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Indaial – 2022 Dermatofuncional Prof. Daniel Vicentini de Oliveira Prof.ª Maria Cecília Ribeiro Bruning Prof.ª Priscila dos Santos Telles 1a Edição fisioterapia Elaboração: Prof. Daniel Vicentini de Oliveira Prof.ª Maria Cecília Ribeiro Bruning Prof.ª Priscila dos Santos Telles Copyright © UNIASSELVI 2022 Revisão, Diagramação e Produção: Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI Impresso por: O48f Oliveira, Daniel Vicentini de Fisioterapia dermatofuncional. / Daniel Vicentini de Oliveira; Maria Cecília Ribeiro Bruning; Priscila dos Santos Telles. – Indaial: UNIASSELVI, 2022. 183 p.; il. ISBN 978-85-515-0526-7 1. Anatomorfisiopatologia. - Brasil. I. Oliveira, Daniel Vicentini de. II. Bruning, Maria Cecília Ribeiro. III. Telles, Priscila dos Santos. IV. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 611 Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Fisioterapia Dermatofuncional! A disciplina de Fisioterapia Dermatofuncional permite a avaliação de diversas disfunções das grandes áreas: facial, corporal e terapia capilar, além de trabalhar com pré e pós-operatório de cirurgias plásticas e reparadoras e com pacientes queimados, estão disponíveis diversas formas de intervenção com uso de cosméticos, eletroterapia e técnicas manuais, sendo sua escolha baseada em uma avaliação adequada para diagnostico das indicações e contraindicações de cada procedimento. É importante, também, o conhecimento da anatomia e fisiopatologia de cada disfunção. Na Unidade 1, abordaremos as a anatomorfisiopatologia e avaliação do sistema tegumentar, afecções cutâneas e distúrbios estéticos faciais como discromias, marcas de expressão e rugas, principais disfunções estéticas corporais, tais como lipodistrofia ginoide, estrias, flacidez tissular e muscular e lipodistrofia localizada, sendo abordados os temas de avaliação, fisiopatologia das disfunções e algumas possíveis intervenções. Na Unidade 2, serão trabalhadas as estratégias terapêuticas em fisioterapia dermatofuncional, trazendo as possibilidades de uso de cosméticos, recursos físicos, químicos e mecânicos que podem ser utilizados, e recursos específicos para cada grande área, como a facial, corporal e anexos cutâneos. Na Unidade 3, serão trabalhados tópicos especiais em fisioterapia dermatofuncional, como pré, trans e pós-operatório de cirurgias plásticas, reconstrutivas ou bariátricas, medicamentos injetáveis que têm seu uso permitido na área de dermatofuncional, Acórdão nº 020/2020 e atendimento fisioterapêutico para pacientes queimados. Bons estudos! Prof. Daniel Vicentini de Oliveira Prof.ª Maria Cecília Ribeiro Bruning Prof.ª Priscila dos Santos Telles APRESENTAÇÃO Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos. GIO Olá, eu sou a Gio! No livro didático, você encontrará blocos com informações adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender melhor o que são essas informações adicionais e por que você poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto estudado em questão. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um novo visual – com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada também digital, em que você pode acompanhar os recursos adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Preparamos também um novo layout. Diante disso, você verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os seus estudos com um material atualizado e de qualidade. QR CODE ENADE LEMBRETE Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conheci- mento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa- res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, acessando o QR Code a seguir. Boa leitura! SUMÁRIO UNIDADE 1 - ANATOMORFISIOPATOLOGIA E AVALIAÇÃO DO SISTEMA TEGUMENTAR ..........................................................................................................1 TÓPICO 1 - ANATOMORFOFISIOLOGIA DO SISTEMA TEGUMENTAR ................... 3 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3 2 AFECÇÕES CUTÂNEAS E DISTÚRBIOS ESTÉTICOS FACIAIS ...........................4 2.1 ACNE ........................................................................................................................................6 2.2 DISCROMIAS .........................................................................................................................7 2.3 ENVELHECIMENTO CUTÂNEO ..........................................................................................9 2.4 ROSÁCEA/COUPEROSE ....................................................................................................11 3 AFECÇÕES CUTÂNEAS E DISTÚRBIOS ESTÉTICOS CORPORAIS .................. 13 3.1 ESTRIAS ................................................................................................................................13 3.2 LIPODISTROFIA GINOIDE ..................................................................................................15 3.3 LIPODISTROFIA LOCALIZADA ......................................................................................... 17 3.4 FLACIDEZ .............................................................................................................................19 RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................22 AUTOATIVIDADE ...................................................................................................23 TÓPICO 2 - TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO FACIAL ...................25 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................252 ANAMNESE .........................................................................................................25 3 LÂMPADA DE WOOD ...........................................................................................28 4 CLASSIFICAÇÃO DE FITZPATRICK ...................................................................28 5 CLASSIFICAÇÃO DE BAUMANN ........................................................................29 