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Livro Roxo - Transcricao Semiologia Especial EaD (Colecao Pandemia)

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1 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
Sumário 
Aula 1 - Semiologia Ginecológica ................................................................................................................ 2 
Aula 2 – Semiologia Obstétrica .................................................................................................................. 10 
Aula 3 – Semiologia Pediátrica 1 ............................................................................................................... 17 
Aula 4 – Semiologia Pediátrica 2 ............................................................................................................... 28 
Aula 5 – Endocardite infecciosa ................................................................................................................. 49 
Aula 6 – Valvulopatias .................................................................................................................................. 1 
Aula 7 – Desconforto no peito ...................................................................................................................... 8 
Síndromes Coronarianas – Angina Pectoris ............................................................................................ 9 
Angina Estável ........................................................................................................................................ 12 
Aula 8 – Insuficiência Cardíaca.................................................................................................................. 14 
Aula 9 – Dor abdominal .............................................................................................................................. 24 
Aula 10 – Insuficiência hepática crônica .................................................................................................... 27 
Aula 11 – Icterícia ....................................................................................................................................... 34 
Aula 12 – Pancreatite/colecistite ................................................................................................................ 40 
Síndromes biliares .................................................................................................................................. 40 
Pancreatite .............................................................................................................................................. 44 
Aula 13 – Síndromes nefrológicas ............................................................................................................. 48 
Aula 14 – Hipotireoidismo e Hipertireoidismo ............................................................................................ 61 
Aula de introdução as enfermidades respiratórias .................................................................................... 69 
Aula 15 – Infecções respiratórias ............................................................................................................... 72 
Aula 16 – Enfermidades pleurais ............................................................................................................... 75 
Aula 17 – Doenças Pulmonares Obstrutivas ............................................................................................. 85 
Aula 18 – Neoplasia de Pulmão ................................................................................................................. 92 
Aula 19 – Sons pulmonares ..................................................................................................................... 101 
Aula 20 – Sons cardíacos ........................................................................................................................ 105 
Aula 21 – Cefaleias .................................................................................................................................. 123 
Aula 22 – Simulação de anamnese ......................................................................................................... 124 
 
 
 
 
2 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
Aula 1 - Semiologia Ginecológica 
Introdução 
A consulta ginecológica é rotina de todo médico Ginecologista e do médico de atenção primária, mas 
consulta ginecológica durante a faculdade serão feitas várias vezes e mesmo após formado sempre vai 
existir alguma revisão ginecológica, lidando com a intimidade da paciente e deve estar atento a este fato, 
dar abertura suficiente e limites para conseguir ter a confiança da paciente. Muitas vezes elas estão com 
vergonha, ou é a primeira vez como as adolescentes que saem do pediatra e vão pela primeira vez a 
ginecologista. 
O profissional deve ser um ouvinte atencioso, observador, compreensivo, destituído de preconceitos, 
interessado, mantendo sempre uma atitude tranquila no relacionamento entre duas pessoas distintas (o 
médico e a paciente) que muitas vezes estão se encontrando pela primeira vez. Realmente a parte da 
intimidade é o que conta muito na ginecologia porque muitas vezes elas vão se abrir com o ginecologista 
o que não se abrem com nenhum outro profissional, sobre vida sexual, menstruação. 
 Relação de confiança 
o Especialmente importante em ginecologia 
 Início relacionamento médico-paciente 
 Naturalidade, cordialidade 
 Respeito, conversa franca 
 Postura amigável, facilitadora 
 Esclarecimento dos sintomas, as vezes ajudar a paciente a descrever os sintomas 
 Ver a paciente como um todo, geralmente o ginecologista é o clínico da paciente 
 Prevenção de doenças: os médicos que a paciente vai toda vida, no mínimo uma vez por ano, 
muitas vezes elas não estão doentes, é rotina. 
 Rotina de coleta de dados 
o Pessoas diferentes abordadas de maneira diferente 
o Evitar constrangimento 
Consulta Ginecológica 
Ela é baseada em: entrevista ou anamnese, exame físico, hipótese diagnóstica, exames complementares, 
conduta terapêutica. Como todas as áreas da medicina. 
Anamnese: depende de como se começa a consulta, a ordem não importa, importa que tudo necessário 
seja preenchido. Uma forma mais fácil de começar talvez seja questionar “o que trouxe a senhora aqui?” 
ou “o que tá acontecendo?”, pois assim direcionamos a consulta de maneira natural. É importante “ser 
curioso” para ter todas as informações necessárias da paciente. 
 Identificação: nome da paciente 
 Queixa principal e características da moléstia atual: o que levou a paciente a consulta 
 Investigação dos sistemas – doenças associadas 
 Antecedentes familiares, de doenças, principalmente, CA ginecológico, histórico de trombose, tem 
que abrir o leque para saber as doenças da família, direcionando para a parte ginecológica. 
 Antecedentes pessoais: se tem alguma doença, por exemplo enxaqueca, pois modifica o plano 
de anticoncepcional. 
 Antecedentes menstruais: data da menarca, como são os ciclos (do 1º dia da menstruação até o 
primeiro dia da próxima menstruação – o tempo de ciclo é do 1º dia até o próximo 1º dia, então 
um ciclo de 28, 30 dias), quantidade etc. 
 Antecedentes sexuais: quantidade de parceiros (não é tão necessário saber, mas conta para 
saber a exposição a patógenos), a sexarca, queixas sexuais como dor, desconforto 
 Antecedentes ginecológicos: doenças, cirurgias, abortos. 
 Antecedentes obstétricos: abortos e como foram as gestações, tipos de parto, tamanho do bebê. 
 
 
3 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
Identificação 
 Nome 
 Endereço e telefone 
 Idade: a consulta é direcionada pela idade da paciente, situar na fase da vida. 
o Infância-puberdade: vulvovaginites é uma das principais queixas, sempre perguntar se tem 
corrimento e qual a cor, se tem coceira. 
o Adolescência: disturbios menstruais, gestação indesejada e infecções gênito-urinárias. 
o Adulta: dor pélvica, infertilidade, vulvovaginites, alterações do ciclo gravídicopuerperal, 
enfermidades benignas mamárias, variação de padrão de sangramentos por alterações 
benignas. 
o Senilidade: distopias genitais, incontinência urinária, osteoporose, doenças cardiovasculares 
e neoplasias. 
 Estado civil: o que conta não é no papel e sim como a paciente vive, situação conjugal 
 Profissão: de acordo com a profissão pode ter risco de algumas coisas, por exemplo gestante com 
um emprego que seja exposto a riscos. Define como os temas serão abordados. 
 Grau de instrução 
 Naturalidade e procedência: determinadas doenças são mais comuns em certas regiões do país 
e podem influenciar as doenças ginecológicas 
 Cor: em algumas origens têm doenças mais frequentes, por exemplo leiomioma uterino – é mais 
frequente em mulheres negras 
Queixa Principal: a razão que leva a paciente à consulta deve ser anotada em destaque 
 Características da queixa, evolução, furação, comportamento 
 Orientação sobre métodos anticoncepcionais, atividade sexual 
 Ex.: corrimento vaginal – como é, se é todos os dias ou depende do período do ciclo, quanto 
tempo (dias, semanas, meses), como é na calcinha (branco ou amarelo). 
 Perguntar todos os detalhes daquela queixa 
 Sempre, em qualquer consulta ginecológica, fazer orientações extras. Métodos anticoncepcionais, 
doenças, drogas, higiene, abordar assuntos que a paciente não trouxe, pois, as vezes o 
ginecologista é o único médico da paciente. Não precisa ser só as queixas trazidas, tem que criar 
um clima para poder abordar vários assuntos. 
História da doença atual 
 Aparecimento dos sintomas: quando apareceu. 
 Evolução clínica 
 Condutas seguidas até o momento: o que foi feito até o momento, cremes, pomadas, fármacos 
 Dor 
 Tumoração 
 Corrimento ou lecorreia: fisiológico ou patológico 
 Prurido 
 Distúrbios sexuais: dispareunia (dor na relação) ou disfunção sexual (perda da líbido, não atingir 
o orgasmo) 
Informações sobre outros sistemas e doenças associadas: tem que anotar tudo, pois de acordo com 
a doença pode haver interferência nos medicamentos que a ginecologista vai passar, ou interferir. 
Sistemas: cardiovascular; gastrointestinal; urinário; respiratório; outros (osteoligamentar, endócrino). 
Antecedentes familiares (AF): doença cardiovascular; câncer (sempre se faz); endócrinos/metabólicos 
– diabetes, tireoide; trombose; infecção; menopausa precoce; infertilidade (é importante de acordo com o 
objetivo da paciente); outros. 
Antecedentes pessoais (AP): clínicos; cirurgias; tabagismo; etilismo – se é socialmente, se é sempre, 
quanto; drogas; medicamentos em uso – todos são importantes saber; outros. 
Antecedentes menstruais: 
 Menarca: se adolescente anotar letarca (aparecimento das mamas) e pubarca (aparecimento dos 
pelos pubianos) 
 
