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LIVRO PODOPATOLOGIA

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INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Nesta aula você �cará por dentro de um assunto de grande relevância para sua prática
pro�ssional. Ter compreensão sobre as onicomicoses, conceito, características, tipos, como são adquiridas e
cuidados, é essencial para você, futuro pro�ssional que deseja atuar nesta área da Podopatologia que vem
crescendo e se mostrando promissora, pois traz consigo aspectos importantes relacionados ao cuidado ao
paciente com patologias ungueais.
Conhecer as principais alterações ungueais e onicopatias que causam danos na matriz e no corpo da unha,
bordas, vale da unha e leito ungueal se faz necessário quando se busca tratar um paciente que apresenta estas
alterações, além disso, saber explicar para o paciente sua condição e formas de cuidados é imprescindível e
faz toda a diferença no cuidado.
Bons estudos!
CONCEITO E ENTENDIMENTOS SOBRE A ONICOMICOSE
Você já parou para pensar que as unhas também podem sofrer com patologias? E que essas são advindas de
fungos? As unhas, como qualquer outra parte do corpo, podem sofrer danos causados por fungos, e se não
tratados de forma adequada e em tempo hábil podem culminar em agravamentos de saúde local. Vamos
conhecer agora sobre a onicomicose, suas causas e prevenções!
A unha é uma das menores estruturas do corpo, tão vulnerável às doenças quanto a pele, agindo como uma
janela aberta capaz de apresentar características de doenças locais e sistêmicas, podendo tanto sofrer de
patologias locais quanto ser afetada por outras doenças do corpo. Logo, as doenças ungueais são indícios
importantes que denotam grande preocupação, levando muitas pessoas às clínicas de podologia.
Modi�cações no formato, na estrutura ou aparência das unhas podem ser indícios de que algo não vai bem,
indicando desde a existência de um processo patológico, envolvendo funções metabólicas do corpo, até
doenças locais nas próprias unhas.
É importante que você saiba que a unha é uma placa �na composta por camadas de células mortas do estrato
córneo que contém um tipo de queratina dura, uma proteína que lhe confere dureza. Localizada nas
extremidades distais dos dedos, tanto das mãos quanto dos pés, sua principal função é proteger essas
extremidades, auxiliar a manipulação e a preensão de objetos, o caminhar e a posição ereta do corpo em pé.
Para entender melhor as patologias ungueais, é importante que você relembre as estruturas da lâmina
ungueal, ilustradas na Figura 1.
Figura 1 | Estrutura da unha – Esta imagem ilustra as características mais proeminentes de uma unha típica vista (a) da superfície, (b) em
secção transversal e (c) em secção longitudinal
Aula 1
ONICOMICOSE
Nesta aula aprenderá o conceito, características e tipos de onicomicoses existentes.
27 minutos
Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 137).
A onicomicose é considerada uma das patologias mais comuns nas unhas, sendo esta uma infecção de origem
fúngica causada por dermató�tos, leveduras ou fungos �lamentosos não dermató�tos, que dani�cam a
integridade da placa ungueal, podendo interferir no caminhar, no equilíbrio, na prática de exercícios físicos ou,
até mesmo, na escolha do tipo de calçado.
A infecção é uma resposta protetora do organismo com o intuito de livrá-lo de agentes infecciosos (fungos,
vírus, bactérias, protozoários e parasitas). Assim, a infecção é o crescimento de microrganismos não habituais
presentes dentro do hospedeiro, neste caso, o organismo, que refugia o patógeno. Esse patógeno vive sobre
ou dentro do hospedeiro, causando uma doença, um dano ou uma lesão tecidual, dani�cando, assim, suas
funções.
No caso da patologia (doença) onicomicose, os microrganismos a serem combatidos pelas células de defesa
são os patógenos, conhecidos como fungos. A patogênese (ou patogenia) é o processo pelo qual os agentes
patogênicos agridem o organismo, fazendo com que os sistemas naturais se defendam, desencadeando
lesões e disfunções nas células e nos tecidos agredidos, o que determina a doença.
Na Figura 2, observe o processo de patogênese que pode ocorrer após a exposição da unha a um
microrganismo patogênico como os fungos, resultando em doenças como a onicomicose.
Figura 2 | Patogênese microbiana
Fonte: Madigan et al. (2016, p. 714).
Por esse motivo, você, como pro�ssional de podologia, tem a responsabilidade de avaliar os fatores de risco
de uma infecção fúngica do seu paciente, evitando contaminação biológica e/ou agravantes de seus quadros
patológicos, e disseminação dos fungos para outros pacientes.
COMPREENSÃO SOBRE CAUSAS DA ONICOMICOSE
Tendo o conhecimento sobre da estrutura da unha e o processo de infecção da onicomicose, é possível
compreender como ocorre essa patologia, seus microrganismos causadores e seus tipos.
Existem fatores que facilitam a infecção por fungos, como: as alterações vasculares, causadas pela pressão de
calçados apertados que provocam isquemia, di�cultando a nutrição dos tecidos e a defesa pelo sistema
imunológico; a glicação dos tecidos e os processos isquêmicos do diabetes; o uso de fármacos
imunossupressores; a deterioração das células germinativas do corpo da unha pela idade; o uso frequente de
produtos de limpeza que alteram a microbiota e agridem os tecidos epiteliais; o uso de instrumentos e
calçados contaminados; o banho descalço em ambientes contaminados, como piscinas e banheiros públicos;
a falta de higiene adequada, entre outros.
Os pés também são ambientes propícios para a proliferação dos fungos, pois lhes fornecem alimento em
abundância, como a queratina presente nas lâminas ungueais e na pele, somada ao calor, à umidade e à falta
de luminosidade por longos períodos, quando o pé permanece em calçados fechados. Mesmo com a lâmina
completamente acometida, os fungos não destroem a matriz ungueal, que continua reproduzindo-se e
fornecendo sua fonte alimentar.
Você sabe o que são fungos? E quais são os fungos causadores das onicomicoses? Vamos conhecê-los agora!
Os fungos fazem parte do reino Fungi e são seres que se nutrem das mais diversas fontes, pois não são
capazes de sintetizar seu próprio alimento. As onicomicoses podem ser determinadas por três espécies:
fungos dermató�tos, leveduras e fungos não dermató�tos. Os dermató�tos são fungos �lamentosos que
formam hifas organizadas em micélios. Alimentam-se da proteína humana queratina e infectam os tecidos
super�ciais constituídos por células mortas e queratinizadas, como as da pele, dos pelos (incluindo cabelo) e
das unhas, mas não afetam os tecidos vivos. Podem ser transmitidos entre humanos ou por objetos
intermediários, como toalhas e piscinas, são exemplos desses fungos: Trichophyton rubrum; Trichophyton
mentagrophytes; Trichophyton soudanense; Trichophyton violaceum; Trichophyton tonsurans; Microporum
canis; Microporum gypseum; Epidermphyton �ocossun.
As leveduras são fungos unicelulares caracterizados pela presença de parede celular rígida. Algumas,
geralmente, fazem parte da microbiota da pele sem manifestar qualquer processo patológico. Entretanto, as
alterações no mecanismo de imunidade de um indivíduo podem proporcionar condições para um super
crescimento de sua população, invasão e lesão dos tecidos vivos, desencadeando, assim, um processo
patológico. São exemplos desses fungos: Candida Albicans; Candida parapsilosis.
Os fungos não dermató�tos são espécies consideradas anemó�las, ou seja, microrganismos encontrados,
frequentemente, no ar atmosférico e que podem causar danos, como a deterioração de materiais, processos
alérgicos, intoxicação e infecções. Esses danos passaram a ser reconhecidos nos testes de quadros de
hipersensibilidade do trato respiratório, bem como de onicomicoses, capazes de degradar a queratina da
unha. Sua incidência varia de acordo com o clima e a localização geográ�ca, com prevalência em locais
quentes e úmidos. São exemplos desses fungos: Scopulariopsis brevicaulis; Scydalidium sp.; Acremonium sp.;
Fusarium sp.; Aspergillus sp.
Os fungos podem invadir a lâmina unguealpor diversas portas de entrada, como pela queratina do eponíquio,
pelo hiponíquio distal e do vale da unha, pela superfície da unha, pelas bordas laterais ou por debaixo da
unha, estendendo-se pelo vale da unha até o corpo ungueal.
Portanto, observamos que os fungos, caso não tratados adequadamente podem evoluir e prejudicar de forma
mais grave a estrutura ungueal.
RELAÇÃO DOS TIPOS CLÍNICOS DE ONICOMICOSE E OS CUIDADOS E
PREVENÇÃO
Vamos conhecer os tipos clínicos mais frequentes de onicomicose e os cuidados que podem ser tomados para
evitar essa patologia ungueal.
Considerando as modalidades de in�ltração ungueal por fungos dermató�tos, distinguem-se três tipos clínicos
de onicomicose:
Onicomicose subungueal distal: mais frequente, a invasão dos fungos ocorre pelo hiponíquio, parasitando a
queratina do leito ungueal. Inicia-se, na maioria das vezes, pela margem livre da unha e tende a se estender
em sentido proximal, atingindo a lâmina inteira (Figura 3). É possível veri�car hiperqueratose no leito ungueal
devido à reação in�amatória do leito de invasão fúngica e ao descolamento do leito hiperqueratósico
(onicólise).
Figura 3 | Onicomicose subungueal distal
Fonte: Soutor and Hordinsky (2015, p. 100).