RESUMO DO TÓPICO 2 ..........................................................................................30 AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 31 TÓPICO 3 - TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO CORPORAL ............33 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................33 2 DIGITOPRESSÃO: SINAL DE GODET .................................................................33 3 SINAL DE STEMMER ..........................................................................................34 4 ANTROPOMETRIA ..............................................................................................34 5 DOBRAS CUTÂNEAS ..........................................................................................35 6 PERIMETRIA .......................................................................................................35 7 BIOIMPEDÂNCIA ................................................................................................36 8 PALPAÇÃO/TERMOGRAFIA ..............................................................................36 9 FOTODOCUMENTAÇÃO ......................................................................................38 10 OUTROS RECURSOS ........................................................................................38 RESUMO DO TÓPICO 3 ..........................................................................................39 AUTOATIVIDADE .................................................................................................. 40 TÓPICO 4 - TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DOS ANEXOS CUTÂNEOS ............................................................................................................43 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................43 2 DERMATOSCÓPIO ..............................................................................................43 3 HISTÓRIA CLÍNICA .............................................................................................43 4 AVALIAÇÃO UNGUEAL.......................................................................................45 5 AVALIAÇÃO GLÂNDULAS SEBÁCEAS ..............................................................46 RESUMO DO TÓPICO 4 .......................................................................................... 47 AUTOATIVIDADE .................................................................................................. 48 TÓPICO 5 - ELABORAÇÃO DO PLANO DE TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO APLICADO À DERMATOFUNCIONAL ................................. 51 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 51 2 TRATAMENTO PARA PATOLOGIAS UNGUEAIS ................................................ 51 3 TRATAMENTO DAS PATOLOGIAS CORPORAIS ................................................52 3.1 MICROAGULHAMENTO ..................................................................................................... 52 3.2 MICROGALVANOPUNTURA ............................................................................................. 52 3.3 LASER .................................................................................................................................. 53 3.4 CARBOXITERAPIA ............................................................................................................. 53 3.5 RADIOFREQUÊNCIA ..........................................................................................................54 3.6 ELETROLIPOFORESE .......................................................................................................54 3.7 CRIOLIPÓLISE ..................................................................................................................... 55 3.8 ULTRASSOM FOCADO ...................................................................................................... 56 3.9 VACUOTERAPIA ..................................................................................................................57 3.10 ULTRASSOM .......................................................................................................................57 3.11 ONDAS DE CHOQUE .........................................................................................................57 4 TRATAMENTO DAS PATOLOGIAS FACIAIS .......................................................58 4.1 DESINCRUSTE/ IONTOFORESE ......................................................................................58 4.2 ELETROLIFITING ................................................................................................................ 59 4.3 MICRODERMOABRASÃO ................................................................................................. 59 4.4 RADIOFREQUÊNCIA ........................................................................................................60 4.5 LEDS ......................................................................................................................................61 4.6 LIMPEZA DE PELE ............................................................................................................ 62 4.7 MICROAGULHAMENTO ..................................................................................................... 62 4.8 PEELINGS ........................................................................................................................... 63 LEITURA COMPLEMENTAR ..................................................................................64 RESUMO DO TÓPICO 5 ..........................................................................................66 AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 67 REFERÊNCIAS .......................................................................................................69 UNIDADE 2 — ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS EM FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL .......................................................................................... 