 
4 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
 Característica dos ciclos menstruais: intervalo, quantidade de fluxo (medir de acordo com a 
quantidade de absorventes), sintomas dolorosos (cólica e como ela ocorre) e sintomas pré-
menstruais 
 Data da última menstruação (DUM): primeiro dia da última menstruação 
 Sintomas pré-menstruais (TPM) – é tratável, saber o que a pessoa sente. 
 Climatério/menopausa: período que antecede até a menopausa, tem sintomas como fogacho. A 
menopausa é a data da última menstruação, tem que ficar um ano sem menstruar. 
 Alterações menstruais: 
o Menorragia: sangramento excessivo e prolongado 
o Hipermenorreia: sangramento intenso (menstrual) 
o Hipomenorreia: sangramento escasso e de curta duração (menstrual) 
o Oligomenorreia: ciclos superiores a 35 dias – menstrua menos no ano 
o Polimenorreia: ciclos curtos com menos de 21 dias – menstrua muitas vezes 
o Metrorragia: sangramento intermenstrual – sangrar no meio do ciclo 
o Amenorreia: não menstruar 
 Amenorreia primária: ausência de menarca após os 16 anos. Ex.: disgenesia gonadal 
(síndrome de Turner), endocrinopatias, sinequias (muito difícil – mais importante na 
secundária), Síndrome do Ovário Policístico (SOP). 
 Amenorreia secundária: SOP, gravidez, amenorreia puerperal, menopausa, doenças 
autoimunes, neoplasias, ooferectomia, quimioterapia (gera falência ovariana) e outras 
drogas 
o Dismenorreia: menstruação dolorosa – cólicas menstruais, dores. 
o Menopausa: natural ou cirúrgica (retirar o útero, por exemplo). 
Antecedentes sexuais: 
 Idade do início das atividades sexuais (sexarca). 
 Número de parceiros: é importante pela exposição, mas não por questão de promiscuidade. 
 Satisfação com a relação sexual (libido e orgasmos) 
 Métodos anticoncepcionais em uso: 
o Dificuldades prévias com métodos já utilizados 
o Para adolescentes, sempre conversar sobre os métodos, mesmo para aquelas que ainda não 
precisam 
o Prevenção de DST: não deixar de falar em uma consulta com adolescente, pois as vezes se 
previnem de gravidez por usar ACO, mas contrai uma DST, cada vez mais aumentam os 
casos de DST, por isso tem que orientar, sempre, todos os pacientes. 
Antecedentes ginecológicos (AG): 
 Corrimento: cor, quantidade, odor, prurido. 
 DSTs prévias. 
 Cirurgias ginecológicas. 
 Cauterizações. 
 Na consulta da adolescente deve se avaliar, além da telarca, pubarca e menarca, os estágios de 
Tanner (não cai na prova). Essa tabela tem os estágios da puberdade, do crescimento das mamas 
e pelos pubianos de acordo com a idade. 
Antecedentes obstétricos (AO): 
 Número de gestações 
 Partos: normais/vaginal (PNL), cesáreas (PC) e fórceps (PF) 
 Abortos: espontâneos ou provocados (se possível), tem que deixar a paciente tranquila e livre de 
julgamentos, pois é um dado importante para a médica. 
 Idade no nascimento do primeiro e do último filho, idade dos filhos. 
 Peso do maior RN. 
 Duração da amamentação (anotar cada período). 
 Complicações do puerpério: dor, sangramento, episiotomia abriu. 
 
 
5 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
Medicamentos em uso: perguntar quais, por que está em uso, qual a dose, há quanto tempo, quem 
prescreveu ou se está se automedicando. Possíveis interações medicamentosas podem influenciar o 
aparecimento de sintomas ginecológicos, tais como sangramentos, amenorreia, vulvovaginites e 
galactorreias, assim como reduzir a eficácia dos contraceptivos hormonais. Saber se usa algum 
medicamento que seja necessário suspender para gravidez ou tratamento de fertilidade. 
Exame físico 
Geral: 
 Peso, altura, IMC 
 Pressão arterial 
 Aparelho cardiovascular 
 Aparelho respiratório 
 Membros inferiores (avaliar edemas) 
 Coloração das mucosas, temperatura e turgor da pele, distribuição de pelos, pele e cabelos (se é 
oleoso ou não). 
Específico 
 Mamas 
o Realizar em todas as consultas: é uma vergonha a paciente dizer que nunca examinou a 
mama, tem que examinar sempre. Nunca se obriga um paciente a fazer os exames, muitas 
vezes a adolescente não está preparada para tal, nesse caso se certifica que ela retornará e 
no próximo será feito. 
o Completa e sistematizada 
o Inspeção: 
 Estática: volume, forma e simetria das mamas, pigmentação areolar, formato do mamilo 
 Dinâmica: busca de assimetria (aderências) 
o Palpação: se houver lesão – forma, limites, consistência e mobilidade. Movimentos circulares 
com a mão aberta, palpa toda a mama, aperta para sentir se há nódulos. 
 
o Expressão do mamilo: apertar e ver se sai leite ou algum líquido, se faz esse teste se a 
paciente tiver queixa. 
o Exame dos linfonodos axilares, supracaviculares e paraesternais 
 
 
 
6 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
o Polimastia: mama acessória, as vezes essa mama não tem aréola, é só uma parte gordurosa, 
qualquer lugar da linha mamária pode crescer. Às vezes, só se percebe quando a paciente 
amamenta o primeiro filho. 
o Politelia: só o mamilo 
 
Na imagem a esquerda é um câncer de mama, mas nem sempre é doença. Nenhuma mama é do tamanho 
da outra, mastem gente que tem uma assimetria bem importante entre uma e outra 
 
 
Mamilo invertido é normal, consegue amamentar, é mais difícil, porem consegue. Porém a inversão do 
mamilo é uma característica normal da mama, a retração não. Tem alguma lesão interna que repuxa a 
pele e retrai o mamilo. 
 
 
7 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
 
 
 Abdome – divide o abdome em partes, consulta normal onde se faz os seguintes exames: 
o Inspeção: rede venosa, hérnia umbilical, estrias, linha nigrans, cicatrizes 
o Palpação: superficial e profunda, dor, tumoração, ascite, irritação peritoneal 
o Percussão: tumores e ovário 
o Ausculta: BCF na gestação 
 Exame pélvico: na posição ginecológica e na maca (litotomia) 
o Vulva 
o Períneo 
o Especular 
o Toque vaginal 
o Toque retal: se necessário, é errado não fazer se houver suspeita de CA de colo de útero. 
o Genitália externa (OGE) 
o Posição ginecológica 
o Inspeção estática – olhar: monte de vênus; grandes lábios; pequenos lábios; clitóris; 
meato uretral; Glândula de Bartholin; membrana himenal – ver se tem hímen ou só a 
membrana; procidência vaginal anterior e posterior; corpo perineal; perda de urina: 
manobra de valsava para ver se há prolapso retal ou genital, e ajuda na perda de 
urina. 
 
 
 
 Inspeção da vulva: descrever se há presença de condilomas (podem ser grandes ou 
pequenos) e verrugas (lesões do HPV), descrever lesão de líquen, a vagina é úmida 
então ter algum corrimento é normal, se não tem cheio nem cor ou prurido. 
o Atrofia – vaginite senil: fica com a vagina seca, pele mais fina, dor na relação. 
o Tipos de hímen 
 
 
8 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
 
 Hímen imperfurado – pode formar: 
 Hematocolpo: sangue se acumula na vagina 
 Hematométrio: no útero 
 Hematossalpinge: nas tubas 
 Hematoperitônio: no peritônio 
 Exame especular 
o Colo uterino: especulo de colins – ver coloração da mucosa, presença de ectopia (tecido 
de dentro que sai para fora, alguns chamam de ferida, mas é normal), forma do orifício 
externo e posição da JEC, cistos de Naboth 
o Coleta de material para CP: atenção à qualidade do material coletadoAmostra ecto e 
endocervical 
 Fixação imediata 
 Identificação da lâmina 
O espéculo pode ser de metal higienizado ou plástico descartável, ele é introduzido meio de lado para 
fugir da uretra e gira para abri-lo na horizontal, procurando o colo do útero. 
 
coloca se a 45 graus o especulo e a medida que vai adentrando no canal vaginal vamos rodando para a horizontal 
 
 
9 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
 
 
 Material para coletar CP: swab não é para coletar CP e sim secreção vaginal 
 
 
 Exames complementares: 
 Citopatologia de colo do útero 
 Colposcopia 
 Exame à fresco (flora vaginal) 
 Ultrassonografia 
 Histeroscopia 
 Mamografia 
 
 Genitália interna (OGI) 
o Toque vaginal (bimanual) 
o Paredes vaginais 
o Colo uterino: orientação, forma, volume, consistência, comprimento, sensibilidade, 
mobilidade, orifício externo- puntiforme, entreaberto, pérvio. 
o Corpo uterino: forma, tamanho, posicionamento, consistência, sensibilidade e mobilidade 
o Fundo de saco: distensibilidade, profundidade, sensibilidade, livres ou ocupados 
(tumoração sólida ou fixa, dolorosa ou não) 
o Anexos D e E: palpáveis ou não, tamanho, dor 
o Musculatura pélvica 
o Fundos de saco lateral e posterior 
o Toque retal 
 Crianças, adolescentes e virgens 
 Substituído pela US pélvica 
Sempre explicar para a paciente o que vai fazer, onde vai tocar. 
 
 
10 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
 
Aula 2 – Semiologia Obstétrica 
O objetivo da assistência pré-natal é assegurar uma gravidez sem complicações e o parto de uma 
criança viva e saudável. Em alguns casos acontecem complicações na gestação e com o pré-natal se 
faz o tratamento precoce para que tudo ocorra bem. 
 Objetivos gerais: 
o Orientação dos hábitos de vida 
o Assistência psicológica para aquela mãe 
o Preparação para o parto 
 Evitar o uso de medicamentos e medidas prejudiciais ao concepto, ou seja, se ela faz alguma 
atividade física, algum exercício exagerado, se ela usa alguma medicação que não possa ser 
usada na gestação, fumo, tabagismo, se no trabalho dela tem algum agrotóxico que ela tem que 
ser afastada. Tudo isso temos que ver com a paciente, orientar e evitar. 
 Tratar os distúrbios habituais na gestação, como náuseas e vômitos no 1º trimestre, dor lombar a 
partir do 2º e 3º trimestre, dores de cólica, possíveis sangramentos. 
 Fazer profilaxia, diagnóstico e tratamento das doenças próprias da gravidez ou nela intercorrentes 
Quando o pré natal deve começar? O mais precoce possível, o ideal é que fizesse uma consulta pré-
concepcional, mas isso nem sempre acontece. Consulta pré-concepcional é aquela que o casal decide 
engravidar e marcam para fazer exames básicos, deixar a rotina ginecológica em dia, para deixar tudo ok 
para a gravidez. No entanto, isso nem sempre acontece, geralmente a paciente chega grávida, algumas 
pacientes chegam já com 20 semanas, 12 semanas. Já chegam num pré-natal mais tardio e o médico 
tem que correr atrás das orientações e do atendimento adequado. 
O Ministério da Saúde indica no mínimo seis consultas de pré-natal: isso é o básico exigido 
 Uma no 1º trimestre – até 14 semanas 
 Duas no 2º trimestre – 14 a 28 semanas 
 Três no 3º trimestre – acima de 28 semanas 
As consultas ficam mais seguidas no final da gravidez. 
Divisão em trimestres: 
 Abaixo de 13 semanas – 1º trimestre 
 Entre 14 e 27 semanas – 2º trimestre 
 Acima de 28 semanas – 3º trimestre 
 Período gestacional = 40 semanas (+- 2 semanas): data provável do parto é 40 semanas, o bebê 
já está a termo a partir das 37 semanas. 
Gravidez é um evento fisiológico normal que pode ser complicado por processos patológicos perigosos 
para a saúde da mãe e do feto em 5-20%. Existem várias alterações fisiológicas normais que atrapalham 
e mudam muito a vida dessa gestante, por exemplo náuseas e vômitos atrapalham, essas queixas serão 
trazidas pela paciente e o médico tem que dar a atenção necessária, pois as vezes ela não é ouvida em 
casa ou pelos amigos, e é papel do obstetra dar atenção. A visita inicial visa identificar todos os fatores 
 
