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OBJETIVOS 
1. Descrever as etapas de uma crise convulsiva (aura, crise convulsiva propriamente dita e pós comicial). 
REFERÊNCIA: Cecil 
 EPIDEMIOLOGIA 
Crises são comuns na população em geral, e cerca de 1 a cada 10 pessoas irá experimentar uma crise durante 
sua vida. A maioria destas crises é provocada por eventos agudos e não são relacionadas com epilepsia. 
A incidência é maior em homens e segue uma distribuição etária bimodal. A incidência tem seu maior pico 
no primeiro ano de vida, atinge um nadir de 15 a cada 100.000 na terceira ou quarta década de vida, e 
aumenta novamente para 123 em cada 100.000 após os 75 anos de idade. Essas diferenças são atribuídas 
à alta incidência de crises sintomáticas agudas associadas a causas metabólicas, infecciosas e 
encefalopáticas durante o período neonatal e a doenças degenerativas e cerebrovasculares em idosos. 
As epilepsias são comuns e afetam indivíduos de qualquer idade. Depois das cefaleias, as epilepsias são a 
condição neurológica crônica mais frequentemente vista em consultórios clínicos, em todo o mundo. 
 FATORES DE RISCO 
Entre todos os grupos etários, os cinco principais fatores de risco para ocorrência de crises sintomáticas 
agudas são traumatismo craniano (16%), AVE (16%), doenças infecciosas (15%), distúrbios tóxicos-
metabólicos (15%) e abstinência de drogas e álcool (14%). 
Causas comuns de crises sintomáticas (provocadas) agudas 
→ Metabólica 
Hipernatremia, hiponatremia, hipocalcemia, hipóxia, hipoglicemia, hiperglicemia hiperosmolar não 
cetótica, insuficiência renal. 
→ Induzida por medicamentos 
Teofilina, meperidina, antidepressivos tricíclicos, éfedra, gingko, fenotiazinas, quinolonas, B-lactâmicos, 
isoniazida, anti-histamínicos, ciclosporina, tacrolimo, interferons, lítio, cocaína, anfetaminas. 
→ Abstinência 
Álcool, benzodiazepínicos, barbitúricos. 
→ Endócrino 
Hipertireoidismo, hipotireoidismo, periparto. 
→ Outras condições sistêmicas 
Crise de células falciformes, encefalopatia hipertensiva, lúpus eritematoso sistêmico, poliarterite, 
eclampsia, febre alta. 
→ Distúrbio do sistema nervoso central 
Trauma, acidente vascular encefálico, hemorragia intracerebral, encefalite, abscesso, meningite bacteriana. 
Os fatores de risco para desenvolver epilepsia diferem em adultos e crianças. Na infância, com exceção 
das epilepsias hereditárias, os fatores de risco são crises febris, traumatismo craniano, infecções cerebrais, 
retardo mental, paralisia cerebral e transtorno de hiperatividade e déficit de atenção. 
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Ataques perinatais não aumentam o risco para epilepsia a menos que sejam acompanhados por retardo mental 
ou paralisia cerebral. Em adultos, os fatores de risco para o desenvolvimento de epilepsia podem ser 
identificados somente em um terço dos pacientes, sendo traumatismo craniano, infecções cerebrais, AVE 
e doença de Alzheimer os mais comuns. 
 FISIOPATOLOGIA 
Patogênese - Os substratos patológicos e mecanismos subjacentes de início e propagação diferem entre crises 
focais e generalizadas. Em crises focais, um agregado de neurônios corticais ou subcorticais desenvolve surtos 
de potenciais de ação de alta frequência sódio dependentes causados por mudança na condutância de cálcio, 
que resulta na descarga típica de espícula no EEG. A propagação do surto de despolarização a outros neurônios 
é normalmente prevenida pelos mecanismos inibitórios circundantes, tais como hiperpolarização e 
interneurônios inibitórios. Quando um número suficiente de neurônios está comprometido com a sustentação 
da despolarização, mais fenômenos excitatórios ocorrem, incluindo o aumento da liberação de 
neurotransmissores excitatórios devido ao acúmulo pré-sináptico de Ca 2+, despolarização de neurônios 
circundantes devido ao aumento extracelular de K+ e maior ativação neuronal causada pela despolarização 
induzindo a ativação dos receptores de N-metil-D-aspartato (NMDA). Conforme a excitação aumenta e a 
inibição diminui, neurônios adicionais são recrutados regional e distantemente, resultando na propagação da 
crise. Os mecanismos pelos quais os neurônios desenvolvem tendência a despolarização anômala incluem 
alterações nos neurotransmissores, receptores de membrana, canais iônicos, sistemas de segundos 
mensageiros e expressão gênica de várias proteínas. 
Sabe-se bem menos sobre os mecanismos básicos subjacentes de crises generalizadas, que dependem 
proeminentemente de circuitos tálamo-corticais. Em crises de ausência, as descargas generalizadas clássicas 
de complexos de espícula-onda registradas no EEG estão relacionadas com alterações nos ritmos oscilatórios 
gerados por circuitos que conectam o tálamo e o córtex e que envolvem canais Ca 2+ do tipo T, que estão 
localizados no núcleo reticular do tálamo. Em crises generalizadas, os neurônios corticais exibem 
despolarização prolongada durante a fase tônica, seguidos de despolarização e repolarização rítmicas durante 
a fase clônica. A ativação dos receptores de NMDA aumenta a entrada de cálcio Ca 2+, levando assim a uma 
maior excitação neuronal. A iniciação e modulação de crises convulsivas generalizadas envolvem aferentes 
colinérgicos, noradrenérgicos, serotonérgicos e histaminérgicos do tronco cerebral e de estruturas do 
prosencéfalo basal, que modulam a excitabilidade dos mecanismos motores hemisféricos. 
Fatores Genéticos - Somente 15% dos pacientes têm um ou mais familiares de primeiro grau que também 
sofre de epilepsia, e destes, cerca de 75% têm somente um parente afetado. Entretanto, o risco ainda é maior 
em parentes de primeiro grau de pacientes com epilepsia do que na população em geral. Em um grande estudo 
de base populacional, a incidência cumulativa de epilepsia aos 20 anos foi de 2,5 vezes maior em irmãos e 3,4 
vezes maior nos filhos de pacientes com epilepsia. 
 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
A expressão clínica das crises varia amplamente dependendo do tipo de crise e das áreas cerebrais envolvidas 
pela atividade epiléptica. 
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A identificação precisa dos tipos específicos de crises determina a síndrome e o tipo de medicamento que o 
paciente deve receber. 
→ Crises Focais 
Crises focais originam-se nas redes neuronais limitadas a uma área de um hemisfério cerebral e 
produzem sinais e sintomas equivalentes à função correspondente da área do córtex cerebral envolvida 
pela crise. 
Manifestações clínicasdos diferentes tipos de crises focais e áreas cerebrais envolvidas 
Tipo de crise Áreas cerebrais envolvidas Expressão clínica 
 
 
 
Somatossensorial 
 
 
Rolândia pós-central, parietal, área 
sensitiva secundária, área sensorial-
motora suplementar. 
Formigamento prolongado ou intermitente contralateral, 
dormência, sensação de movimento, desejo de mover, 
calor, frio, choque elétrico. 
Sensação pode se espalhar para outros segmentos do corpo. 
Agnosia contralateral do membro, membro fantasma, 
distorção de tamanho ou posição de parte do corpo. 
Formigamento do membro ou tronco, ipsilateral ou facial 
bilateral, dormência ou dor. Muitas vezes envolve 
membros, língua, ponta dos dedos, pés. 
 
