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Composição do Tráfego Cálculo do número “N” Conhecimento do Tráfego • As características do tráfego afetam a qualidade dos pavimentos flexíveis. • Solicitações acima das previstas em projeto podem ocasionar degradações como deformações permanentes, trincas e perda de material da superfície de rolamento. Carregamento da frota • A Portaria Nº 60, DE 02 DE JULHO DE 2008 (ver anexos), que regulamenta o § 1º do artigo 6º da Resolução nº 211/2006, do CONTRAN, estabelece os limites de peso e dimensões para veículos que transitam por vias terrestres. • A Resolução Nº 210 do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), de 13 de novembro de 2006 define os tipos de veículos com descrição dos eixos. Tipos de eixos mais comuns Tipo de eixo Limite legal (por eixo) Configuração Simples – Rodas Simples (ESRS) 6,0t Simples – Roda Dupla (ESRD) 10,0t Tandem Duplo (ETD) 17,0t Tandem Triplo (ETT) 25,5t Eixo Tandem Duplo Eixo simples de rodas simples Eixo Tandem Duplo EIXO TANDEM TRIPLO Eixo simples de rodas duplas Eixo simples de rodas simples Nomenclatura do Peso de veículos Rodo-Ferroviários • Peso útil: peso da carga • Lotação (L): peso útil máximo • Tara (T) ou Peso morto: peso do veículo sem carga, com tanque cheio e operadores a bordo • Peso Bruto Total (PBT): peso útil + tara de um veículo unitário • PBT máximo: lotação + tara • Peso Bruto Total Combinado (PBTC): peso útil + soma das taras das unidades da combinação • PBTC máximo: lotação + soma das taras Caminhão unitário Trucado Tara = 8t Lotação = 15t PBTCmáx = 23t Unitário + reboque Romeu e Julieta Tara = 15t Lotação = 28t PBTCmáx = 43t Semi-reboque Tara = 15,5t Lotação = 33t PBTCmáx = 48,5t Bi-trem Tara = 23t Lotação = 34t PBTCmáx = 57t Rodotrem Tara = 32t Lotação = 42t PBTCmáx = 74t A avaliação do desempenho estrutural dos pavimentos flexíveis Deformações plásticas ou permanentes • Observadas nos afundamentos das trilhas de roda, ocasionados por dois tipos distintos de solicitações, a compressão e o cisalhamento. Esforços de compressão geram a densificação dos materiais constituintes das camadas dos pavimentos. Esforços cisalhantes geram movimentos laterais de uma ou mais camadas. Deformações elásticas ou resilientes • Ocasionadas pela repetição das cargas, que gera as trincas por fadiga. Em condições normais, a camada de concreto asfáltico tende a voltar a sua posição original após o término do carregamento, recuperando parte considerável da deformação sofrida. Entretanto, quando ocorrem deformações cíclicas, sob cargas repetidas, o concreto asfáltico sofre o fenômeno de fadiga. Cargas Rodoviárias e Tráfego Veículo padrão • Surgiu em virtude da heterogeneidade do tráfego. • Serve de referência aos demais carregamentos. • O tráfego dos diferentes tipos de veículos pode ser expresso em termos do número equivalente de solicitações (passagens) do eixo padrão. • Eixo Padrão = Eixo Simples com Rodas Duplas de 8,2 tf. Parâmetros de Projeto - Estudo de Tráfego • Os pavimentos são dimensionados em função do número N • Número N: número equivalente de operações (passagens) do eixo padrão (8,2 tf) Problemas para estimativa do tráfego: • Falta de controle da pressão de inflação de pneus dos veículos comerciais. • A pressão de inflação vigente é de 80 psi (5,62 Kgf/cm2 ou 56,2MPa) • A pressão de inflação utilizada na prática está em aproximadamente de 100 psi (7,03 Kgf/cm2 ou 70,3 MPa) • A