 
11 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
de risco aos quais a mãe e o feto estão expostos que podem levar a processos patológicos. Então se ela 
chegar e falar que fuma, já é um fator de risco, álcool é totalmente proibido, deve se orientar já de início. 
Primeira consulta 
 Preenchimento da ficha de acompanhamento 
o Anamnese clínica completa 
o Anamnese obstétrica 
o Exame clínico geral 
o Exame gineco-obstétrico 
 Além das queixas espontâneas da paciente, ela leva um papel com elas anotadas, e o médico 
orienta para anotar essas queixas. Mas principalmente o médico deve perguntar sobre os 
principais sintomas comuns da gravidez, dependendo da idade gestacional. 
 Anamnese dirigida – informação/educação – evitar retorno com as mesmas dúvidas ou, término 
da gestação desconhecendo aspectos normais do período. 
 Realizar anamnese detalhada 
1. História: 
Gestação atual: história médica – muitas doenças podem afetar a gestação, por exemplo: alterações 
genéticas, cardiovasculares, gastrointestinais, endócrinas (ex.: história familiar de Diabetes Mellitus; 
hipertensão crônica) 
Status de imunização da gestante: vacinas, pedir a carteirinha, pois no pré-natal tem que atualizá-la, 
principalmente vacina da gripe durante a campanha, fazer DTPA – difteria, tétano e coqueluche, após as 
27 semanas de gestação são as vacinas obrigatórias. 
Identificar a DUM – idade gestacional acurada 
Gestações prévias: 
 História obstétrica, cesárea, fórceps, partos vaginais. Se for cesárea, saber o porquê foi escolhido. 
 Duração da gestação, pesodo RN, desfechos maternos, qual o apgar, se amamentou, se foi tudo 
ok no puerpério. Saber se teve abortos, quanto tempo isso aconteceu. 
 Duração e complicações do TP e parto 
o É importante saber alguns dados devido a fatores de risco para a gravidez atual: 
Fatores de risco: 
Características individuais e condições sociodemográficas desfavoráveis: 
 Idade menor que 15 e maior que 35 anos, configura gestação de risco. Na gestante adolescente 
tem risco de parto prematuro, gestação indesejada, depressão, família não estruturada para 
receber essa criança. A gestante acima de 35 anos tem risco de complicações do pré-natal, pré-
eclâmpsia, diabetes, parto prematuro, ela vai para um pré-natal com uma assistência de alto risco. 
 Ocupação: esforço físico excessivo, é importante avaliar, porque as vezes um trabalho que não 
parece de tanto esforço, porém traz estresse psicológico, cansaço, causa contrações, então se 
avalia e pesa a necessidade de um atestado para afastamento do trabalho; exposição a agentes 
físicos, químicos e biológicos, estresse, que é uma das principais causas de pedido de atestado 
e deve ser bem avaliado, conhecendo a paciente e ao longo do pré-natal auxilia para enfrentar da 
melhor maneira e, se for necessário, afastar do trabalho. 
 Situação familiar insegura e não aceitação da gravidez, principalmente, em se tratando de 
adolescente. Ou situação familiar que a paciente sofre agressão, a paciente ou marido não 
aceitam a gestação. Estar atento para encaminhar para o psicólogo ou psiquiatra. 
 Situação conjugal insegura. 
 Baixa escolaridade (menor que cinco anos de estado regular). 
 Condições ambientais desfavoráveis. 
 Altura menor que 1,45m tem mais risco de parto prematuro, pode fazer parto vaginal. 
 Peso menor que 45Kg e maior que 75Kg (descrito na literatura) 
 
 
12 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
 Dependência de drogas lícitas ou ilícitas, fator que as pacientes nunca falam inicialmente, tem 
que partir do médico conversar, perguntar, dar confiança para a paciente receber a ajuda. Uso de 
drogas gera muitas complicações como parto prematuro, baixo peso, retardo do crescimento, 
descolamento de placenta. Aqui entra tabagismo e etilismo. 
História reprodutiva anterior: 
 Morte perinatal explicada ou inexplicada, aborto. 
 Recém-nascido com restrição de crescimento, pretermo ou malformado 
 Abortamento habitual 
 Esterilidade/infertilidade: se precisou tratar para engravidar pode ter alguma trombofilia, algum 
fator que levou a infertilidade e pode aumentar o risco de complicações, por exemplo pré-
eclâmpsia. 
 Intervalo interpartal menor que 2 anos ou maior que 5 anos. Principalmente, com menos de 2 
anos, se foi uma cesárea provavelmente terá que fazer nova cesárea. Maior que 5 anos é menos, 
ela ganhou idade, mas o útero estará preparado para a nova gestação. 
 Nuliparidade – fazer uma consulta mais abrangente com todas as dúvidas; e multiparidade 
 Síndromes hemorrágicas 
 Pré-eclâmpsia/eclampsia: muito risco de repetir e a paciente ter hipertensão na gravidez atual 
 Cirurgia uterina anterior 
 Macrossomia fetal 
Intercorrências clínicas crônicas: 
 Portadoras de doenças infecciosas (hepatites, toxoplasmose, infecção pelo HIV, sífilis e outras 
DSTs) fazer o pré-natal e tratamento adequado. 
 Doenças autoimunes (lúpus eritematoso sistêmico, outras colagenases) 
 Ginecopatias (malformação uterina, miomatose, tumores anexiais e outras) – engravidar com 
mioma não é problema, mas ele pode crescer na gestação e tem que estar atento, não chega a 
ser uma preocupação, pode entrar em trabalho de parto, só ficar de olho em tamanho, localização. 
Tumores no anexo é importante avaliar também. 
Doença obstétrica na gravidez atual 
 Desvio quanto ao crescimento uterino, número de fetos e volume líquido amniótico 
 Trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada 
 Ganho ponderal inadequado: o normal é a paciente ganhar em torno de 10Kg, muitas não 
conseguem e engordam um pouco mais, tem que orientar uma consulta com nutricionista, e 
ajudar a não ganhar tanto peso, pois isso pode complicar a gestação. 
 Pré-eclâmpsia/eclampsia, amniorrexe prematura, hemorragias da gestação, isoimunização e 
óbito fetal 
Idade gestacional 
A paciente chega com a data da última menstruação, alguns médicos calculam na mão, existem 
aplicativos. 
Ex.: 16/03/2020, então pode se calcular de acordo com o mês 
Março: 15 dias 
Abril: 30 dias 
Maio: 31 dias 
Junho: 30 dias 
Julho: 31 dias 
Agosto: 25 dias – consulta em 25/08 
São 162 dias dividido por 7 (dias da semana) = 23 semanas e 1 dia. 
 
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(Condição da fêmea que nunca pariu- nuliparidade)
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PRE ECLAMPSIA: Convulsões que ocorrem durante a gestação ou logo após o parto.
A eclâmpsia pode seguir uma condição de pressão arterial elevada e excesso de proteína na urina durante a gestação (pré-eclâmpsia).
Os sintomas que indicam um risco crescente de eclampsia incluem dor no lado superior direito do abdômen,
 dores de cabeça intensas e alterações no estado mental e na visão.
Medicamentos podem tratar e prevenir as convulsões e reduzir a pressão arterial elevada. Pode ser necessário adiantar o parto.
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13 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
Cálculo da data prevista do Parto (DPP) 
1. Regra de Nagele 
Acrescenta 7 dias ao primeiro dia de DUM e subtrai 3 meses do referido mês da menstruação ou 
acrescentar 9 meses (quando o último episódio menstrual ocorre nos 3 primeiros meses do ano), a 
variação aceita é de 7 dias para mais ou para menos. 
Ex.: DUM – 16/03/2020 → 16 + 7 dias = 23 → 03 – 3 meses = 0 = 12 ou 03 + 9 meses = 12 → DPP 
23/12/2020 
2. Gestograma 
Círculo de papelão, muito utilizado, usava-se no bolso do jaleco. Coloca a data da DUM e ele mostrava a 
DPP. 
 
3. Aplicativos 
Mais usados hoje em dia, importante saber a Regra de Nagele, pois nem sempre se tem acesso ao 
aplicativo 
 
