURANÇA 
 
A biossegurança diz respeito ao conjunto de ações voltadas para a prevenção, 
proteção do trabalhador, minimização de riscos inerentes às atividades de pesquisa, 
produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do 
homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados, como 
preconizam Teixeira & Valle (1996). Este foco de atenção retorna ao ambiente ocupacional e 
amplia-se para a proteção ambiental e a qualidade. 
 
O técnico em Farmácia é um profissional da saúde e por isso será necessário que 
tenha conhecimento sobre biossegurança, principalmente porque ele será responsável pela 
coleta e processamento de vários tipos de amostras biológicas, desde sangue, secreções, 
urina e fezes. Assim, o conhecimento de biossegurança auxiliará no trabalho do técnico e na 
prevenção de acidentes. 
 
7.1 Introdução à Biossegurança 
 
De acordo com Fialho (2011), biossegurança, que forma a equação Vida + 
Segurança, é conceituada amplamente como a vida livre de perigos. De modo geral, trata-se 
de ações que contribuem para a segurança da vida no dia a dia das pessoas. Apreende-se, 
então, que biossegurança envolve todas as medidas que visam evitar riscos físicos (radiação 
ou temperatura), ergonômicos (posturais), químicos (substâncias tóxicas), biológicos 
(agentes infecciosos) e psicológicos (como o estresse). No ambiente hospitalar encontram-se 
exemplos de todos estes tipos de riscos ocupacionais para o trabalhador de saúde (Ex.: 
radiações, alguns medicamentos etc.). 
 
Há muitas áreas de insalubridade nos serviços de saúde, com variáveis graduações, 
que dependem de sua hierarquização e complexidade (ex. hospital terciário ou posto de 
saúde), do tipo de atendimento prestado (ex. atendimento exclusivo a moléstias infecto 
contagiosas) e do local de trabalho do profissional (ex. laboratório, endoscopia, lavanderia 
etc.). Os riscos de agravo à saúde (ex. radiação, calor, frio, substâncias químicas, estresse, 
agentes infecciosos, ergonômicos etc.) podem ser tanto variados quanto cumulativos. Por 
suas características, encontram-se nos serviços de saúde exemplos de todos os tipos de 
risco, agravados por problemas administrativos e financeiros (ex. falta de manutenção de 
equipamentos) e alguns decorrentes de falhas na adaptação de estruturas antigas a 
aparelhos de última geração (FIALHO, 2011). 
 
7.2 Medidas de Higienização 
 
Denomina-se higiene limpeza, asseio, ainter-relação entre o homem e o meio 
ambiente, no sentido da preservação da saúde, como preconiza Coringa (2012). Há várias 
formas de higienização, desde a individual (banho, cabelos, unhas e mãos, boca, dentes e 
vestuário), a coletiva (saneamento básico, água, esgoto, lixo, vetores), até a mental 
(equilíbrio, costumes morais e sociais), e a do trabalho (riscos físicos, químicos e biológicos), 
e ambiental (limpeza de moveis, utensílios e estrutura). 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
192 
7.2.1 Antissepsia 
 
Diz-se do conjunto de medidas propostas para inibir o crescimento de micro-
organismos ou removê-los de um determinado ambiente, podendo ou não destruí-los, 
utilizando, para tanto, antissépticos ou desinfetantes. Uma das medidas mais comuns é a 
higienização das mãos, conforme se observa a seguir. 
 
 Higienização antisséptica das mãos: 
 
Esta medida objetiva promover a remoção de sujidades e de microrganismos, 
reduzindo a carga microbiana das mãos, com auxílio de um antisséptico, com uma duração 
total do procedimento de aproximadamente de 40 a 60 segundos. Conforme orienta o 
Ministério da Saúde (1997), a técnica de higienização antisséptica (Figura 1 (1)) é a mesma 
utilizada para higienização simples das mãos, substituindo-se o sabão por um antisséptico. 
Exemplo: antisséptico degermante. 
 
