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142_telhados_coberturas

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1. Telhados e Coberturas.pdf
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
Departamento de Engenharia de Construção Civil
PCC 436 – Tecnologia da Construção de Edifícios II
CCOOBBEERRTTUURRAASS EEMM TTEELLHHAADDOOSS
NOTAS DE AULA
Prof. Dr. Francisco Ferreira Cardoso
Assistentes de Ensino:
 Luciana A. de Oliveira
Marcelo Gustavo Martins
São Paulo
Novembro, 2000
1
680È5,2
1 Introdução................................................................................... 2
2 Coberturas em telhados ............................................................. 2
2.1 PARTES CONSTITUINTES ............................................................................................. 2
����� 7HOKDPHQWR ������������������������������������������������������������������������������������������������������� �
2.1.1.1 Telhas Cerâmicas ....................................................................................................4
2.1.1.2 Telhas Onduladas de Fibrocimento..........................................................................7
2.1.1.3 Telha de Concreto....................................................................................................9
2.1.1.4 Telha Ondulada de Poliéster ..................................................................................10
2.1.1.5 Telha de Aço..........................................................................................................11
2.1.1.6 Telha de asfalto coberta por grânulos (telha tipo 6KLQJOH)......................................13
����� (VWUXWXUD��7UDPD�H�(VWUXWXUD�GH�$SRLR������������������������������������������������������������ ��
2.1.2.1 Estrutura de Madeira..............................................................................................17
2.1.2.2 Estrutura Metálica ..................................................................................................18
����� 6LVWHPDV�GH�&DSWDomR�GH�ÈJXDV�3OXYLDLV������������������������������������������������������� ��
3 Principais aspectos do método executivo de telhamentos em
telhas cerâmicas............................................................................ 22
3.1 COLOCAÇÃO DAS TELHAS .......................................................................................... 22
3.2 BEIRAL..................................................................................................................... 23
3.3 CUMEEIRA ................................................................................................................ 23
3.4 ESPIGÃO .................................................................................................................. 23
3.5 RINCÃO OU ÁGUA FURTADA....................................................................................... 23
3.6 ARREMATES ............................................................................................................. 24
3.7 ARGAMASSA DE EMBOÇAMENTO ................................................................................. 24
4 Conclusões............................................................................... 24
5 Referências Bibliográficas........................................................ 30
2
�� �,1752'8d­2
A cobertura é um subsistema do edifício e pode ser dividida em dois grupos principais:
- lajes de concreto impermeabilizadas;
- coberturas em telhado.
As lajes de concreto impermeabilizadas foram apresentadas por MELHADO (1991) em
apostila, e suas partes constituintes e funções foram discutidas durante as aulas de
impermeabilização.
Assim, neste trabalho serão apresentados os principais conceitos relacionados às
coberturas em telhados.
Ante, porém, apresenta-se um quadro comparativo entre as duas tipologias de cobertura,
que consta da tabela 1.
Assim, as coberturas em telhados possuem as seguintes características quando
comparadas às lajes de concreto impermeabilizadas:
- menor peso;
- melhor estanqueidade;
- maior durabilidade;
- menor participação estrutural;
- menos suscetibilidade às movimentações do edifício;
- necessidade de forro.
�� &2%(5785$6�(0�7(/+$'26
Caracteriza-se aqui o telhado como sendo um revestimento descontínuo constituído de
materiais capazes de prover estanqueidade à água de chuva, repousados ou fixados
sobre uma estruturação leve.
Neste item serão apresentados as partes constituintes das coberturas em telhados.
2.1 3$57(6�&2167,78,17(6
As partes constituintes das coberturas em telhados e suas funções principais são assim:
a) telhamento: constituído por telhas de diversos materiais (cerâmica, fibrocimento,
concreto, metálica e outros) e dimensões, tendo a função de vedação;
b) trama: constituída geralmente por terças, caibros e ripas, tendo como função a
sustentação das telhas;
c) estrutura de apoio: constituída geralmente por tesouras, oitões, pontaletes ou vigas,
tendo a função de receber e distribuir adequadamente as cargas verticais ao restante
do edifício;
d) sistemas de captação de águas pluviais: constituídos geralmente por rufos, calhas,
condutores verticais e acessórios, tendo como função a drenagem das águas pluviais.
3
Cada uma dessas partes serão apresentadas com mais detalhes a seguir.
&DUDFWHUtVWLFDV
IXQGDPHQWDLV
&REHUWXUDV�HP�WHOKDGRV /DMHV�GH�FRQFUHWR
LPSHUPHDELOL]DGDV
3HVR
Os materiais de revestimento
utilizados são leves (telhas) e os
vãos são vencidos geralmente
por treliças, resultando em
estruturas leves.
Os vãos são vencidos pelo
próprio concreto armado ou
protendido, resultando
geralmente em coberturas
mais pesadas.
(VWDQTXHLGDGH
É garantida pelo detalhe de
justaposição das telhas (encaixe,
comprimento de tal sobreposição,
etc.) e pela inclinação; a
inclinação é fundamental, de
forma a garantir uma velocidade
de escoamento das águas que
evite a penetração pelas juntas,
através do efeito do vento, ou
através das próprias peças
constituintes, quando o material
não é suficientemente
impermeável.
A continuidade é garantida
pela continuidade da
superfície vedante; o
concreto, pela sua
fissuração (devido à
retração, movimentação
térmica e carregamento),
não garante por si só esta
continuidade, sendo exigidas
as impermeabilizações.
3DUWLFLSDomR�HVWUXWXUDO
H�FRPSRUWDPHQWR
IUHQWH�D
PRYLPHQWDo}HV�GR
HGLItFLR
As coberturas em telhados
apenas se apoiam sobre o
suporte, não tendo participação
estrutural significativa no
conjunto da edificação. E, ainda,
a movimentação devida a
mudanças de temperatura ou a
outros motivos (até um certo
limite) não compromete sua
estanqueidade, por estarem as
telhas soltas e sobrepostas.
As coberturas de concreto,
integram a estrutura do
edifício. As movimentações
estruturais (variações
dimensionais, recalques
diferenciais) introduzem
tensões na cobertura, o que
pode comprometer sua
estanqueidade devido à
fissuração ou ao
trincamento.
1HFHVVLGDGH�GH�IRUUR
Geralmente utiliza-se um forro,
que desempenha dupla função:
uma é de nivelar o teto e fornecer
suporte às instalações, outra é a
de propiciar correção térmica,
uma vez que os telhados têm em
geral pequena espessura. Pode-
se dizer que o espaço de ar
confinado entre a cobertura e o
forro, e o próprio forro, participam
da correção térmica.
Em geral, dispensam a
utilização de forros. Por
exemplo, nas coberturas em
lajes horizontais, o
nivelamento do teto e
suporte para as instalações
já é obtido pela própria laje.
7DEHOD��: Quadro comparativo entre coberturas em telhados e lajes de concreto
impermeabilizadas (PICCHI, 1994).
4
������ �7(/+$0(172
Neste item serão apresentados os seguintes tipos de telhas:
- cerâmicas;
- onduladas de fibrocimento;
- de concreto;
- ondulada de poliéster;
- de aço;
- de asfalto coberta por grânulos ( telha tipo 6KLQJOH).
�������� �7(/+$6�&(5Æ0,&$6
As telhas cerâmicas são de uso mais corrente no Brasil,
sobretudo em construções
residenciais unifamiliares. De acordo com YAZIGI (1998) “D� IDEULFDomR� GDV� WHOKDV
FHUkPLFDV�p�IHLWD�TXDVH�TXH�SHOR�PHVPR�SURFHVVR�HPSUHJDGR�SDUD�RV�WLMRORV�FRPXQV��2
EDUUR�GHYH�VHU�PDLV�ILQR�H�KRPRJrQHR��QHP�PXLWR�JRUGR�QHP�PXLWR�PDJUR��D�ILP�GH�VHU
PDLV�LPSHUPHiYHO�VHP JUDQGH�GHIRUPDomR�QR�FR]LPHQWR. $�PROGDJHP�SRGH�VHU�IHLWD�SRU
H[WUXVmR�VHJXLGD�GD�SUHQVDJHP��RX�GLUHWDPHQWH�SRU�SUHQVDJHP��$�VHFDJHP�WHP�GH�VHU
PDLV�OHQWD�TXH�SDUD�RV�WLMRORV�FRPXQV��RX�VHMD��D�UHWHQomR�GH�iJXD�GHYH�VHU�PDLRU��SDUD
GLPLQXLU�D GHIRUPDomR”. Ainda segundo este autor, as telhas devem ser fabricadas com
maior cuidado que os tijolos, apresentando menores deformações, sendo mais
compactas, mais leves e tão impermeáveis quanto possível.
Conforme seu tipo, devem atender às disposições da norma “NBR 9601 – Telha cerâmica
de capa e canal – Especificações” ou “NBR 7172 – Telha cerâmica tipo francesa –
Especificações”.
O controle expedito da impermeabilidade (estanqueidade à agua) é feito moldando sobre
ela um anel de argamassa, no interior do qual se põe água até 5 cm de altura. Uma boa