Onicomicose branca super�cial: em 90% dos casos, associa-se à Tinea pedis interdigital (pé de atleta ou
frieira), manifestando-se na parte super�cial da unha, formando pequenas lascas de coloração branca opaca
com superfície irregular e enfraquecida (Figura 4).
Figura 4 | Onicomicose branca super�cial
Fonte: Soutor and Hordinsky (2015, p. 101).
Onicomicose subungueal proximal: os fungos atingem a matriz da unha a partir da dobra ungueal proximal até
a porção mais profunda. A lâmina apresenta coloração esbranquiçada na região da lúnula (Figura 5), e o
patógeno causador é, quase sempre, o Trichophyton rubrum.
Figura 5 | Onicomicose subungueal proximal
Fonte: Neto, Cucé e Reis (2015, p. 223).
In�ltrações ungueais por leveduras (candida) são mais raras e devem ser investigadas em caso de dé�cit
imunológico, como em portadores de HIV, ou de candidíase mucocutânea crônica, em que seu tratamento,
raramente, proporciona cura ou melhora das manifestações clínicas.
In�ltrações ungueais por fungos não dermató�tos são associadas à in�amação periungueal, em que as unhas
são afetadas como na onicomicose subungueal proximal ou subungueal distal, respondendo mal à terapia
sistêmica, necessitando remoção química ou cirúrgica. Em especial, quando causadas pelos fungos
Scopulariopsis brecaulis, Fusarium sp. e Acremonium sp., respondem melhor ao tratamento tópico e sistêmico.
Como pode ser feito o diagnóstico e prevenção para onicomicose? Vamos acompanhar agora!
O diagnóstico da onicomicose não deve se restringir apenas à impressão clínica, deve-se repetir exames
micológicos periodicamente. Assim, quando constatada por meio de exame clínico e laboratorial, deve-se
iniciar o tratamento imediatamente, que pode ser local ou sistêmico, no qual são administrados antifúngicos
de maneira tópica ou via oral.
Mesmo fazendo o tratamento correto, o indivíduo pode ter o quadro de onicomicose novamente, isso porque
alguns fungos oferecem grande resistência ao tratamento e mesmo que haja a cura clínica, não se pode
garantir a cura micológica.
As recomendações para evitar a onicomicose são as seguintes:
Usar meias de algodão e trocá-las diariamente – nunca usar a meia mais de um dia seguido.
Tirar os sapatos durante o dia para uma eventual respiração.
Dar espaçamento de pelo menos 24 horas para usar novamente o mesmo sapato.
Não andar descalço em locais públicos, como piscinas e banheiros.
Não compartilhar toalhas.
Secar bem os pés entre os dedos após o banho.
Evitar traumas nas unhas.
Manter uma boa higiene diária dos pés.
Manter as unhas aparadas para evitar proliferação fúngica.
Evitar umidade constante nas unhas.
Na manicure e na pedicure, assegurar que sejam utilizados materiais devidamente esterilizados – de
preferência leve seu próprio material.
Não colorir as unhas para disfarçar, pois pode agravar o quadro ou interferir no tratamento.
Lavar as mãos adequadamente após fazer higiene e tratamento dos pés infectados para evitar
disseminação para áreas limpas (livres de patógenos).
Informar esses cuidados ao paciente auxilia no tratamento e evitar novas contaminações.
VIDEOAULA
A onicomicose se refere às alterações nas unhas causadas por fungos e se distingue em alguns tipos,
promovendo nas unhas características diferenciadas, como: quebradiças, amareladas, esbranquiçadas,
ásperas, grossas e até descoladas.
Conhecer sobre os tipos de onicomicose, fatores que estimulam o surgimento, bem como as diferenças e
como evitá-las, é muito importante para o pro�ssional podólogo. Mas, é necessário conhecer os tratamentos
utilizados no âmbito clinico.
Por isso, acompanhe o vídeo e descubra mais sobre o assunto!
 Saiba mais
Para ampliar seus conhecimentos sobre os temas, indico a leitura deste capítulo de Sgrol e França (2020),
que traz um estudo apontando o uso do ácido tricloroacético 90% (ATÉ 90%) como adjuvante químico
para avulsão de unhas com onicomicose, veri�cando riscos e benefícios ao paciente.
SGROI, M.; FRANÇA, E. O uso do ácido tricloroacético para avulsão química de unhas com onicomicose.
Relato de caso. Revista IBERO-AMERICANA DE PODOLOGIA, v. 2, n. 3, p. 270-283, 2020. Disponível em:
https://bit.ly/3AGRtcq. Acesso em: 17 dez. 2021.
Além disso, indico a leitura deste outro artigo cientí�co de Ribeiro et al. (2021), este aponta um estudo de
revisão bibliográ�ca que tem como objetivo identi�car na literatura como os óleos essenciais são
utilizados em onicomicose. RIBEIRO, T. B. et al. Uso dos óleos essenciais em onicomicose: revisão
integrativa. Estima–Brazilian Journal of Enterostomal Therapy, v. 19, 2021. Disponível em:
https://bit.ly/3g3hmtu. Acesso em: 17 dez. 2021.
Videoaula
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
https://www.iajp.com.br/index.php/IAJP/article/view/49/49
https://www.revistaestima.com.br/estima/article/view/1011/452
INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Nesta seção você �cará por dentro de um assunto de grande relevância para sua prática
pro�ssional. Ter compreensão sobre as onicocriptoses, conceito, características, tipos, como são adquiridas e
cuidados, é essencial para você, futuro pro�ssional podologista, que atuará no intuito de auxiliar de maneiras
diferentes seu paciente que está passando por um momento de tratamento de uma patologia ungueal e
necessita de toda atenção e todo cuidado.
Os movimentos de caminhada podem pressionar os tecidos moles contra a lâmina ungueal, contribuindo para
onicocriptose, esse é apenas um dos fatores que podem contribuir para o surgimento desta patologia ungueal,
o podólogo precisa estar atento se o paciente comete erros que contribuem para o surgimento desta
patologia.
Por isso, é importante que o pro�ssional saiba preparar um material contendo as principais patologias
ungueais e a forma de prevenção e o tratamento podológico.
Agora, mergulhe neste universo de conhecimentos. Vamos lá!
CONCEITO E ENTENDIMENTOS SOBRE A ONICOCRIPTOSE
Você já se perguntou porque em algumas situações quando alguém corta ou lixa as unhas de forma errada
isso pode acarretar em algum problema que pode sofrer agravamento? Nessas situações o que acontece é um
processo denominado de onicocriptose, ou popularmente conhecido como unha encravada. Agora, vamos
conhecer sobre a onicocriptose, suas causas e prevenções!
A onicocriptose, sinônimo de unha encravada, unha encarnada (unguis incarnatus) ou ingrowing nail, é uma
condição comum, dolorosa, recidivante, que ocorre principalmente nos hálux e tem etiologia multifatorial. É
mais comum em adolescentes e adultos (10 a 30 anos). É uma condição que afeta principalmente o sexo
masculino, em uma relação de 2 a 3:1. É uma das principais causas de incapacidade temporária para o
trabalho. Ocorre quando a placa ungueal traumatiza o tecido periungueal,causando dor, in�amação, infecção
e/ou granuloma piogênico (Figura 1).
Figura 1 | Onicocriptose com tecido de granulação
Aula 2
ONICOCRIPTOSE
Nesta aula você aprenderá o que são as onicocriptoses, quais as suas características e seus tipos,
como são adquiridas e  quais os cuidados que o pro�ssional podologista deve ter.
26 minutos
Fonte: Azulay, Azulay, Azulay-Abula�a (2017, p. 752).
Na forma mais frequente de unha encravada (hipertro�a da borda lateral), o encravamento deve-se à invasão
do tecido dérmico (bordas ungueais) pela placa ungueal. Isso ocorre como resultado principalmente do corte
errado da borda livre em formato de V. Uma “espícula lacerante” da margem lateral da placa em formato de
degrau é empurrada para a frente, com o crescimento contínuo da placa, dentro dos tecidos moles
periungueais, atuando como um corpo estranho e produzindo irritação e in�amação, com dor pela perfuração
do epitélio da borda lateral da unha. O sulco lateral pode ser preenchido lentamente por um tecido de
granulação (“carne esponjosa”) que se estende abaixo da placa e envolve parte do leito ungueal. Isso, junto
com o intumescimento lateral da borda, pode recobrir a placa ungueal e promover a infecção com pus.
Os principais fatores que determinam essa condição são: hereditariedade, constituição física, desproporção
entre a largura da placa ungueal e o leito, além de aumento da curvatura da placa. Fatores adicionais
agravantes podem ser o desvio medial do hálux, a�namento da placa, espessamento dos tecidos
periungueais, sudorese, corte convexo da unha, sapatos altos e de “bico �no”.
O fator mecânico é determinante para a onicocriptose, pois há uma pressão aumentada de diferentes
direções, direta ou indireta, entre a lâmina e as pregas ungueais. A lâmina, ou parte dela, adentra a prega
ungueal, desencadeando os sinais iniciais da lesão, como eritema, edema, calor e dor com compressão,
evoluindo, então, para dor espontânea e infecção, com a formação de um tecido de granulação provocada por
uma espícula ungueal como resposta do organismo à presença de um corpo estranho ou, ainda, por qualquer
forma de agressão no local, física, traumática, química (ácidos) ou biológica (microrganismos) (JUSTINO;
JUSTINO; BOMBONATO, 2011).