Figura 1 (1)- Método de higienização antisséptica das mãos 
 
 
Fonte: Disponível em: 
http://www.anvisa.gov.br/hotsite/higienizacao_maos/conteudo/c_tecnicas.htm Acesso em maio 
2016 
 
Ainda de acordo com o Ministério da Saúde (1997), a antissepsia das mãos também 
pode ser feita com preparações alcóolicas e tem a finalidade de reduzir a carga microbiana 
das mãos (não há remoção de sujidades). A utilização de gel alcoólico a 70% ou de solução 
alcoólica a 70% com 1-3% de glicerina pode substituir a higienização com água e sabão 
quando as mãos não estiverem visivelmente sujas, a duração do procedimento é de 
aproximadamente 20 a 30 segundos. 
 
http://www.anvisa.gov.br/hotsite/higienizacao_maos/conteudo/c_tecnicas.htm
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
193 
7.2.2 Assepsia 
 
Diz respeito ao conjunto de medidas utilizadas para impedir a penetração de micro-
organismos no ambiente. 
 
7.2.3 Descontaminação 
 
É o processo que visa destruir microrganismos patogênicos, utilizado em artigos 
contaminados ou em superfície ambiental, tornando-os, consequentemente, seguros ao 
manuseio. Pode ser realizada pelas formas descritas a seguir (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1997): 
 
 Processo químico: no qual os artigos são imersos em solução desinfetante antes 
de se proceder a limpeza; 
 Por processo mecânico, utilizando-se máquina termodesinfectadora ou similar; 
ou, 
 Por processo físico, indicando-se a imersão do artigo em água fervente durante 30 
minutos (método nem sempre indicado, pois há impregnação de matéria orgânica 
quando aplicado a artigos sujos. 
 
7.2.4 Desinfecção 
 
Denomina-se desinfecção o processo de destruição de microrganismos em estado 
vegetativo (com exceção das formas esporuladas, resistentes ao processo) utilizando-se 
agentes físicos ou químicos. 
 
A desinfecção pode ser de: 
 
 Alto nível: quando há eliminação de todos os microrganismos e de alguns esporos 
bacterianos; 
 Nível intermediário ou médio: quando há eliminação de micobactérias (bacilo da 
tuberculose), bactérias na forma vegetativa, muitos vírus e fungos, porém não de 
esporos; 
 Baixo nível: quando há eliminação de bactérias e alguns fungos e vírus, porém sem 
destruição de micobactérias nem de esporos. 
 
Observam-se enquanto processos físicos de desinfecção aqueles descritos a seguir, 
conforme orienta o Ciep (2015). 
 
 Pasteurização: é uma desinfecção realizada em lavadoras automáticas, com 
exposição do artigo em água a temperaturas de aproximadamente 60 a 90 graus 
centígrados por 10 a 30 minutos, conforme a instrução do fabricante. É indicada 
para a desinfecção de circuitos de respiradores. 
 Água em ebulição ou fervura: utilizada para desinfecção de alto nível em artigos 
termorresistentes. Consiste em imergir totalmente o material em água fervente, 
com tempo de exposição de 30 minutos, após o que o material é retirado com o 
auxílio de pinça desinfetada e luvas de amianto de cano longo. Em seguida, deve 
ser seco e guardado em recipiente limpo ou desinfetado – ressalve-se que esse 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
194 
procedimento é indicado apenas nas situações em que não se disponha de outros 
métodos físicos ou químicos. 
 
A desinfecção por processo químico é feita por meio de imersão em soluções 
germicidas. Para garantir a eficácia da ação, faz-se necessário que: 
 
a) o artigo esteja bem limpo, pois a presença de matéria orgânica reduz ou inativa a 
ação do desinfetante; 
b) esteja seco, para não alterar a concentração do desinfetante; que esteja 
totalmente imerso na solução, sem a presença de bolhas de ar; 
c) o tempo de exposição recomendado seja respeitado; e, 
d) durante o processo o recipiente seja mantido tampado e o produto esteja dentro 
do prazo de validade (CIEP, 2015). 
 
