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DESCRIÇÃO Ética e bioética no campo da saúde e das pesquisas. Pesquisa em seres humanos e animais. Cuidados paliativos. Humanização. PROPÓSITO Apresentar a ética e a bioética aplicadas na área da saúde e no campo das pesquisas com seres humanos e animais, fim de vida e cuidados paliativos para fins de conhecimento dos aspectos legais, para a atuação profissional humanizada no campo da produção de conhecimento científico. PREPARAÇÃO Antes de iniciar este conteúdo, consulte as Resoluções 466/12, 510/16 para pesquisas com seres humanos e todas as resoluções da Comissão de Ética para Uso de Animais e do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal, pois irão ajudá-lo a compreender termos específicos do tema. OBJETIVOS MÓDULO 1 Definir o funcionamento e as atribuições de um comitê de ética em pesquisa com seres humanos e animais MÓDULO 2 Descrever conceitos gerais dos cuidados paliativos e reflexões sobre a morte MÓDULO 3 Reconhecer a humanização nas relações dos profissionais de saúde com a sociedade INTRODUÇÃO A temática Ética, Ciências da Saúde e Pesquisa contribuirá para sua percepção enquanto profissional biólogo, tendo como base princípios éticos e bioéticos para o exercício da sua prática. O dia a dia, no mundo do trabalho, nos apresenta muitos dilemas e conflitos que devem ser resolvidos muitas das vezes de imediato e uma bagagem teórica, com fundamentação adequada, é capaz de fortalecer suas tomadas de decisões, ajudar no enfrentamento de conflitos e na manutenção de uma postura ética. Esse conhecimento lhe permitirá realizar uma análise crítica de ações e atitudes propostas ao seu redor, avaliar de maneira consciente, questões relacionadas a estudos acadêmicos e pesquisas científicas nos diferentes campos de atuação da biologia. Neste caminhar, tal conteúdo proporcionará a apropriação de conhecimento sobre temas como: clonagem, eutanásia, vivessecção e clonagem, sob o olhar das regulamentações éticas e bioéticas no campo da saúde. MÓDULO 1 Definir o funcionamento e as atribuições de um comitê de ética em pesquisa com seres humanos e animais ENTENDENDO A HISTÓRIA A corrida por novos conhecimentos acontece desde o início da existência da humanidade, pois a curiosidade é algo inerente ao ser humano. No campo da saúde, é inegável que as novidades são de extrema importância, pois são elas que possibilitam a prevenção de doenças, tratamentos e curas. Mas precisamos entender que existe uma longa estrada entre o novo e a sua aplicação na prática. Esses achados no campo da saúde acontecem muitas vezes em laboratórios de pesquisas que precisam da realização de testes em animais e, muitas das vezes, também em seres humanos. As pesquisas com seres humanos e animais são realizadas há muitos anos, com regulamentações diferentes, baixo rigor ético e uso inadequado de seres humanos. Diante desse cenário, ao longo da história, padrões de pesquisa com seres humanos e animais foram sendo adequados às regulamentações éticas e bioéticas de pesquisa. BASES CONCEITUAIS E CORRENTES DA BIOÉTICA A bioética trata de questões próprias da condição humana e, para algumas, não se têm resposta definitiva, fato que obriga o homem a manter constantes e profundas reflexões e revisões do que é lícito fazer ou não. NOVAS TECNOLOGIAS, NOVAS CONDIÇÕES SOCIAIS E, CONSEQUENTEMENTE, NOVOS PROBLEMAS ÉTICOS SURGIRÃO, E A BIOÉTICA TEM O DEVER DE PROMOVER O DEBATE SOBRE TAIS QUESTÕES, REJEITANDO SOLUÇÕES SIMPLES PARA QUESTÕES COMPLEXAS E FUNCIONANDO COMO INSTRUMENTO PARA NEGOCIAÇÃO PACÍFICA DAS INSTITUIÇÕES MORAIS. (JONSEN, 2000). O termo “bioética” foi criado pelo bioquímico Van Rensslaer Potter, em 1971. Com o sentido de “ciência de sobrevivência”, esse autor entendia que era necessário o desenvolvimento de uma ética global para tratar a relação do ser humano com o meio ambiente e preservar a biosfera. A Universidade de Georgetown, por sua vez, fundou no mesmo período o Instituto Kennedy para o Estudo da Reprodução Humana e Bioética. Nesse contexto, o termo recebeu um novo significado, que atendia aos estudos realizados no campo médico e biológico. Desde então, o termo bioética pode ser utilizado para se referir a uma ética global, com questões ambientalistas e mais universais ou de uma ética aplicada ao campo biomédico. A Enciclopédia de Bioética, lançada em 1978, define bioética como “o estudo sistemático da conduta humana no campo das ciências da vida e da saúde, examinada a luz dos valores e princípios morais”. A BIOÉTICA TAMBÉM PODE SER DEFINIDA COMO “O CONJUNTO DE CONCEITOS, ARGUMENTOS E NORMAS QUE VALORIZAM E LEGITIMAM ETICAMENTE OS ATOS HUMANOS, CUJOS, EFEITOS AFETAM PROFUNDAMENTE E IRREVERSIVELMENTE, DE MANEIRA REAL OU POTENCIAL, OS SISTEMAS VITAIS”. (REICH, 1978). Beauchamp e Childress, em 1979, lançaram uma obra clássica chamada Princípios da ética biomédica ou principialismo, que trouxe muita influência na moral da prática médica, pois traz consigo quatro princípios fundamentais que fazem parte das obrigações prima-facie. Os autores propõem uma análise ética, caso a caso, na clínica e pesquisa mediante a avaliação de quatro princípios éticos que, segundo o Conselho Nacional de Saúde Brasileiro (1996), são definidos assim: PRIMA-FACIE Expressão que indica uma obrigação que deve ser cumprida em princípio, mas admite que possa haver razão para o seu não cumprimento. RESPEITO À AUTONOMIA javascript:void(0) Respeito à autonomia é reconhecer que cabe a cada indivíduo possuir certos pontos de vista e que é ele que deve deliberar e tomar decisões seguindo seu próprio plano de vida e ação, embasado em crenças, aspirações e valores próprios, mesmo quando divirjam daqueles dominantes na sociedade. Deve-se “respeitar sempre os valores culturais, sociais, morais, religiosos e éticos, bem como os hábitos e costumes quando as pesquisas envolvem comunidades”. NÃO MALEFICÊNCIA Sobre a não maleficência, afirma que as pesquisas com seres humanos devam dar garantia de que danos previsíveis serão evitados. Também considera “dano associado ou decorrente da pesquisa ― agravo imediato ou tardio, ao indivíduo ou a coletividade, com nexo causal comprovado, direto ou indireto, decorrente do estudo científico”. BENEFICÊNCIA Quando “houver benefício real em incentivar ou estimular mudanças de costumes ou comportamentos, o protocolo de pesquisa deve incluir, sempre que possível, disposições para comunicar tal benefício às pessoas e ou comunidades”. E ainda “assegurar aos sujeitos da pesquisa os benefícios resultantes do projeto, seja em termos de retorno social, acesso aos procedimentos, produtos ou agentes da pesquisa”. JUSTIÇA Quanto ao princípio da Justiça, diz que, a eticidade da pesquisa requer “relevância social da pesquisa com vantagens significativas para os sujeitos da pesquisa