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Agora, releia um trecho retirado da tirinha: [...] Está sentindo a empolgação de compor? [...] Neste módulo, estudamos as vogais temáticas verbais, separadas de acordo com as conjugações verbais. Fizemos a diferenciação em três formas: primeira conjugação (-ar), segunda conjugação (-er) e terceira conjugação (-ir). Entretanto, há verbos que terminam em -or, como compor, destacado na frase retirada da tirinha. Nesse caso, o verbo apresenta ou não vogal temática? Justifique sua resposta. O verbo apresenta vogal temática. Os verbos com terminação -or, como o verbo pôr e seus derivados compor, repor, dispor, etc., têm origem latina; a terminação original seria -eor, com vogal temática verbal e; portanto, esses verbos pertencem à segunda conjugação (-er). 1 Segmente os morfemas abaixo. a) Dentes dent- e -s b) Meninos menin- o -s c) Crianças cri- ança d) Cabelo cabel- o e) Livros livr- o -s 2 Classifique, respectivamente, os morfemas segmenta- dos no exercício anterior: a ) dent: radical; e: vogal temática: s: desinência b) menin: radical; o: vogal temática; s: desinência c) de verbos d) cabel: radical; o: vogal temática e) livr: radical; o: vogal temática: s: desinência 3 Ainda com base no exercício 1, forme novas palavras, a partir dos radicais destacados: a) Dentadura, dentição, dentifrício, dental… b) Meninas, menininhos, meninice, meninada… c) Criancinhas, criançada, criançola, criancice… d) Cabeleira, cabeleireiro, cabeludo… e) Livreto, livraria, livreiro, livrinho… 4 Considerando o que você estudou sobre os radicais gregos, defina os vocábulos a seguir. a) Xenofobia Temor ao estrangeiro. b) Etnocentrismo Centralização de etnia. c) Fotossensibilidade Sensibilidade à luz. d) Zoologia Estudo dos animais. e) Hidroterapia Tratamento à base de água. 5 Sublinhe, entre os conceitos entre parênteses, aquele que melhor define o morfema destacado em cada frase. a) Como minhas amigas chegaram, já posso fazer a compra dos ingressos. (vogal temática verbal/vogal temática nominal) b) O professor leciona em três escolas distintas. (vogal temática verbal /vogal temática nominal) c) Meu pai amava os filhos como se não houvesse mais ninguém no mundo. (vogal temática verbal /vogal temática nominal) d) O ar circula sufocante neste sertão. (vogal temática verbal /vogal temática nominal) e) Devolvi a mercadoria à venda da esquina. (vogal temática verbal/vogal temática nominal) PRATICANDO O APRENDIZADO cri: radical; ança: sufixo nominativo formador de substantivo oriundo 37 L ÍN G U A P O R T U G U E S A » M Ó D U L O 2 0 PH9_EF2_LP_C3_032a040_M20.indd 37 23/04/18 9:11 AM Para resolver as atividades 6 a 8, leia a tirinha abaixo. 6 Explique a diferença entre os morfemas que estruturam as palavras péssimo e atirador, retiradas do último ba- lão da tirinha. Em péssimo, a estrutura é formada pelo radical pessim- e pela vogal temática o. Em atirador, a estrutura é formada pelo prefixo a, pelo radical tir e pelo sufixo nominativo -ador. 7 Explique a diferença evidenciada na questão anterior. A palavra péssimo não é terminada em vogal tônica, o que indica a presença de uma vogal temática ligada a um radical. Em atirador, a palavra termina em sufixo nominativo com a noção de “agente”, “instrumento da ação”. 8 No primeiro quadrinho, Calvin diz: “Você tá morto!”. Se houvesse a troca para a expressão mortinho, indique como seria a segmentação dessa palavra, sinalizando o valor de cada morfema. Mort – significado da palavra; inh – diminutivo; o – marca de masculino. Leia o poema. Canção do Exílio Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Em cismar — sozinho — à noite — Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar — sozinho — à noite — Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que eu desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu’inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá. DIAS, Antônio Gonçalves. Poemas de Gonçalves Dias. São Paulo: Cultrix, 1968. APLICANDO O CONHECIMENTO C a lv in & H o b b e s , B ill W a tt e rs o n © 1 9 8 6 W a tt e rs o n / D is t. b y A n d re w s M c M e e l S y n d ic a ti o n 38 L ÍN G U A P O R T U G U E S A » M Ó D U L O 2 0 PH9_EF2_LP_C3_032a040_M20.indd 38 23/04/18 9:11 AM 1 Percebe-se, pela leitura do poema, que o eu poético opõe dois espaços. Transcreva dois termos que eviden- ciam essa oposição. Lá e cá. 2 Em relação aos espaços que o eu poético contrapõe, fica evidente no poema a qual ele se apega. Transcreva do texto um verso que confirme essa preferência. Sugestão de resposta: “Mais prazer encontro eu lá;”. 3 Que termo indica, espacialmente, onde se encontra o eu poético? Explique, com base na temática do poema, se o desejo do eu lírico é estar em tal espaço. Cá. O eu poético não deseja encontrar-se em tal espaço, uma vez que demonstra certo saudosismo de sua terra natal. 4 O eu poético expressa uma noção de posse em relação à terra almejada. Indique dois recursos linguísticos que confirmem a afirmativa. Os pronomes minha e nossos. 