Desse modo, você, como pro�ssional de podologia, deve conhecer sobre como esta patologia tem início e que
pode sofrer agravamento caso não seja tratada.
COMPREENSÃO SOBRE CAUSAS DA ONICOCRIPTOSE
Obtendo o conhecimento e entendimento acerca de como ocorre a onicocriptose e seu conceito, vamos
aprofundar ainda mais o assunto e compreender melhor essa patologia ungueal.
Um dos primeiros sintomas da onicocriptose é uma pequena dor incômoda e persistente no canto da unha, e
a pele ao redor �ca avermelhada, inchada e com exsudato purulento (pus) (Figura 2). Esse é um quadro típico
de onicocriptose, popularmente conhecida como unha encravada, um dos casos mais clássicos da podologia,
representando uma das condições podológicas mais dolorosas e incapacitantes. Na maioria das vezes, é
solucionada de forma simples, porém, demanda um tempo prolongado em vista dos fatores que a
determinam.
Figura 2 | Onicocriptose com presença de exsudato purulento (pus)
Fonte: Frangie et a.l (2016, p. 164).
O fragmento de unha que adentra a pele é chamado de espícula ungueal e pode estar associado, ou não, à
presença de granuloma (Figura 3).
Figura 3 | Onicocriptose bilateral com granuloma na região lateral
Fonte: Justino et al. (2018, p. 92).
Granuloma se refere a uma lesão vegetante que decorre devido ao resultado da proliferação de vasos
sanguíneos em resposta à penetração de um corpo estranho naquela determinada região. Quando pensamos
na região dos pés, ela acontece na lâmina ungueal na maioria das vezes devido ao corte realizado de maneira
inadequada.
Os granulomas possuem várias com relação ao grau e intensidade, podendo se apresentar com aspectos e
tamanhos variados, como:
Granuloma teleangectásico: sem a presença de secreção purulenta.
Granuloma piogênico: se apresenta com contaminação bacteriana, e com isso há a presença de secreção
purulenta.
Granuloma �broso: neste caso as �bras colágenas se consolidaram, mas só ocorre quando o indivíduo �ca um
período muito longo sem tratamento.
A onicocriptose pode ocorrer, principalmente, devido ao corte incorreto da lâmina ungueal, ao uso de calçados
inadequados, à curvatura acentuada da lâmina (hipercurvatura transversa da unha) ou às deformidades
ortopédicas. Qualquer calçado que proporcione desconforto é considerado um calçado inadequado, e seu uso
contínuo permite que o pé se acostume a esse desconforto, desencadeando alguma patologia ungueal a curto
ou longo prazo.
De acordo com dados epidemiológicos sobre o tema, a patologia é mais comum em indivíduos diabéticos ou
que apresentem alguma alteração de circulação arterial. A patologia acomete, especialmente, o hálux (primeiro
dedo) e surge, provavelmente, após algum trauma na região, desencadeado pelo próprio processo de
deambulação e, como re�exo, as unhas encravam devido a não suportarem o peso do corpo e não são
capazes de sustentar a margem distal-lateral dos pés (GEIZHALS; LIPNER, 2019).
No corte das unhas (Figura 4), o indivíduo tenta arredondar os cantos e acaba por criar farpas ou espículas que
adentram o tecido quando o dedo do pé é comprimido, sendo assim, o leito distal das unhas tende a encolher,
impedindo seu crescimento. Quando se realiza a avaliação da onicocriptose, deve ser investigado sobre a
cronologia, a presença de traumas prévios, as atividades esportivas e os hobbies, a ocupação do paciente e o
tipo de calçados que ele utiliza (GEIZHALS; LIPNER, 2019).
Figura 4 | Representação de exemplos inadequados sobre o corte dos cantos das unhas dos pés
Fonte: adaptada de Heidelbaugh e Lee (2009, p. 303).
Além disso, é preciso saber avaliar adequadamente e com responsabilidade o paciente para então poder traçar
o tratamento que será proposto.
RELAÇÃO DOS TIPOS CLÍNICOS DE ONICOCRIPTOSE E OS CUIDADOS E
PREVENÇÃO
Você sabia que a curvatura não é o fator dominante para o aparecimento da onicocriptose? Vamos falar a
respeito do assunto!
O fator mais importante para a onicocriptose não é a curvatura, mas sim o corte inadequado dessa curvatura,
no qual as espículas laterais são deixadas por falta de acesso ao �nal da lâmina ou as unhas são cortadas
muito curtas e penetram nas pregas ungueais. Nas deformidades ortopédicas, os fatores complicadores são a
sobreposição e a rotação dos dedos, a presença de hálux valgo e as alterações na marcha (deambulação). A
presença da dor deve ser investigada com o indivíduo em repouso, em pé ou deambulando.
Diversas são as classi�cações de acordo com a etiologia, clínica e faixa etária. Segundo Baran et al. (2001), a
onicocriptose pode ser classi�cada em cinco tipos, de acordo com sua etiologia:
Onicocriptose subcutânea juvenil.
Unha em pinça.
Hipertro�a da borda lateral.
Hipertro�a da borda anterior.
Onicocriptose da infância.
Destas, a onicocriptose subcutânea juvenil é a mais incidente, e diferentes classi�cações clínicas são descritas.
Heifetz caracteriza os três estágios clínicos:
Estágio I ou leve – uma pressão nas unhas desencadeia edema, eritema e forte dor.
Estágio II ou moderado – se observa infecção, com região de ulceração ou secreção purulenta na prega das
unhas e comparecimento de tecido granular resultante de processo cicatricial.
Estágio III ou grave – se observa processo in�amatório crônico, com o aumento de tecido granular epitelizado
com acentuada hipertro�a nas pregas das unhas (GEIZHALS; LIPNER, 2019).
Onicocriptose da infância
É frequente no primeiro  dedo (hálux) e ocorre ao nascimento ou durante o primeiro ano de vida. Nos
lactentes, é comum a hipertro�a da dobra lateral que impede o crescimento livre da placa. Pode ocorrer desvio
congênito da placa ungueal do hálux sem alteração da estrutura óssea subjacente. A causa também pode ser
mecânica (corteerrado, sapatos inadequados ou forçar a criança a �car em pé antes do tempo). A
onicocriptose tem início pela penetração da porção lateral da placa nas dobras ungueais laterais e/ou anterior,
o que resulta em edema, eritema e dor no local. Pode evoluir para exsudação seguida de tecido de granulação,
com dor à compressão. O tratamento é conservador, separando-se a unha da dobra lateral com �ta elástica ou
mecha de algodão. O uso de antibióticos tópicos e orais quando a infecção se estender além das dobras
laterais das unhas é indicado. O tratamento cirúrgico em crianças menores de 2 anos pode levar a uma
onicodistro�a permanente e deve ser feito apenas quando métodos conservadores falharem.
Alterações ungueais comuns nos idosos
A placa ungueal modi�ca sua composição química, elevando o conteúdo de cálcio e diminuindo o de ferro. A
placa, apesar de �car mais espessa, torna-se frágil, quebradiça e com sulcos mais profundos. O uso de órteses
metálicas ou acrílicas torna-se uma boa opção conservadora para a onicocriptose de grau I com alívio da dor
em pouco tempo. Outra boa opção é o desbridamento periódico (abrasão mecânica) da lâmina ungueal com
um dermoabrasor.
A onicocriptose é um tipo de alteração ungueal bastante comum, e pode acarretar sérias complicações se não
for observada, acompanhada e tratada pelo podólogo dentro dos limites de atuação de sua pro�ssão. A
abordagem correta garantirá que o cliente desfrute dos cuidados necessários, melhorando sua qualidade de
vida.
VIDEOAULA
A onicocriptose, também conhecida como unha encravada, pode afetar tanto as unhas das mãos como as dos
pés. Nessa condição, a unha cresce para os lados do tecido vivo entorno da unha.
Conhecer sobre a onicocriptose, seus fatores desencadeantes, bem como evitá-las, é muito importante para o
pro�ssional podólogo. Mas, é necessário conhecer os tratamentos utilizados no âmbito clínico.
Por isso, acompanhe o vídeo e descubra mais sobre o assunto!
 Saiba mais
Para ampliar seus conhecimentos sobre os temas, indico a leitura deste capítulo Flor (2018), que traz um
estudo com objetivo de fazer uma revisão sistematizada dos conteúdos disponíveis na literatura atual,
descrevendo e comparando os métodos cirúrgicos disponíveis, inferindo sobre a sua relevância em
dermatologia.
FLOR, D. J.  N. Tratamento cirúrgico da onicocriptose. Tese de Doutorado. Universidade de Coimbra,
2018. Disponível em: https://bit.ly/3unPicH. Acesso em: 21 dez. 2021.
Além disso, indico a leitura deste outro artigo cienti�co de Ma (2021), este aponta um estudo com objetivo
de criar uma abordagem cirúrgica fácil e e�caz para resolver o problema das unhas encravadas.
MA, H. Seis etapas para padronizar a abordagem cirúrgica da onicocriptose. Anais Brasileiros de
Dermatologia (Portuguese), v. 96, n. 1, p. 47-50, 2021. Disponível em: https://bit.ly/3u8xjXi. Acesso em:
21 dez. 2021.
Videoaula
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
INTRODUÇÃO
Aula 3
DISTROFIAS UNGUEAIS
Nesta aula você aprenderá sobre as distro�as ungueais.