 
 
 
 
Motora 
 
 
 
 
Rolândica pré-central, área 
sensorial-motora suplementar, 
frontal. 
Contrações clônicas regionais contralaterais, geralmente 
rítmicas, podem se disseminar a outros segmentos do corpo 
na marcha motora jacksoniana. Muitas vezes 
acompanhados por sintomas sensoriais na mesma área. 
Contração tônica bilateral de membros, causando 
mudanças posturais, podem exibir postura de esgrima 
clássica, pode ter vocalização ou interrupção da fala. 
Versão contralateral da cabeça e olhos, salivação, 
vocalização ou interrupção da fala, pode ser combinado 
com outros sinais motores, dependendo da disseminação 
da crise. 
Auditória Giro de Heschl-córtex auditivo no 
lobo temporal superior 
Zumbido bilateral ou contralateral, tamborilamento, tons 
únicos, sons abafados. 
Olfatória Órbito-frontal, córtex temporal 
mesial. 
Muitas vezes descrito como odor desagradável. 
Gustatório Parietal; opérculo rolândico, insula, 
lobo temporal 
Muitas vezes gosto desagradável, acídico, metálico, 
salgado, doce ou defumado. 
Vertiginosa Junção occipitotemporal-parietal, 
lobo frontal. 
Sensação de deslocação do corpo em várias direções. 
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Visual Occipital – temporal, junção 
occipitotemporal-parietal 
Luzes, formas ou pontos coloridos com ou sem cores 
piscantes, em movimento ou estáticas contralaterais. Perda 
da visão completa ou parcial, contralateral ou bilateral. 
Formação de cenas visuais, rostos, pessoas, objetos, 
animais. 
Límbico Estruturas límbicas – amígdala, 
hipocampo, cíngulo, córtex, 
olfatório, hipotálamo. 
Autônomico: sensação abdominal ascendente, náuseas, 
borborigmo, ruborização, palidez, ereção de pelos, 
transpiração, mudanças no batimento cardíaco, dor 
peitoral, falta de ar, sensação cefálica, sensação genital. 
Discognitiva Geralmente envolvimento bilateral 
de estruturas límbicas. 
Alteração predominante de consciência ou vigília. 
Uma aura consiste de sintomas sensoriais, autonômicos ou psíquicos que são experimentados no início 
de uma crise clínica. Aura já é uma crise focal, e, muitas vezes, é despercebida, pois os pacientes e médicos 
focam nas crises convulsivas e discognitivas que se seguem e são mais evidentes e intensas. Interrogação 
cuidadosa sobre a ocorrência de aura é de crucial importância por três razões. Primeiro, a aura aponta para o 
início focal da crise e não generalizado, o que implica alteração cerebral funcional ou anormalidade estrutural 
focal subjacente (p. ex., um tumor), o que requer maior investigação. Segundo, crises focais têm implicações 
importantes para o tratamento e prognóstico. Terceiro, a natureza dos sintomas aponta para a área do cérebro 
que origina a crise e que pode ser a área específica para um tratamento cirúrgico. 
A descarga neuronal que origina a crise focal pode permanecer limitada à região onde ela começou (como 
uma “aura” ou evento focal mais objetivo), ou pode propagar-se envolvendo áreas cerebrais adicionais. 
Assim, uma crise focal originária na área cortical que representa a sensação da mão (área rolândica) pode 
começar com um formigamento contralateral da mão e então progredir para envolver regiões corticais 
adicionais ipsilateralmente, produzindo sintomas sensoriais mais extensos além de sinais motores clônicos. 
Crises de origem na região rolândica em particular exibem um tipo peculiar de propagação, na qual a atividade 
da crise “marcha” da mão para o braço e para a perna ipsilateralmente, um processo chamado de marcha 
jacksoniana. 
Depois que a atividade motora clônica termina, os pacientes frequentemente apresentam déficit motor 
denominado paralisia pós-ictal ou paralisia de Todd, que pode durar horas ou mesmo um ou dois dias, 
com resolução gradual. A crise também pode se propagar para regiões ipsilaterais ou contralaterais distantes 
ao longo de vias anatômicas conhecidas. Em crises discognitivas, a propagação da crise envolve as estruturas 
límbicas bilateralmente, o suficiente para causar alteração da consciência. As crises focais originárias de 
qualquer região podem se tornar crises discognitivas, e crises focais unilaterais podem propagar-se e 
envolverem áreas cerebrais bilaterais causando uma crise convulsiva. Estas crises, entre os diversos tipos de 
crises generalizadas, frequentemente, são do tipo tônico-clônicas generalizadas. 
 
 
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Crises generalizadas: classificação e expressão clínica 
Tipo de crise Subtipo Expressão clínica 
 
 
 
Ausência 
 
 
 
Típica – atípica 
com mioclonias 
Cessação abrupta de atividades, com olhar vago e imóvel e perda de 
consciência durante cerca de 10 segundos. 
O ataque termina subitamente e o paciente retorna às suas atividades normais 
imediatamente. 
Duração maior do que a ausência típica, muitas vezes acompanhada de 
características autônomicas, atônicas, tônicas, mioclônicas, além de 
automatismos. 
Mioclônico Mioclônico – 
atônico, tônico 
Contrações repentinas breves, semelhantes a choques, involuntárias, únicas ou 
de múltiplos grupos musculares em várias localizações. 
Uma sequência consistindo de uma fase mioclônica seguida de uma atônica. 
Uma sequência consistindo de uma fase mioclônica seguida de tônica. 
Tônica Aumento sustentado da contração muscular durante alguns segundos a 
minutos. 
Clônica Contrações prolongadas repetidas regularmente envolvendo os mesmos 
grupos musculares na razão de 2-3 ciclos por segundo. 
Atônica Perda repentina ou diminuição do tônus muscular durante entre 1-2 segundos, 
envolvendo cabeça, tronco, mandíbula ou musculatura dos membros. 
Tônica-
clônica 
 Sequência consistindo de uma fase tônica seguida de uma clônica. 
A evolução da crise clínica focal reflete a evolução das mudanças no EEG, que por sua vez refletem a 
fisiopatologia do processo. Uma descarga rítmica, localizada e simultânea comumente na faixa de 4 a 7 Hz) 
evolui com aumento de amplitude e diminuição de frequência conforme a crise persiste. Algumas crises 
que iniciam no córtex de associação (p. ex., lobo frontal ou parietal) têm manifestações clínicas bizarras ou 
extremamente breves, sem déficit pós-ictal, sendo desafios de diagnóstico. 
Crises focais com ou sem características discognitivas também podem ocorrer em uma sequência de eventosisolados sem a presença de comportamento normal, entre os eventos, e assim resultar no estado de mal 
epiléptico focal. O estado epiléptico focal com crises discognitivas é caracterizado por confusão mental de 
duração prolongada. 
→ Crises Generalizadas 
Crises generalizadas rapidamente afetam ambos os hemisférios cerebrais, e sua expressão clínica é 
consistente com envolvimento substancial de ambos os lados do cérebro. Crises convulsivas, que também 
são referidas como crises de grande mal, consistem em contrações musculares anormais excessivas que 
podem ser sustentadas ou interrompidas, sendo geralmente uma combinação das fases tônica e clônica 
(crises tônico-clônicas generalizadas). Este tipo de crise pode envolver os dois hemisférios desde o início ou 
pode resultar da propagação de uma crise focal. Estas crises intensas muitas vezes assustam as testemunhas e 
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causam disrupções graves na interação e desenvolvimento social. Elas podem começar com um “grito” 
como resultado do movimento abrupto de ar através da glote por causa da contração muscular tônica 
súbita. O paciente se torna rígido, usualmente com extensão de membros e corpo. Pode haver pausa 
respiratória, cianose, sendo comum a incontinência urinária. Depois de 15 a 45 segundos, a contração 
tônica é substituída por contrações clônicas rítmicas, algumas vezes assimétricas, dos quatro membros. As 
contrações rítmicas gradualmente se tornam mais lentas em frequência até que o evento para o paciente está 
apneico, comatoso e diaforético, mas respirando com estridor e arquejos começando em 60 segundos. Os 
pacientes que têm crises tônico-clônicas generalizadas em público muitas vezes suscitam esforços de 
ressuscitação dos circunstantes, embora esses pacientes comecem a respiração espontânea mais ou menos em 
1 minuto. O estupor pós-ictal persiste por uma extensão variável de tempo. O paciente geralmente dorme por 
2 a 8 horas e a seguir se queixa de cefaleia intensa, dor muscular, língua mordida e incapacidade de se 
concentrar que pode durar um dia ou mais. Depois de crises tônico-clônicas generalizadas, alguns indivíduos 
têm alteração acentuada de memória que melhora gradualmente, às vezes ao longo de semanas. Crises tônico-
clônicas generalizadas são uma expressão comum de muitos ataques metabólicos, tóxicos, traumáticos ou 
isquêmicos, mas o diagnóstico de epilepsia não é feito com crises provocadas. 
Crises de ausência, ou crises de pequeno mal, são o segundo tipo mais comum de crise generalizada. 
Pacientes experimentam um lapso momentâneo de consciência, de início e término abruptos. Eles não têm 
nenhuma percepção de qualquer aspecto do evento e podem ou não perceber que certo tempo decorreu, embora 
os indivíduos muitas vezes percam sua sequência de pensamento. Como a consciência é perdida abruptamente 
e imediatamente recuperada, não há sintomas de aura ou sintomas pós-ictais residuais. Estas crises se iniciam 
na infância e os professores, muitas vezes, são os primeiros a observá-las. As crises de ausência podem ser 
acompanhadas por breves piscamentos ou movimentos mioclônicos das pálpebras, particularmente se o evento 
avaliado com registros de EEG se estender além de 10 segundos. Estas crises podem ocorrer muitas vezes por 
dia, mas não são associadas a doença neurológica progressiva. Elas também podem ocorrer de forma mais 
contínua, com resultante confusão mental, sendo outra causa de estado de mal epiléptico não convulsivo. 
Alguns pacientes com doença cerebral bilateral extensa têm uma variação destas crises de ausência 
denominadas ausência atípica. O evento é semelhante em termos de perda de contato, mas há mais atividade 
motora, autonômica ou automática, e o EEG demonstra descargas que são mais lentas do que os complexos 
de espícula-onda a 3 Hz, típicos das crises de ausência. 
Crises mioclônicas consistem de episódios breves de contração motora súbita, que pode ser focal, envolvendo 
apenas um braço, ou bilateral e maciço, com envolvimento do tronco e dos membros superiores bilateralmente. 
A consciência é preservada, mas pode ser difícil de avaliar devido à brevidade destas crises. As crises 
mioclônicas fazem parte de três principais constelações clínicas: epilepsia mioclônica juvenil, que se inicia na 
infância ou adolescência e geralmente persiste até a idade adulta; epilepsia com combinações variadas de crise 
de ausência e crises mioclônicas; e epilepsia no cenário de síndromes degenerativas ou hereditárias com 
envolvimento cerebral bilateral e função cerebral anormal. Crises mioclônicas ocorrem mais comumente pela 
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manhã, imediatamente após o despertar, e aumentam em frequência culminando em uma crise tônico-clônica 
generalizada. 
Crises tônicas e atônicas são eventos motores breves, mas extremamente desabilitantes, caracterizados por 
aumento ou diminuição súbita do tônus muscular. O resultado são quedas e lesões com comprometimento 
variável da consciência. Tais crises frequentemente se iniciam em crianças com doenças difusas do SNC e 
tipos múltiplos de crises, mas persistem até a idade adulta. 
 DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico básico de crises é estabelecido pela história clínica. Embora o EEG, imagens e estudos 
laboratoriais sejam comumente necessários para determinar o tipo de epilepsia, síndrome epiléptica, local de 
origem das crises focais, e a ocorrência de crises não epilépticas, a resposta para a questão básica referente 
aos episódios dos pacientes se são ou não crises se encontra quase que inteiramente em uma história clínica 
cuidadosa. Como a epilepsia é definida como a ocorrência de duas ou mais crises não provocadas, este 
diagnóstico é também estabelecido pela história. 
 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
A primeira questão dos médicos é se os episódios descritos são realmente crises. A variada expressão clínica 
de crises implica em um grande número de diagnósticos diferenciais entre as condições que produzem 
disfunção neurológica episódica. Condições comuns lembrando crises incluem síncope, ataques isquêmicos 
transitórios, enxaqueca, transtornos de movimento e crises não epilépticas psicogênicas. 
 