77 TÓPICO 1 — COSMETOLOGIA APLICADA À FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL .......................................................................................... 79 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 79 2 RACIOCÍNIO CLÍNICO ......................................................................................... 79 3 COSMETOLOGIA ................................................................................................. 81 RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................86 AUTOATIVIDADE ...................................................................................................87 TÓPICO 2 - RECURSOS FÍSICOS, QUÍMICOS E MECÂNICOS APLICADOS À FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL .................................................................89 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................89 2 FACIAIS ..............................................................................................................89 2.1 MICRODERMOABRASÃO FACIAL ....................................................................................90 2.2 ENDERMOLOGIA – VACUOTERAPIA ..............................................................................912.3 PEELINGS QUÍMICOS FACIAIS ........................................................................................91 2.4 MASSAGENS FACIAIS ...................................................................................................... 94 2.4.1 Effleurage (deslizamento ou alisamento) ........................................................... 94 2.4.2 Petrissage (amassamento) .................................................................................. 95 2.4.3 Fricção ....................................................................................................................... 95 2.4.4 Drenagem linfática ................................................................................................. 96 3 CORPORAIS ........................................................................................................96 3.1 ENDERMOLOGIA .................................................................................................................97 3.2 PEELING QUÍMICO CORPORAL ......................................................................................98 3.3 MASSAGEM CORPORAL .................................................................................................. 99 3.4 MICRODERMOABRASÃO CORPORAL .......................................................................... 101 4 ANEXOS CUTÂNEOS ........................................................................................ 101 RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................103 AUTOATIVIDADE .................................................................................................104 TÓPICO 3 - RECURSOS TERAPÊUTICOS APLICADOS À FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL ........................................................................................ 107 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 107 2 FACIAIS ............................................................................................................ 107 2.1 RADIOFREQUÊNCIA ......................................................................................................... 108 2.2 ALTA FREQUÊNCIA .......................................................................................................... 110 3 CORPORAL ........................................................................................................ 111 3.1 RADIOFREQUÊNCIA ...........................................................................................................111 3.2 ULTRASSOM ...................................................................................................................... 113 3.3 CORRENTE RUSSA .......................................................................................................... 115 4 ANEXOS CUTÂNEOS ........................................................................................ 118 4.1 ALTA FREQUÊNCIA ........................................................................................................... 118 4.2 LUZ INTENSA PULSADA – PELOS ............................................................................... 118 4.3 LASER – PELOS ................................................................................................................ 119 LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................ 121 RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................ 127 AUTOATIVIDADE .................................................................................................128 REFERÊNCIAS .....................................................................................................130 UNIDADE 3 — TÓPICOS ESPECIAIS EM FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL .........................................................................................131 TÓPICO 1 — ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO PRÉ, TRANS E PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIAS PLÁSTICAS, RECONSTRUTIVAS, BARIÁTRICAS ....................................................................133 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................133 2 O PAPEL DA FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL NOS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS ........................................................................133 3 INTERVENÇÕES FISIOTERAPÊUTICAS PRÉ-OPERATÓRIAS ........................138 4 INTERVENÇÕES FISIOTERAPÊUTICAS PÓS-OPERATÓRIAS .......................140 RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................146 AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 147 TÓPICO 2 - SUBSTÂNCIAS E/OU MEDICAMENTOS UTILIZADOS PELO FISIOTERAPEUTA ...............................................................................................149 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................149 2 IONTOFORESE ..................................................................................................149 2.1 TIPO DE CORRENTE NECESSÁRIA ................................................................................ 