telha, em 24 horas, não deixa infiltrar umidade. A umidade só aparecerá após 48 horas, e
sem gotejamento. Normalmente, exige-se que a absorção não seja superior a 18%, mas
convém registrar que as telhas têm sua impermeabilidade aumentada com o tempo. Isso
se deve ao fato de que os poros se obstruem com o limo e a poeira depositada. A
superfície das telhas tem de ser lisa, para deixar a água escorrer facilmente e para
diminuir a proliferação de musgo (YAZIGI, 1998).
A estanqueidade e o desempenho térmico constituem os dois principais pontos para a
avaliação de utilização de um telhado. Dentre as causas das falhas de adequabilidade a
esses aspectos têm-se:
- grande número de juntas;
- deslocamento dos componentes durante fortes ventos (declividades e
assentamentos inadequados);
- deslocamento das telhas decorrentes de deformações excessivas das estruturas
de sustentação;
- projeto inadequado de arremates (encontro de telhados e paredes), extravasores
de água, etc.;
- acúmulo de algas, liquens e musgos nos encaixes;
- trasbordamento de calhas e rufos.
5
O desenvolvimento de musgos nos telhados obstruem os ressaltos das telhas e provocam
refluxo das água tornando os telhados escuros, e as calhas podem sofrer obstruções. A
mudança de cor avermelhada para tonalidades escuras do marrom aumenta a quantidade
de calor de radiação gerado na cobertura e piora as condições de conforto térmico. Os
musgos podem ser eliminados por meio da escovação e de lavagem das telhas com
produtos tóxicos como, por exemplo, água sanitária e cloro. A escovação é recomendada
para ser executada após os períodos de temporadas úmidas.
No recebimento das telhas cerâmicas no canteiro não poderão ser aceitos defeitos
sistemáticos como quebras, rebarbas, esfoliações, trincas, empenamentos, desvios
geométricos em geral e não uniformidade de cor.
Cada caminhão entregue na obra será considerado como um lote para efeito de inspeção.
Segundo SOUZA (1996), com exceção da espessura, que deve ser verificada em uma
amostra de 13 peças retiradas aleatoriamente de cada lote, todas as demais propriedades
são verificadas em amostras de 20 peças.
As telhas cerâmicas têm de ser estocadas na posição vertical, em até três fiadas
sobrepostas. No caso de armazenamento em laje, verificar sua capacidade de resistência
para evitar sobrecarga (figura 1).
)LJXUD��: Armazenamento de telhas (transparência de aula).
Em princípio, há dois tipos de telhas cerâmicas: as planas e as curvas. As telhas planas
são do tipo Marselha, também conhecidas por telhas francesas, e as telhas de escamas,
pouco encontradas. As telhas francesas são planas, com encaixes laterais e nas
extremidades, com agarração para fixação às ripas. Pesam aproximadamente 2 kg e são
necessárias 15 peças por metro quadrado de cobertura. Para a inclinação usual de 30º,
isso corresponde a 22 peças por metro quadrado de projeção. As normas técnicas
dividem as telhas cerâmicas tipo Marselha em duas classificações, conforme sua
resistência a uma carga aplicada sobre o centro da telha, estando ela sobre dois apoios:
1a categoria: resistência mínima de 85 kg;
2a categoria: resistência mínima de 70 kg.
6
Ainda segundo YAZIGI (1998). uma telha cerâmica, mesmo de 2a categoria, precisa
resistir bem ao peso de um homem médio, estando apoiada nas extremidades. Esse é um
processo para verificar a qualidade no momento do recebimento, sendo que a espessura
média para essas telhas é de 1 a 3 cm.
As telhas de escamas são feitas para emprego em mansardas e telhados de ponto
elevado, situação em que as telhas francesas escorregariam sob o efeito do vento. Essas
telhas são simples placas planas com dois furos, pelos quais se passa arame para
prendê-las às ripas. Para a caracterização do conceito de ponto, ver figura 2.
As telhas do tipo capa e canal, também chamadas romanas ou coloniais, podem ser
simples ou com encaixes e de cumeeira. As coloniais simples, sem encaixe, pesam
1,80 kg por unidade. As coloniais de encaixe são de diversos desenhos e tamanhos. O
sistema de fixação destas telhas também variam muito. As telhas de cumeeira são
usadas nas cumeeiras e nos espigões, são do tipo capa, mas com encaixe e desenho de
arremate.
As dimensões usuais das telhas cerâmicas estão representadas na figura 3.
O ponto é a relação H/L, sendo ainda usada a seguinte nomenclatura:
 1:2 – ponto meio
 1:3 – ponto terço
 1:4 – ponto quarto
O ponto é dito elevado a partir de 1:3 (inclinação acima de 33º40’ ou
declividade maior do que 100%)
H
L
)LJXUD�� – Caracterização do ponto elevado (notas de aula).
7
)LJXUD��: Dimensões e declividades de telhas cerâmicas (transparência de aula).
�������� �7(/+$6�21'8/$'$6�'(�),%52&,0(172
Pelo baixo custo dos telhados executados com as telhas onduladas de fibrocimento, estas
são bastante utilizadas em edifícios habitacionais de padrão popular, inclusive
unifamiliares, embora não proporcionem adequado conforto, sobretudo térmico.
Juntamente com as telhas de aço, são bastante empregadas em edifícios comerciais e
industriais.
Devem atender às disposições da norma “NBR 7581 – Telha ondulada de fibrocimento –
Especificações”.
Trata-se de produto fabricado com mistura homogênea de cimento Portland e fibras de
amianto. A tabela � apresenta as dimensões padronizadas das telhas onduladas de
fibrocimento.
8
(VSHVVXUD��PP� &RPSULPHQWR��P� /DUJXUD��P�
5, 6 e 8 mm 0,91 / 1,22 / 1,53 / 1,83 /
2,13 / 2,44 / 3,05 / 3,66
1,10 (útil 0,885 m ou 1,05 m
conforme recobrimento)
7DEHOD�� dimensões padronizadas das telhas onduladas de fibrocimento (YAZIGI, 1998).
O recobrimento lateral é de ¼ de onda. O recobrimento mínimo longitudinal é de 14 cm.
As telhas com comprimento superior a 1,83 m (de 6 mm) e de 2,13 m (de 8 mm) exigem
terça intermediária de apoio.
Apoiadas em estrutura de madeira, metálicas ou de concreto, as telhas deverão ser
fixadas com acessórios apropriados, fornecidos pelo fabricante. Tal fixação é feita com
ganchos, parafusos e grampos de ferro zincado, com utilização de conjunto de arruelas
elásticas de vedação, massa de vedação e cordões de vedação.
As telhas precisam apresentar a superfície das faces regular e uniforme, bem como
obedecer às especificações de dimensões, resistência à flexão, impermeabilidade e
absorção de água.
A observação de trincas, quebras, superfícies das faces irregulares, arestas interrompidas
por quebras, caroços, remendos e deformações, será feita visualmente, inspecionando as
amostras retiradas de cada lote.
Cada caminhão entregue na obra com um máximo de 500 telhas será considerado como
um lote para efeito de inspeção. Segundo SOUZA (1996), as propriedades são verificadas
em amostras de 13 peças, retiradas aleatoriamente de cada lote.
As telhas têm de ser armazenadas em pilhas de até 35 peças, apoiadas em três
pontaletes paralelos, sendo um no centro e os outros a 10 cm
de cada borda. No caso de
armazenamento sobre laje, verificar sua capacidade de resistência de modo a descartar
qualquer risco de sobrecarga (YAZIGI, 1998).
)LJXUD��: Armazenamento de telhas de fibrocimento (transparência de aula).
Na montagem da primeira fiada as chapas precisam ser fixadas com um parafuso por
chapa (colocado na crista da 2a onda), necessitando a última chapa ser fixada com dois
parafusos (na crista das 2a e 5a ondas). Nas chapas das fiadas intermediárias, terão de
ser aplicados dois ganchos chatos na cava da 1a e 4a onda. As cumeeiras deverão ser
9
fixadas com um parafuso de cada lado, sendo a última delas com dois parafusos de cada
lado. O caimento mínimo a ser empregado é de 10º ou seja 17,6% (abaixo desse limite,
estar-se-á arriscando infiltração de água através da junção das telhas).
A superposição das chapas variam conforme sua inclinação, sendo portanto:
- para telhados com menos de 15º de inclinação, usar recobrimento longitudinal
mínimo de 20 cm;
- para caimentos maiores de 15º, pode-se usar recobrimento longitudinal de 14 cm.
O espaçamento máximo entre as terças é de 1,69 m. Por essa razão, a chapa mais
econômica é a de 1,83 m, já que para as telhas maiores se torna indispensável a
colocação de terça intermediária (para telhas de 6 mm de espessura). Quanto aos beirais,
os comprimentos das chapas, máximo e mínimo, em balanço são:
- beirais sem calha: máximo 40 cm e mínimo 25 cm;
- beirais com calha: máximo 25 cm e mínimo 10 cm.
A montagem das telhas deverá ser iniciada a partir do beiral para a cumeeira. Para uma
montagem e utilização do sistema de cobertura em telhas onduladas de fibrocimento
eficientes, precisam ser seguidas as seguintes recomendações:
- não se pode pisar diretamente sobre as telhas; usar tábuas apoiadas em três
terças, em coberturas muito inclinadas, amarrar as tábuas;
- utilizar ferramentas manuais (serrote, arco de pua, etc.). Se houver a necessidade
de utilização de serras elétricas, recomenda-se as de baixa rotação para evitar a
dispersão do pó de amianto;
- procurar sempre realizar o trabalho ao ar livre;
- umedecer as peças de fibrocimento antes de cortá-las ou perfurá-las.