Vários elementos fornecidos pela história clínica podem mudar drasticamente a probabilidade do diagnóstico 
de crises epilépticas. Três elementos essenciais ajudam a determinar se um episódio é uma crise e distinguir 
crises de outras causas de perda temporária de consciência, especialmente síncope. 
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1. O contexto clínico, incluindo histórias médica e familiar, e circunstâncias sob as quais o episódio ocorreu. 
2. Fatores provocadores ou desencadeadores específicos. 
3. Descrição clínica detalhada que compreende quatro questões: 
 • Qual é o primeiro sinal ou sintoma (presença e tipo de aura, evidência de crise focal no início)? 
 • Como evolui após o início (o que acontece durante a própria crise, quais são os sinais ou sintomas, 
 quanto tempo dura)? 
 • Como termina (gradualmente ou abruptamente)? 
 • Há algum déficit neurológico após o término da crise? 
Como os pacientes têm limitada ou nenhuma lembrança dos eventos, a história clínica relatada a partir dos 
acompanhantes é crucial. Observadores podem contribuir com informações importantes sobre a atividade do 
paciente, respostas e sua aparência, inclusive mudanças de cor, diaforese, respiração, vocalização e tônus 
muscular. Estas informações são geralmente essenciais para caracterizar o tipo de crise e diferenciar as crises 
de condições semelhantes a crises. 
Enxaquecas e crises focais não somente se parecem, mas também coexistem como condições comórbidas. 
Características que favorecem o diagnóstico de crises sobre enxaquecas clássicas incluem ocorrência 
inconsistente de dor de cabeça durante o evento, duração breve, e a ocorrência de crises mais graves. 
Mioclonus ocorre em uma variedade de patologias (p. ex., encefalopatias metabólicas) sem qualquer 
associação com epilepsia ou mudanças no EEG vistas em epilepsia mioclônica. 
Crises do lobo frontal ocorrem predominantemente durante o sono e podem ter expressão motora acentuada. 
Podem ser confundidas com crises psicogênicas não epilépticas, distúrbios de sono, ou transtornos de 
movimento. Monitoramento com vídeo-EEG pode ser necessário para o diagnóstico. 
Pacientes com ataques de pânico podem experimentar eventos que imitam crises focais com características 
autonômicas e psíquicas. No entanto, ataques de pânico geralmente têm uma duração maior, não progridem 
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para crises mais graves e podem estar ligados a circunstâncias específicas. Por isso, crises focais com sintomas 
límbicos são muitas vezes diagnosticadas erroneamente como ataques de pânico. 
Crises não epilépticas psicogênicas são comportamentos que lembram crises e são frequentemente parte de 
uma reação de conversão precipitados por desconforto psicológico subjacente. 
Crises psicogênicas podem ser difíceis de diagnosticar pois podem simular quase qualquer tipo de crise, e 
muitas vezes, coexistem com epilepsia no mesmo paciente. Um diagnóstico errôneo de crises não epilépticas 
impõe um risco de descontinuação inapropriada de medicação, e como consequência, pode ocorrer estado de 
mal epiléptico. 
 INVESTIGAÇÕES DIAGNÓSTICAS 
Uma história detalhada, registros de EEG e ressonância magnética (RM) podem levar a um diagnóstico 
definitivo de epilepsia e sua causa em até 50% dos pacientes. 
Crises únicas - Crises sintomáticas agudas são causadas por uma condição aguda conhecida, e investigações 
devem ser direcionadas para a possível causa destas crises. Quando nenhuma causa conhecida é prontamente 
determinada, as crises são consideradas como não provocadas. A avaliação de pacientes que se apresentam 
com uma primeira crise não provocada inclui tomografia computadorizada do crânio (TC) ou ressonância 
magnética (RM), os quais podem demonstrar a possível causa em cerca de 10% dos pacientes. Um EEG obtido 
após a crise irá demonstrar anormalidades com significado prognóstico em 20% a 25% dos pacientes. Testes 
sanguíneos (incluindo níveis de eletrólitos séricos, glicose, cálcio e magnésio; testes de funções renal e 
hepática; hemograma completo; e triagem para intoxicações suspeitas) irão revelar anormalidades em até 15% 
dos pacientes, mas muitas vezes não são específicos. A punção lombar é indicada se infecções do SNC são 
suspeitas e em todos os pacientes infectados com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), mesmo na 
ausência de achados clínicos sugestivos de infecção. 
Epilepsia - Eletroencefalograma - O EEG é a investigação principal em todos os pacientes com crises e 
epilepsia. Entre as crises, o EEG pode avaliar a função cerebral geral e o tipo, localização e quantidade de 
descargas epileptiformes (espículas). O EEG é crucial para determinar a síndrome epiléptica e a escolha dos 
medicamentos antiepilépticos adequados. Nas epilepsias focais, o EEG muitas vezes demonstra a 
alentencimento focal e descargas de espículas na área de anormalidades. 
O EEG pode estabelecer o diagnóstico definitivo de epilepsia se as descargas elétricas consistentes com a crise 
forem registradas durante uma crise clínica. No entanto, o EEG pode falhar em demonstrar mudanças elétricas 
durante uma crise clínica típica se o foco da crise for pequeno demais (no mínimo 6 cm2 de envolvimento 
cortical são necessários para criar uma mudança epileptiforme no EEG), o foco da crise é profundo ou nas 
superfícies mesial ou inferior do cérebro, ou o evento em questão pode não ser uma crise epilética. O EEG é 
sempre anormal durante crises de ausência e crises convulsivas generalizadas. 
O EEG inicial é normal em até 60% das pessoas com epilepsia diagnosticada. No entanto, as anormalidades 
epileptiformes ocorrem em mais de 80% dos indivíduos com epilepsia focal se três ou mais estudos de EEG 
interictais forem realizados. Em epilepsias generalizadas, as descargas epileptiformes interictais são mais 
comuns e mais fáceis de se registrar no EEG. 
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O tipo de anormalidade sugere a síndrome epiléptica. Por exemplo, o EEG pode mostrar hipsarritmia na 
síndrome de West (ver adiante) ou a clássica espícula-onda generalizada a 3 Hz nas epilepsias generalizadas 
com crises de ausência. 
Em algumas circunstâncias, é essencial registrar as crises, tais como na avaliação de pacientes para cirurgia 
de epilepsia e quando se suspeita do diagnóstico de crise. O monitoramento com vídeo-EEG contínuo durante 
períodos prolongados tornou possível registrar esses eventos. O EEG contínuo é também usado em pacientes 
comatosos nas unidades de cuidados intensivos quando houver suspeita de crises não convulsivas ou estado 
de mal epiléptico. 
Magnetoencefalografia - A magnetoencefalografia mede os pequenos campos magnéticos gerados pela 
atividade elétrica do cérebro e aproxima sua localização usando modelos matemáticos. Seu uso é restrito para 
a avaliaçãode pacientes candidatos para a cirurgia de epilepsia, nos quais são usados para mapear as descargas 
interictais e a localização da função cerebral, sendo as imagens sobrepostas na RM de crânio. 
Estudo de Imagens - RM de crânio, que pode demonstrar lesões na maioria dos pacientes cuja epilepsia está 
associada a uma causa estrutural, deve ser realizada essencialmente em todos os pacientes com crises de início 
recente. O uso de sequências fluido-atenuadas de recuperação inversa (FLAIR), aumenta a sensibilidade para 
detectar anormalidades do desenvolvimento cortical além de esclerose hipocampal, que apontam para a 
necessidade de terapia anticonvulsivante crônica ou possível tratamento cirúrgico. Procedimentos de imagens 
funcionais, tais como tomografia por emissão de pósitrons (PET) para análise de metabolismo e tomografia 
computadorizada de emissão de fóton único (SPECT) para determinar o fluxo sanguíneo são também usados 
para ajudar a localizar áreas do cérebro a serem focadas na cirurgia de epilepsia. 
Síndromes Epilépticas e Constelações - Síndromes Epilépticas incluem 27 síndromes relacionadas com a 
idade, das quais todas, exceto seis, se iniciam ou ocorrem durante a infância. Além disso, constelações clinicas 
específicas representam formas de epilepsia, que o diagnóstico apresenta implicações específicas para 
tratamento, especialmente cirurgia, além de determinar epilepsias de causas estruturais-metabólicas, epilepsias 
de causa desconhecida e condições caracterizadas por crises que não são consideradas epilepsias (p. ex., crises 
febris). O diagnóstico da síndrome epiléptica e constelações está baseado nos tipos de crises, no contexto em 
que as crises ocorrem, no estado neurológico e cognitivo do paciente, idade de início, história familiar e 
resultados dos estudos diagnósticos, inclusive EEG e RM. A seleção do tratamento medicamentoso e do 
cirúrgico específico depende dos tipos de crises presentes. A necessidade de tratamento durante toda a vida, 
o risco de transmissão genética, a probabilidade de doenças neurológicas concomitantes, o risco de condições 
comórbidas e o prognóstico a longo prazo são fatores críticos que só podem ser manejados com conhecimento 
da síndrome epiléptica específica ou constelação. 
2. Diferenciar crise convulsiva de epilepsia. 
REFERÊNCIA: Cecil 
 