5 A palavra prazer, no 16o verso, tem em e sua vogal temá- tica. Concorde ou discorde dessa assertiva justificando a resposta. É esperado que os alunos discordem, visto que a palavra prazer é o radical como um todo. 6 Faça a segmentação dos morfemas constitutivos da palavra palmeiras. Palm – eira – s 7 Classifique os morfemas destacados anteriormente. Palm: radical; eira: sufixo; s: desinência de número. 8 O que o eu poético pede a Deus que ocorra antes de sua morte? Ele pede para voltar à terra natal, que tanto ama e da qual sente tanta falta. Vamos ler mais uma biografia? Desta vez, do escri- tor Carlos Drummond de Andrade, publicada em 1977. Drummond faleceu dez anos depois, aos 85 anos. Carlos Drummond de Andrade Mineiro de Itabira, quando garoto gostava de ver os grandes vasos cheios de água verde, vermelha, dourada, que decoravam as farmácias daquele tempo. Talvez por isso, tirou diploma de farmacêutico, depois de um curso de três anos, mas até hoje não voltou à escola para procurá-lo. Sua vocação não era essa. Era ser escritor. Como, porém, viver de literatura? Então começou a trabalhar como jorna- lista e funcionário público, a princípio em Belo Horizonte, e finalmente no Rio de Janeiro. Nos intervalos escrevia poe- mas e histórias. Hoje, são 23 os seus livros publicados, sen- do 13 de poesia, 9 de crônicas e 1 de contos. Há traduções de suas obras editadas na Argentina, Chile, Peru, Cuba, Estados Unidos, Portugal, Espanha, França, Alemanha, Tchecoslová- quia [hoje República Tcheca] e Suécia. Filho e neto de fazendeiros, não gostava da vida na roça, e hoje sente não ter sabido aproveitar a oportunidade de con- vívio com a natureza, entre o cafezal e o gado de seu pai, se considera um “fazendeiro do ar”, título que deu a um de seus livros de poesia. [...] Ele não é visto em reuniões sociais nem é lá de grandes conversas, a não ser com os amigos mais chegados. Reserva sua ternura para as crianças e os bichos de toda espécie, e procura estar atento à renovação do mundo na linguagem, nos costumes e nas esperanças do ser humano. PARA gostar de ler. Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Rubem Braga. Crônicas – Edição didática. São Paulo: Ática, 1977. v. 1. p. 6. DESENVOLVENDO HABILIDADES Verso da cédula de 50 cruzados novos, moeda do sistema monetário brasileiro que vigorou entre 1989 e 1990. A imagem mostra o poeta escrevendo em seu escritório.V ki lik ov /S hu tt er st oc k 39 L ÍN G U A P O R T U G U E S A » M Ó D U L O 2 0 PH9_EF2_LP_C3_032a040_M20.indd 39 23/04/18 9:11 AM 1 Com base no que você leu sobre a vida de Carlos Drummond de Andrade, é possível inferir que ele não retornou à escola para pegar o diploma de farmacêu- tico porque: a) não gostava da vida na roça. b) acreditava que seu amor pelas crianças e pelos ani- mais não exigia um diploma. c) encontrou na literatura sua grande vocação. d) previu que sua aptidão para a literatura permitiria obter grande sucesso. 2 Segundo o texto, o poeta lamentava “não ter sabido aproveitar a oportunidade de convívio com a natureza, entre o cafezal e o gado de seu pai”. Das alternativas abaixo, assinale a opção em que a palavra apresentada não pertence à mesma regra de identificação do radical do termo cafezal. a) Cipó. b) Haiti. c) Gado. d) Peru. Leia o poema e responda às questões 3 a 6. Para sempre Por que Deus permite Que as mães vão-se embora? Mãe não tem limite É tempo sem hora Luz que não apaga Quando sopra o vento E chuva desaba Veludo escondido Na pele enrugada Água pura, ar puro Puro pensamento Morrer acontece Com o que é breve e passa Sem deixar vestígio Mãe, na sua graça É eternidade Por que Deus se lembra — Mistério profundo — De tirá-la um dia? Fosse eu rei do mundo Baixava uma lei: Mãe não morre nunca Mãe ficará sempre Junto de seu filho E ele, velho embora Será pequenino Feito grão de milho ANDRADE, Carlos Drummond de. Sentimento do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. 3 Leia novamente os versos 3 a 10 do poema. Nesse tre- cho, o eu poético declara que: a) a mãe é um ser com características tão positivas, que é capaz de contornar situações adversas. b) a mãe não morre nunca fisicamente, por isso não há limite de tempo para ela. c) a mãe ultrapassa os limites em suas ações, sem- pre superando obstáculos humanos, e fica para sempre na terra. d) a mãe não se preocupa com os entes queridos, por isso ela não pode ser limitada. 4 A expressão “mistério profundo” (verso 18) indica que: a) o eu poético deseja se tornar rei do mundo para salvar as mães. b) o eu poético preocupa-se em achar todas as expli- cações para entender a morte das mães. c) o eu poético não entende o motivo pelo qual as mães são tiradas dos filhos por Deus. d) o eu poético não entende o envelhecimento das mães. 5 Marque a opção em que a vogal destacada não é uma vogal temática verbal. a) Sopra b) Apaga c) Baixava d) Desaba e) Passa 6 Nos versos: “Fosse eu rei do mundo / Baixava uma lei:”, o verbo baixava pode ser substituído, sem alteração de sentido, por: a) escrevia. b) anulava. c) anunciava. d) decretava. 5 10 15 20 25 Ilustra Cartoon/Arquivo da editora 40 L ÍN G U A P O R T U G U E S A » M Ó D U L O 2 0 PH9_EF2_LP_C3_032a040_M20.indd 40 23/04/18 9:11 AM
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