24 minutos
https://eg.uc.pt/bitstream/10316/82548/1/Duarte%20Flor%20-%20Tratamento%20Cir%c3%bargico%20da%20Onicocriptose.pdf
http://www.anaisdedermatologia.org.br/pt-seis-etapas-padronizar-abordagem-cirurgica-articulo-S2666275220303441
Olá, estudante! Nesta aula você �cará por dentro de um assunto de grande relevância para sua prática
pro�ssional. Obter conhecimento sobre as distro�as ungueais, o conceito de cada uma, as características, as
principais causas, como são adquiridas e os cuidados, é importante para você, futuro pro�ssional podologista
que auxiliará seus pacientes que estão buscando tratamento e necessitam de atenção e cuidado.
As distro�as ungueais são alterações desencadeadas nas unhas que transformam sua aparência, deixando-as
com aspectos distintos da normalidade, essas alterações podem ser tratadas, mas antes é necessário
identi�car as causas que as desencadeiam.
Por isso, é importante que o pro�ssional saiba preparar um material contendo as principais patologias
ungueais e a forma de prevenção e o tratamento podológico.
Agora, mergulhe neste universo de conhecimentos.
Vamos lá!
CONCEITO E ENTENDIMENTOS SOBRE AS DISTROFIAS UNGUEAIS
Você já se perguntou porque os indivíduos possuem unhas totalmente diferentes, com aspectos distintos? Em
algumas situações as unhas possuem alterações de cor, espessura, curvatura, consistência, porque
apresentam alguma disfunção patológica que tornou seu aspecto desta maneira. Por isso, vamos conhecer as
principais distro�as ungueais, suas causas e prevenções!
As unhas podem sofrer alterações de vários tipos, quanto à espessura, ao desenvolvimento, ao tamanho, à
consistência, à curvatura, à adesão ao leito ungueal, às modi�cações da superfície e à coloração. Essa grande
quantidade de alterações resulta em modi�cações clinicamente detectáveis das unhas que constituem a
semiologia ungueal.
As onicodistro�as ou distro�as ungueais recebem designações especí�cas que constituem sua diferenciação
perante a alteração desencadeada, dentre elas podemos citar as principais:
Leuconíquia
Também conhecida como pontos brancos, é uma descoloração esbranquiçada das unhas, geralmente causada
por pequenas lesões na matriz ungueal. Não é sintoma de de�ciência vitamínica ou mineral. É um mito que as
manchas resultam de de�ciência de cálcio ou zinco. Elas aparecem com frequência nas unhas, mas não
indicam doenças. À medida que a unha continua a crescer, os pontos brancos acabam desaparecendo (Figura
1).
Figura 1 | Leuconíquia
Fonte: Frangie et al. (2016, p. 158).
Melanoníquia 
Causa o escurecimento das unhas das mãos e dos pés. Pode ser vista como uma faixa preta na lâmina
ungueal, estendendo-se da base à borda livre. Em alguns casos, pode afetar a lâmina ungueal inteira. Uma
área localizada de aumento das células de pigmentação (melanócitos), geralmente na matriz, é responsável
por essa condição. Quando as células da matriz formam a lâmina ungueal, a melanina é depositada na matriz
pelos melanócitos. Essa é uma ocorrência bastante comum e considerada normal em pessoas morenas, mas
pode ser indicativo de doença em caucasianos (Figura 2).
Figura 2 | Melanoníquia
Fonte: Azulay; Azulay; Azulay-Abula�a (2017, p. 737).
Onicogrifose
Nesta podopatologia, a lâmina ungueal está espessada, alongada e encurvada, o que gerou a denominação de
“unha em garra”. A unha mais comprometida é a do hálux (Figura 3).
Figura 3 | (A) Unhas hipertró�cas com deformidade em garra, vista plantar. (B) Unhas hipertró�cas com deformidade em garra, vista dorsal
Fonte: Uva; Lopes; Filipe (2014, p. 531).
Onicólise
Ocorre a separação da lâmina ungueal do leito na metade distal, perde o aspecto translúcido e adquire
tonalidade amarelada (Figura 4).
Figura 4 | Onicólise
Fonte: Rivitti (2014, p. 211).
Cromoniquia
A síndrome das unhas verdes ou cromoniquia (Figura 5) promove a descoloração da unha, que assume um
aspecto preto-esverdeado da unha afetada pela onicólise (CHIRIAC et al., 2015). A onicólise se refere a um tipo
de deformidade ungueal que caracteriza o “descolamento da unha” como resultado de um trauma ou mesmo
pelo atrito nas unhas dos pés, que se tornam assimétricas (ORTEGA-SPRINGALL; ARROYO-ESCALANTE; ARENAS,
2015).
Figura 5 | Cromoniquia
Fonte: adaptada de Chiriac et al. (2015).
Coiloníquia
A coiloníquia é um tipo de distro�a ungueal na qual se observa uma unha côncava transversal ou longitudinal
com suas bordas elevadas, lembrando uma “colher” (Figura 6). A patogênese desse distúrbio é pouco
conhecida e vários mecanismos para sua explicação foram propostos, dentre eles, alterações nervosas e/ou
vasculares, doenças do sistema endócrino, traumas, idade e a presença de dermatoses primárias (WALKER et
al., 2016).
Figura 6 | Coiloníquia
Fonte: adaptada de Adhikari et al. (2018).
Dessa maneira, você, como pro�ssional de podologia, deve conhecer sobre como estas patologias ungueais
tem início e que interferem diretamentena qualidade de vida do paciente.
COMPREENSÃO SOBRE CAUSAS DAS DISTROFIAS UNGUEAIS
Obtendo o conhecimento e entendimento acerca de como ocorrem as distro�as ungueais e seus conceitos,
vamos aprofundar ainda mais o assunto e compreender melhor sobre cada uma dessas patologias ungueais.
Leuconíquia
Caracterizada pela presença de pontos ou estrias brancas. Pode ser: leuconiquia pontuada (manchas brancas
puntiformes), leuconíquia estriada (estriações brancas transversas, localizadas no terço proximal da unha) ou
leuconíquia total (toda a lâmina ungueal assume aspecto branco-porcelânico).
Melanoníquia
A melanoníquia caracteriza uma forma de deformação na lâmina ungueal devido ao aumento de melanina
oriunda da matriz ungueal. Alguns especialistas também atribuem o desenvolvimento da pigmentação como
um produto resultante de lesões provocadas pela onicomicose ou hematoma subungueal (BILEMJIAN et al.,
2009). Sua etiologia pode ser multifatorial, estando intimamente relacionada a causas �siológicas ou ligadas
ao desenvolvimento de neoplasias malignas. A melanoníquia pode ser classi�cada como melanoníquia
estriada (estrias acastanhadas longitudinais), melanoníquia parcial (pontos ou faixas acastanhadas com
disposição transversa ou longitudinal), ou melanoníquia total (toda a superfície da lâmina ungueal adquire
coloração marrom).
Onicogrifose
A onicogrifose compreende um tipo de distúrbio em que as unhas sofrem um espessamento, com textura
opaca devido a uma hiperqueratose ligada ao alongamento e curvatura da unha que apresenta, ainda, uma
coloração marrom-amarelada, lembrando um “chifre de carneiro”. No desenvolvimento dessa unha, a placa
ungueal cresce hipertro�ada voltada para cima e, posteriormente, sofre desvios no sentido dos outros dedos
(KO; LIPNER, 2018).
As duas causas mais comuns desse distúrbio podem ser o aumento na quantidade de queratina na unha ou
insu�ciência de matriz ungueal na dobra posterior, promovendo um efeito de achatamento na unha. Trata-se
de um distúrbio comum em idosos ou pessoas que vivem em situações negligenciadas.
Das causas, destaca-se a natureza congênita, na qual a onicogrifose congênita pode ser herdada como uma
característica autossômica dominante e pode afetar as mãos e os pés com início no primeiro ano de vida (KO;
LIPNER, 2018).
A onicogrifose adquirida pode ser observada com maior frequência em pessoas que vivem em situações
negligenciáveis, em situação de vulnerabilidade social ou em casos como a demência senil. Também pode
surgir frente às respostas às alterações na circulação periférica do sangue que acompanha o desenvolvimento
de varizes, dermatite, estase e úlceras das pernas, podendo, ainda, estar ligada à evolução de outras doenças,
como psoríase, sí�lis, varíola, ictiose, pên�go e hiperuricemia (KO; LIPNER, 2018).
Onicólise
Se caracteriza pelo deslocamento do corpo da unha do seu vale e da matriz ventral, provocando o surgimento
da unha quebradiça, em muitos casos �na e involuta por cortes inadequados.
Cromoniquia
A contaminação pela bactéria Pseudomonas aeroginosa está associada ao desenvolvimento dessa patologia.
Segundo especialistas, este microrganismo secreta pigmentos de coloração azul-esverdeado denominados
pioverdina e piocianina, que são caracterizadores dessa doença.
O desenvolvimento dessa enfermidade está associado à utilização de água, sabão, detergentes ou, ainda, da
exposição do indivíduo a ambientes úmidos (CHIRIAC et al., 2015).
Coiloníquia
A principal hipótese explica que essa distro�a tem início quando o �uxo sanguíneo para o dedo é baixo ou por
algum fator interrompido que a desenvolve. Outras alterações sistêmicas podem contribuir para a formação
da coiloníquia, dentre eles a onicomicose, anemia ou a presença de doenças in�amatórias na pele (WALKER et
al., 2016).
