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GERENCIAMENTO DE RECURSOS NATURAIS, CIÊNCIAS AMBIENTAIS E RECURSOS ENERGÉTICOS Profa. Dra. Claudinéia Conationi Diretor Geral Gilmar de Oliveira Diretor de Ensino e Pós-graduação Daniel de Lima Diretor Administrativo Eduardo Santini Coordenador NEAD - Núcleo de Educação a Distância Jorge Van Dal Coordenador do Núcleo de Pesquisa Victor Biazon Secretário Acadêmico Tiago Pereira da Silva Projeto Gráfico e Editoração Douglas Crivelli Revisão Textual Leandro Vieira Web Designer Thiago Azenha FATECIE Unidade 1 Rua Getúlio Vargas, 333, Centro, Paranavaí-PR (44) 3045 9898 FATECIE Unidade 2 Rua Candido Berthier Fortes, 2177, Centro Paranavaí-PR (44) 3045 9898 FATECIE Unidade 3 Rua Pernambuco, 1.169, Centro, Paranavaí-PR (44) 3045 9898 FATECIE Unidade 4 BR-376 , km 102, Saída para Nova Londrina Paranavaí-PR (44) 3045 9898 www.fatecie.edu.br FICHA CATALOGRÁFICA FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS DO NORTE DO PARANÁ. Gerenciamento de Recursos Naturais, Ciências Ambientais, e Recursos Energéticos. Profa. Dra. Claudinéia Conationi Paranavaí - PR.: Fatecie, 2019. 116 p. Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Zineide Pereira da Silva. As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site ShutterStock e Freepik PALAVRA DA DIREÇÃO Prezado Acadêmico(a), É com muita satisfação que inauguramos um novo mundo de oportunidades e expansão de nossa instituição que estrapolam os limites físicos e permite por meio da tecnolgias digitais que o processo ensino educação ocorra de formas ainda mais dinâmicas e em consonância com o estilo de vida da sociedade contemporânea. Empregamos agora no Ensino a Distância toda a dedicação e recursos para oferecer a você a mesma qualidade e excelência que virou a marca de nosso grupo educanional ao longo de nossa história. Queremos lembrar a você querido aluno, que a Faculdade Fatecie nasceu do sonho de um grupo de professores em contribuir com a sociedade por meio da educação. Motivados pelo desafio de empreender, tornaram o sonho realidade com a autorização da faculdade fatecie no ano de 2007. Desde o princípio a fatecie parte da crença no sonho coletivo de construção de uma sociedade mais democrática e com oportunidades para todos, onde a educação prepara para a cidadania de qualidade. Toda dedicação que a comunidade acadêmica teve ao longo de nossa história foi reconhecido ao conquistarmos por duas vezes consecutivas o título de Faculdade Número 1 do Paraná. Um feito inédito para paranavaí e toda região noroeste. No ranking, divulgado pelo mec em 2014 e 2015, a Fatecie foi destaque como a faculdade melhor avaliada em todo o estado. Posição veiculada em nível nacional pela Revista Exame e Folha de São Paulo, apontando a Fatecie como a 1ª colocada no Paraná. Essas e outras conquistas que obtivemos ao longo dos nossos 10 anos de história tem como base a proposta global da faculdade fatecie, que consiste em criar um ambiente voltado para uma abordagem multidisciplinar, crítica e reflexiva, onde se desenvolvem as atividades ensino, pesquisa e extensão. Para isso, a Fatecie conta com um corpo docente composto, em sua maioria, por professores com mestrado e doutorado e com ampla experiência profissional nas mais diversas áreas do mercado e da educação. Seja bem-vindo! Direção Faculdade Fatecie A U T O R Profa. Dra. Claudinéia Conationi Possui graduação em Ciências Biológicas com ênfase em Biotecnologia pela Universidade Paranaense (2004), mestrado em Genética e Melhoramento pela Universidade Estadual de Maringá (2007) e doutorado em Ciências Biológicas (Biologia Celular e Molecular) pela Universidade Estadual de Maringá (2011). Realizou pós-doutorado no Laboratório de Biologia Celular da Secreção (UEM). Atualmente é professora da FAPAN - Faculdade de Paraíso do Norte - Paraná e da UniFatecie - Faculdade de Tecnologia e Ciências do Norte do Paraná, também é membro integrante do grupo de pesquisa do Laboratório de Biologia Celular da Secreção da Universidade Estadual de Maringá e Membro do Conselho de Pesquisa e Extensão da UniFatecie. Lattes: http://lattes.cnpq.br/0128915207763182 APRESENTAÇÃO Este material didático corresponde à disciplina Gerenciamento de Recursos Naturais, Ciências Ambientais e recursos energéticos. Todo o material elaborado busca instigar em você aluno uma aprendizagem autônoma abordando conteúdos especialmente selecionados e relacionados à sua área de formação. Ao adotar uma linguagem didática e dialógica, objetivamos facilitar seu estudo, possibilitando condições favoráveis às múltiplas interações e a um aprendizado contextualizado e eficaz. Os recursos naturais presentes na natureza são utilizados pelo homem para suprir suas necessidades desde o seu surgimento. Logo podemos sugerir que vem daí a concepção e o comportamento consumista no que diz respeito aos recursos naturais e a visão errônea de que esses recursos são infinitos, além do comportamento antropocêntrico do homem. A ideia da necessidade do o desenvolvimento econômico em detrimento do ambiente coloca o homem no centro do universo, postulando que tudo o que existe foi criado e desenvolvido para a satisfação humana. Essa ideia tem sido a justificativa para mostrar que utilização dos recursos naturais a falta de planejamento, ou seja gerenciamento desses recursos era um mal necessário para o desenvolvimento econômico. No entanto, nos dias atuais esse pensamento ainda tem forte influência nas decisões do homem em relação ao uso dos recursos naturais. Todavia boa parte da população, inclusive empresários, passaram a considerar com maior atenção e valorizando a natureza pelas suas características intrínsecas e não somente pela sua utilidade prática, e disponibilidade dos recursos naturais, mas também pelo fato de que todas as espécies têm direito à vida, independentemente do seu grau de complexidade, sendo qualquer uma delas essencial para o equilíbrio ambiental. O objetivo principal do curso é fazer com que o próprio leitor reflita e avalie sua postura como cidadão frente aos principais problemas ambientais contemporâneos, a disponibilidade dos recursos naturais e as formas de gerenciamento dos mesmos. Boa leitura e bons estudos! Claudinéia Conationi da Silva Franco SUMÁRIO CAPÍTULO 1 07 | Desenvolvimento Sustentável CAPÍTULO 2 20 | Recursos Naturais e Sustentabilidade CAPÍTULO 3 30 | Matrizes Energéticas CAPÍTULO 4 44 | Reservas Energéticas Mundiais e Brasileiras CAPÍTULO 5 57 | Gestão de Recursos Naturais CAPÍTULO 6 75 | Recursos Hídricos CAPÍTULO 7 92 | Poluição Ambiental & Recursos Hídricos CAPÍTULO 8 104 | Poluição Atmosférica PÁGINA 7 CAPÍTULO 1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Professora Doutora Claudinéia Conationi da Silva Franco Objetivos de Aprendizagem: • Conceituar Desenvolvimento Sustentável. • Discutir a relação entre o desenvolvimento sustentável e a utilização dos recursos naturais. • Estabelecer a ligação existente entre os três pilares da sustentabilidade: econômico, social e ambiental. Plano de Estudo: • Ecodesenvolvimento • Desenvolvimento sustentável • Sustentabilidade • Sustentabilidade e Emissão de Gases Poluentes • Efeito Estufa • Protocolo de Kyoto • Sustentabilidade e as suas dimensões PÁGINA 8 INTRODUÇÃO DA UNIDADE Nesta unidade você irá estudar sobre o desenvolvimento sustentável e suas implicações, uma vez que a questão ambiental está no ápice das notícias, e vem sendo colocada como uma das principais metas para presentes e futuras atividades econômicas. Desde sempre o homem como ser dominante vem reti- rando recursos da natureza a fim de satisfazer suas necessidades de sobrevi- vência: alimentação, proteção e locomoção, no entanto, essas atividades não eram de fato uma ameaça a natureza, pois os recursos extraídos eram poucos e a própria natureza facilmente os repunham. Analisando dados recentes ainda se nota um desperdício muito grande dos re- cursos renováveis e não renováveis. Torna-se interessante,discutir o viés do desenvolvimento sustentável, pois assuntos relacionados ao meio ambiente são destaques nos últimos anos devido ao forte impacto ocasionado pela popu- lação na utilização dos recursos naturais e como continuar gerando renda sem causar mais consequências. PÁGINA 9 1 ECODESENVOLVIMENTO A pedido do Clube de Roma um grupo de cientistas do MIT realizou um estu- do global chamado Os limites do crescimento, este estudo gerou um documen- to denominado Relatório de Meadows, no qual abordou a dinâmica do cresci- mento, a expansão humana e o impacto nos recursos naturais, alertando que a superpopulação acompanhada da poluição industrial levaria ao esgotamento dos recursos naturais nos próximos 100 anos (SCOTTO; CARVALHO; GUIMA- RÃES, 2010). Segundo o Portal da Educação (2012, p.1) O Clube de Roma é hoje uma organização não governa- mental (ONG) que teve início em abril de 1968 como um pequeno grupo de 30 profissionais empresários, diploma- tas, cientistas, educadores, humanistas, economistas e altos funcionários governamentais de dez países diversos que se reuniram para tratar de assuntos relacionados ao uso indiscriminado dos recursos naturais do meio ambiente em termos mundiais. Pelo fato desta primeira reunião ter acontecido na Academia dei Lincei em Roma na Itália, o nome sugestivo de ‘Clube de Roma’ deu denominação à entidade. Foi a partir de então, precisamente na década de 70 que surgiu a ideia de um termo que revolucionaria os métodos de produção conciliando meio ambiente e desenvolvimento, este foi denominado ecodesenvolvimento, proposto por Mau- rice Strong, secretário-geral da Conferência de Estocolmo, e logo foi ampliado pelo economista Ignacy Sachs, que incorporou ao termo várias questões so- ciais (MONTIBELLER FILHO, 1993). De acordo Montibeller Filho (1993), ecodesenvolvimento fundamenta-se em de- senvolver novas práticas que possam suprir as necessidades garantindo quali- dade de vida sem destruir os recursos naturais, com responsabilidades para as