7.2.5 Esterilização 
 
Esterilização é a destruição de todos os organismos vivos, mesmo os esporos 
bacterianos, de um objeto. Para tanto, utilizam-se de agentes físicos e químicos. Os meios de 
esterilização podem ser físicos e químicos, e também por meio de óxido de etileno e por 
radiação, conforme descrito a seguir. 
 
 Físicos: 
 
A esterilização por físico compreende: calor seco (estufa, flambagem, fulguração); 
calor úmido (fervura, autoclave); e radiações (raios alfa, gama e raios-X). 
 
 Químicos: 
 
A esterilização por meio químico compreende o uso desinfetantes. 
 
Observa-se também a esterilização por meio do óxido de etileno, autorizado pelo 
Ministério da Saúde, como agente químico para esterilização, por meio da portaria 
930/1992. Este tipo de esterilização precisa de três unidades: aparelho de autoclave 
combinado, gás e vapor; aparelho de comando que vai misturar o gás, e o freon na 
concentração pré-estabelecida e o aparelho aerador. 
 
Outra alternativa para a esterilização é a radiação, utilizada em artigos 
termossensíveis (seringa de plástico, agulha hipodérmicas, luvas, fios cirúrgicos). Por atuar 
em baixas temperaturas, é um método disponível em escala industrial devido aos elevados 
custos de implantação e controle. 
 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
195 
7.2.6 Exercício Proposto 
 
1) Pesquise outros conceitos de biossegurança e faça um resumo com suas 
palavras. 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 
2) Enumere as medidas de higienização e dê exemplos. 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ________________________________________________________________________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 
3) Quais as principais diferenças nas medidas de higienização? 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 ____________________________________________________________ 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
196 
7.3 Barreiras de Contenção 
 
Na área de saúde, constituem-se barreiras de contenção o uso de Equipamentos de 
Proteção Individual (EPI) e Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC), acerca dos quais 
explanaremos a seguir. 
 
7.3.1 Equipamento de Proteção Individual (EPI) 
 
No que diz respeito à área de saúde, utiliza-se o EPI proteger os profissionais do 
contato com agentes infecciosos, tóxicos ou corrosivos, calor excessivo, fogo e outros 
perigos. A roupa e o equipamento servem também para evitar a contaminação do material 
em experimento ou em produção (MASTROENI, 2006). Os EPIs mais utilizados pelos 
profissionais de saúde e a sua utilidade serão descritos nas subseções seguintes. 
 
 Luvas: 
 
De acordo com Mastroeni (2006), as luvas são usadas como barreira de proteção, 
prevenindo contra contaminação das mãos durante a manipulação de material 
contaminado, reduzindo a probabilidade de que microrganismos presentes nas mãos sejam 
transmitidos durante os procedimentos. 
 
O uso de luvas não substitui a necessidade da lavagem das mãos, visto que elas 
podem ter pequenos orifícios não aparente ou se danificarem durante o uso, podendo 
contaminar as mãos quando removidas. 
 
Sobre o uso das luvas, devem ser observadas as seguintes recomendações: 
 
 Usar luvas de látex sempre que houver chance de contato com sangue, fluídos do 
corpo, dejetos, trabalho com microrganismos e animais de laboratório; 
 Usar luvas de PVC para manuseio de citostáticos (mais resistentes, porém menos 
sensibilidade); 
 Lavar instrumentos, roupas, superfícies de trabalho sempre usando luvas; 
 Não usar luvas fora da área de trabalho, não abrir portas, não atender telefone; 
 Luvas (de borracha) usadas para limpeza devem permanecer 12 horas em solução 
de Hipoclorito de Sódio a 0,1% (1g/l de cloro livre = 1000 ppm). Verificar a 
integridade das luvas após a desinfecção; 
 Nunca reutilizar as luvas nem descartá-las de forma segura. 
 