Além disso, é preciso saber avaliar adequadamente e com responsabilidade o paciente para então poder traçar
o tratamento que será proposto.
ORIENTAÇÃO SOBRE OS CUIDADOS E A PREVENÇÃO COM RELAÇÃO ÀS
DISTROFIAS UNGUEAIS
Você sabia que a onicocriptose é uma patologia ungueal que possui vários fatores causais? Vamos falar um
pouco mais a respeito desse assunto, e depois conheceremos como o podologista pode auxiliar seu paciente
nesta patologia e nas demais distro�as ungueais.
Na onicocriptose, o desenvolvimento de lesões traumáticas nas unhas – como microtraumas causados pela
utilização de calçados inadequados, cirurgia na unha ou anomalias nos pés e também o estabelecimento de
queimaduras que contribuem com o desenvolvimento do processo cicatricial – também pode resultar em
onicogrifose (KO; LIPNER, 2018).
Segundo Ko e Lipner (2018), o diagnóstico dessa anomalia se baseia na sua aparência, visto que a unha, devido
ao desenvolvimento de uma hiperqueratose macroscópica, pode se assemelhar a uma “ostra” ou “chifre de
carneiro” com a presença de estrias longitudinais e transversais.
Nos estágios de desenvolvimento, histologicamente, é possível observar um arranjo de queratinócitos
desordenados no interior da unha hipercromática, o que pode ser confundido clinicamente com uma
onicomicose, podendo as duas estarem presentes no mesmo indivíduo. Existe também a hemionicogrifose,
que ocorre após o nascimento ou primeira infância, em que a placa ungueal cresce lateralmente (KO; LIPNER,
2018).
As principais complicações associadas à onicogrifose incluem o desenvolvimento de onicomicose secundária,
paroníquia, onicocriptose e falta de capacidade para cortar a unha, pois ela apresenta a placa ungueal
hipertro�ada. Dependendo do quadro clínico do paciente e considerando a presença de outras doenças, a
onicogrifose poder ser controlada de maneira conservadora ou cirúrgica de modo a minimizar os efeitos
adversos (KO; LIPNER, 2018).
Cuidados e prevenções
O pro�ssional podologista precisa estar ciente que seus pacientes, pois na maioria das vezes não tem o
conhecimento necessário acerca da origem e do desenvolvimento, e também agravamento de sua condição
patologia ungueal, por isso, ele precisa explicar de maneira clara e objetiva, para que o paciente tenha em
mente que o tratamento é extremamente importante, mas os cuidados posteriormente também são.
Para prevenir o surgimento de algumas distro�as ungueais é preciso em primeiro lugar veri�car o calçado do
paciente, se este está muito largo, apertado ou até que não seja adequado ao formato e anatomia dos pés, por
isso, deve se orientar o paciente sobre o melhor calçado a se utilizar, para que os pés �quem confortáveis e as
unhas não sofram alterações.
Outro ponto muito importante se dá em relação à saúde e higiene, os pés devem ser limpos e enxugados de
maneira adequada, além disso, as unhas devem ser cortadas de maneira adequada para que não ocorra
nenhuma alteração nas bordas das unhas e o tecido não sofra lesões.
Portanto, o pro�ssional precisa ensinar seu paciente como cortar de forma correta as unhas e como manter a
higiene dos pés, ainda é importante que no caso de pacientes idosos ou crianças, que a família seja levada à
clínica de podologia para que o pro�ssional passe as devidas informações. Lembrando que em idosos, devido
à mobilidade estar comprometida �ca mais difícil de conseguirem sozinhos fazer o corte da unha e manter os
cuidados, então a família deve auxiliar neste momento.
Além disso, com o tratamento proposto é importante deixar claro ao paciente que ele deve retornar à clínica
no período proposto para que o andamento do tratamento aconteça de maneira correta, e assim o resultado
�nal seja o mais satisfatório possível para ambas as partes (paciente e pro�ssional).
VIDEOAULA
As unhas têm importância como órgãos funcionais e estéticos. As alterações patológicas das unhas são
multiformes, podendo ser congênitas/hereditárias ou adquiridas. Conhecer sobre as distro�as ungueais, seus
fatores desencadeantes, bem como evitá-las, é muito importante para o pro�ssional podólogo. Mas, é
necessário conhecer os tratamentos utilizados no âmbitoclínico.
Por isso, acompanhe o vídeo e descubra mais sobre o assunto!
 Saiba mais
Para ampliar seus conhecimentos sobre os temas, indico a leitura deste capítulo de Andrade e Messias
(2015), que traz uma breve discussão acerca da distro�a ungueal ocupacional, abordando etiologias,
tratamento e prevenção.
ANDRADE, P. J. S. de; MESSIAS, S. dos S. N. D. Distro�as ungueais no ambiente de trabalho: uma breve
abordagem. Rev. Bras. Med. Trab., 2015. Disponível em: https://bit.ly/3rS3h7m. Acesso em: 21 dez. 2021.
Além disso, indico a leitura deste outro artigo publicado no site da Sociedade Brasileira de Dermatologia
Regional de São Paulo. Mancha escura na unha tem nome: melanoníquia. Disponível em:
https://bit.ly/3s1FEJI. Acesso em: 21 dez. 2021.
Videoaula
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Nesta aula você �cará por dentro de um conteúdo que agregará muito conhecimento para sua
prática pro�ssional. Obter conhecimento sobre a psoríase ungueal, conceito, características, principais causas,
como são adquiridas e cuidados, o que é importante para você, futuro pro�ssional podologista que atenderá
seu paciente e lhe proporcionará tratamentos especí�cos para a patologia que o acomete.
Aula 4
PSORÍASE UNGUEAL
Nesta aula você aprenderá sobre psoríase ungueal.
25 minutos
https://cdn.publisher.gn1.link/rbmt.org.br/pdf/v13n1a04.pdf
https://www.sbd-sp.org.br/geral/mancha-escura-na-unha-tem-nome-melanoniquia/
A psoríase pode produzir um impacto negativo signi�cativo na qualidade de vida do paciente. Os pacientes
mostram-se envergonhados, deprimidos ou frustrados acerca da aparência de sua pele e de sua unha e em
algumas situações por deformidades da articulação.
Por isso, é importante que o pro�ssional saiba preparar um material contendo as principais patologias
ungueais e a forma de prevenção e o tratamento podológico.
Agora, mergulhe neste universo de conhecimentos.
Vamos lá!
CONCEITO E ENTENDIMENTOS SOBRE PSORÍASE UNGUEAL
Você já notou que algumas pessoas possuem uma descamação incessante da pele, e que esta pode se
estender por todo o corpo do indivíduo? Algumas pessoas sofrem de uma doença denominada psoríase, e
essa pode não só atingir a pele, mas também as articulações e a unha. Vamos conhecer sobre essa patologia e
suas causas!
A psoríase é uma doença in�amatória crônica comum que pode causar prejuízos à qualidade de vida. Os
médicos lidam há muito tempo com essa antiga doença. Embora grande parte da literatura médica anterior a
Willan (1757-1812) englobasse psoríase, hanseníase, eczema e outras dermatoses in�amatórias em uma
grande e ambígua categoria, Celsus fez uma descrição convincente de psoríase vulgar há quase dois mil anos.
Essa descrição incluiu muitas das características morfológicas que os médicos utilizam atualmente para o
diagnóstico de psoríase, incluindo as placas “rubras” ou cor de salmão com descamação prateada (Figura 1),
com frequências associadas a pontos hemorrágicos ou “erosões” quando removidas.
Figura 1 | Psoríase no couro cabeludo
Fonte: Soutor e Hordinsky. (2014, p. 78).
A psoríase atinge todos os grupos socioeconômicos, e sua prevalência varia em função da localização
geográ�ca. Historicamente, a doença é mais comum nas latitudes ao norte. A taxa de doença psoriática é
menor entre os afrodescendentes quando comparados aos euro-americanos.
De causa desconhecida, sabe-se que exibe base hereditária, possivelmente multifatorial, o que signi�ca dizer
que é de herança poligênica e requer fatores ambientais para sua expressão.
Apesar dos inúmeros pontos controversos na patogênese, a participação do in�ltrado in�amatório de células T
e de células dendríticas já está bem delineada. Há predomínio da resposta Th1 e recentemente foi constatada
a participação das células Th17 na patogênese da doença. A derme e a membrana sinovial contêm grande
número de linfócitos T CD4 ativados que secretam interferon gama (IFN-γ), fator de necrose tumoral alfa (TNF-
α), fator transformador de crescimento alfa (TGF-α) e interleucina-8 (IL-8). Acredita-se que o TNF-α seja uma das
principais citocinas implicadas na patogênese da doença. O TGF-α promove a angiogênese e estimula a
proliferação de queratinócitos e sinoviócitos, ambos aumentados na psoríase. Outros eventos imunológicos
são depósitos de imunoglobulinas e frações do complemento na epiderme comprometida e a existência de
anticorpos contra a camada córnea. Alguns estudos constataram alteração do nível de AMP cíclico e, como
consequência, desequilíbrio na relação GMPc/AMPc, que são reguladores do crescimento e da diferenciação
celulares. Há também participação de proteases, importantes reguladoras da proliferação celular, com
capacidade de produzir mediadores in�amatórios, via cascata do complemento, que podem estar aumentadas
na psoríase.