Finalmente, cabe dizer que existem outras telhas em fibrocimento com seções diversas e
capazes de vencer grandes vãos, que são sobretudo empregadas em edifícios comerciais
e industriais, em abrigos para veículos.
�������� 7(/+$�'(�&21&5(72
As telhas de concreto e suas peças complementares são compostas de aglomerantes,
agregados e óxidos que são responsáveis pela sua coloração. Têm uso ainda limitado no
Brasil, sendo empregadas sobretudo em edifícios de médio e alto padrão.
A tabela � apresenta as dimensões nominais da telha de concreto, comumente conhecida
como tipo 7pJXOD, que é o seu principal fabricante.
&RPSULPHQWR
~WLO
/DUJXUD�~WLO 3HVR�QRPLQDO
SRU�XQLGDGH
&RQVXPR ,QFOLQDomR
320 mm 300 mm 4,70 kg 10,50 un/m2 30%
7DEHOD��: Dimensões nominais da telha de concreto do tipo 7pJXOD (GUIA
TÉGULA,1999).
Segundo catálogo do fornecedor (GUIA TÉGULA, 1999) esta telha apresenta uma
espessura média de 12 mm, absorção de água entre 7 a 10% e resistência mínima à
flexão de 300 kg.
10
Para as montagens dessas telhas, inicia-se da direita para a esquerda e de baixo para
cima.
A sobreposição de uma cumeeira sobre outra é de 7 cm. É muito importante que no
emboçamento das peças complementares a argamassa utilizada fique protegida pela
cumeeira, ou seja, significando que a massa não deve ficar exposta às intempéries. Pode-
se ainda adicionar um pigmento à argamassa de assentamento da mesma coloração das
telhas.
Deve-se, no caso de armazenamento das peças, providenciar com antecedência um local
plano para a descarga das telhas e prepará-lo com uma camada de 5 cm de areia,
evitando assim que as telhas estocadas sujem em contato com a terra ou barro. É
importante considerar a quantidade de telhas empilhadas, e recomenda-se no máximo
três na vertical.
Para o corte dessas telhas, pode-se utilizar uma máquina convencional de corte com
disco para material refratário ou, ainda, qualquer máquina com disco diamantado.
)LJXUD��: Armazenamento de telha tipo 7pJXOD. (GUIA TÉGULA,1999)
�������� 7(/+$�21'8/$'$�'(�32/,e67(5
São chapas onduladas de poliéster reforçado com filamentos de vidro, apresentada em
diversos perfis adaptáveis a telhas de outros materiais, como as de fibrocimento e
metálicas (aço zincado). Suas dimensões são apresentadas na tabela 4.
(VSHVVXUD��PP� &RPSULPHQWR��P� /DUJXUD��P�
(1+/-0,2) mm de 1,22 a 12,0 m de 0,506 a 1,10 m
7DEHOD��: Dimensões das chapas onduladas de poliéster (YAZIGI,1998).
O peso varia de 1,4 kg/m2 a 1,8 kg/m2. São incolores, translúcidas, flexíveis, resistentes a
gases industriais, óleo e agentes químicos. Sua utilização básica é em coberturas, com o
objetivo de aumentar a luminosidade (iluminação zenital) do ambiente.
11
São fixadas sobre estruturas metálicas ou de madeira. São elementos de fixação: pregos,
parafusos e ganchos com rosca, sempre colocados na crista da onda das chapas.
A colocação geralmente se inicia do beiral para a cumeeira, segundo YAZIGI(1998) no
sentido oposto ao dos ventos dominantes na região, regra essa que é válida para os
demais tipos de telha.
�������� �7(/+$�'(�$d2
As telhas de aço têm uso predominante em edifícios comerciais e industriais e o material
básico para a fabricação de seus perfis é a chapa de aço apropriada para moldagem a
frio, zincada ou pintada com material sintético. Ao serem configuradas, podem apresentar
seções diversas, como ilustra a figura 6.
)LJXUD���±Telhas de aço a)- secção trapezoidal / b)-secção ondulada (PERKROM)
De fato, os fabricantes de telhas de aço zincada têm em sua linha diferentes geometria de
perfis, mas segundo MENEGUETTI (1994), “p� SRVVtYHO� DJUXSi�ORV� HP� GRLV� JUXSRV
FRQIRUPH�D�VHFomR� WUDQVYHUVDO� �RQGXODGD�RX� WUDSH]RLGDO��H�SRU�DOWXUD�GD�SDUWH� LQIHULRU�H
VXSHULRU� GD� WHOKD´. A tabela 5, da Associação Brasileira de Construtores de Estrutura
Metálica ( ABCEM), traz a produção de telhas de aço no Brasil, por tipo de seção.
7DEHOD����Tipos de telhas de aço e respectivos fabricantes (ABCEM,1992).
a b
12
A zincagem por imersão protege a chapa de aço contra a ação da corrosão sendo, em
conjunto com os necessários acabamentos de superfície, um excepcional fundo de
aderência para um posterior revestimento com material sintético (Manual HAIRONVILLE
DO BRASIL,1999).
A fabricação dos perfis de aço a partir de bobinas de fitas de aço previamente zincadas se
dá através de um processo contínuo em equipamentos de rolos de perfilação. Neste
método de fabricação, a fita de aço é desenrolada da bobina a uma velocidade de até
70 m/min; a seguir ela é aplainada, cortada no comprimento, perfilada, empilhada e,
finalmente, embalada. Desta maneira podem ser fabricados perfis de aço (telhas) com até
20 m de comprimento.
O fornecimento das telhas de aço é feito em caminhões, em pacotes paletizados que,
levando em consideração os guinchos existentes nas obras, têm um peso máximo de 3
toneladas.
Para o armazenamento, caso os pacotes de telhas perfiladas não venham a ser utilizados
de imediato, devem ser armazenados de modo a serem protegidos contra a ação das
intempéries. Se possível, os pacotes deverão ser armazenados com uma leve inclinação
na direção longitudinal, para que na eventualidade de cair água sobre as telhas, essa
possa escoar livremente. E, ainda, as embalagens dos pacotes feitas na fabrica devem
ser abertas nas extremidades para evitar a formação de condensação de água.
Como mostra a figura 7, os perfis metálicos são fixados através de chumbadores, rebites
ou parafusos, nas ondas das telhas.
)LJXUD��: Fixação das telhas metálicas (transparência de aula).
Além das telhas de aço, são também encontradas no mercado telhas de alumínio, que,
via de regra, apresentam maior durabilidade, maior preço, menor peso e menor
resistência, para uma mesma seção.
13
�������� 7(/+$�'(�$6)$/72�&2%(57$�325�*5Æ18/26��7(/+$�7,32�6+,1*/(⊗�
Apresentando características bastante particulares e com uso ainda limitado no Brasil, as
telhas de asfalto coberta por grânulos (telha tipo 6KLQJOH) foram desenvolvidas para fazer
do telhado um elemento construtivo que supere as funções básicas de proteções contra
as intempéries, permitIndo a utilização de várias águas sem emendas.
Mais ainda do que nos casos dos telhados com telhas em fibrocimento ou em aço, trata-
se de um “sistema de cobertura” que é dotado de componentes específicos, exigindo um
projeto especialmente desenvolvido. Nele, não se pode falar das telhas de modo isolado,
devendo-se considerar conjuntamente a estrutura portante e outros componentes, que
dele fazem parte e que também assumem características particulares.
O “sistema de cobertura tipo 6KLQJOH´ é assim composto por (ver figura 8):
- estrutura de suporte: composta por tesouras (no caso de vãos abertos, sem laje), ou
pontaletes (quando feitos sobre lajes). Sobre essa estrutura, serão colocadas terças,
vigas e os caibros, se necessário; até aqui não se diferenciam dos demais tipos de
coberturas em telhado, o que começa a acontecer a partir do próximo componente;
- base de madeira: é constituída por uma chapa de compensado, que será a base direta
da telha, sobre a qual a mesma será fixada através de pregos corretamente aplicados.
É importante que a chapa de compensado esteja seca antes da aplicação das telhas,
evitando possível empenamento;
- sub-cobertura: é uma manta impermeabilizante de fibras de polietileno que é usada
nesse tipo de telhado para assegurar uma proteção e vedação à base, e ao mesmo
tempo não permitir a condensação de água na interface madeira-manta, através da
migração da umidade;
- telhas tipo 6KLQJOH: são telhas à base de asfalto cobertas por grânulos em dimensões
de 30,48 cm x 91,44 cm. Cada telha é composta por quatro camadas, sendo a
primeira de asfalto, a segunda de fibra de vidro impregnada por uma manta asfáltica
impermeável, a terceira de asfalto e a quarta aparente, composta por asfalto e
grânulos. Os grânulos são de material cerâmico podendo ter diversas cores, o que
permite a coloração da telha. Os grânulos são também responsáveis pela resistência à
abrasão e ao fogo. Para evitar a proliferação de algas e fungos é necessário criar uma
camada superficial de óxido de cobre;
- sistema de ventilação: sendo composto por uma abertura na cumeeira, painéis de vinil,
canaletas de poliestireno localizadas sob o compensado, direcionando a circulação de
ar dos painéis de vinil até a cumeeira. A ventilação é essencial neste tipo de cobertura,
uma vez que não há passagem de ar através das telhas tipo 6KLQJOH. Geralmente a
ventilação é dimensionada para obter 1 m2 de abertura na cumeeira a cada 150 m2 de
área coberta;
- manta de fibra de vidro: é utilizada afim de melhorar o desempenho térmico do
sistema;
- coleta de águas pluviais: o sistema de coleta de águas pluviais geralmente é análogo
aos utilizados nos telhados convencionais, ou seja, composto por rufos, calhas e
condutores verticais, se necessários.
Vê-se assim que tal tipo de cobertura em telhado constitui-se num verdadeiro “sistema”.
 