gerações futuras. Já na visão de Sachs (1986) trata-se de um projeto de civilização evocando melhor estilo de vida respeitando o ambiente em visão de um futuro melhor, agregando o socioeconômico com o ecológico sobre a ótica da pedagogia so- cial. Em contra resposta os autores Scotto, Carvalho e Guimarães (2010, p. 24) apresentam seu ponto de vista dizendo que: “o ecodesenvolvimento buscava superar a polarização do debate, que oscilava entre a defesa do desenvolvi- mento sem limites e uma visão catastrófica sobre os limites do crescimento”. Ou seja, fundamentam-se em alcançar o crescimento social e econômico de PÁGINA 10 forma a preservar o ambiente e garantir mais qualidade de vida. Na Conferência de Estocolmo foram discutidos diversos assuntos de interes- se ambiental levantando a necessidade de buscar novas formas de produzir. Foram propostos novos conceitos como o do Ecodesenvolvimento, uma nova visão das relações entre o meio ambiente e o desenvolvimento; gerados e cria- dos novos importantes programas como o das Nações Unidas para o Meio Am- biente (PNUMA); gerados documentos da relevância da Declaração sobre o Ambiente Humano, uma afirmação de princípios de comportamento e respon- sabilidade que deveriam governar as decisões relativas à área ambiental e o Plano de Ação Mundial, uma convocação à cooperação internacional para a busca de soluções para os problemas ambientais. Além disso, também cons- tituiu o dia Mundial do Meio Ambiente, a ser comemorado no dia 05 de junho de cada ano. A partir dela, a atenção mundial foi direcionada para as questões ambientais, especialmente para a degradação ambiental e a poluição interfron- teiras, popularizando o conceito da dispersão, de grande importância para evi- denciar o fato de que a poluição não reconhece limites políticos ou geográficos e afeta países, regiões e pessoas para muito além do ponto em que foi gerada. Os Estados Unidos (EUA) por sua vez optaram por reduzir suas atividades in- dustriais, em consequência de ajudar a retroceder a toda poluição que causa- ram. De outro lado na mesma época a China teve um alto índice de poluição, devido ao elevado número de exportações que tinha como principal cliente os Americanos (CARVALHO e CATERMOL, 2009). 2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL O termo Desenvolvimento Sustentável foi uma transição do ecodesenvolvimen- to, a partir de anos de pesquisa em torno da problemática ambiental e dos prin- cipais condicionantes da insustentabilidade gerada a partir do desenvolvimento. Esse conceito foi firmado na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Am- biente e Desenvolvimento “Rio 92” através da Agenda 21, documento que foi estabelecido nesta conferência (SCOTTO; CARVALHO; GUIMARÃES, 2010). De acordo com Todt (2006) A agenda 21 idealizava o planejamento da união global dos países para construir um ciclo equilibrado e satisfatório de desenvol- vimento. Em 1983, por decisão da Assembleia Geral da ONU, foi criada a Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento – CMMAD, também conhecida como Comissão de Brundtland em homenagem a primeira ministra Gro Harlem Brundtland, que presidiu o encontro, que tinha como objetivo analisar a interfa- ce entre a questão ambiental e o desenvolvimento e propor um plano de ações. Essa Comissão, circulou o mundo e encerrou seus trabalhos em 1987, com um PÁGINA 11 relatório chamado “Nosso Futuro Comum”, também conhecido como Relató- rio de Brundtland, publicado em 1987 na Inglaterra, e em 1988 no Brasil, pela Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro. É nesse relatório que se encontra a definição de desenvolvimento sustentável mais aceita e difundida em todo o Planeta: “Desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras satisfaze- rem suas próprias necessidades” (SCOTTO; CARVALHO; GUIMARÃES, 2010). O Relatório de Brundtland contém informações de três anos de pesquisas, des- tacando assuntos sociais: como o uso da terra, suprimento de água, ocupa- ção e crescimento urbano. Este documento aborda também questões relativas a pobreza generalizada instruindo que no desenvolver das cidades deve-se privilegiar a todos oportunizando condições para melhorar a qualidade de vida (BARBOSA, 2008). De acordo com a definição de desenvolvimento sustentável proposta pelo Rela- tório de Brundtland, é possível conciliar o desenvolvimento socioeconômico de forma planejada e em harmonia com o meio ambiente, de forma que não com- prometa a capacidade de suprir as necessidades das futuras gerações. Ainda neste contexto Barbosa (2008, p.2) diz que: O conceito de desenvolvimento sustentável foi firmado na Agenda 21, documento desenvolvido na Conferência “Rio 92”, e incorporado em outras agendas mundiais de desen- volvimento e de direitos humanos, mas o conceito ainda está em construção segundo a maioria dos autores que es- crevem sobre o tema [...]. Ainda que tenha chamado atenção por abranger questões sócio ambientais, este conceito foi amplamente criticado por relatar que fatores como descontrole populacional e a pobreza dos países em desenvolvimento, foram os principais condicionantes para a insustentabilidade, esquecendo a poluição causada pe- los países desenvolvidos nos últimos anos (BARBOSA, 2008). A questão am- biental é um campo de ação política e econômica, inscrevendo-se nas grandes mudanças produtivas e de consumo contemporâneas. PÁGINA 12 3 SUSTENTABILIDADE O conceito de sustentabilidade ficou conhecido em meados da década de 80 quando foi usado para qualificar o desenvolvimento mundial, mas ainda assim, era ridicularizado por determinar que os recursos naturais eram finitos e que a humanidade estava levando o mundo a uma carência ambiental. Sua legiti- mação aconteceu na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD, oficialmente denominada de “Conferência de Cúpula da Terra” e informalmente de Eco-92 ou Rio-92, foi realizadano Rio de Janeiro entre 03 e 14 de junho e mesmo com forte apoio ainda era questio- nado pelo fato de acharem que essa conceitualização demandaria suas pró- prias prioridades sociais (VEIGA, 2010). A Conferência aprovou cinco acordos oficiais internacionais: a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvol- vimento; a Declaração de Florestas; a Convenção-Quadro sobre Mudanças Climáticas; a Convenção sobre Diversidade Biológica e a Agenda 21, um do- cumento que propunha novos modelos políticos para o mundo em busca do desenvolvimento sustentável. Após muitos anos, o conceito de sustentabilidade ainda é questionado por aqueles que buscam continuidade e durabilidade em sua teoria, mesmo saben- do que estudos relacionados ao meio ambiente sofrem alterações mutuas devi- do à gravidade da situação ambiental. A fim de complementar esse pensamen- to Veiga (2010, p.12) afirma que: Com isso, aumentou muito a queixa dos que acham que essa noção já deveria ter alguma definição precisa. Toda- via, é preciso perguntar, a quem assim pensa, se existe, por exemplo, definição precisa de “Justiça”. É uma noção incomparavelmente mais antiga e nem por isso menos controversa. Mesmo que não seja difícil concordar sobre o que é injusto, ocorre o inverso ao se tentar definir o que é justiça. Contudo percebe-se que é fácil concordar com práticas irregulares, mas sem- pre a resistência em se apoiar em definições justas. Isto é, conceitos como sus- tentabilidade jamais terão definições claras para que seu entendimento seja aceito por todos. Ainda na linha de pensamento do autor supracitado Veiga, (2010, p.13) afirma que: Tome-se por exemplo, a noção de felicidade. Pode ser unânime o entendimento dos motivos que fazem infeliz quem é deixado por um ente querido ou quem é jogado no desemprego. Mas nada disso permite que exista o menor acordo quando se tenta definir felicidade. PÁGINA 13 Por fim, conceitos de grande relevância e que tratam de novos valores, são im- possibilitados de serem definidos claramente. 4 SUSTENTABILIDADE E EMISSÃO DE GASES POLUENTES Atualmente nota-se um cenário de grande complexidade, de um lado observa- -se a expansão necessária para o crescimento urbano e econômico, e de outro tem-se uma vasta cadeia de recursos naturais quase esgotado. As temperatu- ras estão elevadas e os índices de retrocesso caminham lento demais o que culmina nas consequências sofridas com os efeitos do aquecimento global. Esse aumento gradativo das temperaturas é mais uma das consequências ge- radas pelo homem em sua incessante busca por crescimento. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (2016) o aquecimento global, é uma consequência das alterações climáticas ocorridas no planeta, ou seja, é o aumento da temperatura da terra e dos oceanos. Esse incidente acontece a partir da emissão de gases poluentes na atmosfera que pode ser através da queima de combustíveis fósseis, tratamento inadequado de lixo, queimadas e desmatamento. As emissões de gases de efeito estufa ocorrem praticamente em todas as ati- vidades humanas e setores da economia, na agricultura, pecuária, transporte, tratamento de resíduos sólidos, florestas e nas indústrias (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2016). 