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Imprimir INTRODUÇÃO Olá, estudante! Nesta aula você �cará por dentro de um assunto de grande relevância para sua prática pro�ssional. Ter compreensão sobre as onicomicoses, conceito, características, tipos, como são adquiridas e cuidados, é essencial para você, futuro pro�ssional que deseja atuar nesta área da Podopatologia que vem crescendo e se mostrando promissora, pois traz consigo aspectos importantes relacionados ao cuidado ao paciente com patologias ungueais. Conhecer as principais alterações ungueais e onicopatias que causam danos na matriz e no corpo da unha, bordas, vale da unha e leito ungueal se faz necessário quando se busca tratar um paciente que apresenta estas alterações, além disso, saber explicar para o paciente sua condição e formas de cuidados é imprescindível e faz toda a diferença no cuidado. Bons estudos! CONCEITO E ENTENDIMENTOS SOBRE A ONICOMICOSE Você já parou para pensar que as unhas também podem sofrer com patologias? E que essas são advindas de fungos? As unhas, como qualquer outra parte do corpo, podem sofrer danos causados por fungos, e se não tratados de forma adequada e em tempo hábil podem culminar em agravamentos de saúde local. Vamos conhecer agora sobre a onicomicose, suas causas e prevenções! A unha é uma das menores estruturas do corpo, tão vulnerável às doenças quanto a pele, agindo como uma janela aberta capaz de apresentar características de doenças locais e sistêmicas, podendo tanto sofrer de patologias locais quanto ser afetada por outras doenças do corpo. Logo, as doenças ungueais são indícios importantes que denotam grande preocupação, levando muitas pessoas às clínicas de podologia. Modi�cações no formato, na estrutura ou aparência das unhas podem ser indícios de que algo não vai bem, indicando desde a existência de um processo patológico, envolvendo funções metabólicas do corpo, até doenças locais nas próprias unhas. É importante que você saiba que a unha é uma placa �na composta por camadas de células mortas do estrato córneo que contém um tipo de queratina dura, uma proteína que lhe confere dureza. Localizada nas extremidades distais dos dedos, tanto das mãos quanto dos pés, sua principal função é proteger essas extremidades, auxiliar a manipulação e a preensão de objetos, o caminhar e a posição ereta do corpo em pé. Para entender melhor as patologias ungueais, é importante que você relembre as estruturas da lâmina ungueal, ilustradas na Figura 1. Figura 1 | Estrutura da unha – Esta imagem ilustra as características mais proeminentes de uma unha típica vista (a) da superfície, (b) em secção transversal e (c) em secção longitudinal Aula 1 ONICOMICOSE Nesta aula aprenderá o conceito, características e tipos de onicomicoses existentes. 27 minutos Fonte: Martini, Timmons e Tallitsch (2009, p. 137). A onicomicose é considerada uma das patologias mais comuns nas unhas, sendo esta uma infecção de origem fúngica causada por dermató�tos, leveduras ou fungos �lamentosos não dermató�tos, que dani�cam a integridade da placa ungueal, podendo interferir no caminhar, no equilíbrio, na prática de exercícios físicos ou, até mesmo, na escolha do tipo de calçado. A infecção é uma resposta protetora do organismo com o intuito de livrá-lo de agentes infecciosos (fungos, vírus, bactérias, protozoários e parasitas). Assim, a infecção é o crescimento de microrganismos não habituais presentes dentro do hospedeiro, neste caso, o organismo, que refugia o patógeno. Esse patógeno vive sobre ou dentro do hospedeiro, causando uma doença, um dano ou uma lesão tecidual, dani�cando, assim, suas funções. No caso da patologia (doença) onicomicose, os microrganismos a serem combatidos pelas células de defesa são os patógenos, conhecidos como fungos. A patogênese (ou patogenia) é o processo pelo qual os agentes patogênicos agridem o organismo, fazendo com que os sistemas naturais se defendam, desencadeando lesões e disfunções nas células e nos tecidos agredidos, o que determina a doença. Na Figura 2, observe o processo de patogênese que pode ocorrer após a exposição da unha a um microrganismo patogênico como os fungos, resultando em doenças como a onicomicose. Figura 2 | Patogênese microbiana Fonte: Madigan et al. (2016, p. 714). Por esse motivo, você, como pro�ssional de podologia, tem a responsabilidade de avaliar os fatores de risco de uma infecção fúngica do seu paciente, evitando contaminação biológica e/ou agravantes de seus quadros patológicos, e disseminação dos fungos para outros pacientes. COMPREENSÃO SOBRE CAUSAS DA ONICOMICOSE Tendo o conhecimento sobre da estrutura da unha e o processo de infecção da onicomicose, é possível compreender como ocorre essa patologia, seus microrganismos causadores e seus tipos. Existem fatores que facilitam a infecção por fungos, como: as alterações vasculares, causadas pela pressão de calçados apertados que provocam isquemia, di�cultando a nutrição dos tecidos e a defesa pelo sistema imunológico; a glicação dos tecidos e os processos isquêmicos do diabetes; o uso de fármacos imunossupressores; a deterioração das células germinativas do corpo da unha pela idade; o uso frequente de produtos de limpeza que alteram a microbiota e agridem os tecidos epiteliais; o uso de instrumentos e calçados contaminados; o banho descalço em ambientes contaminados, como piscinas e banheiros públicos; a falta de higiene adequada, entre outros. Os pés também são ambientes propícios para a proliferação dos fungos, pois lhes fornecem alimento em abundância, como a queratina presente nas lâminas ungueais e na pele, somada ao calor, à umidade e à falta de luminosidade por longos períodos, quando o pé permanece em calçados fechados. Mesmo com a lâmina completamente acometida, os fungos não destroem a matriz ungueal, que continua reproduzindo-se e fornecendo sua fonte alimentar. Você sabe o que são fungos? E quais são os fungos causadores das onicomicoses? Vamos conhecê-los agora! Os fungos fazem parte do reino Fungi e são seres que se nutrem das mais diversas fontes, pois não são capazes de sintetizar seu próprio alimento. As onicomicoses podem ser determinadas por três espécies: fungos dermató�tos, leveduras e fungos não dermató�tos. Os dermató�tos são fungos �lamentosos que formam hifas organizadas em micélios. Alimentam-se da proteína humana queratina e infectam os tecidos super�ciais constituídos por células mortas e queratinizadas, como as da pele, dos pelos (incluindo cabelo) e das unhas, mas não afetam os tecidos vivos. Podem ser transmitidos entre humanos ou por objetos intermediários, como toalhas e piscinas, são exemplos desses fungos: Trichophyton rubrum; Trichophyton mentagrophytes; Trichophyton soudanense; Trichophyton violaceum; Trichophyton tonsurans; Microporum canis; Microporum gypseum; Epidermphyton �ocossun. As leveduras são fungos unicelulares caracterizados pela presença de parede celular rígida. Algumas, geralmente, fazem parte da microbiota da pele sem manifestar qualquer processo patológico. Entretanto, as alterações no mecanismo de imunidade de um indivíduo podem proporcionar condições para um super crescimento de sua população, invasão e lesão dos tecidos vivos, desencadeando, assim, um processo patológico. São exemplos desses fungos: Candida Albicans; Candida parapsilosis. Os fungos não dermató�tos são espécies consideradas anemó�las, ou seja, microrganismos encontrados, frequentemente, no ar atmosférico e que podem causar danos, como a deterioração de materiais, processos alérgicos, intoxicação e infecções. Esses danos passaram a ser reconhecidos nos testes de quadros de hipersensibilidade do trato respiratório, bem como de onicomicoses, capazes de degradar a queratina da unha. Sua incidência varia de acordo com o clima e a localização geográ�ca, com prevalência em locais quentes e úmidos. São exemplos desses fungos: Scopulariopsis brevicaulis; Scydalidium sp.; Acremonium sp.; Fusarium sp.; Aspergillus sp. Os fungos podem invadir a lâmina unguealpor diversas portas de entrada, como pela queratina do eponíquio, pelo hiponíquio distal e do vale da unha, pela superfície da unha, pelas bordas laterais ou por debaixo da unha, estendendo-se pelo vale da unha até o corpo ungueal. Portanto, observamos que os fungos, caso não tratados adequadamente podem evoluir e prejudicar de forma mais grave a estrutura ungueal. RELAÇÃO DOS TIPOS CLÍNICOS DE ONICOMICOSE E OS CUIDADOS E PREVENÇÃO Vamos conhecer os tipos clínicos mais frequentes de onicomicose e os cuidados que podem ser tomados para evitar essa patologia ungueal. Considerando as modalidades de in�ltração ungueal por fungos dermató�tos, distinguem-se três tipos clínicos de onicomicose: Onicomicose subungueal distal: mais frequente, a invasão dos fungos ocorre pelo hiponíquio, parasitando a queratina do leito ungueal. Inicia-se, na maioria das vezes, pela margem livre da unha e tende a se estender em sentido proximal, atingindo a lâmina inteira (Figura 3). É possível veri�car hiperqueratose