⊗�As informações referentes ao sistema de cobertura tipo 6KLQJOH foram tiradas do catálogo do fornecedor e
do trabalho feito para a disciplina PCC436 (FUSARO HW�DO.,1998).
14
)LJXUD��: Esquema de cobertura da telha tipo 6KLQJOH (CATÁLOGO OWENS CORNIG).
������ (6758785$��75$0$�(�(6758785$�'(�$32,2
A estrutura dos telhados tem como funções principais a sustentação e fixação das telhas
e a transmissão dos esforços solicitantes para os elementos estruturais, garantindo assim
a estabilidade do telhado. A estrutura dos telhados pode ser dividida em:
- estrutura de apoio;
- trama.
A trama é a estrutura que serve de sustentação e fixação das telhas. Para telhas com
pequenas dimensões, tais como as telhas cerâmicas e de concreto, a trama geralmente é
constituída por terças, caibros e ripas de madeira (figura 8).
Para telhas de dimensões maiores, tais como as telhas metálicas, plásticas e de
fibrocimento, é possível eliminar os caibros e ripas.
15
)LJXUD��: Terças, caibros e ripas.
As terças são peças horizontais colocadas na direção perpendicular à estrutura de apoio.
Elas geralmente apoiam-se sobre:
- pontaletes;
- tesouras ou treliças;
- oitões ou paredes intermediárias (figura 9).
�D� �E�
16
(c)
)LJXUD��: (a) terças apoiadas sobre pontaletes, (b) terças apoiadas sobre tesouras e (c)
terças apoiadas sobre oitões.
Os caibros, por sua vez, são colocados na direção perpendicular à das terças e, portanto,
paralelamente à estrutura de apoio. As ripas constituem a última parte da trama. São
pregadas transversalmente aos caibros e, portanto, paralelamente às terças (vigas). As
terças são peças horizontais colocadas em direção perpendicular às tesouras. O
espaçamento entre duas ripas depende das dimensões das telhas utilizadas ou de sua
galga (BORGES, 1979). As terças superior e inferior são chamadas, respectivamente, de
cumeeira e frechal.
A distância entre dois caibros e entre duas terças depende do tipo de telha (peso) e das
dimensões da sua seção e do tipo de madeira com que são fabricados (ou do aço e de
sua seção, no caso de estruturas nesse material). A tabela 6 ilustra tais afastamentos,
para o caso de estrutura de madeira em peroba.
7(/+$ (6758785$�'(�0$'(,5$��3(52%$�
7,32 0$66$��NJ�
*$/*$
�FP�
5LSDV���[��FP�
'LVWkQFLD�HQWUH
ULSDV��FP�
&DLEURV���[��FP�
'LVWkQFLD�HQWUH
FDLEURV��FP�
7HUoDV���[���RX
�[���FP�
'LVWkQFLD�HQWUH
WHVRXUDV�RX
DSRLRV��FP�
Francesa 2,60 34,0 34,0 50 a 60 cm **
Romana 2,60 36,0 36,0 idem **
Colonial 2,25 40,0 40,0 idem **
Plan 2,28 40,0 40,0 idem **
** De acordo com BORGES (1979), utilizam–se terças de 6x12 se o vão entre tesouras não exceder a
2,50 m e de 6 x 16 para vãos entre 2,50 a 4,00 m.
7DEHOD����Dados referentes à distância entre caibros, terças e tesouras ou apoios
(pontaletes), no caso de estruturas em peroba.
17
De acordo com MENEGUETTI (1994), os principais pontos a serem considerados no
processo de definição da estrutura são:
- os detalhes arquitetônicos (tipo de telha e formas de fixação ou inclinação ou tipo
de telhado: uma água, duas águas, VKHG ou arco);
- os sistemas térmicos e de ventilação (lanternins, exaustores e forros por exemplo);
- os sistemas mecânicos e equipamentos industriais ou cargas tecnológicas (ponte
rolantes, passarelas de manutenção, dentre outros);
- os sistemas elétricos e de comunicação (dutos e antenas, por exemplo);
- os sistemas hidráulicos e de gases;
- as fundações;
- a fabricação e o transporte da estrutura e a montagem;
- os próprios sistemas estruturais ( reticulados ou superfícies resistentes).
A seguir, são melhor caracterizadas as estruturas de cobertura em madeira e em aço.
�������� (6758785$�'(�0$'(,5$
Os elementos das estruturas convencionais dos telhados, especialmente os telhados de
habitações residenciais, são construídos de madeira�� Todos os elementos utilizam
geralmente a peroba como madeira padrão, por ser mais resistente ao apodrecimento e
também por não ser tão dura quanto o ipê e a cabreúva, entre outras razões�(BORGES,
1979).
A ligação da estrutura do telhado ao edifício pode ser feita através de:
- amarração com aço de construção dobrado e torcido;
- amarração com aço de construção dobrado e pregado;
- amarração com chapa metálica com uma haste parafusada ou pregada (figura 10).
)LJXUD���: Tipos de amarração dos componentes de ancoragem (TÉCHNE, 1998).
Os componentes de ancoragem mais comuns são:
- chapa metálica em “rabo de andorinha” imersa em cinta de amarração;
- aço de construção imerso em pilaretes de concreto em “T” invertido, embutido na
alvenaria;
- aço de construção imerso em cinta ou laje de concreto (figura 11).
18
)LJXUD���: Tipos de fixação de componentes de ancoragem (TÉCHNE, 1998).
�������� (6758785$�0(7È/,&$
As estruturas
metálicas ou de concreto apresentam-se como alternativas às estruturas de
madeira, principalmente devido à escassez e conseqüente aumento do preço da madeira
e pressões da sociedade relativas à preservação do meio ambiente. Além disso, a
utilização de peças pré-fabricadas potencialmente aumenta o grau de industrialização,
otimizando a produtividade e qualidade na construção de telhados.
O uso de estrutura metálica é bastante comum em edifícios industriais e em galpões, seja
sob a forma de treliças planas e vigas a elas perpendiculares (terças), usualmente feitas
em aço, seja sob a forma espacial, constituída por elementos tubulares, em aço ou
alumínio (figura 12).
)LJXUD�����Estrutura metálica espacial.
19
Visando aumentar a racionalização e diminuir os custos das estruturas em aço para
telhados, o grupo Gerdau lançou em 1996 um sistema de cobertura utilizando vigas de
aço, denominado sistema 0XOWLYLJD. Esse sistema foi projetado para atender o mercado
de casas populares e pode ser adaptado para a construção de ginásios, escolas,
VKRSSLQJV, estacionamentos e prédios comerciais, além de fechamentos laterais (figura
13).
)LJXUD���- Galpão industrial em cobertura com sistema 0XOWLYLJD ( www.gerdau.com.br).
O sistema construtivo 0XOWLYLJD está apto para utilizar qualquer tipo de telha,
principalmente as de cerâmica, e pode ser utilizado em coberturas com inclinações de até
40%. A possibilidade de utilização de várias inclinações abre amplas opções
arquitetônicas. Segundo o sítio ,QWHUQHW do fabricante (www.gerdau.com.br) devido à
grande resistência dos elementos estruturais da 0XOWLYLJD, o sistema vence vãos livres
superiores aos sistemas convencionais, permitindo a construção de estruturas leves, o
que implica numa considerável economia em fundações, colunas e demais elementos de
sustentação das coberturas.
A 0XOWLYLJD é constituída por módulos produzidos de forma seriada, sob medida para cada
projeto. Ela é feita em aço de baixo teor de carbono, de acordo com a norma ASTM A36.
������ 6,67(0$6�'(�&$37$d­2�'(�È*8$6�3/89,$,6
A captação das águas pluviais constitui um projeto de drenagem à parte. Todavia, as
superfícies devem ter declividades compatíveis com aspectos tais como a rugosidade das
telhas ou o seu formato (calha) para garantir a correta drenagem e evitar sobrecargas de
lâminas d’água.
Além disso, como regra, quanto maior o número de juntas, maior a declividade
necessária. O comprimento da rampa é também função da intensidade de precipitação
pluviométrica (MENEGUETI, 1994).
São consideradas funções das instalações de águas pluviais a captação, condução,
detenção e destinação ao local adequado de armazenamento ou distribuição à rede
pública.
20
De acordo com DEL CONTI (1993), as funções de captação e condução de águas pluviais
de coberturas, pisos, marquises, rampas e outros devem ser realizadas o mais
rapidamente possível a fim de que não haja água empoçada além do tempo de duração
da chuva.
Ainda segundo esta autora, o acúmulo de água é altamente prejudicial à
impermeabilização, quer seja pela pressão hidrostática, ou pelos fenômenos de secagem
e molhagem, alta deposição de sujeira, ou pelo diferencial de temperatura entre áreas
secas e molhadas, contribuindo para a redução da durabilidade da cobertura.
As coberturas podem ser drenadas por:
- saídas que se localizam externamente à cobertura (caixa de drenagem ligada
diretamente a um condutor e condutores verticais);
- canais ou saídas internas à cobertura (calha de beiral, extravasor, rufos).
Geralmente, para a construção residencial, os principais componentes dos sistemas de
captação de água pluviais são: rufos, calhas e condutores verticais.
Os rufos podem ser metálicos ou de PVC, devem garantir a estanqueidade à água e
serem executados nos encontros dos telhados com as paredes. A NBR 8039 (ABNT,
1983) recomenda alguns detalhes construtivos para os rufos.
As calhas conduzem a água até o seu destino, ou diretamente à caixa de drenagem, ou
até os condutores verticais. Geralmente, no mercado se encontram calhas e condutores
verticais metálicos (aço com tratamento ideal, para evitar corrosão) ou em PVC.
Nas figuras 14 e 15 são apresentados cortes de telhados, ilustrando detalhes dos
sistemas captação de águas pluviais.
21
)LJXUD���: Esquema de captação de águas pluviais (transparência de aula).
22
)LJXUD��: Esquema captação de águas pluviais (transparência de aula).
�� 35,1&,3$,6�$63(&726�'2�0e72'2�(;(&87,92�'(
7(/+$0(1726�(0�7(/+$6�&(5Æ0,&$6
���� &2/2&$d­2�'$6�7(/+$6
A colocação das telhas deve ser feita por fiadas, iniciando-se pelo beiral e prosseguindo-
se em direção à cumeeira.
23
A seqüência de colocação das telhas de encaixe em cada fiada varia de acordo com o
seu desenho. Assim sendo, em cada fiada as telhas podem ser colocadas da direita para
a esquerda ou vice-versa. As telhas da fiada seguinte são colocadas de forma a
encaixarem-se perfeitamente naquelas da fiada inferior.
A aplicação das telhas de capa e canal (tipo colonial, paulista e SODQ) deve ser iniciada
pela colocação dos canais, posicionando-se com sua parte mais larga voltada para cima.
As capas são posicionadas sobre os canais com a parte mais larga voltada para baixo. As
capas e os canais devem apoiar-se nas fiadas inferiores, observando-se recobrimento
longitudinal mínimo.
Cuidados devem ser tomados durante a colocação das telhas, de forma a evitar quebras
e evita acidentes. Não se deve executar o telhado em dias de vento forte.
É recomendável que as telhas sejam posicionadas simultaneamente em todas as águas
do telhado, para que o seu peso seja distribuído de forma uniforme sobre a estrutura de
madeira.
���� %(,5$/
O primeiro apoio da primeira fiada de telhas deve ser constituído por duas ripas
sobrepostas ou por testeiras (tabeiras), de forma a compensar a espessura da telha e
garantir o plano do telhado.
Em beirais desprotegidos, deve-se fixar as telhas à estrutura de madeira: as telhas de
encaixe devem ser amarradas às ripas; as telhas de capa e canal devem ter as capas
emboçadas e os canais fixados às ripas.
As telhas não necessitarão ser fixadas à estrutura de madeira, caso haja platibanda ou
caso seja empregado forro do beiral.
No caso de beirais laterais, a proteção pode ser feita mediante o emboçamento de peças
cerâmicas apropriadas (cumeeiras ou capas de telhas do tipo capa e canal).
���� &80((,5$
A cumeeira deve ser executada com peças cerâmicas específicas, que devem ser
cuidadosamente encaixadas e emboçadas com argamassa, obedecendo-se um sentido
de colocação contrário ao dos ventos dominantes, deve-se observar ainda um
recobrimento longitudinal mínimo entre as peças subsequentes.
���� (63,*­2
O Espigão (encontro inclinado de duas águas) pode ser executado com peças de
cumeeiras ou capas das telhas de capa e canal, como as do tipo colonial. No espigão, as
peças são colocadas do beiral em direção à cumeeira, observando-se o recobrimento
longitudinal mínimo. As peças devem ser emboçadas com argamassa.
���� 5,1&­2�28�È*8$�)857$'$
O rincão é geralmente constituído por uma calha metálica (chapa de aço galvanizado)
fixada na estrutura de madeira do telhado.
As telhas, ao atingirem o rincão, devem ser cortadas na direção do rincão de tal forma
que recubram a calha metálica. A largura livre da calha deve ser de aproximadamente
100 mm, sendo que suas bordas devem ser viradas para cima para não permitir o
vazamento da água que ali se acumula.
24
���� $55(0$7(6
Os encontros do telhado com paredes paralelas ou transversais ao comprimento das
telhas devem ser executados empregando-se rufos metálicos ou componentes cerâmicos,
de forma a garantir a estanqueidade do telhado.
���� $5*$0$66$�'(�(0%2d$0(172
A argamassa a ser empregada no emboçamento das telhas e das peças complementares
(cumeeiras, espigão, arremates), deve ser de traço, em volume, 1:2:9 (cimento:cal:areia).
�� &21&/86®(6
Concluindo esse texto, na tabela 7 é apresentado quadro
comparativo entre três tipos de
telhados executados com as telhas mais utilizadas no mercado, onde se procura discutir
aspectos técnicos, de execução, de projeto e de pós-ocupação.
25
7DEHOD����4XDGUR�FRPSDUDWLYR�HQWUH�WHOKDGRV�HP�WHOKDV�FHUkPLFD��GH�ILEURFLPHQWR�H�GH�DoR���PDWHULDLV�
SURGXWRV�H�WpFQLFDV��
&$5$&7(5Ë67,&$6�7e&1,&$6 &(5Æ0,&$ ),%52&,0(172 $d2
1RUPDOL]DomR���WLSRV�GH
QRUPD�H[LVWHQWHV
Telha cerâmica: determinação da massa e
absorção d’água; impermeabilidade.
Telha francesa: carga de ruptura;
especificação; padronização.
Execução de telhado em telha francesa:
procedimento
Telha capa e canal: especificação; carga de
ruptura
Telha capa e canal paulista, SODQ, colonial:
padronização.
Chapas estruturais de fibrocimento:
especificações.
Chapas estruturais de cimento-amianto:
especificações.
Emprego de chapas estruturais de
cimento-amianto: procedimento.
Telha de fibrocimento: impermeabilidade;
resistência; absorção d’água
Parafusos, ganchos,...:padronização
Não contam com normas técnicas
brasileiras.
Dispõem-se apenas de catálogos
técnicos de produtos.
'HVFULomR�VXFLQWD�GR
SURFHVVR�GH�IDEULFDomR
São fabricadas por moldagem plástica (manual
ou por extrusão) ou por prensagem em massa
semi-seca, seguidas de queima.
Parte da mistura de amianto com cimento
(1 : 5), com adição de água. Segue-se
homogeneização e prensagem e
moldagem da pasta em mesas com o
gabarito do perfil desejado.
Matéria prima: chapa de aço moldada
a frio e zincada em linha contínua .
A telha é fabricada por estampagem
ou calandragem ou, ainda, mais
comumente, por perfilação
(roloformagem).
7LSRORJLDV Telhas de encaixe: francesa (prensagem);
romana (prensagem); 7HUPRSODQ (extrusão).
Telhas capa e canal: colonial; paulista; SODQ
(todas por prensagem).
Telhas onduladas.
Telhas trapezoidais.
Telhas senoidais.
Telhas trapezoidais.
 