Exame físico 
1. Geral: 
 Pressão arterial (na posição sentada) 
 Altura 
 Peso (em média 1,5Kg/mês) 
 Membros inferiores: principalmente, edema em mmii 
2. Específico: mamas, OGE, OGI, altura uterina, apresentação fetal, BCF, exame pélvico e 
obstétrico, incluindo CP – tem que estar em dia, mesmo no pré-natal, pode deixar para coletar ao 
longo do pré-natal para evitar sangramentos, que podem ocorrer no início da gestação. 
Geralmente, não se usa citobrush na gestante, porque as vezes entra muito no orifício e tem mais 
facilidade de sangrar, mas também porque a gestante faz uma ectopia (tecido de dentro do colo 
do útero está exteriorizado) então vem na coleta do pré-câncer com a espátula de ayre. Pode e 
deve fazer toque vaginal em todas as consultas, só não se faz quando tem queixa de placenta 
prévia. 
Quando a placenta cobre a abertura no colo do útero da mãe.
Alguns fatores de risco da placenta prévia são parto prematuro, idade acima dos 35 anos e histórico de cirurgias anteriores, como cesárea e remoção de fibroide uterino.
O principal sintoma é o sangramento vaginal vermelho brilhante sem dor durante a segunda metade da gestação. A condição também pode causar hemorragia grave antes ou durante o parto.
O repouso total é recomendado. Uma cesariana geralmente é necessária.
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14 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
3. Ectoscopia: 
 Cloasma: podem aparecer, mas não é em todas as pacientes, manchas escuras que 
aparecem mais na volta do nariz e nas bochechas. Essa mancha escurece com o sol, 
então se deve pedir para paciente usar protetor solar. 
 Estrias: não há comprovação que usar creme ajuda, porém se indica. 
 Lanugem (sinal de Halban) 
 Mama: tubérculos Montgomery não são espinhas, são glândulas lubrificação para a 
amamentação. Sinal de Hunter é uma espécie desegunda aréola. 
 Varizes, edema 
4. Ganho de peso: o ideal é uma média de 10Kg, só que se a paciente tem um IMC abaixo de 18,5 
ela pode ganhar de 12 a 18Kg. Se ela tem o IMC ideal (entre 18,5 e 25) pode engordar de 10 a 
12Kg. Mas se ela é obesa o ideal é não engordar mais de 7kg. Tem relação com o IMC da 
paciente, o ideal é fazer acompanhamento nutricional que nem sempre consegue. 
 No 1º trimestre: aumenta cerca de 1 Kg – é a época que menos tem que engordar e as 
vezes até emagrecer, pois nos outros trimestres é impossível não engordar. 
 No 2º trimestre: aumenta cerca de 400g por semana 
 No 3º trimestre: aumenta cerca de 300g por semana 
5. Exame das mamas: tem sempre que fazer, é uma vergonha chegar no meio do pré-natal e não 
examinar a mama da paciente. Avaliar a mama na primeira consulta. Se começar a sair colostro, 
a orientação é não mexer, não estimular porque pode ter cólica e o colostro é normal, na gestação 
do 2º filho ele aparece mais cedo ainda. Durante todas as consultas se deve estimular a 
amamentação, mas estimular não é deixar a paciente obrigada que ela só vai se sentir mãe se 
ela amamentar, hoje em dia a rede social, sociedade, tu é obrigada amamentar, as vezes a mãe 
não consegue amamentar, o que pode levar a depressão. Se não conseguir amamentar, ela vai 
alimentar, vai dar o leite na mamadeira e vai amar do mesmo jeito e vai dar tudo certo do mesmo 
jeito. Tem que tirar esse peso da paciente, que a sociedade tá impondo, pois agora tá muito forte 
a questão de quando nasce o bebê tem que amamentar, se fizer parto cesárea é menos mãe. O 
papel do ginecologista é apoiar a gestante. 
 Existem 3 tipos de mamilo: mamilo normal, mamilo raso e mamilo invertido. O último é o 
mais difícil de amamentar, mas não é impossível, pode usar o mamilo de silicone para 
ajudar, o bebê precisa do estímulo do mamilo no céu da boca para fazer a primeira pega. 
A consulta pré-natal não é o momento de a paciente sofrer pelo mamilo invertido. 
 
6. Exame obstétrico: 
 Iniciar pela avaliação das mamas: normalidade anatômica e especialmente para mamilos, 
que determinarão o sucesso da futura amamentação. 
 O estímulo à lactação deve ser dado durante todo o PN, procurando desmitificar crenças 
populares de que a amamentação deforma os seios ou a existência de “leire fraco”. 
 Mensuração do fundo uterino: imagem abaixo. 
o Gestante em decúbito dorsal, com o abdome descoberto. Uma orientação é que 
se o costume for medir com os pés retos, sempre medir na mesma posição; se 
medir em posição de litotomia, medir em todas as consultas nessa posição, para 
não dar diferença na medida. 
o Realizar quatro manobras de Leopold (palpação abdominal) 
 
 
15 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
o Delimitar a borda superior da sínfise púbica e fundo uterino 
o Fixar uma extremidade da fita métrica (ponto zero) sobre a borda superior da 
sínfise púbica 
o Deslizar a borda cubital da mão, percorrendo a linha mediana do abdômen até a 
altura do fundo do útero, com a fita métrica entre os dedos indicador e médio – 
proceder leitura quando a borda cubital da mão atingir o fundo uterino (técnica da 
tangente) 
 
o O fundo uterino acompanha com a idade gestacional, relação direta IG/FU entre 18 
e 34 semanas, na maioria das pacientes. Para saber se a altura uterina tá adequada 
é só ver de acordo com a idade gestacional. 
 
 Manobras de Leopold 
Manobras para avaliar a posição do bebê na barriga: 
o 1ª manobra – delimitação do fundo uterino (situação), vai no fundo da barriga e vê como 
aquele feto está apresentado; 
o 2ª manobra – determinação do dorso fetal (posição); 
o 3ª manobra – mobilidade da apresentação, vai com a mão lá embaixo e vê onde tá a 
cabecinha; 
o 4ª manobra – grau de insinuação da apresentação, quando já está baixo 
 
 Auscultar o bebê 
o Estetoscópio de Pinard 
 
 
 
16 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
o Sonar doppler fetal: o que se usa hoje em dia, podem ser portáteis, alguns são digitais ou com 
a necessidade de contar as batidas. 
 
7. Exame pélvico 
 Inspeção dos genitais externos (conforme a aula anterior) 
 Exame especular 
o Inspeção das paredes vaginais 
o Inspeção do colo uterino: muito comum ter ectopia 
 Toque vaginal: é mandatório na 1ª consulta, repetir pelo menos trimestralmente e deve ser 
semana a partir da 36ª semana, as consultas ficam semanais para fazer o toque e ver a 
dilatação. Toque bimanual, com os dois dedos e avaliar a dilatação do colo uterino em 
todas as consultas. 
 Exame a fresco do conteúdo vaginal: a gestante tem que tratar mesmo que seja 
assintomático, candidíase, gardnerella, vginite, vaginose, tricomonas, tem que tratar pois 
há aumento de risco de parto prematuro. 
 Outros exames que se fizerem necessários – incluindo CP 
8. Exames laboratoriais de rotina (para saber, mas não é exigido em prova): preencher todos os 
dados no cartão pré-natal e no prontuário da paciente. 
 Hemograma completo 
 EQU e urocultura nos 3 trimestres 
 Glicemia de jejum no 1º trimestre e após 20 semanas 
 Sorologia para toxoplasmose (IgG e IgM) 
 Sorologia para HIV 1º e 3º trimestre 
 Sorologia Hepatite B (HbsAg e AntiHBs) 
 Anti HCV 
 Sorologia para rubéola (IgG e IgM) 
 Sorologia para Lucs (VDRL) nos 3 tritestres 
 Tipagem sanguínea (ABO) e fator Rh: no caso de Rh negativo, coombs indireto, se 
negativo repetir a cada 4 ou 8 semanas 
9. Ultrassonografia (US): 
 Ultrassom obstétrico: 1º mais precoce possível, 7-8 semanas (usado para datar a IG) 
 2º ao redor da 12ª semana (entre 12 e 13 semanas) esse US é morfológico e depois 3º 
de controle se possível serve para ver posição e peso do bebê 
o 1º trimestre: entre 10 e 14 semanas 
o 2º trimestre: 18 e 22 semanas (o mais importante da gestação, vê todos os órgãos 
do bebê) 
o 3º trimestre: 32 e 26 semanas 
 Sugere-se um US por trimestre: 
o 1º tri: calcula a IG e CCN, diâmetro do saco gestacional, vitalidade fetal (BCF) e 
alterações cromossomiais (transluscência nucal) 
Highlight
 
 
17 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
o 2º tri: avalia a morfologia dos órgãos e identifica possíveis malformações – a 
avaliação rotineira apenas no 2º trimestre avalia adequadamente a anatomia fetal 
e é fidedigna à idade gestacional 
Proibir na gestação: 
 Fumo 
 Uso de álcool e drogas 
 Exposição a teratógenos, como medicamentos, agrotóxicos. 
 Trabalho físico excessivo: se, por exemplo, ela for faxineira de um prédio, tem que limpar janelas, 
por fora, é perigoso. 
 Medicamentos somente sob orientação médica de acordo com o risco/benefício, pois assim a 
paciente já fica tranquila, sabendo quais remédios pode tomar para quais sintomas. Não se pode 
usar nada por livre e espontânea vontade, não pode tomar anti-inflamatórios porque aumenta o 
risco de fechamento precoce do ducto arterioso. O aluno não precisa saber tudo, mas tem que 
entender que tudo tem motivo, porque não pode usar determinados fármacos. 
Amamentação: se orienta durante todo o pré-natal, desde a 1ª consulta, não se deixa para orientar só 
depois do parto, por motivos já citados antes. Orienta, acolhe, não obriga a paciente a amamentar, 
conversa-se a respeito. 
“não existe alta do pré-natal” – o bebê vai nascer e volta na consulta puerperal que geralmente é 15 
dias depois do parto e 30 dias depois do parto. 
 Semanal entre 37ª e 41ª semanas 
 A partir da 41ª, encaminhar para a maternidade de referência para avaliação e agendar retorno à 
UBS em 1 semana 
 Programar retorno puerperal 
Aula 3 – Semiologia Pediátrica 1 
Material necessário 
Na pediatria se faz um exame bem mais completo que no adulto, porque a criança não fala, não dirige a 
queixa, ela tem a interpretação da fala da mãe e essa mãe na cabeça dela toda criança que chora tem 
dor de ouvido. Então ver o ouvido resolveria o problema, mas não é assim que funciona. usaro otoscopio 
sempre, oroscopia sempre, medir os perímetros, pressão arterial não se costuma ter o esfigmomanômetro 
adequado para a idade. Lembrar que para as crianças a aferição de temperatura é mais importante que 
em adultos, exame dos genitais nem se fala, porque no adulto é uma coisa que a gente não faz, deixa-se 
para o urologista, para o ginecologista. 
Idealização 
A nossa idealização crianças lindas, felizes e na realidade lidamos com crianças com medo, chorando. 
Em algumas ocasiões se presencia agressões às mães. 
Consulta pediátrica 
 A consulta pediátrica propriamente dita é dividida em duas partes: 
1. Crescimento: aumento físico das proporções do corpo – altura, peso, perímetros. 
2. Desenvolvimento: uma parte importante da consulta, abrange um aspecto muito maior 
que tudo. Refere-se mais ao aspecto qualitativo (não mensurável) – mudanças cognitivas 
A gestante deve sempre andar com seu cartão de gestante, orientar para isso. Pois, por exemplo, se ela 
sofre algum tipo de acidente, estará com ele e todas as informações necessárias. 
 