 
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 DEFINIÇÃO 
Uma crise epiléptica é definida por sinais ou sintomas transitórios, generalizados ou focais devido à atividade 
neuronal anormal, síncrona ou excessiva. Crises focais, que se originam nas redes neuronais limitadas a um 
hemisfério cerebral, produzem sinais e sintomas correspondentes à região específica do cérebro que é afetada 
pela crise. Crises generalizadas rapidamente afetam extensas redes neuronais em ambos os hemisférios 
cerebrais, e seus sinais e sintomas são consistentes com envolvimento substancial de ambos os lados do 
cérebro. Crises epilépticas não são sinônimo de epilepsia. 
As epilepsias devem ser distinguidas de situações nas quais ataques cerebrais agudos (p. ex. infecções, trauma, 
intoxicação, distúrbios metabólicos) causam uma ou mais crises sem resultar em uma tendência crônica a 
ocorrência de crises. Crises sintomáticas agudas, ou crises provocadas, constituem cerca de 40% de todos 
os casos incidentes de crises não febris, tipicamente respondendo a tratamento do fator desencadeante, e não 
requerem tratamento a longo prazo com fármacos antiepiléticos. 
As epilepsias são um grupo de condições nas quais um distúrbio neurológico subjacente resulta em uma 
tendência crônica a ocorrência de crises recorrentes não provocadas. Sob estas circunstâncias, a ocorrência 
de duas ou mais crises estabelece o diagnóstico de epilepsia. As causas, tipos e expressão clínica das 
epilepsias são inúmeras e variadas. No entanto, algumas epilepsias podem constituir síndromes epilépticas 
específicas, que estabelecem grupos com características clínicas e eletroencefalográficas (EEG) com 
etiologias específicas, que respondem a determinados tratamentos e podem ter implicações prognósticas bem 
definidas. 
3. Definir e identificar as principais drogas de abuso (de uso lícito e ilícito), descrevendo sua ação bioquímica, 
sinais, sintomas, alterações motoras, sensoriais e da consciência de cada uma delas. Classes sugeridas: cocaína 
e crack, anfetaminas, ecstasy/MDMA, LSD, maconha e canabinóides, etanol, metanol, etilenoglicol, cafeína, 
nicotina, benzodiazepínicos). Referência: Tratado de psiquiatria - Kaplan 
 COCAÍNA E CRACK 
Entre as drogas de abuso, a cocaína liga-se com alta afinidade a todos os três transportadores de monoaminas 
conhecidos, embora as propriedades estimulantes da droga tenham sido atribuídas sobretudo a seu bloqueio 
de DAT. Essa visão foi recentemente apoiada pela ausência de estimulação locomotora induzida por cocaína 
em uma linhagem de camundongos mutantes manipulados para não possuírem essa molécula. De fato, os 
psicoestimulantes produzem uma supressão locomotora paradoxal nesses animais, que foi atribuída a seu 
bloqueio do transportador de serotonina. As propriedades gratificantes da cocaína também têm sido atribuídas 
principalmente à inibição do transportador de dopamina, ainda que outros alvos também intermedeiem esses 
efeitos, uma vez que a cocaína ainda tem efeitos gratificantes em camundongos que não possuem o 
transportador de dopamina. Parece que mecanismos serotonérgicos e também dopaminérgicos podem estar 
envolvidos. Os transportadores também podem fornecer as vias que permitem às neurotoxinas penetrarem e 
danificarem os neurônios monoaminérgicos; exemplos incluem a neurotoxina dopaminérgica 1-metil-4-fenil-
1,2,3,6-tetra-hidropiridina (MPTP) e a neurotoxina serotonérgica MDMA. 
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→ Neurofarmacologia 
A principal ação farmacodinâmica da cocaína relacionada a seus efeitos comportamentais é o bloqueio 
competitivo da recaptação de dopamina pelo transportador dopaminérgico. Esse bloqueio aumenta a 
concentração de dopamina na fenda sináptica e resulta em aumento da ativação de ambos os receptores 
dopaminérgicos, tipo 1 (D1) e tipo 2 (D2). Os efeitos da cocaína sobre a atividade mediada pelos receptores 
D3, D4 e D5 ainda não são bem compreendidos, mas ao menos um estudo pré-clínico envolveu o receptor D3. 
Embora os efeitos comportamentais sejam atribuídos principalmente ao bloqueio da recaptação de dopamina, 
a cocaína também bloqueia a recaptação de norepinefrina e de serotonina. 
Os efeitos comportamentais relacionados a essas atividades recebem cada vez mais atenção na literatura 
científica. Os efeitos sobre o fluxo sanguíneo cerebral e o uso de glicose pelo cérebro também foram 
estudados. Resultados da maioria dos estudos geralmente demonstram que a cocaína está associada a uma 
redução do fluxo sanguíneo cerebral e possivelmente ao desenvolvimento de algumas áreas de redução do uso 
de glicose. Os efeitos comportamentais da cocaína são sentidos quase de imediato e duram um período de 
temporelativamente curto (30 a 60 minutos); assim, os usuários necessitam de doses repetidas da droga para 
manter as sensações provocadas pela intoxicação. Apesar dos efeitos comportamentais de curta duração, 
metabólitos da cocaína podem estar presentes no sangue e na urina até 10 dias após o uso. 
A cocaína tem fortes qualidades aditivas. Devido a sua potência como reforçador positivo de comportamento, 
pode-se desenvolver dependência psicológica após um único uso. A administração repetida pode originar tanto 
tolerância como sensibilidade aos diversos efeitos da substância, o desenvolvimento de tolerância ou 
sensibilidade parece ser causado por diversos fatores, não podendo ser previsto. Dependência fisiológica 
ocorre, embora a abstinência de cocaína seja leve em comparação à abstinência de opiatos e opioides. 
Pesquisadores recentemente relataram que PETs do cérebro de pacientes em tratamento para adição a cocaína 
mostram alta ativação no sistema dopaminérgico mesolímbico quando o usuário sente intenso desejo de usar 
a droga. 
Pesquisadores expuseram pacientes a indícios que haviam causado a fissura por cocaína anteriormente, e 
foram descritos sentimentos de desejo de consumo intenso pela droga, enquanto os exames de PET mostraram 
ativação em áreas desde a amígdala e do cingulado anterior até a ponta dos dois lobos temporais. Alguns 
pesquisadores alegam que o sistema dopaminérgico mesolímbico também fica ativo em pacientes com adição 
a nicotina, sendo que o mesmo sistema foi associado a fissura por heroína, morfina, anfetaminas, maconha e 
álcool. 
Os receptores D2 no sistema dopaminérgico mesolímbico foram identificados como responsáveis pela 
intensificação de atividade durante períodos de fissura. Relata-se que exames de PET de pacientes em 
recuperação de adição a cocaína mostram uma queda na atividade neuronal consistente com uma capacidade 
reduzida de receber dopamina. A diminuição dessa capacidade, embora se reduza com o tempo, é evidente 
durante um período que pode chegar a um ano e meio após a abstinência. O padrão de redução na atividade 
cerebral reflete o curso da fissura; entre a terceira e a quarta semana de abstinência, a atividade atinge seu 
nível mais baixo, e o risco de recaída, seu auge. Depois de um ano, o cérebro de ex-aditos está quase de volta 
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ao normal, embora seja discutível se as células dopaminérgicas em algum momento retornam a um estado 
completamente normal. 
 