1 Fonte : MENEGUETTI, Marcela P. M. Z. 7HOKDGRV�FRP�HVWUXWXUD�GH�DoR��DOJXQV�DVSHFWRV�SURMHWLYRV. Dissertação de mestrado. São Paulo, Escola Politécnica da
USP, 1994. 254 p.
26
&RPSULPHQWR�[�ODUJXUD�[
HVSHVVXUD���DOWXUD�GD�WHOKD
�PpGLRV�GLIHUHQWHV�WLSRV��FP�
Telhas de encaixe : 40 x 24 x 1,4 Telhas capa e
canal : 46 x 18 / 14 x 1,4 / 7,0
Telhas ondulada : 91 a 244 x 92 a 110 x
0,5 a 0,8 / 5,0
Telhas senoidal : qualquer (<=12 m) x
~90 x 0,043 a 0,125 / 1,7
Telhas trapezoidal : qualquer (<=12
m) x ~100 x 0,043 a 0,125 / 2,5 a 4,0
*DOJD
�PpGLD�GLIHUHQWHV�WLSRV��FP�
Telhas de encaixe : 36
Telhas capa e canal : 40
Apoios em função da espessura (para
telhas onduladas, entre 50 e 100 cm)
5HVLVWrQFLD�j�IOH[mR�GD�WHOKD
�1�
700N 1.000N (telhas onduladas) Variável.
/RWHV�SDUD�LQVSHomR Telhas de encaixe : 1 lote / 40.000 telhas; 50
telhas / lote
Telhas capa e canal : 1 lote / 60.000 telhas; 50
telhas (25 + 25) / lote
Telhas onduladas : 1 lote / 1.000 telhas; 50
telhas / lote
Não há norma. Guiada por critérios
visuais e pessoais.
O controle dos materiais
(propriedades mecânicas,
galvanização, pintura) é feito pelos
fabricantes.
&ULWpULRV�GH�DFHLWDomR Limite de telhas quebradas (3 %).
Ausência de fissuras.
Ausência de esfoliações (capa e canal).
Ausência de som metálico.
Respeito às formas dos encaixes.
Características geométricas (espessura
média, comprimento, largura e esquadro).
Ausência de trincas, quebras e rebarbas.
Características geométricas
(espessura média, comprimento,
largura, passo, altura, esquadro e
empenamento).
Ausência de amassamentos.
Ausência de defeitos na superfície do
revestimento.
$63(&72�352-(72 &(5Æ0,&$ ),%52&,0(172 $d2
ÆQJXORV�GH�LQFOLQDomR��
GHFOLYLGDGHV�GRV�WHOKDGRV
Francesa : 20o ou 38 % ;
Romana e 7HUPRSODQ : 21o ou 40 % ;
Colonial e paulista : 12o ou 22 % ;
3ODQ : 14o ou 25 %.
Telha ondulada : depende do recobrimento
entre telhas :
• até 5o ou 18 % - 25 cm de recob.
Longitudinal ;
• até 15o ou 27 % - 20 cm ;
• acima de 15o ou 27 % - 14 cm.
Depende do recobrimento entre
telhas :
• até 3o ou 5 % - 30 cm de recob.
Longitudinal ;
• até 6o ou 10 % - 20 cm ;
• acima de 6o ou 10 % - 15 cm.
27
5HFREULPHQWR�ORQJLWXGLQDO Telhas de encaixe : fixo
Telhas capa e canal : 60 mm
Função da declividade (ver acima) Função da declividade (ver acima)
5HFREULPHQWR�WUDQVYHUVDO�RX
ODWHUDO
Telhas de encaixe : fixo
Telhas capa e canal : fixo
Telha ondulada : depende da declividade :
• até 5o ou 18 % - 1 ¼ de onda ou ¼ de
onda com cordão de vedação ;
• acima de 5o ou 18 % - ¼ de onda.
Telha ondulada :
• depende do fabricante (1/2 onda
a partir de 5 % ou 20 %).
Telha trapezoidal :
• idem, 5 % ou 25 %.
3HVR�SUySULR�GR�WHOKDPHQWR
VHFR���~PLGR��1�P��
Francesa : 450 /540 ;
Romana : 480 / 580 ;
Colonial : 650 / 780 ;
Paulista : 690 / 830 ;
3ODQ : 720 a 860.
150 a 240 / idem 42 (#0,43 mm) a 121 (# 1,25 mm) /
idem
$VSHFWRV�UHODWLYRV�j�IL[DomR
�HOHPHQWRV�GH�IL[DomR�
TXDQWLGDGH�H�GLVWULEXLomR
IXURV��HVWDQTXHLGDGH�IXURV�
FRUURVmR�HOHWURTXtPLFD�
FRUURVmR�JDOYkQLFD��HWF��
Conforme vento ou declividade, as telhas
devem ser amarradas.
Recomendações quanto ao número e posição
das amarrações.
Garantir estanqueidade dos furos fazendo
uso de massa de vedação ou de arruelas
de PVC.
Ganchos para fixação em estruturas
metálicas.
Uso de ganchos ou de parafusos
auto-atarrachantes.
Empregar arruela de QHRSUHQH e
arruela metálica dobrada conforme o
perfil da telha e calço par apoio do
parafuso.
Recomendações quanto ao número e
posição das fixações.
Possibilidade de aparecimento de
corrosão eletroquímica. Solução:
galvanização e pintura e uso de
parafusos de aço inoxidável.
Possibilidade de aparecimento de
corrosão galvânica : evitar apoiar
telha galvanizada em terças de aço
(cátodo).
28
$FHVVyULRV�H�FRPSRQHQWHV
FRPSOHPHQWDUHV��LQFOXLQGR
SDUD�H[HFXomR�LQWHUIHUrQFLDV
LQVWDODo}HV��LOXPLQDomR
]HQLWDO��YHQWLODomR��HWF��
Possui apenas elementos especiais para
cumeeiras, rincões e espigões.
Empregar argamassa 1:2:9 ou 1:3:12.
Disponibilidade de telhas de vidro.
Possui diversos elementos especiais em
fibrocimento para cumeeiras, rincões,
espigões e ventilação e iluminação, rufos,
etc.
Possui diversos elementos especiais
em chapa de aço para cumeeiras,
rincões, espigões e ventilação e
iluminação, rufos, etc.
Possui peças flexíveis de borracha
colada com silicone para a s
aberturas para a passagem de dutos
executadas nos canteiros.
$63(&72�(;(&8d­2 &(5Æ0,&$ ),%52&,0(172 $d2
6HT�rQFLD�GH�H[HFXomR
WHOKDPHQWR
Inicia-se pelo beiral, prosseguindo-se até a
cumeeira.
Nas capa e canal, os canais devem ser
colocados com a parte mais larga voltada para
a cumeeira.
Na montagem, prever execução de passarelas
(evitar pisar sobre telhas).
Montagem no sentido contrário a direção
dos ventos.
Inicia-se pelo beiral, prosseguindo-se
até a cumeeira.
Montagem no sentido contrário a
direção dos ventos.
Na montagem, prever execução de
passarelas (evitar pisar sobre as
telhas).
([HFXomR�EHLUDLV Recomenda-se pingadeira com comprimento
maior que 6 cm ; em beirais desprotegidos,
amarrar as telhas de encaixe e emboçar as
capa e canal.
Recomenda-se beiral com balanço entre
25 e 40 cm (sem calha) e 10 a 25 cm (com
calha).
Beirais laterais com balanço máximo de
10 cm.
Recomenda-se beiral com balanço
máximo de 10 a 15 cm.
Dispõe-se de barras em SROLHWLOHQR
com o formato das telhas para o
fechamento dos perfis nos beirais.
As telhas podem ser dobradas, desde
que com ferramentas especiais.
([HFXomR�UXIRV Emprego de componentes cerâmicos ou
metálicos.
Não emboçar com argamassa encontros com
paredes (dilatação).
Prever detalhes para possibilitar
movimentações decorrentes de
dilatações.
29
0DQXVHLR�H�HVWRFDJHP�GDV
WHOKDV�HP�REUD
Manuseadas individualmente, com cuidados
para evitar quebras.
Armazenadas na posição vertical.
Podem ser empilhadas até 100 telhas, ou,
na vertical (5o), até 300 telhas.
Evitar submetê-las a esforços de flexão.
Cuidados com
os cortes (amianto).
Embaladas em fábrica com lona
plástica.
Armazenar em local seco e ventilado.
Estocar por no máximo 60 dias.
Estocar empilhadas, com leve
inclinação.
Manusear as telhas com luvas .
Evitar esforços de flexão.
$63(&72�3Ï6�2&83$d­2 &(5Æ0,&$ ),%52&,0(172 $d2
'HVHPSHQKR�WpUPLFR�H
GXUDELOLGDGH
Bom desempenho (frestas; inércia térmica).
Boa durabilidade.
Desempenho térmico ruim.
Durabilidade boa ; problemas fissuras.
Durabilidade depende da
agressividade do meio.
Desempenho térmico ruim, melhorado
com o uso de isolantes (VDQGXtFKH).
Idem, isolamento acústico.
0DQXWHQomR Programa de inspeção e limpeza das telhas
(algas, líquenes, musgos).
30
�� �5()(5Ç1&,$6�%,%/,2*5È),&$6
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CONSTRUTORES DE ESTRUTURAS METÁLICAS.
7HOKDV�]LQFDGDV�GH�DoR�SDUD�FREHUWXUDV�H�IHFKDPHQWRV�ODWHUDLV. Construção Metálica,
nº 06, p. 25-27, 1992.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. 3URMHWR�H�H[HFXomR�GH� WHOKDGRV
FRP�WHOKDV�FHUkPLFDV�WLSR�IUDQFHVD – procedimento – NBR 8039. Rio de Janeiro, 1983.
BORGES, A. C. 3UiWLFD�GDV�SHTXHQDV�FRQVWUXo}HV. 7a edição revisada e ampliada. São
Paulo, Edgard Blucher. pp. 100-120 (capítulo 11).
DEL CONTI, C. (VWXGRV�VREUH�R�GLPHQVLRQDPHQWR�GH�VLVWHPDV�SUHGLDLV�GH�GUHQDJHP�GH
iJXDV�SOXYLDLV�GH�FREHUWXUDV�H�SHTXHQDV�iUHDV�SDYLPHQWDGDV. Dissertação (Mestrado).
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1994.
GUIA TÉGULA (Manual Técnico do fornecedor, 1999).
MANUAL HIRONVILLE (Manual Técnico do fornecedor, 1999).
MELHADO, S. B. ,PSHUPHDELOL]DomR. Apostila utilizada na disciplina de PCC 436 –
Tecnologia da Construção de Edifícios II. Departamento de Engenharia de Construção
Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo, 1991.
MENEGUETTI, M. P. M. Z. 7HOKDGRV�FRP�HVWUXWXUD�GH�DoR��DOJXQV�DVSHFWRV�SURMHWLYRV.
Dissertação (mestrado). Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo,
1994.
PERKROM ( Manual Técnico do fornecedor).
PICCHI, F. A. ,PSHUPHDELOL]DomR� GH� FREHUWXUDV� GH� FRQFUHWR� ±� PDWHULDLV�� VLVWHPDV�
QRUPDOL]DomR. Dissertação (Mestrado). Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo. São Paulo, 1994.
REVISTA TÉCHNE. &RPR�FRQVWUXLU�WHOKDGRV. Ficha Téchne 9. São Paulo, 1998.
SOUZA, Roberto HW�DO� 4XDOLGDGH�QD�DTXLVLomR�GH�PDWHULDLV� H� H[HFXomR�GH�REUDV. São
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YAZIGI, W. $�WpFQLFD�GH�(GLILFDU. São Paulo, Editora Pini – SindusCon-SP, 1998.
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2. Telhados em estruturas de madeira.pdf
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO 
FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL 
 