151 2.2 GERADORES DE IONTOFORESE ...................................................................................152 2.3 INTENSIDADE DE CORRENTE ...................................................................................... 153 2.4 DURAÇÃO DO TRATAMENTO ........................................................................................ 153 2.5 DOSAGEM DE MEDICAÇÃO ........................................................................................... 153 2.6 ELETRODOS...................................................................................................................... 154 3 CARBOXITERAPIA ........................................................................................... 156 4 PRINCÍPIOS ATIVOS E COSMÉTICOS UTILIZADOS EM DERMATOFUNCIONAL ........................................................................................ 157 RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................160 AUTOATIVIDADE ..................................................................................................161 TÓPICO 3 - PROCEDIMENTOS INJETÁVEIS REALIZADOS PELO FISIOTERAPEUTA ............................................................................................... 163 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 163 2 ACÓRDÃO Nº 20/2020, DE 19 DE NOVEMBRO DE 2020 ............................... 163 3 OZONIOTERAPIA ..............................................................................................164 4 PLASMA RICO EM PLAQUETAS (PRP) ............................................................164 5 INTRADERMOTERAPIA/MESOTERAPIA ........................................................ 165 6 MICROAGULHAMENTO .................................................................................... 165 7 HIDROLIPOCLASIA ULTRASSÔNICA NÃO ASPIRATIVA ................................. 166 8 PREENCHEDORES SEMIPERMANENTES ....................................................... 166 9 FIOS DE SUSTENTAÇÃO E BIOESTIMULAÇÃO ............................................... 166 10 TOXINA BOTULÍNICA ..................................................................................... 167 RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................168 AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 169 TÓPICO 4 - FISIOTERAPIA EM PACIENTES QUEIMADOS .......................................171 1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................1712 ASPECTOS GERAIS E FISIOLÓGICOS DA QUEIMADURA E DA CICATRIZAÇÃO ....................................................................................................171 3 AVALIAÇÃO DO PACIENTE QUEIMADO ........................................................... 173 3.1 CLASSIFICAÇÃO PELA PROFUNDIDADE DA QUEIMADURA ...................................173 3.2 MENSURAÇÃO DA EXTENSÃO DA QUEIMADURA ....................................................174 4 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO EM PACIENTES QUEIMADOS ............... 175 4.1 COMPRESSÃO TECIDUAL ...............................................................................................176 4.2 AGENTES ELETROTERMOFOTOTERAPÊUTICOS ......................................................176 4.3 VACUOTERAPIA ................................................................................................................178 LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................ 179 RESUMO DO TÓPICO 4 ........................................................................................180 AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 181 REFERÊNCIAS .....................................................................................................183 1 UNIDADE 1 - ANATOMORFISIOPATOLOGIA E AVALIAÇÃO DO SISTEMA TEGUMENTAR OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • conhecer as estruturas e funções do sistema tegumentar; • entender como se desenvolvem as patologias estética faciais e corporais; • conhecer as principais formas de avaliação de cada disfunção dermatofuncional; • verificar o que é importante na avaliação, para conduzir um tratamento dermatofuncional adequado. Esta unidade está dividida em cinco tópicos. No decorrer dela, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – ANATOMORFOFISIOLOGIA DO SISTEMA TEGUMENTAR TÓPICO 2 – TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO FACIAL TÓPICO 3 – TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO CORPORAL TÓPICO 4 – TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DOS ANEXOS CUTÂNEOS TÓPICO 5 – ELABORAÇÃO DO PLANO DE TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO APLICADO À DERMATOFUNCIONAL Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 CONFIRA A TRILHA DA UNIDADE 1! Acesse o QR Code abaixo: 3 ANATOMORFOFISIOLOGIA DO SISTEMA TEGUMENTAR 1 INTRODUÇÃO TÓPICO 1 - UNIDADE 1 Nosso corpo é revestido externamente por um tipo de tegumento conhecido como pele. Este sistema, o tegumentar, é composto por pele, pelos e anexos cutâneos. Fazem parte, também, deste sistema as unhas, os pelos, glândulas sebáceas e sudoríparas, bem como vários receptores especializados, é considerada o maior órgão do corpo humano. Dividido em camadas, sendo a mais superficial a epiderme, basicamente constituída de tecido epitelial possuindo cinco camadas: basal, espinhosa, granulosa, lúcida e córnea. A segunda camada, a derme, compõe-se de tecido conjuntivo e vasos sanguíneos. Algumas literaturas ainda consideram uma terceira camada, a hipoderme, composta de tecido conjuntivo que armazena lipídeos e possui funções de proteção e regulação térmica do corpo (D’ANGELO; FATTINI, 2011). A pele é um órgão, composto por milhões de receptores sensitivos, com uma vasta rede vascular, funcionando como uma interface entre o meio interno e externo. Ou seja, entre corpo e meio ambiente, protegendo-o quando interage com o ambiente. Consiste em uma variedade de tecidos organizados em conjunto, sendo sua aparência clinicamente importante porque demonstra algumas disfunções corporais. Alguns exemplos, uma pele sem coloração indicam um estado de choque, avermelhada e quente, febre e infecção; erupções na pele indicam alergias ou infecções locais, já algumas texturas diferentes podem mostrar alterações glandulares ou nutricionais, pode demonstrar também problemas emocionais (GRAAFF, 2003). 