→ Abstinência - Depois da intoxicação por estimulantes, ocorre um colapso (“caída”, “repé” ou crash), com 
sintomas de ansiedade, tremor, humor disfórico, letargia, fadiga, pesadelos (acompanhados por sono REM de 
rebote), cefaleia, suor excessivo, cãibras musculares, cólicas e fome insaciável. Os sintomas de abstinência 
geralmente atingem o ápice em 2 a 4 dias e se resolvem em uma semana. 
→ Delirium por intoxicação por estimulantes - O delirium associado ao uso de estimulantes geralmente 
resulta de doses elevadas de um estimulante ou de seu uso prolongado, sendo que a privação de sono 
decorrente afeta a apresentação clínica. A combinação de estimulantes com outras substâncias e seu uso por 
indivíduo com dano cerebral preexistente também podem causar o desenvolvimento de delirium. Não raro, 
universitários que fazem uso de anfetaminas a fim de estudar para provas exibem esse tipo de delirium. 
 ANFETAMINAS 
 Físicos. O abuso de anfetaminas pode produzir efeitos adversos, sendo que os mais graves 
incluem efeitos cerebrovasculares, cardíacos e gastrintestinais. Entre as condições específicas potencialmente 
letais, estão infarto do miocárdio, hipertensão grave, doença cerebrovascular e colite isquêmica. Um contínuo 
de sintomas neurológicos, desde pequenas contrações musculares até tétano, passando por convulsões até 
coma e morte, está associado a doses cada vez mais elevadas de anfetaminas. O uso intravenoso pode 
transmitir HIV e hepatite e promover o desenvolvimento de abscessos pulmonares, endocardite e vasculite 
necrosante. 
 Psicológicos. Os efeitos adversos psicológicos associados ao uso de anfetaminas incluem 
inquietação, disforia, insônia, irritabilidade, hostilidade e confusão. O uso de anfetaminas também induz 
sintomas de transtornos de ansiedade, como transtorno de ansiedade generalizada e transtorno de pânico, além 
de ideias de referência, delírios paranoides e alucinações. 
→ Neurofarmacologia 
Todas as anfetaminas são rapidamente absorvidas por via oral e têm um rápido início de ação, em geral em 1 
hora após o consumo oral. As anfetaminas clássicas também são administradas por via intravenosa e têm efeito 
quase imediato por essa rota. Anfetaminas sem prescrição médica e anfetaminas “desenhadas” (ou designer) 
também são inaladas (“cheiradas”). A tolerância se desenvolve tanto com as anfetaminas clássicas quanto com 
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as desenhadas, embora os usuários costumem lidar com a tolerância por meio do consumo de uma quantidade 
maior da droga. Anfetaminas são menos aditivas do que cocaína, conforme evidências a partir de experimentos 
com ratos, nos quais nem todos os animais autoadministraram espontaneamente baixas doses de anfetamina. 
As anfetaminas clássicas (i.e., dextroanfetamina, metanfetamina e metilfenidato) produzem seus efeitos 
primários ao causar a liberação de catecolaminas, especialmente dopamina, a partir dos terminais pré-
sinápticos. Os efeitos são particularmente potentes para os neurônios dopaminérgicos que se projetam da área 
tegmentar ventral para o córtex cerebral e áreas límbicas. Esse caminho foi chamado de via do circuito de 
recompensa, e sua ativação provavelmente seja o principal mecanismo de adição no caso de anfetaminas. As 
anfetaminas desenhadas causam a liberação de catecolaminas (dopamina e norepinefrina) e de serotonina, o 
neurotransmissor envolvido na principal via neuroquímica para alucinógenos. Portanto, os efeitos clínicos de 
anfetaminas desenhadas são um misto dos efeitos de anfetaminas clássicas e de alucinógenos. 
 ECSTASY/MDMA 
MDMA é uma metanfetamina, sintetizada a partir da anfetamina. A síntese desses novos anfetamínicos busca 
potencializar os efeitos centrais da anfetamina. Recebe o nome popular de “bala”. Seu uso vem crescendo 
mundialmente. São muito usadas em festas, como raves. Pode ser usada por via fumada, inalação, injeção IV 
ou administração oral. 
→ Fisiopatologia 
Por ser um derivado anfetamínico, estimula a liberação periférica de monoaminas biogênicas (noradrenalina,dopamina e serotonina) → bloqueia a recaptação neuronal de monoaminas → inibe a ação da 
monoaminoxidase. O que difere o ecstasy das anfetaminas tradicionais é a potente ação serotoninérgica. 
Estímulo a liberação de serotonina é dez vezes maior. Ocorre também um aumento da liberação de ADH, que 
somado ao aumento da ingestão de água e da perda de sódio em consequência do aumento da atividade física, 
pode levar à importante hiponatremia. O uso em altas doses é responsável pelos efeitos simpatomiméticos na 
intoxicação. 
- Manifestações clínicas: Efeitos centrais mais frequentes: euforia, aumento da autoestima, sensação de bem 
estar e felicidade, empatia, aumento de energia, extroversão, aumento da sociabilidade, intensificação da 
percepção de cores e sons, e sinestesias (sons e cores se misturam e podem ganhar formas). A sensação de 
prazer inicial, associada a taquicardia e aumento da PA, é conhecida como rush, e pode durar 5-30 minutos. 
Em seguida, vem o período high, em que o indivíduo experimenta o aumento de energia, se torna taquilálico, 
se sente mais esperto e poderoso, às vezes agressivo. Há também midríase, aumento da FC e da PA, perda do 
apetite, ranger de mandíbula, boca seca, sede e desidratação. 
- Complicações: Síndrome serotonérgica → rigidez muscular, hiperreflexia e hipertemia → pode ser fatal. 
Crises hipertensivas, precordialgias, arritmias cardíacas, hepatites tóxicas, hipertemia, convulsões, 
rabdomiólise e morte. 
- Diagnóstico: História de uso e manifestações simpatomiméticas. Teste rápido para drogas de abuso. 
Monitorar eletrólitos, glicose, função renal, função hepática, CPK, urina com pesquisa de mioglobinúria 
(suspeita de rabdomiólise), ECG, troponina (suspeita de IAM), coagulograma. 
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- Diagnóstico diferencial: Diferenciar de outras intoxicações por agentes estimulantes. 
Outras condições: choque séptico, alterações no SNC (infecções ou hemorragia) emergências hipertensivas, 
IAM, angina, hipoglicemia, distúrbios hidreletrolíticos, mania, esquizofrenia, síndrome tireotóxica. 
- Tratamento: Uso de benzodiazepínicos para o controle da agitação. O citalopram parece minimizar efeitos 
agudos do ecstasy. A paroxetina, além de aliviar a ansiedade, também inibe os efeitos do ecstasy. Não utilizar 
haloperidol pelo risco de convulsão e aumento da temperatura. Em hipertensão arterial grave não responsiva 
à sedação com benzodiazepínicos, utilizar nitroprussiato. A sedação adequada pode evitar o desenvolvimento 
de rabdomiólise, hipertermia, hipertensão e convulsões. 
 LSD 
Alucinógenos, por definição, são intoxicantes. Os alucinógenos naturais mais conhecidos são psilocibina 
(cogumelos) e mescalina (cacto). O alucinógeno sintético mais comum é o LSD (dietilamida do ácido 
lisérgico), popularmente “doce”. Há um aumento do uso do uso das substâncias sintéticas por serem facilmente 
fabricados, vendidos a preços baixos e muito mais potentes do que os naturais. 
- Epidemiologia: O uso é mais elevado dos 18 aos 25 anos. Mais comum em homens. O uso de alucinógenos 
está associado a menor morbidade e mortalidade do que a cocaína e o crack. 
→ Fisiopatologia 
O LSD é utilizado por via sublingual, em forma de tabletes de açúcares, selos, comprimidos e cápsulas. O 
tempo de início dos efeitos em média é de 30 minutos, e duram cerca de 6 a 12 horas. O LSD possui alta 
afinidade com receptores serotonérgicos e dopaminérgicos. Agonista parcial em receptores de serotonina pós-
sinápticos. 