Fatores ambientais e estados da doença que interagem com padrões de herança poligênicos provavelmente
são responsáveis pela variedade na expressão da doença psoriática. Entre esses fatores estão faringite
estreptocócica (psoríase gutata), eventos estressantes da vida, baixa umidade, vírus da imunode�ciência
humana (HIV), traumatismo, medicamentos, frio e obesidade. Dietas ricas em óleo de peixe parecem ter efeito
protetor contra o desenvolvimento da psoríase.
Existem subtipos diferentes de psoríase, dentre eles temos: psoríase vulgar em placa, psoríase invertida,
psoríase gutata, psoríase pustulosa, psoríase eritrodérmica, unhas psoriática (psoríase ungueal – Figura 2),
psoríase artropática.
Figura 2 | Psoríase ungueal com onicólise de todas as unhas
Fonte: Azulay; Azulay; Azulay-Abula�a (2017, p. 172).
Ademais, você, como pro�ssional de podologia, deve conhecer sobre como esta patologia tem início e que
interfere diretamente na qualidade de vida do paciente.
COMPREENSÃO SOBRE CAUSAS DA PSORÍASE UNGUEAL
Você está gostando de saber mais sobre a psoríase, e o quanto ela pode interferir a qualidade de vida do
paciente? Eu espero que sim! Vamos aprofundar ainda mais sobre o assunto e compreender melhor sobre a
psoríase.
O ciclo evolutivo das células epidérmicas é mais rápido na psoríase do que no tegumento normal, o que
originaria, decorrente à imaturidade delas, intensa produção de escamas (paraceratose). Se discute até o
presente momento, não somente o tempo que a célula psoriásica levaria para migrar, a partir da camada basal
até a parte superior da camada de Malpighi, como a velocidade de mitose das células germinativas.
Alguns estudos corroboraram elevados níveis de ácido araquidônico, metabolizado pela enzima ciclo-
oxigenase e principalmente pela enzima lipo-oxigenase, cujos produtos são os leucotrienos e o ácido
eicosatetraenoico, potentes fatores quimiotáticos para leucócitos. De maneira indireta, se comprova essa
teoria pela gravidade das lesões de psoríase quando os pacientes fazem uso de indometacina: existiria
bloqueio na síntese de prostaglandinas por inibição preferencial da enzima ciclo-oxigenase 1 (COX-1) e
consequente atividade da lipo-oxigenase aumentada.
Fatores ambientais são principais na instalação ou no agravamento da patologia. Destacamos o clima frio
(quanto maior a latitude, maior a incidência de psoríase, provavelmente pela menor radiação solar), o trauma
e  os microtraumatismos cutâneos, articulares ou periarticulares, tanto físicos, químicos, elétricos ou
cirúrgicos; infecções causadas por vírus ou bactérias, como HIV, dengue, estreptococcias e outros; alterações
metabólicas e endócrinas como diabetes, tireoidopatias e hipocalcemia; o estresse emocional representado
pelas perdas ou modi�cações nas relações interpessoais; o fumo e o álcool, os fatores psicogênicos, alguns
fármacos como lítio, cloroquina, betabloqueadores seletivos ou não, aminoquinoleínas, inibidores da enzima
conversora de angiotensina e análogos dos receptores tipo II da angiotensina, antilipidêmicos (�bratos), anti-
in�amatórios COX-1 preferenciais ou seletivos, com menor potencialos inibidores da COX-2; interferon α e γ e,
por conseguinte, imiquimode, que induz a produção de IFN-α. Há raros casos descritos por estatinas,
terbina�na e, mais recentemente, como complicação da terapia biológica com inibidores do TNF-α (mais de
150 casos). Além desse paradoxo, é interessante nesses casos, saber que mesmo após afastar o agente
biológico desencadeante, a psoríase pode continuar ativa e ser controlada, posteriormente, com outro anti-
TNF-α.
As unhas estão comprometidas em 35 a 50% dos pacientes com psoríase e em até 83% daqueles com doença
articular; as lesões podem ocorrer por dano na matriz ou por comprometimento do leito ungueal. Psoríase
afetando a matriz ungueal provoca depressões cupuliformes ou puntiformes (pittings ungueais) (Figura 3) ou
unha em dedal, leuconiquia (manchas brancas na lâmina ungueal) ou “esfarelamento” da unha.
Figura 3 | Psoríase Pitting ungueal
Fonte: Azula; Azulay; Azulay-Abula�a (2017, p. 171).
Quando o acometimento é do leito, há onicólise, onicorrexe, ceratose subungueal, hemorragia em estilha e a
mancha de óleo/salmão (Figura 4); o comprometimento pode ser de uma, mais de uma ou todas as unhas e,
raramente, é a única manifestação da doença.
Figura 4 | Psoríase Pitting ungueal
Fonte: Azulay; Azulay; Azulay-Abula�a (2017, p. 171).
Essa patologia ungueal caracterizada por ser, em alguns casos, a localização exclusiva da psoríase; seu valor
semiológico é grande, considerando sua associação (80 a 90%) à artrite psoriásica.
ORIENTAÇÃO COM RELAÇÃO À PSORÍASE UNGUEAL
Vamos falar um pouco mais a respeito da psoríase ungueal, e depois conheceremos como o podologista pode
auxiliar seu paciente nesta patologia.
As unhas são frequentemente afetadas na psoríase. O aspecto mais comum é a existência de depressões
gotadas, cupuliformes (unhas em dedal). Essas depressões, com alargamento das bordas da unha, são muito
sugestivas de psoríase. Estriações transversais, onicorrexe, hiperqueratose subungueal são outras alterações
das unhas psoriásicas.
Cabe acentuar que a psoríase ungueal pode preceder o aparecimento das lesões cutâneas e ser, durante anos,
a única manifestação da afecção.
Para a�rmar a diagnose de psoríase ungueal, é necessário sempre excluir a onicomicose pelo exame
micológico. Cabe, ainda, registrar a possibilidade de a infecção fúngica estar associada à psoríase,
considerando que a unha lesada é mais facilmente contaminada por dermató�tos.
Dos diferentes tipos de psoríase, pode ser destacada a psoríase inversa, a qual acomete regiões de �exões em
nosso corpo, como a região inguinal, axilar e genital – raramente afetam os pés. A forma clínica mais comum
dessa doença que afeta especi�camente os pés é a psoríase interdigital, também chamada de alba ou branca
(LEIBOVICI et al., 2015).
A psoríase alba, observada na Figura 5, é caracterizada pelo desenvolvimento de uma placa bem delimitada,
com aspecto “macerado” e coloração branca semelhante, estendendo-se para região plantar a partir do espaço
interdigital dos pés e sendo constantemente confundida com uma infecção fúngica (LEIBOVICI et al., 2015). As
manchas brancas apresentam uma superfície �rme e, ao mesmo tempo �exível, com aspecto coriáceo entre
ou abaixo das bases dos dedos (MOMMERS et al., 2004).
Figura 5 | Desenvolvimento da psoríase alba
Fonte: Leibovici et al. (2015).
As lesões podem surgir em todos os espaços entre os dedos em ambos os pés, não provocam dor e pouca ou
nenhuma coceira, somente se as �ssuras na região plantar forem muito profundas. Mesmo sendo incomum a
presença de fungos neste tipo de psoríase, ela pode se desenvolver secundariamente (MOMMERS et al., 2004).
A identi�cação da psoríase é eminentemente clínica em face do tipo e da distribuição das lesões. Algumas
formas de eczema podem apresentar aspecto psoriasiforme. A pitiríase rósea de Gibert pode, em regra, ser
excluída pelos dois tipos de lesões e pela evolução para a cura em oito semanas.
A curetagem metódica geralmente permite diferenciar a psoríase em gotas da pitiríase liquenoide, em que a
descamação não é estrati�cada. A psoríase eritrodérmica deve ser distinguida das eritrodermias encontradas
em atópicos, nas erupções medicamentosas e nos linfomas (micose fungoide e síndrome de Sézary). A
histopatologia pode ser necessária para a diagnose.
Deve-se esclarecer ao paciente no tratamento que se trata de uma doença cutânea, não contagiosa, sem
comprometimento sistêmico e de evolução imprevisível. Excepcionalmente, há comprometimento articular.
Apesar da falta de um medicamento para a cura de�nitiva, deve-se ressaltar que os recursos terapêuticos
possibilitam o controle da afecção.
O tratamento dependerá do tipo da psoríase, da extensão do quadro e de fatores como idade, ocupação,
condições gerais de saúde, nível intelectual e socioeconômico do doente. Há mais de cem anos, são
conhecidos os benefícios do ultravioleta da radiação solar na psoríase. A exposição ao sol, sempre que
possível, particularmente em praias, deve ser recomendada. Uma das estações climáticas mais conhecidas
para psoríase é a do Mar Morto, com a hidratação e a predominância do ultravioleta A na radiação solar.
VIDEOAULA
Os cursos de podologia estão aprofundando o estudo da psoríase nos últimos anos com o intuito de preparar
os pro�ssionais para um melhor atendimento ao paciente. A velocidade de conhecimento é enorme e
rapidamente novos medicamentos são incorporados ao controle da psoríase. Conhecer sobre a psoríase
ungueal, seus fatores desencadeantes, bem como evitá-los, é importante. Mas, é necessário saber como
realizar a anamnese nesses casos.
Por isso, acompanhe o vídeo e descubra mais sobre o assunto!