 Jaleco: 
 
Os jalecos, em seus variados tipos, são usados para fornecer uma barreira de 
proteção e reduzir a oportunidade de transmissão de microrganismos. Previnem a 
contaminação das roupas do pessoal, protegendo a pele da exposição a sangue e fluidos 
corpóreos, salpicos e derramamentos de material infectado (MASTROENI, 2006). São de uso 
constante nos laboratórios e constituem uma proteção para o profissional. 
 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
197 
Acerca dos jalecos observam-se as seguintes recomendações: 
 
a) Devem sempre ser de mangas longas, confeccionados em algodão ou fibra 
sintética (não inflamável); 
b) Os descartáveis devem ser resistentes e impermeáveis; 
c) Uso de jaleco é permitido somente nas áreas de trabalho. Nunca em refeitórios, 
escritórios, bibliotecas, ônibus, etc.; 
d) Jalecos nunca devem ser colocados no armário, onde são guardados objetos 
pessoais; 
e) Devem ser descontaminados antes de serem lavados. 
 
Observam-se, ainda, outros equipamentos utilizados como barreira de contenção, 
os quais são listados: 
 
 Óculos de proteção e protetor facial (protege contra salpicos, borrifos, gotas, 
impacto). 
 Máscara (tecido, fibra sintética descartável, com filtro HEPA, filtros para gases, pó, 
etc.). 
 Avental impermeável. 
 Uniforme de algodão, composto de calça e blusa. 
 Luvas de borracha, amianto, couro, algodão e descartáveis. 
 Dispositivos de pipetagem (borracha peras, pipetadores automáticos, etc.). 
 
7.3.2 Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) 
 
Enquanto barreira de contenção, também são utilizados os EPCs. São equipamentos 
que possibilitam a proteção do pessoal do laboratório, do meio ambiente e da pesquisa 
desenvolvida. São exemplos de EPC os equipamentos descritos a seguir (MASTROENI, 2006). 
 
 Cabines de segurança: 
 
As cabines de segurança biológica constituem o principal meio de contensão. Elas 
são usadas como barreiras primárias para evitar a fuga de aerossóis para o ambiente. Há três 
tipos de cabines de segurança biológica: Classe I; Classe II – A, B1, B2, B3; Classe III. 
 
 Fluxo laminar de ar: 
 
Massa de ar dentro de uma área confinada movendo-se com velocidade uniforme 
ao longo de linhas paralelas. 
 
 Capela química NB: 
 
Cabine construída de forma aerodinâmica cujo fluxo de ar ambiental não causa 
turbulências e correntes, assim reduzindo o perigo de inalação e contaminação do operador 
e ambiente. 
 
 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
198 
 Chuveiro de emergência: 
 
Chuveiro de aproximadamente 30 cm de diâmetro, acionado por alavancas de mão, 
cotovelos ou joelhos. Deve estar localizado em local de fácil acesso. 
 
 Lava olhos: 
 
Dispositivo formado por dois pequenos chuveiros de média pressão, acoplados a 
uma bacia metálica, cujo ângulo permite direcionamento correto do jato de água. Pode fazer 
parte do chuveiro de emergência ou ser do tipo frasco de lavagem ocular. 
 
 Manta ou cobertor: 
 
Confeccionado em lã ou algodão grosso, não podendo ter fibras sintéticas. Utilizado 
para abafar ou envolver vítima de incêndio. 
 
 Vaso de areia: 
 
Também chamado de balde de areia, é utilizado sobre derramamento de álcalis 
para neutralizá-lo. 
 
 Extintor de incêndio a base de água: 
 
Utiliza o CO2 como propulsor. É usado em papel, tecido e madeira. Não usar em 
eletricidade, líquidos inflamáveis, metais em ignição. 
 