 
 
 
ESTRUTURAS DE MADEIRA PARA COBERTURAS, 
SOB A ÓTICA DA NBR 7190/1997 
 
 
 
NORMAN BARROS LOGSDON 
 
 
 
 
CUIABÁ, MT. - 2002 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO 
FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTRUTURAS DE MADEIRA PARA COBERTURAS, 
SOB A ÓTICA DA NBR 7190/1997 
 
 
 
 
 
 
NORMAN BARROS LOGSDON* 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
* Professor Adjunto da Faculdade de Engenharia Florestal – Universidade 
Federal de Mato Grosso. Doutor em Engenharia de Estruturas. 
 
 
CUIABÁ, MT. - 2002 
 
 
 
 ii
 
 
 
 
 
 
LOGSDON, N. B. – Estruturas de madeira para coberturas, sob a ótica da NBR 7190/1997. 
Faculdade de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Mato Grosso. Cuiabá, MT. 
2002. 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO: Neste trabalho, preparado para se utilizar como Notas de Aula, apresentam-se 
alguns dados e conceitos que permitem escolher e dimensionar estruturas de madeiras para 
coberturas, incluindo o cálculo rápido de telhados em duas águas. No trabalho são definidos 
os tipos de coberturas usuais, os elementos que a compõem, apresentam-se tabelas com os 
dados sobre as telhas mais utilizadas, e se descreve sucintamente as etapas a serem seguidas 
durante o cálculo de telhados de madeira. As etapas prevista pela NBR 7190/1997, para o 
Projeto de Estruturas de Madeira, foram incorporadas a este trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 iii
 iv
SUMÁRIO 
 
 
ESTRUTURAS DE MADEIRA PARA COBERTURAS, 
SOB A ÓTICA DA NBR 7190/1997 
 
 
CONTEÚDO PÁGINA
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 1 
2. TIPOS DE COBERTURAS 1 
3. TIPOS DE TELHAS 2 
3.1. Telhas cerâmicas 2 
3.2. Telhas de fibrocimento 4 
4. TRAMA OU ARMAÇÃO 9 
4.1. Trama para um telhado com telhas cerâmicas 9 
4.2. Trama para um telhado com telhas de fibrocimento 10 
5. ESTRUTURA PRINCIPAL DO TELHADO 13 
6. CONTRAVENTAMENTOS 17 
7. ROTEIRO PARA CÁLCULO SIMPLIFICADO DE UM TELHADO 27 
8. EXEMPLO DE APLICAÇÃO 36 
8.1. Esquema Geral 36 
8.2. Carregamentos 36 
8.3. Esforços nas barras 36 
8.4. Dimensionamento das barras 36 
8.5. Flecha e contraflecha 36 
8.6. Dimensionamento das ligações 36 
8.7. Detalhamento 36 
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 36 
 
ANEXOS 
 
 
38 
 
 
ANEXO I – A AÇÃO DO VENTO SOBRE OS TELHADOS 39 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A madeira, como material estrutural, tem sua aplicação mais comum nas estruturas de 
telhados, para coberturas dos mais variados tipos. 
 
O termo cobertura é utilizado para designar todo o conjunto da obra destinado a abrigá-la das 
intempéries. Assim, entende-se por cobertura ao conjunto formado: pelas telhas; pela estrutura 
secundária de apoio às telhas, denominada trama ou armação; pela estrutura principal de 
apoio, que pode ser uma estrutura maciça, treliçada ou lamelar; e pelas estruturas secundárias, 
que têm a função de manter a estabilidade do conjunto, usualmente denominada 
contraventamentos. Nas coberturas residenciais, a estrutura principal mais utilizada é uma 
treliça triangular, usualmente denominada tesoura. 
 
Ao conjunto formado pelo trama, pela estrutura principal (tesouras) e pelos 
contraventamentos, costuma-se designar telhado. Entretanto, talvez por parecer ser o coletivo 
de telhas, o termo telhado, tem sido utilizado também como sendo o conjunto de telhas que 
cobre a obra (vedação), ou mesmo o conjunto de telhas e madeiramento que cobre a obra 
(cobertura). Essa confusão generalizou-se ao longo do tempo e, atualmente, alguns autores 
utilizam o termo telhado indistintamente, tanto para designar a cobertura, quanto o próprio 
telhado. 
 
Pretende-se, neste trabalho, apresentar os principais elementos utilizados nas coberturas e os 
dados necessários ao projeto de telhados de madeira. 
 
 
2. TIPOS DE COBERTURAS 
 
As coberturas podem ser construídas nos mais diferentes formatos, dando origem a diversos 
tipos de coberturas. Alguns tipos de coberturas têm sua denominação originada no número de 
planos para escoamento das águas, denominados “águas do telhado”. 
 
 
Figura 01 – Tipos de coberturas 
 1
3. TIPOS DE TELHAS 
 
Existem telhas de aço corrugado, alumínio, zinco, madeira, barro (cerâmicas), fibrocimento 
(cimento amianto) e outras. As telhas cerâmicas e as de fibrocimento são as mais utilizadas no 
Brasil. As telhas de aço corrugado, ou as de alumínio, são de aplicação quase restrita às 
indústrias. As telhas de zinco, pouco utilizadas atualmente, são encontradas em obras rústicas, 
depósitos e abrigo para animais. As telhas de madeira, utilizadas em países europeus, são 
recobertas com material betuminoso e se parecem com “escamas”. No Brasil, as telhas de 
madeira são como chapas de madeira compensada, mas onduladas e, em geral, recobertas por 
fina camada de material metálico. 
 
3.1. Telhas cerâmicas 
 
As telhas cerâmicas são muito utilizadas em residências, dada a facilidade de ser encontrada e 
utilizada, bem como a diversidade oferecida no comércio. Além disso possibilita um conforto 
térmico muito melhor que as demais. Apresentam-se, nas figuras 02 e 03, os principais tipos 
de telhas cerâmicas encontrados no comércio. Os dados, para o projeto de telhados, são 
apresentados adiante na tabela 04. 
 
As telhas cerâmicas de encaixe, apresentadas na figura 02, segundo CALIL JÚNIOR (1995), 
apresentam em suas bordas saliências
e reentrâncias que permitem o encaixe (ajuste) entre 
elas. 
 
 
 
Figura 02 – Telhas cerâmicas de encaixe 
Fonte: CERÂMICA 7 (2002) e MIRANDA CORRÊA (2002) – Figura adaptada. 
 
 
As telhas do tipo capa e canal, apresentadas na figura 03, segundo CALIL JÚNIOR (1995), 
são telhas com formato meia-cana, caracterizadas por peças côncavas (canais), que se apoiam 
sobre as ripas, e por peças convexas (capas), que, por sua vez, se apoiam sobre os canais. 
 
 2
 
 
Figura 03 – Telhas cerâmicas do tipo capa e canal 
Fonte: CERÂMICA 7 (2002) e MIRANDA CORRÊA (2002) – Figura adaptada. 
 
 
As telhas de encaixe romanas e portuguesas, também são conhecidas por telhas “capa e canal 
peça única”, por sua semelhança com as telhas tipo capa e canal. 
 
A colocação das telhas, na montagem de um telhado com telhas cerâmicas, é feita no sentido 
do beiral para a cumeeira, como se indica na figura 04. Recomenda-se observar a direção dos 
ventos dominantes, para evitar o “arrancamento” das peças da cumeeira. 
 
 
Figura 04 – Montagem de um telhado, com telhas cerâmicas 
Fonte: CERÂMICA 7 (2002) e MIRANDA CORRÊA (2002) – Figura adaptada. 
 
 
 3
3.2. Telhas de fibrocimento 
 
As telhas de fibrocimento são utilizadas tanto nas coberturas residenciais como nas 
industriais. São telhas muito maiores que as cerâmicas, de sorte que, alguns modelos são 
utilizados diretamente sobre as paredes, dispensando todo o madeiramento do telhado, são as 
telhas conhecidas por autoportantes. Outros modelos, não dispensam o madeiramento, mas ele 
é muito reduzido, se comparado às telhas cerâmicas. 
 
Nas figuras 05 a 10 são apresentados alguns modelos de telhas autoportantes de fibrocimento. 
 
A telha de fibrocimento mais utilizada é a telha ondulada, apresentada na figura 11 
 
A colocação das telhas, na montagem de um telhado com telhas de fibrocimento, deve seguir 
a seqüência recomendada pelo fabricante e indicada na figura 12. Recomenda-se observar a 
direção dos ventos dominantes, como forma de proteção das telhas ao “arrancamento”. 
 
A fim de possibilitar inúmeras soluções para os telhados, com telhas de fibrocimento, o 
fabricante oferece várias peças complementares, como as apresentadas na figura 13. 
 
Outros detalhes a respeito das telhas onduladas de fibrocimento serão apresentados 
oportunamente. Os dados, para o projeto de telhados, são apresentados adiante na tabela 04. 
 
Figura 05 – Telha autoportante de fibrocimento – modelo “Canalete 44”. 
Fonte: ETERNIT (2002) 
 
 4
 
Figura 06 – Telha autoportante de fibrocimento – modelo “Canalete 49”. 
Fonte: ETERNIT (2002) 
 
 
 
 
Figura 07 – Telha autoportante de fibrocimento – modelo “Canalete 90”. 
Fonte: ETERNIT (2002) 
 
 
 5
 
 
Figura 08 – Telha autoportante de fibrocimento – modelo “Etercalha”. 
Fonte: ETERNIT (2002) 
 
 
 
 
 
Figura 09 – Telha autoportante de fibrocimento – modelo “Etermax”. 
Fonte: ETERNIT (2002) 
 
 6
 
 
Figura 10 – Telha autoportante de fibrocimento – modelo “Modulada”. 
Fonte: ETERNIT (2002) 
 
 
 
 
 
Figura 11 – Telha de fibrocimento – modelo “Ondulada”. 
Fonte: ETERNIT (2002) 
 
 7
Figura 12 – Montagem de um telhado, com telhas de fibrocimento modelo “Ondulada” 
Fonte: ETERNIT (2002) 
 
 
Figura 13 – Peças complementares para telhados com telhas “Onduladas” 
Fonte: ETERNIT (2002) 
 8
4. TRAMA OU ARMAÇÃO 
 
O trama, ou armação, segundo HELLMEISTER (1977), é constituído pelas peças que 
recebem as telhas, quer sejam cerâmicas, de fibrocimento, de alumínio, ferro galvanizado, 
madeira ou outras. O trama se apoia sobre as tesouras. 
 