 Saiba mais
Para ampliar seus conhecimentos sobre os temas, indico a leitura deste capítulo de Oliveira et al. (2020),
com o objetivo de descrever resumidamente a �siopatologia da psoríase, sem querer esgotar o assunto,
descrever os sinais clínicos característicos da manifestação da psoríase ungueal e os métodos de
diagnóstico.
OLIVEIRA, G. S. et al. Psoríase ungueal: da Identi�cação a abordagem pro�ssional. Revista Ibero-
Americana De Podologia, v. 2, n. 1, p. 158-158, 2020. Disponível em: https://bit.ly/33ShGsx. Acesso em:
21 dez. 2021.
Além disso, indico a leitura desta dissertação de mestrado de Peruzzo (2015), que aponta um estudo com
objetivo de avaliar a e�cácia do LCP na psoríase ungueal e o impacto do tratamento na qualidade de vida.
PERUZZO, J. E�cácia do laser de corante pulsado na psoríase ungueal. Clinical and biomedical research.
Porto Alegre, 2015. Disponível em: https://bit.ly/3IG0pRU. Acesso em: 21 dez. 2021.
Videoaula: Título do Bloco
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
Aula 1
AZULAY, D.R. Dermatologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
BARAN, R.; HANEKE, E. Diagnóstico diferencial da unha. São Paulo: LMP, 2009. BEGA, A. Tratado de
podologia. 2. ed. rev. e amp. São Paulo: Yendis, 2014.
BEGA, A.; LAROSA, P. R. R. Podologia: bases clínicas e anatômicas. São Paulo: Martinari, 2010.
MADIGAN, M. T. et al. Microbiologia de brock. 14. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.
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Aula 2
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Aula 3
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Aula 4
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INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Nesta aula você �cará por dentro de um assunto de grande relevância para sua prática
pro�ssional. Ter compreensão sobre os calos e as calosidades, seu conceito, suas características, como são
adquiridos e os cuidados, é essencial para você, futuro pro�ssional que deseja atuar nesta área da podologia
que vem crescendo e se mostrando promissora, pois traz consigo aspectos importantes relacionados ao
cuidado ao paciente com patologias tegumentares.
Os calos e as calosidades são considerados hiperqueratoses adquiridas, mais ou menos circunscritas, que em
geral ocorrem em áreas de pressão ou fricção das mãos e dos pés. Sendo esta uma das patologias mais
comuns entre a população mundial, que requer cuidados em relação ao paciente, e que deve seguir as
orientações do pro�ssional.
Vamos conhecer muito mais sobre esse conteúdo tão enriquecedor, venha comigo!
TECIDO TEGUMENTAR E A RELAÇÃO ENTRE CALOS E CALOSIDADES
Algumasvezes pensamos, como os calos surgem em nossos pés e mãos, de que forma esse tecido cutâneo
sofre espessamento a ponto de apresentar tanta elevação? Vamos agora falar sobre os calos e as calosidades
e entender mais sobre essa patologia tegumentar que a�ige tantas pessoas no mundo todo.
Algumas regiões dos pés engrossam por diversos motivos, acarretando em atrito com meias mais �nas ou
desencadeando uma sensação desagradável ao toque. Nesses locais, a pele �ca amarelada, espessa e
ressecada, essas são as alterações mais comuns encontradas pelos pro�ssionais de podologia e, certamente,
algo que você já tenha observado também durante sua vida. Basta lembrar-se da “famosa lixa” utilizada nos
pés para reduzir essa camada de pele mais grossa e amarelada, tanto na região plantar quanto no calcanhar.
Para de�nir esses espessamentos de pele nos pés, utilizam-se os termos calos e calosidades.
Embora assemelhem-se muito, as calosidades são diferentes dos calos, e ambos são considerados um tipo de
alteração de pele, além de possuírem características e causas especí�cas. Portanto, antes de entender como
se trata, é importante que você relembre a estrutura cutânea básica e como ocorrem essas alterações na pele
a �m de proporcionar a melhor assistência ao paciente.
A pele, também denominada de cútis, é o maior órgão do corpo. Composta por diferentes células e estruturas
que trabalham harmonicamente entre si, atua como um manto de revestimento do corpo indispensável à vida
por isolar os componentes orgânicos do meio externo. Exerce diversas funções devido à sua estrutura
complexa de tecidos interrelacionados: manutenção da sua própria integridade e da integridade do organismo;
Aula 1
CALOS E CALOSIDADES
Nesta aula, você aprenderá os calos e as calosidades, seus conceitos, suas características, como
são adquiridos e os seus cuidados.
24 minutos
proteção contra agressões e agentes externos; termorregulação; absorção e secreção de líquidos; proteção à
radiação ultravioleta; metabolismo da vitamina D; e funções sensoriais, estéticas e de identi�cação individual
(SOUTOR; HORDINSKY, 2015).
A pele é subdividida em duas regiões principais: a epiderme (proteção) e a derme (sustentação). Logo abaixo
dessas camadas, temos o tecido subcutâneo, também chamado de hipoderme, ou tela subcutânea,
desempenhando as funções de termorregulação, proteção contra impactos, entre outras.
A epiderme é a barreira protetora contra o meio externo. Apresenta-se como um sistema não vascularizado em
constante renovação, constituído por quatro ou cinco estratos, ou camadas, distintos conforme região: córneo,
lúcido (apenas mãos e pés), granuloso, espinhoso e basal. Suas principais células são os queratinócitos, que
se diferenciam conforme migram de uma camada para outra durante seu processo de maturação até a sua
morte (RIVITTI, 2014).
A derme é um tecido conectivo denso que garante a sustentação da pele. É composta por células, �bras, matriz
extracelular, vasos e nervos, e apresenta duas camadas: derme papilar, próxima à epiderme, e derme reticular,
correspondente à maior porção, com densos feixes de �bras colágenas e elásticas.
Por �m, logo abaixo da pele e composto exclusivamente por tecido adiposo, temos o tecido subcutâneo, ou
hipoderme, que é o mais profundo.
Retomando o conhecimento de tecido tegumentar, �ca mais claro para que você, como pro�ssional de
podologia, tenha entendimento sobre como os calos e as calosidades aparecem e de que maneira podem ser
retirados e cuidados.
ORIGEM DOS CALOS E DAS CALOSIDADES
Depois de retomado o conhecimento sobre a estrutura do sistema tegumentar e como este tem relação com
os calos e com as calosidades, vamos nos aprofundar no assunto compreendendo a formação dos calos e das
calosidades.
Como você pode perceber, a camada mais externa da pele que está em contato direto com o meio externo e
que podemos visualizar e tocar é a camada córnea. Nessa camada ocorre o espessamento, como você pode
visualizar na Figura 1.
Figura 1 | Pele delgada e pele espessa
Fonte: Martini, Timmons, Tallitsch (2009, p. 127).
Com a função de aumentar a resistência a um possível trauma, seja por redução da massa muscular local, por
incidência anormal da origem de um osso que se desajustou da estrutura ou, ainda, por obesidade, as
pressões sobre as estruturas dos pés causam a formação excessiva de queratina sobre a superfície da pele,
comumente, nas regiões plantares, nas cordas laterais ou mediais dos dedos, nas bordas dos hálux e,
raramente, no dorso dos pés.
Essas pequenas pressões, quando mantidas por muito tempo sobre a mesma área, somadas à falta de
lubri�cação/hidratação da pele, provocam o endurecimento da camada externa aparente, caracterizando a
formação de espessamentos e até de �ssuras na pele. Logo, representam uma porta aberta para a entrada de
bactérias, entre outras classes de microrganismos oportunistas, nos tecidos profundos do pé, predispondo a
lesões maiores e mais graves.
A essas alterações de pele decorrentes dos espessamentos ou do aumento de queratina na camada córnea,
endurecidas e amareladas, dá-se o nome técnico de queratose. Assim, temos a formação das patologias mais
comuns em podologia: calos e calosidades.
Os calos são de�nidos como queratoses que recobrem um ponto especí�co de pressão, sem suprimento
sanguíneo no local, com a morte celular da camada córnea, que se acumula na intenção de proteger a região
pressionada. Quando a pressão é exercida sob uma região mais ampla, há formação de hiperqueratose
denominada calosidade. Os calos apresentam duas partes: o núcleo, conhecido como heloma, e o tecido
queratósico, chamado de tiloma. Também podem ser classi�cados como:
Calo duro (heloma): apresenta hiperqueratose com presença de núcleo, formato cônico, geralmente, sem
atingir a derme. No entanto, se atingir a derme, é chamado de heloma vascular ou neurovascular.
Geralmente, localizam-se na região plantar (calcanhar e metatarsiana).
Calo mole (heloma ou tiloma interdigital): surge nos interdígitos (entre os dedos) devido à umidade
própria do local, à espessura da pele e ao atrito da pressão interdigital, além de possuir uma consistência
menos rígida.
Calo dorsal: localizado na região dorsal das articulações interfalangianas, principalmente, em dedos de
martelo.
Calo miliar: na abóboda plantar, são pontos de queratina endurecida.
Calo subungueal e periungueal: embaixo das lâminas e do sulco ungueal.
Calo Millet: no dorso dos pés.
Ao contrário dos calos, nas calosidades não há núcleos devido à distribuição uniforme sobre toda a área
abrangida. Dependendo de seu grau de espessamento, essas áreas de calosidade podem ser dolorosas e
originarem lesões, como �ssuras ou rachaduras com sangramento, além de outras lesões secundárias.