no leito ungueal devido à reação in�amatória do leito de invasão fúngica e ao descolamento do leito hiperqueratósico (onicólise). Figura 3 | Onicomicose subungueal distal Fonte: Soutor and Hordinsky (2015, p. 100). Onicomicose branca super�cial: em 90% dos casos, associa-se à Tinea pedis interdigital (pé de atleta ou frieira), manifestando-se na parte super�cial da unha, formando pequenas lascas de coloração branca opaca com superfície irregular e enfraquecida (Figura 4). Figura 4 | Onicomicose branca super�cial Fonte: Soutor and Hordinsky (2015, p. 101). Onicomicose subungueal proximal: os fungos atingem a matriz da unha a partir da dobra ungueal proximal até a porção mais profunda. A lâmina apresenta coloração esbranquiçada na região da lúnula (Figura 5), e o patógeno causador é, quase sempre, o Trichophyton rubrum. Figura 5 | Onicomicose subungueal proximal Fonte: Neto, Cucé e Reis (2015, p. 223). In�ltrações ungueais por leveduras (candida) são mais raras e devem ser investigadas em caso de dé�cit imunológico, como em portadores de HIV, ou de candidíase mucocutânea crônica, em que seu tratamento, raramente, proporciona cura ou melhora das manifestações clínicas. In�ltrações ungueais por fungos não dermató�tos são associadas à in�amação periungueal, em que as unhas são afetadas como na onicomicose subungueal proximal ou subungueal distal, respondendo mal à terapia sistêmica, necessitando remoção química ou cirúrgica. Em especial, quando causadas pelos fungos Scopulariopsis brecaulis, Fusarium sp. e Acremonium sp., respondem melhor ao tratamento tópico e sistêmico. Como pode ser feito o diagnóstico e prevenção para onicomicose? Vamos acompanhar agora! O diagnóstico da onicomicose não deve se restringir apenas à impressão clínica, deve-se repetir exames micológicos periodicamente. Assim, quando constatada por meio de exame clínico e laboratorial, deve-se iniciar o tratamento imediatamente, que pode ser local ou sistêmico, no qual são administrados antifúngicos de maneira tópica ou via oral. Mesmo fazendo o tratamento correto, o indivíduo pode ter o quadro de onicomicose novamente, isso porque alguns fungos oferecem grande resistência ao tratamento e mesmo que haja a cura clínica, não se pode garantir a cura micológica. As recomendações para evitar a onicomicose são as seguintes: Usar meias de algodão e trocá-las diariamente – nunca usar a meia mais de um dia seguido. Tirar os sapatos durante o dia para uma eventual respiração. Dar espaçamento de pelo menos 24 horas para usar novamente o mesmo sapato. Não andar descalço em locais públicos, como piscinas e banheiros. Não compartilhar toalhas. Secar bem os pés entre os dedos após o banho. Evitar traumas nas unhas. Manter uma boa higiene diária dos pés. Manter as unhas aparadas para evitar proliferação fúngica. Evitar umidade constante nas unhas. Na manicure e na pedicure, assegurar que sejam utilizados materiais devidamente esterilizados – de preferência leve seu próprio material. Não colorir as unhas para disfarçar, pois pode agravar o quadro ou interferir no tratamento. Lavar as mãos adequadamente após fazer higiene e tratamento dos pés infectados para evitar disseminação para áreas limpas (livres de patógenos). Informar esses cuidados ao paciente auxilia no tratamento e evitar novas contaminações. VIDEOAULA A onicomicose se refere às alterações nas unhas causadas por fungos e se distingue em alguns tipos, promovendo nas unhas características diferenciadas, como: quebradiças, amareladas, esbranquiçadas, ásperas, grossas e até descoladas. Conhecer sobre os tipos de onicomicose, fatores que estimulam o surgimento, bem como as diferenças e como evitá-las, é muito importante para o pro�ssional podólogo. Mas, é necessário conhecer os tratamentos utilizados no âmbito clinico. Por isso, acompanhe o vídeo e descubra mais sobre o assunto! Saiba mais Para ampliar seus conhecimentos sobre os temas, indico a leitura deste capítulo de Sgrol e França (2020), que traz um estudo apontando o uso do ácido tricloroacético 90% (ATÉ 90%) como adjuvante químico para avulsão de unhas com onicomicose, veri�cando riscos e benefícios ao paciente. SGROI, M.; FRANÇA, E. O uso do ácido tricloroacético para avulsão química de unhas com onicomicose. Relato de caso. Revista IBERO-AMERICANA DE PODOLOGIA, v. 2, n. 3, p. 270-283, 2020. Disponível em: https://bit.ly/3AGRtcq. Acesso em: 17 dez. 2021. Além disso, indico a leitura deste outro artigo cientí�co de Ribeiro et al. (2021), este aponta um estudo de revisão bibliográ�ca que tem como objetivo identi�car na literatura como os óleos essenciais são utilizados em onicomicose. RIBEIRO, T. B. et al. Uso dos óleos essenciais em onicomicose: revisão integrativa. Estima–Brazilian Journal of Enterostomal Therapy, v. 19, 2021. Disponível em: https://bit.ly/3g3hmtu. Acesso em: 17 dez. 2021. Videoaula Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. https://www.iajp.com.br/index.php/IAJP/article/view/49/49 https://www.revistaestima.com.br/estima/article/view/1011/452 INTRODUÇÃO Olá, estudante! Nesta seção você �cará por dentro de um assunto de grande relevância para sua prática pro�ssional. Ter compreensão sobre as onicocriptoses, conceito, características, tipos, como são adquiridas e cuidados, é essencial para você, futuro pro�ssional podologista, que atuará no intuito de auxiliar de maneiras diferentes seu paciente que está passando por um momento de tratamento de uma patologia ungueal e necessita de toda atenção e todo cuidado. Os movimentos de caminhada podem pressionar os tecidos moles contra a lâmina ungueal, contribuindo para onicocriptose, esse é apenas um dos fatores que podem contribuir para o surgimento desta patologia ungueal, o podólogo precisa estar atento se o paciente comete erros que contribuem para o surgimento desta patologia. Por isso, é importante que o pro�ssional saiba preparar um material contendo as principais patologias ungueais e a forma de prevenção e o tratamento podológico. Agora, mergulhe neste universo de conhecimentos. Vamos lá! CONCEITO E ENTENDIMENTOS SOBRE A ONICOCRIPTOSE Você já se perguntou porque em algumas situações quando alguém corta ou lixa as unhas de forma errada isso pode acarretar em algum problema que pode sofrer agravamento? Nessas situações o que acontece é um processo denominado de onicocriptose, ou popularmente conhecido como unha encravada. Agora, vamos conhecer sobre a onicocriptose, suas causas e prevenções! A onicocriptose, sinônimo de unha encravada, unha encarnada (unguis incarnatus) ou ingrowing nail, é uma condição comum, dolorosa, recidivante, que ocorre principalmente nos hálux e tem etiologia multifatorial. É mais comum em adolescentes e adultos (10 a 30 anos). É uma condição que afeta principalmente o sexo masculino, em uma relação de 2 a 3:1. É uma das principais causas de incapacidade temporária para o trabalho. Ocorre quando a placa ungueal traumatiza o tecido periungueal,causando dor, in�amação, infecção e/ou granuloma piogênico (Figura 1). Figura 1 | Onicocriptose com tecido de granulação Aula 2 ONICOCRIPTOSE Nesta aula você aprenderá o que são as onicocriptoses, quais as suas características e seus tipos, como são adquiridas e quais os cuidados que o pro�ssional podologista deve ter. 26 minutos Fonte: Azulay, Azulay, Azulay-Abula�a (2017, p. 752). Na forma mais frequente de unha encravada (hipertro�a da borda lateral), o encravamento deve-se à invasão do tecido dérmico (bordas ungueais) pela placa ungueal. Isso ocorre como resultado principalmente do corte errado da borda livre em formato de V. Uma “espícula lacerante” da margem lateral da placa em formato de degrau é empurrada para a frente, com o crescimento contínuo da placa, dentro dos tecidos moles periungueais, atuando como um corpo estranho e produzindo irritação e in�amação, com dor pela perfuração do epitélio da borda lateral da unha. O sulco lateral pode ser preenchido lentamente por um tecido de granulação (“carne esponjosa”) que se estende abaixo da placa e envolve parte do leito ungueal. Isso, junto com o intumescimento lateral da borda, pode recobrir a placa ungueal e promover a infecção com pus. Os principais fatores que determinam essa condição são: hereditariedade, constituição física, desproporção entre a largura da placa ungueal e o leito, além de aumento da curvatura da placa. Fatores adicionais agravantes podem ser o desvio medial do hálux, a�namento da placa, espessamento dos tecidos periungueais, sudorese, corte convexo da unha, sapatos altos e de “bico �no”. O fator mecânico é determinante para a onicocriptose, pois há uma pressão aumentada de diferentes direções, direta ou indireta, entre a lâmina e as pregas ungueais. A lâmina, ou parte dela, adentra a prega ungueal, desencadeando os sinais iniciais da lesão, como eritema, edema, calor e dor com compressão, evoluindo, então, para dor espontânea e infecção, com a formação de um tecido de granulação provocada por uma espícula ungueal como resposta do organismo à presença de um corpo