4.1. Trama para um telhado com telhas cerâmicas 
 
Um trama para telhados com telhas cerâmicas é formado por ripas, caibros e terças (ver figura 
14). As telhas se apoiam sobre as ripas, que se apoiam sobre os caibros, que se apoiam sobre 
vigas, denominadas terças, que descarregam sobre as tesouras. 
 
 
Figura 14 – Trama de um telhado convencional com telhas cerâmicas 
 
 
Ripas • 
 
As ripas são as peças que recebem as telhas. Geralmente têm seção de 1,5 cm x 5,0 cm ou 
de 1,0 cm x 5,0 cm. O espaçamento entre as ripas, normalmente denominado “galga”, 
depende do tipo e tamanho das telhas usadas, motivo pelo qual se utiliza um gabarito, 
construído na obra, para fixar as telhas nos caibros. Para o cálculo do madeiramento é 
usual adotar 35 cm para o espaçamento entre ripas. 
 
As ripas, de espessura 1,5 cm ou 1,0 cm, suportam bem as cargas usuais de um telhado, 
entretanto não suportam o peso de um homem. Alguns profissionais têm dado mais 
atenção ao lado social, procurando evitar acidentes durante a construção, e têm utilizado 
ripões (2,5 cm x 5,0 cm) no lugar de ripas. 
 
 9
Caibros • 
• 
 
Os caibros servem de apoio às ripas, geralmente têm seção de 5,0 cm x 6,0 cm ou 
6,0 cm x 6,0 cm. O espaçamento dos caibros depende do tipo de telhas usado e da 
resistência das ripas, varia entre 40 e 60 cm, sendo comum utilizar 50 cm, sem qualquer 
cálculo. 
 
Terças 
 
As terças são vigas que recebem o carregamento dos caibros e o descarrega nas estruturas 
principais do telhado (tesouras, no caso mais comum). As terças, geralmente, têm a seção 
de 6,0 cm x 12,0 cm ou 6,0 cm x 16,0 cm. O espaçamento entre terças depende, 
basicamente do tipo de telha utilizada e da resistência dos caibros, gira em torno de 1,50 m 
nos tramas dos telhados para telhas cerâmicas e varia com o tamanho da telha, nos tramas 
dos telhados para telhas de fibrocimento. 
 
As terças também funcionam como travamentos, reduzindo o comprimento de flambagem 
do banzo superior da estrutura principal do telhado (tesoura, no caso mais comum), 
motivo pelo qual a ligação entre a terça e esta estrutura deve ser bastante resistente. 
 
4.2. Trama para um telhado com telhas de fibrocimento 
 
No caso das telhas de fibrocimento, metálicas ou de madeira, o trama fica reduzido às terças. 
O esquema desse trama pode ser observado na figura 15. 
 
 
Figura 15 – Trama de um telhado convencional com telhas de fibrocimento 
 
 10
Para se evitar a entrada de águas de chuva é necessário se manter valores mínimos de 
recobrimentos laterais e longitudinais, como se apresenta na figura 15. A ação do vento sobre 
as telhas, que compõem o beiral, pode danificá-las, assim, é necessário limitar o comprimento 
do beiral, apresentado na figura 16, aos valores fornecidos na tabela 01. 
 
 
 
Figura 16 – Beiral 
 
 
TABELA 01 - LIMITES DOS BEIRAIS EM TELHAS DE FIBROCIMENTO 
 
BEIRAL SEM CALHA COM CALHA 
Máximo 40 cm 25 cm 
Mínimo 25 cm 10 cm 
 
 
As telhas para cumeeiras são fabricadas com diversas inclinações, segundo HELLMEISTER 
(1977), assim, durante o cálculo, para conhecer a posição das terças sobre a tesoura, é 
necessário saber os valores de "x" apresentados na figura 17 e nas tabelas 02 e 03. 
 
 
 
 
 
 
a) Cumeeira normal b) Cumeeira universal 
Figura 17 – Cumeeiras 
 
 
 11
TABELA 02 – VALORES DE x (CUMEEIRA NORMAL) 
 
VALORES DE x (cm) 
 
SEÇÃO DAS TERÇAS (cm x cm) 
INCLINAÇÃO 
6 x 12 6 x 16 
10o 17,00 16,00 
15o 16,00 15,00 * 
20o 14,50 13,00 * 
25o 13,50 11,50 
30o 12,00 10,00 
 
* Mais utilizadas. 
 
 
TABELA 03 – VALORES DE x (CUMEEIRA UNIVERSAL) 
 
VALORES DE x (cm) 
 
SEÇÃO DAS TERÇAS (cm x cm) 
INCLINAÇÃO 
6 x 12 6 x 16 
10o 13,00 12,00 
De 11o a 15o 11,50 10,00 
De 16o a 20o 10,00 8,50 
De 21o a 25o 9,00 7,00 
De 26o a 30o 8,50 6,00 
 
 
Ao apoiar uma telha de fibrocimento, como mostra a alínea a da figura 18, deve-se evitar 
fazê-lo sobre uma aresta. Nas coberturas em arco a diferença de inclinação entre uma telha e 
outra não deve ultrapassar seis graus (ver figura 18, alínea b). 
 
 
a) Evitar apoiar telhas em arestas 
 
b) Diferença de inclinação entre telhas 
 
Figura 18 – Detalhes a considerar nos telhados com telhas de fibrocimento 
 12
5. ESTRUTURA PRINCIPAL DO TELHADO 
 
Para receber o trama podem
ser utilizados vários tipos de estruturas, dependendo do formato 
desejado para a cobertura. Apresentam-se, na figura 19, alguns tipos de estruturas principais 
utilizadas em coberturas. 
 
 
a) Para telhados de uma água e “Shed” b) Para telhados de duas águas 
 
c) Para telhados “Shed” 
 
d) Para telhados em arcos 
 
 
e) Para abóbadas e cúpulas f) Para telhados de arquibancada 
Figura 19 – Tipos de estruturas principais utilizadas em telhados 
 13
 
Em geral, ao se utilizar estruturas treliçadas, procura-se evitar momentos secundários 
posicionando as terças sobre os nós. Ao se utilizar treliças bowstring, segundo CALIL 
JÚNIOR (1995), deve-se fugir a esta regra, colocando propositadamente as terças entre os 
nós, para criar um o momento secundário que alivie o momento causado pelo produto da 
força normal e a excentricidade do banzo superior. 
 
Entre as estruturas apresentadas na figura 19, sem dúvida as tesouras são as mais utilizadas. 
 
As tesouras são estruturas planas verticais (treliças) projetadas para receber cargas, que atuem 
paralelamente a seu plano, transmitindo-as aos apoios. 
 
O ângulo entre os banzos superior e inferior da tesoura, segundo HELLMEISTER (1977), é 
conhecido como inclinação do telhado. A relação entre a altura e o vão da tesoura é o ponto. 
 
 
a) Inclinação 
 
b) Ponto 
Figura 20 – Inclinação e ponto de uma tesoura 
 
 
O espaçamento entre as tesouras é limitado pela resistência das terças e geralmente varia 
entre 2,00 m e 4,00 m. Apresenta-se, na figura 21, o detalhamento de uma tesoura. Na tabela 
04, a partir dos dados de HELLMEISTER (1977), CALIL JÚNIOR (1995), CERÂMICA 7 
(2002), MIRANDA CORRÊA (2002) e ETERNIT (2002), são fornecidos os dados 
necessários ao cálculo simplificado de uma tesoura. 
 
 14
 
 
Figura 21 – Exemplo de detalhamento de uma tesoura 
 
 15
 16
TABELA 04 – DADOS PARA O CÁLCULO SIMPLIFICADO DE TELHADOS CONVENCIONAIS DE MADEIRA 
INCLINAÇÃO ESPAÇAMENTOS MÁXIMOS CARREGAMENTO POR m
2 DE 
COBERTURA DEVIDO À: TIPO 
DE TELHA Mínima 
(o) 
Máxima 
(o) 
Número de 
telhas por 
m2 de 
cobertura 
Entre 
caibros 
(m) 
Entre 
 terças 
(m) 
Entre 
tesouras 
(m) 
Peso de 
telhas 
(N/m2) 
Peso de 
madeira 
(N/m2) 
Peso de 
água 
(N/m2) 
Francesa 16 25 15 – 16 0,50 1,60 2,75 450 430 113 
Romana 16 25 16 – 18 0,55 1,65 2,80 430 400 108 
Portuguesa 16 25 15 – 18 0,55 1,70 2,85 410 400 103 
Colonial 17 25 26 – 28 0,45 1,55 2,60 500 480 125 
Plan 11 17 26 – 28 0,45 1,50 2,55 540 500 135 C
E
R
Â
M
IC
A
S 
Paulista 11 17 26 – 28 0,45 1,50 2,50 550 500 138 
 
0,915 m – 6 mm 1,50 ----- 0,775 3,60 138 200 35 
0,915 m – 8 mm 1,50 ----- 0,775 3,60 183 220 46 
1,220 m – 6 mm 1,10 ----- 1,080 3,20 138 200 35 
1,220 m – 8 mm 1,10 ----- 1,080 3,20 183 220 46 
1,530 m – 6 mm 0,83 ----- 1,390 3,00 138 200 35 
1,530 m – 8 mm 0,83 ----- 1,390 3,00 183 220 46 
1,830 m – 6 mm (1) 0,70 ----- 1,690 2,80 138 200 35
1,830 m – 8 mm (1) 0,70 ----- 1,690 2,80 183 220 46
2,130 m – 6 mm 0,60 ----- 1,990 2,65 138 200 35 
2,130 m – 8 mm 0,60 ----- 1,990 2,65 183 220 46 
2,440 m – 6 mm 0,50 ----- 1,150 (2) 3,20 138 200 35
2,440 m – 8 mm 0,50 ----- 1,150 (2) 3,20 183 220 46
3,050 m – 6 mm 0,40 ----- 1,455 (2) 2,95 138 200 35
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 m
áx
im
a.
 
0,40 ----- 1,455 (2) 2,95 183 220 46
(1) Telhas mais usadas − (2) A telha exige mais um apoio no centro. 
 
OBSERVAÇÕES: Os dados da tabela foram obtidos para uma madeira de características médias, como as dicotiledôneas da classe C-30, terças de 
seção 6 cm x 16 cm, caibros de seção 6 cm x 6 cm e ripas de seção 1,5 cm x 5 cm. 
 
Na denominação das telhas onduladas de fibrocimento (l m − e mm), foram apresentados seu comprimento “l” em m e sua 
espessura “e” em mm. A largura da telha é de 1,10 m. 
6. CONTRAVENTAMENTOS 
 
A principal carga acidental, que incide sobre o telhado, é provocada pelo vento. A ação do 
vento as vezes é transmitida às estruturas principais segundo direções não contidas no plano 
das mesmas, tornando-se necessária a utilização de uma estrutura auxiliar destinada a resistir 
a esses esforços. Essas estruturas são denominadas genericamente por contraventamentos. 
 
Os contraventamentos são necessários, segundo CALIL JÚNIOR (1995), para resistir às 
forças laterais e para manter as estruturas principais alinhadas e a prumo. 
 