As áreas de calosidade, também conhecidas como tiloma, podem ser extensas, medindo de 1 a 5 cm de
espessamento na camada córnea da pele, com consistência dura e desidratada, originadas como uma defesa
a atritos externos causados, principalmente, pelo uso de calçados inadequados, por problemas ortopédicos,
por vícios de postura, por obesidade ou, ainda, de natureza congênita.
PREVENÇÃO E CUIDADOS NOS CALOS E CALOSIDADES
Como é possível perceber, calos (Figura 2a) e calosidade (Figura 2b) são as alterações de pele mais comuns e
mais tratadas pelos podólogos, e sua abordagem correta garantirá que o cliente desfrute dos cuidados
necessários, evitando maiores incômodos e dores ao caminhar.
Figura 2 | (A) Calos
Fonte: adaptada de Reddy et al. (2018).
(B) Calosidade
Fonte: Azulay (2017, p. 698).
A hiperqueratose local acontece, principalmente, na região plantar, mas também há casos de acometimento
na região palmar. Porém o tratamento oferecido e abordado pela podologia deverá ser somente nos pés, área
que, realmente, nos dedicamos a estudar.
Os calos podem causar muita algia (dor) ao paciente, principalmente, quando este é submetido a estresses na
região. Portanto, uma das ferramentaspara a melhora deste problema são as orientações quanto à mudança
de hábitos.
Outro fator que in�uencia a produção dessas placas hiperceratóticas de coloração amarelada é o desajuste
postural. Este desajuste pode ser motivado por inúmeros problemas, como o tipo de pisada, as patologias
ósseas congênitas, como cifose ou lordose, entre outros. Existem casos em que os pacientes apresentam
processo in�amatório na região, causado, justamente, pelo atrito na região. Por este motivo, o pro�ssional
deve sempre deve �car atento aos sinais clínicos demonstrados pelo paciente.
O tratamento dessa patologia se dá por meio de algumas etapas, na primeira investiga-se junto ao paciente o
que pode estar acarretando na formação dos calos ou calosidades, explicando ao mesmo que se mantida as
condutas anteriores que estão acarretando na patologia, o resultado do tratamento não surtirá o efeito
esperado e que sempre a disfunção tegumentar aparecerá e afetará a saúde. Por isso, para que o tratamento
tenha os efeitos desejados é necessário que o paciente siga com as orientações e com os cuidados
recomendados pelo pro�ssional.
Após orientações ao paciente, o pro�ssional deve seguir com a podopro�laxia, em que você deverá realizar um
desbridamento da região, mediante lixamento ou bisturi, sendo que alguns pro�ssionais utilizam os
instrumentos como brocas de cerâmica para o desbaste. É muito importante ressaltar que o desbaste deve ser
realizado de forma gradativa, isto é, pouco a pouco, pois se realizado de uma única só vez, pode colocar o
paciente em risco de lesão, principalmente pacientes portadores de diabetes e alterações circulatórias
importantes em membros inferiores, a �m de evitar danos e/ou lesões, colocando o paciente em situação de
risco.
Mesmo que o paciente que procura tratamento para calos e calosidades não tenha nenhuma comorbidade, é
preciso que o desbaste seja realizado de forma gradativa, pois pode haver uma ação rebote por parte do
organismo, em que uma quantidade muita grande de queratina foi retirada e ele entende que sofreu uma
agressão e por isso acaba produzindo muito mais, aumentando a patologia posteriormente.
Outro fator que deve ser observado no tratamento é a avaliação biomecânica, esta deve ser feita, pois se existe
calosidades por exemplo, o paciente está deambulando errado, ou seja, existe nesse caso uma descarga de
peso/pressão em um ponto inadequado que está gerando essa pele espessa como forma de defesa e
adaptação à pisada.
Para isso, o ideal nesta patologia é que seja feito também o alívio da pressão na região, que deverá ser
realizado por meio de órtese plantar sob medida. Para a identi�cação da distribuição da pressão nos pés,
podem ser utilizados alguns equipamentos, como o plantígrafo e o baropodômetro.
VIDEOAULA
As calosidades são consideradas hiperqueratoses adquiridas, mais ou menos circunscritas, aparecem
geralmente em áreas de pressão ou fricção das mãos e dos pés. Em suas manifestações clínicas apresenta
placa de queratose amarelada, pouco elevada, dura, inelástica, de limites imprecisos, variando de 1 a 5 cm em
tamanho, pouco sensível. Diferentemente dos calos, não apresenta uma porção central homogênea. Os
tratamentos são essenciais para melhora do quadro do paciente.
Para isso, acompanhe o vídeo!
Videoaula
 Saiba mais
Para ampliar seus conhecimentos sobre os temas, indico a leitura do capítulo Podopatias Diversas do
livro de Bega e Larosa (2010), que traz de forma detalhada várias podopatologias, e dessas, explica sobre
os calos e os tratamentos.
BEGA, A.; LAROSA, P. R. R. Podologia: bases clínicas e anatômicas. São Paulo: Martinari, 2010. Disponível
em: https://bit.ly/3Gn42uI. Acesso em: 30 dez. 2021.
Além disso, indico a leitura de outro livro, no qual no capítulo 41 Reações a agentes mecânicos, calor e
frio, do autor Rivitti (2014), que apresenta uma explicação sobre as calosidades, suas manifestações
clínicas e os tratamentos.
RIVITTI, E. A. Manual de dermatologia clínica de Sampaio e Rivitti. Porto Alegre: Artes Médicas, 2014.
Disponível em: https://bit.ly/3IP2afN. Acesso em: 30 dez. 2021.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
INTRODUÇÃO
Olá, estudante! Nesta aula você �cará por dentro de um assunto de grande relevância para sua prática
pro�ssional. Ter compreensão sobre o conceito de micose plantar também conhecida como dermato�toses,
os principais agentes causadores da micose plantar, quais devem ser as prevenções e os cuidados que se deve
ter no caso do aparecimento desta podopatologia tegumentar.
É essencial para você, futuro pro�ssional que deseja atuar nesta área da Podologia conhecer sobre esse
assunto para poder atuar de maneira a auxiliar seu paciente, de modo a cuidar e orientar no tratamento da
patologia.
Vamos conhecer muito mais sobre esse conteúdo tão enriquecedor, venha comigo!
MICOSE PLANTAR
Você já ouviu falar em pé de atleta ou frieira? Se sim, já pensou como ela surge e porque atrapalha tanto a
qualidade de vida da pessoa? Vamos agora falar sobre essa micose plantar e entender mais a respeito.
Aula 2
MICOSE PLANTAR
Nesta aula, você aprenderá quais são os principais agentes causadores da micose plantar, quais
devem ser as prevenções e os cuidados que se deve ter no caso do aparecimento desta
podopatologia tegumentar.
25 minutos
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/159263/pdf/0?code=RY3Wn9NK+DchAx4BSdcs1me+G4+jjhDNErD0aiZ3GzGbX1BkMpYRp1pG3fh4tKQmvIOzg0wix+GGSip6hbkJEQ==
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788536702360/pageid/428
Conceito de micose plantar
A micose plantar também é denominada de dermato�tose, embora o termo dermato�tose não corresponda à
classi�cação taxonômica, �cou consagrado para designar doenças causadas por um grupo de fungos que,
geralmente, em vida parasitária, vivem à custa da queratina da pele, dos pelos e das unhas. Agrupam-se sob
essa denominação fungos dos gêneros Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton, cujas características
morfológicas, �siológicas e antigênicas os relacionam entre si. Como sinonímia, há tinea ou tinha.
Epidemiologia
Atualmente, são descritas mais de 40 espécies de dermató�tos. Destas, 30 são patogênicas para o homem.
Têm distribuição universal, mas com certas peculiaridades (T. soudanense, na África; T. concentricum, na Ásia,
na América Central e no Brasil); essas variações de frequência dependem de migrações. A prevalência é maior
nas zonas tropical e subtropical, em regiões de clima quente e úmido. A mesma espécie pode produzir
quadros clínicos bem diferentes e, inclusive, com seletividade de grupos etários; assim, o T. tonsurans pode
produzir tinea do couro cabeludo na infância e dermato�tose corporis no adulto. As onicomicoses são típicas
dos idosos devido ao crescimento lenti�cado das unhas. O T. rubrum é, de longe, o agente etiológico mais
frequente. Portadores assintomáticos existem e tornam complexa, pelo menos parcialmente, a interpretação
dos dados epidemiológicos.
Formas clínicas
Dermato�tose dos pés (tinea pedis)
Três formas são descritas: a aguda, eczematoide, representada por vesículas em geral plantares e digitais, é
causada pelo T. mentagrophytes var. mentagrophytes e manifesta-se com vesículas, sendo bastante
pruriginosa; a forma intertriginosa é causada pelo T. mentagrophytes var. interdigitale (ver item Pé de atleta,
adiante), de localização nas pregas interpododáctilas (predominantemente), caracterizada por �ssuras e
maceração; e a forma crônica, caracterizada por lesões descamativas pouco pruriginosas, acometendo
praticamente toda a região plantar. É peculiar e rara a apresentação em “mocassim e/ou em luva”; não
necessariamente simétrica e causada pelo T. rubrum. A tinea pedis pelo T. rubrum pode acometer crianças
mais frequentemente do que se suspeita. Geralmente se apresenta sob a forma intertriginosa e tem como
diagnóstico diferencial eczema atópico, eczema de contato e psoríase plantar (Figura 1).
Figura 1 | Dermato�tose

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