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Revista O Eletricista - n 55 - Remodelação de antigas instalações eletricas

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www.oelectricista.pt o electricista 55
ficha técnica
1.º trimestre de 2016
diretor
Custódio Pais Dias 
custodias@net.sapo.pt
TE1000
diretor técnico
Josué Morais
josuemorais2007@gmail.com
conselho editorial
António Gomes, Paulo Monteiro e Manuel Bolotinha
direção executiva
Diretor ComerCial Júlio Almeida
T. 225 899 626 
j.almeida@oelectricista.pt 
Chefe De reDação Helena Paulino
T. 220 933 964
h.paulino@oelectricista.pt 
editor 
CIE - Comunicação e Imprensa Especializada, Lda.®
design 
Luciano Carvalho
l.carvalho@publindustria.pt
Ana Pereira 
a.pereira@cie-comunicacao.pt
webdesign 
Ana Pereira 
a.pereira@cie-comunicacao.pt
assinaturas
T. 220 104 872
assinaturas@engebook.com
www.engebook.com
colaboração redatorial 
Custódio Pais Dias, Josué Morais, Ana Vargas, 
João Rodrigues, Samuel Roda Fernandes, 
Patrícia Freire, Manuel Bolotinha, Eurico Zica Correia, 
Hélder Martins, Alfredo Costa Pereira, 
Alexandre Fernandes, Ana Paula Santos, 
Diogo M. P. Oliveira, João C. F. Francisco, 
Diogo Moisés Ferreira Oliveira, José V. C. Matias, 
Manuel Teixeira, Reis Campos, Joaquim Viseu, 
Rui Manuel Torres de Sousa Marques, Bruno Serôdio, 
Vítor Vajão, Simon Duggleby, Paula Domingues, 
Paulo Peixoto, Andreas Schamber, Carlos Coutinho, 
Ricardo Félix, Hilário Dias Nogueira, Paulo Monteiro, 
Júlio Almeida e Helena Paulino
redação, edição e administração
CIE - Comunicação e Imprensa Especializada, Lda.®
Grupo Publindústria
 T. 225 899 626/8 . F. 225 899 629
geral@cie-comunicacao.pt
www.cie-comunicacao.pt
propriedade
Publindústria – Produção de Comunicação, Lda.
Empresa Jornalística Registo n.º 213163
NIPC: 501777288
Praça da Corujeira, 38 . Apartado 3825
4300-144 Porto . Portugal
T. 225 899 620 . F. 225 899 629
geral@publindustria.pt
www.publindustria.pt
impressão e acabamento
Gráfica Vilar de Pinheiro
Rua do Castanhal, 2
4485-842 Vilar do Pinheiro
publicação periódica
Registo n.º 124280
Depósito Legal: 372909/14 
ISSN: 1646-4591
Tiragem: 5000 exemplares
INPI
Registo n.º 359396
periocidade
Trimestral
Os artigos assinados são da 
exclusiva responsabilidade dos seus autores.
protocolos institucionais
AGEFE, Voltimum, ACIST-AET, CPI, KNX, SITE-NORTE
Estatuto editorial disponível em www.oelectricista.pt
sumário
www.oelectricista.pt
Aceda ao link através 
deste QR code.
 /revistaoelectricista
luzes
desenvolvimento em baterias para a mobilidade elétrica
vozes do mercado
abordagens informadas e proativas por natureza
espaço voltimum
espaço CPI
luz, paisagem e iluminação urbana: um programa possível
alta tensão
serviços auxiliares de subestações
segurança em alta tensão
telecomunicações
Ethernet em qualquer tomada coaxial de TV
climatização
transferência de calor através da envolvente de edifícios
eficiência energética
a eficiência energética e a competitividade das empresas
notícias
artigo técnico
a estrutura para implementar uma gestão da qualidade 
de energia contínua e interativa
eletrificação rural nas regiões tropicais em desenvolvimento
novas modalidades tarifárias no mercado liberalizado 
de energia
formação
eletrotecnia básica 
ficha prática n.º 45
casos práticos de ventilação
bibliografia
dossier sobre remodelação de antigas 
instalações elétricas
estado da reabilitação em Portugal
a reabilitação de edifícios e o projeto das instalações elétricas
reabilitação/alteração de uso edifício na ribeira
remodelação de antigas instalações elétricas
princípio da coordenação
manual de práticas de iluminação: arte a iluminar a arte
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reportagem
“Rittal on Tour”: mais um ano de sucesso assegurado!
entrevista
“há uma grande onda de modernização e adesão 
à tecnologia”, WinWel
“eficiência energética está mais presente na nossa 
economia”, Rafael Fiestas Hummler, Vice-Presidente 
Executivo do Sul da Europa da Weidmüller
case-study 
remodelação do Hotel Excelsior Venice Lido Resort 
em Itália
o segredo é a integração
publi-reportagem
marca TEV: quadros e caixas de distribuição para 
instalações elétricas
informação técnico-comercial
Hager: Berker.Net – completo, estético e inovador
OMICRON: MONGEMO: sistema de monitorização 
de descargas parciais em máquinas rotativas
Pronodis: remodelação de instalações elétricas 
– instalação de detetores e iluminação sem fios 
da gama Impulser
TEV2: soluções para remodelações e reabilitações
Invitécnica: novo ventilador com filtro PLUS da STEGO
Legrand Eléctrica: Valena Life: a evolução 
que transforma o seu dia-a-dia
Palissy Galvani: Gel Box LINE
ABB: nova tecnologia de motores mais eficientes, com 
menores custos de manutenção e diminuição do ruído
mercado técnico
calendário de eventos
artigo técnico
Resistência elétrica e Protoboard
Ficha Técnica 1: Introdução à Eletrónica
artigo prático
Trabalho prático n.º 1: Montagem de circuito 
em protoboard
bibliografia 
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www.oelectricista.pt o electricista 55
luzes2
título
“o electricista” – revista técnico ‑profissional.
objeto
Tecnologias de projeto, instalação e conservação no 
âmbito da energia, telecomunicações e segurança.
objetivo
Valorização profissional e informação técnica para pro-
fissionais eletrotécnicos.
enquadramento formal
“o electricista” respeita os princípios deontológicos da 
imprensa e a ética profissional, de modo a não poder 
prosseguir apenas fins comerciais, nem abusar da boa 
fé dos leitores, encobrindo ou deturpando informação.
caraterização
Publicação periódica especializada.
estrutura redatorial
Diretor – Profissional com experiência na área da 
formação.
Coordenador Editorial – Formação académica em ramo 
de engenharia afim ao objeto da revista.
Colaboradores – Engenheiros e técnicos profissio-
nais que exerçam a sua atividade no âmbito do ob-
jeto editorial, instituições de formação e organismos 
profissionais.
seleção de conteúdos
A seleção de conteúdos tecnológicos é da exclusi-
va responsabilidade do Diretor. O noticiário técnico-
-informativo é proposto pelo Coordenador Editorial. A 
revista poderá publicar peças noticiosas com carácter 
publicitário nas seguintes condições:
• com o título de Publi -Reportagem;
• formato de notícia com a aposição no texto do termo 
Publicidade.
organização editorial
Sem prejuízo de novas áreas temáticas que venham a 
ser consideradas, a estrutura de base da organização 
editorial da revista compreende: Sumário; Editorial; 
Espaço Opinião; Espaço Qualidade; Telecomunicações; 
Climatização; Alta Tensão; Notícias; Artigo Técnico; 
Eficiência Energética; Eletrotecnia Básica; Práticas 
de Eletricidade; Ventilação; Bibliografia; Dossier 
Temático; Reportagem; Entrevista; Case ‑Study; Publi-
-Reportagem; Informação Técnico -Comercial; Mercado 
Técnico; Tabela Comparativa (edição online); Calendário 
de Eventos; Projecto; Nota Técnica; Formação; ITED; 
Consultório Técnico; Publicidade.
espaço publicitário
A Publicidade organiza -se por espaços de páginas e 
frações, encartes e Publi -Reportagens. A Tabela de 
Publicidade é válida para o espaço económico euro-
peu. A percentagem de Espaço Publicitário não poderá 
exceder 1/3 da paginação. A direção da revista poderá 
recusar Publicidade cuja mensagem não se coadune 
com o seu objeto editorial. Não será aceite Publicidade 
que não esteja em conformidade com a lei geral do 
exercício da atividade.
protocolos
Os acordos protocolares com estruturas profissionais, 
empresariais e sindicais, visam exclusivamente o apro-
fundamento de conteúdos e de divulgação da revista 
junto dos seus associados.
es
ta
tu
to
 e
di
to
ria
l
desenvolvimento 
em baterias para 
a mobilidade 
elétrica
É certo que os motores elétricos possuem caraterísticas 
muito mais adequadas à sua utilização em carros elétricos 
do que os motores de combustão. O problema está na 
sua alimentação. Enquanto a gasolina possui, em média, 
13 000 Wh/kg, uma bateria de iões de lítio de boa qualidade 
não consegue armazenarmais do que cerca de 250 Wh/kg. 
Se ao peso da bateria juntarmos o peso dos equipamentos 
adicionais, que ela necessita para funcionar, então o valor 
energético por kg (de todo o conjunto) cai para cerca 
de metade, o que deixa esta solução ainda mais longe 
do poder energético do combustível líquido.
Outro aspeto importante a ter em conta na comparação entre as duas soluções energéticas é o 
seu custo e, nesta vertente, novamente as baterias perdem em relação ao combustível líquido. 
Por isso, a investigação relativa ao desenvolvimento das baterias para a mobilidade elétrica tem 
de abarcar as duas vertentes: a densidade energética e o custo.
Os projetos de investigação, relativos a baterias para automóveis elétricos atualmente em 
curso, assumem como meta para a autonomia da bateria uma distância de 800 km, conside-
rando que só um valor de distância mais alargado, como este, poderá ser interessante para 
o esquema de funcionamento do veículo, que circula durante todo o dia e carrega a bateria 
durante a noite. A questão é: como conseguir uma bateria com esta autonomia, com um peso 
e um custo interessantes?
A solução que neste momento se mostra mais promissora para cumprir os objetivos enun-
ciados anteriormente é a bateria de lítio -ar, que têm um funcionamento consideravelmente di-
ferente do das baterias de iões de lítio. Enquanto nesta última os iões de lítio se deslocam de um 
elétrodo para o outro, com a direção deste deslocamento a depender da bateria estar a carregar 
ou a descarregar, no caso da bateria de lítio -ar os iões de lítio reagem com o oxigénio existente 
no ar que rodeia o elétrodo, dando origem a peróxido de lítio. A recarga da bateria inverte esta 
reação de oxidação. No processo químico da bateria de lítio -ar a sua capacidade depende não 
do volume do elétrodo mas da área da superfície de contacto do elétrodo com o ar. Assim sen-
do poderá realizar -se um elétrodo tubular, de grande superfície, mas com um peso reduzido, 
que armazenará uma grande quantidade de energia, aumentando desta forma, em muito, a 
densidade de energia (wh/kg) da bateria.
Uma outra solução também promissora é a bateria sódio ‑ar. Neste caso, dadas as carate-
rísticas do sódio, a densidade de energia que se consegue é menor do que no caso da bateria 
de lítio -ar. Contudo, dada a raridade do lítio e a facilidade com que se obtém o sódio, o custo de 
uma bateria de sódio -ar é muito menor do que o da bateria de lítio -ar. Além disso, a estabilidade 
de funcionamento da primeira (sódio ‑ar) é maior do que o da última (lítio ‑ar), verificando ‑se 
que na primeira, após cinquenta ciclos de carga/descarga a capacidade de armazenamento de 
energia das células permanece praticamente inalterada.
Parece que o caminho para a obtenção de baterias mais eficientes, com menor custo, está 
já delineado. Falta agora aperfeiçoar alguns aspetos do seu funcionamento, para que, num 
futuro não muito distante, se passe à sua produção industrial e se consiga, desta forma, dar um 
grande passo em frente no sentido da mobilidade elétrica. 
Custódio Pais Dias, Diretor
PU
B
www.oelectricista.pt o electricista 55
vozes do mercado4
A única forma de garantir a segurança opera-
cional, perante iminentes falhas da corrente, 
é um comportamento informado e proativo 
sobre as caraterísticas e condições das quais 
dependem a longevidade das baterias de 
reserva.
A esperança média de vida de baterias de 
chumbo -ácido de válvula regulada (VRLA), 
como as utilizadas em unidades UPS de qua-
lidade superior, em condições recomenda-
das, é de três a cinco anos. Contudo, ainda 
que algumas UPS indiquem não precisar de 
manutenção, o que apenas se refere ao facto 
de não exigirem a reposição de fluídos, com-
preender como cuidar e monitorizar baterias 
é essencial. 
Ao escolher onde instalar uma UPS, de 
forma a oferecer a melhor proteção energéti-
ca aos equipamentos de IT associados, deve-
-se ter em conta que esta não deve ser po-
sicionada perto de janelas abertas ou áreas 
de maior humidade. É fundamental que o am-
biente não tenha elementos que deteriorem 
os aparelhos como pó ou fumos corrosivos. 
As aberturas de ventilação, à frente, atrás e à 
volta da unidade, devem ainda encontrar -se 
desimpedidas.
O ambiente envolvente de uma UPS tem 
um impacto direto no seu desempenho e 
longevidade, apesar destas continuarem a 
funcionar com temperaturas diversas. Para 
cada 8.3º C acima dos 25º C, a vida de uma 
bateria reduz em 50%, pelo que manter uma 
UPS à temperatura ideal é crucial para poten-
ciar a vida e capacidades do aparelho. Quando 
abordagens informadas 
e proativas por natureza 
instalada, uma bateria apresenta uma capaci-
dade nominal de 100%, que decresce a cada 
descarga e recarga. Enquanto o ciclo de car-
regamento é indispensável à atividade de uma 
UPS, conhecer a frequência de carga permite 
prever melhor a sua esperança de vida.
Frequentemente, proprietários proativos 
de UPS adquirem novos equipamentos, antes 
de serem estritamente necessários, com o 
intuito de evitar prováveis consequências de 
quebras de energia. Contudo, baterias sem 
utilização sofrem, inevitavelmente, quebras 
na longevidade. Assim, apesar de consistir 
numa prática aceitável e até recomendada, 
armazenar uma UPS implica uma série de 
cuidados específicos. 
As baterias de chumbo -ácido armaze-
nadas devem ser carregadas a cada três ou 
quatro meses, uma vez que perdem energia 
automaticamente. Como alternativa pode -se 
desacelerar a deterioração do ciclo de vida de 
uma UPS ao armazená ‑la a 10º C ou menos. 
Por sua vez, o incumprimento destas práticas 
resulta na perda permanente de capacidade 
do aparelho, entre 18 e 30 meses.
As baterias com melhor gestão e ma-
nutenção são sempre as que apresentam 
um maior desempenho e longevidade. A 
temperatura e ciclos de carga devem ser 
atentamente monitorizados, sem descuidar 
a importância de inspeções periódicas, ins-
talação e armazenamento. Para analisar o 
comportamento de uma bateria UPS são es-