e minimização do ônus para os sujeitos vulneráveis, o que garante a igual consideração dos interesses envolvidos, não perdendo o sentido de sua destinação sócio-humanitária”. Considera-se que o modelo principialista de bioética teve impacto positivo ao confrontar o dominante paternalismo existente nas relações profissionais de instituições de saúde e pacientes/participantes de pesquisa, incentivando o respeito à sua autonomia e tomada de decisão. Foto: Shutterstock.com HISTÓRIA DA PESQUISA EM SERES HUMANOS A investigação científica clássica tem seu marco de desenvolvimento datado no séc. III a.C. Descobertas de estruturas anatômicas e fisiológicas foram realizadas nesse período, entretanto, essas descobertas foram feitas através da técnica de vivessecção em criminosos fadados à morte. Na Inglaterra, em 1721, um médico cirurgião chamado Charles Maitland inoculou varíola em seis prisioneiros com o intuito de investigar a história natural da doença, prometendo, em troca, a liberdade dos mesmos. Em 1900, um estudo parecido foi realizado em Cuba por médicos norte-americanos que realizaram uma pesquisa sobre a febre amarela, em que soldados“voluntários” foram expostos a mosquitos contaminados. Nesse mesmo ano, na Alemanha, pesquisas com crianças, gestantes, prisioneiros e pacientes terminais estavam sendo realizadas para entender doenças consideradas incuráveis, sem o consentimento dos mesmos. Um caso muito conhecido, quando falamos sobre ética em pesquisa, é o de Tuskegee, que ocorreu no Alabama, EUA. javascript:void(0) VIVESSECÇÃO Ato de dissecar um organismo vivo, para fim de testes e experimentos científicos. O estudo ocorreu entre os anos de 1932 e 1972, e tinha como objetivo observar a evolução da sífilis sem tratamento em 600 homens negros, sendo 400 já com a doença diagnosticada. Nesse período, já havia a penicilina como tratamento-padrão para sífilis, mas esses homens não obtiveram acesso ao tratamento e nem foram informados sobre as consequências da sífilis. A pesquisa só foi encerrada 40 anos após o seu início, quando o jornal The New York Times realizou uma publicação denunciando a pesquisa. Para que você entenda a crueldade dessa pesquisa, apenas 74 dos 600 homens que participaram estavam vivos na época da denúncia. Durante a Segunda Guerra Mundial, foram encontrados registros das maiores atrocidades realizadas por médicos nazistas, nos campos de concentração, na Alemanha. Experimentos com seres humanos foram desenvolvidos sem a menor preocupação moral, eram mortais e baseados na teoria eugenista de Hitler, que buscava a melhoria da raça alemã. EXEMPLO Um exemplo dessas atrocidades foi que as pessoas com enfermidades hereditárias eram esterilizadas e, a partir de 1940, com o aumento de doenças mentais na população, elas passaram a ser inseridas num programa de eutanásia. Os exemplos retratados acima servem para uma reflexão sobre a importância da regulamentação das pesquisas com seres humanos, pois sem elas o que havia era um grande desrespeito à vida humana. REGULAMENTAÇÃO DE PESQUISAS ENVOLVENDO SERES HUMANOS Em 1931, em resposta às atrocidades cometidas por médicos nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial, o Ministério da Saúde Alemã estabeleceu regulamentações básicas para a realização de pesquisas. Com isso, em 1947, ocorreu um julgamento no qual 20 médicos foram condenados por assassinato. A partir desse julgamento, surgiu o Código de Nuremberg, que apresenta 10 princípios éticos para pesquisa com seres humanos: 1. Obter o consentimento voluntário do participante. 2. Produzir resultados vantajosos. 3. Ser baseada em resultados de experimentação em animais e estudos anteriores. 4. Evitar sofrimento e danos. 5. Ser conduzida por pessoas cientificamente qualificadas. 6. Ter sua continuação suspensa, se constatado que poderá causar dano, invalidez ou morte. 7. Não deve ser feita se existir risco de ocorrer morte ou invalidez permanente. 8. Ter grau de risco aceitável e limitado pela importância do problema que se propõe resolver. 9. Proteger o paciente de qualquer possibilidade de dano, invalidez ou morte. 10. Dar liberdade ao paciente de se retirar em qualquer momento da pesquisa. Em 1964, surgiu a primeira versão da Declaração de Helsinque, aprovada pela Associação Médica Mundial. Em 1975, ela sofreu sua primeira revisão, quando foi incluído que todo projeto de pesquisa deveria ser apreciado e aprovado por um comitê de ética. Posteriormente, revisões foram feitas nos anos de 1983, 1989, 1996, 2000 e 2008, e em todas as versões, há um texto-padrão que não foi modificado e apresentam sempre os itens a seguir: Obter o consentimento do participante, após ser totalmente esclarecido. Ser baseada em experiências laboratoriais in vitro, em animais, e em conhecimento da literatura científica. Ter o protocolo de pesquisa aprovado por um comitê independente. Ser conduzida apenas por pessoas cientificamente capacitadas. Ser o risco para a pesquisa, proporcional à importância do objetivo Ter avaliação dos riscos comparada com os benefícios previstos, respeitada e assegurada a integridade do participante. A National Commission for the Protection of human Subjects of Biomedical and Behavior Reserch (Comissão Nacional para Proteção de Sujeitos Humanos em Pesquisas Biomédicas e Comportamentais) foi criada em 1974 para estudar os problemas éticos gerados em pesquisas e no fim da sua atuação, em 1978, foi gerado o Relatório Belmont, que apresentava três princípios éticos básicos para a realização de pesquisas, são eles: A NATIONAL COMMISSION FOR THE PROTECTION OF HUMAN SUBJECTS OF BIOMEDICAL AND BEHAVIOR RESERCH (Comissão Nacional para Proteção de Sujeitos Humanos em Pesquisas Biomédicas e Comportamentais). Princípio do respeito às pessoas: diz respeito a autonomia, proteção, consentimento à pesquisa, informações sobre a pesquisa e o voluntariado livre à pesquisa. javascript:void(0) Princípio da beneficiência: diz respeito ao bem-estar do participante da pesquisa e a não causar danos. Princípio da justiça: diz respeito a equidade nos benefícios da pesquisa e na escolha dos participantes. Todos esses movimentos para resguardar a integridade física e moral dos participantes de pesquisas só passaram a ser possíveis devido aos princípios éticos básicos supracitados, que executados isoladamente não garantem a proteção dos participantes de pesquisa, mas somente juntos. Foto: Shutterstock.com REGULAMENTAÇÃO DE PESQUISAS ENVOLVENDO ANIMAIS Assim como nos experimentos com seres humanos, diversas pesquisas já foram e são realizadas com animais para o avanço do conhecimento, sem nenhum tipo de regulamentação ou controle quanto as atrocidades cometidas contra os animais. Diante desse cenário, também surgiu a necessidade de se regulamentar o uso de animais em pesquisas. No cenário histórico sobre