- Manifestações clínicas: A tolerância se desenvolve rapidamente, mas não existe dependência física, nem 
síndrome de abstinência. Pode haver dependência psicológica. A intoxicação é definida por alterações 
comportamentais e perceptuais e por sinais fisiológicos: ansiedade ou depressão acentuada, medo de perder o 
juízo, ideação paranoide, comprometimento no julgamento, intensificação subjetiva das percepções, 
despersonalização, desrealização, ilusões, alucinações auditivas e, principalmente, visuais, sinestesias, 
midríase, taquicardia, sudorese, palpitações, visão turva, tremores, incoordenação motora. O uso de drogas 
alucinógenas está associado a ataques de pânico, psicose, delirium e ansiedade. 
Flashbacks: transtorno persistente da percepção induzido por alucinógenos → experimentação de sintomas 
alucinatórios semelhantes aos sentidos durante o uso, tempos após o uso da substância e sem fatores 
desencadeadores. O humor torna-se lábil, podendo variar de situações de grande euforia a quadros de extremo 
mal-estar, tristeza e medo. Podem ocorrer "bad trips" (viagens ruins), quando a experiência com o uso da 
droga é desagradável, causando ansiedade intensa, agressividade e comportamentos bizarros. 
- Diagnóstico: Os pacientes intoxicados por alucinógenos geralmente apresentam-se alertas e conscientes de 
que os sintomas são induzidos pela droga. Podem ocorrer sinais e sintomas leves de estímulo 
simpatomimético. Não ocorre quadros adrenérgicos mais graves. O LSD não é detectado nos testes de rotina 
para a detecção de drogas de abuso. Testes de radioimunoensaio para a detecção da substância na urina, com 
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posterior confirmação por cromatografia líquida ou gasosa, porém não são úteis na prática. Monitorar 
eletrólitos, glicose, função renal, ECG. 
- Diagnóstico diferencial: Abstinência alcoólica e intoxicação por anticolinérgicos. Pode ocorrer um 
flashback, ou seja, alucinações muito depois da ingestão. 
Outras condições: TCE, infecção do SNC (encefalites ou meningites), hipoglicemia, hipertireoidismo ou 
esquizofrenia. 
- Tratamento: O tratamento da intoxicação é basicamente a tranquilização do usuário de que os sintomas irão 
cessar com o tempo. Podem ser usados benzodiazepínicos para o controle da agitação. Diazepam 10 mg IV 
até o controle das manifestações ou midazolam 15 mg IM. Antipsicóticos podem ser administrados se houver 
persistência dos sintomas psicóticos. 
 MACONHA E CANABINÓIDES 
Efeitos sobre a neurotransmissão. O receptor de canabinoide CB1 está associado com proteínas-G que 
intermedeiam sua sinalização intracelular, em parte pela inibição de adenilato ciclase. Isso leva a uma 
diminuição nos níveis do importante segundo mensageiro monofosfato de adenosina cíclico. A ativação do 
receptor CB1 também leva a ativação de canais de potássioe inibição dos canais de cálcio tipo-N. Visto que 
o cálcio é integrante da liberação de neurotransmissores, os canabinoides podem bloquear a neurotransmissão 
por meio desse mecanismo. Os receptores de canabinoides também ativam as proteíno-quinases ativadas por 
mitógeno. 
Com a utilização de modelos de cultura celular e fatias do cérebro, foi demonstrado que os canabinoides 
bloqueiam a liberação de uma variedade de neurotransmissores, incluindo GABA, norepinefrina e acetilcolina. 
Norepinefrina e acetilcolina tendem a ser neurotransmissores excitatórios, e seria esperado que a inibição de 
sua liberação de canabinoides tivesse um efeito inibitório global. Entretanto, o GABA é um neurotransmissor 
inibitório, e sua inibção de canabinoides levaria a efeitos excitatórios globais, demonstrando que os 
canabinoides podem ter efeitos complexos sobre a neurotransmissão dependendo do contexto específico. Os 
canabinoides também parecem aumentar a liberação de neurotransmissores de endorfina cerebrais e a 
liberação de dopamina no nucleus accumbens, um “centro de recompensa” relevante à adição e à 
aprendizagem. Os endocanabinoides foram implicados em uma variedade de formas de plasticidade sináptica, 
incluindo LTP e depressão de longo prazo (LTD). 
Endocanabinoides na ansiedade e no humor. A neurotransmissão de endocanabinoides pode ser um 
regulador importante da ansiedade, e os usuários de Cannabis regularmente descrevem um efeito 
tranquilizador do THC. A perda de sinalização pelo sistema endocanabinoide parece promover estados 
semelhantes a ansiedade em estudos com animais. Animais com deficiência do receptor CB1 exibem 
comportamento de ansiedade mais pronunciado quando expostos a estresse ou a ambientes novos. 
A via dos endocanabinoides pode representar um alvo atrativo no entendimento das respostas de estresse pós-
traumático e das fobias. Embora não se possa ainda medir com segurança os níveis de endocanabinoides em 
humanos, esse modelo é apoiado por ensaios clínicos do bloqueador do receptor canabinoide, rimonabanto, 
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que pode oferecer uma promessa como estratégia para perda de peso. Uma reação adversa frequente do 
medicamento é aumento da ansiedade e da depressão. 
Efeitos sobre lesão cerebral e dor. Em modelos de lesão cerebral traumática de camundongos, o 2-AG parece 
ser neuroprotetor, reduzindo o edema cerebral, o tamanho do infarto e a morte celular e ao mesmo tempo, 
melhorando os desfechos funcionais. A anandamida também protegeu contra lesão cerebral em um modelo de 
esclerose múltipla (EM), e pacientes humanos com a doença têm aumentos na produção de anandamida. Um 
estudo do agonista canabinoide HU-211 levou a melhora clínica mais rápida após traumatismo craniano. Os 
inibidores do FAAH melhoraram os sintomas motores em um modelo de doença de Parkinson em ratos, 
provavelmente pelo aumento da neurotransmissão dopaminérgica por canabinoides. 
Há cada vez mais evidências de que a neurotransmissão por meio do sistema endocanabinoide regule a 
percepção de dor. O THC e os agonistas canabinoides provaram ser eficazes em modelos animais de dor aguda 
e crônica, variando de ferimento por queimadura a dano e inflamação dos nervos. O receptor CB1 desempenha 
um papel importante nesses efeitos, uma vez que os efeitos analgésicos das drogas canabinoides são perdidos 
quando o antagonista CB1 rimonabanto é administrado. De maneira similar, o efeito analgésico do THC é 
perdido em camundongos geneticamente deficientes de receptor CB1. 
O estresse há muito tem sido associado com diminuição da percepção de dor, tal como em casos de militares 
feridos que demonstram notável tolerância a dor, um fenômeno conhecido como analgesia induzida por 
estresse. O sistema endocanabinoide pode intermediar esses efeitos. Modelos animais revelam a produção de 
anandamida e 2-AG após estresse, e a analgesia induzida por estresse é bloqueada pelo bloqueador CB1, 
rimonabanto, nesses animais. 
A regulação da percepção de dor por endocanabinoides parece ser diferente da do sistema de opiáceo 
endógeno, mas as duas vias podem compartilhar vias neurais sobrepostas. A evidência disso foi fornecida 
usando o bloqueador CB1, rimonabanto, e naloxona, que bloqueiam os receptores de opiáceo. O rimonabanto 
atenua a analgesia proporcionada por THC e canabinoides, mas bloqueia apenas de forma parcial a resposta à 
morfina. Entretanto, o oposto é verdadeiro para os opiáceos: a naloxona bloqueia a analgesia induzida por 
morfina, mas também bloqueia parcialmente a de THC e de drogas canabinoides. As combinações de drogas 
canabinoides e opiáceas evidenciam efeitos analgésicos sinergísticos em modelos animais. 
Embora, a princípio, tenha sido assumido que os canabinoides exercem seus efeitos analgésicos por meio do 