5 EFEITO ESTUFA A atmosfera terrestre é constituída pelos gases nitrogênio (N2) e oxigênio (O2), que somam cerca de 99%, e por gases traços, entre eles o gás carbôni- co (CO2), vapor de água (H2O), metano (CH4), ozônio (O3) e o óxido nitroso (N2O), que compõem o restante 1% do ar que respiramos. Os gases traços, por apresentarem por pelo menos três átomos em sua constituição, conseguem absorver o calor irradiado pela Terra, aquecendo o planeta. Esse fenômeno na- tural, que acontece há bilhões de anos, é chamado de efeito estufa. A partir da Revolução Industrial (século XIX), a concentração de gases traços na atmosfe- ra, em particular o CO2, tem aumentado drasticamente, intensificando o efeito estufa que resulta no aumento da temperatura em escala global. No entanto, outro fator que se tornou diretamente ligado no aumento da concentração de CO2 na atmosfera é o desmatamento. PÁGINA 14 6 PROTOCOLO DE KYOTO O Protocolo de Kyoto é um tratado complementar à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que estabelece metas de redução de gases poluentes para os países industrializados. Foi firmado em 1997, baseado nos princípios do Tratado da ONU sobre Mudanças Climáticas, de 1992, com o objetivo de reduzir a emissão de gases que causam o efeito estufa e conse- quentemente o aquecimento global. Como já mencionado, criado em 1997, o Protocolo entrou em vigor no dia 16 de fevereiro de 2005, logo após o atender às condições que exigiam a ratifica- ção por, no mínimo, 55% do total de países-membros da Convenção e que fos- sem responsáveis por, pelo menos, 55% do total das emissões de 1990. Durante o primeiro período de compromisso, entre 2008 a 2012, 37 países industrializados e a Comunidade Europeia se comprometeram em reduzir as emissões de gases de efeito estufa para uma média de 5% em relação aos ní- veis de 1990. No segundo período de compromisso, as Partes se compromete- ram em reduzir as emissões em pelo menos 18% abaixo dos níveis de 1990 no período de oito anos, entre 2013 a 2020. Cada país negociou sua própria meta de redução de emissões em função da sua visão sobre a capacidade de atingi- -la no período considerado. O Brasil ratificou o documento em 23 de agosto de 2002, tendo sua aprova- ção interna dada por meio do Decreto Legislativo nº 144 de 2002. Somente os Estados Unidos entre os principais países emissores de gases de efeito estu- fa, não ratificou o Protocolo. No entanto, continuaram com responsabilidades e obrigações atribuídas pela Convenção. 7 SUSTENTABILIDADE E SUAS DIMENSÕES A busca pela ecoeficiência tem os mais diferentes objetivos, mas, todos eles, se resumem a um objetivo em comum: garantir a utilização dos recursos na- turais, resultado alcançado através da interação das três variáveis do tripé da sustentabilidade, atuando de forma economicamente viável, socialmente justa e ambiente vivível (Figura 1), existindo assim uma conciliação entre o desen- volvimento econômico e o meio ambiente. PÁGINA 15 SAIBA MAIS REFLITA Figura 1. Sustentabilidade e as suas dimensões Fonte: Adaptado de Alledi Filho et al. (2003, p. 12). Você sabia que “A Agenda 21 reúne o conjunto mais amplo de premissas e re- comendações sobre como as nações devem agir para alterar seu vetor de de- senvolvimento em favor de modelos sustentáveis e a iniciarem seus programas de sustentabilidade.” Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente, do Governo de Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto como escreveu a jornalista Liana John (2004), o homem não precisa deixar a cidade, nem regredir para um tempo sem conforto ou tecnologia para voltar a fazer parte da natureza. Ele precisa repensar suas ações, con- siderar as consequências de cada uma delas sobre o am- biente e os outros seres vivos. E usar o conhecimento em benefício do bem comum. PÁGINA 16 CONSIDERAÇÕES FINAIS O desenvolvimento sustentável juntamente com a política ambiental pode ser alcançado se, as diversas dimensões da vida humana em sociedade forem in- corporadas, o que inclui as dimensões sociais, ambientais, políticas e econômi- cas. Deve existir um planejamento que busque o princípio da sustentabilidade, ou seja, que forneça as bases sólidas para um estilo de desenvolvimento humano que permite a preservação da qualidade de vida da espécie no planeta. A di- mensão ambiental deve, dessa forma, integrar de maneira relevante a política de desenvolvimento das nações em geral. A partir do momento em que ocor- re a aceitação da perspectiva ambiental significa reconhecer que todos os pro- cessos de ajuste setorial e de crescimento estão condicionados pelo entorno biofísico local, nacional e global, devendo, portanto, ser combinada com outras perspectivas baseadas na preocupação com os direitos humanos, com os va- loresda autonomia nacional e da identidade cultural dos povos em questão e com o meio ambiente. PÁGINA 17 MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO FILME • Título. Desenvolvimento Sustentável. • Autor. SCOTTO, Gabriela. Carvalho, Isabel Cristina de Moura, Guimarães, Leandro Belinaso. • Editora. Vozes • Sinopse Uma questão atual, uma necessidade do mundo contemporâneo. Este livro possibilita ao leitor, conhecer e se aproximar dos conceitos e ações que envolvem o desenvolvimento sustentável, pois, somen- te a partir do conhecimento e reconhecimento da rele- vância dessas questões, o indivíduo pode se tornar um ator social. • Título. Home • Ano.2009 • Sinopse. Dirigido pelo jornalista, fotógrafo e ambienta- lista Yann Arthus-Bertrand, o filme conta com imagens aéreas monumentais de diversos lugares da Terra. Uma frase marcante do filme, que reflete sua intenção é: “O nosso ecossistema não tem fronteiras. Onde quer que estejamos, as nossas ações terão repercussões”. A narração insere questões ambientais que dialogam com as paisagens: a evolução histórica dos seres hu- manos, a industrialização, a agricultura, a descoberta do petróleo, as extrações de minerais, os hábitos de consumo criados e princi- palmente os impactos que estamos vivendo e viveremos em decorrência disso. Não tem como não refletir sobre sustentabilidade depois de ver Home PÁGINA 18 NA WEB CEBDS • Apresentação do link. O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvol- vimento Sustentável (CEBDS) é uma associação civil sem fins lucrativos que promove o desenvolvimento sustentável por meio da articulação junto aos go- vernos e a sociedade civil, além de divulgar os conceitos e práticas mais atuais do tema. Fundado em 1997 por um grupo de grandes empresários brasileiros, é atento às mudanças e oportunidades que a sustentabilidade trazia, principal- mente a partir da Rio 92. • Link do site. http://cebds.org PÁGINA 19 REFERÊNCIAS ALLEDI FILHO, C. et al. Melhoria Contínua baseada na capacidade de aprendizado da indústria de petróleo: guia visual para implementação do ambiente do conhecimento. Revista Inteligência Empresarial, COPPE/UFRJ, n. 13, 2003. BARBOSA, Gisele Silva. O Desafio do Desenvolvimento Sustentável. Revis- ta Visões 4° edição, N°4, volume 1 – janeiro - junho 2008. CARVALHO, Cecília; CATERMOL, Fabrício. As Relações Econômicas entre China e EUA: Resgate Histórico e Implicações. Revista do BNDES, Rio de Janeiro, v. 16, n. 31, p. 215-252, junho 2009. Ministério do Meio Ambiente. Efeito Estufa e Aquecimento Global. Disponível em http://www.mma.gov.br/informma/item/195-efeito-estufa-e-aquecimento-glo- bal >. Acesso em: 15 de novembro de 2018. Ministério do Meio Ambiente. Efeito Estufa e Aquecimento Global. Disponível em http://www.mma.gov.br/informma/item/195-efeito-estufa-e-aquecimento-glo- bal >. Acesso em: 15 de dezembro de 2018. MONTIBELLER FILHO, Gilberto. Ecodesenvolvimento e Desenvolvimento Sustentável. (1993). Portal da Educação. O Clube de Roma – 1972. 2012. Disponível em: https:// www.portaleducacao.com.br/biologia/artigos/20122/o-clube-de-roma-1972. Acesso em: 24 de novembro 2018. SACHS, Ignacy. Espaços, Tempos e Estratégias do Desenvolvimento. São Paulo: Vértice, 1986. SCOTTO, Gabriela. Carvalho, Isabel Cristina de Moura, Guimarães, Leandro Belinaso. Desenvolvimento Sustentável. Petrópolis, Rio de Janeiro: vozes, 2010. TODT, Roberto. Agenda 21- Ferramenta para a elaboração de políticas pú- blicas de desenvolvimento sustentável. (2006). Trabalho de Conclusão de Estágio, Universidade Federal de Santa Caterina. Florianópolis 2006. VEIGA, José Eli da. Sustentabilidade, A legitimação de um novo valor. 2 ed. São Paulo: Senac, 2010. PÁGINA 20 CAPÍTULO 2 RECURSOS NATURAIS E SUSTENTABILIDADE Professora Doutora Claudinéia Conationi da Silva Franco Objetivos de Aprendizagem: • Descrever sobre as relações entre o uso da energia e o meio ambiente, ressaltando os fatores econômicos e ambientais. • Diferenciar recursos naturais renováveis de não renováveis • Estabelecer a importância dos recursos naturais com os fatores econô- micos e ambientais Plano de Estudo: • Tipos de recursos energéticos disponíveis na natureza. • Classificação dos recursos naturais como renováveis ou não renováveis. • O uso da energia e o meio ambiente. • Fatores econômicos e ambientais. PÁGINA 21 INTRODUÇÃO DA UNIDADE II Nesta unidade, você irá estudar sobre os diferentes tipos de recursos energé- ticos encontrados na natureza, classificando-os como recursos renováveis ou não renováveis. Também faz uma descrição sobre as relações entre o uso da energia e o meio ambiente, discutindo os fatores econômicos e ambientais. É mostrado, também, a utilização sustentável dos recursos naturais, como forma de obtenção de energia buscando a utilização conscientização dos recursos re- nováveis, contribuindo assim para um crescimento econômico socialmente jus- to e ambientalmente correto. Assim, nosso país possui uma grande riqueza no que se refere aos recursos renováveis, o que torna possível manter a característica renovável em longo prazo, como você vai conhecer nesta unidade. PÁGINA 22 1 RECURSOS NATURAIS E RECURSOS ENERGÉTICOS Para o desenvolvimento da sociedade a energia é fundamental, pois em qual- quer que seja o tipo de atividade realizada a energia está envolvida. Se nos primórdios a descoberta do fogo era a única fonte de energia, posteriormente a evolução social e econômica proporcionou o surgimento e a utilização de dife- rentes fontes de energia que foram sendo aprimoradas pela sociedade. Dessa forma, estudar as diferentes formas de obtenção de energia é de crucial impor- tância, mas temos que refletir sobre nossas necessidades, pois do uso incipien- te da energia até a utilização desenfreada dos recursos naturais e energéticos problemas saíram da esfera regional, passando para a global. A revolução industrial transformou o homem “homo sa- piens” em um novo homem, o homem energético, pois com o avanço das conquistas energéticas, mais a humanida- de é dependente e escrava da