 
18 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
(relativa às capacidades mentais), psíquico, interações psicossociais, motoras e 
socioeconômicas. É muito mais importante ver que uma criança não senta aos 9 meses 
de idade porque ela não está firme, claro que ela já deu os sinais antes, e ai a pediatra 
poder intervir e orientar a mãe, do que não ver que estava com um sinal, com uma 
hiperemia de membrana timpânica, porque o desenvolvimento é algo neurológico. É 
importante lembrar que o desenvolvimento está em conjunto o desenvolvimento psíquico. 
Então o pediatra tem a chance de intervir na loucura alheia precocemente. 
 A consulta também visa um diagnóstico/tratamento, mas a maioria é para puericultura. 
 Identificar situações de risco para acompanhar mais de perto a criança (baixo peso, mal trato, 
internações recorrentes). Por exemplo, uma criança que faz infecção urinária de repetição, pode 
ser que ela tenha uma lesão renal. Uma criança que faz chiado de repetição com pneumonia de 
repetição, será que ela teve um problema quando nasceu, será que tem bronquiectasia e não tem 
diagnostico, será que ela tem imunossupressão, ou uum problema grave familiar. Sempre que 
suspeitar de mal trato ou abuso, deve-se chamar o assistente social do local, ou liga para o 
conselho tutelar (essa ligação pode ser anônima). Com frequência a avó leva para a consulta 
porque os pais não cuidam direito, não alimentam, pode orientar a avó a entrar em contato com o 
conselho tutela, para que eles visitem a família e vejam o que está acontecendo. 
 Orientação do(s) responsável(is) – ex.: diluição do antibiótico. 
 Converse com a criança chamando-a pelo nome, não tratem como um bonequinho, elas 
entendem que estão ali, uma criança maiorzinha pode estar preocupada. Frequentemente, elas 
estão aptas a responder as perguntas, apontar os locais, deve-se usar os dados semiológicos 
para adultos. 
 Explique o procedimento: mostre que a luz da lanterna não queima, a luz e o cone do otoscópio 
para ver que não machuca, a campanula do estetoscópio (peça ajuda para segurar) 
 Não minta!! Eu digo “na minha sala não tem injeção”, e aponto a sala onde são feitas, porque 
realmente nunca é feito na sala que eu atendo! 
 Oriente a mãe que não ameace com a injeção e o médico. 
 Você está com raiva da mãe? A criança não tem culpa! 
Particularidades da consulta 
Na consulta pediátrica não se segue aquele roteiro bonito da ectoscopia, vai fazendo o que dá. Tem uma 
lista para ler do que fazer, mas lembrar que se a criança está no colo da mãe, quietinha, enquanto 
conversa com a mãe, já vai contando a frequência respiratória, sem mexer, sem tocar e as vezes a 
distância. Se a criança estiver chorando, deixar acalmar, ir conversando com a mãe, depois ir fazer o 
exame físico. 
 A sequência do exame físico varia com a idade e o desconforto da criança, conforme vai 
dando. 
 Conquiste o paciente – converse, brinque, dê brinquedos SEGUROS para a faixa etária, 
explique o que você fará antes de tocá-lo. 
 Sempre examine tudo – diferente do adulto em que é “aceitável” um exame físico dirigido, na 
criança as queixas são interpretadas e traduzidas pela mãe, logo veja tudo. 
 Comece o exame: 
o Na posição mais agradável para a criança: geralmente o colo da mãe. 
o Com coisas que alteram com o choro (se ela estiver calma), como sinais vitais (conte a 
FR à distância, se necessário). 
o Nos lugares que não há queixa de dor 
 Se necessário inicie a ausculta por cima da roupa até conseguir fazer diretamente na pele 
(garanta alguma ausculta). 
 Não acorde o paciente que está dormindo antes de contar FR e FC, fazer AP e AC e o que mais 
for possível 
 Oroscopia e otoscopia: deixe por último, começar pelo menos invasivos. 
 Muitas vezes, os pais necessitam de mais assistência que a criança. 
 Mantenha as mãos dele ocupadas! 
 
 
19 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
 Registro no prontuário – adulto. 
O correto sempre vai ser tirar toda a roupa para a inspeção geral e dos diferentes 
sintomas, mas a sensação de ficar exposta é muito grande em crianças bem 
pequenas, uma criança de 1 ano as vezes não se sente nada confortável sem roupa, 
os RN as vezes adoram e as vezes odeiam. Então, tira a parte de cima, até por causa 
do frio (pode ser feito depois da AP e AC no caso inicie o choro), faz a inspeção e o 
que for necessário, veste e depois tira a parte inferior (genital e pernas). Examinar 
sempre o períneo, genitais, pois podem esconder coisas incríveis, e região inguinal (hérnias – a inguinal pode 
ser encarcerada, lesões de pele, criptorquidia, abuso). Uma criança que chora o tempo todo e existem vários 
casos, a mãe vai ao PS vários dias, até que um pediatra tira toda a roupa e aí encontra um dedo com síndrome 
do torniquete do fio do cabelo, o dedo pode estar necrosando. Lembre-se de olhar embaixo do braço e axila, 
locais que podem ocorrer abscesso. 
 
Etapas da infância 
Pode variar com a referência bibliográfica, na aula é usado a do Bates. 
 Recém-nascido: de zero a 28 dias 
 Lactente: 29 dias a 2 anos 
 Pré-escolar: 2 a 7 anos 
 Escolar: 7 a 10 anos 
 Adolescente: dos 10 aos 19 anos – as vezes está sendo 
considerado até os 24 anos, isso acontece porque começa a 
se descobrir determinadas coisas, como por exemplo o cérebro continua se desenvolvendo depois 
dos 20 anos. Lembrar que o álcool é lesivo ao tecido cerebral e que então a cada porre é um 
pouco a menos de neurônios. 
Avaliação do recém-nascido 
Anamnese 
 Data 
 Identificação: (igual à do adulto), nome (se for um RN sem estar registrado colocar “RN da ‘nome 
da mãe’”), sexo, idade (horas, dias/meses; ex.: 1m10d, 1a5m – quanto menor, mais preciso 
precisa ser, porque a diferença do neurodesenvolvimento de uma criança com 3m4d é diferente 
de uma com 3m24d – 20 dias mudam a vida inteira da criança nesse quesito), etnia, naturalidade, 
filiação, endereço 
 QP: cuidado com o diagnóstico da mãe (ela que diz que tem dor de ouvido, cólica, gome, 
hiperatividade... – pode preencher com “mãe refere que o bebê tem dor de ouvido”). CUIDADO 
COM O DIAGNÓSTICO DA MÃE (dor de ouvido, cólica, fome, hiperatividade...). 
 HDA: igual a adulto 
 Antecedentes do RN 
1. Com relação à gestação (Bates 12ª edição) 
o IG (idade gestacional) – anotada na carteirinha, mas sempre perguntar para a mãe se 
nasceu no tempo que estava esperando, porque o IG é avaliado por um exame físico, 
Região “das 
fraldas” esconde 
muitos 
problemas. 
Essa classificação também 
varia de acordo com a 
referência, quando passarmos 
pela pediatria devemos usar a 
referência deles. 
 
 
20 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
o pediatra avalia o exame feito na hora, e ele pode ter um percentual de erro (por 
inexperiência ou por a criança estar fora do desviopadrão). 
 Pré-termo: <34 semanas 
 Pré-termo tardio: 34 a 36 semanas 
 Termo: 37 a 41 semanas 
 Pós-termo: >42 semanas 
 Lembrar que quando uma criança é prematura ou posmatura, ela tem risco 
para determinadas doenças, então essa informação tem que estar anotada. 
o Houve intercorrência na gestação? Diabetes mellitus gestacional, infecções, 
hipertensão, ameaça de aborto, sangramento, internação 
o Via do parto (vaginal ou cesárea) e o porquê, decisão da mãe ou não. 
o Exames complementares realizados pela mãe (pedir a carteirinha de gestante e anotar 
as sorologias realizadas, número de consultas pré-natais e intercorrências descritas. 
Anota-se tudo porque essa carteirinha vai ser perdida em algum momento. 
o Alteração em algum ultrassom? 
o Tipo sanguíneo materno ABO-Rh 
2. Com relação ao RN: 
o Alguma intercorrência no parto? (aspiração de mecônio, trabalho de parto prolongado, 
teve que induzir, uso de fórceps...) 
o Condição do RN ao nascimento: anotar Apgar, perguntar se chorou logo após o 
nascimento, foi para o quarto logo; necessidades de oxigênio, manobras de 
reanimação neonatal, ficou em observação ou foi para a UTI? (por quantas horas/dias? 
o Teve amarelão (=ficou ectérico)? Fez fototerapia (= “banho de luz”)? Por quantas 
horas/dias? 
o Se UTI ou internação, solicitar nota de alta e anotar tudo que fez, incluindo 
medicações, exames, transfusão etc. (ex.: antibióticos aminoglicosídeos são 
ototóxicos!) 
o Grupo sanguíneo ABO-Rh do RN 
o Anotar os dados da certeirinha (PN, comprimento, PC, PT, apgar, IG...) 
Vacinação: verificar a caderneta de saúde e anotar as vacinas feitas até a data, os esquemas vacinais 
mudam, então é bom ter tudo anotado no prontuário também. 
Alimentação (sempre colocar, independentemente da idade) 
 Aleitamento materno exclusivo? De quanto em quanto tempo vai para o peito? E a noite? (jejum 
prolongado nos primeiros dias de vida pode levar à hipoglicemia). Dá chá para o bebê? 
 Desmame? Quanto tempo mamou? Qual o motivo do desmame? (porque o leite acabou ou o 
bebê não quis mais – se incentiva, se orienta a amamentação, mas não se “mate” por isso.) 
 Identificar o leite utilizado, modo de preparação (diluição e higiene), quantidade e horário (ex.: 
toma 90mL de leite Nan1, de 3/3h, inclusive a noite) 
 Ex.: 9m, toma 250mL de leite nestogeno2 4x ao dia, fruta 2x ao dia, almoço – sopa esmagada 
(perguntar o que coloca, porque as vezes a mãe não se dá conta que põe todos os alimentos da 
mesma categoria) 
Doenças anteriores 
 Alguma doença diagnosticada até o momento? (bronquite, bronquiolite, asma – normalmente só 
se faz esse diagnostico quando se faz espirometria, chiado, caxumba, otite média aguda, PN...) 
 Já internou ou ficou em observação no PS? Pedir a nota de alta. 
 Tem alergia à medicamentos? E à alimentos? 
 Medicamentos em uso? (Dose, horário e aceitação – as vezes porque não foi bem diluído) 
Antecedentes familiares 
 Doenças familiares nos parentes de primeiro e segundo graus (pais, irmãos, avós, tios, primos) 
 Consanguinidade? – genes com mais chance de se encontrarem e fazerem uma doença – 
epilepsia, anemia falciforme... 
peso ao nascer
perimetro cefalico 
apgar : 1 min e 5 min
 