senciais abordagens simples, consistentes, 
informadas e proativas por natureza. 
João Rodrigues
Vice‑Presidente, IT Business 
Schneider Electric
É indispensável a qualquer negócio assegurar que os 
equipamentos de IT estão protegidos através de baterias UPS 
de reserva, para evitar períodos de inatividade das operações 
no caso de interrupções de energia. 
As baterias com melhor 
gestão e manutenção são 
sempre as que apresentam 
um maior desempenho 
e longevidade. A 
temperatura e ciclos 
de carga devem 
ser atentamente 
monitorizados, sem 
descuidar a importância 
de inspeções 
periódicas, instalação 
e armazenamento. Para 
analisar o comportamento 
de uma bateria UPS são 
essenciais abordagens 
simples, consistentes, 
informadas e proativas por 
natureza.
PU
B
espaço voltimum6
www.oelectricista.pt o electricista 55
Texto escrito de acordo com a antiga ortografia.
a maior comunidade de profissionais do sector eléctrico
E se conseguíssemos utilizar tecnologias já existentes para dar 
acesso à internet a mais de 4 mil milhões de pessoas sem 
infraestruturas que o permitam? Ao utilizar um simples LED e um 
painel fotovoltaico, Harald Haas e a sua equipa são os pioneiros de 
uma tecnologia que transmite informação através da luz. Será 
esta a chave para acabar com a exclusão digital?
A tecnologia Wi-Fi foi inventada em 1992 pelo engenheiro astrónomo 
australiano John O'Sullivan como consequência de uma experiência 
que pretendia detectar explosões de buracos negros. Desde então, o 
Wi-Fi revolucionou a comunicação digital, equivalendo actualmente a 
quase 60% do tráfego da internet. 
Ainda assim, o Wi-Fi tem algumas lacunas que podem ser melhoradas, 
seja a nível de propagação de sinal ou pela eventual insegurança de 
poder ser interceptado por terceiros. Como podemos resolver estes 
problemas com uma alternativa barata, robusta e facilmente disponív-
el? A resposta poderá estar na luz.
A luz visível corresponde a uma porção do espectro electromagnéticoonde as ondas estão carregadas com muito mais energia e, conse-
quentemente, maiores velocidades que uma onda rádio. Isso signi�ca 
que a luz tem a capacidade de transmitir muito mais pulsos de dados 
em menos tempo do que tecnologia actual. Chamou-se Li-FI a este 
conceito de transmissão de dados através da luz.
O Li-Fi é um sistema de comunicação sem �os que utiliza lâmpadas 
LED da mesma forma que o Wi-Fi utiliza routers para receber dados. A 
diferença está no facto de um utilizar ondas de luz visível e outro de 
rádio para essa transmissão. O Li-Fi serve-se de um sistema constituído 
por um receptor fotossensível e um processador de sinais que 
converte a luz em dados. Como é possível controlar a corrente eléctrica 
que alimenta a lâmpada LED, é possível ligar, desligar ou controlar a 
intensidade desta a velocidades tão rápidas que não são perceptíveis 
pelo olho humano.
Ao ser alimentado um determinado sinal à lâmpada LED, esta emite-o 
através da luz, sendo depois interpretado por um processador 
fotossensível que detecta as variações subtis na intensidade dos raios 
de luz. Essas variações são traduzidas num sinal em código binário que 
depois é interpretado por computadores e dispositivos móveis na 
forma de dados.
Pode esta tecnologia sair do papel e ser aplicada na vida real? A respos-
ta é a�rmativa. Em condições de laboratório, os investigadores já 
conseguiram atingir velocidades de 10 gigabits/s. Compare-se com as 
velocidades da Coreia do Sul, o país com a internet mais rápida do 
mundo, na ordem dos 100 mil megabits/s.
Mas também em contexto comercial o Li-Fi se viu bem sucedido. Na 
Estónia, um dos países sempre na vanguarda da tecnologia, foram 
criados períodos de teste para esta tecnologia. Os relatórios mostram 
uma transmissão de dados de cerca de um gigabit/s, cem vezes acima 
das velocidades médias actuais. Investigadores da Universidade de 
Oxford publicaram resultados de internet através da luz com uma 
velocidade de 223 gigabits/s. 
Com sede em Edinburgo, a PureLiFi é uma empresa que aposta nesta 
tecnologia . Harold Haas, o seu co-fundador, diz: "As lâmpadas já estão 
instaladas. A infraestrutura já está montada. E tudo o que se tem que fazer 
é substituir as ine�cientes lâmpadas incandescentes pela mais recente 
tecnologia de lâmpadas LED. Os LED são semicondutores, o que nos 
permite modular a sua intensidade, ou mesmo ligar e desligá-los, a veloci-
dades incríveis. E é esse o fundamento por detrás desta tecnologia."
Harold espera ainda conseguir servir-se desta tecnologia com as 
câmaras fotográ�cas dos dispositivos móveis, para que os sensores 
fotossensíveis das suas lentes funcionem como receptores dos dados 
através da luz. E, caso se esteja a perguntar se a luz tem que estar 
ligada durante a noite para que a internet esteja ligada, há mais boas 
notícias. É possível reduzir a intensidade da luz de forma a que o olho 
humano nem a detecte, sendo, ainda assim, su�ciente para que o 
receptor consiga lê-la.
É fácil concluir que esta é uma provável alternativa ao Wi-Fi, por ser 
mais potente e com custos substancialmente inferiores. No mínimo, 
será certamente um complemento da tecnologia actual. Pode 
facilmente possibilitar que a "Internet das Coisas" se torne uma 
realidade absoluta, num cenário onde todos os dispositivos electrónic-
os conseguem comunicar entre si. O que permitiria aplicações tão 
variadas como o seu frigorí�co a enviar uma lista de compras para o 
seu telemóvel ou o de uma ponte a emitir um aviso de danos 
estruturais directamente para a equipa de engenheiros responsável. 
Quando o Li-Fi se tornar disponível em larga escala, testemunharemos 
uma absoluta revolução tecnológica que vai levar-nos a um mundo 
onde a internet e a transferência de informação passam a estar ao 
alcance de todos. 
a maior comunicade de pro�ssionais do sector eléctrico
Conheça a Li-Fi: a nova tecnologia de internet 
sem �os através da luz
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e: ana.vargas@voltimum.com tm: (+351) 935 548 829
E se conseguíssemos utilizar tecnologias já existentes para dar 
acesso à internet a mais de 4 mil milhões de pessoas sem 
infraestruturas que o permitam? Ao utilizar um simples LED e um 
painel fotovoltaico, Harald Haas e a sua equipa são os pioneiros de 
uma tecnologia que transmite informação através da luz. Será 
esta a chave para acabar com a exclusão digital?
A tecnologia Wi-Fi foi inventada em 1992 pelo engenheiro astrónomo 
australiano John O'Sullivan como consequência de uma experiência 
que pretendia detectar explosões de buracos negros. Desde então, o 
Wi-Fi revolucionou a comunicação digital, equivalendo actualmente a 
quase 60% do tráfego da internet. 
Ainda assim, o Wi-Fi tem algumas lacunas que podem ser melhoradas, 
seja a nível de propagação de sinal ou pela eventual insegurança de 
poder ser interceptado por terceiros. Como podemos resolver estes 
problemas com uma alternativa barata, robusta e facilmente disponív-
el? A resposta poderá estar na luz.
A luz visível corresponde a uma porção do espectro electromagnético 
onde as ondas estão carregadas com muito mais energia e, conse-
quentemente, maiores velocidades que uma onda rádio. Isso signi�ca 
que a luz tem a capacidade de transmitir muito mais pulsos de dados 
em menos tempo do que tecnologia actual. Chamou-se Li-FI a este 
conceito de transmissão de dados através da luz.
O Li-Fi é um sistema de comunicação sem �os que utiliza lâmpadas 
LED da mesma forma que o Wi-Fi utiliza routers para receber dados. A 
diferença está no facto de um utilizar ondas de luz visível e outro de 
rádio para essa transmissão. O Li-Fi serve-se de um sistema constituído 
por um receptor fotossensível e um processador de sinais que 
converte a luz em dados. Como é possível controlar a corrente eléctrica 
que alimenta a lâmpada LED, é possível ligar, desligar ou controlar a 
intensidade desta a velocidades tão rápidas que não são perceptíveis 
pelo olho humano.
Ao ser alimentado um determinado sinal à lâmpada LED, esta emite-o 
através da luz, sendo depois interpretado por um processador 
fotossensível que detecta as variações subtis na intensidade dos raios 
de luz. Essas variações são traduzidas num sinal em código binário que 
depois é interpretado por computadores e dispositivos móveis na 
forma de dados.
Pode esta tecnologia sair do papel e ser aplicada na vida real? A respos-
ta é a�rmativa. Em condições de laboratório, os investigadores já 
conseguiram atingir velocidades de 10 gigabits/s. Compare-se com as 
velocidades da Coreia do Sul, o país com a internet mais rápida do 
mundo, na ordem dos 100 mil megabits/s.
Mas também em contexto comercial o Li-Fi se viu bem sucedido. Na 
Estónia, um dos países sempre na vanguarda da tecnologia, foram 
criados períodos de teste para esta tecnologia. Os relatórios mostram 
uma transmissão de dados de cerca de um gigabit/s, cem vezes acima 
das velocidades médias actuais. Investigadores da Universidade de 
Oxford publicaram resultados de internet através da luz com uma 
velocidade de 223 gigabits/s. 
Com sede em Edinburgo, a PureLiFi é uma empresa que aposta nesta 
tecnologia . Harold Haas, o seu co-fundador, diz: "As lâmpadas já estão 
instaladas. A infraestrutura já está montada. E tudo o que se tem que fazer 
é substituir as ine�cientes lâmpadas incandescentes pela mais recente 
tecnologia de lâmpadas LED. Os LED são semicondutores, o que nos 
permite modular a sua intensidade, ou mesmo ligar e desligá-los, a veloci-
dades incríveis. E é esse o fundamento por detrás desta tecnologia."
Harold espera ainda conseguir servir-se desta tecnologia com as 
câmaras fotográ�cas dos dispositivos móveis, para que os sensores 
fotossensíveis das suas lentes funcionem como receptores dos dados 
através da luz. E, caso se esteja a perguntar se a luz tem que estar 
ligada durante a noite para que a internet esteja ligada, há mais boas 
notícias. É possível reduzir a intensidadeda luz de forma a que o olho 
humano nem a detecte, sendo, ainda assim, su�ciente para que o 
receptor consiga lê-la.
É fácil concluir que esta é uma provável alternativa ao Wi-Fi, por ser 
mais potente e com custos substancialmente inferiores. No mínimo, 
será certamente um complemento da tecnologia actual. Pode 
facilmente possibilitar que a "Internet das Coisas" se torne uma 
realidade absoluta, num cenário onde todos os dispositivos electrónic-
os conseguem comunicar entre si. O que permitiria aplicações tão 
variadas como o seu frigorí�co a enviar uma lista de compras para o 
seu telemóvel ou o de uma ponte a emitir um aviso de danos 
estruturais directamente para a equipa de engenheiros responsável. 
Quando o Li-Fi se tornar disponível em larga escala, testemunharemos 
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onde a internet e a transferência de informação passam a estar ao 
alcance de todos. 
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sem �os através da luz
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luz, paisagem e iluminação 
urbana: um programa possível
Samuel Roda Fernandes e Patrícia Freire
“A luz natural revela 
e engrandece a paisagem.
A iluminação artificial 
permite uma encenação 
complementar e autoriza 
outras leituras.
Ao metamorfosear 
completamente a paisagem 
diurna, estimula 
as sensações e desenvolve
o nosso imaginário.”
Roger Narboni
A luz tem muitos segredos, as tentativas para 
o seu conhecimento tem muitos começos e 
nenhum fim. Perante os fenómenos lumi-
nosos que ocorrem, não surpreende que as 
diferentes comunidades humanas tenham 
mostrado desde sempre uma enorme curio-
sidade em saber a origem e a natureza da luz. 
Primeiro colocaram -na entre as entidades so-
brenaturais; mais tarde consideraram -na um 
produto admirável da Natureza. E desde as 
interrogações dos filósofos gregos do século 
VI a.C. até às recentes descobertas da física 
quântica, a natureza intrínseca da luz conti-
nua a ser um mistério em pleno século XXI.1
A luz natural pode ser entendida como um 
material cósmico, que nos sintoniza com o 
universo. Na terra, a sua fonte é o Sol, e a sua 
alteridade realiza um dos principais ritmos da 
humanidade. Tudo o que é revelado pela luz 
muda de aparência, e a própria ideia de tem-
po é íntima da ritmicidade luminosa natural. 
Com a luz artificial, a possibilidade de rede-
senhar o espaço tem orientado as grandes 
alterações sintáticas que estão na génese 
das morfologias mutantes das cidades e do 
urbanismo.
Entre os caminhos da luz e da ilumina-
ção há um percurso conjunto e contínuo, no 
primeiro caso conta com o predomínio das 
ciências, mesmo as que estão ao serviço 
da criação de novas tecnologias, que epis-
temologicamente as vão interrogando, no 
segundo, uma necessidade de operar entre o 
objetivo de iluminar os espaços e fazer com 
que estes mantenham padrões de qualidade 
e sustentabilidade. 
1 www.citylab.com/cityfixer/2016/01/night -mayor-
‑amsterdam ‑mirik ‑milan/433893/
A nossa intenção neste artigo é refletir acerca 
de alguns conceitos recentes sobre a forma 
de fazer cidade e sobretudo sobre a forma de 
como projetar com iluminação e com a obs-
curidade de modo a contribuir para a criação 
de atmosferas. Luz e escuridão possuem vá-
rias qualidades que se estendem pelo espa-
ço, onde se fundem a sensação, o afeto e a 
emoção, aliados à vida noturna, mas com os 
desejos de paz e tranquilidade.2 Esta relação 
entre a luz e as pessoas é, além de funcional, 
sobretudo afetiva e de grande carga cultural. 
Neste contexto os projetos de iluminação 
urbana têm de ser cada vez mais o produto 
de quem propõe soluções e de quem usu-
frui diretamente delas. Não basta aplicar as 
medidas mais eficientes do ponto de vista 
energético, é preciso sobretudo aplicá -las e 
discuti -las com as comunidades.
Atualmente, o conceito de “participação“ 
é a pedra -de -toque para a apropriação das 
cidades. Todos temos um papel fundamental 
neste processo de transformação da cidade 
e isto significa que qualquer abordagem dos 
seus problemas tem que ser feita especifi-
camente em resposta às particularidades de 