SNC, em modelos animais foi demonstrado que a administração localizada dessas substâncias também pode 
ser eficaz, incluindo drogas seletivas para o receptor CB2, cuja expressão é mínima no SNC. 
Os endocanabinoides também podem influenciar a sensibilidade a dor por mecanismos que não envolvem os 
receptores CB1 e CB2. Tanto a anandamida quanto o NADA também podem ativar um canal de cálcio 
denominado receptor vaniloide (também conhecido como receptor de potencial transitório vaniloide tipo 1 
[TRPV-1]), que é encontrado nos nervos sensoriais. Esse mesmo receptor é famoso por ser ativado por 
capsaicina, que causa uma sensação de calor após a ingestão de pimenta. Portanto, os endocanabinoides podem 
exercer funções opostas: promover analgesia por intermédio dos receptores CB1 e CB2, mas potencialmente 
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aumentar a dor via canais de TRP. Ainda que os receptores CB2 sejam expressos em grande parte na periferia, 
análises de necropsia revelam uma regulação ascendente no cérebro de pessoas com doença de Alzheimer. 
O rápido desenvolvimento de novos medicamentos canabinoides pode permitir a seleção de sintomas 
específicos como alvos, em vez de induzir todos os efeitos típicos do THC. Por exemplo, o ácido ajulêmico 
demonstra propriedades analgésicas e anti-inflamatórias, mas pode oferecer um benefício de efeitos colaterais 
psicoativos limitados. Em um ensaio clínico randomizado desse composto, Mathias Karst e colaboradores 
encontraram eficácia na redução de dor neuropática crônica. 
Efeitos na periferia. Os canabinoides levam ao relaxamento direto da musculatura lisa vascular por receptores 
CB1 locais. Essa vasodilatação estende-se para a conjuntiva, levando a uma aparência “injetada de sangue” 
em alguns usuários de Cannabis. O relaxamento das artérias oculares pelos canabinoides pode oferecer uma 
utilidade como tratamento para glaucoma, uma condição de pressão intraocular alta, e a ativação de receptores 
CB1 nos rins pode melhorar o fluxo sanguíneo renal. Um papel na regulação generalizada da pressão arterial 
não é comprovado, e a pressão arterial é inalteradaem pessoas tratadas com rimonabanto ou em animais 
deficientes de receptores CB1. A sinalização dos canabinoides também pode ser relevante para a gravidez 
ectópica, visto que camundongos deficientes em CB1 retêm muitos embriões no oviduto. 
 ETANOL 
Efeitos sobre o cérebro Bioquímica. Em contraste com a maioria das outras substâncias de abuso com alvos 
receptores – como o receptor N-metil-D-aspartato (NMDA) de fenciclidina (PCP) –, não foi identificado 
nenhum alvo molecular como mediador para os efeitos do álcool. A antiga teoria sobre os efeitos bioquímicos 
do álcool é voltada para seus efeitos sobre as membranas dos neurônios. Dados apoiam a hipótese de que o 
álcool produz seus efeitos ao se intercalar nas membranas e, desse modo, aumentar a fluidez das membranas 
com o uso de curto prazo. Com o uso prolongado, no entanto, a teoria postula que as membranas se tornam 
rígidas ou endurecidas. A fluidez das membranas é essencial para o funcionamento normal dos receptores, dos 
canais iônicos e de outras proteínas funcionais ligadas a membranas. Em estudos recentes, pesquisadores 
tentaram identificar alvos moleculares específicos para os efeitos do álcool. Dedicou-se atenção aos efeitos 
do álcool em canais iônicos. Especificamente, estudos revelaram que atividades nos canais iônicos associadas 
aos receptores de acetilcolina nicotínica, serotonina 5-hidroxitriptamina3 (5-HT3) e GABA tipo A (GABAA) 
são intensificadas pelo álcool, enquanto atividades dos canais iônicos associadas aos receptores de glutamato 
e canais de cálcio disparados por voltagem são inibidas. 
Efeitos comportamentais. Como resultado final das atividades moleculares, o álcool funciona como 
depressor, assim como os barbitúricos e benzodiazepínicos, com os quais o álcool apresenta, parcialmente, 
tolerância cruzada e dependência cruzada. Em um nível de 0,05% de álcool no sangue, pensamento, 
discernimento e inibição são relaxados e às vezes perturbados. Em uma concentração de 0,1%, atos motores 
voluntários normalmente se tornam perceptivelmente desajeitados. Na maioria dos Estados Unidos, a 
intoxicação legal varia de 0,1 a 0,15% de álcool no sangue. Em 0,2%, a depressão da função de toda a área 
motora do cérebro pode ser medida, e as partes do cérebro que controlam o comportamento emocional também 
são afetadas. Em 0,3%, o indivíduo normalmente fica confuso ou entra em estupor; em 0,4 a 0,5%, entra em 
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coma. Em níveis mais elevados, os centros primitivos do cérebro que controlam a respiração e a frequência 
cardíaca são afetados, e ocorre morte secundária a depressão respiratória direta ou a aspiração de vômito. 
Indivíduos com histórias antigas de abuso de álcool, no entanto, podem tolerar concentrações muito mais 
elevadas do que pessoas com baixo consumo de álcool; sua tolerância à substância pode causar a impressão 
errônea de que estão menos intoxicados do que de fato estão. 
Efeitos no sono. Embora o álcool consumido à noite normalmente aumente a facilidade em adormecer 
(redução da latência do sono), também tem efeitos adversos sobre a arquitetura do sono. Especificamente, o 
uso de álcool está associado a diminuição do sono do movimento rápido dos olhos (sono REM ou sono com 
sonhos) e do sono profundo (estágio 4) e maior fragmentação do sono, com episódios mais frequentes e mais 
longos de vigília. Portanto, a noção de que ingerir álcool ajuda a dormir é um mito. 
Outros efeitos fisiológicos 
 Fígado. Os principais efeitos adversos do uso de álcool estão relacionados a lesões no fígado. O uso 
de álcool, mesmo que de curta duração, como episódios semanais de aumento de consumo, pode resultar em 
acúmulo de gorduras e proteínas, as quais produzem a aparência de um fígado gorduroso, às vezes encontrado 
em exames físicos como um fígado aumentado (hepatomegalia). A associação entre a infiltração de gorduras 
no fígado e lesões hepáticas graves ainda é incerta. O uso de álcool, no entanto, está associado ao 
desenvolvimento de hepatite alcoólica e cirrose hepática. 
 Sistema gastrintestinal. O consumo intenso de álcool em longo prazo está associado ao 
desenvolvimento de esofagite, gastrite, acloridria e úlceras gástricas. O desenvolvimento de varizes esofágicas 
pode acompanhar abuso de álcool particularmente intenso; a ruptura dessas varizes é uma emergência médica 
que costuma resultar em morte por hemorragia. Distúrbios do intestino delgado ocorrem eventualmente, e 
pancreatite, insuficiência pancreática e câncer pancreático também estão associados ao uso intenso da 
substância. A ingestão intensa de álcool pode interferir nos processos normais de digestão e absorção dos 
alimentos; como resultado, os alimentos consumidos são digeridos de forma inadequada. O abuso de álcool 
também parece inibir a capacidade do intestino de absorver diversos nutrientes, como vitaminas e 
aminoácidos. Esse efeito, em conjunto com hábitos alimentares com frequência inadequados dos indivíduos 
com transtornos relacionados ao álcool, pode causar graves deficiências vitamínicas, sobretudo das vitaminas 
do complexo B. 
 Outros sistemas corporais. A ingestão significativa de álcool foi associada a aumento da pressão 
arterial, desregulação do metabolismo de lipoproteínas e triglicerídeos e aumento do risco de infarto do 
miocárdio e de doença cerebrovascular. Demonstrou-se que ele afeta o coração de indivíduos não alcoolistas 