 
21 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
Perfil psicossocial 
 Gestação planejada? Mãe mora com o pai da criança? Se não foi planejada, como foi a adaptação, 
saber se sente vínculo com a criança. 
 Composição familiar (quantos e quem moram na casa) 
 Escolaridade e idade materna – para saber o quanto se deve insistir numa orientação, o quanto é 
necessário explicar, por exemplo ao receitar o antibiótico perguntar quais horários prefere tomar 
e escrever na receita esses horários; renda familiar 
 Condições de moradia, animais dentro e/ou fora da casa 
Revisão de sistemas 
1. Sintomas gerais 
 Sono do RN: dorme bem? Quantas horas? 
o Aproximadamente 16,5h de sono/dia na primeira semana – algumas crianças dormem 
menos que isso e a criança está ótima. 
o 15,5h de sono/dia ao final do primeiro mês de vida 
 dificuldade para amamentar? “Apetite” normal? Tem força para mamar? (prematuros dormem 
muito e mamam pouco – às vezes é necessário acordá-los para mamar 
 Febre? E se aferiu 
 CUIDADO! Irritabilidade, prostração, sudorese, hipoatividade, hipotermia. Quando a 
criança tem 2, 3 desses sintomas são crianças de risco alto. Ter hipoatividade e hipotermia 
(as vezes a mãe não se dá conta desse) pode ser sepses, infecção, hipoglicemia. 
2. Sistema tegumentar 
 Cor da pele: icterícia, cianose, palidez 
 Lesões: pápulas, manchas, placas, descamações 
3. Cabeça e pescoço (iguais) 
4. Sistema cardiovascular: 
 Questionar se tem “falta de ar” ao mamar ou pós choro? (aumentar um pouco a FR após a 
mamada é normal pelo esforço físico, mas é uma alteração transitória que passa rápido). 
 Cianose do choro? (já ficou roxo nos lábios quando chora), edema sacral, palpebral ou MI? 
– fazer a criança chorar para poder ver a cianose e analisar. 
5. Sistema respiratório 
 Bebê pequeno não abre a boca para respirar, se obstruir o nariz ele chora por não poder 
respirar, por não ter o reflexo de ao obstruir o nariz respirar pela boca. Perguntar para a mãe 
se tem chiado, se ela houve, imitar o barulho, perguntar quando é, se tem tosse associado. 
Obstrução e secreção nasal, coriza, tosse, cianose, esforço respiratório, dispneia, roncos, 
chiado, gemência (é expiratório), estridor (é inspiratório). 
6. Sistema Gastrointestinal: tem que ser muito mais detalhista do que no adulto, principalmente, 
se for bebê, mas as vezes é uma criança de 4 anos e ninguém questiona se faz coco todos os 
dias e a criança tem dificuldade, faz uma/duas vezes por semana e em cíbalo. Lembrar que o leite 
de latinha costuma ser constipante e o materno é diarreico. Saber das fezes é importante para 
alterar a dieta ou não. Nunca se libera um RN sem fazer xixi e cocô na frente de um médico ou 
enfermeiro, porque existem casos de criança liberada com imperfuração anal. Tem que olhar tudo 
ao liberar o RN, olhar o buraquinho do ouvido, olhar céu da boca para ver se tem fenda palatina, 
abre o ânus, se for menina abre a vagina, se for menino olha o óstio da uretra, vejam se tudo está 
permeável e com uma aparência normal, e principalmente olhar o final da coluna (rego), pois ali 
pode ter um cisto pilonidal, ou uma mielomeningocele e as vezes é uma coisa pequena, mas pode 
ser grande. 
 Ritmo intestinal (quantas vezes em 24h) 
 Características das fezes: coloração (pretas, amarelo-ouro, esverdeada – cólica), 
consistência (líquidas, pastosas, duras em cíbalos - constipação, presença de sangue, odor) 
 Regurgitação, vômitos, cólicas 
Chiado = ausculta de sibilos sem uso do estetoscópio 
 
 
22 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
 Normal no RN com leite materno exclusivo: fezes líquidas/semilíquidas, amarelo-ouro, às 
vezes com raias esverdeadas se tiver cólica 
 
7. Sistema geniturinário: perguntar que nem o adulto 
 Número de micções: observar as fraldas – as vezes é difícil detectar na fralda descartável, 
que parece seca quando a quantidade de urina é pequena. 
 É frequente a mãe ir e achando que o bebê não urina a 24h, examinar bexiga, se tem 
edemas. Pedir para a mãe dar muito líquido, colocar uma fralda de pano ou papel dentro 
da fralda (porque no papel dá para ver) e só liberar a criança depois que ver o xixi. 
 Características da urina: cor, transparência, odor, quantidade (ITU?) – as mães percebem 
as alterações das ITU. 
 Meninos: questionar se o jato urinário é forte e se projeta longe – se é fraco e curto faz 
pensar em válvula de uretra posterior, que é um fator predisponente para ITU em meninos 
8. Sistema locomotor: perguntar e examinar 
 Há algum braço ou perna que se movimente menos do que o outro lado? (fratura de 
clavícula no parto, lesão no plexo braquial, luxação congênita de quadriletc.) 
 Notou alguma alteração no bebê? 
9. Sistema nervoso: existem tabelas com as perguntas 
 Desenvolvimento neuropsicomotor: perguntar conforme a 
idade da criança 
 Já fez convulsão? Teve perda de consciência? Tem histórico 
familiar de convulsão? 
 Teve “queda de açúcar” (hipoglicemia) nos primeiros dias de vida? Houve necessidade de 
colocar soro? Ficou internado na semi-intensiva ou UTI? Quantos dias? – as vezes com 
o RN a mãe não consegue dar leite nos primeiros dias porque o leite não desceu ou o 
bebê não pega, ele pode ir ficando quietinho, no teste de reflexos eles já estão diminuídos. 
Sempre que ver uma criança parada, quietinha, é obrigação pensar na hipoglicemia e 
fazer a dosagem de glicose para já intervir na hora. 
 Importante saber o que é esperado para cada idade. Tem criança que nunca rolou ou 
engatinhou. 
Hipoglicemia pode levar à 
dano cerebral permanente 
 
 
23 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
 
 Tabela com perguntas, tem dentro das carteirinhas: não são para serem decoradas e sim 
saber como utilizar. 
 
Apgar 
 Escrito na carteirinha, é uma nota dada a criança ao nascer. 
 Avaliação feita no RN no 1º e 5º minuto de vida (ou de 5/5min até que o apgar seja >7) 
 O bebê prematuro tem uma atitude extensora, enquanto o termo tem flexora 
 0 1 2 
Frequência cardíaca Ausente Lenta (<100bpm) Rápida (>100bpm) 
Respiração Ausente Lenta, irregular Forte, choro 
Tônus muscular Flácido Flexões nas 
extremidades 
Movimento ativo 
Irritabilidade reflexa 
ao cateter nasal 
Sem resposta Careta Tosse, espirro 
Cor da pele Cianose central/palidez Corpo rosado, cianose 
nas extremidades 
Corpo e extremidades 
rosados 
 
 
24 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
Peso ao nascer 
A criança nasce com X peso, tem que olhar no gráfico abaixo que tem na carteirinha, o peso varia de 
acordo com a Idade gestacional. A criança pode ser: 
 PIG: pequena para idade gestacional, não se desenvolveu – abaixo da linha azul. 
 AIG: adequado para a idade gestacional – entre as linhas vermelha e azul. 
 GIG: grande para a idade gestacional – está acima da linha vermelha, do percentil 90. 
 
Classificação geral do peso: quanto menor o peso, mais prematuro a criança é, mas uma coisa é a criança 
ser prematura e ser AIG, a outra ser prematuro e PIG, isso mostra que a placenta não era suficiente para 
nutri-la ou teve alguma doença congênita como virose, citomegalovírus, toxo congênita, sífilis congênita... 
 Normal: ≥2,500g 
 Baixo peso: <2,500g 
 Muito baixo peso: <1,500g 
 Extremamente baixo: <1,000g 
Medidas antropométricas 
 Peso 
o Balança apropriada até 15Kg 
o Correto: tirar toda a roupa (se muito frio pode deixar a camiseta de baixo, que pese umas 
30g, mas não a fralda porque pesa mais) 
 Estatura 
o Até 2 anos medir em decúbito dorsal, em cima de uma mesa 
o Usar régua antropométrica 
 Altura 
o Balanças normais começam com a altura em 1m 
o Inspiração profunda 
 perímetro cefálico 
o linha reta que passa acima das sobrancelhas e da orelha 
o medir até os 02 anos em todas as consultas de puericultura e colocar na carteirinha 
 perímetro torácico 
 perímetro abdominal 
 velocidade da curva de crescimento, seja do peso, da altura, dos perímetros. Por exemplo, uma 
criança que sempre esteve grudada na linha vermelha, ela é pequena a vida inteira, tem um 
padrão, não há por que se preocupar. A preocupação é com aquela criança que estava em uma 
linha e vai mudando de linha, saindo de um percentil para outro, é importante pesquisar o que 
aconteceu com a criança, com a queda da linha. 
o Normal: peso ao nascimento triplica em 1 ano e estatura aumenta em 50% 
o Menor no segundo ano de vida 
 
 
25 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
o A diminuição da VC é um alerta importante, podendo indicar má alimentação, doença 
aguda (infecção) ou crônica (cardiopatias congênitas, doenças neurológicas, renais, 
endócrinas – SEMPRE INVESTIGAR); é identificada olhando a VC na carteirinha. 
Exame físico 
1. Cabeça: igual ao adulto, ver couro cabeludo, inserção do cabelo – algumas síndromes são vistas 
pela inserção do cabelo, avaliar formato e tamanho da cabeça. 
a. Cabeça pequena: 
i. Microcefalia: o que não desenvolve é o encéfalo e não faz a calota craniana 
crescer. 
ii. Fechamento precoce das suturas (craniossinostose) – se uma criança começa a 
ficar com um bico de um lado, deve-se pensar que uma sutura fechou 
precocemente, o que faz a cabeça ficar a normal. As vezes é necessário correção 
cirúrgica. 
 
b. Cabeça grande 
i. Macrocefalia: 
 Causas: 
o Hidrocefalia – a cabeça vai aumentando, puxando a pele e a 
criança fica com cara de espanto, hoje em dia drenar e colocar a 
válvula resolve. 
o Hematoma subdural 
o Tumor cerebral 
o Síndromes hereditárias 
 
Hidrocefalia: cabeça grande e olhar de sol poente 
ii. Megaloencefalia familiar: 
 Condição benigna (cabeção) 
 Perímetro cefálico acima do percentil 95 ou +2 desvios padrão 
 Acompanha a curva de crescimento do PC 
 
 
26 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
Plagiocefalia: muito comum, tempo demais no carrinho, por exemplo. Deformidade do crânio por 
posicionamento inadequado do bebê. Orientação: virar de decúbito, apoio com travesseiros, mudar de 
posição no carrinho. Existem capacetes para corrigir a deformidade. 
 