estranho ou, ainda, por qualquer forma de agressão no local, física, traumática, química (ácidos) ou biológica (microrganismos) (JUSTINO; JUSTINO; BOMBONATO, 2011). Desse modo, você, como pro�ssional de podologia, deve conhecer sobre como esta patologia tem início e que pode sofrer agravamento caso não seja tratada. COMPREENSÃO SOBRE CAUSAS DA ONICOCRIPTOSE Obtendo o conhecimento e entendimento acerca de como ocorre a onicocriptose e seu conceito, vamos aprofundar ainda mais o assunto e compreender melhor essa patologia ungueal. Um dos primeiros sintomas da onicocriptose é uma pequena dor incômoda e persistente no canto da unha, e a pele ao redor �ca avermelhada, inchada e com exsudato purulento (pus) (Figura 2). Esse é um quadro típico de onicocriptose, popularmente conhecida como unha encravada, um dos casos mais clássicos da podologia, representando uma das condições podológicas mais dolorosas e incapacitantes. Na maioria das vezes, é solucionada de forma simples, porém, demanda um tempo prolongado em vista dos fatores que a determinam. Figura 2 | Onicocriptose com presença de exsudato purulento (pus) Fonte: Frangie et a.l (2016, p. 164). O fragmento de unha que adentra a pele é chamado de espícula ungueal e pode estar associado, ou não, à presença de granuloma (Figura 3). Figura 3 | Onicocriptose bilateral com granuloma na região lateral Fonte: Justino et al. (2018, p. 92). Granuloma se refere a uma lesão vegetante que decorre devido ao resultado da proliferação de vasos sanguíneos em resposta à penetração de um corpo estranho naquela determinada região. Quando pensamos na região dos pés, ela acontece na lâmina ungueal na maioria das vezes devido ao corte realizado de maneira inadequada. Os granulomas possuem várias com relação ao grau e intensidade, podendo se apresentar com aspectos e tamanhos variados, como: Granuloma teleangectásico: sem a presença de secreção purulenta. Granuloma piogênico: se apresenta com contaminação bacteriana, e com isso há a presença de secreção purulenta. Granuloma �broso: neste caso as �bras colágenas se consolidaram, mas só ocorre quando o indivíduo �ca um período muito longo sem tratamento. A onicocriptose pode ocorrer, principalmente, devido ao corte incorreto da lâmina ungueal, ao uso de calçados inadequados, à curvatura acentuada da lâmina (hipercurvatura transversa da unha) ou às deformidades ortopédicas. Qualquer calçado que proporcione desconforto é considerado um calçado inadequado, e seu uso contínuo permite que o pé se acostume a esse desconforto, desencadeando alguma patologia ungueal a curto ou longo prazo. De acordo com dados epidemiológicos sobre o tema, a patologia é mais comum em indivíduos diabéticos ou que apresentem alguma alteração de circulação arterial. A patologia acomete, especialmente, o hálux (primeiro dedo) e surge, provavelmente, após algum trauma na região, desencadeado pelo próprio processo de deambulação e, como re�exo, as unhas encravam devido a não suportarem o peso do corpo e não são capazes de sustentar a margem distal-lateral dos pés (GEIZHALS; LIPNER, 2019). No corte das unhas (Figura 4), o indivíduo tenta arredondar os cantos e acaba por criar farpas ou espículas que adentram o tecido quando o dedo do pé é comprimido, sendo assim, o leito distal das unhas tende a encolher, impedindo seu crescimento. Quando se realiza a avaliação da onicocriptose, deve ser investigado sobre a cronologia, a presença de traumas prévios, as atividades esportivas e os hobbies, a ocupação do paciente e o tipo de calçados que ele utiliza (GEIZHALS; LIPNER, 2019). Figura 4 | Representação de exemplos inadequados sobre o corte dos cantos das unhas dos pés Fonte: adaptada de Heidelbaugh e Lee (2009, p. 303). Além disso, é preciso saber avaliar adequadamente e com responsabilidade o paciente para então poder traçar o tratamento que será proposto. RELAÇÃO DOS TIPOS CLÍNICOS DE ONICOCRIPTOSE E OS CUIDADOS E PREVENÇÃO Você sabia que a curvatura não é o fator dominante para o aparecimento da onicocriptose? Vamos falar a respeito do assunto! O fator mais importante para a onicocriptose não é a curvatura, mas sim o corte inadequado dessa curvatura, no qual as espículas laterais são deixadas por falta de acesso ao �nal da lâmina ou as unhas são cortadas muito curtas e penetram nas pregas ungueais. Nas deformidades ortopédicas, os fatores complicadores são a sobreposição e a rotação dos dedos, a presença de hálux valgo e as alterações na marcha (deambulação). A presença da dor deve ser investigada com o indivíduo em repouso, em pé ou deambulando. Diversas são as classi�cações de acordo com a etiologia, clínica e faixa etária. Segundo Baran et al. (2001), a onicocriptose pode ser classi�cada em cinco tipos, de acordo com sua etiologia: Onicocriptose subcutânea juvenil. Unha em pinça. Hipertro�a da borda lateral. Hipertro�a da borda anterior. Onicocriptose da infância. Destas, a onicocriptose subcutânea juvenil é a mais incidente, e diferentes classi�cações clínicas são descritas. Heifetz caracteriza os três estágios clínicos: Estágio I ou leve – uma pressão nas unhas desencadeia edema, eritema e forte dor. Estágio II ou moderado – se observa infecção, com região de ulceração ou secreção purulenta na prega das unhas e comparecimento de tecido granular resultante de processo cicatricial. Estágio III ou grave – se observa processo in�amatório crônico, com o aumento de tecido granular epitelizado com acentuada hipertro�a nas pregas das unhas (GEIZHALS; LIPNER, 2019). Onicocriptose da infância É frequente no primeiro dedo (hálux) e ocorre ao nascimento ou durante o primeiro ano de vida. Nos lactentes, é comum a hipertro�a da dobra lateral que impede o crescimento livre da placa. Pode ocorrer desvio congênito da placa ungueal do hálux sem alteração da estrutura óssea subjacente. A causa também pode ser mecânica (corteerrado, sapatos inadequados ou forçar a criança a �car em pé antes do tempo). A onicocriptose tem início pela penetração da porção lateral da placa nas dobras ungueais laterais e/ou anterior, o que resulta em edema, eritema e dor no local. Pode evoluir para exsudação seguida de tecido de granulação, com dor à compressão. O tratamento é conservador, separando-se a unha da dobra lateral com �ta elástica ou mecha de algodão. O uso de antibióticos tópicos e orais quando a infecção se estender além das dobras laterais das unhas é indicado. O tratamento cirúrgico em crianças menores de 2 anos pode levar a uma onicodistro�a permanente e deve ser feito apenas quando métodos conservadores falharem. Alterações ungueais comuns nos idosos A placa ungueal modi�ca sua composição química, elevando o conteúdo de cálcio e diminuindo o de ferro. A placa, apesar de �car mais espessa, torna-se frágil, quebradiça e com sulcos mais profundos. O uso de órteses metálicas ou acrílicas torna-se uma boa opção conservadora para a onicocriptose de grau I com alívio da dor em pouco tempo. Outra boa opção é o desbridamento periódico (abrasão mecânica) da lâmina ungueal com um dermoabrasor. A onicocriptose é um tipo de alteração ungueal bastante comum, e pode acarretar sérias complicações se não for observada, acompanhada e tratada pelo podólogo dentro dos limites de atuação de sua pro�ssão. A abordagem correta garantirá que o cliente desfrute dos cuidados necessários, melhorando sua qualidade de vida. VIDEOAULA A onicocriptose, também conhecida como unha encravada, pode afetar tanto as unhas das mãos como as dos pés. Nessa condição, a unha cresce para os lados do tecido vivo entorno da unha. Conhecer sobre a onicocriptose, seus fatores desencadeantes, bem como evitá-las, é muito importante para o pro�ssional podólogo. Mas, é necessário conhecer os tratamentos utilizados no âmbito clínico. Por isso, acompanhe o vídeo e descubra mais sobre o assunto! Saiba mais Para ampliar seus conhecimentos sobre os temas, indico a leitura deste capítulo Flor (2018), que traz um estudo com objetivo de fazer uma revisão sistematizada dos conteúdos disponíveis na literatura atual, descrevendo e comparando os métodos cirúrgicos disponíveis, inferindo sobre a sua relevância em dermatologia. FLOR, D. J. N. Tratamento cirúrgico da onicocriptose. Tese de Doutorado. Universidade de Coimbra, 2018. Disponível em: https://bit.ly/3unPicH. Acesso em: 21 dez. 2021. Além disso, indico a leitura deste outro artigo cienti�co de Ma (2021), este aponta um estudo com objetivo de criar uma abordagem cirúrgica fácil e e�caz para resolver o problema das unhas encravadas. MA, H. Seis etapas para padronizar a abordagem cirúrgica da onicocriptose. Anais Brasileiros de Dermatologia (Portuguese), v. 96, n. 1, p. 47-50, 2021. Disponível em: https://bit.ly/3u8xjXi. Acesso em: 21 dez. 2021. Videoaula Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. INTRODUÇÃO Aula 3 DISTROFIAS UNGUEAIS Nesta aula você aprenderá sobre as distro�as ungueais. 