a realização de pesquisas com animais, encontramos registros de que no século XII os animais eram tratados como objetos, pois entendia-se que eram seres inanimados e sem alma. Em 1927, surgiu o primeiro documento que registrava que todos os seres são dignos de respeito. E, finalmente, em 1959, surgiu uma teoria que realmente estabelecia uma relação de respeito com os animais, em que os três eixos principais eram: Fazer uso de formas mais primitivas de vida em pesquisas. Utilizar o menor número possível de animais nos experimentos. Durante a realização dos experimentos, os animais devem ter seu sofrimento reduzido por meio de técnicas para proporcionar conforto. Durante a década de 1990, as discussões sobre o uso de animais em pesquisas aumentaram consideravelmente, pois o uso de animais em pesquisas é uma estratégia valiosa e os profissionais precisam ter o entendimento das legislações, regulamentações e das questões bioéticas que envolvem esta prática. As questões bioéticas quanto ao uso de animais em experimentos contribuem para a fiscalização e para impor limites nos procedimentos realizados durante as pesquisas. A primeira Lei brasileira sobre o uso de animais em pesquisas foi a Lei n° 6638/79. Em 1997, o Projeto de Lei 3.964 criou a Comissão de Ética para Uso de Animais (Ceua) e sugeriu a criação de um conselho para controlar as atividades de pesquisas com animais. Em 2008, a Lei 11.994 regulamentou as Comissões de Ética para o Uso de Animais e criou o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA). Em 2009, o Decreto 6.899, criou o Cadastro das Instituições de Uso Científico de Animais (Ciuca). SAIBA MAIS O objetivo do CONCEA é garantir as adequações nos centros de criação, uso humanitário dos animais, fiscalizar se as normas de cuidado estão sendo realizadas e estimular a busca constante por técnicas alternativas para a substituição do uso de animais em pesquisas, sempre que possível. Entre suas funções, o CONCEA aplica multas, penalidades, advertências e realiza interdições de estabelecimentos que não cumprem a lei. Atualmente, discussões sobre a vulnerabilidade dos animais em uso de pesquisas tem sido foco da abordagem sobre a ética animal e, com isso, aexpectativa é que se consiga levar para o campo das pesquisas com animais as questões que são consideradas na pesquisa com seres humanos. Existem três áreas principais de uso animal em pesquisas: Fonte: EnsineMe. Como alternativa a essas práticas, estudiosos sugerem a utilização de testes in vitro e outras possibilidades que não o uso de animais. Todos os profissionais de saúde devem ter consciência sobre as questões aqui abordadas, para que possam realizar suas reflexões éticas sobre as pesquisas com animais e tomar decisões que busquem o equilíbrio entre a ciência, o ambiente, novas tecnologias e o bem- estar animal e humano. ÉTICA E BIOÉTICA Assista, a seguir, a um vídeo sobre Ética e Bioética. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. ESTUDAMOS SOBRE AS BASES CONCEITUAIS DA BIOÉTICA, QUE SÃO O ESTUDO SISTEMÁTICO DA CONDUTA HUMANA NO CAMPO DAS CIÊNCIAS DA VIDA E DA SAÚDE, EXAMINADA À LUZ DOS VALORES E PRINCÍPIOS MORAIS. OS AUTORES, CRIADORES DO PRINCIPIALISMO, PROPÕEM UMA ANÁLISE ÉTICA, CASO A CASO, NA CLÍNICA E PESQUISA MEDIANTE A AVALIAÇÃO DE QUATRO PRINCÍPIOS ÉTICOS. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CONTÉM ESSES PRINCÍPIOS ÉTICOS: A) Respeito à autonomia; não maleficência; beneficência; justiça. B) Não maleficência; humanização no atendimento; justiça; respeito à autonomia. C) Respeito à autonomia; não maleficência; beneficência; humanização no atendimento. D) Não maleficência; humanização do atendimento; justiça; direito de sacralidade à vida. E) Respeito à autonomia; humanização do atendimento; direito de sacralidade à vida; justiça. 2. A REGULAMENTAÇÃO DE PESQUISAS ENVOLVENDO ANIMAIS, POR MEIO DO CONSELHO NACIONAL DE CONTROLE DE EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL (CONCEA), BUSCA FISCALIZAR E REGULAMENTAR O USO DE ANIMAIS EM PESQUISAS CIENTÍFICAS PARA QUE OS MESMOS NÃO SOFRAM ABUSOS E SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA DURANTE O PROCESSO. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CORRESPONDE À PRÁTICA DE ATUAÇÃO DO CONCEA: A) O CONCEA controla se as empresas estão utilizando teste in vitro e não utilizando animais, como a lei determina. B) O CONCEA controla se as empresas estão utilizando o menor número possível de animais nos experimentos. C) O CONCEA aplica multas, penalidades, advertências e até mesmo realiza interdições de estabelecimentos que não cumprem a lei. D) O CONCEA estimula as empresas ao uso de animais nos experimentos, tendo em vista que essas pesquisas estão sendo realizadas para o bem e o desenvolvimento da humanidade. E) O CONCEA aplica apenas advertências as empresas que não cumprem a lei, pois tal órgão não possui autoridade para fechar estabelecimentos, caso irregularidades sejam identificadas. GABARITO 1. Estudamos sobre as bases conceituais da bioética, que são o estudo sistemático da conduta humana no campo das ciências da vida e da saúde, examinada à luz dos valores e princípios morais. Os autores, criadores do principialismo, propõem uma análise ética, caso a caso, na clínica e pesquisa mediante a avaliação de quatro princípios éticos. Assinale a alternativa que contém esses princípios éticos: A alternativa "A " está correta. Os autores Beauchamp e Childress trouxeram quatro princípios importantes que contribuem muito para as avaliações de uma prática médica baseada na ética. Destacam também que os processos de desenvolvimento e aplicação de pesquisas devem ser avaliados sob os mesmos princípios, que são: respeito à autonomia, não maleficência, beneficência e justiça. 2. A Regulamentação de Pesquisas Envolvendo Animais, por meio do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA), busca fiscalizar e regulamentar o uso de animais em pesquisas científicas para que os mesmos não sofram abusos e situações de violência durante o processo. Assinale a alternativa que corresponde à prática de atuação do CONCEA: A alternativa "C " está correta. O CONCEA possui várias atribuições, entre elas está a aplicação de multas, penalidades, advertências e realizar interdições em estabelecimentos nos quais sejam identificadas situações inadequadas nos centros de criação de animais, além do não cumprimento normas de cuidado. MÓDULO 2 Descrever conceitos gerais dos cuidados paliativos e reflexões sobre a morte PRINCÍPIOS Os cuidados paliativos têm por objetivo conceder morte digna, ou seja, são práticas e procedimentos para cuidar do enfermo que não responde mais às possibilidades de tratamento para uma determinada doença. Falar sobre o fim da vida ainda envolve muitos tabus, questões culturais e sociais nas quais uma sociedade