energia, não conseguindo dispensá-la nas menores atividades. As fontes de energia da natureza estão se esgotando e sua exploração exces- siva está gerando desequilíbrios ambientais muito graves. (BRANCO, 1990, p. 11). Como já mencionado acima nesta unidade, você vai conhecer as diferentes for- mas de energia usadas pelo homem e saber como classificá-las em energia renováveis e não renováveis também conhecidas como matrizes energéticas. Esse conhecimento será de extrema importância para compreender como a energia é fundamental para a sociedade moderna. Conforme menciona Branco (1990, p. 10), O controle de todas as formas de energia deu ao homem um enorme poder sobre a natureza: poder de construir ou de destruir. O progresso que a humanidade experimentou no último século é superior a todo o progresso observado nos cinquenta séculos de história conhecidas da humani- dade. 1.1 Conceituação dos recursos naturais O recurso natural é a fonte de onde origina-se a energia, além da matéria-pri- ma que será transformada em bens pelos processos industriais. Visões con- flitantes na conceituação dos recursos naturais são apresentadas por Suslick, Machado e Ferreira (2005, p. 45), temos dois vieses, um que aborda a questão econômica e que trata de “recursos” às disponibilidades de um bem ma- terial em concentração, seja líquido, gasoso ou sólido, den- tro ou sobre a crosta terrestre, com viabilidade econômi- ca-financeira, e outro que aborda as questões ecológicas PÁGINA 23 denominado “capital natural” imputado aos serviços ecoló- gico e ambientais de uma determinada parcela da natureza presente. De acordo com Suslick, Machado e Ferreira (2005) os recursos naturais reno- váveis, ainda podem ser subdivididos em recursos sem capacidade de arma- zenamento e recursos com capacidade de armazenamento e os recursos natu- rais não-renováveis em recursos de reservas recicláveis e recursos de reservas exauríveis. Suslick, Machadoe Ferreira (2005, p. 103-106) discute que: O debate sobre a disponibilidade dos recursos minerais continua, primeiro sobre a disponibilidade da inovação tec- nológica, continuar indefinidamente a neutralizar os efeitos de custo crescente da exaustão. [...] Os mesmos autores de “Limites do crescimento”, vinte anos mais tarde previ- ram o colapso da civilização, não pela exaustão mineral, mas em razão do prejuízo ambiental resultante da produ- ção e uso dos recursos naturais, em lugar de sua exaus- tão. No entanto é necessário compreendermos que segundo Branco (1990, p. 23): A Terra é uma fábrica gigantesca em perfeito equilíbrio! Condições como seu tamanho e densidade, distância do Sol, composição química permitiram o desenvolvimento de um complexo sistema de captação, transformação, ar- mazenagem e utilização da energia do sol, compondo os Ecossistemas. O funcionamento disso tudo é mantido por um constante fluxo de energia de fontes primárias, como luz e calor provenientes do Sol, proporcionando o surgi- mento de outras formas de energia, como química entre outras que serão dissipadas no ambiente terrestre em for- ma de calor. Infelizmente ainda não dispomos de condições sociais e tecnológicas para aproveitar o grande fluxo de energia disponível no planeta de maneira ecologi- camente correta e mais saudável tanto para o planeta como para o ser huma- no, pois Uma das questões mais sensíveis e levantadas dentro do contexto dos recursos naturais mundiais é por quanto tem- po e sob que condições pode a vida humana permanecer na Terra, com estoques finitos de recursos in situ, incluin- do-se os recursos renováveis, porém, destrutíveis e siste- mas ambientais limitados. (SUSLICK; MACHADO; FER- REIRA, 2005, p. 23). PÁGINA 24 Para compreender a relação de sustentabilidade e recursos naturais, é neces- sário destacar a definição de recursos naturais conforme Suslick, Machado e Ferreira (2005, p. 21): recursos naturais que são fontes de riquezas materiais que existem em estado natural, ou, mais especificamente, são recursos, de fato ou potenciais, fornecidos pela natureza e que podem ser utilizados para gerar riquezas ou bem es- tar. As principais classes de recursos naturais são: As ter- ras agricultáveis, as florestas e seus múltiplos produtos e serviços áreas de terra natural, preservadas para fins es- téticos, de recreação ou científicos, – recursos pesqueiros de água doce e água salgada, – recursos minerais, com os combustíveis minerais, – fontes de energia renovável de sistemas solar, de marés, eólica e de geotermia, – recur- sos hídricos, e – capacidade de assimilação de rejeitos de todas as partes do ambiente. 1.2 Energias renováveis A energia renovável, energia alternativa ou energia limpa são três possíveis no- mes para qualquer energia obtida por meio de recursos naturais que são na- turalmente reabastecidos, como sol, vento, chuva, marés e energia geotérmi- ca, que não geram grandes impactos ambientais negativos. São originadas de ciclos naturais de conversão da radiação solar, fonte primária de quase toda energia disponível na Terra. Por isso, são praticamente inesgotáveis e não al- teram o balanço térmico do planeta. As formas mais conhecidas são: a energia eólica, a energia solar, a biomassa e a hidroenergia, entre outras, utilizadas em menor escala, como geotérmica e hidrogênio. Com potencial, mas ainda pouco aproveitados, segundo Branco (1990, p. 16), 1.3 Energias não renováveis Combustíveis fósseis como o carvão, petróleo e o gás natural são fontes de energia não renováveis, além do urânio, que é a matéria-prima necessária para obter a energia resultante dos processos de fissão ou fusão nuclear. Para se ter uma ideia, as necessidades energéticas do mundo são supridas principalmente a partir das fontes de energias não renováveis, o qual vão se extinguindo com a constante utilização. A partir da revolução industrial segundo Suslick, Machado e Ferreira (2005, p. 28) os principais recursos naturais usados para obtenção de energia passaram por transformação onde houve PÁGINA 25 SAIBA MAIS REFLITA um processo de substituição da matriz energética baseada na força motriz animal para carbono – biomassa vegetal – até que os suprimentos de carvão vegetal tornassem difí- ceis, iniciou-se a transição para carvão mineral. Há cerca de 150 anos este carvão mineral começa a ser substituído por hidrocarbonetos, com maior nível energético, facilidade de transporte e armazenagem. Esta transição não ocorreu pela falta de carvão mineral, mas pelo desempenho econô- mico e pela eficiência energética. Agora em relação a sustentabilidade “uma importante questão está relacionada à compreensão do papel e à importância dos recursos minerais e dos serviços ambientais como fatores em nosso crescimento econômico”. (SUSLICK; MA- CHADO; FERREIRA, 2005, p. 33). O sol é uma fonte de energia renovável no qual a utilização desta energia tan- to como fonte de calor quanto de luz, é uma das alternativas energéticas mais promissoras para enfrentarmos os desafios do novo milênio frente ao desenvol- vimento tecnológico. Segundo Branco (1990, p. 13), O Sol é a grande fonte de energia e vida para a Terra. Ape- sar da grande quantidade de energia gerada pelo sol, ape- nas uma pequena parcela atinge a Terra, embora pequena, ela representa algo em torno de 4 trilhões de Megawats- -hora por dia, ou seja, 30 mil vezes a quantidade de ener- gia produzida e consumida pelos engenhos domésticos, comerciais e industrias de todo mundo. Quase 60% desta energia é devolvida por reflexão ao universo, ou absorvida pela atmosfera, constituindo a energia dos ventos, tufões e tempestades. A insolação do planeta equivale a 5 ou 6 milhões de Itaipu. PÁGINA 26 CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro aluno nesta unidade, você estudou sobre os diferentes tipos de recursos energéticos encontrados na natureza, diferenciando-os como recursos renová- veis ou não renováveis disponíveis atualmente e sua relação integrada com a questão energética. Ainda teve a oportunidade de conhecer os exemplos dos recursos naturais não renováveis, sendo eles o petróleo, carvão, gás natural e combustíveis nucleares e os recursos renováveis ou oriundos de ciclos natu- rais, sendo que as suas formas mais conhecidas são: a energia eólica, a bio- massa, a energia solar e a hidroenergia, além de outras como geotérmica e hidrogênio. Cada um dos tipos de recursos naturais renováveis e não renová- veis mencionados nesta unidade serão discutidos na unidade III como matrizes energéticas. PÁGINA 27 MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO FILME • Título. Desenvolvimento sustentável • Autor. Cynthia Roncaglio et al. • Editora. IESDE • Sinopse Nos dias atuais, a sustentabilidade é um dos temas mais discutidos por pessoas e organizações, devido a grande preocupação existente com as ques- tões ambienteis. Mas afinal, o que é desenvolvimento sustentável? Desenvolvimento Sustentável abrirá no- vos horizontes profissionais para quem deseja refletir sobre o direito ambiental brasileiro e as alternativas para a preservação do meio ambiente, através da abordagem de temas como a gestão participativa, a educação ambiental, entre outros assuntos relevantes. • Título. O Sal da Terra • Ano.2014 • Sinopse. O documentário, dirigido pelo alemão Wim Wenders e pelo brasileiro Juliano Salgado, retrata a trajetória do renomado fotojornalista Sebastião Sal- gado. O fotógrafo se dedicou em sua carreira às questões sociais e ambien- tais. O documentário conta, por meio das sensíveis imagens captadas pelo olhar de Salgado, um pouco da história humana e seu impacto sobre o planeta. Também mostra a faceta exploratória de recursos naturais, a relação de diver- sas civilizações com a natureza e a guerra, além da magnitude da natureza. O filme mostra imagens da série Gênesis, que são o resultado de uma expedi- ção épica redescobrindo montanhas, desertos e oceanos, animais e povos que se mantêm aparentemente intocados da marca da sociedade moderna. Alémdisso, o documentário conta sobre