cada bairro e seus habitantes. Este processo 
envolve a revisão da abordagem ao tema, que 
2 EDENSOR, Tim (2011), “Illuminated atmospheres: 
anticipating and reproducing the flow of affective ex‑
perience in Blackpool”, Environment and Planning D: 
Society and Space 2012, volume 30, pp 1103 – 1122
tem de ser transdisciplinar e não feito através 
do simples somatório dos contributos dos 
atores ativos da cidade.
As novas formas de iluminação do espa-
ço urbano podem gerar vibrantes atmosferas 
dinâmicas, que são também cada vez uma 
forma de promover atmosferas. Atmosferas 
são produtos com uma série de componen-
tes: hora do dia, clima, sons, pessoas, formas 
arquitetónicas, trânsito, incidentes, represen-
tações, sensações e interações. Assim, as 
potencialidades e capacidades dos ambien-
tes surgem de uma partilha de relações e, em 
vez de constituírem uma condição durável, 
fluem como uma sequência de eventos e 
sensações, onde continuamente se desafia 
a imersão, relação, distração e atração. São 
também geradas pela maneira como as pes-
soas comunicam e lhes respondem sobre 
efeitos através da partilha de movimentos, 
gestos, vozes e rostos.3 
A necessidade de diminuir o consumo de 
energia, nomeadamente com eletricidade, 
tem -se tornado cada vez mais evidente. A 
União Europeia impôs objetivos a todos os 
Estados -Membros, no sentido de promover 
a sustentabilidade e eficiência energéticas, 
que passam pela utilização de soluções 
economicamente mais viáveis e que, ao 
3 www.nytimes.com/2015/03/24/nyregion/new‑
-led -streetlights -shine-too -brightly -for -some -in-
-brooklyn.html?smid=fb -share&_r=0
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mesmo tempo, contribuem para a diminui-
ção de emissões de CO2 para a atmosfera, 
objetivo necessário para a sustentabilidade 
ambiental.
A utilização racional de energia começa 
com a consciencialização dos cidadãos para 
a importância e o impacto nas suas atitudes 
e comportamentos. O facto de optar -se por 
soluções mais sustentáveis de energia é ful-
cral, visto estas constituírem uma contribui-
ção direta dos cidadãos para a redução do 
seu consumo. No entanto, fazer acontecer 
coisas de forma participada é a melhor forma 
de reconciliar as comunidades com os seus 
territórios do quotidiano. Comércio, escolas, 
associações, empresas, equipamentos cul-
turais, grupos informais de cidadãos, redes 
sociais estão, assim, convocados para uma 
inovadora e singular intervenção em meio 
urbano.
As dificuldades de cada plano de âmbito 
urbano sempre existiram e sempre foram re-
solvidas setorialmente e, em última instância, 
tiveram sempre uma imediata resolução polí-
tica e económica. No entanto o espaço de ha-
bitar tem implícito o próprio ato, e assim pre-
valece a sua consciência e só através da sua 
mudança é que se pode dar a transformação 
social radical. A realidade é que os planos de-
senvolvidos e implementados à margem dos 
habitantes, sem que haja por parte destes 
uma atitude de entendimento, compreensão 
e até de avaliação, levam a que a falta do seu 
contributo participativo atrase até a evolução 
de algumas tecnologias. E sobretudo acaba 
por prevalecer a desconfiança e o incómo-
do de viver em ambientes que, por vezes, se 
tornam hostis como nos recentes casos que 
aconteceram em Brooklyn4 e em Londres.5
A evolução ou involução das cidades não 
depende somente das qualidades das pro-
postas dos seus autores ou produtores dire-
tos, mas também da capacidade de reflexão 
crítica sobre o produto que é facultado e a 
maneira como a sua presença é aferida pro-
jetualmente através de novas metodologias, 
programase resultados. 
Um bom Plano de Iluminação tem de as-
sentar numa estrutura visual conexa e com-
preensiva, estruturando -se de acordo com 
relações espaciais existentes na cidade, con-
tribuindo para o futuro do espaço urbano do 
modo que a sua maneira de ver pode revelar 
um caráter diferente e oferecer um olhar aber-
to à criatividade renovada ao Projeto Urbano. 
A Cultura torna -se, assim, estruturante e a 
Arte um acontecimento de comunicação. 
4 www.dailymail.co.uk/news/article ‑2598966/Bright‑
-sparks -Multi -million -pound -project -replace-
-street -lights -LED -lamps -leaves -residents -feeling-
-like -living -football -pitch -dazzling.html
5 MASBOUNGI, Ariela (2003), ”La lumière et ses 
ombres”, Penser la ville par la lumière. Project Ur‑
bain, Paris, Éditions de la Villette 
Também um território de experimentação co-
letiva, de debate e diálogo, em rara fusão de 
públicos. Mas é fundamental recordar que o 
que está por detrás de cada resultado, de to-
dos os efeitos e ilusões são questionamentos 
e propostas de soluções, desenhos técnicos, 
opções de equipamentos, ou seja, uma atitu-
de projetual.
Se a luz de certos lugares poderia ser 
equiparada à sua alma, a luz que o Projeto do-
mina invoca um espírito – o espírito da luz –, 
e portanto uma condição permanente e de-
finitiva, eterna e indestrutível. A luz tem este 
dom, independentemente de ser expressa 
de forma delicada ou ofuscante, dispersa ou 
compacta, orientada ou difusa. Este estatuto 
responsabiliza autores e técnicos e também 
o público; cada vez mais há menos desculpas 
para que projetos desta natureza falhem. As 
exigências são cada vez mais completas e 
ainda bem.
A arte da luz e da iluminação, esta luz 
projetada, gera emoções que os artistas, ar-
quitetos, designers, cenógrafos e criadores 
em geral, trabalhando preferencialmente em 
equipa, sabem serem diversas das proporcio-
nadas pelas disciplinas estabelecidas. Essa 
definição não deve ser considerada um es-
partilho, muito menos numa área pluridisci-
plinar e em acelerada evolução, mas uma es-
pécie de caráter, uma inefável qualidade que 
a distingue como expressão de uma visão 
contemporânea do Projeto Urbano, incluindo 
a vertente cultural.
A luz tem, então, um papel central na con-
ceção e realização de espaços, imagens e si-
tuações, abrindo a gestores, programadores 
e políticos, a investigadores e personalidades 
com carreira nas mais variadas origens disci-
plinares, um novo campo a explorar. A aber-
tura desta “frente“ de projeto implica e exige 
o envolvimento de numerosas instituições 
e organismos, com destaque para o meio 
académico, científico e empresarial, e ainda 
as forças de cidadania da sociedade civil, no 
sentido de sensibilizar os seus responsáveis 
para aquilo que há para fazer na urbe con-
temporânea, no que à luz e à iluminação diz 
respeito. O processo, uma vez iniciado impli-
ca certamente toda uma nova abordagem de 
“velhos” temas como o Património Edificado, 
os Espaços Verdes ou o próprio Espaço 
Público. O desafio é integrar a população e os 
agentes públicos e privados com capacida-
de de gerir ações de maior visibilidade numa 
renovação ativa e empenhada, por natureza 
pluridisciplinar e multívoca, articulando sabe-
res ancestrais, tradições e o mais elementar 
senso comum, com as mais recentes inova-
ções tecnológicas. Isto num processo trans-
parente e capaz de, por outro lado, acompa-
nhar o ritmo da oferta nesta área, no quadro 
de uma verdadeira cultura de progresso e 
qualidade.
A luz, enquanto elemento projetual, é es-
sencial à identidade de cada cidade e está 
plenamente ligada à evolução do conceito de 
iluminação urbana, como parte integrante da 
arquitetura e do desenho urbano. É de extre-
ma relevância para este estudo a maneira 
como a iluminação é efetuada atualmente 
e o relevo que os equipamentos de ilumina-
ção atuam em conjunto sobre a paisagem 
urbana. 
A ferramenta-chave deste processo é 
atualmente o Projeto Urbano, um campo de 
conhecimentos em fluxo dinâmico onde en-
caixa o conceito de Espaço Público. Ambos 
os conceitos, na sua essência, como expres-
são de uma cidadania e de uma urbanidade 
reais e profícuas, desempenham na atualida-
de uma batalha fulcral em prol do meio urba-
no enquanto lugar de todas as possibilidades 
da vida em sociedade. As soluções para uma 
melhor gestão urbana devem ser pensadas 
em função das pessoas pois só fazem senti-
do se melhorarem as suas condições de vida. 
Tal desígnio passa por uma política fundada 
na ação comunicativa, que leve à criação de 
soluções urbanas participadas, dando ori-
gem a um urbanismo de regulação, que não 
pretende “resolver” os problemas urbanos 
atuais – porque a deslocalização, a regulação 
de mercados, a individualização e a diferen-
ciação vão continuar a existir, assim como 
cada vez mais as antigas estruturas sociais 
vão perdendo importância –, mas pode pro-
curar reorientar a sua corrente.
O problema que se coloca a todos os res-
ponsáveis pelos projetos urbanos, de natu-
reza de desenvolvimento ou de reabilitação, 
é saber até que ponto as suas medidas têm 
um cunho de sustentabilidade e de consen-
sualidade dos habitantes que, cada vez mais, 
tendem a ser implicados diretamente nos 
problemas que à cidade dizem respeito, ou 
seja, os destinos dos aglomerados popula-
cionais cada vez mais carecem de um novo 
enquadramento e de novas metodologias de 
intervenção. 
alta tensão10
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serviços auxiliares de subestações 
1. INTRODUÇÃO
Para o seu funcionamento, as Subestações necessitam de energia em 
Corrente Alternada BT (400/231 V) e Corrente Contínua, para alimentação 
dos diversos equipamentos e sistemas. Essa energia é fornecida por: 
• Serviços Auxiliares de Corrente Alternada (SACA);
• Serviços Auxiliares de Corrente Contínua (SACC).
2. NORMAS E REGULAMENTOS
2.1. Regulamentos
As características, dimensionamento, instalação e ensaios dos equi-
pamentos dos Serviços Auxiliares devem obedecer aos seguintes re-
gulamentos:
• RTIEBT (Regras Técnicas das Instalações Eléctricas em Baixa 
Tensão) – Portaria n.º 949 ‑A/2006 de 11 de Setembro;
• RSSPTS (Regulamento de Segurança de Subestações e Postos 
de Seccionamento); – Decreto n.º 42895 de 31 de Março de 1960, 
alterado pelos Decretos Regulamentares n.º 14/77 de 18 de Feve-
reiro e n.º 56/85 de 6 de Setembro.
2.2. Normas
As normas habitualmente utilizadas para a definição das característi-
cas e ensaios destes equipamentos são:
• NP e NP EN (Normas Portuguesas e Normas Portuguesas Harmo-
nizadas com as Normas Europeias);
• EN (Normas Europeias);
• IEC (International Electrical Commission).
3. SACA
3.1. Funções dos SACA
Os SACA destinam -se à alimentação em Corrente Alternada 
(400/231 V) das seguintes instalações das subestações:
• Serviços relativos à alimentação da aparelhagem auxiliar do equi-
pamento de Alta Tensão:
• Força motriz de disjuntores e de seccionadores;
• Força motriz das bombas e ventiladores dos transformadores 
e auto -transformadores MAT/MAT e MAT/AT;
• Circuitos de aquecimento das caixas de reagrupamento dos 
transformadores de medição e dos armários de comando dos 
seccionadores e disjuntores. 
• Serviços relativos à alimentação de equipamentos gerais:
• Equipamentos de telecomunicações;
• Rectificadores. 
• Serviços relativos à alimentação dos circuitos eléctricos dos edifí-
cios técnicos:
• Circuitos de iluminação (interior e exterior – edifícios e parque 
exterior – e tomadas de usos gerais (interiores e exteriores), 
tratamento de óleos, entre outros; 
• Equipamento de oficinas, pontes rolantes, guinchos, e outros;
• Equipamento de aquecimento, ventilação e ar -condicionado (AVAC).
Filosofia e constituição dos SACA
No que respeita à alimentação em energia eléctrica em Corrente Alter-
nada, podem definir ‑se os seguintes tipos de circuitos:
• Circuitos que podem admitir um tempo de corte reduzido, mas cuja 
falha prolongada é susceptível de provocar perturbações na explora-
ção da instalação (designadaspor cargas ou serviços essenciais):
• Circuitos de iluminação exterior e dos edifícios técnicos;
• Circuitos de força motriz de disjuntores e seccionadores; 
• Dispositivos de carga das baterias (rectificadores);
• Circuitos de alimentação dos ventiladores e bombas dos 
transformadores de potência, que devem ser alimentados sem 
falhas se os respectivos transformadores de potência estive-
rem em serviço. 
• Circuitos que admitem a falta de alimentação prolongada, não 
comprometendo de imediato a exploração da instalação, designa-
dos por serviços não essenciais:
• Circuitos de AVAC dos edifícios técnicos;
• Alimentação de aparelhos das oficinas e tratamento de óleos;
• Circuitos de aquecimento do equipamento MAT e AT e dos 
quadros eléctricos.
3.2. Constituição dos SACA
Os SACA das subestações são constituídos por: 
• Transformador dos Serviços Auxiliares (TSA);
• Grupo Gerador de Emergência;
• Quadro dos Serviços Auxiliares de Corrente Alternada (QSACA).
Poderão ainda ser utilizados onduladores (UPS) para alimentação 
específica das instalações da sala de controlo, designadamente a ilu-
minação.
Transformador dos Serviços Auxiliares (TSA)
Os TSA (MT/BT) são alimentados, a partir do QMT, pelos enrolamen-
tos terciários dos transformadores ou auto -transformadores MAT/
MAT ou MAT/AT, ou através de transformadores AT/MT e são dimen-
sionados para que qualquer um possa, isoladamente, alimentar a glo-
balidade dos consumos dos serviços auxiliares da subestação, tendo 
em conta eventuais ampliações.
Nalgumas situações os TSA são montados no parque exterior, 
ligados directamente aos enrolamentos terciários atrás referidos – 
nestes casos são designados por “transformadores biberon”. 
Os TSA terão preferencialmente um grupo de ligações triângulo – 
estrela, com neutro acessível e directamente ligado à terra geral da 
subestação, a sua potência deve ser normalizada e poderão dispor de 
um comutador de tomadas em vazio (normalmente ±2 * 2,5%).
Os tipos construtivos dos TSA são os seguintes: 
• Para instalação à intempérie, em banho de óleo, sem conserva-
dor (herméticos) com refrigeração natural. A protecção intrínseca 
deste tipo de transformador (detecção de gás; pressão do óleo; 
temperatura do óleo) é constituída por um aparelho designado por 
R.I.S./DGPT2;
• Para instalação interior os transformadores podem ser secos (IP 00). 
A protecção intrínseca deste tipo de transformadores (temperatura 