consequência é a alteração da distribuição de tensão, causada pelo aumento da pressão de contato, que é admitida como igual à pressão de inflação do pneu. Composição do tráfego para o dimensionamento de um pavimento • Baseado no volume diário médio (VDM) de veículos, no ano médio do período de projeto, adicionando-se uma taxa de crescimento de tráfego • VDM: é onúmero de veículos que circulam em uma estrada durante um ano, dividido pelos dias do ano. • Taxa de crescimento: baseada no crescimento histórico do mesmo trecho ou região em estudo (quando faltam dados, utilizar taxa de 5% ao ano) Número “N” É número equivalente de operações do eixo padrão (8,2 tf), número de ciclos ou números de vezes que o eixo padrão passa pela rodovia. N = 365 . Vm . P. FV . FR • Vm = volume médio diário (VDM) de tráfego, no ano médio do período de projeto P, em veículos/dia, para 1 sentido (o mais carregado) • P: período de projeto ou vida útil (anos) • FV: fator de veículo • FR: fator climático Volume Diário Médio “Vm” • Vm: volume diário médio (VDM) de tráfego no sentido mais solicitado, no ano médio do período de projeto. • V1: VDM (volume diário médio) - tráfego no sentido mais solicitado, no primeiro ano do período de projeto. • VP: VDM - tráfego no mesmo sentido, no último ano do período de projeto. • Vt: volume total de tráfego, num sentido, para o mesmo período “P” de projeto. • t: taxa de crescimento anual (%), sugere-se adotar t = 0,05 (5%), quando houver insuficiência de dados. Cálculo de “Vm” Admitindo-se taxa “t” constante e crescimento linear: 1 0 (1 1 )V V t= + ⋅ )1(1 tPVVp ⋅+= 2 1 p m VV V + = 365 t m V V P= ⋅ ⋅ Onde: V0 = volume de veículos no tempo inicial V1 = volume de veículos no primeiro ano (após implantação das obras) VP = volume de veículos no tempo de projeto (geralmente 10, 15 ou 20 anos) t = taxa de crescimento anual Vm = volume médio no tempo médio após implantação das obras Exemplo: Seja um VDMo igual a 800 veículos por dia, com 60% dos veículos no sentido mais solicitado, numa via de duas faixas e duas mãos, determinar o volume total de veículos que passarão pela via no período de projeto considerando os dados a seguir. • Taxa de crescimento linear do tráfego: t = 5 % ao ano • Período de projeto: P = 10 anos • Tempo de execução das obras: p = 1 ano 1 0 (1 1 )V V t= + ⋅ )1(1 tPVVp ⋅+= 2 1 p m VV V + = 365 t m V V P= ⋅ ⋅ Então: • Vo = (800 . 60)/100 = 480 veíc./dia (60% dos veículos) • V1 = 480 . [1 +(1.0,05)] = 504 veíc./dia • Vp= V10 = 504 . [1 + (10 . 0,05)] = 756 veíc./dia • Vm= (504 + 756)/2 = 630 veíc./dia (no sentido mais solicitado) • Vt = 365 . 630. 10 = 2.299.500 = 2,3 x 106 veículos Admitindo-se taxa “t” constante e crescimento não linear (geométrico): 1 1 0 (1 )V V t= + 1(1 ) P p V V t= + ( ) 1 1 1 365 P t t V V t + − = ⋅ ⋅ Os mesmos dados do exemplo anterior levariam a: • V1 = 480 . (1 + 0.05)1 = 504 veíc./dia • Vp = 504 . (1 + 0,05)10 = 821 veíc./dia • ( )10 6 t 1+0,05 -1 V = 365×504× = 2.313.829 2,31×10 veículos 0,05 Etapas para o cálculo do número “N” N = 365 . Vm . P . FV . FR 1. Determinar Vm através de dados estatísticos • Fixação de V0 (considerar tráfego gerado e desviado) • Tipo e taxa de crescimento. • Também pode ser feito em face de estudo econômico da região. • Se houverem dificuldades para se obter de dados, pode ser arbitrado em função da característica da via e previsão de tráfego. Fator de Equivalência de Operações (FEO) • Devido às