 Extintor de incêndio de CO2 em pó: 
 
Utiliza o CO2 em pó como base. A força de seu jato é capaz de disseminar os 
materiais incendiados. É usado em líquidos e gases inflamáveis, fogo de origem elétrica. Não 
usar em metais alcalinos e papel. 
 
 Extintor de incêndio de pó seco: 
 
Usado em líquidos e gases inflamáveis, metais do grupo dos álcalis, fogo de origem 
elétrica. 
 
 Extintor de incêndio de espuma: 
 
Usado para líquidos inflamáveis. Não usar para fogo causado por eletricidade. 
 
 Extintor de incêndio de BCF: 
 
Utiliza o bromoclorodifluorometano. É usado em líquidos inflamáveis, incêndio de 
origem elétrica. O ambiente precisa ser cuidadosamente ventilado após seu uso. 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
199 
 Mangueira de incêndio: 
 
Modelo padrão, comprimento e localização são fornecidos pelo Corpo de 
Bombeiros (MASTROENI, 2006). 
 
7.4 Tipo de Riscos 
 
Denomina-se risco o perigo a que determinado indivíduo está exposto ao entrar em 
contato com um agente tóxicoou certa situação perigosa. De acordo com o Ministério do 
Trabalho os tipos de riscos são subdivididos em 5 grupos: risco de acidente, risco 
ergonômico, risco físico, risco químico e risco biológico (MASTROENI, 2006). 
 
7.4.1 Risco de Acidente 
 
De acordo com Mota; Rezende (2013), qualquer fator que coloque o trabalhador 
em situação de perigo e possa afetar sua integridade, bem estar físico e moral é considerado 
risco de acidente. As autoras descrevem como exemplos de risco de acidente: as máquinas e 
equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico 
inadequado, armazenamento inadequado, etc., os quais serão descritos a seguir. 
 
7.4.2 Risco Ergonômico 
 
O risco ergonômico é qualquer fator que possa interferir nas características 
psicofisiológicas do trabalhador causando desconforto ou afetando sua saúde (MOTA; 
REZENDE, 2013). São exemplos de risco ergonômico: o levantamento e transporte manual 
de peso, o ritmo excessivo de trabalho, a monotonia, a repetitividade, a responsabilidade 
excessiva, a postura inadequada de trabalho, o trabalho em turnos, etc. 
 
7.4.3 Risco Físico 
 
Os agentes de risco físico são, de acordo com as autoras (Op. Cit.), as diversas 
formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, 
vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não 
ionizantes, ultrassom, materiais cortantes e pontiagudos, etc. 
 
7.4.4 Risco Químico 
 
As substâncias, compostas ou produtos que possam penetrar no organismo pela via 
respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela 
natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo 
através da pele ou por ingestão são denominadas agentes de risco. 
 
7.4.5 Risco Biológico 
 
Mota; Rezende (2013, pp. 2-3) consideram agentes de risco biológico as bactérias, 
fungos, parasitos, vírus, entre outros. De acordo com as autoras, observam-se a seguir a 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
200 
classificação do risco biológico. 
 
Os agentes de risco biológico podem ser distribuídos em quatro classes de 1 a 4 por 
ordem crescente de risco, classificados segundo os seguintes critérios: 
 
 Patogenicidade para o homem. 
 Virulência. 
 Modos de transmissão 
 Disponibilidade de medidas profiláticas eficazes. 
 Disponibilidade de tratamento eficaz. 
 Endemicidade. 
 
 Classe de Risco I - escasso risco individual e comunitário: 
 
O microrganismo tem pouca probabilidade de provocar enfermidades humanas ou 
enfermidades de importância veterinária. Ex.: Bacillus subtilis. 
 
 Classe de Risco II - risco individual moderado, risco comunitário limitado: 
 
A exposição ao agente patogênico pode provocar infecção, porém, se dispõe de 
medidas eficazes de tratamento e prevenção, sendo o risco de propagação limitado. Ex.: 
Schistosoma mansoni. 
 