4 FIGURA 1 – ANATOMIA DA PELE FONTE: <https://shutr.bz/3JmZXZN>. Acesso em: 18 mar. 2021. A derme é composta pela camada papilar, tipo de tecido conectivo frouxo, contém capilares que nutrem a epiderme, tem esse nome devido às papilas que se projetam entre as cristas da pele. A segunda camada, a reticular, tem fibras unidas em um emaranhado de tecido conectivo que circunda vasos sanguíneos, folículos pilosos, nervos, glândulas (MARTINI et al, 2009). pelo Epiderme Derme Hipoderme tecido subcutâneo Poro Sudoríparo nervo Glândula Sudorípara Bulbo piloso veia Artéria Tecido adiposo 2 AFECÇÕES CUTÂNEAS E DISTÚRBIOS ESTÉTICOS FACIAIS A pele é o maior órgão do corpo humano, indispensável à vida, é a proteção do organismo contra o ambiente externo. É vital ao organismo, promovendo proteção contra lesões ambientais, controle da temperatura, função sensorial e produção de vitamina D. Manifesta inúmeros sinais e sintomas, que auxiliam no diagnóstico de doenças. Recobre em torno de 2 m2, modifica a espessura conforme a região do corpo avaliada, sendo que, nas palmas das mãos e na planta dos pés, devido uma maior pressão nestes locais, é mais espessa quando comparada com a pálpebra dos olhos. Sendo que a pele do corpo recebe 1/3 de todo o sangue que circula pelo organismo, ainda, este tegumento apresenta características de resistência e elasticidade (D’ANGELO; FATTINI, 2011). 5 NOTA A pele é um órgão, o maior do corpo humano, que, no caso de alteração de temperatura, pode chegar a eliminar em torno de 11 litros de suor, sendo que isso só não ocorre no leito ungueal, tímpanos e margem dos lábios. O cheiro do suor é causado pela presença de bactérias presentes em nosso corpo. A pele pode ser definida como um órgão sensorial, permitindo a percepção de estímulos de natureza táteis, térmicos e dolorosos, e ainda corresponde a 70% da água do corpo livre do peso de tecido adiposo. Conforme nos desenvolvemos, o colágeno e a elastina se tornam maduros. Os fibroblastos aumentam sua síntese, o colágeno se torna mais resistente. Na vida adulta, esta síntese diminui devido à redução da mitose, quando se inicia o processo de envelhecimento (RODRIGUES, 2009). Pode ser considerado um sistema de comunicação entre os sistemas nervoso, imunológico e endócrino, com os órgãos internos, sendo que, constantemente, se comunica com o sistema nervoso central. Tem origem em folhetos denominados ectoderme e mesoderme, o primeiro origina a epiderme, melanócitos, anexos cutâneos, todas as estruturas do sistema nervoso e o epitélio de revestimento das cavidades nasal, oral e anal. Do segundo folheto, origina-se a derme, células de Langherans, hipoderme, músculos esqueléticos e lisos, sistemas circulatório, esquelético, excretor e reprodutor (FASSHEBER et al. ,2018). Dentre as camadas da pele temos a epiderme, que é superficial, composta de um epitélio estratificado de 0,007 a 0,12 mm de espessura, compõe-se, em sua maioria, de camadas de células mortas, de quatro a cinco camadas dependendo de onde a pele se encontra. Nas palmas das mãos e planta dos pés existem cinco camadas, por estarem mais expostas ao atrito, nas outras áreas, apenas quatro camadas. A primeira camada, ou basal, é única e está em contato direto com a derme, composta especificamente por quatro tipos celulares: os queratinócitos, melanócitos, células de Merkel (táteis) e dendrócitos granulares não pigmentados (células de Langerhans), as células se renovam constantemente, nesta camada, através da mitose, e vão para superfície superior para renovar a epiderme, chegando até a última camada, a córnea, onde as células chegam anucleadas, ou seja mortas, para posterior descamação, o que leva de seis a oito semanas, para que as novas células se desloquem da camada basal até a camada córnea (GRAAFF, 2003). 6 Nem todos os sinais apresentadospela pele demonstram infecção, trauma ou alergia, alguns decorrem de respostas normais ao ambiente, exemplo, a hiperqueratose, que é a calosidade formada por excesso de produção de queratina, geralmente por excesso de abrasão mecânica, os conhecidos calos (MARTINI et al., 2009). ATENÇÃO 2.1 ACNE Dentre as afecções cutâneas, temos a acne que pode ser descrita como uma patologia inflamatória de caráter crônico, que afeta a unidade pilossebácea, podendo apresentar formas de comedões tanto abertos quanto fechados, além de que, nos casos mais graves, pode trazer presença de pápulas, pústulas e pode, inclusive, apresentar cistos, o que muitas vezes acaba causando cicatrizes inestéticas no local acometido (LYON; SILVA, 2015). Afeta em torno de 80%, pessoas entre 11 e 30 anos de idade, sendo característica de resposta do organismo à bactéria Proprionibacterium acne, considerada uma afecção dermatológica que causa lesões evidentes, polimorfas, de intensidade variável (BORGES; SCORZA, 2016). Atinge, com maior frequência, a fase da adolescência, principalmente o sexo feminino mais precocemente, por volta de 12 a 14 anos, já, o sexo masculino, por volta dos 14 aos 16 anos, sendo que, com a passagem da fase da puberdade, acaba por regredir de forma espontânea. Muitas meninas são acometidas devido a problemas do sistema endócrino, ou, ainda, pela presença da patologia de ovário policístico. Surge devido um aumento da secreção da glândula sebácea, denominada seborreia, decorrente de hiperplasia destas glândulas; uma ceratose do canal folicular que o estreita e acaba por reter o sebo, denominada comedogênese, e a presença de um micro-organismo no ducto sebáceo o conhecido Propionibacterium acnes, todo o processo acaba levando a um quadro inflamatório local (AZULAY, 2017). FIGURA 2 – ACNE EM FACE FONTE: <https://shutr.bz/3qk0O5N>. Acesso em: 18 mar. 2022. 