está inserida. Profissionais de saúde precisam ter ciência e consciência da importância dos princípios éticos da bioética para o fim de vida, da dor e o sofrimento que o enfermo e a sua família passam. Assuntos como a eutanásia, distanásia, ortotanásia e aborto precisam entrar no âmbito das discussões dos profissionais de saúde, para que os mesmos possam utilizar esse conhecimento adquirido sobre os temas supracitados para humanizar cada vez mais a sua prática. Ideias centrais como o Princípio da Sacralidade da Vida (PSV) e o Princípio do Respeito à Autonomia da Pessoa (PRA) permeiam as discussões sobre as questões bioéticas de início e fim de vida. O Princípio da Sacralidade da Vida Considera que a vida consiste num bem — concessão da divindade ou manifestação de um finalismo intrínseco da natureza, tendo, assim, um estatuto de sagrado, e por isso não é mensurável do ponto de vista de todos os cálculos, que possam, eventualmente, ser feitos sobre ela, não podendo ser interrompida, nem mesmo por expressa vontade de seu detentor. (SIQUEIRA-BATISTA; SCHRAMM, 2005) De acordo com esse princípio, a vida é considerada sagrada, e isso o coloca como um grande objetor da eutanásia e do aborto. O Princípio do Respeito à Autonomia da Pessoa Pressupõe que se considerem, definitivamente, as escolhas livres dos sujeitos quando se trata de questões morais. A argumentação pela autonomia nesse princípio enfatiza o respeito à liberdade de escolha da pessoa, isto é, sua competência em decidir, autonomamente, aquilo que considera importante para viver, incluindo os processos de nascer e morrer, de acordo com os seus valores e interesses legítimos. Sendo assim, de acordo com a PRA, cada indivíduo tem o direito de tomar as decisões sobre a sua vida da maneira que achar melhor. CUIDADOS PALIATIVOS E MORTE Os cuidados paliativos surgiram como modelo sistematizado de atenção à saúde da pessoa no fim de vida, no fim do século XX, em 1967, em Londres, por Cicely Saunders, considerada a pioneira na prática dos cuidados paliativos. Cicely atuava junto a pacientes oncológicos no fim de vida. A Organização Mundial de Saúde entende que os Cuidados Paliativos (CP) envolvem procedimentos que devem ser realizados de maneira ativa e integral a enfermos/pacientes em situação na qual a doença não responde mais ao tratamento. Para Silva (2008), os cuidados paliativos também são procedimentos realizados para pacientes fora de possibilidade terapêutica que estão no período final de vida. Foto: Shutterstock.com O propósito dos cuidados paliativos deve estar voltado para proporcionar qualidade de vida e dignidade no fim de vida dos pacientes sem possibilidades terapêuticas e não estender o processo de morte. Durante esse período, questões de cunho religioso e psicológico devem ser consideradas. A prática do cuidado paliativo exige dos profissionais de saúde uma reinvenção quanto ao pensamento curativo, hospitalocêntrico e mecanicista, pois é necessário desenvolver técnicas mais humanas que exigem dedicação e solidariedade, e reconhecer as necessidades de cada indivíduo criando vínculo. Para Matsumoto (2009) apud Manual de Cuidados Paliativos (BRASIL, 2020), uma prática adequada de cuidados paliativos exige seguir os princípios abaixo: Iniciar o mais precocemente possível o acompanhamento em cuidados paliativos junto a tratamentos modificadores da doença. Incluir toda a investigação necessária para compreender qualo melhor tratamento e manejo dos sintomas apresentados. Reafirmar a vida e sua importância. Compreender a morte como processo natural sem antecipá-la nem postergá-la. Promover avaliação, reavaliação e alívio impecável da dor e de outros sintomas geradores de desconforto. Perceber o indivíduo em toda sua completude, incluindo aspectos psicossociais e espirituais no seu cuidado. Para isso, é imprescindível uma equipe multidisciplinar. Oferecer o melhor suporte ao paciente focando na melhora da qualidade de vida, influenciando positivamente no curso da doença quando houver possibilidade e auxiliando-o a viver tão ativamente quanto possível até a sua morte. Compreender os familiares e entes queridos como parte importante do processo, oferecendo-lhes suporte e amparo durante o adoecimento do paciente e também no processo de luto após o óbito. Outro ponto importante no desenvolvimento dos cuidados paliativos é a atenção à família, porque durante esses estágios de cuidados paliativos a família fica fragilizada por saber que perderá um ente querido e, mesmo assim, todos os integrantes estão envolvidos direta ou indiretamente nos cuidados prestados ao paciente. Infelizmente, para o paciente e seus familiares, estar no programa de cuidados paliativos significa a proximidade da morte. Foto: Shutterstock.com Duas pessoas confortando um idoso deitado na cama. A morte, assim como o nascimento, faz parte da vida humana e apresenta perspectivas diferentes de acordo com a sociedade que a vivencia. Por ser algo tão desconhecido, muitos profissionais de saúde possuem dificuldade em lidar com pacientes no fim da vida, principalmente se for uma criança ou um jovem. Isso não quer dizer que a morte de um idoso não abale uma equipe, mas é que a morte para pessoa idosa é algo esperado e mais aceitável, considerando a ordem natural do desenvolvimento humano: nascer, crescer, viver, envelhecer e morrer. Kübler-Ross sistematizou os estágios da morte para nos ajudar a entender melhor e acompanhar os pacientes terminais, amenizando esse instante de sofrimento. O primeiro estágio é a negação e o isolamento. Envolve um momento de defesa do enfermo e dos familiares mais próximos frente à morte. Esse período tem variação no seu tempo de duração, pois depende da forma como os pacientes e seus familiares enfrentarão a dor da notícia de uma doença terminal. O segundo estágio é a raiva. Exige muita compreensão por parte dos que estão próximos do paciente e até mesmo de seus familiares mais próximos. É um momento de muita rebeldia e revolta. As angústias sentidas se transformam em raiva e perguntas do tipo: “Por que comigo?”, são tão comuns quanto a expressão: “Eu não mereço estar passando por isso!”