 Classe de Risco III - Risco individual elevado, baixo risco comunitário: 
 
O agente patogênico pode provocar enfermidades humanas graves, podendo 
propagar-se de uma pessoa infectada para outra. Entretanto, existe profilaxia e/ou 
tratamento. Ex.: Mycobacterium tuberculosis. 
 
 Classe de Risco IV - Elevado risco individual e comunitário: 
 
Os agentes patogênicos representam grande ameaça para as pessoas e animais, 
com fácil propagação de um indivíduo ao outro, direta ou indiretamente, não existindo 
profilaxia nem tratamento. Ex.: Vírus Ebola. 
 
7.4.1 Exercício Propostos 
 
1) Qual a diferença entre EPI e EPC? 
 _____________________________________________________________ 
 _____________________________________________________________ 
 _____________________________________________________________ 
 
2) Quais os principais EPIs e suas funções? 
 _____________________________________________________________ 
 _____________________________________________________________ 
 _____________________________________________________________ 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
201 
3) Quais os principais EPCs e suas funções? 
 _____________________________________________________________ 
 _____________________________________________________________ 
 _____________________________________________________________ 
 
4) Qual a classificação dos tipos de riscos? Exemplifique. 
 _____________________________________________________________ 
 _____________________________________________________________ 
 _____________________________________________________________ 
 
 
7.5 Níveis de Contenção 
 
Hirata et al. (2011) afirma que, para manipulação dos microrganismos pertencentes 
a cada uma das quatro classes de risco, devem ser atendidos alguns requisitos de segurança, 
conforme o nível de contenção necessário, conforme descrito a seguir. 
 
 Nível 1: 
 
Este primeiro de concentração nível se aplica aos laboratórios de ensino básico, nos 
quais são manipulados os microrganismos pertencentes a classe de risco I. Não é requerida 
nenhuma característica de desenho, além de um bom planejamento espacial, funcional e a 
adoção de boas práticas laboratoriais. 
 
 Nível 2: 
 
O nível 2 se destina ao trabalho com microrganismos da classe de risco II. Refere-se 
aos laboratórios clínicos ou hospitalares de níveis primários de diagnóstico, sendo 
necessário, além da adoção das boas práticas, o uso de barreiras físicas primárias (cabine de 
segurança biológica e equipamentos de proteção individual) e secundárias (desenho e 
organização do laboratório). 
 
 Nível 3: 
 
Destina-se ao trabalho com microrganismos da classe de risco III ou para 
manipulação de grandes volumes e altas concentrações de microrganismos da classe de 
risco II. Para este nível de contenção, são requeridos além dos itens referidos no nível 2, 
desenho e construção laboratoriais especiais. Devem ser mantidos controles rígidos quanto 
à operação, inspeção e manutenção das instalações e equipamentos. O pessoal técnico deve 
receber treinamento específico sobre procedimentos de segurança para a manipulação 
desses microrganismos. 
 
 Nível 4: 
 
O nível 4 é também chamado de nível de contenção máxima. Destina-se à 
manipulação de microrganismos da classe de risco IV. Observa-se para este nível o 
laboratório com maior nível de contenção, representando uma unidade geográfica e 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
202 
funcionalmente independente de outras áreas. Esses laboratórios requerem, além dos 
requisitos físicos e operacionais dos níveis de contenção 1, 2 e 3, barreiras de contenção 
(instalações, desenho, equipamentos de proteção) e procedimentos especiais de segurança. 
 
7.6 Mapa de Risco 
 
De acordo com Hirata et al. (2011), os mapas de risco são representações gráficas 
do mapeamento de riscos ambientais. Trata-se de um levantamento dos locais de trabalho 
apontando os riscos que são sentidos e observados pelos próprios trabalhadores de acordo 
com a sua sensibilidade. Os mapas de risco são representados graficamente por meio de 
círculos de cores e tamanhos proporcionalmente diferentes (riscos pequeno médio e 
grande), sobre o layout da empresa e deve ficar afixado em local visível a todos os 
trabalhadores, como ilustram as Figuras 2, 3 e 4 (4) a seguir. 
 