7 Geralmente, as peles acneicas estão em estado de asfixia, havendo dificuldade de a secreção sebácea ser excretada para o exterior, ficando retida no canal folicular, sendo necessária uma limpeza dos canais para uma melhor oxigenação, evitando a formação da acne (BORGES, 2010). Quando ocorrem mudanças nas glândulas sebáceas, sudoríparas e nos folículos, deve-se verificar alterações hormonais, visto que, especialmente no período da puberdade, podem promover um aumento da atividade secretora dessas estruturas. Pessoas que apresentam a estrutura glandular (sebácea) de forma mais visível, podem, com maior frequência, desenvolver a acne, especialmente durante a fase de adolescência. Outra patologia bastante frequente é a dermatite seborreica, que faz com que as glândulas sebáceas se inflamem, tenham uma grande atividade, deixando a epiderme mais descamativa. Fatores como ansiedade, estresse e alergias alimentares, com infecções concomitantes por fungos, podem aumentar a gravidade da inflamação (MARTINI et al., 2009). IMPORTANTE As causas se dividem em herança, em que o tamanho da glândula, atividade durante a fase da puberdade, e queratinização da glândula, causadas por fatores genéticos, sendo que, quando os pais apresentam acne, a chance de ser transmitido aos descendentes é de aproximadamente 50%. Outro fator é a queratinização infundibular de forma descontrolada acompanhada de hiperqueratose, o que obstrui o folículo e promove o surgimento do comedão. A terceira causa é a hipersecreção sebácea, causada em especial quando ocorre o desenvolvimento das glândulas sebáceas por ação hormonal dos androgênios (por exemplo, testosterona) com maior ação na puberdade (LYON; SILVA, 2015). 2.2 DISCROMIAS A pele apresenta colorações diferenciadas devido à presença de melanina, que pode ser de cor marrom, vermelha e preta, bem como pela presença de sangue e vasos sanguíneos da derme. Sendo que podem ocorrer discromias caracterizadas por alterações na coloração da pele por diminuição (leucodermias), ou por aumento da melanina (melanodermias), ou, ainda, pode ocorrer uma deposição de pigmentos em especial na derme (hipercromias). A principal leucodermia é o albinismo, ausência total ou quase total da melanina na pele, cabelos e olhos, levando a pessoa acometida a uma fotossensibilidade, e um maior risco de desenvolvimento de tumores quando exposta aos raios ultravioletas (RIVITTI, 2018). 8 FIGURA 3 – CRIANÇA ALBINA FONTE: <https://shutr.bz/3iiZfRb>. Acesso em: 18 mar. 2022. De forma adquirida, pode surgir o vitiligo, também uma leucodermia, caracteriza- se com o surgimento de lesões acrômicas nos locais onde houve destruição dos melanócitos. Não possui patogênese esclarecida, mas, em geral, ocorre após traumas ou queimaduras de Sol, existem explicações por três teorias, uma imunológica, que a caracteriza por uma patologia autoimune, uma teoria citotóxica, em que derivados de hidroquinona são tóxicos para melanócitos, vindo, por exemplo, a ocorrer devido a um estresse oxidativo, e, por fim, uma teoria neural em que as lesões do vitiligo ocorreriam em áreas denervadas (RIVITTI, 2018). FIGURA 4 – PESSOA COM VITILIGO FONTE: <https://shutr.bz/3tkMo7g>. Acesso em: 18 mar. 2022. As hipercromias se caracterizam por hiperpigmentação com vários fatores desencadeantes, tais como envelhecimento, período gestacional, problemas endócrinos e a exposição ao Sol. No caso da gravidez, estas hiperpigmentações são conhecidas como melasmas, e se caracterizam como manchas de coloração marrom, formas irregulares, mais frequentes na face, além do período gestacional, podem surgir devido ao uso de medicação anticoncepcional (KAMIZATO; BRITO, 2014). 9 NOTA O melanócito é uma célula que possui dendritos que são capazes de se desenvolver em direção às laterais e para cima, permitindo que cada um deles seja capaz de transmitir seus melanossomas para aproximadamente 36 queratinócitos (MONTEIRO, 2012). A melanina é produzida pelos melanócitos que ficam na camada basal na epiderme, bulbo piloso e olhos. Tem como função a proteção dos raios ultravioletas, refletindo-os ou difratando-os, tem função de proteção das células, o tecido irradiado faz com que os melanossomas (vesículas que contêm melanina) fiquem ao redor do núcleo para que protejam o material genético da célula. O bronzeado, na verdade, é uma forma de proteção, para que não ocorra o fotoenvelhecimento ou a fotocarcinogênese, bem como uma produção desordenada, pode causar alterações cutâneas, como, por exemplo, as manchas e lentigos. A melanogênese ocorre porque a tirosinase (enzima que controla o processo), é produzida no retículo endoplasmático rugoso transferida para o Complexo de Golgi associado ao lisossoma, ativada e secretada para dentro de uma vesícula, um pré melanossoma é liberado e se une à vesícula, formando o melanossoma, em que a tirosinase converte tirosina em eumelanina (cor preta), ou em feomelanina (amarela ou avermelhada) (KAMIZATO; BRITO, 2014). 