a história do Instituto Terra, de Salgado e sua esposa, que surgiu com o objetivo de recuperar a Mata Atlântica original na antiga fazenda de gado de sua família. O sonho e o projeto expostos no docu- mentário expressam o pensamento de que a destruição da natureza pode ser revertida. O Sal da Terra, apesar de ser um documentário, é uma ótima indica- ção para quem está buscando filmes sobre sustentabilidade. PÁGINA 28 NA WEB Pensamento Verde O Pensamento Verde surgiu com a missão de “informar, conscientizar e promo- ver ações a favor do Meio Ambiente e Sustentabilidade”. O portal é administrado pela empresa Dinâmica Ambiental, que nasceu com o objetivo de criar negócios na web que contribuam com o dia a dia das pessoas e empresas da sociedade brasileira. “Meio Ambiente” e “Sustentabilidade” são assuntos que merecem atenção de todos, e o Pensamento Verde leva muito a sério a abordagem desses temas e visa a melhoria da qualidade de vida do ecossistema, humanidade e das futu- ras gerações. Faça parte de um futuro melhor, divulgue essa ideia: Pense Verde você tam- bém! • Link do site. https://www.pensamentoverde.com.br/ PÁGINA 29 REFERÊNCIAS BRANCO, Samuel Murgel. Energia e meio ambiente. São Paulo: Moderna, 1990. SCOTTO, Gabriela; CARVALHO, Isabel Cristina De Moura; GUIMARAES, Leandro Belinaso. Desenvolvimento sustentável. Rio De Janeiro: Vozes, 2010. SUSLICK, Saul B.; MACHADO, Iran F.; FERREIRA, Doneivan F. Recursos mi- nerais e sustentabilidade. Campinas: Komedi, 2005. PÁGINA 30 CAPÍTULO 3 MATRIZES ENERGÉTICAS Professora Doutora Claudinéia Conationi da Silva Franco Objetivos de Aprendizagem: • Conceituar e contextualizar Matriz Energética • Compreender os diferentes tipos de fontes energéticas • Estabelecer a importância socioeconômica e ambiental das Matrizes Energéticas Plano de Estudo: • Matrizes Energéticas • Recursos não renováveis: Petróleo, Carvão, Gás Natural e Energia Nu- clear. • Recursos renováveis: Energia solar fotovoltaica, Energia Eólica, Biomas- sa, Usinas hidrelétricas ou Hidroenergia. PÁGINA 31 INTRODUÇÃO DA UNIDADE III Caro aluno (a) nesta unidade, você irá estudar sobre os diferentes tipos de Ma-trizes Energéticas disponíveis na natureza, classificando-as como recursos re-nováveis ou não renováveis. Também será mostrado a utilização sustentável dos recursos naturais, como forma de obtenção de energia buscando a cons-ciente utilização dos recursos renováveis, contribuindo assim para um cresci-mento econômico socialmente justo e ambientalmente correto. Além disso, está unidade busca despertar um maior interesse sobre os processos e tecnologias envolvidos na geração, transmissão e distribuição de energias limpas, visando contribuir para um desenvolvimento sustentável em nosso país. Assim, nosso país possui uma grande riqueza no que se refere aos recursos renováveis, o que torna possível manter a característica renovável em longo prazo, como você vai conhecer nesta unidade. PÁGINA 32 1 MATRIZES ENERGÉTICAS A matriz energética é um conjunto de fontes de energia que oferece para os mais diferentes setores comerciais, industriais e residenciais, energia que pode ser captada, distribuída e utilizada para os mais diversos fins. A matriz repre- senta a quantidade de energia disponível em um país, podendo a origem dessa energia ser de fontes renováveis ou não renováveis. Em sua maioria, a matriz energética mundial é composta por fontes não reno- váveis – representada pelos combustíveis fósseis como petróleo, carvão mine- ral e gás natural, que ainda constituem grande parte da energia utilizada em todo o mundo. As fontes renováveis ainda representam a menor parcela da produção energé- tica no Brasil. De toda a energia produzida e utilizada no país 38,4% da energia produzida e utilizada vem do petróleo e seus derivados, 9,3% de gás natural, carvão mineral e xisto, 15% de hidrelétricas e 29,7% das fontes renováveis. Além das fontes de energia serem classificadas em renováveis e não renová- veis também podem ser classificadas em primárias e secundárias. A primeira divisão refere-se à capacidade de recomposição de uma dada fonte energéti- ca, enquanto a segunda está relacionada com a forma pela qual é encontrada e transformada pelo homem, ou seja, refere-se à forma de utilização de uma fonte de energia, e não às suas características em si mesmas. Por exemplo o petróleo é um recurso não renovável, classificado como fonte primária, no entanto, quando ele é refinado antes de ser utilizado e transformado em ou- tros elementos, como a gasolina e o diesel, se torna um recurso secundá- rio. Já a energia solar, é uma fonte primária, pois é utilizada diretamente pelo ser humano, sem passar por nenhum processo. Por isso, nem toda fonte de energia primária é renovável. 1.1 Petróleo O petróleo é um líquido oleoso, inflamável, menos densa do que a água, que apresenta cheiro característico, e de cor que varia entre negro ao castanho es- curo, composto basicamente de hidrocarbonetos. É um combustível de origem fóssil, formado pelo processo de decomposição da matéria orgânica, que ocor- re por centenas de milhões de anos em algumas zonas do subsolo da Terra. Temos como exemplo, restos de organismos marinhos e vegetais em ambiente com pouca oxigenação. Na natureza, encontram-se nos poros das rochas, cha- madas de rochas reservatórios, que são compostas por grandes quantidades de carbono, cuja permeabilidade permite a sua produção. Por meio de algu- mas técnicas como: craqueamento térmico, craqueamento catalítico, destilação e alquilação, o petróleo é refinado, dando origem a diversas outras substâncias PÁGINA 33 como: gasolina, diesel combustível de aviação, lubrificantes, plásticos parafina, produtos asfálticos, nafta petroquímica, querosene, solventes, fertilizantes, me- dicamentos, tintas e tecidos. Grande quantidade de dióxido de carbono além dos óxidos de enxofre são li- berados na atmosfera quando ocorre a queima dos combustíveis derivados do petróleo, causando assim a poluição do ar atmosférico, intensificando o efeito estufa e consequentemente o aquecimento global que provoca o derretimento das calotas polares. Quando ocorre a queima na presença de pouca quantida- de de oxigênio, o resultado é a liberação de monóxido de carbono. Caso não haja oxigênio, ocorre liberação de carbono na forma de fuligem. As reservas de petróleo são localizadas em regiões profundas da plataforma continental. Da área de extração até chegar nas refinarias e ser levado para os postos de distribuição e venda dos produtos, o transporte é realizado através de navios, dutos e caminhões. Se ocorrer um acidente em umas das fases su- pracitadas desde a extração até a entrega do produto final, a degradação am- biental é muito grande. Além disso, o petróleo é uma fonte de energia não reno- vável, por isso a preocupação em desenvolver novas tecnologias com o uso de outras fontes energéticas. Nos dias atuais os combustíveis derivados a partir do petróleo são as formas mais utilizadas para gerar energia, sendo usadas para mover desde motores de automóveis e até na geração de eletricidade nas usinas termoelétricas. 1.2 Carvão O carvão mineral é uma das fontes de energia não renováveis mais abundan- tes, mas também uma das mais poluentes. Formados a partir do soterramento e decomposição de restos materiais de origem vegetal, que com o passar do tempo, esses materiais, ao sofrerem soterramento e compactação em bacias de deposição, apresentam enriquecimento no teor de carbono. Fatores exter- nos, como temperatura, pressão e tempo de exposição, determinam o grau de carbonificação desses combustíveis. No decorrer desse período de modifica- ções, existe perda de oxigênio e água, associado ao enriquecimento do carbo- no. “O carvão mineral, embora utilizado como combustível em Gales, na Grã-Bre- tanha, desde o segundo milênio a.C., só começou a ser minerado de forma mais ou menos sistemática na Europa, por voltado séc. XIII [...]” (TURATTI e EGERT, 2011. p. 26). Na América a primeira mina comercial de carvão foi aberta em Richmond, nos Estados Unidos em 1745. A revolução industrial levou ao aumento da utilização PÁGINA 34 do minério, que só reduziu no século XX, quando o petróleo passou a ser utili- zado como combustível. Já no Brasil, a mineração iniciou-se 1795, quando técnicos ingleses, enquanto construíam ferrovias descobriram jazidas na região do baixo Jacuí – Rio Gran- de do Sul. No Brasil as maiores reservas nacionais de carvão são encontradas na região sul do país. As jazidas de melhor qualidade são encontradas em San- ta Catarina, que propiciam ao estado a posição de líder no ranking de produção de carvão mineral. 