dos enrolamentos) é constituída por sondas PT 100 (sondas de pla-
tina) ou por sondas PTC (sondas de termístores com coeficiente de 
temperatura positivo – Positive Temperature Coefficient).
Manuel Bolotinha
Engenheiro Electrotécnico – Energia e Sistemas de Potência (IST – 1974)
Membro Sénior da Ordem dos Engenheiros 
Consultor em Subestações e Formador Profissional
Texto escrito de acordo com a antiga ortografia.
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alta tensão 11
Grupo Gerador de Emergência
A potência de um grupo gerador de emergência define ‑se em função 
do seu regime de funcionamento: standby e prime.
Em regime standby a potência disponível varia com o valor da car-
ga durante a interrupção da fonte normal. A operação típica deste re-
gime é de 200 horas por ano, com um máximo de 500 horas por ano.
Em regime prime a potência disponível varia com o valor da carga 
por tempo ilimitado, com capacidade de 10% de sobrecarga durante 
um máximo de 1 hora em cada 12 horas, não podendo o funcionamen-
to em sobrecarga exceder as 25 horas por ano.
O valor da potência em regime standby é superior ao valor em re-
gime prime.
O grupo gerador de emergência destina -se à alimentação das car-
gas essenciais, durante um período não inferior a 24 horas, pelo que a 
sua potência deve ser indicada para funcionamento em regime prime. 
A sua entrada em serviço será automática.
O grupo disporá de um sistema eléctrico de arranque automáti-
co, concebido para garantir um número de tentativas consecutivas de 
arranque (nunca inferior a 3) sem necessidade de recurso a fontes de 
energia exteriores ao sistema. 
O Grupo Gerador de emergência é constituído por:
• Motor do tipo diesel, com regulador de velocidade electrónico (varia-
ção ±0,25%), volante e união elástica para acoplamento do alternador.
O motor deverá poder arrancar e funcionar pelo menos 8 horas a 
plena carga, seguidas de 1 hora em sobrecarga de 10% nas condições 
de temperatura ambiente especificadas. 
A refrigeração poderá efectuar -se por circulação de ar ou por cir-
culação de água em circuito fechado, com radiador. 
O arranque do grupo será eléctrico, não devendo ser superior a 10 
segundos.
• Alternador síncrono trifásico, sem escovas, auto -excitado, auto-
-regulado e auto -ventilado por turbina coaxial com o veio.
O alternador será de Classe de isolamento H, com uma tensão nomi-
nal de 400/231 V, regulável a 5%, e terá supressão de rádio interferências.
• Base comum de suporte do motor e do gerador (e, eventualmente, 
do depósito diário), com suportes anti -vibratórios.
• Bateria de arranque do tipo ácido -chumbo alimentada por um rec-
tificador ligado à rede de serviços auxiliares essenciais, que asse-
gurará a manutenção da carga da bateria.
• Tubagem de escape, incluindo silencioso, ligação flexível do colec-
tor de escape à tubagem de saída. 
• Sistema de abastecimento de combustível, incluindo depósito/
cisterna com capacidade para o funcionamento do grupo durante 
pelo menos 24 horas.
• Quadro eléctrico de protecção, comando e controlo do grupo, in-
terligado ao SCCP.
A montagem completa do grupo gerador de emergência deverá 
ser feita por pessoal do fabricante ou do fornecedor.
Quadro dos Serviços Auxiliares de Corrente Alternada 
(QSACA)
O QSACA deverá ser de fabrico normalizado e dispor de dois barra-
mentos distintos (cargas essenciais e cargas não essenciais), interli-
gados através de um órgão de manobra de corte em carga.
O inversor “rede ‑grupo” será instalado no quadro, devendo o 
respectivo automatismo detectar falta da alimentação normal (bem 
como o seu regresso), bem como os encravamentos necessários para 
evitar o paralelo do grupo com a rede.
4. SACC
4.1. Funções dos SACC
Os SACC destinam -se à alimentação em Corrente Contínua (normal-
mente 110 V) dos circuitos que devem ficar alimentados em qualquer 
circunstância, de forma a assegurar as funções essenciais para a se-
gurança da instalação: 
• Equipamentos dos sistemas de comando, controlo e protecção;
• Equipamentos de telecomando e telecontrolo;
• Equipamentos de telecomunicações. 
Formação de polaridades de comando e controlo
Para cada um dos painéis da Subestação devem ser criadas, no míni-
mo, as polaridades de comando e controlo, com as seguintes funções:
• Alimentação das protecções;
• Regulação automática de tensão;
• Comando (ordens de manobra), individualizadas, para cada um dos 
equipamentos susceptíveis de serem comandados à distância (disjun-
tor; seccionadores); no caso dos disjuntores, as polaridades de disparo 
serão individualizadas para cada uma das respectivas bobinas;
• Sinalização de estados de alarme, defeito e disparo;
• Alimentação dos motores dos disjuntores e seccionadores, caso 
se opte por fazer a sua alimentação em Corrente Contínua. 
Devem ser igualmente criadas polaridades de comando e controlo 
dos equipamentos dos SACA e SACC.
4.2. Constituição dos SACC
Os SACC das subestações são constituídos por: 
• Conjunto bateria – retificador;
• Quadro dos Serviços Auxiliares de Corrente Alternada (QSACC).
Conjunto bateria – rectificador
O conjunto bateria – rectificador funcionará em tampão, isto é, em si-
tuações normais, na presença de Corrente Alternada (rede ou grupo), 
o rectificador alimentará os consumidores e fará a carga de manuten-
ção da bateria; a bateria servirá de socorro nas situações em que haja 
picos de consumo.
Na falta de Corrente Alternada a bateria fornecerá, no seu período 
de autonomia, a corrente necessária para manter em serviço os equi-
pamentos indispensáveis, designadamente o SCCP,até ao regresso da 
alimentação em Corrente Alternada, ou caso tal não se verifique para 
desligar a subestação em segurança. 
A bateria será estacionária, ácida (chumbo) e selada ou alcalina 
(níquel -cádmio) – solução utilizada pela EDP – pelo que não há neces-
sidade de criar uma sala exclusivamente dedicada à sua instalação. A 
bateria é habitualmente montada em rack. 
A bateria é caracterizada por:
• Tensão;
• Número de elementos;
• Tensão por elemento (considera -se como tensões nominais por ele-
mento: 2,0 V para a bateria chumbo -ácida e 1,2 V para a bateria alcalina);
• Capacidade – C (expressa em Ah – ampère hora) – definida para 10 
horas para as baterias ácidas e 5 horas para as baterias alcalinas.
O rectificador, alimentado em Corrente Alternada (400 ou 231 V), 
será concebido para suportar as variações de tensão, frequência e de 
carga impostas, sem causar qualquer dano à bateria. 
A tensão aos terminais da bateria será estabilizada. 
Para evitar qualquer avaria resultante de aquecimentos excessivos 
a corrente de saída do rectificador será limitada desde que ultrapasse 
um determinado valor.
Quadro dos Serviços Auxiliares de Corrente Contínua 
(QSACC)
No QSACC serão instalados disjuntores de corte omnipolar para for-
mação das diversas polaridades (alimentação de protecções, coman-
dos, sinalizações, entre outros).
No caso da bateria funcionar isolada da terra (caso mais habitual), 
no QSACC deve ser instalado um Controlador Permanente de Isola‑
mento (CPI), destinado a dar um alarme quando se verificar o primeiro 
defeito à terra. 
alta tensão12
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segurança em alta tensão 
TRAbAlhOS NAS PROxImIdAdES dAS lINhAS dE AlTA TENSãO.
3.ª PARTE
 Eurico Zica Correia
Engenheiro Eletrotécnico
É objetivo do presente documento dotar os leitores 
dos principais conhecimentos que lhes permitam 
efetuar trabalhos nas proximidades de instalações 
elétricas em tensão, respeitando as regras de segurança 
aplicáveis.
PERIGO ELÉTRICO
Fonte de possíveis danos corporais ou prejuízos para a saúde devido à presença de energia 
elétrica numa instalação elétrica.
ObjETIvO 
O presente “documento” estabelece as indicações de segurança com vista a assegurar a prote-
ção das pessoas contra os riscos de origem elétrica sempre que realizem trabalhos: 
• Em instalações elétricas em exploração (condução, manutenção, modificação, ampliação, ...) 
ou na sua vizinhança; 
• Em instalações elétricas ou não elétricas em construção ou demolição, quando estiverem 
na vizinhança de instalações elétricas em exploração. 
Trabalho elétrico é o trabalho que respeita as partes ativas ou sem isolamentos, à continui‑
dade das massas ou outras partes condutoras dos equipamentos, assim como aos condu‑
tores de proteção das instalações.
Sempre que necessário estas indicações deverão ser completadas com regulamentos, proto-
colos ou instruções locais. 
TRAbALHOS NA vIZINHANÇA
Regras gerais
• Quando os trabalhos tiverem de ser efe-
tivamente realizados na vizinhança de 
peças nuas em tensão, sem supressão 
dessa vizinhança, há necessidade de criar 
condições para eliminar os riscos que daí 
resultem. Para isso:
• Os executantes devem dispor de um 
apoio sólido que lhes assegure uma posi-
ção de trabalho estável e que permita ter 
as mãos livres;
• Quando houver necessidade de vigilân-
cia, a pessoa encarregada de a fazer deve 
dedicar -se exclusivamente a esta tarefa 
em todas as fases do trabalho, em par-
ticular naquelas em que os executantes 
corram o risco de se aproximarem das 
peças nuas em tensão;
• No caso em que exista vizinhança com 
instalações de caraterísticas e de tensões 
diferentes, as regras de prevenção a to-
mar devem ser as da zona mais restritiva 
tendo em conta distâncias e tensões no 
local;
• Antes do início dos trabalhos o responsá-
vel deve instruir o pessoal sobre:
• a manutenção das distâncias de 
segurança;
• as medidas de segurança que foram 
adotadas;
• a necessidade de adoção de compor-
tamentos que estejam de acordo com 
os princípios de segurança.
• Para a avaliação das distâncias e delimi-
tação da zona de trabalho é necessário 
ter em conta todos os movimentos nor-
mais e reflexos das pessoas e dos mate-
riais ou ferramentas que manipulam, bem 
como os possíveis deslocamentos das 
peças nuas em tensão (por exemplo, o 
movimento dos condutores de uma linha 
aérea por ação do vento).
 O próprio executante deve garantir que 
quaisquer que sejam os seus movimen‑
tos nenhuma parte do seu corpo, nem 
nenhuma ferramenta ou objeto que ma‑
nipula, entra dentro do limite da zona de 
trabalhos em tensão.
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 T
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disposições a respeitar antes 
do início e no fim da execução 
de trabalhos na vizinhança de peças 
nuas em tensão
A) Antes do início dos trabalhos devem ser 
efetuadas as operações seguintes:
• Fazer a consignação das instalações 
ou equipamentos que estão previstos 
consignar;
• Colocar fora do alcance as peças 
nuas mantidas em tensão que estão 
previstas isolar ou afastar;
• Tomar as disposições que permitam 
eliminar as consequências perigosas 
de todos os contactos fortuitos com 
peças nuas em tensão ou suscetíveis 
de estarem ou ficarem em tensão.
B) Para além disso, antes do início dos 
trabalhos, o responsável de trabalhos 
deve:
• Identificar os materiais e equipamen-
tos onde vai intervir;
• Reconhecer as partes que se mantêm 
em tensão ou suscetíveis de virem a 
ficar em tensão;
• Verificar que os executantes dispõem 
do material de execução e de segu-
rança apropriados à natureza do tra-
balho a executar e aos riscos devidos 
à vizinhança.
 Depois das precauções enunciadas 
em A) e B) terem sido tomadas, o 
responsável de trabalhos pode dar 
início ou fazer iniciar os trabalhos.
C)	 No	fim	dos	trabalhos,	o	responsável	de	
trabalhos deve:
• Verificar visualmente o trabalho 
efetuado;
• Fazer retirar os anteparos isolantes e 
protetores;
• Juntar o pessoal;
• Enviar o aviso de fim de trabalhos 
para permitir a colocação em explo-
ração das partes consignadas;
• Providenciar a recolha e encaminha-
mento dos materiais sobrantes.
	 As	fitas	métricas	e	réguas	a	utilizar	
em trabalhos na vizinhança de pe‑
ças	 nuas	 em	 tensão	 ou	 insuficien‑
temente protegidas devem ser de 
material não condutor.
Indicações para trabalhos 
na vizinhança de peças nuas 
em tensão no domínio AT
• Diz -se que o trabalho se efetua na vizi-
nhança sempre que os executantes te-
nham que se aproximar da peça nua em 
tensão de uma distância inferior à distân-
cia de vizinhança.
visível pelo responsável pela execução 
dos trabalhos, em ligação com o respon-
sável de manutenção;
• O desenrolar dos trabalhos deve ser 
acompanhado por uma pessoa instruída;
• A aproximação à canalização é permitida 
se forem utilizadas ferramentas manuais 
(pá ou enxada), e a aproximação pode ser 
feita até à canalização, com o cuidado de 
não a ferir.
É interdita a utilização 
da picareta na aproximação 
à canalização
• Se forem utilizadas equipamentos ou fer-
ramentas mecânicas:
• Se a canalização estiver visível, um vi-
gilante assegurará que a máquina não 
se aproxime a menos de 0,30 metros da 
canalização;
• Se a canalização não estiver visível, a 
distância mínima estimada será de 0,50 
metros e a vigilância deverá permanecer 
reforçada.
 Se houver dúvidas quanto às distân‑
cias ou quanto à sinalização de pre‑
sença da canalização, a aproximação 
será sempre feita manualmente, com 
os cuidados necessários para não ferir 
o isolamento.
O procedimento para a realização dos traba-
lhos será o seguinte:
• Preparação do trabalho precisando as 
medidas de segurança a respeitar, infor-
mação e comunicação das mesmas aos 
executantes;
• Delimitação material da zona de trabalhos;
• Vigilância a definir de acordo com as dis-
tâncias a manter;
• Quando uma mesma valaestá ocupada 
por vários cabos e se vai trabalhar num 
deles, é conveniente isolar esse cabo dos 
outros, utilizando anteparos isolantes 
apropriados.
 Se não for possível a aplicação de algu‑
mas destas regras a canalização deve 
ser consignada.
Trabalhos na vizinhança 
de canalizações isoladas aéreas 
ou em elevação
Se a canalização está visível, uma pessoa 
instruída deve ser designada para a vigilância 
do pessoal, logo que a ferramenta que este 
manipula se aproxime a uma distância:
• Nula, mas sem bater ou forçar a canali-
zação, se os trabalhos forem executados 