2. Sinais vitais: não acorde a criança para contar FC e FR 
a. Frequência respiratória 
i. Contar pela observação do movimento abdominal, se necessário a distância para 
a criança não chorar 
ii. RN = 30 a 60 rpm (só é realmente fiel quando o bebê está dormindo) 
 O ritmo respiratório é irregular no RN, pode ter períodos de taquipneia 
intercalado com frequência lenta (padrão mais bem observado no sono) 
 Tipo respiratório: respiração diafragmática em lactentes e primeira infância 
(geralmente o tórax não se move), observar por 1 minuto 
iii. Saber os valores normais de FR máxima esperada para cada faixa etária na 
infância – se tiver acima desses valores, deve-se conversar com a mãe, se for 
recorrente e não tiver nada de anormal, está ok. 
 
Febre de 39º C em criança é urgência porque pode convulsionar, dar antitérmico, compressa, mas não 
se examina FC e FR nessa hora. 
 
O aumento da temperatura axilar em 1º C aumenta a FR em 10 rpm até os 23 meses 
 
 
27 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
b. Frequência cardíaca 
 
i. Até 30d = 140bpm, observe que a variação é grande, entre 90 e 190bpm 
ii. Cuide quando a FC estiver nos extremos da normalidade: sempre investigue por 
que há chance de ser patológico. Se a FC estiver baixa, fazer a criança chorar e 
ver o quanto aumenta a FC, o esperado é aumentar 20/25bpm, se isso não ocorre 
deixar ele esperando, para recontar – nesse período a contagem sempre foi baixa, 
não fez dispneia, não ficou cianótica, não fez nada diferente, então este normal 
(se a FC for na faixa alta também recontar várias vezes e observar). Espere o 
bebê dormir e conte novamente, quantas vezes for necessário. 
iii. Causas de bradicardia em RN e lactentes: nos “bradis” sempre pensem em 
hipoglicemia, é a coisa mais rápida pra agir e intervir. 
 Hipóxia 
 Hipertensão intracraniana (sinal de Cushing) 
 Doenças neurológicas 
 Bloqueio atrioventricular ou outra arritmia 
 Substância psicoativa (atropina – tinha em remédios para cólicas antigos 
VO ou no leite materno) 
Tanto a FC quanto a FR: 
 Apresentam uma faixa ampla de variação 
 Aumentam muito em resposta a febre, exercícios, choro, durante a amamentação (esforço), 
emoções e doenças (diferente dos adultos). 
 Temperatura corporal: sempre que tiver um livro americano ele vai mandar fazer temperatura retal, 
tem risco de o termômetro de vidro quebrar no reto e machucar o bebê, ou a questão de como 
esterilizar o termômetro digital. 
o Temperaturado meato acústico externo: considerada mais fiel do que a axilar (nos EUA) 
– aqui o aparelho vem dos camelôs. É que nem a pistola usada agora no covid, as vezes 
funciona e as vezes não, pode variar muito a temperatura em instantes. 
o É inconstante 
o Pode flutuar até 1,6ºC no mesmo dia 
o Maior à tardinha – 17h (ciclo circadiano) e após exercícios (choro em lactente) 
o Excesso de roupa em RN: pode chegar a 38ºC, ao aliviar a roupa a Tax volta ao normal 
em 15-30min (o excesso de roupa no lactente não altera a temperatura central). Pois eles 
não têm o mecanismo de sudorese – colocar a mão na nuca, se estiver suando = calor. 
o RN com instabilidade térmica, varia muito a temperatura: 
 Pensar em sepse, hipoglicemia, doenças graves ou anormalidades metabólicas 
 A hipotermia é mais frequente que a hipertermia em infecções graves em RN 
(também em idosos – imunodeprimidos frequentemente não fazem febre) 
o RN com HIPOGLICEMIA – se der para intervir no local, já intervém, se não encaminha 
para o PS. 
 Sinais e sintomas são inespecíficos: sucção débil (mãe refere que não quer 
mamar ou suga muito fraco), letargia, hipotermia, taquipneia, cianose, tremores, 
irritabilidade (esse é menos comum), convulsão e coma 
 Causa frequente de convulsão em RN 
 Hipoglicemia pode causar dano cerebral permanente – cursa com o número de 
convulsões brutais 
 
 
28 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
o RN com risco aumentado para hipoglicemia – IMPORTANTE! 
 RN AIG tem muito menos chances de ter hipoglicemia; 
 RN GIG; RN PIG ou com restrição de crescimento (menos reserva de açúcar); 
 Todos os prematuros têm mais risco (menor reserva de açúcar e uma função 
imatura do fígado – onde o açúcar é armazenado) 
 partos complicados por hipóxia prolongada, com apgar baixo. 
 Filhos de mães diabéticas: a fonte de açúcar do sangue materno (via cordão 
umbilical) deixa de existir, mas a produção de insulina continua aumentada no RN 
 Filhos de mãe que tomaram determinados medicamentos durante a gravidez. 
Como por exemplo corticoides – por trabalho de parto prematuro para maturar 
os pulmões do bebê – esse corticoide passa para o bebê e pode levar a uma 
hiperglicemia transitória e quando nasce não tem mais aquela fonte, porém a 
insulina segue circulando e consumindo a glicemia, o que leva a um quadro de 
hipoglicemia. Outros exemplos de medicamentos: propranolol, tiazidas, entre 
outros. 
Aula 4 – Semiologia Pediátrica 2 
Desenho que a OMS usou para avaliar as crianças, antes do Corona/depois do Corona 
 
Em termos de pediatria, não dá para comparar Porto com Bates (que dá de 10 a 0), mas algumas coisas 
do bates estão erradas. A referência dessa aula é o Bates 11ª edição e Porto 7ª edição. 
Roteiro para exame físico (Porto 145) 
A primeira aula trata mais de anamnese e RN. No porto o que tem de interessante é esse roteiro de exame 
físico. Em crianças a antropometria é um dado muito importante (peso, altura e perímetros), 
principalmente, quanto menos a criança, mais importante são esses dados. 
Porém, é frequente chegar criança com 11 anos com queixa de déficit de crescimento e não ter altura 
nenhuma anotada. Então, é importante ter uma rotina de fazer essas medidas. 
Esse roteiro é uma miniatura do exame físico do adulto, a única diferença é na parte neurológica que tem 
reflexos primários no RN e genitálias que é importantíssimo de ser examinado em crianças. 
 
 
 
29 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
 
1. Ectoscopia: é o mesmo do adulto, apenas considerar tudo que for aplicável para a idade (ex.: fala e 
linguagem, postura...). tem muitos dados que podem ser tirados da aula de ectoscopia do adulto. 
 Estado geral: péssimo, regular, bom e ótimo 
 Nível de consciência 
 Fala e linguagem 
 Fácie: 
o Cuidar na macroglossia, que é muito comum em hipotireoidismo congênito e na síndrome 
de Down, além da língua a criança ainda tem cara de rosto mixodematoso, tem edema 
periorbital. 
 
o A facie adenoidiana, nas crianças é um fator de mal rendimento escolar, sonolência 
diurna, déficit de atenção e memória – essas coisas quando corrigidas mudam toa a 
estrutura óssea da criança. Interessante chamar a atenção que cada vez mais algumas 
áreas da odontologia fazem com que o rosto seja mais simétrico, só que isso tem que se 
colocar aparelho pequeno. 
 
 
30 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
 
o Cuidar para não confundir facie adenoidiana com síndrome alcoólica fetal. 
o Mães alcoólatras podem ter filhos com a síndrome alcoólica fetal, geralmente com um QI 
reduzido, existe uma cara que é muita chamativa quando dá um déficit intelectual mais 
importante, o rosto é fino, lembra um pouco a adenoide, mas ele usa o nariz e tem um 
olhar meio vago. Quando tiver uma criança com rosto puxado e não for adenoide, buscar 
a história. 
 
o Facie da criança espancada e chama a atenção não só os hematomas, mas o olhar 
perdido, de depressão infantil. A criança pede socorro, mas as vezes as pessoas e os 
pediatras não percebem. 
 
o Facie da sífilis congênita: teve uma fase que faltou benzetacil em Pelotas e teve um 
aumento nos casos de sífilis e sífilis congênita. Algo que chama atenção é o rosto que tem 
sempre uma secreção nasal. Nariz em sela, mais achato – depressão do ponde nasal; 
abaulamento dos ossos frontais; rinite, lesões exudativas da mucosa oral em RN; 
erupções cutâneas na volta da boca; Quando tem o exantema na mão, já é típico de sífilis 
secundária, às vezes se é surpreendido com uma sífilis secundaria em criança de 12, 13, 
14 anos. Os dentes de Hutchinson, costumam cair na prova de residência, são dentes 
com chifradura central nos superiores e inferiores, é bem fácil de olhar para um bebê com 
esses dentes e achar que é a cárie da mamadeira. As vezes tem lesões perineais, primeiro 
acaba tratando como fungo, porém ela sempre retorna, pensar em sífilis congênita. 
a crianca adenoideana nao usa o nariz pra respirar
 
 
31 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
 
 Postura e atitude do pé 
 Marcha 
 Atitude e decúbito preferido 
 Movimentos involuntários ou hipercinéticos 
 Peso/altura 
 Temperatura corporal 
 Desenvolvimento físico 
 Estado da hidratação 
 Mucosas 
 Pele/fâneros/subcutâneo: 
o Coloração: 
 Palidez: no lábio, mucosa oral, mucosa ocular e orelha – a orelha é um excelente 
dado para se ter. 
 Cianose: relembrando, a periférica é porque o fluxo sanguíneo está lento e isso 
faz mais troca, nessa troca tem uma quantidade de hemoglobina reduzida, acima 
de 5g% - sempre que tiver esse valor há uma coloração cianótica, ou lilás, ou 
azulada da pele ou mucosas. Quando se coloca no google “cianose central” 
aparece o bebê da foto abaixo, cuidem que o lábio dele é rosado, mão e leito 
ungueal também estão rosado, o que o bebê tem é um bigode arroxeado, que é 
uma queixa muito frequente dão mãe quando o bebê chora. Nesse caso, tem que 
provocar o choro, porque geralmente esse ficar roxo é esse plexo venoso em cima 
do lábio inferior – devido a pressão exercida pelo choro, isso é normal. Nunca 
liberar uma criança que a mãe diz que chora e fica roxo, sem ver e testar, para 
poder explicar para mãe que as mucosas, língua não estão roxas. Para 
desaparecer as pregas das mãos tem que ter uma hemoglobina muito intensa, por 
volta de 5, 6 ou abaixo disso. 
 