. Nesse momento, é importante entender que as ações de raiva do paciente não terão cunho pessoal. O terceiro estágio é a barganha. O paciente cria uma conexão maior com Deus e entra no campo das promessas em troca da cura. Outra característica dessa fase é a mudança de comportamento do estágio anterior, pois após identificar que a raiva não foi resolutiva, o paciente entra num platô de comportamento calmo, pensativo e amável. O quarto estágio é a depressão. O paciente começa a ter episódios repetitivos de internações prolongadas e cirurgias, sentindo- se enfraquecido física e emocionalmente. O paciente percebe que as tentativas anteriores (negação, raiva e barganha) não lhe proporcionaram a cura e que o fim da vida está cada vez mais próximo. É o momento de deixar o paciente expressar todas as suas emoções e de os familiares se aproximarem para passar o maior tempo possível ao seu lado. O quinto e último estágio é a aceitação. Identifica-se que a família precisa de mais apoio do que o próprio paciente, pois ele entende que morrerá, e a família não aceita, avaliando que a pessoa “está se entregando para a doença”. A equipe de saúde precisa estar atenta nessa fase, pois os cuidados paliativos serão de grande importância para garantir a dignidade do paciente na morte. EUTANÁSIA, DISTANÁSIA E ORTOTANÁSIA A palavra eutanásia é de origem grega e tem significado de “boa morte”. A eutanásia é um dos temas mais polêmicos da bioética de fim da vida. Países como a Bélgica, Holanda, Austrália e Suíça possuem leis de aprovação para prática da eutanásia. No Brasil, é considerada crime. Nos países onde esta prática é permitida, alguns aspectos legais precisam ser respeitados: Solicitação livre e voluntária. Avaliação extremamente criteriosa. Constatação de que não há possibilidades de tratamento ou cura. Tais medidas são tomadas para evitar situações de abuso, principalmente com o grupo de idosos, deficientes físicos e pacientes em estado vegetativo. É preciso estar atento às definições de eutanásia (tabela 1), pois é comum ver as pessoas fazendo confusão entre ela e o suicídio assistido. A eutanásia ocorre por intermédio de terceiros, enquanto o suicídio assistido é realizado pela própria pessoa. EUTANÁSIA Eutanásia ativa Ação de provocar a morte sem sofrimento do paciente para fins humanitários (ex.: uso de medicamentos letais). Eutanásia passiva Quando a morte ocorre por omissão proposital em iniciar uma ação médica que garantiria a perpetuação da sobrevida (ex.: deixar de iniciar aminas vasoativas no caso de choque não responsivo à reposição volêmica). Eutanásia de duplo efeito Nesses casos, a morte é acelerada em decorrência de medicações que podem comprometer o funcionamento dos órgãos. O exemplo mais comum é o uso de morfina para o controle da dor, contudo, o uso desse medicamento pode causar depressão respiratória, ou seja, diminuição da frequência respiratória. Eutanásia voluntária Acontece em resposta expressa do doente, o que seria um sinônimo de suicídio assistido. Eutanásia não voluntária Quando o ato é realizado contra a vontade do enfermo, o que, em linhas gerias, pode ser igualado ao homicídio, ou seja, aquela que se pratica em uma pessoa que teria sido capaz de outorgar ou não o consentimento à sua própria morte, mas não o fez, seja por não ter sido solicitada, seja por ter rechaçado a solicitação devido ao desejo de seguir vivendo. Eutanásia não voluntária Quando a vida é abreviada sem que se conheça a vontade do paciente. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal A distanásia e a ortotanásia também são termos para se discutir o fim de vida, mas não são tão conhecidos quanto a eutanásia. A distanásia é resultado de ações/procedimentos médicos que se tornam mais nocivos do que benéficos ao tratamento, causando dor e sofrimento ao enfermo. Muitas das vezes essa insistência ocorre devido ao medo da equipe de profissionais de saúde em pensar que não fizeram tudo que estava ao seu alcance para manter o paciente com vida. A ortotanásia vem para falar sobre a morte com dignidade. É o processo de aceitação natural da morte, momento em que se deve utilizar estratégias para amenizar o sofrimento, por meio de cuidados paliativos que poderão ser executados. Nesse processo, há suporte religioso, psicológico e de analgesia. Pode-se dizer que a ortotanásia é a morte humanizada. Foto: Shutterstock.com ABORTO O aborto é um tema polêmico no Brasil e tem fomentado vários debates nos campos político, médico, religioso e filosófico. Entretanto, o que acontece no Brasil não é regra. O aborto era praticado na antiguidade por diferentes culturas e passou a ser malvisto por influência da igreja católica a partir de 1869. Outros fatores que contribuíram para a mudança na sociedade quanto à aceitação do aborto foram as grandes baixas populacionais da Primeira Guerra Mundial e o baixo índice de natalidade em países da Europa Ocidental no século XX. Do ponto de vista bioético vale visitarmos os conceitos propostos por Diniz e Almeida (1998), para classificar o aborto, tendo em vista que existem diferentes modos de classificação (tabela 2). Os autores apresentam o aborto como: 1– Interrupçãovoluntária da gravidez; 2 – Interrupção terapêutica da gravidez; 3 – Interrupção eugênica da gravidez; e 4 – Interrupção seletiva da gravidez. ABORTO Interrupção voluntária da gravidez Realizada em nome da autonomia reprodutiva da grávida, ou seja, por falta de desejo de levar a gestação a termo (seja fruto de um estupro ou de uma relação consensual) — como no caso dos pais que optam pela interrupção por impossibilidade de assumir o compromisso da maternidade/paternidade em dado momento. Interrupção terapêutica da gravidez Praticada com o intuito último de salvar a mãe gravemente enferma, para quem a continuação do ciclo gravídico acabará desencadeando a morte — como no caso da gestante com diagnóstico de eclâmpsia. Interrupção eugênica da gravidez Executada com base em princípios da eugenia, tais como valores racistas, sexistas e étnicos — o principal exemplo foram as práticas realizadas no Estado nazista, muitas das quais em conformidade com a lei de aborto imposta às mulheres por questões puramente étnicas. Interrupção seletiva da gravidez Motivada pela existência de graves lesões fetais, muitas das quais incompatíveis com a vida — o exemplo mais conhecido é a anencefalia. Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal O ponto definitivo para o aborto entrar nas rodas de discussão foram as transformações sociais que ocorreram na década de 1960, com o empoderamento político feminino e pela liberdade sexual reprodutiva, em que o ato sexual não estaria atrelado à reprodução. CONSIDERAR O ABORTO APENAS DO PONTO DE VISTA LEGAL É FECHAR OS OLHOS PARA UM PROBLEMA QUE INSISTE EM SE COLOCAR, DIUTURNAMENTE, NOS SERVIÇOS DE SAÚDE E NO ÂMBITO MAIS AMPLO DA SOCIEDADE BRASILEIRA. ATÉ PORQUE, COMO SE SABE, AS LEIS MUDAM COM MUITO MENOS RAPIDEZ DO QUE OS COSTUMES E PRÁTICAS DA SOCIEDADE. IDENTIFICANDO-SE O TAMANHO DO PROBLEMA, RECONHECE-SE IMPLICITAMENTE O QUANTO A ATIVIDADE É PRATICADA, APESAR DE TODAS AS RESTRIÇÕES LEGAIS E MORAIS QUE AS MULHERES SOFREM. (REGO, PALÁCIOS; SIQUEIRA-BATISTA, 2009). No Brasil, vários estudos apontam que o aborto provocado de maneira clandestina é um dos grandes responsáveis pela mortalidade materna. Isso ocorre principalmente entre as mulheres de baixa renda e escolaridade que não possuem recursos para custear um procedimento caro e acabam se expondo a situações