sem meios mecânicos; neste caso parti-
cular se o pessoal é instruído, a vigilância 
não é exigida;
• A uma distância de 0,30 metros se os tra-
balhos forem realizados com o recurso a 
Trabalhos de natureza elétrica
• Neste caso:
a) O pessoal deve ser instruído e estar 
autorizado a trabalhar na vizinhança 
de peças nuas do domínio de Alta 
Tensão. Esta autorização pode ser 
permanente;
b) A delimitação material da zona de 
trabalhos pelo responsável de traba-
lhos deve ser feita em todos os planos 
onde seja necessária para a proteção 
dos executantes;
c) Durante as fases em que os exe-
cutantes correm risco de se apro-
ximar da Zona de Trabalhos em 
Tensão, deve ser assegurada uma 
vigilância permanente. Esta vigilân-
cia é normalmente efetuada pelo 
responsável de trabalhos ou por 
uma pessoa instruída e designada 
para o efeito.
Trabalhos de natureza 
não elétrica
• Se os trabalhos de natureza não elétrica 
são efetuados por pessoal executante 
não instruído são aplicadas as disposi-
ções seguintes:
a) Necessidade de uma autoriza-
ção expressa perante um Plano de 
Segurança com as medidas de prote-
ção a tomar, nomeadamente as me-
didas para a delimitação material da 
zona de trabalhos;
b) Antes do início dos trabalhos deve ser 
dado conhecimento aos executantes 
das medidas de proteção definidas no 
Plano;
c) Vigilância permanente por uma 
pessoa instruída designada para 
esse efeito, encarregada de ze-
lar para que todas as precauções 
de segurança necessárias sejam 
observadas;
d) Mantêm -se as disposições b) e c) re-
ferenciadas anteriormente.
• Se os executantes são instruídos, 
aplicam -se as prescrições das alíneas b) 
e c) referenciadas anteriormente.
TRAbALHOS NA vIZINHANÇA 
DE CANALIZAÇÕES ELÉTRICAS 
SUbTERRÂNEAS OU ISOLADAS
Trabalhos na vizinhança 
de canalizações elétricas 
subterrâneas ou embebidas
Se os trabalhos forem executados a menos 
de 1,50 metros de uma canalização elétri-
ca isolada, devem ser aplicadas as regras 
seguintes:
• A identificação e balizagem do traça-
do devem ser realizadas de forma bem 
alta tensão14
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meios mecânicos (elevadores com bar-
quinha, gruas, ...).
CONDIÇÕES ATMOSFÉRICAS
• Em caso de trovoada (perceção de relâm-
pagos ou de trovões) nenhum trabalho 
em redes ou instalações elétricas, tanto 
interiores como exteriores, deve ser co-
meçado nem acabado se forem alimen-
tadas por uma linha aérea em condutores 
nus;
• Em caso de precipitações atmosféricas 
importantes ou nevoeiro espesso que 
impeçam a vigilância do responsável de 
trabalhos ou da pessoa designada, ou de 
vento violento que torne impraticável a 
utilização dos meios necessários à exe-
cução do trabalho e comprometem, por 
esse facto, a segurança, nenhum traba-
lho no exterior deve ser começado nem 
acabado;
• Em instalações interiores alimentadas ex-
clusivamente por uma rede subterrânea 
ou aérea em condutores isolados, nenhu-
ma restrição é preconizada.
CIRCULAÇÃO DE PESSOAS NA 
PROXIMIDADE DAS INSTALAÇÕES 
EM TENSÃO
• A simples circulação na zona de vizinhan-
ça não é considerada como trabalho para 
efeitos deste Documento;
• A locais de acesso reservado a eletricis-
tas só podem aceder, por regra, pessoas 
instruídas e autorizadas, ou pessoas in-
formadas sobre as prescrições a respei-
tar face aos riscos elétricos e sob a vigi-
lância de uma pessoa instruída.
 Dentro de locais de acesso reservado a 
eletricistas podem ser criados corredo‑
res de circulação desde que devidamen‑
te delimitados e sinalizados.
TRAbALHOS NÃO ELÉTRICOS DE 
CONSTRUÇÃO NA PROXIMIDADE 
DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 
EM TENSÃO
• Para a realização de trabalhos de cons-
trução na proximidade de linhas aéreas 
em tensão, o responsável de exploração 
(manutenção) indicará a distância (D) a 
guardar para os equipamentos de ele-
vação, escavação ou transporte, tendo 
como mínimo:
• 3 metros para as linhas aéreas em condu-
tores nus de tensão até 60 kV;
• 5 metros para as linhas aéreas AT em 
condutores nus de tensão superior a 
60 kV;
• 6 metros para as linhas aéreas MAT de 
tensão igual ou superior a 220 kV.
As distâncias indicadas têm em consideração a possibilidade do trabalho ser realizado por 
pessoas não instruídas para trabalhar em instalações elétricas.
As distâncias são consideradas a partir do condutor mais próximo, tendo em conta:
• Todos os possíveis movimentos das peças nuas condutoras em tensão (nomeadamente 
por ação do vento);
• Os possíveis movimentos normais e reflexos das pessoas com as ferramentas ou materiais 
que manuseiem;
• Todos os movimentos previsíveis para as máquinas, nomeadamente deslocações, balan-
ços, chicotes ou queda (nomeadamente em caso de eventual rutura de um órgão), entre 
outros.
Na utilização de máquinas (de terraplanagem de elevação, de transporte, de manutenção...) 
os percursos a seguir e os locais de implantação devem ser escolhidos de modo a não pe-
netrarem dentro da zona limitada exteriormente pelas distâncias acima indicadas, tendo em 
conta que:
• Se o percurso de circulação das máquinas passar por debaixo de linhas em tensão, devem 
colocar -se, de um e de outro lado da linha, pórticos delimitadores da altura da máquina e 
carga;
• Se o trajeto apenas se aproxima da linha devem colocar -se barreiras de sinalização ao lon-
go de todo o percurso, com placas de aviso de perigo de eletrocussão colocadas de 20 
em 20 metros;
• No caso de utilização de gruas devem ser colocados interruptores fim de curso em todas as 
peças móveis cujo movimento possa levar a máquina ou a carga a entrar na zona interdita 
delimitada pelas distâncias anteriormente referidas.
• No caso das canalizações subterrâneas deve ser guardada uma distância não inferior a 
1,50 metros, qualquer que seja a tensão. Se não for possível satisfazer este requisito deve 
ser respeitado o estabelecido anteriormente em “Trabalhos na vizinhança de canalizações 
elétricas subterrâneas ou embebidas”. 
Continuação: Intervenções particulares nos domínios da alta tensão.
PU
B
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telecomunicações16
A adaptação de infraestruturas existentes 
a novas tecnologias nem sempre é fácil e muita 
das vezes requer intervenções significativas, 
principalmente na ausência de redes 
de tubagem suficientes para a passagem 
de mais cabos de telecomunicações.
Para além dos custos elevados associados a intervenções deste nível, 
acentua -se o problema na demora na execução das mesmas e o res-
petivo reboliço causado.
Genericamente, infra estruturas mais antigas não estão adapta-
das com o cabo par de cobre para a distribuição do sinal de Internet, 
tendo por norma uma rede de distribuição de cabo coaxial instalada. 
Aproveitar a totalidade ou parte desta rede de distribuição para a inclu-
são de Internet na infra estrutura poderá ser a solução.
PARTILHA DE INFRAESTRUTURAS
O sistema CoaxData permite utilizar a rede de cabo coaxial existente 
utilizada para a televisão, na distribuição do sinal de Internet, sem ne-
cessidade de instalação de novas cablagens.
EThERNET em qualquer 
tomada coaxial de TV
Hélder Martins
Televés Electrónica Portuguesa, Lda.
De fácil implementação, estes equipamentos representam uma gran-
de vantagem para o utilizador, pois não implicam grandes interven-
ções em mão ‑de ‑obra, e o nível de exigência para a sua configuração 
é baixo.
Genericamente, basta colocar um equipamento CoaxData junto ao 
router do ISP(fornecedor de Internet) a funcionar como master (mes-
tre) e nos locais onde se pretende ter acesso à Internet ligam -se os 
CoaxData configurados como slaves (escravos).
vERSATILIDADE
O CoaxData pode ser configurado como ponto de acesso (Access 
Point), caso se pretenda que seja o servidor DHCP do router do ISP a 
fornecer os endereços IP aos equipamentos que se ligam na rede (te-
lemóveis, tablets, computadores), ou então configurado como router e 
quem passa a atribuir os endereços IP é o próprio equipamento.
Quando configurado em modo router, o CoaxData permite criar 
uma ou várias novas redes, fazendo este a respetiva atribuição dos 
endereços IP aos equipamentos.
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telecomunicações 17
RESPONSAbILIDADE
A solução MyNet wi ‑fi permite criar uma rede sem fios eficiente, res-
ponsável e segura ajustando o nível de potência segundo as neces-
sidades. Na parte frontal do equipamento existe um comutador que 
permite desligar a rede wi ‑fi, colocar em baixa potência wi ‑fi ou então 
em modo normal.
POLIvALÊNCIA
Pequenas instalações como uma aplicação doméstica com um mas‑
ter e com dois ou três slaves, passando por meras aplicações ponto -a-
-ponto por uma questão de ausência de cablagem, ou simplesmente 
pela elevada distância entre pontos uma vez que a garantia de fun-
cionamento do sistema de Coaxdata consegue alcançar até 1 km de 
cabo coaxial.
Quando se trata de instalações mais complexas (hotéis, hospitais, 
condomínios, e outros) existe a possibilidade de aproveitar outras fun-
cionalidades do CoaxData para acrescentar mais -valias à instalação.
Uma das principais funcionalidades é a criação de redes locais vir-
tuais (VLAN). As VLANs permitem a segmentação das redes físicas, 
sendo que a comunicação entre máquinas de VLANs diferentes terá 
de passar por um router ou outro equipamento capaz de realizar enca-
minhamento obrigatoriamente. 
Para a criação das VLAN serão utilizadas as 4 interfaces disponí-
veis: interface coaxial eth0, interface Ethernet LAN eth1, interface wi ‑fi 
ath0 e default bridge br0.
Por exemplo, num hotel podemos criar uma rede wi ‑fi para os 
clientes e outra para o staff do hotel, devidamente protegida com 
palavra -passe.
Também será possível fazer a integração com outros sistemas, 
como por exemplo o sistema de faturação, para cobrar aos clientes o 
acesso à Internet.
ADAPTÁvEL
O sistema CoaxData foi concebido com o propósito de se utilizar a in-
fraestrutura de cabo coaxial para distribuição da rede Ethernet na au-
sência de infraestrutura em par de cobre. E se existirem pontos onde o 
cabo coaxial não chega? Pois, nesse caso, bastará ativar um pequeno 
switch nos equipamentos CoaxData para que a transmissão de dados 
se realize pela rede elétrica em detrimento da rede de cabo coaxial.
É ainda possível a utilização de SFP para a transmissão de dados 
por cabo de fibra de ótica através do sistema CoaxData.
Figura 1. CoaxData por Coaxial. Figura 3. CoaxData por Coaxial, PLC e com SFP para FO.
Figura 2. CoaxData por Coaxial e PLC. Figura 4. CoaxData por Coaxial e PLC com Wi­‑fi.
CONFIGURAÇÃO
A configuração dos CoaxData é simplista e realizada através de um 
browser web com um endereço IP, e quando configurados como AP, o 
seu nível de configuração é quase nulo uma vez que estes assumem 
os parâmetros do ISP (operador).
A aplicação CoaxManager permite configurar os dispositivos, 
comprovar o estado da instalação, realizar relatórios sobre o estado 
da rede para posterior análise, configuração da qualidade do serviço, 
entre outras coisas.
Quando existem vários CoaxData numa instalação, acede -se re-
motamente a cada um através do seu endereço IP. Para tal é utilizado 
um servidor DHCP distinto e através de uma reserva do MAC address 
da interface coaxial, o servidor atribui um endereço IP de acordo com 
o MAC.
Ao criar -se uma listagem com registo MAC/endereço IP e a sua 
localização, a qualquer instante é possível aceder ao equipamento e 
saber -se onde está instalado. Por exemplo, o CoaxData com o MAC 
 – 00:0E:7C:17:2C:CD, tem o endereço IP 10.0.0.6 e está instalado no 
quarto 25.
CObERTURA WLAN
A difusão wireless ao ser uma caraterística do CoaxData dever -se -á 
ter em consideração alguns fatores comuns na sua implementação, 
tal como numa outra qualquer implementação wireless.
É necessário, assim, considerar diversos fatores na determinação 
do standard wireless a utilizar, como os mais comuns:
• Requisitos de largura de banda por utilizador;
• Área geográfica a cobrir;
• Taxa de simultaneidade na zona coberta.
REQUISITOS
Numa perspetiva grosseira poder ‑se ‑á afirmar que o sistema 
CoaxData funcionará sempre numa rede de cabo coaxial minimamen-
te funcional para os canais de televisão. Com uma margem de atenu-
ação máxima entre dispositivos CoaxData de 85dB, é garantido o seu 
funcionamento para distâncias de cabo coaxial até 1 km.
Na presença de etapas de amplificação TV aplicam ‑se os fil-
tros CoaxData garantindo -se, assim, a passagem do sinal entre os 
1 -68 MHz no sentido ascendente e descendente do sinal.
CAPACIDADE
O sistema permite a instalação até 253 escravos (slaves) por cada 
mestre podendo -se, no entanto, instalar vários Mestres (masters). Terá 
que se ter em consideração que a largura de banda a disponibilizar a 
cada mestre será partilhada pelos vários escravos que dele depen-
dem. Por exemplo, disponibilizando -se um débito de 500 Mbps à en-
trada, ter -se -á cerca de 2 Mbps disponível em cada um dos 253 slaves. 
SEGURANÇA
A confidencialidade dos dados é garantida através de um sistema de 
encriptação com as seguintes caraterísticas:
• Autenticação Wi ‑fi incluindo WEP, WPA/WPA2 e 802.1x;
• Segurança da rede privada através de NPW (Network Password Key);
• Encriptação AES -128 (NEK – Network Encrytion Key);
• Configuração da proteção através de NVAK (Non Volatile Access Key).
MONITORIZAÇÃO
As infraestruturas de grandes dimensões ou pela sua particularida-
de, a monitorização do sistema pode ser uma vantagem. Através do 
protocolo SNMP (Simple Network Management Protocol) é possí-
vel aceder a qualquer instalação CoaxData. Para tal basta utilizar -se 
uma aplicação NMS (Network Management Station) standard como 
Nagios, Cacti, Izinga, Dude, entre outros.
Desta forma é possível aceder a parâmetros como a largura de 
banda de download como de upload, número de utilizadores ligados a 
cada ponto de acesso, ping ICMP (Internet Control Message Protocol), 
CPU e memória de estado, e outros. 
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climatização18
transferência de calor através 
da envolvente de edifícios 
 