1.3 Gás natural O Gás natural é uma energia de origem fóssil, portanto, não renovável, deriva- do da decomposição da matéria orgânica presente no interior da crosta terres- tre, acumulada nas camadas mais profundas do subsolo, propagada em rochas porosas. O gás natural pode ser explorado associado à exploração de petróleo ou pode partir de jazidas produtoras exclusivas. Sua descoberta no Brasil, as- sim como no mundo veio associado ao petróleo. Dos combustíveis fósseis é o mais barato e menos poluente, no entanto, de mais difícil extração. É um gás mais leve que o ar, inodoro, incolor e atóxico. A utilização do gás natural no Brasil iniciou-se a partir de 1942, quando foi des- coberto o campo de Aratu e Itaparica - Bahia. Já em 1962, inicia-se a instala- ção da planta de gás natural em Catu, com a finalidade de obtenção do líquido de gás natural, e outra unidade na refinaria de Mataripe, com o mesmo objeti- vo. O ano de 1975 foi caracterizado pela descoberta de jazidas na plataforma continental de Sergipe e pela consolidação do polo petroquímico de Camaçari Bahia. Quase 30% da energia consumida na Terra é obtida a partir do gás natural, sendo superado apenas pelo carvão e petróleo. Na Holanda, por exemplo, o gás natural chega a representar 50% do suprimento energético. PÁGINA 35 1.4 Energia nuclear A energia nuclear consiste na produção de eletricidade a partir da modificação da composição de núcleos atômicos de alguns elementos, ou seja, a partir do processo de fissão nuclear, ocorre liberação de uma grande quantidade de ca- lor (energia térmica), gerando eletricidade, em usinas de vários países do mun- do além de ser a força que arma a bomba atômica, a bomba de hidrogênio e outras armas nucleares. A energia nuclear é uma das fontes mais limpas de energia, pois não emite gases poluentes na atmosfera. Em alguns países da Europa esse tipo de ener- gia fornece mais da metade da energia elétrica usada, o grande problema é o destino final do lixo radioativo que é gerado, que permanece ativo durante muito tempo, representando uma ameaça para o meio ambiente. Além disso, a instalação de uma usina nuclear requer muito investimento e o preço da desa- tivação é dez vezes maior do que um reator novo. No entanto, para desativar uma usina nuclear também é necessário muito dinheiro, pois é preciso isolar os materiais radioativos e os riscos de acidentes e contaminação gerados pelo lixo radioativo são muito grandes. Em 1986, houve o acidente em Chernobyl, na Ucrânia, que matou cerca de 30 mil pessoas. Hoje, em consequência desse acidente os ucranianos enfrentam altos índices de câncer e mutações. A primeira usina nuclear implantada no Brasil foi em 1972, nomeada como An- gra I, mais conhecida como “vaga-lume” por causa do fornecimento de energia constantemente interrompido. Somente em 2000 Angra II recebeu seus equipa- mentos, 25 anos após o acordo de compra com a Alemanha. Para Angra III, já foram investidos em equipamentos 750 milhões de dólares, mas sua constru- ção foi prorrogada por falta de recursos e por motivos de críticas ao programa nuclear (em comparação com a ineficiência de Angra I. Interessada em finan- ciar o término de Angra III, a França fez um acordo com o Brasil de cooperação para uso pacífico, porém, apenas em 2004 um grupo de trabalho começou a estudar a viabilidade técnica, econômica e social dessa obra. 1.4.1 Energia solar fotovoltaica A energia fotovoltaica é a captação e o aproveitamento da energia proveniente do sol. Essa energia é captada por painéis solares, formados por células foto- voltaicas, e, em seguida, transformada em energia elétrica ou mecânica. A geração de energia elétrica através dos sistemas fotovoltaicos apresenta emissão mínima de dióxido de carbono. No entanto até o momento, o investi- mento necessário para sua implantação é um pouco alto, o que desestimula os PÁGINA 36 interessados. Atualmente, essa fonte de energia é usada em locais distantes das linhas de transmissão e distribuição de eletricidade, pois os investimentos para trazer a rede elétrica até fazendas por exemplo são equivalentes à instalação das placas de coleta de energia solar. Algumas casas e edifícios também já adota- ram esse sistema, pois produzindo a energia utilizada, essas construções têm autonomia energética. Em Israel, o uso de energia solar é obrigatório e faz par- te do projeto de construção de casas. 1.4.2 Energia Eólica O vento é um recurso natural renovável capaz de gerar energia de uma forma totalmente limpa. Em regiões brasileiras a capacidade geradora das usinas eó- licas em que a velocidade dos ventos apresenta média anual de 8 metros por segundo, chega a 40%, sendo que no litoral nordestino essa capacidade chega a 60%. O Brasil apesar de ter um território vasto com ótimo potencial de geração de energia elétrica utilizando o vento, como já mencionado acima, é um país que ainda produz pouca energia a partir desta fonte (em comparação com outras fontes), embora a exploração desta fonte renovável tenha crescido nos últimos anos. Atualmente, o Brasil possui capacidade instalada de geração de 13,01 gi- gawatts (GW), (em fevereiro de 2018), correspondendo a cerca de 8% de parti- cipação na matriz elétrica nacional. Segundo dados de fevereiro de 2018, exis- tem 518 parques eólicos e cerca de 6.600 aerogeradores (turbinas eólicas) em todo território nacional, números estes que crescem a cada ano. Atualmente, a energia eólica gerada no Brasil, pode abastecer em torno de 24 milhões de re- sidências. Os estados brasileiros que possuem a maior quantidade de parques eólicos são: Rio Grande do Norte (137), Bahia (100), Rio Grande do Sul (80) e Ceará (75). De acordo com especialistas, em 2020, o Brasil possuirá capacidade de geração de energia eólica de 17 GW. Em nosso país, os períodos mais secos coincidem com os períodos de mais vento, ou seja, quando os reservatórios das hidrelétricas ficam com menor ca- pacidade, as usinas eólicas passam a produzir mais energia. No Nordeste num dia com boa quantidade de ventos, cerca de 55% da energia consumida tem como origem os parques eólicos da região. Com a grande demanda de energia no mundo associado ao desenvolvimento sustentável, o aproveitamento dos ventos é uma alternativa que deve ser ex- plorada, o que faz esse tipo de tecnologia crescer em todo o mundo, cerca de PÁGINA 37 40% ao ano, com os avanços tecnológicos e a redução dos custos desse tipo de energia. 1.4.3 Biomassa A biomassa nada mais é do que a matéria orgânica, de origem vegetal ou ani- mal, que pode ser usada na produção de energia. Sua utilização como com- bustível pode ser feita a partir de forma primária ou de seus derivados como: excrementos animais, resíduos florestais, madeira bruta, carvão vegetal, álcool, óleos vegetal ou animal, biogás, gaseificação de madeira, entre outros. As biomassas mais utilizadas são o bagaço da cana-de-açúcar, galhos e folhas de árvores, papéis, papelão e a lenha que já representou 40% da produção energética primária no Brasil. Sendo ela o principal elemento de diversos novos tipos de combustíveis e fontes de energia, como o biogás e o biodiesel. A biomassa é considerada um recurso renovável porque toda energia obtida a partir dela é provenientede processos biológicos que aproveitaram a energia solar, ou seja, significa o aproveitamento da energia solar, que foi anteriormen- te utilizada na fixação do carbono através da fotossíntese, para gerar novamen- te energia, e que se não aproveitada pelos humanos, retorna ao ambiente por meio da digestão e da putrefação das plantas. Uma outra vantagem na utilização da energia proveniente da biomassa é a se- melhança entre os motores com utilização de biomassa e os que utilizam ener- gias fósseis, no qual a substituição das formas de obtenção de energia não te- ria impacto tão grande na indústria automobilística. Além disso, a biomassa se destaca pela alta densidade energética e pelas facilidades de armazenamento, conversão e transporte. O biodiesel também é uma outra forma de aproveitamento energético a partir da biomassa. É caracterizado por uma mistura de diesel comum, derivado do petróleo, com óleos de origem vegetal como: mamona, amendoim, girassol, se- mentes de algodão e de colza, além de plantas brasileiras como a andiroba, o babaçu e o dendê. No entanto, o problema da utilização biomassa é que sua queima também gera dióxido de carbono, que é liberado para a atmosfera, porém com a vantagem de não liberar o enxofre, que é liberado na queima dos combustíveis derivados do petróleo. As plantações de cana-de-açúcar também apresentam alguns im- pactos ambientais relacionados a ela, como, o uso extensivo do solo, necessi- dade de fertilizantes, além da utilização da mão de obra infantil. PÁGINA 38 1.4.4 Usinas hidrelétricas ou Hidroenergia A geração de eletricidade a partir das usinas hidrelétricas no Brasil é responsável pela maior parte da energia consumida no país, isso devido à grande quantidade de rios. A usina Itaipu é a maior usina hidrelétrica do mundo em geração de energia. A binacional está localizada no Rio Paraná, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, sendo um empreendimento conjunto entre esses dois países. Aparentemente o uso da água para geração de energia não causa problemas de poluição. No entanto, a construção de uma usina hidrelétrica provoca sérios problemas sociais e ambientais. O represamento do rio causa o alagamento de uma grande área ocupada por vegetação nativa, plantações, afetando a vege- tação, a fauna (criação de animais), expulsando os moradores locais, ou seja, a populações ribeirinhas. Segundo Silva e Silva (2016, p. 106): No Brasil, a construção da hidrelétrica de Balbina, no Rio Uatumã, próximo à capital Manaus, foi um desastre. Sua barragem inundou 2 360 quilômetros quadrados de flores- ta, mas hoje 30% de sua extensão tem apenas um palmo de profundidade. A produção dessa usina não é suficien- te para abastecer Manaus e sua produção cai de 250 para 100 megawatts na estação seca. De acordo com a WWF-Brasil (World Wide Fund for Nature - Fundo Mundial para a Natureza), o atual cenário de hidrelétricas existentes no país pode pas- sar a produzir mais energia através da troca de turbinas e modernização das próprias instalações existentes, sem a necessidade de construir novas usinas, pois o número usinas hidrelétricas existente é suficiente. Atualmente a produção de energia pelas usinas hidrelétricas no Brasil é de 60 a 70% e o restante é proveniente de usinas eólicas, termoelétricas e nucleares. PÁGINA 39 SAIBA MAIS REFLITA Em janeiro de 2000, o rompimento de um duto no Rio de Janeiro provocou o lançamento de 4 mil toneladas de óleo na Baía de Guanabara, e para recupe- rar o ecossistema foram necessários cerca de dez anos. No mesmo ano, um outro acidente acontece no Paraná, lançando mais de 4 milhões de litros de óleo no Rio Iguaçu. Em abril de 2001, houve um acidente na plataforma maríti- ma P-7, no Rio de Janeiro, que lançou no mar 26 mil litros de óleo. Um mês de- pois desse acidente, a plataforma P-36, uma das mais modernas em alto-mar, é destruída por explosões de seus dutos e a estrutura de 34 mil toneladas vai para o fundo do mar. O resultado desse acidente foi uma mancha de óleo de 60 quilômetros quadrados. O carvão mineral não é o mesmo utilizado para fazer o churrasco; aquele é o