Figura 2 (4)- Representação gráfica dos mapas de risco 
 
 
Fonte: Hirata et al. (2011) 
 
Figura 3 (4)- Representação dos tipos de risco segundo as cores 
 
 
Fonte: Hirata et al. (2011) 
 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
203 
Figura 4 (4)- Exemplo de um mapa de risco de um ambulatório de um hospital 
 
 
Fonte: Hirata et al. (2011) 
 
Módulo 1 Técnicoem Farmácia 
204 
7.6.1 Exercício Propostos 
 
1) Quais os níveis de contenção 
 _____________________________________________________________ 
 _____________________________________________________________ 
 _____________________________________________________________ 
 
2) Simule um laboratório e planeja o seu mapa de risco. 
 
 
7.7 Plano de Gerenciamento de Resíduo 
 
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) (BRASIL, 2006), o 
descarte inadequado de resíduos tem produzido passivos ambientais capazes de colocar em 
risco e comprometer os recursos naturais e a qualidade de vida das atuais e futuras 
gerações. Os resíduos dos serviços de saúde (RSS) se inserem dentro desta problemática e 
vêm assumindo grande importância nos últimos anos. Tais desafios têm gerado políticas 
públicas e legislações, tendo como eixo de orientação a sustentabilidade do meio ambiente 
e a preservação da saúde. Grandes investimentos são realizados em sistemas e tecnologias 
de tratamento e minimização. 
 
No Brasil, órgãos como a Anvisa e o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) 
são os responsáveis pelo papel de orientar, definir regras e regular a conduta dos diferentes 
agentes, quanto à geração e ao manejo dos resíduos de serviços de saúde, com o objetivo de 
preservar a saúde e o meio ambiente, garantindo a sua sustentabilidade. Desde o início da 
década de 1990, estes órgãos vêm empregando esforços no sentido da correta gestão, do 
correto gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde e da responsabilização do gerador. 
Um marco deste esforço foi a publicação da Resolução Conama no 005/93, que definiu a 
obrigatoriedade dos serviços de saúde elaborarem o Plano de Gerenciamento de seus 
resíduos. Este esforço se reflete, na atualidade, com as publicações da RDC ANVISA no 
306/04 e CONAMA no 358/05 (BRASIL, 2006). 
 
7.7.1 Resíduo Sólido 
 
De acordo com o Manual da Anvisa (BRASIL, 2006), observa-se que resíduos sólidos 
e lixo são termos utilizados de forma distinta por autores diversos, mas na linguagem 
cotidiana o termo resíduo é pouco utilizado. Na linguagem cotidiana, utiliza-se o termo lixo 
para designar tudo aquilo que não tem mais utilidade, enquanto resíduo designa sobra 
(refugo) do beneficiamento de produtos industrializados. “De acordo com o dicionário da 
língua portuguesa, lixo é aquilo que se varre de casa, do jardim, da rua, e se joga fora. Coisas 
inúteis, velhas, sem valor. Resíduo é aquilo que resta de qualquer substância, resto” 
(FERREIRA, 1988 apud BRASIL, 2006). 
 
A Resolução Conama no 005/1993 define resíduos sólidos como: resíduos 
nos estados sólido e semi-sólido que resultam de atividades de origem 
industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola e de serviços de 
varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas 
 
TÉCNICO EM FARMÁCIA MÓDULO 1 
205 
de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de 
controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas 
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de 
esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e 
economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (BRASIL, 
2006). 
 
De acordo com a definição acima, salienta-se que, quando se fala em resíduo sólido, 
nem sempre se refere ao seu estado sólido. Neste sentido, observa-se a seguir a classificação 
de resíduos sólidos. 
 
Os resíduos sólidos classificam-se de acordo com a sua natureza física (seco ou 
molhado), por sua composição química (matéria orgânica e inorgânica, de acordo com os 
riscos potenciais ao meio ambiente, e, ainda, quanto à origem. 
 