Alfredo Costa Pereira
GET – Gestão de Energia Térmica, Lda.
www.get.pt
A Convecção é a transferência de calor 
devida ao movimento das moléculas 
ao deslocarem-se de um lugar para outro. 
A Radiação é a transferência de calor via 
ondas eletromagnéticas (energia radiante).
OS PARÂMETROS QUE DESCREvEM 
A TRANSFERÊNCIA DE CALOR 
Comportamento estacionário ou permanente
Esta aproximação só pode aplicar-se a edifícios com elevada massa 
térmica, poucos ganhos solares e pequenas flutuações da sua tem-
peratura interior.
A transferência de calor através de uma parede exterior de um edi-
fício, com diferentes temperaturas das suas faces exterior e interior 
envolve radiação, convecção e condução.
O calor (J) é uma forma de energia em transição, sendo definido 
como uma transferência de energia térmica para dentro ou para fora 
de um sistema. O calor não é uma propriedade de Estado Termodi-
nâmica e, como tal, está sempre relacionado com um Processo ou 
Transformação Termodinâmica, não fazendo sentido falar em arma-
zenamento de calor. O calor não é uma “coisa” que se possa guar-
dar ou armazenar. Apenas se pode guardar ou armazenar Energia 
Térmica, sob a forma de Energia Interna de Entalpia ou de Entropia. 
Por fluxo de calor deve entender-se a intensidade com que o calor 
é transferido, sendo expresso em W/m2, e não em Joules, como em 
Termodinâmica.
Resistência térmicaA resistência térmica de um material R exprime a resistência que esse 
material oferece ao fluxo de calor que o atravessa, e é uma função da 
sua espessura (e) e da sua condutibilidade térmica λ = 
m.K
W
.
R = 
λ
e
 