Existem dois tipos de contraventamento, o temporário e o permanente, ambos se aplicam em 
cada obra. O contraventamento temporário é aquele que é colocado durante a montagem, para 
manter as estruturas principais em posição segura, até se executar um contraventamento 
permanente que oferecerá completa estabilidade. 
 
As estruturas principais, tesouras no caso mais comum, não podem ser carregadas antes de ser 
colocado todo o contraventamento permanente, que é parte importante do telhado e necessita 
atenção especial no projeto e durante a montagem. 
 
No projeto de tesouras, elas são tratadas como treliças planas, contidas no plano vertical. 
Assim, uma tesoura é uma estrutura rígida no seu próprio plano, mas muito flexível em planos 
transversais a ele. Caso as cargas mortas causem uma componente de força na direção 
flexível, esta força pode, rapidamente, fazer com que a tesoura se desvie de sua posição, 
causando altas forças de flexão lateral não consideradas no projeto. 
 
Se uma cobertura não é adequadamente contraventada, segundo CALIL JÚNIOR (1995), as 
tesouras podem mover-se fora do plano vertical ou do alinhamento, causando tensões laterais 
progressivas. Portanto, o contraventamento permanente não deve ser subestimado, pois as 
tesouras perderiam toda a sua resistência ao serem mal contraventadas. 
 
O contraventamento fixa tanto as peças individuais das tesouras como toda a estrutura, de 
maneira que a armação completa forma uma construção estável. 
 
O contraventamento de peças comprimidas de seção retangular maciça, ou de peças 
comprimidas múltiplas, segundo a NBR 7190/97 (item 10.3), é necessário sempre que seu 
comprimento teórico de referência ( ) exceda 40 vezes a dimensão transversal 
correspondente. Este limite corresponde a um índice de esbeltez de aproximadamente 140 
(
0L
140≤λ ). 
 
Para cumprir esta condição, podem ser necessários um ou mais contraventamentos por peça, 
evitando sua instabilidade. Esses contraventamentos devem ser colocados ao longo do 
comprimento do edifício e, em seus extremos, descansar sobre pontos fixos, que podem se 
originar de uma parede ou uma treliça paralela. Se esses pontos fixos não forem previstos, 
todas as peças flambam na mesma direção e o contraventamento não surtirá nenhum efeito. 
 
Sendo o problema de instabilidade indeterminado, não se sabe, à princípio, o sentido tomado 
pela peça ao perder estabilidade, isto deve ser considerado ao se idealizar o contraventamento 
(ver figura 22). Se os elementos de contraventamento forem comprimidos, eles também 
deverão ter sua estabilidade verificada. Essa verificação é dispensada quando os elementos de 
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contraventamento forem efetivamente fixados em ambas as extremidades, de modo que eles 
possam cumprir sua função sendo solicitados apenas à tração em um de seus lados. 
 
 
Figura 22 – Contraventamento, através de peças comprimidas 
 
 
Para evitar a instabilidade lateral da peça comprimida, o contravento deverá absorver,
segundo a NBR 7190/97 (item 7.6.2), uma força com o valor mínimo convencional de 1/150 
da força axial da peça comprimida (valores de cálculo). 
 
No projeto de uma tesoura é usual admitir um comprimento teórico de referência igual ao 
comprimento da barra, para cada barra comprimida do banzo superior. Essa hipótese só estará 
correta se cada nó, do banzo superior da treliça, for adequadamente contraventado. 
 
Uma ligação adequada entre cada terça com as tesouras, possibilitará a transmissão de 
esforços, transversais às tesouras, para pontos fixos nas paredes de outão, que deverá ter 
resistência para absorvê-los. Na figura 23, esquematiza-se este sistema de contraventamento, 
comum em telhados de pequenos vãos, nos quais se pode contar com paredes de outão 
resistentes. 
 
Em cada ponto fixo, a força, a ser absorvida, segundo CALIL JÚNIOR (1995), corresponde a 
força de contraventamento oriunda de cada uma das tesouras contraventadas, sendo, portanto, 
acumulativa. O Sistema de contraventamento e detalhes de conexão a esse ponto devem ser 
projetados para resistir essa força. 
 
Não se podendo contar com a resistência da parede de outão, como no caso de se ter uma 
tesoura de outão, a conexão com o ponto fixo deve ser considerada cuidadosamente. Nestes 
casos se deve providenciar um contraventamento vertical, em “X”, unindo os montantes 
centrais das tesouras. Na figura 24, esquematiza-se este sistema de contraventamento. 
 
A parte final de um telhado em quatro águas é auto-suficiente em contraventamento. A 
resistência lateral dos extremos da cobertura é dado neste caso pela colocação de cavaletes e 
caibros ou, nos telhados de maior vão, pelas estruturas em meia tesoura necessárias ao apoio 
das terças. Na parte interna pode ser necessária a utilização de contraventamentos verticais. A 
figura 25, esquematiza esta situação. 
 
 18
 
 
a) Esquema do contraventamento – vistas frontal e superior 
 
 
 
 
b) Perspectiva 
Figura 23 – Contraventamento de um telhado, de pequeno vão, com paredes resistentes de 
outão. As terças, se ligadas adequadamente às tesouras, transmitem os esforços 
transversais às paredes de outão, onde também devem ter ligação adequada. 
 19
 
a) Vista frontal da tesoura indicando a posição do contraventamento 
 
b) Corte A-A apresentando o esquema do contraventamento vertical 
 
c) Perspectiva 
Figura 24 – Contraventamento vertical, em um telhado, de pequeno vão, com tesouras de 
outão. Barras em “X”, no plano vertical dos montantes centrais das tesouras, 
formam uma treliça plana com condições de absorver esforços, transversais às 
tesouras. 
 20
 
Figura 25 – Auto-suficiência, em contraventamento, dos extremos de um telhado em quatro 
águas. 
 
 
Um substituto ao contraventamento vertical, porém menos eficiente, é a utilização de mãos 
francesas. Na figura 26, apresentam-se um esquema deste tipo de contraventamento e um 
detalhe da mão francesa. 
 
a) Contraventamento com mãos francesas b) Detalhe da mão francesa 
Figura 26 – O uso de mão francesa, como substituto ao contraventamento vertical. 
 
 
Nos telhados de maiores vãos, apenas um contraventamento vertical, no centro, pode ser 
insuficiente como se apresenta na figura 27. Nestes casos podem ser utilizados outros 
contraventamentos verticais, dispostos lateralmente como esquematizado na figura 28. 
 
Recomenda-se utilizar contraventamentos verticais espaçados entre si de no máximo seis 
metros, no caso de se utilizar telhas cerâmicas, ou oito metros, ao se utilizar telhas onduladas 
de fibrocimento. 
 
 21
Figura 27 – Telhado deformado, devido a instabilidade das tesouras, por insuficiência de 
contraventamento. 
 
 
 
Figura 28 – Esquema de contraventamento com vários contraventamentos verticais. 
 
 
Outro problema, que ocorre nos telhados maiores, é a insuficiência de resistência das paredes, 
da frente e do fundo, para receber os carregamentos horizontais, descarregados pelas terças ou 
contraventamentos verticais, que se sabe serem cumulativos. Nestes casos podem ser criadas 
treliças, no plano do trama, adicionando barras em “X” aos quadros formados pelas terças e 
 22
pelas barras do banzo superior. Estas treliças têm condições de absorver as cargas horizontais 
(F), e descarregá-las nas paredes laterais (R1), como se apresenta na figura 29. Com o mesmo 
sistema, pode-se enrijecer os quadros do contorno, em contato com as paredes laterais, para 
que parcelas (R2) da força horizontal (F) sejam distribuídas ao longo do comprimento das 
paredes. Recomenda-se distribuir as treliças, formadas no plano do trama, a no máximo cada 
doze metros. Na figura 29 se apresenta, esquematicamente, um contraventamento no plano do 
trama. 
 
 
Figura 29 – Contraventamento no plano do trama. 
 
 
O banzo inferior também pode estar submetido a compressão, devido a ação de um vento em 
sucção, ou em alguns tramos de tesouras em balanço. Nesses casos, se existir forro, aplicado 
em barrotes fixados no banzo inferior, com resistência suficiente e adequadamente unido ao 
banzo, não é necessário um contraventamento adicional no plano do banzo inferior. Por outro 
lado, para construções abertas e sem forro, deve-se providenciar um contraventamento no 
plano horizontal, que contém os banzos inferiores das tesouras, de forma semelhante ao 
contraventamento no plano do trama. Na figura 30 se apresenta, esquematicamente, um 
contraventamento no plano horizontal dos banzos inferiores. Deve-se ressaltar, entretanto, que 
a existência do contraventamento, no plano horizontal dos banzos inferiores, não substitui o 
contraventamento para as barras do banzo superior e deve ser utilizado em associação com 
contraventamentos verticais para esse fim. 
 
Os contraventamentos apresentados, até o momento, consideram uma construção sólida sob o 
telhado. Esta condição é atendida, em geral, por um sistema de vigas e pilares, engastados na 
fundação, em concreto armado, comum às paredes de alvenaria. 
 
Para os edifícios tipo galpão, sem paredes ou com paredes sem resistência lateral, nos quais o 
telhado se apoia, em geral, em pilares de madeira, articulados à fundação em concreto 
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armado, o contraventamento deve enrijecer tanto as paredes como os pilares, tornando-se 
mais importante e oneroso. 
 
 
Figura 30 – Contraventamento no plano horizontal dos banzos inferiores. 
 
 
Para enrijecer a ligação entre as tesouras e os pilares pode-se, aproveitando-se os montantes 
das extremidades da tesoura, executar mãos francesas como se apresenta na alínea a da figura 
31. Uma opção melhor é transformar as tesouras em pórticos, bi-articulados, como se 
apresenta na alínea b da figura 32. 
 
a) Utilização de mãos francesas 
Figura 31 – Enrijecimento dos pilares de um edifício tipo galpão 
 
 
Para enrijecer as paredes, contraventamentos em “X”, nos cantos da edificação e sob as 
treliças do contraventamento no plano do trama, como se apresenta na figura 32, é uma boa 
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solução, embora apresente a desvantagem de complicar o acesso à construção. Caso, a 
vedação das paredes seja em painéis pré-fabricados, o contraventamento em “X”, pode ser 
incorporado ao painel. 
 
 
Figura 32 – Enrijecimento das paredes em um edifício tipo galpão 
 
 
Uma boa prática de engenharia, segundo CALIL JÚNIOR (1995), é a de prover sempre 
colunas de aço, ou de concreto armado, chumbadas em blocos de concreto nos quatro cantos 
do galpão. 
 
É lógico que em um galpão fechado com paredes, sem resistência lateral, resultam forças mais 
altas no contraventamento, que no caso do edifício aberto, pois o contraventamento terá a 
função extra de absorver parte da ação do vento que incidirá sobre as paredes. Portanto, se 
existir intenção de fechar o galpão no futuro, é necessário projetar-se a estrutura de acordo 
com este fato. Caso contrário, o fechamento deverá ser feito com paredes que possuam 
resistência lateral. 
 
Para telhados de duas águas sob construção sólida,

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