24 minutos https://eg.uc.pt/bitstream/10316/82548/1/Duarte%20Flor%20-%20Tratamento%20Cir%c3%bargico%20da%20Onicocriptose.pdf http://www.anaisdedermatologia.org.br/pt-seis-etapas-padronizar-abordagem-cirurgica-articulo-S2666275220303441 Olá, estudante! Nesta aula você �cará por dentro de um assunto de grande relevância para sua prática pro�ssional. Obter conhecimento sobre as distro�as ungueais, o conceito de cada uma, as características, as principais causas, como são adquiridas e os cuidados, é importante para você, futuro pro�ssional podologista que auxiliará seus pacientes que estão buscando tratamento e necessitam de atenção e cuidado. As distro�as ungueais são alterações desencadeadas nas unhas que transformam sua aparência, deixando-as com aspectos distintos da normalidade, essas alterações podem ser tratadas, mas antes é necessário identi�car as causas que as desencadeiam. Por isso, é importante que o pro�ssional saiba preparar um material contendo as principais patologias ungueais e a forma de prevenção e o tratamento podológico. Agora, mergulhe neste universo de conhecimentos. Vamos lá! CONCEITO E ENTENDIMENTOS SOBRE AS DISTROFIAS UNGUEAIS Você já se perguntou porque os indivíduos possuem unhas totalmente diferentes, com aspectos distintos? Em algumas situações as unhas possuem alterações de cor, espessura, curvatura, consistência, porque apresentam alguma disfunção patológica que tornou seu aspecto desta maneira. Por isso, vamos conhecer as principais distro�as ungueais, suas causas e prevenções! As unhas podem sofrer alterações de vários tipos, quanto à espessura, ao desenvolvimento, ao tamanho, à consistência, à curvatura, à adesão ao leito ungueal, às modi�cações da superfície e à coloração. Essa grande quantidade de alterações resulta em modi�cações clinicamente detectáveis das unhas que constituem a semiologia ungueal. As onicodistro�as ou distro�as ungueais recebem designações especí�cas que constituem sua diferenciação perante a alteração desencadeada, dentre elas podemos citar as principais: Leuconíquia Também conhecida como pontos brancos, é uma descoloração esbranquiçada das unhas, geralmente causada por pequenas lesões na matriz ungueal. Não é sintoma de de�ciência vitamínica ou mineral. É um mito que as manchas resultam de de�ciência de cálcio ou zinco. Elas aparecem com frequência nas unhas, mas não indicam doenças. À medida que a unha continua a crescer, os pontos brancos acabam desaparecendo (Figura 1). Figura 1 | Leuconíquia Fonte: Frangie et al. (2016, p. 158). Melanoníquia Causa o escurecimento das unhas das mãos e dos pés. Pode ser vista como uma faixa preta na lâmina ungueal, estendendo-se da base à borda livre. Em alguns casos, pode afetar a lâmina ungueal inteira. Uma área localizada de aumento das células de pigmentação (melanócitos), geralmente na matriz, é responsável por essa condição. Quando as células da matriz formam a lâmina ungueal, a melanina é depositada na matriz pelos melanócitos. Essa é uma ocorrência bastante comum e considerada normal em pessoas morenas, mas pode ser indicativo de doença em caucasianos (Figura 2). Figura 2 | Melanoníquia Fonte: Azulay; Azulay; Azulay-Abula�a (2017, p. 737). Onicogrifose Nesta podopatologia, a lâmina ungueal está espessada, alongada e encurvada, o que gerou a denominação de “unha em garra”. A unha mais comprometida é a do hálux (Figura 3). Figura 3 | (A) Unhas hipertró�cas com deformidade em garra, vista plantar. (B) Unhas hipertró�cas com deformidade em garra, vista dorsal Fonte: Uva; Lopes; Filipe (2014, p. 531). Onicólise Ocorre a separação da lâmina ungueal do leito na metade distal, perde o aspecto translúcido e adquire tonalidade amarelada (Figura 4). Figura 4 | Onicólise Fonte: Rivitti (2014, p. 211). Cromoniquia A síndrome das unhas verdes ou cromoniquia (Figura 5) promove a descoloração da unha, que assume um aspecto preto-esverdeado da unha afetada pela onicólise (CHIRIAC et al., 2015). A onicólise se refere a um tipo de deformidade ungueal que caracteriza o “descolamento da unha” como resultado de um trauma ou mesmo pelo atrito nas unhas dos pés, que se tornam assimétricas (ORTEGA-SPRINGALL; ARROYO-ESCALANTE; ARENAS, 2015). Figura 5 | Cromoniquia Fonte: adaptada de Chiriac et al. (2015). Coiloníquia A coiloníquia é um tipo de distro�a ungueal na qual se observa uma unha côncava transversal ou longitudinal com suas bordas elevadas, lembrando uma “colher” (Figura 6). A patogênese desse distúrbio é pouco conhecida e vários mecanismos para sua explicação foram propostos, dentre eles, alterações nervosas e/ou vasculares, doenças do sistema endócrino, traumas, idade e a presença de dermatoses primárias (WALKER et al., 2016). Figura 6 | Coiloníquia Fonte: adaptada de Adhikari et al. (2018). Dessa maneira, você, como pro�ssional de podologia, deve conhecer sobre como estas patologias ungueais tem início e que interferem diretamentena qualidade de vida do paciente. COMPREENSÃO SOBRE CAUSAS DAS DISTROFIAS UNGUEAIS Obtendo o conhecimento e entendimento acerca de como ocorrem as distro�as ungueais e seus conceitos, vamos aprofundar ainda mais o assunto e compreender melhor sobre cada uma dessas patologias ungueais. Leuconíquia Caracterizada pela presença de pontos ou estrias brancas. Pode ser: leuconiquia pontuada (manchas brancas puntiformes), leuconíquia estriada (estriações brancas transversas, localizadas no terço proximal da unha) ou leuconíquia total (toda a lâmina ungueal assume aspecto branco-porcelânico). Melanoníquia A melanoníquia caracteriza uma forma de deformação na lâmina ungueal devido ao aumento de melanina oriunda da matriz ungueal. Alguns especialistas também atribuem o desenvolvimento da pigmentação como um produto resultante de lesões provocadas pela onicomicose ou hematoma subungueal (BILEMJIAN et al., 2009). Sua etiologia pode ser multifatorial, estando intimamente relacionada a causas �siológicas ou ligadas ao desenvolvimento de neoplasias malignas. A melanoníquia pode ser classi�cada como melanoníquia estriada (estrias acastanhadas longitudinais), melanoníquia parcial (pontos ou faixas acastanhadas com disposição transversa ou longitudinal), ou melanoníquia total (toda a superfície da lâmina ungueal adquire coloração marrom). Onicogrifose A onicogrifose compreende um tipo de distúrbio em que as unhas sofrem um espessamento, com textura opaca devido a uma hiperqueratose ligada ao alongamento e curvatura da unha que apresenta, ainda, uma coloração marrom-amarelada, lembrando um “chifre de carneiro”. No desenvolvimento dessa unha, a placa ungueal cresce hipertro�ada voltada para cima e, posteriormente, sofre desvios no sentido dos outros dedos (KO; LIPNER, 2018). As duas causas mais comuns desse distúrbio podem ser o aumento na quantidade de queratina na unha ou insu�ciência de matriz ungueal na dobra posterior, promovendo um efeito de achatamento na unha. Trata-se de um distúrbio comum em idosos ou pessoas que vivem em situações negligenciadas. Das causas, destaca-se a natureza congênita, na qual a onicogrifose congênita pode ser herdada como uma característica autossômica dominante e pode afetar as mãos e os pés com início no primeiro ano de vida (KO; LIPNER, 2018). A onicogrifose adquirida pode ser observada com maior frequência em pessoas que vivem em situações negligenciáveis, em situação de vulnerabilidade social ou em casos como a demência senil. Também pode surgir frente às respostas às alterações na circulação periférica do sangue que acompanha o desenvolvimento de varizes, dermatite, estase e úlceras das pernas, podendo, ainda, estar ligada à evolução de outras doenças, como psoríase, sí�lis, varíola, ictiose, pên�go e hiperuricemia (KO; LIPNER, 2018). Onicólise Se caracteriza pelo deslocamento do corpo da unha do seu vale e da matriz ventral, provocando o surgimento da unha quebradiça, em muitos casos �na e involuta por cortes inadequados. Cromoniquia A contaminação pela bactéria Pseudomonas aeroginosa está associada ao desenvolvimento dessa patologia. Segundo especialistas, este microrganismo secreta pigmentos de coloração azul-esverdeado denominados pioverdina e piocianina, que são caracterizadores dessa doença. O desenvolvimento dessa enfermidade está associado à utilização de água, sabão, detergentes ou, ainda, da exposição do indivíduo a ambientes úmidos (CHIRIAC et al., 2015). Coiloníquia A principal hipótese explica que essa distro�a tem início quando o �uxo sanguíneo para o dedo é baixo ou por algum fator interrompido que a desenvolve. Outras alterações sistêmicas podem contribuir para a formação da coiloníquia, dentre eles a onicomicose, anemia ou a presença de doenças in�amatórias na pele (WALKER et al., 2016). Além disso, é preciso saber avaliar adequadamente e com responsabilidade o paciente para então poder traçar o tratamento que será proposto. ORIENTAÇÃO SOBRE OS CUIDADOS E A PREVENÇÃO COM RELAÇÃO ÀS DISTROFIAS UNGUEAIS Você sabia que a onicocriptose é uma patologia ungueal que possui vários fatores causais? Vamos falar um pouco mais a respeito desse assunto, e depois conheceremos como o podologista pode auxiliar seu paciente nesta patologia e nas