W
m2.K
. O valor de R em regime estacionário é medido em 
laboratório determinando a energia necessária para manter as duas 
faces do material a temperaturas constantes, mas diferentes. Quan-
to mais elevado for o valor de R maior é a capacidade isolante do 
material.
Condutância térmica, transmitância térmica 
ou coeficiente global de transferência de calor, U
A transmitância térmica é uma medida do fluxo de calor que atra-
vessa a unidade de superfície de um dado material devido à dife-
rença de temperatura entre as suas faces. É o inverso da resistência 
térmica. 
 Quando tratamos de edifícios é corrente referirmo‑nos à trans-
ferência de calor através do valor da CONDUTÂNCIA TÉRMICA 
C = 
e
λ
 
m2.K
W
 (ou através do seu inverso, a RESISTÊNCIA TÉRMICA 
R = 
C
1
 = 
λ
e
 (m2.K / W) dos materiais simples através dos quais se pro-
cessa a referida transferência de calor, sendo λ a sua condutibilidade 
térmica e e a sua espessura. 
 Quando se trata de materiais compostos com mais do que uma  
camada de diferentes substâncias, utilizamos os termos de COE‑
FICIENTE GLOBAL DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR, ou TRANS‑
MITÂNCIA TÉRMICA U 
m2.K
W
 (que é o inverso da resistência tér-
mica global), e que representa o fluxo de calor através da unidade 
e superfície de uma determinada estrutura composta, dividida pela 
diferença de temperatura entre o ar (ou outro fluido) que contacta 
com ambas as faces da estrutura, e a temperatura das duas faces 
da estrutura, U = 
R
1
 