variações das condições do tráfego, efeitos cumulativos das solicitações de tráfego são expressos em termos de fatores de equivalência. • Ou seja, os diferentes tipos de eixos são comparados em termos de danos causados aos pavimentos. Eixo – padrão (8,2 tf) • A conversão do tráfego misto em um equivalente de operações de um eixo considerado padrão é efetuada aplicando-se os chamados fatores de equivalência de cargas. • Estes fatores permitem converter uma aplicação de um eixo solicitado por uma determinada carga em um número de aplicações do eixo-padrão que deveráproduzir um efeito equivalente. • Os fatores de equivalência utilizados pelo método do DNER permitem a conversão de aplicações de diferentes solicitações em um número equivalente de aplicações do eixo padrão (8,2 tf). • Para cada configuração de eixo real há uma conversão para eixo padrão. 2. Determinação do Fator de Veículo (FV) • O fator de veículo é calculado a partir da pesagem de eixo simples e tandem, por categoria de veículo. • É computada a frequência de cada por eixo, em cada categoria. • Através de um fator de equivalência, calcula-se a equivalência em relação ao eixo padrão de 8,2tf, determinando-se assim o fator carga. Eixo padrão de 8,2t: dano ao pavimento igual a 1 Eixo de 6t: dano ao Pavimento igual a 0,25 (ESRS) Eixo de 10t: dano ao Pavimento igual a 3,0 (ESRD) Eixo de 25,5t: dano ao pavimento igual a 9,0 (ETT) Eixo de 17,0: dano ao pavimento igual a 8,5 (ETD) Coeficientes de Equivalência 3. Determinação do Fator Climático Regional (FR) Quando não existem dados pluviométricos, podem-se adotar valores médios para cada região. • FR- Fator Climático Regional: considera as variações de umidade dos materiais durante o ano (variações na capacidade de suporte). • Atualmente se considera no Brasil FR =1 Altura média anual de chuva (mm) Fator Climático Regional (FR) Até 800 0,7 De 800 a 1500 1,4 Mais de 1500 1,8 Distribuição Direcional • O fator de Distribuição Direcional do Tráfego para Rodovias de Pista Simples é igual a 50% para todos os tipos de veículos. • Para rodovias de pista dupla, deve-se considerar o tráfego incidente na faixa de tráfego mais solicitada. Exemplo Calcular o número N para a contagem de veículos da tabela, considerar período de projeto de 15 anos com taxa de crescimento aritmético de 6% e fator climático = 1. 1. Executa-se a contagem dos veículos de acordo com a sua configuração de tipos de eixos e calcula-se o total de veículos e freqüência de cada configuração. 2. Para cada tipo de eixo se encontra o fator de equivalência de operações através dos gráficos e executa-se a soma das equivalências. 3. Multiplica-se a soma das equivalências de operações pela respectiva frequência de cada veículo para se encontrar o Fator de Veículo. 4. Determinar Vm Vo = 388 veíc./dia V1 = 388 . [1 +(1 . 0,06)] = 411 veíc./dia Vp = 411 . [1 + (15 . 0,06)] = 781 veíc./dia Vm = (411 + 781)/2 = 596 veíc./dia 5. Determinar o número N N = 365 .Vm. P . FV . FR N = 365 . 596 . 15 . 6,9 . 1 = 22.515.390 = 2,25 x 107 Exercícios 1) Calcular o número N para a contagem de veículos da tabela, considerar período de projeto de 20 anos com taxa de crescimento linear de 6% a.a. e fator climático igual a 1,4. 2) Calcular o número N para a contagem de veículos da tabela, considerar período de projeto de 10 anos com taxa de crescimento aritmético de 5% e fator climático igual a 1.
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