demais distro�as ungueais. Na onicocriptose, o desenvolvimento de lesões traumáticas nas unhas – como microtraumas causados pela utilização de calçados inadequados, cirurgia na unha ou anomalias nos pés e também o estabelecimento de queimaduras que contribuem com o desenvolvimento do processo cicatricial – também pode resultar em onicogrifose (KO; LIPNER, 2018). Segundo Ko e Lipner (2018), o diagnóstico dessa anomalia se baseia na sua aparência, visto que a unha, devido ao desenvolvimento de uma hiperqueratose macroscópica, pode se assemelhar a uma “ostra” ou “chifre de carneiro” com a presença de estrias longitudinais e transversais. Nos estágios de desenvolvimento, histologicamente, é possível observar um arranjo de queratinócitos desordenados no interior da unha hipercromática, o que pode ser confundido clinicamente com uma onicomicose, podendo as duas estarem presentes no mesmo indivíduo. Existe também a hemionicogrifose, que ocorre após o nascimento ou primeira infância, em que a placa ungueal cresce lateralmente (KO; LIPNER, 2018). As principais complicações associadas à onicogrifose incluem o desenvolvimento de onicomicose secundária, paroníquia, onicocriptose e falta de capacidade para cortar a unha, pois ela apresenta a placa ungueal hipertro�ada. Dependendo do quadro clínico do paciente e considerando a presença de outras doenças, a onicogrifose poder ser controlada de maneira conservadora ou cirúrgica de modo a minimizar os efeitos adversos (KO; LIPNER, 2018). Cuidados e prevenções O pro�ssional podologista precisa estar ciente que seus pacientes, pois na maioria das vezes não tem o conhecimento necessário acerca da origem e do desenvolvimento, e também agravamento de sua condição patologia ungueal, por isso, ele precisa explicar de maneira clara e objetiva, para que o paciente tenha em mente que o tratamento é extremamente importante, mas os cuidados posteriormente também são. Para prevenir o surgimento de algumas distro�as ungueais é preciso em primeiro lugar veri�car o calçado do paciente, se este está muito largo, apertado ou até que não seja adequado ao formato e anatomia dos pés, por isso, deve se orientar o paciente sobre o melhor calçado a se utilizar, para que os pés �quem confortáveis e as unhas não sofram alterações. Outro ponto muito importante se dá em relação à saúde e higiene, os pés devem ser limpos e enxugados de maneira adequada, além disso, as unhas devem ser cortadas de maneira adequada para que não ocorra nenhuma alteração nas bordas das unhas e o tecido não sofra lesões. Portanto, o pro�ssional precisa ensinar seu paciente como cortar de forma correta as unhas e como manter a higiene dos pés, ainda é importante que no caso de pacientes idosos ou crianças, que a família seja levada à clínica de podologia para que o pro�ssional passe as devidas informações. Lembrando que em idosos, devido à mobilidade estar comprometida �ca mais difícil de conseguirem sozinhos fazer o corte da unha e manter os cuidados, então a família deve auxiliar neste momento. Além disso, com o tratamento proposto é importante deixar claro ao paciente que ele deve retornar à clínica no período proposto para que o andamento do tratamento aconteça de maneira correta, e assim o resultado �nal seja o mais satisfatório possível para ambas as partes (paciente e pro�ssional). VIDEOAULA As unhas têm importância como órgãos funcionais e estéticos. As alterações patológicas das unhas são multiformes, podendo ser congênitas/hereditárias ou adquiridas. Conhecer sobre as distro�as ungueais, seus fatores desencadeantes, bem como evitá-las, é muito importante para o pro�ssional podólogo. Mas, é necessário conhecer os tratamentos utilizados no âmbitoclínico. Por isso, acompanhe o vídeo e descubra mais sobre o assunto! Saiba mais Para ampliar seus conhecimentos sobre os temas, indico a leitura deste capítulo de Andrade e Messias (2015), que traz uma breve discussão acerca da distro�a ungueal ocupacional, abordando etiologias, tratamento e prevenção. ANDRADE, P. J. S. de; MESSIAS, S. dos S. N. D. Distro�as ungueais no ambiente de trabalho: uma breve abordagem. Rev. Bras. Med. Trab., 2015. Disponível em: https://bit.ly/3rS3h7m. Acesso em: 21 dez. 2021. Além disso, indico a leitura deste outro artigo publicado no site da Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional de São Paulo. Mancha escura na unha tem nome: melanoníquia. Disponível em: https://bit.ly/3s1FEJI. Acesso em: 21 dez. 2021. Videoaula Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. INTRODUÇÃO Olá, estudante! Nesta aula você �cará por dentro de um conteúdo que agregará muito conhecimento para sua prática pro�ssional. Obter conhecimento sobre a psoríase ungueal, conceito, características, principais causas, como são adquiridas e cuidados, o que é importante para você, futuro pro�ssional podologista que atenderá seu paciente e lhe proporcionará tratamentos especí�cos para a patologia que o acomete. Aula 4 PSORÍASE UNGUEAL Nesta aula você aprenderá sobre psoríase ungueal. 25 minutos https://cdn.publisher.gn1.link/rbmt.org.br/pdf/v13n1a04.pdf https://www.sbd-sp.org.br/geral/mancha-escura-na-unha-tem-nome-melanoniquia/ A psoríase pode produzir um impacto negativo signi�cativo na qualidade de vida do paciente. Os pacientes mostram-se envergonhados, deprimidos ou frustrados acerca da aparência de sua pele e de sua unha e em algumas situações por deformidades da articulação. Por isso, é importante que o pro�ssional saiba preparar um material contendo as principais patologias ungueais e a forma de prevenção e o tratamento podológico. Agora, mergulhe neste universo de conhecimentos. Vamos lá! CONCEITO E ENTENDIMENTOS SOBRE PSORÍASE UNGUEAL Você já notou que algumas pessoas possuem uma descamação incessante da pele, e que esta pode se estender por todo o corpo do indivíduo? Algumas pessoas sofrem de uma doença denominada psoríase, e essa pode não só atingir a pele, mas também as articulações e a unha. Vamos conhecer sobre essa patologia e suas causas! A psoríase é uma doença in�amatória crônica comum que pode causar prejuízos à qualidade de vida. Os médicos lidam há muito tempo com essa antiga doença. Embora grande parte da literatura médica anterior a Willan (1757-1812) englobasse psoríase, hanseníase, eczema e outras dermatoses in�amatórias em uma grande e ambígua categoria, Celsus fez uma descrição convincente de psoríase vulgar há quase dois mil anos. Essa descrição incluiu muitas das características morfológicas que os médicos utilizam atualmente para o diagnóstico de psoríase, incluindo as placas “rubras” ou cor de salmão com descamação prateada (Figura 1), com frequências associadas a pontos hemorrágicos ou “erosões” quando removidas. Figura 1 | Psoríase no couro cabeludo Fonte: Soutor e Hordinsky. (2014, p. 78). A psoríase atinge todos os grupos socioeconômicos, e sua prevalência varia em função da localização geográ�ca. Historicamente, a doença é mais comum nas latitudes ao norte. A taxa de doença psoriática é menor entre os afrodescendentes quando comparados aos euro-americanos. De causa desconhecida, sabe-se que exibe base hereditária, possivelmente multifatorial, o que signi�ca dizer que é de herança poligênica e requer fatores ambientais para sua expressão. Apesar dos inúmeros pontos controversos na patogênese, a participação do in�ltrado in�amatório de células T e de células dendríticas já está bem delineada. Há predomínio da resposta Th1 e recentemente foi constatada a participação das células Th17 na patogênese da doença. A derme e a membrana sinovial contêm grande número de linfócitos T CD4 ativados que secretam interferon gama (IFN-γ), fator de necrose tumoral alfa (TNF- α), fator transformador de crescimento alfa (TGF-α) e interleucina-8 (IL-8). Acredita-se que o TNF-α seja uma das principais citocinas implicadas na patogênese da doença. O TGF-α promove a angiogênese e estimula a proliferação de queratinócitos e sinoviócitos, ambos aumentados na psoríase. Outros eventos imunológicos são depósitos de imunoglobulinas e frações do complemento na epiderme comprometida e a existência de anticorpos contra a camada córnea. Alguns estudos constataram alteração do nível de AMP cíclico e, como consequência, desequilíbrio na relação GMPc/AMPc, que são reguladores do crescimento e da diferenciação celulares. Há também participação de proteases, importantes reguladoras da proliferação celular, com capacidade de produzir mediadores in�amatórios, via cascata do complemento, que podem estar aumentadas na psoríase. Fatores ambientais e estados da doença que interagem com padrões de herança poligênicos provavelmente são responsáveis pela variedade na expressão da doença psoriática. Entre esses fatores estão faringite estreptocócica (psoríase gutata), eventos estressantes da vida, baixa umidade, vírus da imunode�ciência humana (HIV), traumatismo, medicamentos, frio e obesidade. Dietas ricas em óleo de peixe parecem ter efeito protetor contra o desenvolvimento da psoríase. Existem subtipos