carvão vegetal. Ele é uma substância obtida a partir da queima ou carboniza- ção de madeira, utilizada como combustível de aquecedores, lareira, churras- queiras e fogões a lenha, além de abastecer alguns setores industriais, como as siderúrgicas. Pesquisas na área de energias renováveis/biomassa estão sendo desenvolvi- das sobre a síntese de biodiesel a partir de gorduras residuais de animais, bem como óleos de frituras. Você sabia que a, a barragem de Três Gargantas na China, maior barragem do mundo, provocou a relocação de 1 milhão de pessoas? Segundo Silva e Silva (2016, p. 106): As fontes renováveis ainda são uma pequena parcela da matriz energética do Brasil. Para que elas passem a repre- sentar uma maior quantidade na geração de energia no país, Roberto Zilles, professor do programa de pós-gradu- ação em energia da USP, dá a dica: “criação de legislação que exija de cada concessionária a comercialização de um percentual mínimo anual de energia elétrica proveniente de fontes renováveis. Esse percentual estará associado ao volume total de energia elétrica comercializado, onerando assim equitativamente cada concessionária. Essa lei cria- ria os Créditos de Comercialização de Energias Renová- veis – CCER que podem ser negociados entre concessio- nárias para fins de cumprimento das metas”. PÁGINA 40 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do exposto acima pode se considerar as fontes renováveis uma forma de aumentar o acesso e a produção de eletricidade, gerar empregos, descen- tralizar a geração elétrica e consequentemente reduzir os impactos ambientais. Diante do cenário atual é crescente percepção que a substituição de carvão, petróleo, gás e da energia nuclear são pré-requisitos para o crescimento eco- nômico sustentável, considerando-se o aumento de exigências no abasteci- mento e o provável esgotamento desses recursos classificados como não re- nováveis. É necessário concordar que sem um incentivo inicial, as fontes de energia renováveis não terão um espaço em um mercado energético tão com- petitivo, pois o uso matizes não renováveis ainda é mais barato. No entanto, o interessante é que a redução dos custos está deixando as energias renováveis cada vez mais competitivas. O Brasil tem um potencial eólico muito superior à Alemanha, campeã mundial de energia eólica. No Sul e no litoral brasileiro, as zonas climáticas são pro- pícias ao aproveitamento dessa energia. Além disso, a demanda industrial de energia é considerável. Essas considerações valem também para o aproveita- mento da energia solar no território brasileiro. PÁGINA 41 MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO FILME • Título. Fontes Energéticas de Energia e Eficiência Energética: opção para uma política energética susten- tável no Brasil. • Autor. ORTIZ, Lúcia Schild (Org.). • Editora. Fundação Heinrich Böll/Coalizão Rios Vivos • Sinopse. O livro documenta o Seminário Internacional, de mes- mo título, que aconteceu em 2002 na capital brasileira. O acontecimento reuniu pesquisadores, representantes da indústria de energia, ambientalistas, líderes de mo- vimentos sociais, sindicalistas, membros de cooperati- vas de eletrificação rural e parlamentares no intuito de ampliar e descentralizar o debate sobre a matriz energética brasileira. • Título. “Futuro energético” • Ano. 2010 • Sinopse. A geração de energia a partir de combustíveis fósseis é uma realidade que deve mudar. Além dos impactos negativos promovidos pelos gases do efeito estufa, as reservas de petróleo já mostram sinais de escassez diante da alta demanda energética mundial. Existe uma urgência sobre a definição de novos cami- nhos e a busca por novas alternativas quando se trata de matriz energética, e esse cenário é amplamente explorado pelo documentário “Futuro Energético” (Powering the Future – The Energy Planet, 2010), produzido pelo Discovery HD Showcase. No documentário, são descritasas principais alternativas de fon- tes para geração de energia: eólica, solar, hidrelétricas e energia geotérmica. Apresentado pelo cientista cinegalês M. Sanjayan, da organização The Nature Conservancy e com participação do físico Michio Katu, da City College of New York, o documentário traz um cenário de desequilíbrio e inconsistência entre o consumo e a geração de energia e busca promover uma reflexão sobre o estilo de vida extrativista do planeta e a importância da diversificação das fontes de energia. PÁGINA 42 NA WEB WEB. Pensamento Verde O Pensamento Verde surgiu com a missão de “informar, conscientizar e promo- ver ações a favor do Meio Ambiente e Sustentabilidade”. O portal é administra- do pela empresa Dinâmica Ambiental, com o objetivo de criar negócios na web que contribuam com o dia a dia da sociedade brasileira. • Link do site. https://www.pensamentoverde.com.br/ PÁGINA 43 REFERÊNCIAS ORTIZ, Lúcia Schild (Org.). Fontes Energéticas de Energia e Eficiência Energética: opção para uma política energética sustentável no Brasil. Campo Grande: Fundação Heinrich Böll/Coalizão Rios Vivos, 2002. PORTAL BRASIL. Brasil é o quarto país em que energia eólica mais cresce no mundo. Exame, São Paulo, v. 1, jan. 2016. Disponível em: <http://www.bra- sil.gov. br/infraestrutura/2016/01/brasil-e-um-dos-principais-geradores-de-ener- gia-eolicado-mundo>. Acesso em: 17 dezembro 2018. SILVA, Nathieli K. Takemori; SILVA, Sandro Menezes. Educação ambiental e cidadania. Curitiba, PR: ISDE BRASIL S/A, 2016. TURATTI, Heloisa Regina; EGERT, Paola. Recursos naturais: livro didático. Palhoça: Unisul Virtual, 2011. PÁGINA 44 CAPÍTULO 4 RESERVASENERGÉTICAS MUNDIAIS E BRASILEIRAS Professora Doutora Claudinéia Conationi da Silva Franco Objetivos de Aprendizagem: • Contextualizar a matriz energética mundial e a matriz energética brasilei- ra • Compreender a diferença entre matriz energética e matriz elétrica • Estabelecer a importância e a relação entre energia e desenvolvimento socioeconômico Plano de Estudo: • Recursos minerais e Matriz Energética Brasileira; • Reservas energéticas mundiais; • Recursos e reservas brasileiras; • Relação energia e desenvolvimento socioeconômico. PÁGINA 45 INTRODUÇÃO DA UNIDADE Caro aluno como é do conhecimento de todos precisamos de energia, para realização de diversas atividades como por exemplo, preparar nossas refei- ções, acender a luz, nos transportar de carro até a faculdade, até a praia, entre outras atividades. Essa energia vem de um conjunto de fontes que formam o que chamamos de matriz energética. Ou seja, ela representa o conjunto de fon- tes disponíveis em um país, estado, ou no mundo, para suprir a demanda, ou seja, a necessidade de energia requerida. A maioria das pessoas confundem a matriz energética com a matriz elétrica, mas elas são diferentes. Enquanto a matriz energética é representada pelo conjunto de fontes de energia disponíveis para preparar a comida no fogão, ge- rar eletricidade e movimentar os carros; a matriz elétrica é formada pelo con- junto de fontes disponíveis apenas para a geração de energia elétrica. Dessa forma, podemos concluir que a matriz elétrica é parte da matriz energética. As- sim nesta unidade vamos conhecer a matriz mundial e a brasileira. PÁGINA 46 1 RECURSOS MINERAIS E MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA O mundo apresenta uma matriz energética composta, principalmente, por fon- tes não renováveis, como o carvão, petróleo e gás natural (Figura 1). Figura 1. Matriz Energética Mundial Fonte: IEA (2018) As fontes renováveis como eólica, solar e geotérmica, por exemplo, juntas re- presentam a apenas 1,60% da matriz energética mundial, marcadas como “Ou- tros” no gráfico. Somando à participação da energia hidráulica e da biomassa, as fontes renováveis correspondem a 14%. No Brasil a matriz energética é muito diferente da mundial. Apesar do consu- mo de energia de fontes não renováveis ser maior do que o de renováveis, no Brasil a utilização das fontes renováveis é maior do que no restante do mundo. Somando lenha e carvão vegetal, hidráulica, derivados de cana e outras fontes renováveis, totalizam 42,9%, quase a metade da nossa matriz energética (Figu- ra 2). PÁGINA 47 Embora tenha havido uma ampliação da produção e utilização da energia eó- lica e solar no Brasil, a matriz energética do país ainda está centrada nas se- guintes fontes de energia: petróleo, hidrelétrica, carvão mineral e biocombustí- veis. Figura 2. Matriz Energética Brasileira Fonte: Ben, (2018) Os dois recursos mais utilizados como fontes renováveis de energia no Brasil são a água (hidroeletricidade) e a biomassa (biocombustíveis). Já os recursos não renováveis mais empregados no Brasil são o petróleo e o gás natural. As fontes não renováveis de energia são as que mais emitem gases de efeito estufa (GEE). Como o Brasil é um país que consome mais energia proveniente de fontes renováveis, dividindo a emissão de GEE pelo número total de habi- tantes no Brasil, podemos concluir que nosso país emite menos GEE por habi- tante que a maioria dos outros países. PÁGINA 48 Como já mencionado a matriz elétrica é formada pelo conjunto de fontes dis- poníveis apenas para a geração de energia elétrica. Necessitamos da energia elétrica, por exemplo, para acender a luz, assistir televisão, ouvir músicas, ligar a geladeira, carregar o celular, entre outras tarefas. A geração de energia elétrica no mundo é baseada, principalmente, em com- bustíveis fósseis tais como carvão, óleo e gás natural, em termelétricas (Figura 3). Figura 3. Matriz Elétrica Mundial Fonte: IEA (2018) Como grande parte da energia elétrica gerada no Brasil vem de usinas hidre- létricas, a matriz elétrica brasileira é ainda mais renovável do que a energética (Figura 4). PÁGINA 49 A energia eólica também é uma outra fonte que vem crescendo bastante, con- tribuindo para que a nossa matriz elétrica continue sendo, em sua maior parte, renovável. Figura 4. Matriz Elétrica Brasileira Fonte: BEN (2018) 2 RESERVAS ENERGÉTICAS MUNDIAIS Os países mais industrializados, são totalmente