2.3 ENVELHECIMENTO CUTÂNEO Nossa pele ainda é acometida pelo envelhecimento, que pode ser descrito como um fenômeno fisiológico, que se desenvolve de forma progressiva e não pode ser revertido, causa um declínio na função e na estrutura do tecido cutâneo. Desenvolve-se intrinsecamente influenciado por fatores genéticos, características de cada indivíduo, sendo afetado por fatores endógenos e exógenos, sendo a principal causa exógena a exposição à radiação ultravioleta conhecido como fotoenvelhecimento. A radiação ultravioleta UVA e UVB degradam o colágeno e promovem dano ao DNA do núcleo e da mitocôndria, promovendo o envelhecimento celular (LUPI et al., 2012). O fotoenvelhecimento causa alterações na pele no nível microscópico, classificada em Escala de Glogau, conforme Borges (2010): • Tipo I – discreta: pode-se descrever como “sem rugas”. Por se tratar de um fotoenvelhecimento precoce, existe uma discreta alteração na pigmentação, as rugas são mínimas e, geralmente, ocorrem entre as idades de 20 a 30 anos. • Tipo II – moderada: rugas ao movimento. Já então presenteslentigos senis, ceratoses palpáveis, mas ainda não visíveis, início do aparecimento da linha paralela ao sorriso, face com aspecto cansado, entre 30 e 40 anos. 10 • Tipo III – avançada: rugas em repouso. Discromias, ceratoses visíveis, rugas apresentam-se mesmo sem movimento, aspecto de cansaço constante, em torno de 50 anos ou mais. • Tipo IV – grave: apenas rugas. A pele apresenta uma coloração amarelo-acinzentada, rugas em toda a face, não há pele normal, entre 60 e 70 anos. FIGURA 5 – ENVELHECIMENTO CUTÂNEO FONTE: <https://shutr.bz/3JDkoln>. Acesso em: 18 mar. 2022. Conforme ocorre envelhecimento, a pele fica mais fina e, em alguns locais, torna-se mais enrugada, seca e escamosa. A camada córnea se torna mais permeável à passagem rápida de substâncias por ela, as fibras de colágeno ficam mais grossas e as fibras elásticas perdem sua elasticidade, bem como há decréscimo de gordura depositada no tecido subcutâneo. A pele mostra mais marcadamente as rugas, o melanócito se atrofia com a idade, os receptores sensitivos de dor, calor e pressão se tornam e menos sensíveis e menos numerosos, as glândulas sudoríparas e sebáceas diminuem de número e função (GUIRRO; GUIRRO, 2004). As fibras elásticas e colágenas sofrem agressão pela exposição prolongada aos raios ultravioletas A e B emitidos pelo Sol, causando um processo de degeneração, que faz com que a pele fique mais flácida por reduzir sua quantidade de água e nutrientes, além de diminuição da resposta imunológica, apresentando uma coloração amarelada. Seu primeiro mecanismo de defesa é a camada mais superficial, a epiderme que absorve a maioria dos raios ultravioletas, não permitindo que cheguem às camadas mais profundas. Ainda existe um segundo mecanismo de defesa por meio do suor, que tem como componente o ácido urocânico, que é altamente absortivo para os raios UVB. O terceiro mecanismo é a melanina, cuja ação fotoprotetora se faz por absorção da radiação UV (BORGES; SCORZA, 2016). 11 O envelhecimento leva à perda de tecido fibroso, lentidão para que as células se renovem, redução na hidratação celular. Devido a essas alterações, o organismo fica mais frágil em razão de agressões internas e externas, a camada córnea fica mais permeável, fibras colágenas ficam mais grossas e as elásticas perdem a elasticidade, tudo influenciado pelo estilo de vida e suas inter-relações pessoais (FASSHEBER et al., 2018). São várias as teorias que explicam o envelhecimento, sendo a mais conhecida a dos radicais livres, que se trata de moléculas de oxigênio que perderam elétron e se ligam em outras para equilibrar sua camada, tornando extremamente instáveis e reativas (PERRICONE, 2001). ATENÇÃO O envelhecimento é classificado pela escala de Glogau, que é feita de acordo com a profundidade das rugas, em quatro graus. O Grau I, denominado envelhecimento suave, de 28-35 anos, quando ainda não há rugas, as alterações pigmentares ainda são suaves, sem queratose; o II, envelhecimento moderado de 35 a 50 anos, as rugas aparecem com movimento ou expressão do rosto, existem manchas marrons visíveis, pele áspera e palpável, linhas paralelas ao sorriso, começam a aparecer os pés de galinha; o Grau III, envelhecimento avançado de 50 a 65 anos, rugas em repouso, mesmo sem expressão, manchas escuras, avermelhadas, telangiectasias, linhas e sulcos mesmo em repouso, mesmo sem expressão facial as rugas ficam visíveis; e, IV, envelhecimento grave da pele de 60 a 75 anos, rugas muito acentuadas e grande flacidez na pele, presença de manchas escuras, brancas e vermelhas, rugas em toda a face, flacidez pela falta de colágeno (BORGES, 2010). As rugas podem ser dinâmicas ou estáticas, as dinâmicas são conhecidas como de expressão e surgem devido à contração dos músculos da face, são visualizadas quando ocorrem os movimentos de expressão, isto faz com que, com o tempo, surjam as linhas de expressão. As chamadas estáticas são mais profundas, visíveis mesmo sem nenhuma expressão, ou seja, em repouso, causadas pelo envelhecimento extrínseco em conjunto com os agentes externos, ou ainda evolução das dinâmicas não tratadas (HORIBE, 2000). 2.4 ROSÁCEA/COUPEROSE Caracterizada por uma pele avermelhada, trazendo uma sensação de calor que incomoda, inflama os folículos e os vasos sanguíneos. O rubor evolui para elevações vermelhas álgicas, as pápulas, alguns pontos com presença de pus (pústulas), e um desenho em forma de teia de aranha demonstrando o aumento dos vasos sanguíneos. 12 Se não tratada pode originar nódulos, em alguns casos pode ser confundida com a acne, com a diferença que não apresenta o aspecto de comedões abertos e fechados, e a exposição solar, que, em alguns casos para acne, quando moderada, é benéfica, no caso da rosácea, piora o quadro (DEODATO, et al., 2019). FIGURA 6 – ROSÁCEA FONTE: <https://shutr.bz/3KXF1sm>. Acesso em: 18 mar. 2022. Rosácea é um tipo de distúrbio dermatológico classificado como crônico, trazendo uma ampla variedade de sintomas, atingindo cerca de 10 % da população, apresentando como padrões mais comuns três formas eritematotelangiectásica (RET), papulopustular (RPP), fimatosa (RF) e ocular (RO) (TROIELLI et al., 2018). Uma condição inflamatória de longo prazo que acontece na face, sem causa determinada. Apenas algumas teorias, os vasos sanguíneos se dilatam muito facilmente, aumentando o fluxo sanguíneo para a pele, deixando-a avermelhada e ruborizada. Caracteriza-se por uma vermelhidão crônica ou temporária, que surge na face parecido com vasos sanguíneos vermelhos, em especial ao redor do nariz e, em alguns casos, no queixo, em geral, agravada por mudanças nas condições atmosféricas, além de ingestão de alimentos picantes e exposição ao Sol. Essa pele precisa de muito cuidado, principalmente com uso de produtos que tenham ativos refrescantes e vasoconstritores (MICHALUN; MICHALUN, 2010). Em aproximadamente 22% dos casos afeta a aparência, trazendo, além do sofrimento físico, também o psicológico, demonstrando hiperplasia das glândulas sebáceas, o que promove uma considerável oleosidade, aumento dos ramos dos orifícios foliculares, pele mais espessa, massas irregulares com aspecto de nódulos, sendo que a região nasal tem maior incidência de ser afetada (SANTOS, 2020). 