diferentes de psoríase, dentre eles temos: psoríase vulgar em placa, psoríase invertida, psoríase gutata, psoríase pustulosa, psoríase eritrodérmica, unhas psoriática (psoríase ungueal – Figura 2), psoríase artropática. Figura 2 | Psoríase ungueal com onicólise de todas as unhas Fonte: Azulay; Azulay; Azulay-Abula�a (2017, p. 172). Ademais, você, como pro�ssional de podologia, deve conhecer sobre como esta patologia tem início e que interfere diretamente na qualidade de vida do paciente. COMPREENSÃO SOBRE CAUSAS DA PSORÍASE UNGUEAL Você está gostando de saber mais sobre a psoríase, e o quanto ela pode interferir a qualidade de vida do paciente? Eu espero que sim! Vamos aprofundar ainda mais sobre o assunto e compreender melhor sobre a psoríase. O ciclo evolutivo das células epidérmicas é mais rápido na psoríase do que no tegumento normal, o que originaria, decorrente à imaturidade delas, intensa produção de escamas (paraceratose). Se discute até o presente momento, não somente o tempo que a célula psoriásica levaria para migrar, a partir da camada basal até a parte superior da camada de Malpighi, como a velocidade de mitose das células germinativas. Alguns estudos corroboraram elevados níveis de ácido araquidônico, metabolizado pela enzima ciclo- oxigenase e principalmente pela enzima lipo-oxigenase, cujos produtos são os leucotrienos e o ácido eicosatetraenoico, potentes fatores quimiotáticos para leucócitos. De maneira indireta, se comprova essa teoria pela gravidade das lesões de psoríase quando os pacientes fazem uso de indometacina: existiria bloqueio na síntese de prostaglandinas por inibição preferencial da enzima ciclo-oxigenase 1 (COX-1) e consequente atividade da lipo-oxigenase aumentada. Fatores ambientais são principais na instalação ou no agravamento da patologia. Destacamos o clima frio (quanto maior a latitude, maior a incidência de psoríase, provavelmente pela menor radiação solar), o trauma e os microtraumatismos cutâneos, articulares ou periarticulares, tanto físicos, químicos, elétricos ou cirúrgicos; infecções causadas por vírus ou bactérias, como HIV, dengue, estreptococcias e outros; alterações metabólicas e endócrinas como diabetes, tireoidopatias e hipocalcemia; o estresse emocional representado pelas perdas ou modi�cações nas relações interpessoais; o fumo e o álcool, os fatores psicogênicos, alguns fármacos como lítio, cloroquina, betabloqueadores seletivos ou não, aminoquinoleínas, inibidores da enzima conversora de angiotensina e análogos dos receptores tipo II da angiotensina, antilipidêmicos (�bratos), anti- in�amatórios COX-1 preferenciais ou seletivos, com menor potencialos inibidores da COX-2; interferon α e γ e, por conseguinte, imiquimode, que induz a produção de IFN-α. Há raros casos descritos por estatinas, terbina�na e, mais recentemente, como complicação da terapia biológica com inibidores do TNF-α (mais de 150 casos). Além desse paradoxo, é interessante nesses casos, saber que mesmo após afastar o agente biológico desencadeante, a psoríase pode continuar ativa e ser controlada, posteriormente, com outro anti- TNF-α. As unhas estão comprometidas em 35 a 50% dos pacientes com psoríase e em até 83% daqueles com doença articular; as lesões podem ocorrer por dano na matriz ou por comprometimento do leito ungueal. Psoríase afetando a matriz ungueal provoca depressões cupuliformes ou puntiformes (pittings ungueais) (Figura 3) ou unha em dedal, leuconiquia (manchas brancas na lâmina ungueal) ou “esfarelamento” da unha. Figura 3 | Psoríase Pitting ungueal Fonte: Azula; Azulay; Azulay-Abula�a (2017, p. 171). Quando o acometimento é do leito, há onicólise, onicorrexe, ceratose subungueal, hemorragia em estilha e a mancha de óleo/salmão (Figura 4); o comprometimento pode ser de uma, mais de uma ou todas as unhas e, raramente, é a única manifestação da doença. Figura 4 | Psoríase Pitting ungueal Fonte: Azulay; Azulay; Azulay-Abula�a (2017, p. 171). Essa patologia ungueal caracterizada por ser, em alguns casos, a localização exclusiva da psoríase; seu valor semiológico é grande, considerando sua associação (80 a 90%) à artrite psoriásica. ORIENTAÇÃO COM RELAÇÃO À PSORÍASE UNGUEAL Vamos falar um pouco mais a respeito da psoríase ungueal, e depois conheceremos como o podologista pode auxiliar seu paciente nesta patologia. As unhas são frequentemente afetadas na psoríase. O aspecto mais comum é a existência de depressões gotadas, cupuliformes (unhas em dedal). Essas depressões, com alargamento das bordas da unha, são muito sugestivas de psoríase. Estriações transversais, onicorrexe, hiperqueratose subungueal são outras alterações das unhas psoriásicas. Cabe acentuar que a psoríase ungueal pode preceder o aparecimento das lesões cutâneas e ser, durante anos, a única manifestação da afecção. Para a�rmar a diagnose de psoríase ungueal, é necessário sempre excluir a onicomicose pelo exame micológico. Cabe, ainda, registrar a possibilidade de a infecção fúngica estar associada à psoríase, considerando que a unha lesada é mais facilmente contaminada por dermató�tos. Dos diferentes tipos de psoríase, pode ser destacada a psoríase inversa, a qual acomete regiões de �exões em nosso corpo, como a região inguinal, axilar e genital – raramente afetam os pés. A forma clínica mais comum dessa doença que afeta especi�camente os pés é a psoríase interdigital, também chamada de alba ou branca (LEIBOVICI et al., 2015). A psoríase alba, observada na Figura 5, é caracterizada pelo desenvolvimento de uma placa bem delimitada, com aspecto “macerado” e coloração branca semelhante, estendendo-se para região plantar a partir do espaço interdigital dos pés e sendo constantemente confundida com uma infecção fúngica (LEIBOVICI et al., 2015). As manchas brancas apresentam uma superfície �rme e, ao mesmo tempo �exível, com aspecto coriáceo entre ou abaixo das bases dos dedos (MOMMERS et al., 2004). Figura 5 | Desenvolvimento da psoríase alba Fonte: Leibovici et al. (2015). As lesões podem surgir em todos os espaços entre os dedos em ambos os pés, não provocam dor e pouca ou nenhuma coceira, somente se as �ssuras na região plantar forem muito profundas. Mesmo sendo incomum a presença de fungos neste tipo de psoríase, ela pode se desenvolver secundariamente (MOMMERS et al., 2004). A identi�cação da psoríase é eminentemente clínica em face do tipo e da distribuição das lesões. Algumas formas de eczema podem apresentar aspecto psoriasiforme. A pitiríase rósea de Gibert pode, em regra, ser excluída pelos dois tipos de lesões e pela evolução para a cura em oito semanas. A curetagem metódica geralmente permite diferenciar a psoríase em gotas da pitiríase liquenoide, em que a descamação não é estrati�cada. A psoríase eritrodérmica deve ser distinguida das eritrodermias encontradas em atópicos, nas erupções medicamentosas e nos linfomas (micose fungoide e síndrome de Sézary). A histopatologia pode ser necessária para a diagnose. Deve-se esclarecer ao paciente no tratamento que se trata de uma doença cutânea, não contagiosa, sem comprometimento sistêmico e de evolução imprevisível. Excepcionalmente, há comprometimento articular. Apesar da falta de um medicamento para a cura de�nitiva, deve-se ressaltar que os recursos terapêuticos possibilitam o controle da afecção. O tratamento dependerá do tipo da psoríase, da extensão do quadro e de fatores como idade, ocupação, condições gerais de saúde, nível intelectual e socioeconômico do doente. Há mais de cem anos, são conhecidos os benefícios do ultravioleta da radiação solar na psoríase. A exposição ao sol, sempre que possível, particularmente em praias, deve ser recomendada. Uma das estações climáticas mais conhecidas para psoríase é a do Mar Morto, com a hidratação e a predominância do ultravioleta A na radiação solar. VIDEOAULA Os cursos de podologia estão aprofundando o estudo da psoríase nos últimos anos com o intuito de preparar os pro�ssionais para um melhor atendimento ao paciente. A velocidade de conhecimento é enorme e rapidamente novos medicamentos são incorporados ao controle da psoríase. Conhecer sobre a psoríase ungueal, seus fatores desencadeantes, bem como evitá-los, é importante. Mas, é necessário saber como realizar a anamnese nesses casos. Por isso, acompanhe o vídeo e descubra mais sobre o assunto! Saiba mais Para ampliar seus conhecimentos sobre os temas, indico a leitura deste capítulo de Oliveira et al. (2020), com o objetivo de descrever resumidamente a �siopatologia da psoríase, sem querer esgotar o assunto, descrever os sinais clínicos característicos da manifestação da psoríase ungueal e os métodos de diagnóstico. OLIVEIRA, G. S. et al. Psoríase ungueal: da Identi�cação a abordagem pro�ssional. Revista Ibero- Americana De Podologia, v. 2, n. 1, p. 158-158, 2020. Disponível em: https://bit.ly/33ShGsx. Acesso em: 21 dez. 2021. Além disso, indico a leitura desta dissertação de mestrado de Peruzzo (2015), que aponta um estudo com objetivo de avaliar a e�cácia do LCP na psoríase ungueal e o impacto do tratamento na qualidade de vida. PERUZZO, J. E�cácia do laser de corante pulsado na psoríase ungueal. Clinical and biomedical research. Porto Alegre, 2015. Disponível em: https://bit.ly/3IG0pRU. Acesso em: 21 dez. 2021. Videoaula: Título do Bloco Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. Aula 1 AZULAY, D.R. Dermatologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. BARAN, R.; HANEKE, E. Diagnóstico diferencial da unha. São Paulo: LMP, 2009. BEGA, A. Tratado de podologia. 