de procedimentos realizados por curiosos, uso de medicação de origem desconhecida e práticas de conhecimento popular. A discussão do aborto vem avançando de maneira extremamente lenta e existem alguns fatores que justificam essa morosidade: AS MÚLTIPLAS E DÍSPARES REALIDADES E ORDENS DISCURSIVAS ALBERGADAS PELO CONCEITO, NA MEDIDA EM QUE UMA SÉRIE DE MOTIVAÇÕES E CONTEXTOS DIFERENTES PODEM SE TORNAR MANIFESTOS NA DECISÃO DE INTERROMPER UMA GRAVIDEZ EM CURSO; E A DIFICULDADE EM MANTER UM DEBATE DE ALTO NÍVEL E EMBASADO EM ARGUMENTAÇÃO LEGÍTIMA — E NÃO EM ESPÚRIOS “ENREDAMENTOS RETÓRICOS”, OS QUAIS TÊM MUITO MAIS O INTUITO DE CONFUNDIR (COM VISTAS, EM ÚLTIMA ANÁLISE, À MANIPULAÇÃO DOS SUJEITOS) DO QUE DE ESCLARECER SOBRE OS PONTOS QUE ESTÃO EM JOGO NESTE DELICADO ASSUNTO. (DINIZ et al., 2009). No código penal brasileiro, o aborto é considerado um crime contra a vida, mas permite a prática de aborto realizada por profissional médico, realizado nas circunstâncias em que a vida da gestante estiver em risco ou quando a gestação for fruto de estupro, e este será autorizado pela gestante ou por um representante legal, caso a vítima seja menor de idade ou incapaz. O aborto, assim como a eutanásia, está envolto na discussão dos princípios de respeito à vida e da sacralidade à autonomia da pessoa. Por um lado, os defensores do princípio à vida dizem que, como a vida é sagrada, defender o aborto se torna algo absolutamente impossível. Já o grupo que defende a autonomia da pessoa, em sua maioria formado por grupos de feministas, entendem que a decisão deve ser tomada pela mulher, pois ela diz respeito a sua vida, sua sexualidade, seu corpo e reprodução. A discussão acerca do aborto está entre a mais calorosas no campo da bioética e a ausência de um consenso só traz malefícios às mulheres, que morrem em abortos ilegais. CUIDADOS PALIATIVOS Assista, a seguir, a um vídeo sobre cuidados paliativos. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. OS CUIDADOS PALIATIVOS ENVOLVEM AÇÕES DESENVOLVIDAS POR UMA EQUIPE DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE QUE PROMOVE A QUALIDADE DE VIDA E A DIGNIDADE DO PACIENTE QUE ESTÁ FORA DE POSSIBILIDADES TERAPÊUTICAS. A SEGUIR, LISTAMOS ALGUMAS SITUAÇÕES QUE SÃO EXEMPLOS DE CUIDADOS PALIATIVOS. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE NÃO CORRESPONDE A UMA PRÁTICA DE CUIDADO PALIATIVO: A) Alívio da dor e sintomas físicos; promoção do bem-estar; aproximação da família. B) Apoio espiritual; interação social; qualificação profissional. C) Apoio psicológico e saúde mental; alívio da dor; interação social. D) Alívio da dor; qualificação profissional; apoio espiritual. E) Apoio psicológico e saúde mental; promoção do bem-estar; inserção familiar restrita. 2. EUTANÁSIA, DISTANÁSIA E ORTOTANÁSIA SÃO TERMOS BIOÉTICOS PARA SE DISCUTIR A TERMINALIDADE DA VIDA. A EUTANÁSIA EM PARTICULAR TEM O SIGNIFICADO DE PROMOVER A BOA MORTE ATRAVÉS DE UMA PRÁTICA QUE ABREVIE A VIDA DE UM PACIENTE QUE ESTÁ FORA DE POSSIBILIDADES TERAPÊUTICAS E EM SOFRIMENTO; NO ENTANTO, ESSA PRÁTICA É CONSIDERADA UMA INFRAÇÃO ÉTICA E É PROIBIDA NO BRASIL. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CORRESPONDE À DESCRIÇÃO DA PRÁTICA ILEGAL DE EUTANÁSIA ATIVA: A) Quando a morte ocorre por omissão proposital pelo início de uma ação médica que garantiria a perpetuação da sobrevida. B) Ato deliberado de provocar a morte sem sofrimento do paciente por fins humanitários. C) Nos casos em que a morte é acelerada como consequência de ações médicas não visando ao êxito letal, mas sim ao alívio do sofrimento de um paciente. D) Acontece em resposta expressa do doente, o que seria um sinônimo de suicídio assistido. E) Quando a vida é abreviada sem o conhecimento da vontade do paciente. GABARITO 1. Os cuidados paliativos envolvem ações desenvolvidas por uma equipe de profissionais de saúde que promove a qualidade de vida e a dignidade do paciente que está fora de possibilidades terapêuticas. A seguir, listamos algumas situações que são exemplos de cuidados paliativos. Assinale a alternativa que não corresponde a uma prática de cuidado paliativo: A alternativa "E " está correta. Para a prática adequada de cuidados paliativos, alguns princípios básicos precisam ser seguidos, dentre eles: iniciar o cuidado paliativo o quanto antes, reafirmar a importância da vida, compreender o processo de morte, promover avaliação da dor, entender o indivíduo de maneira holística, oferecer suporte psicológico para a melhora da qualidade de vida, inserir familiares e entes queridos como parte importante nesse processo e qualificação profissional. 2. Eutanásia, distanásia e ortotanásia são termos bioéticos para se discutir a terminalidade da vida. A Eutanásia em particular tem o significado de promover a boa morte através de uma prática que abrevie a vida de um paciente que está fora de possibilidades terapêuticas e em sofrimento; no entanto, essa prática é considerada uma infração ética e é proibida no Brasil. Assinale a alternativa que corresponde à descrição da prática ilegal de eutanásia ativa: A alternativa "B " está correta. Eutanásia ativa é o ato deliberado de provocar a morte sem o sofrimento do paciente por fins humanitários, contudo, trata-se de uma prática ilegal no Brasil. MÓDULO 3 Reconhecer a humanização nas relações dos profissionais de saúde com a sociedade PROFISSIONAIS DA SAÚDE Profissionais de saúde lidam a todo momento com os extremos da vida: o nascimento e a morte. Nessa relação, o profissional precisa seguir alguns valores que são estabelecidos por categoria profissional dentro da área da saúde e estabelecem responsabilidades éticas. ATENÇÃO O nosso cotidianodemonstra que, quando se tematiza o exercício profissional, vislumbra-se apenas a Lei do Exercício Profissional e o sentido ético de sua aplicação, sem entendê-la ou mesmo buscar e fundamentar as razões pelas quais devemos nos apropriar e entender o sentido da sua aplicação, tendo em vista a ética e a bioética na relação profissional com a sociedade, bem como situá-lo no contexto da hierarquia desejada. Quando se fala em Lei, tomando por base o Direito ao Trabalho, verifica-se, inicialmente, que concedemos-lhe um significado ao interpretá-la. É quando se busca o sentido da lei, para nos apropriamos do que ela expressa objetivamente. Por isso, a possibilidade de adaptações ao contexto onde ela se situa. A Constituição Federal do Brasil de 1988 prevê em seu inciso XIII do art. 5º que é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão atendidas às qualificações profissionais que a lei estabelecer. Os profissionais de saúde estão arrolados entre os grupos de profissionais enumerados pela Confederação Nacional das Profissões Liberais e dispostos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Como tal, está submetido a condições