que normalmente não ingerem álcool, aumentando a descarga cardíaca em repouso, a frequência cardíaca e o 
consumo de oxigênio do miocárdio. Evidências indicam que a ingestão de álcool pode afetar de modo adverso 
o sistema hematopoiético e aumentar a incidência de câncer, especialmente na cabeça, no pescoço, no esôfago, 
no estômago, no fígado, no colo e no pulmão. Intoxicação aguda também pode estar associada a hipoglicemia, 
que, quando não identificada, pode ser responsável por parte das mortes súbitas de indivíduos intoxicados. 
Fraqueza muscular é outro efeito colateral do alcoolismo. Evidências recentes mostram que a ingestão de 
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álcool aumenta a concentração sanguínea de estradiol em mulheres. O aumento de estradiol está 
correlacionado com o nível de álcool no sangue.Testes laboratoriais. Os efeitos adversos do álcool aparecem em testes de laboratório comuns, que 
podem auxiliar no diagnóstico para identificar indivíduos com transtornos relacionados ao álcool. Os níveis 
de γ-glutamil (gama gt) transpeptidase são elevados em cerca de 80% dos indivíduos com transtornos 
relacionados ao álcool, e o volume corpuscular médio (VCM) é elevado em cerca de 60%, mais em mulheres 
do que em homens. Outros valores de testes laboratoriais que podem ter resultados elevados em associação ao 
abuso de álcool são os de ácido úrico, triglicerídeos, aspartato aminotransferase (AST) e alanina 
aminotransferase (ALT). 
 Interações medicamentosas. As interações entre álcool e outras substâncias podem ser perigosas e 
até mesmo fatais. Determinadas substâncias, como álcool e fenobarbital, são metabolizadas pelo fígado, e seu 
uso prolongado pode levar à aceleração do metabolismo. Quando o indivíduo com transtorno relacionado ao 
álcool está sóbrio, esse metabolismo acelerado o deixa excepcionalmente tolerante a vários fármacos, como 
sedativos e hipnóticos; durante a intoxicação, no entanto, esses fármacos competem com o álcool pelos 
mesmos mecanismos de desintoxicação, e concentrações potencialmente tóxicas de todas as substâncias 
envolvidas podem se acumular no sangue. 
Os efeitos do álcool e de outros depressores do SNC costumam ser sinérgicos. Sedativos, hipnóticos e 
fármacos que proporcionam o alívio de dor, de náusea causada por movimento, de resfriados e de sintomas 
alérgicos devem ser usados com cautela por indivíduos com transtornos relacionados ao álcool. Narcóticos 
deprimem as áreas sensoriais do córtex cerebral e podem produzir analgesia, sedação, apatia, entorpecimento 
e sono; doses elevadas podem resultar em falência respiratória e morte. Aumentar a dosagem de fármacos 
sedativo-hipnóticos, como hidrato de cloral e benzodiazepínicos, especialmente quando combinados com 
álcool, produz uma gama de efeitos desde sedação, passando por prejuízo motor e intelectual, até estupor, 
coma e morte. Como sedativos e outros fármacos psicotrópicos podem potencializar os efeitos do álcool, deve-
se instruir os pacientes sobre os perigos de se combinar depressores do SNC e álcool, sobretudo ao dirigir ou 
operar maquinário. 
 METANOL 
Pode estar presente como adulterante do álcool combustível ou como contaminante na fabricação de bebidas 
clandestinas. Utilizado em fluidos de limpadores de parabrisa e como solventes. É muito parecido com o 
etanol. A intoxicação ocorre pela biotransformação do metanol em ácido fórmico, levando à acidose 
metabólica, cegueira e morte. É a principal causa de intoxicação por álcoois tóxicos. 
→ Fisiopatologia 
É biotransformado pela mesma via do etanol pela enzima álcool-desidrogenase em formaldeído e, 
posteriormente, pela enzima aldeído-desidrogenase em ácido fórmico. Os produtos da biotransformação irão 
determinar grave acidose metabólica com ânion gap elevado (>12) e lesões do nervo óptico e do SNC que são 
por vezes irreversíveis. 
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- Manifestações clínicas: Inicialmente, os pacientes apresentam sinais comuns de intoxicação alcoólica, como 
ataxia, sedação, desinibição e, podem estar presentes também dor abdominal, náuseas, vômitos, cefaleia, 
taquicardia e hipotensão. Após 12-24 hora surgem: acidose metabólica tanto pela formação de ácido fórmico 
como pelo aumento na produção de ácido lático, alterações de múltiplos órgãos incluindo hipotensão, 
taquicardia, taquipneia, arritmias, convulsões, pancreatite, coma, rabdomiólise, insuficiência renal aguda, 
hipomagnesemia, hipocalemia e hipofosfatemia. Alterações visuais: diplopia, visão esbranquiçada ou borrada, 
alterações das cores e até cegueira total. 
Exame de fundo de olho: midríase, hiperemia de disco óptico e papiledema. Em intoxicações graves, pode 
ocorrer necrose dos gânglios da base, com parkinsonismo (tremor, rigidez, bradicinesia) e atrofia do nervo 
óptico com cegueira. 
- Diagnóstico: História de exposição ao agente + exame físico. Realizar alcoolemia (metanol e etanol) por 
cromatografia gasosa a cada 6-12 horas. Outros exames podem ajudar na ausência da dosagem sanguínea da 
alcoolemia: gasometria arterial e pH, glicemia, sódio, potássio, cloro, osmolaridade sérica, funções hepática e 
renal, gap osmolar e ânion gap. TC ou RM de crânio podem mostrar necrose bilateral do putâmen e hemorragia 
dos gânglios da base. 
- Diagnóstico diferencial: Intoxicações por outros álcoois, tais como etanol e etilenoglicol. Situações clínicas 
que resultem em acidose metabólica grave com ânion gap elevado, tais como a cetoacidose diabética. 
- Tratamento: Lavagem gástrica deve ser indicada apenas na primeira hora da ingestão. 
Antídoto: etanol EV e fomepizol. Ambos saturam a enzima álcooldesidrogenase prevenindo a formação de 
metabólitos tóxicos a partir do metanol, que será eliminado por via renal inalterado. A hemodiálise abaixa 
rapidamente as concentrações do metanol, etilenoglicol, de todos os metabólitos e corrige a acidose. Indicado 
para pacientes com acidose grave, alterações visuais, falência renal, alterações de eletrólitos não responsivas 
ao tratamento convencional, instabilidade hemodinâmica refratária ao tratamento convencional ou com 
metanol acima de 50 mg/dL. 
Administração de ácido fólico → aumenta a transformação do ácido fórmico em dióxido de carbono e água. 
 ETILENOGLICOL 
Utilizado na indústria para produção de resinas, tintas e vernizes e como agente de arrefecimento em motores 
de combustão. Pode ser consumido intencionalmente por etilistas crônicos como um substituto do álcool, ou 
acidentalmente por crianças, devido à sua cor chamativa e seu sabor adocicado. 
Líquido de sabor doce, normalmente encontrado em anticongelantes. Assim como o metanol, são usados em 
soluções de limpeza. 
→ Fisiopatologia 
Sua toxicidade decorre da ação dos metabólitos produzidos a partir da ação da álcool-desidrogenase (ADH) 
produzindo glicoaldeído e então da aldeídodesidrogenase produzindo ácido glicólico, glioxílico, ácido 
oxálico, glicina e alfahidroxi-beta-cetoadipato. Estes metabólitos, junto com o excesso de ácido láctico, são 
responsáveis pela acidose metabólica e pelo aumento do ânion gap. O oxalato precipita-se como cristais 
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insolúveis de oxalato de cálcio podendo levar à hipocalcemia, prolongamento do intervalo QT e à arritmias 
ventriculares. 
Pode ocorrer também deposição de oxalato de cálcio nos túbulos renais → insuficiência renal aguda retardada 
até 24-72 horas após ingestão. 
- Manifestações clínicas: Inicialmente, os pacientes apresentam sinais de intoxicação alcoólica comuns, como 
ataxia, sedação,

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