2. ed. rev. e amp. São Paulo: Yendis, 2014. BEGA, A.; LAROSA, P. R. R. Podologia: bases clínicas e anatômicas. São Paulo: Martinari, 2010. MADIGAN, M. T. et al. Microbiologia de brock. 14. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia humana. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. NETO, C. F.; CUCÉ, L. C. dos R.; SILVA, V. M. Manual de dermatologia. 4. ed. Barueri, SP: Manole, 2015. PIEDADE, P. Podologia: técnicas de trabalho e instrumentação no atendimento de patologias dos pés. São Paulo: Senac, 2008. RIBEIRO, T. B. et al. Uso dos óleos essenciais em onicomicose: revisão integrativa. Estima–Brazilian Journal of Enterostomal Therapy, v. 19, 2021. 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Ter compreensão sobre os calos e as calosidades, seu conceito, suas características, como são adquiridos e os cuidados, é essencial para você, futuro pro�ssional que deseja atuar nesta área da podologia que vem crescendo e se mostrando promissora, pois traz consigo aspectos importantes relacionados ao cuidado ao paciente com patologias tegumentares. Os calos e as calosidades são considerados hiperqueratoses adquiridas, mais ou menos circunscritas, que em geral ocorrem em áreas de pressão ou fricção das mãos e dos pés. Sendo esta uma das patologias mais comuns entre a população mundial, que requer cuidados em relação ao paciente, e que deve seguir as orientações do pro�ssional. Vamos conhecer muito mais sobre esse conteúdo tão enriquecedor, venha comigo! TECIDO TEGUMENTAR E A RELAÇÃO ENTRE CALOS E CALOSIDADES Algumasvezes pensamos, como os calos surgem em nossos pés e mãos, de que forma esse tecido cutâneo sofre espessamento a ponto de apresentar tanta elevação? Vamos agora falar sobre os calos e as calosidades e entender mais sobre essa patologia tegumentar que a�ige tantas pessoas no mundo todo. Algumas regiões dos pés engrossam por diversos motivos, acarretando em atrito com meias mais �nas ou desencadeando uma sensação desagradável ao toque. Nesses locais, a pele �ca amarelada, espessa e ressecada, essas são as alterações mais comuns encontradas pelos pro�ssionais de podologia e, certamente, algo que você já tenha observado também durante sua vida. Basta lembrar-se da “famosa lixa” utilizada nos pés para reduzir essa camada de pele mais grossa e amarelada, tanto na região plantar quanto no calcanhar. Para de�nir esses espessamentos de pele nos pés, utilizam-se os termos calos e calosidades. Embora assemelhem-se muito, as calosidades são diferentes dos calos, e ambos são considerados um tipo de alteração de pele, além de possuírem características e causas especí�cas. Portanto, antes de entender como se trata, é importante que você relembre a estrutura cutânea básica e como ocorrem essas alterações na pele a �m de proporcionar a melhor assistência ao paciente. A pele, também denominada de cútis, é o maior órgão do corpo. Composta por diferentes células e estruturas que trabalham harmonicamente entre si, atua como um manto de revestimento do corpo indispensável à vida por isolar os componentes orgânicos do meio externo. Exerce diversas funções devido à sua estrutura complexa de tecidos interrelacionados: manutenção da sua própria integridade e da integridade do organismo; Aula 1 CALOS E CALOSIDADES Nesta aula, você aprenderá os calos e as calosidades, seus conceitos, suas características, como são adquiridos e os seus cuidados. 24 minutos proteção contra agressões e agentes externos; termorregulação; absorção e secreção de líquidos; proteção à radiação ultravioleta; metabolismo da vitamina D; e funções sensoriais, estéticas e de identi�cação individual (SOUTOR; HORDINSKY, 2015). A pele é subdividida em duas regiões principais: a epiderme (proteção) e a derme (sustentação). Logo abaixo dessas camadas, temos o tecido subcutâneo, também chamado de hipoderme, ou tela subcutânea, desempenhando as funções de termorregulação, proteção contra impactos, entre outras. A epiderme é a barreira protetora contra o meio externo. Apresenta-se como um sistema não vascularizado em constante renovação, constituído por quatro ou cinco estratos, ou camadas, distintos conforme região: córneo, lúcido (apenas mãos e pés), granuloso, espinhoso e basal. Suas principais células são os queratinócitos, que se diferenciam conforme migram de uma camada para outra durante seu processo de maturação até a sua morte (RIVITTI, 2014). A derme é um tecido conectivo denso que garante a sustentação da pele. É composta por células, �bras, matriz extracelular, vasos e nervos, e apresenta duas camadas: derme papilar, próxima à epiderme, e derme reticular, correspondente à maior porção, com densos feixes de �bras colágenas e elásticas. Por �m, logo abaixo da pele e composto exclusivamente por tecido adiposo, temos o tecido subcutâneo, ou hipoderme, que é o mais profundo. Retomando o conhecimento de tecido tegumentar, �ca mais claro para que você, como pro�ssional de podologia, tenha entendimento sobre como os calos e as calosidades aparecem e de que maneira podem ser retirados e cuidados. ORIGEM DOS CALOS E DAS CALOSIDADES Depois de retomado o conhecimento sobre a estrutura do sistema tegumentar e como este tem relação com os calos e com as calosidades, vamos nos aprofundar no assunto compreendendo a formação dos calos e das calosidades. Como você pode perceber, a camada mais externa da pele que está em contato direto com o meio externo e que podemos visualizar e tocar é a camada córnea. Nessa camada ocorre o espessamento, como você pode visualizar na Figura 1. Figura 1 | Pele delgada e pele espessa Fonte: Martini, Timmons, Tallitsch (2009, p. 127). Com a função de aumentar a resistência a um possível trauma, seja por redução da massa muscular local, por incidência anormal da origem de um osso que se desajustou da estrutura ou, ainda, por obesidade, as pressões sobre as estruturas dos pés causam a formação excessiva de queratina sobre a superfície da pele, comumente, nas regiões plantares, nas cordas laterais ou mediais dos dedos, nas bordas dos hálux e, raramente, no dorso dos pés. Essas pequenas pressões, quando mantidas por muito tempo sobre a mesma área, somadas à falta de lubri�cação/hidratação da pele, provocam o endurecimento da camada externa aparente, caracterizando a formação de espessamentos e até de �ssuras na pele. Logo, representam uma porta aberta para a entrada de bactérias, entre outras classes de microrganismos oportunistas, nos tecidos profundos do pé, predispondo a lesões maiores e mais graves. A essas alterações de pele decorrentes dos espessamentos ou do aumento de queratina na camada córnea, endurecidas e amareladas, dá-se o nome técnico de queratose. Assim, temos a formação das patologias mais comuns em podologia: calos e calosidades. Os calos são de�nidos como queratoses que recobrem um ponto especí�co de pressão, sem suprimento sanguíneo no local, com a morte celular da camada córnea, que se acumula na intenção de proteger a região pressionada. Quando a pressão é exercida sob uma região mais ampla, há formação de hiperqueratose denominada calosidade. Os calos apresentam duas partes: o núcleo, conhecido como heloma, e o tecido queratósico, chamado de tiloma. Também podem ser classi�cados como: Calo duro (heloma): apresenta hiperqueratose com presença de núcleo, formato cônico, geralmente, sem atingir a derme. No entanto, se atingir a derme, é chamado de heloma vascular ou neurovascular. Geralmente, localizam-se na região plantar (calcanhar e metatarsiana). Calo mole (heloma ou tiloma interdigital): surge nos interdígitos (entre os dedos) devido à umidade própria do local, à espessura da pele e ao atrito da pressão interdigital, além de possuir uma consistência menos rígida. Calo dorsal: localizado na região dorsal das articulações interfalangianas, principalmente, em dedos de martelo. Calo miliar: na abóboda plantar, são pontos de queratina endurecida. Calo subungueal e periungueal: embaixo das lâminas e do sulco ungueal. Calo Millet: no dorso dos pés. Ao contrário dos calos, nas calosidades não há núcleos devido à distribuição uniforme sobre toda a área abrangida. Dependendo de seu grau de espessamento, essas áreas de calosidade podem ser dolorosas e originarem lesões, como �ssuras ou rachaduras com sangramento, além de outras lesões secundárias. As áreas de calosidade, também conhecidas como tiloma, podem ser extensas, medindo de 1 a 5 cm de espessamento na camada córnea da pele, com consistência dura e desidratada, originadas como uma defesa a