 Icterícia 
o Em relação a nutrição é a mesma coisa que os adultos, tem que ver os fâneros, ver a unha 
quebradiça, cabelo seco e quebradiço, mudança de coloração no cabelo. Nas 
Highlight
 
 
32 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
desnutrições importantes, o cabelo preto fica avermelhado, isso é por falta de proteína, 
melanina – sinal de desnutrição grave. 
o Turgor (diminui na desidratação e desnutrição): sinais são os mesmos dos adultos. 
 Avaliar a hidratação das mucosasocular e oral; 
 Quantidade de saliva, se ela é espessa ou não, lembrar que todo mundo que 
respira pela boca tem a língua seca, por isso olhar embaixo da língua e ver a 
qualidade da saliva nas fossas sublinguais; 
 Lembrar que paciente com esclera cianótica tem que fazer a eversão da pálpebra 
e olhar a mucosa ali; 
 Fontanela deprimida, ela fecha até 1 ano e meio, a partir daí tem um percentual 
mínimo de pessoas que fecham depois desse tempo, mas tem que investigar 
patologia; 
 Olhos fundos; 
 Barriga na criança é um ótimo lugar para pesquisar turgor; 
 Perguntar sobre a urina, quantidade, cor, odor, pois essa criança vai desde uma 
urina concentrada, a uma oliguria e uma anuria; 
 A mesma coisa vai acontecer com a pressão arterial, desde uma hipotensão 
(lembrar que antes da hipotensão postural). Então, hipotensão postural, 
hipotensão e choque; 
 Em relação ao estado de consciência essas crianças ficam tanto com irritabilidade, 
quanto com sonolência e podem evoluir até o coma, pois uma desidratação em 
criança pequena normalmente evolui para uma acidose metabólica. Umas das 
causas mais comum de desidratação é diarreia, que se perde muito bicarbonato, 
isso faz que o pH do sangue fique ácido. Então a criança com uma desidratação 
grave tem que pesquisar em relação a acidose metabólica. 
 Choro sem lágrimas, “ah, mas ele soltou uma lágrima” tem que ter calma, porque 
ter uma lágrima, mas ter os outros sinais, a criança está desidrata. 
 Turgor cutâneo diminuído na desidratação de II e III grau, desidratação de I grau 
pode tratar em casa ou no posto observando. Desidratação de II grau, se tem 
confiança na equipe do posto e na mãe pode até começar a hidratar o paciente 
oralmente no posto e depois de 4h a criança está hidratada. Se a mãe não é de 
confiança, se a criança está vomitando, manda internar e hidrata. 
o Icterícia no RN, tem uma característica muito importante, a icterícia se distribui crânio 
caudal, ou seja, começa na cabeça, depois no peito, abdome, raiz de coxa, joelho, até 
chegar lá embaixo. Quanto mais para baixo estiver ictérico, mais grave. Uma forma de 
testar icterícia e ver até onde vai, porque geralmente se pesquisa o olho da criança e esse 
olho está com a esclera amarelada (todo mundo vê), a bochecha amarelada o olho tem 
que estar treinado a não ser que a bilirrubina esteja muito aumentada, e a digito pressão 
é excelente para avaliar icterícia no adulto e na criança. Só que a criança tem a pele fina 
e muito vascularizada, quando se executa esse teste praticamente se tira o sangue dos 
vasos e aí se vê a cor da pele. o teste é feito na parte superior do tórax, região do umbigo, 
na barriga, na raiz da coxa, na parte anterior do joelho (ex.: paciente com icterícia até o 
joelho). Ao passar dos dias, o bebê com mais dias de vida, é muito diferente a bilirrubina 
do bebê com 1 dia e do bebê com 24 dias, mas existe uma regra que se avalia onde tem 
zonas, nas extremidades são zonas muito mais intensas. Então todo RN, com mão e pé 
ictérico tem que ir fazer a dosagem. Existe um bilirrubinômetro transcutâneo, que encosta 
na pele e ele estima, o que melhorou muto a vida das pessoas. Lembrar que aumento de 
bilirrubina em RN não é questão estética, ela pode impregnar nos núcleos da base e 
causar uma doença chamada kernicterus, ela é irreversível e tem um déficit neurológico 
violentíssimo. 
Oliguria/Anuria: 400 mililitros ao dia ou 30 mililitros por hora. Em crianças este volume urinário é 0,5 mililitros por quilo por hora. É diferente da anúria, situação na qual o débito urinário é 100 ml por dia.
 
 
33 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
 
 Escala de fezes: variam de uma cor a outra. Ouve-se que se o bebê tem amarelão 
ele tem que tomar chá de raiz de salsa, o bebê tem que tomar líquido, o leite 
materno que é diarreico, as fezes moles ajuda a eliminar a bilirrubina. E toda vez 
que as fezes estiverem com as cores suspeitas, ficar de olho, lembrar que a 
hepatite dá icterícia com fezes brancas. 
 
o Espessura do SC (panículo adiposo) 
o Lesões elementares 
o Alteração frequentes: 
 Impetigo: infecção bacteriana superficial da pele muito comum, altamente 
contagiosa. Cuidar que tem todas as formas de impetigo: bolhoso (geralmente por 
estafilococos – que parece crosta, com umas bolhas menores é por 
estreptococos). Sempre examinar as regiões de dobras nos bebês pequenininhos, 
muito comum o RN chegar na consulta com febre, chorando e ao levantar o braço 
tem muito impetigo e no pescoço também. Consequência de não tratar: 
Glomerulonefrite Difusa Aguda (síndrome nefrítica); febre reumática; abscesso 
local, celulite, sepse (muito raro, tem que estar imunodeprimido). Tratamento com 
antibiótico oral ou pomada, se necessário benzetacil. 
 
 
 Mancha mongólica: é uma lesão fisiológica, muito comum em pessoas com 
ascendência africana. Interessante observar porque frequentemente a mãe acha 
que a criança foi agredida, pois muitas vezes elas não olham para o bumbum do 
bebê. Fazer digitopressão e lembrar que hematoma tem as faces dele, primeiro 
fica vermelho/roxo e depois amarelado, e geralmente por ser um vazamento de 
sangue tem tumoração. 
 
Highlight
Highlight
Benzetacil:Ela é indicada no tratamento de infecções causadas por microrganismos sensíveis à penicilina G comumente usada para tratar amigdalite bacteriana, infecções respiratórias e de pele, sífilis, entre outras doenças. A vantagem do uso de Benzetacil é que ela começa a fazer efeito de 15 a 30 minutos após a aplicação e a sua ação se prolonga por um período que vai de 1 a 4 semanas
Highlight
 
 
34 ATM 241 – Mônica Primeira, Vitor Mauro e Theodora Araújo 
 Escabiose: diferente na criança do que no adulto, quando estiver muito espalhada, 
perguntar se outras pessoas em casa também têm e porque qual local começou. 
É muito comum na sola dos pés, cuidar se a criança está roçando muito os pés 
um no outro – movimento muito suspeito, tirar a meia e olhar. 
 
 Miliária (“brotoeja”): muito comum, mas não é patológica. Tem três tipos: cristalina; 
rubra e pustulosa – dá uma dúvida se é miliária ou impetigo, pois nesse tipo tem 
pus dentro e é a mais rara de ver. A cristalina é causada por obstrução dos ductos 
sudoríparos, que são muito pequenos, a criança sua e os ductos entupidos ficam 
com uma bolinha de água embaixo da pele, essa bolinha estoura depois. Quando 
se tem a miliária rubra, é o “botou o sarampo para fora”, está todo pinicado de 
vermelho, em crianças pequenas tem relação com excesso de temperatura – 
vestida demais. Sempre que achar a miliária tem a ver com suar muito. 
 
 Musculatura 
 Estado de nutrição: ela altera sim o turgor da pele como visto na desidratação, mas não tão bonito 
como aquela prega que ficou formada, ele é alterado pela hipoproteinemia. A gente vai avaliar a 
criança e colocar nos percentis na carteirinha, tem o IMC, tem tabela do IMC e tudo de acordo 
com a idade e o sexo. O panículo adiposo, se faz uma prega no braço e vê se está diminuindo ou 
não. Então, vai ver como está o turgor cutâneo, a pele (sem brilho, seca, descamativa – falta de 
proteínas e vitaminas), o tônus muscular – lembrar que o tônus muscular é avaliado pela 
apalpação e pela observação, se esse tônus está parado ele deita em cima do leito e por 
movimentos pacíficos (hipotonia – pesquisar). 
o Raquitismo: não é mais tão frequente, mas ainda existe. E na realidade ele está 
relacionado a desnutrição e com a deficiência de vitamina D importante. Um dos motivos 
para ele não existir é porque as crianças hoje tomam vitaminas, prevenindo o raquitismo. 
Rosário raquítico – nas articulações costocondrais existe umas marcações como se 
formasse um rosário com as contas. Tem que pesquisar rosário raquítico, fontanela 
deprimida – não tem pele pra preencher, olho fundo por desnutrição, o osso frontal é 
alargado e alterações ósseas são importantes. 
 
Existe

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