No entanto, as normas e resoluções existentes nos órgãos competentes classificam 
os resíduos sólidos de acordo com os riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde, como 
também, em função da natureza e origem. Com relação aos riscos potenciais ao meio 
ambiente e à saúde pública a NBR 10.004/2004 classifica os resíduos sólidos em classe I e 
classe II, conforme descrito a seguir. 
 
 Resíduos sólidos classe I: 
 
Os resíduos classe I, denominados como perigosos, são aqueles que, em função de 
suas propriedades físicas, químicas ou biológicas, podem apresentar riscos à saúde e ao 
meio ambiente. São caracterizados por possuírem uma ou mais das seguintes propriedades: 
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenecidade. 
 
 Resíduos classe II: 
 
Os resíduos classe II denominados não perigosos são subdivididos em duas classes: 
classe II-A e classe II-B. Os de classe II-A (não inertes) podem ter como propriedades a 
biodegradabilidade, a combustibilidade ou a solubilidade em água. Os resíduos classe II-B 
(inertes) não apresentam nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações 
superiores aos padrões de potabilidade de água, com exceção dos aspectos cor, turbidez, 
dureza e sabor. 
 
De acordo com o Manual da Anvisa (BRASIL, 2006), no que se refere à origem e 
natureza, os resíduos sólidos são classificados em domiciliar, comercial, varrição e feiras 
livres, serviços de saúde, portos, aeroportos e terminais rodoviários e ferroviários, 
industriais, agrícolas e resíduos de construção civil. 
 
Com relação à responsabilidade pelo gerenciamento dos resíduos sólidos pode-se 
agrupá-los em dois grandes grupos. No primeiro grupo, observam-se os resíduos sólidos 
urbanos (domésticos ou residenciais, comerciais e públicos). No segundo grupo se 
encontram os resíduos que são fontes especiais, abrangendo aqueles industriais, da 
 
Módulo 1 Técnico em Farmácia 
206 
construção civil, radioativos, resíduos de portos, aeroportos e terminais rodoferroviários, os 
agrícolas e aqueles relativos aos serviços de saúde. 
 
7.7.2 Resíduos do Serviço de Saúde 
 
De acordo com a RDC ANVISA no 306/04 e a Resolução Conama no 358/2005 (BRASI, 
2006), são definidos como geradores de Resíduos do Serviço de Saúde (RSS) todos os 
serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive aqueles de 
assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para a 
saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento, 
serviços de medicina legal, drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; 
estabelecimentos de ensino e pesquisa na área da saúde, centro de controle de zoonoses; 
distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores produtores de 
materiais e controles para diagnóstico in vitro, unidades móveis de atendimento à saúde; 
serviços de acupuntura, serviços de tatuagem, dentre outros similares. Os RSS são 
classificados conforme descrito a seguir. 
 
 Classificação dos RSS: 
 
Classificam-se os RSS de acordo com suas características e consequentes riscos que 
podem acarretar ao meio ambiente e à saúde. De acordo com a RDC ANVISA no 306/04 e 
Resolução Conama no 358/05, os RSS são classificados em cinco grupos: A, B, C, D e E, como 
ilustra o Quadro 1 a seguir. 
 
Quadro 1- Classificação dos RSS 
 
Resíduos dos Serviços de Saúde, de acordo com a sua classificação 
Grupo Descrição 
A 
Engloba os componentes com possível presença de agentes biológicos que, por suas características 
de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção. Exemplos: placas e 
lâminas de laboratório, carcaças, peças anatômicas (membros), tecidos, bolsas transfusionais 
contendo sangue, dentre outras. 
B 
Contém substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, 
dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. 
Exemplos: medicamentos apreendidos, reagentes de laboratório, resíduos contendo metais 
pesados, dentre outros. 
C 
Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em 
quantidades

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