atritos externos causados, principalmente, pelo uso de calçados inadequados, por problemas ortopédicos, por vícios de postura, por obesidade ou, ainda, de natureza congênita. PREVENÇÃO E CUIDADOS NOS CALOS E CALOSIDADES Como é possível perceber, calos (Figura 2a) e calosidade (Figura 2b) são as alterações de pele mais comuns e mais tratadas pelos podólogos, e sua abordagem correta garantirá que o cliente desfrute dos cuidados necessários, evitando maiores incômodos e dores ao caminhar. Figura 2 | (A) Calos Fonte: adaptada de Reddy et al. (2018). (B) Calosidade Fonte: Azulay (2017, p. 698). A hiperqueratose local acontece, principalmente, na região plantar, mas também há casos de acometimento na região palmar. Porém o tratamento oferecido e abordado pela podologia deverá ser somente nos pés, área que, realmente, nos dedicamos a estudar. Os calos podem causar muita algia (dor) ao paciente, principalmente, quando este é submetido a estresses na região. Portanto, uma das ferramentaspara a melhora deste problema são as orientações quanto à mudança de hábitos. Outro fator que in�uencia a produção dessas placas hiperceratóticas de coloração amarelada é o desajuste postural. Este desajuste pode ser motivado por inúmeros problemas, como o tipo de pisada, as patologias ósseas congênitas, como cifose ou lordose, entre outros. Existem casos em que os pacientes apresentam processo in�amatório na região, causado, justamente, pelo atrito na região. Por este motivo, o pro�ssional deve sempre deve �car atento aos sinais clínicos demonstrados pelo paciente. O tratamento dessa patologia se dá por meio de algumas etapas, na primeira investiga-se junto ao paciente o que pode estar acarretando na formação dos calos ou calosidades, explicando ao mesmo que se mantida as condutas anteriores que estão acarretando na patologia, o resultado do tratamento não surtirá o efeito esperado e que sempre a disfunção tegumentar aparecerá e afetará a saúde. Por isso, para que o tratamento tenha os efeitos desejados é necessário que o paciente siga com as orientações e com os cuidados recomendados pelo pro�ssional. Após orientações ao paciente, o pro�ssional deve seguir com a podopro�laxia, em que você deverá realizar um desbridamento da região, mediante lixamento ou bisturi, sendo que alguns pro�ssionais utilizam os instrumentos como brocas de cerâmica para o desbaste. É muito importante ressaltar que o desbaste deve ser realizado de forma gradativa, isto é, pouco a pouco, pois se realizado de uma única só vez, pode colocar o paciente em risco de lesão, principalmente pacientes portadores de diabetes e alterações circulatórias importantes em membros inferiores, a �m de evitar danos e/ou lesões, colocando o paciente em situação de risco. Mesmo que o paciente que procura tratamento para calos e calosidades não tenha nenhuma comorbidade, é preciso que o desbaste seja realizado de forma gradativa, pois pode haver uma ação rebote por parte do organismo, em que uma quantidade muita grande de queratina foi retirada e ele entende que sofreu uma agressão e por isso acaba produzindo muito mais, aumentando a patologia posteriormente. Outro fator que deve ser observado no tratamento é a avaliação biomecânica, esta deve ser feita, pois se existe calosidades por exemplo, o paciente está deambulando errado, ou seja, existe nesse caso uma descarga de peso/pressão em um ponto inadequado que está gerando essa pele espessa como forma de defesa e adaptação à pisada. Para isso, o ideal nesta patologia é que seja feito também o alívio da pressão na região, que deverá ser realizado por meio de órtese plantar sob medida. Para a identi�cação da distribuição da pressão nos pés, podem ser utilizados alguns equipamentos, como o plantígrafo e o baropodômetro. VIDEOAULA As calosidades são consideradas hiperqueratoses adquiridas, mais ou menos circunscritas, aparecem geralmente em áreas de pressão ou fricção das mãos e dos pés. Em suas manifestações clínicas apresenta placa de queratose amarelada, pouco elevada, dura, inelástica, de limites imprecisos, variando de 1 a 5 cm em tamanho, pouco sensível. Diferentemente dos calos, não apresenta uma porção central homogênea. Os tratamentos são essenciais para melhora do quadro do paciente. Para isso, acompanhe o vídeo! Videoaula Saiba mais Para ampliar seus conhecimentos sobre os temas, indico a leitura do capítulo Podopatias Diversas do livro de Bega e Larosa (2010), que traz de forma detalhada várias podopatologias, e dessas, explica sobre os calos e os tratamentos. BEGA, A.; LAROSA, P. R. R. Podologia: bases clínicas e anatômicas. São Paulo: Martinari, 2010. Disponível em: https://bit.ly/3Gn42uI. Acesso em: 30 dez. 2021. Além disso, indico a leitura de outro livro, no qual no capítulo 41 Reações a agentes mecânicos, calor e frio, do autor Rivitti (2014), que apresenta uma explicação sobre as calosidades, suas manifestações clínicas e os tratamentos. RIVITTI, E. A. Manual de dermatologia clínica de Sampaio e Rivitti. Porto Alegre: Artes Médicas, 2014. Disponível em: https://bit.ly/3IP2afN. Acesso em: 30 dez. 2021. Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. INTRODUÇÃO Olá, estudante! Nesta aula você �cará por dentro de um assunto de grande relevância para sua prática pro�ssional. Ter compreensão sobre o conceito de micose plantar também conhecida como dermato�toses, os principais agentes causadores da micose plantar, quais devem ser as prevenções e os cuidados que se deve ter no caso do aparecimento desta podopatologia tegumentar. É essencial para você, futuro pro�ssional que deseja atuar nesta área da Podologia conhecer sobre esse assunto para poder atuar de maneira a auxiliar seu paciente, de modo a cuidar e orientar no tratamento da patologia. Vamos conhecer muito mais sobre esse conteúdo tão enriquecedor, venha comigo! MICOSE PLANTAR Você já ouviu falar em pé de atleta ou frieira? Se sim, já pensou como ela surge e porque atrapalha tanto a qualidade de vida da pessoa? Vamos agora falar sobre essa micose plantar e entender mais a respeito. Aula 2 MICOSE PLANTAR Nesta aula, você aprenderá quais são os principais agentes causadores da micose plantar, quais devem ser as prevenções e os cuidados que se deve ter no caso do aparecimento desta podopatologia tegumentar. 25 minutos https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/159263/pdf/0?code=RY3Wn9NK+DchAx4BSdcs1me+G4+jjhDNErD0aiZ3GzGbX1BkMpYRp1pG3fh4tKQmvIOzg0wix+GGSip6hbkJEQ== https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788536702360/pageid/428 Conceito de micose plantar A micose plantar também é denominada de dermato�tose, embora o termo dermato�tose não corresponda à classi�cação taxonômica, �cou consagrado para designar doenças causadas por um grupo de fungos que, geralmente, em vida parasitária, vivem à custa da queratina da pele, dos pelos e das unhas. Agrupam-se sob essa denominação fungos dos gêneros Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton, cujas características morfológicas, �siológicas e antigênicas os relacionam entre si. Como sinonímia, há tinea ou tinha. Epidemiologia Atualmente, são descritas mais de 40 espécies de dermató�tos. Destas, 30 são patogênicas para o homem. Têm distribuição universal, mas com certas peculiaridades (T. soudanense, na África; T. concentricum, na Ásia, na América Central e no Brasil); essas variações de frequência dependem de migrações. A prevalência é maior nas zonas tropical e subtropical, em regiões de clima quente e úmido. A mesma espécie pode produzir quadros clínicos bem diferentes e, inclusive, com seletividade de grupos etários; assim, o T. tonsurans pode produzir tinea do couro cabeludo na infância e dermato�tose corporis no adulto. As onicomicoses são típicas dos idosos devido ao crescimento lenti�cado das unhas. O T. rubrum é, de longe, o agente etiológico mais frequente. Portadores assintomáticos existem e tornam complexa, pelo menos parcialmente, a interpretação dos dados epidemiológicos. Formas clínicas Dermato�tose dos pés (tinea pedis) Três formas são descritas: a aguda, eczematoide, representada por vesículas em geral plantares e digitais, é causada pelo T. mentagrophytes var. mentagrophytes e manifesta-se com vesículas, sendo bastante pruriginosa; a forma intertriginosa é causada pelo T. mentagrophytes var. interdigitale (ver item Pé de atleta, adiante), de localização nas pregas interpododáctilas (predominantemente), caracterizada por �ssuras e maceração; e a forma crônica, caracterizada por lesões descamativas pouco pruriginosas, acometendo praticamente toda a região plantar. É peculiar e rara a apresentação em “mocassim e/ou em luva”; não necessariamente simétrica e causada pelo T. rubrum. A tinea pedis pelo T. rubrum pode acometer crianças mais frequentemente do que se suspeita. Geralmente se apresenta sob a forma intertriginosa e tem como diagnóstico diferencial eczema atópico, eczema de contato e psoríase plantar (Figura 1). Figura 1 | Dermato�tose
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