m2.K
W
.
O seu inverso, a RESISTÊNCIA TÉRMICA GLOBAL é igual à soma das 
resistências superficiais com as resistências térmicas da própria es-
trutura composta:
R = ∑ h
1
 + ∑ R = ∑ h
1
 + ∑ λ
e
 = ∑ h
1
 + ∑ C
1
 
W
m2.K
.
 
Quanto maior for a resistência térmica global de uma estrutura com-
posta, melhor ela resiste à transferência de calor, e maior é a sua ca-
pacidade para ser utilizada como isolante térmico. Os valores de R 
de cada material ou de cada estrutura composta, são medidos em 
laboratório com o auxílio de uma “caixa quente resguardada”. O va-
lor da transferência de calor através da camada de material pode ser 
calculado mantendo uma das faces do material a uma temperatura 
constante, por exemplo a 32º C e medir qual é o valor da energia su-
plementar necessária para manter a outra face do material a outra 
temperatura constante, por exemplo a 10º C. O resultado é o valor de R 
em regime estacionário dado que a diferença de temperatura entre as 
duas faces do material é mantida constante.
Inversamente, quanto maior for o coeficiente global de transferên-
cia de calor de uma estrutura composta, menos ela resiste ao fluxo 
de calor que através dela se processa, deixando por isso atravessar 
facilmente o calor.
INTENSIDADE DO FLUXO DE ENERGIA TÉRMICA
A intensidade do fluxo de calor representa a quantidade de fluxo de 
energia térmica que atravessa a unidade de superfície de um material 
sob condições estacionárias ou permanentes, podendo ser calculada 
através da expressão:
q = 
A × t
∆Q
 
m2
W
, sendo:
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climatização 19
∆Q o fluxo de energia térmica (Joules)
A área da superfície do elemento (m2)
t o tempo (s)
Um outro modo de expressar a intensidade do fluxo de energia tér-
mica é através da seguinte relação:
q = U × (Ti – Te) 
m2
W
, sendo:
Ti a temperatura do ar interior (K)
Te a temperatura do ar exterior (K)
Esta equação determina as perdas por transmissão de energia tér-
mica de um edifício por unidade de tempo, por unidade de superfície e por 
cada unidade kelvin de diferença de temperatura U = K = 
R
1
 
m2.K
W
. 
 Quanto maior for o valor de R de um material, menor será o seu 
valor de U (ou K), e melhores são as propriedades isolantes térmi-
cas. Alguns fabricantes ainda especificam o valor da condutibili-
dade térmica dos materiais, e outros apenas especificam o seu 
valor de U.
 Para tornar as coisas mais “complicadas”, alguns fabricantes ten-
tam integrar nestes valores o efeito da “Massa Térmica”, especificando 
os valores “melhorados” de R.
Comportamento não estacionário ou dinâmico
Na vida real, as diferenças de temperatura não são constantes no 
tempo, como foi suposto serem nos testes feitos em regime esta-
cionário. 
A força geradora de um fluxo de calor por condução pode ter gran-
des variações, ou até inverter-se devido às mudanças de temperatura 
que se vão verificando durante o dia (o sentido do fluxo de calor parte 
sempre do que está mais quente para o que está mais frio).
O comportamento térmico efetivo da envolvente de um edifício 
pode ser superior ao que foi previsto pelos valores estacionários de 
R e de U. 
 Para calcular o comportamento térmico dinâmico temos de con-
tabilizar o armazenamento de energia térmica na estrutura do edifício. 
Esta aproximação tem de ser feita para diferentes casos, sendo cada 
um caso particular:
1. Edifícios leves com uma pequena capacidade calorífica têm uma 
resposta mais rápida aos impulsos de calor e, portanto, uma maior 
variação da temperatura no interior;
2. Edifícios com ocupação intermitente e temperatura interior cons-
tante;
3. Edifícios com capacidade calorífica média, e algum isolamento 
térmico;
4. Edifícios pesados com grande capacidade calorífica.
A ordem pela qual as camadas dos diferentes materiais constituintes 
da envolvente têm, também, grande influência no comportamento tér-
mico dinâmico de um edifício.
Por exemplo um edifício pesado, isolado termicamente pelo inte-
rior comporta-se como um edifício leve porque o isolamento térmico 
interior retira a inércia térmica às superfícies envolventes massivas in-
teriores, impedindo as transferências de calor entre essas superfícies 
massivas e o ar interior.
Capacidade calorífica
Todos os materiais podem armazenar energia térmica até uma de-
terminada quantidade. A capacidade calorífica é a medida da quan-
tidade de energia térmica que cada material pode armazenar, e é 
função da massa volúmica, da espessura e do calor mássico do 
material.
 As propriedades fundamentais que estão na base do comporta-
mento térmico de um edifício são:
Cm calor mássico 
Kg.K
J
ρ massa volúmica 
m3
Kg
 
λ condutibilidade térmica 
m.K
W
 
A capacidade de armazenamento de energia térmica de um mate-
rial é dada pela sua capacidade calorífica:
C = 
∆T
∆Q
 
K
J
 que representa a quantidade de energia térmica ne-
cessária para aumentar a temperatura de um objeto de uma determi-
nada quantidade de graus.
É sempre útil falar em valores específicos da Capacidade Calorífi-
ca. Específico quer dizer relacionado com (dividido por) qualquer uni-
dade de medida.
Já falámos em Capacidade Calorífica mássica Cm = m
C
 = 
m × ∆T
∆Q
 
Kg.K
J
Analogamente a Capacidade Calorífica Volumétrica é definida por:
CV = V
C
 = ρ × Cm = V × ∆T
∆Q
 
m3.K
J
.
A energia térmica armazenada (energia térmica sensível) será 
dada por: Q = m × Cm × T ou Q = V × ρ × Cm × T  sendo T a temperatura 
de armazenamento.
A capacidade calorífica pode afetar o desempenho energético de 
um material de construção ou de uma estrutura composta. Esta pro-
priedade tem tanto mais significado quanto mais pesada for a estrutu-
ra, isto é quanto maior for a sua “Massa Térmica”. 
Massa térmica
“Massa Térmica” é uma expressão que pode dar origem a algumas 
confusões.
A Massa Térmica é, de facto, expressa em termos da Capacidade 
Calorífica Volumétrica:
V
C
 = ρ × Cm = CV m3.K
J
A Capacidade Calorífica Mássica ou Calor Mássico, Cm dos materiais 
de alvenaria, tem um valor semelhante, que varia entre 0,8 e 1,3 (KJ/
Kg.K), portanto a capacidade de armazenamento de energia térmica 
total é função da massa total da alvenaria. 
Contudo em termos de Capacidade Calorífica Volumétrica ρ × Cm, 
ou Massa Térmica, as coisas não são assim.
A massa

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