dependentes das mais varia- das fontes de energia para a manutenção de sua área industrial e para o forne- cimento de energia populacional. No entanto, o grande percentual de energia consumido no mundo ainda é proveniente de fontes não renováveis, ou seja, fontes de energia consideradas finitas, que um dia esgotar-se-ão, sendo que a principal é a dos combustíveis fósseis, que inclui o uso do petróleo, carvão mineral e gás natural. Além disso, as fontes não renováveis também trazem problemas ambientais, como: a grande emissão de gases poluentes pelos com- bustíveis fósseis ou o risco de acidentes radioativos nas usinas nucleares. Do total de energia consumido no mundo, aproximadamente 66% são produzidos PÁGINA 50 a partir do uso de combustíveis fósseis. Atualmente levando em consideração as reservas de petróleo conhecidas no mundo e tendo como referência os níveis atuais de consumo, estima-se que essa fonte energética ainda durará aproximadamente 50 anos até que se es- gote totalmente. Porém, tal previsão trata-se de uma estimativa, podendo variar para mais ou para menos dependendo da evolução do nível de consumo nos próximos anos e da possibilidade de descoberta de novas reservas petrolíferas. As maiores reservas mundiais de petróleo se encontram na região do Orien- te Médio. No entanto, apesar de serem os maiores produtores mundiais desse combustível, não são os países de lá os maiores consumidores. Os países que mais consomem petróleo são os que apresentam, de modo geral, um elevado desenvolvimento industrial e grandes populações absolutas. São grandes con- sumidores de petróleo países desenvolvidos como os Estados Unidos e o Ja- pão, e os chamados países emergentes, que incluem China, Índia, Rússia e Brasil. As principais bacias petrolíferas no Brasil são: Bacia de Campos, a maior do Brasil; bacia de Santos, Bacia do Espírito Santo e Bacia do RecôncavoBaiano. Além da recente descoberta das grandes reservas de petróleo na camada do pré-sal no fundo oceânico do litoral de Santos (SP) e do Espírito Santo. 3 RECURSOS E RESERVAS BRASILEIRAS Além do fator econômico, as fontes energéticas são extremamente importan- tes para o desenvolvimento de um país, pois o nível de capacidade das fon- tes de energia de uma determinada região são indicativos que mostram o grau de desenvolvimento da região. Países que apresentam maior desenvolvimento econômico, consequentemente, rendas maiores, geralmente dispõem de maior poder de consumo energético. No Brasil o mesmo não é diferente, o setor energético brasileiro foi se desen- volvendo à medida que o país foi se modernizando. Atualmente, as principais fontes de energia do Brasil são: energia hidroelétrica, petróleo, carvão mineral e os biocombustíveis, além de outras fontes que são utilizadas em menor esca- la, como gás natural e a energia nuclear. Cerca de 60% do petróleo consumido internamente no Brasil até alguns anos era importado. No entanto, atualmente, o país é quase completamente abaste- cido pela produção interna. O gás natural normalmente é produzido de forma conjunta ao petróleo sendo responsável por quase 10% do consumo nacional de energia. Sua utilização é predominante na produção de gás de cozinha, em usinas termoelétricas, no PÁGINA 51 abastecimento de indústrias e na produção de combustíveis automotores. Atualmente, 90% da energia elétrica consumida no país advém de usinas hi- drelétricas, logo a energia hidroelétrica é considerada a principal fonte de ener- gia utilizada para produzir eletricidade no país. Apesar do grande potencial, o país só utiliza 25% do seu potencial hidráulico. E ainda, importa parte da ener- gia hidroelétrica, uma parte dessas importações é em relação à propriedade paraguaia da Usina Binacional de Itaipu, e outra, se refere à compra de eletrici- dade produzida pelas usinas de Yaciretá e Garabi, na Argentina. Abaixo estão listadas as principais hidrelétricas existentes no país: 1. Usina Hidrelétrica de Itaipu, no Rio Paraná - Capacidade: 14.000 MW; 2. Usina Hidrelétrica de Tucuruí, Rio Tocantins - Capacidade: 8.370 MW; 3. Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira, no Rio Paraná - Capacidade: 3.444 MW; 4. Usina Hidrelétrica de Xingó, no Rio São Francisco - Capacidade: 3.162 MW; 5. Usina Hidrelétrica de Foz Do Areia, no Rio Iguaçu - Capacidade: 2.511 MW; 6. Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso, no Rio São Francisco - Capacidade: 2.462 MW; 7. Usina Hidrelétrica de Itumbiara, no Rio Paranaíba - Capacidade: 2.082 MW; 8. Usina Hidrelétrica de Teles Pires, no Rio Teles Pires - Capacidade: 1.820 MW; 9. Usina Hidrelétrica de São Simão, no Rio Paranaíba - Capacidade: 1.710 MW; 10. 10. Usina Hidrelétrica de Jupiá, no Rio Paraná - Capacidade: 1.551 MW. Já o carvão mineral é produzido para ser utilizado como matéria-prima principal para as indústrias siderúrgicas e para geração de energia termelétrica. No Brasil suas reservas e produção está concentrada nos estados de Santa Cata- rina, no vale do Tubarão, e no Rio Grande do Sul, no vale do Rio Jacuí. Apesar disso, o carvão mineral brasileiro não é de boa qualidade, o que faz com que o país importe cerca de 60% do que consome, uma vez que os fornos das hidre- létricas e siderúrgicas necessitam de carvões minerais de boa qualidade e que produzam poucas cinzas. PÁGINA 52 De acordo com a argumentação de que a energia hidroelétrica, por si só, não seria suficiente para conduzir a matriz energética do Brasil, no início da década de 1960 foi idealizado a utilização da energia nuclear e implantada a partir de 1969, com a criação do Programa Nuclear Brasileiro. No entanto, tal argumen- to se mostrou falso primeiro pela descoberta da real capacidade hidráulica do país (terceira maior do mundo) e, em segundo lugar, pela descoberta de novas formas de produção de energia, como os biocombustíveis. Os biocombustíveis, caracterizados por serem do tipo renovável, são fontes de energia recentemente implantadas no país. São originados de produtos ve- getais como: a mamona, a cana-de-açúcar, entre outros. Sua utilização vas- tamente defendida, pois se trata de uma energia mais limpa e que, portanto, acarreta em menos danos para o meio ambiente. Por outro lado, muitas críticas são levantadas, pois muitas áreas naturais são devastadas para o cultivo das matérias-primas necessárias para essa fonte de energia. Os biocombustíveis mais utilizados no país são: o Etanol (álcool), o Biogás e o Biodiesel. 4 RELAÇÃO ENERGIA E DESENVOLVIMENTO SOCIOECÔNOMICO Para que o desenvolvimento sustentável seja alcançado deve-se buscar uma forma de progresso socioeconômico que não comprometa o meio ambiente sem que, com isso, deixemos de utilizar os recursos nele disponíveis. É no- tório, que são necessárias medidas para reduzir o consumo sem prejudicar, o crescimento da economia brasileira. O setor industrial é o maior consumidor de fontes energéticas, usando cerca de 40% do total de energia consumida. A indústria consome principalmente eletri- cidade, cuja parcela passou de 39% em 1980 para 48% em 1995. No período de 1980 a 1995 os transportes utilizaram cerca de 20% da energia consumida no país, sendo a maior parte para o transporte rodoviário. O óleo diesel tem sido a principal fonte de energia para os transportes, corresponden- do a um percentual de 50% da energia consumida nas décadas de 80, 90 até 2000. No entanto, o consumo da gasolina reduziu-se de 34% na década de 80 para 27% em 1995, ao mesmo tempo em que o consumo de etanol cresceu de 5% para 18,6% respectivamente. É evidente que o consumo de combustível (gasolina e álcool para transporte) cresce a cada dia devido ao aumento da fro- ta de automóveis. Já no setor residencial é possível observamos uma gradual redução na parcela do consumo total de energia, isso, devido à introdução de eletrodomésticos mais eficientes. No entanto, o uso de energia de forma sustentável e com cau- tela, não deixa de ser necessário. PÁGINA 53 SAIBA MAIS REFLITA Segundo estudo realizado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia em 1993 in- dicou que esforços bem conduzidos na área poderiam reduzir em 1% a taxa de crescimento anual do consumo de energia, que passaria de 4.5% ao ano para 3.5% ao ano, isto é uma redução de cerca de 25%. Ainda assim, o consumo dobraria a cada 20 anos. O primeiro aerogerador de grande porte instalado no Brasil para geração de energia eólica, foi no arquipélago de Fernando de Noronha, em 1992. Trata-se de uma turbina de 75kW, com um rotor de 17 metros de diâmetro, integrado ao sistema de fornecimento de energia, formando um sistema híbrido com o gerador diesel já existente na ilha e produzindo uma economia, de aproximada- mente 10% no consumo de diesel, além da redução de emissão de poluentes (TURATTI e EGERT, 2011). Conforme menciona David Landes: Mesmo presumindo que a engenhosidade de cientistas e engenheiros continue sempre a gerar novas idéias para substituir as antigas e que se descubram meios de superar os tipos de escassez que possam surgir (alimentos, água, ou de matérias primas industriais), não há garantias de que os homens encarregados de utilizar essas idéias façam in- teligentemente- não apenas no sentido eficaz de suas pos- sibilidades produtivas, mas também no sentido mais am- plo de uma adaptação eficaz ao meio ambiente material e humano, de modo a minimizar o desperdício, a poluição o atrito social e outros custos. PÁGINA 54 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ainda nos dias atuais, grande parte da energia consumida no mundo é originada a partir de fontes não renováveis, principalmente do petróleo, que é a fonte de energia mais utilizada no mundo. Tais fontes, além de serem con- sideradas finitas, causam alguns problemas ambientais, como a poluição ge- rada pela queima de combustíveis fósseis, como o petróleo, ou o risco de aci- dentes radioativos nas usinas nucleares. Frente a essa realidade mundial é extremamente necessário
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