determinadas pela Lei que regulamenta o exercício profissional. Compreender o exercício profissional é também compreendê-lo sob o âmbito da responsabilidade civil do profissional perante àquele que ele cuida e a sociedade. DEONTOLOGIA Etimologicamente, deontologia, provém do grego deon, deontos (dever) e logos (tratado), sendo qualificada como a ciência que estuda os deveres de um grupo profissional. Deontologia é a ciência que se preocupa com os deveres e as responsabilidades de cada categoria dos profissionais de saúde, estabelecendo seus deveres e proibições. No campo das discussões da ética profissional, não há grandes diferenças entre as palavras, ética, moral e deontologia, pois todas se referem diretamente ao comportamento humano, com apenas algumas características diferentes. ÉTICA Entendeu-se e ainda considera-se “ética”, além das considerações expostas, como o enfoque dos aspectos diretamente relacionados à honestidade profissional, como justiça, lealdade, prudência e outros. MORAL À moral atribui-se, às vezes, conotação sobrenatural, sendo frequentemente confundida com a religião. DEONTOLOGIA À Deontologia atribui-se a preocupação mais direta com os deveres de um grupo profissional em relação às suas atribuições e responsabilidades profissionais, que são estabelecidas pelos Conselhos Federais e Regionais de cada categoria. A fiscalização do exercício profissional é uma função do Estado, mas não é assumida diretamente por ele, institui autarquias vinculadas ao poder público com essa finalidade. Portanto, os conselhos são autarquias de Fiscalização Profissional, órgão do Poder Executivo Federal. Os conselhos federais e regionais são órgãos disciplinadores e vinculados ao Ministério do Trabalho. HUMANIZAÇÃO E OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE A gênese da palavra “humanização” advém do conceito de humanismo, que, por sua vez, deriva do latim humanus. Ao longo da história da humanidade, a concepção de humanismo foi sendo reconstruída, considerando as diferentes formas e meios pelos quais o homem se posicionava nas suas relações com o outro e com o meio. As relações de saúde sofrem influência das diversidades socioeconômicas e culturais e do processo saúde-doença vividos e sentidos pelos atores dessa relação, que são os usuários dos serviços de saúde, os trabalhadores e os gestores. Nesse sentido, a humanização no setor saúde, considerando toda a complexidade estabelecida no encontro entre diferentes sujeitos, significa um movimento de cuidado e na valorização das questões intersubjetivas das relações. A discussão envolvendo o termo “humanização” é relativamente novo no campo da saúde e presente em algumas práticas assistenciais. Em 2003, a humanização foi estabelecida como uma política pública no Brasil. A história da inserção da humanização como política nacional inicia-se a partir do ano 2000, com as experiências positivas apontadas, isoladamente, por coletivos de trabalhadores de um SUS, tendo sido discutidas, principalmente, na XI Conferência Nacional de Saúde. São elas: O Programa Nacional de Humanização da Atenção Hospitalar; O Programa de Humanização do Pré-Natal ao Nascimento; O método Mãe Canguru; e As estratégias de Acreditação Hospitalar. Bem como as experiências de acolhimento das portas de entrada de alguns pronto- atendimentos, configuram-se como vivências de coletivos de trabalhadores que se organizaram na construção de respostas mais efetivas no seu campo de atuação. Nesse período, a maioria dos serviços de saúde vinculados ao SUS passava por uma validação dos seus princípios e diretrizes filosóficas e organizacionais, tendo como desafios a qualidade do acesso, a integralidade e a efetividade da atenção à saúde. Por outro lado, havia desvalorização dos trabalhadores de saúde, precarização das relações de trabalho, descuido e falta de compromisso na assistência ao usuário nos serviços de saúde, com baixos investimentos e pouca participação dos trabalhadores na gestão dos serviços. Em 2003, a partir desses apontamentos sobre os processos que configuravam os serviços de saúde do SUS, o Ministério da Saúde (MS) instituiu a Política Nacional de Humanização – Humaniza SUS, com a perspectiva de redirecionar o olhar sobre as práticas de saúde desenvolvidas e traduzir princípios e modos de operar relações entre todos que constituem o SUS, objetivando mudanças no modelo de atenção dos usuários e da gestão dos processos de trabalho. O desafio da Política Nacional de Humanização está na promoção de espaços de escuta e conversas, potencializando a construção de processos democráticos nos procedimentos do setor de saúde. As discussões conceituais sobre humanização em saúde, giram basicamente sobre concepções de cuidado e de trabalho. Dessa forma, o cuidado também consiste em interação e intervenções de alguém sobre outra pessoa e/ou algo, não se opondo ao trabalho, mas conferindo tonalidade diferente na medida em que promove uma autotransformação no ser humano e a relação estabelecida não é de domínio, mas de convivência. Assim, humanizar implica ter intimidade, sentir, saber, acolher, respeitar e dar sossego quando necessário. O consumo excessivo, o individualismo e a valorização extrema da tecnologia em detrimento das relações e da autonomia dos sujeitos, em que o ter é mais importante que o ser, têm sido fatores determinantes dessa conduta pós-moderna. Nessa perspectiva, as relações de trabalho e cuidado que um indivíduo desenvolve revelam certa perda da essência de compartilhamento e equilíbrio necessários para a sobrevivência do ser. O fato de os cuidados de saúde produzirem-se em uma situação assistencial concreta e exigirem, necessariamente, a relação de, pelo menos, um profissional de saúde e uma pessoa, implica um cuidado personalizado. Isso porque a pessoa que solicita cuidados é uma alteridade, um absolutamente outro que, em sua fragilidade, exige responsabilidade de quem o cuida. Sendo assim, como os cuidados prestados pelos profissionais de saúde são direcionados a alguém, e esse alguém é uma alteridade, o próprio cuidado já contempla um conteúdo bastante solidário, o que dispensaria o uso de adjetivos para qualificá-lo. Entretanto, por diversas razões que não nos cabe enumerar, esse cuidado vem ganhando muitos adjetivos como: personalizado, humanizado, respeitador, acolhedor e digno. Sabe-se que as relações estabelecidas entre os usuários e os profissionais de saúde implica, com frequência, envolver-se com o sofrimento do outro. Por outro lado, esse sofrimento acrescido a ruídos eminentes do cotidiano de trabalho em saúde, causados pelas questões ligadas a precarização do processo de trabalho, desde a disponibilidade de recursos para o desenvolvimento do trabalho até o retorno financeiro, deflagram um estado de adoecimento entre os profissionaisde saúde. Compreender a precarização do trabalho em saúde, vivida pelos profissionais, é falar de cuidado e humanização com os trabalhadores da saúde, como sujeitos desse processo. Neste contexto exposto, o que fica sobre a humanização é a certeza de que, na prática de saúde, os fazeres, saberes e seres se consolidam pelo encontro entre sujeitos, cruzando interesses, necessidades, subjetividades e poderes na construção de respostas às diversidades das situações. Os desafios dessa convivência estão em saber escutar, trocar, sentir e perceber o outro em sua alteridade, permitindo que o cuidado humanizado seja promovido nas dimensões individual e coletiva, mantendo o movimento de ir adiante na expressão das subjetividades e sentidos para se viver, de preferência com saúde. DEONTOLOGIA Assista, a seguir, a um vídeo sobre Deontologia. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. A QUEM CABE A FISCALIZAÇÃO DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL? A) Exclusivamente ao Estado. B) Cabe à União, Estados e Municípios. C) Cabe exclusivamente aos conselhos. D) É função do Estado, mas não diretamente, sendo instituídas autarquias vinculadas ao poder público que exercerão esta finalidade. E) Cabe apenas aos conselhos regionais. 2. A POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO OFERECE UMA DIRETRIZ QUE CONTEMPLA PROJETOS DE CARÁTER HUMANIZADOR DESENVOLVIDOS NAS DIFERENTES INSTITUIÇÕES DE SAÚDE, ESTIMULANDO A CRIAÇÃO E SUSTENTAÇÃO PERMANENTE DE ESPAÇOS DE COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO, QUE FACULTEM E ESTIMULEM A LIVRE EXPRESSÃO, O DIÁLOGO, O RESPEITO E A SOLIDARIEDADE. SÃO TERMOS-CHAVE EM EXPERIÊNCIAS EXITOSAS DE HUMANIZAÇÃO EM SERVIÇOS DE SAÚDE: A) Comunicação; estética. B) Ciência; tecnologia; objetos despersonalizados. C) Dignidade; ética; contato humano descontextualizado. D) Escuta do usuário e do profissional de saúde; baixa resolutividade. E) Padrões de relacionamento ético entre gestores, técnicos, usuários; controle social. GABARITO 1. A quem cabe a fiscalização do exercício profissional? A alternativa "D " está correta. A fiscalização do exercício profissional é uma função do Estado, mas não é assumida diretamente por ele, que institui autarquias vinculadas ao poder público com essa finalidade. Portanto, os Conselhos são autarquias de Fiscalização Profissional, órgão do Poder Executivo Federal. Os conselhos federais e regionais são órgãos disciplinadores e vinculados ao Ministério do Trabalho. 2. A Política Nacional de Humanização oferece uma diretriz que contempla projetos de caráter humanizador desenvolvidos nas diferentes instituições de saúde, estimulando a criação e sustentação permanente de espaços de comunicação e divulgação, que facultem e estimulem a livre expressão, o diálogo, o respeito e a solidariedade. São termos-chave em experiências exitosas de humanização em serviços de saúde: A alternativa "E " está correta. As relações de saúde sofrem influência das diversidades socioeconômicas e culturais, e do processo de saúde-doença vivido e sentido pelos atores dessa relação, que são os usuários (controle social) dos serviços de saúde, os trabalhadores (técnicos) e os gestores. Nesse sentido, a humanização no setor saúde, considerando toda a complexidade estabelecida no encontro entre diferentes sujeitos, significa um movimento de cuidado e de valorização das questões intersubjetivas das relações. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao longo deste tema, visitamos os principais eventos históricos que contribuíram para a bioética que temos hoje. Acompanhamos o desenvolvimento dos Comitês de Ética em Pesquisa com Seres Humanos e Animais e também nos aproximamos das relações éticas dos cuidados paliativos, eutanásia, distanásia, ortotanásia e aborto. Por fim, realizamos reflexões sobre as relações entre profissionais de saúde e a sociedade, balizados pela humanização. Como vimos, a bioética trata de questões próprias da condição humana, e, para algumas, não há resposta definitiva, fato que obriga os indivíduos a manterem constantes e profundas reflexões e revisões do que é lícito fazer ou não. Surgirão novas tecnologias e condições sociais, e, consequentemente, novos problemas éticos, de modo que a bioética tem o dever de promover o debate sobre tais questões. Além disso, entendemos que os profissionais de saúde lidam o tempo todo com os extremos da vida, nascimento e morte, e, nessa relação, o profissional precisa seguir alguns valores que são estabelecidos por categoria profissional dentro da área da saúde, com a suas consequentes responsabilidades éticas. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS BECHAMP, T. L.; CHILDRESS, J. F. Principles of biomedical ethics. 6. ed. Oxford: Oxford University Press, 2008. BRASIL. CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Resolução 196, de 10 de outubro de 1996. Consulta em meio eletrônico em: 23 nov. 2020. BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de cuidados paliativos. Coord. Maria Perez Soares D’Alessandro, Carina Tischler, Daniel Neves Fortes [et al.]. São Paulo: Hospital Sírio-Libanês; 2020. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1990. DINIZ, D. ALMEIDA, M. Bioética e aborto. In: GARRAFA, V.; OSELKA, G. IBIAPINA, S. (Orgs.). Fundamentos da Bioética. Brasília: CFM, 1998. DINIZ, D. et al. Aborto: 20 anos de pesquisas no Brasil. In: Cadernos de Saúde Pública, n. 25, v. 4, p. 939-942, 2009. ENGELHARDT, H. T. Fundamento da Bioética. São Paulo: Loyola, 1998. JONSEN, A. R. A short history of medical ethics. Nova York: Oxford University Press, 2000. KÜBLER-ROSS, E. Sobre a morte e o morrer: o que os doentes têm para ensinar a médicos, enfermeiras, religiosos e aos seus próprios parentes. 7. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996. REGO, S.; PALÁCIOS, M.; SIQUEIRA-BATISTA, R. Bioética para profissionais de saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2009. REICH, W. T. Encyclopedia of bioethics. Nova York: Simon & Schuster Macmillan, 1978. SILVA, A. E. Cuidados paliativos de enfermagem: perspectivas para técnicos e auxiliares. (Dissertação) – Divinópolis, Universidade do Estado de Minas Gerais, 2008. SIQUEIRA-BATISTA, R.; SCHRAMM, F. R. A. Conversação sobre a “boa morte”: debate bioético acerca da eutanásia. In: Cadernos de Saúde Pública, n. 211, p. 111-119, 2005. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Knowledge into action palliative care. Cancer Control, 1-42, 2007. Consulta em meio eletrônico em: 7 jan. 2021. EXPLORE+ Busque o site Bioética, do Prof. Dr. José Roberto Goldim (UFRGS), e veja como são abordados todos os tópicos explorados neste tema. CONTEUDISTA Roberta Georgia Sousa dos Santos CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
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