13 Não existe cura para a rosácea, mas várias opções terapêuticas que permitem melhora do quadro e longos períodos de remissão, melhorando a qualidade de vida do paciente. ATENÇÃO Ainda para Santos (2020), os mecanismos que promovem o desencadeamento da rosácea ainda não são bem definidos, trazendo uma causa multifatorial envolvendo desde genética até pontos chamados de gatilho para a patologia, tais como: micro- organismos, radiação ultravioleta, temperaturas extremas, perda da continuidade da barreira cutânea, problemas emocionais e hormônios. Podem surgir sintomas secundários como sensação de coceira (prurido) e queimação, além de um aspecto edemaciado da face, e também da presença de dermatite seborreica, em casos sérios pode afetar os olhos e provocar rinofima (AWOSIKA; OUSSEDIK, 2018). 3 AFECÇÕES CUTÂNEAS E DISTÚRBIOS ESTÉTICOS CORPORAIS O corpo passa por diversas transformações desde a infância até chegar na vida adulta, o que pode trazer consigo várias alterações inestéticas como, por exemplo, as estrias causadas por um crescimento exagerado, alterações hormonais, ganho de peso ou gestação. As diferenças morfológicas celulares entre homens e mulheres faz com que a incidência de lipodistrofia ginoide seja predominante nas mulheres. Além de tudo isso, uma alimentação desequilibrada e a falta de exercícios traz, hoje, uma das patologias mais predominantes a nível mundial, a obesidade. A seguir falaremos mais detalhadamente dessas patologias. 3.1 ESTRIAS As estrias são descritas como uma forma de atrofia que ocorre em nosso tegumento, são de aspecto lineares, podendo ser pequenas ou com vários milímetros de largura. Na fase aguda, se apresentamavermelhadas, evoluindo na fase crônica para uma coloração esbranquiçada, surgindo em pequena quantidade ou em grande número, de forma perpendicular, as linhas de fenda da pele. 14 Trazem como característica uma diminuição da espessura da pele, adelgaçamento, pregueamento, secura e uma diminuição da elasticidade, além de redução do número de pelos no local do surgimento da estria. Em geral, os primeiros sintomas são pruridos, dor, erupção papilar plana e rosada, inicialmente se apresentam rubras (striae rubrae) e quando finaliza o processo são nacaradas, tornando-se estrias albas (striae albae) (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Ocorre um rompimento das fibras que promovem a elasticidade da pele, devido a um estirão de crescimento, uso de medicamentos com presença de corticoides, período gestacional, grande alteração de peso, aumento de massa muscular (hipertrofia muscular), sendo as partes do corpo mais atingidas, a região dos quadris, abdômen, coxa, mamas e região lateral do corpo (BORGES, 2010). Os fibroblastos perdem sua capacidade de síntese para reparar o tecido, existe uma alteração da estrutura do tecido conjuntivo, do colágeno e da elastina, também ocorre alteração nas fibras de fibrinilas, mais incidente no sexo feminino. Fatores genéticos, como síndromes de Cushing e Marfan, podem causar estrias (FASSHEBER et al., 2018). O mesmo autor ainda descreve, que a teoria mecânica explica a estria pelo excesso de deposição de gordura no tecido adiposo, que promove dano nas fibras elásticas e colágenas, denominado de striae distensae. A teoria endocrinológica afirma que drogas, como alguns hormônios, podem causar o seu surgimento, e a teoria infecciosa relata o dano das fibras elásticas da pele pela ação de processos infecciosos. FIGURA 7 – ESTRIAS FONTE: <https://shutr.bz/3ikBYOK>. Acesso em: 18 mar. 2022. Através da avaliação histológica, pode se comparar as estrias a uma cicatriz, visto que, no início, a derme se apresenta acometida por um processo inflamatório e a epiderme não apresenta alteração significativa, nem atrofia, o que conforme ocorre a evolução da disfunção, faz com que a epiderme fique atrófica e a derme fique mais delgada (BOLOGNIA; JORIZZO; SHAEFFER, 2012). 15 Vários recursos podem ser usados no tratamento das estrias, desde eletroterapia até uso de ácidos. Um dos mais frequentes é o ácido retinóico, a tretinoína, derivada da vitamina A, auxilia no desenvolvimento tissular, podendo, neste caso, ser aplicada em variadas lesões do tecido tegumentar, como estrias, rugas, sequelas de acne e/ou flacidez (RAMOS, 2018). IMPORTANTE A rede emaranhada de fibras colágenas da camada reticular promove uma força tensora, permitindo que a derme se distenda e retorne à posição inicial, porém, a idade, hormônios e exposição à radiação ultravioleta, reduzem à espessura e flexibilidade da derme. Quando o abdômen se distende por gravidez ou grande ganho de peso, a pele ultrapassa sua capacidade de distensão, levando ao surgimento das estrias de distensão. A maioria das fibras colágenas e elásticas é disposta em paralelo, a orientação destes feixes depende do estresse aplicado na pele em um movimento normal, os feixes se dispõem de forma a permitir que seja imposta uma resistência às forças que são aplicadas, o padrão destes feixes estabelece as linhas de clivagem, que são usadas para que sejam feitos cortes cirúrgicos, visto que auxilia na cicatrização quando paralelos a elas (MARTINI et al., 2009). 3.2 LIPODISTROFIA GINOIDE Infiltração que ocorre no tecido conjuntivo sem caráter inflamatório, sendo que a substância fundamental se polimeriza e se infiltra em forma de tramas. Caracteriza- se por uma reação com fibrose e espessamento das camadas subepidérmicas, sendo que, em alguns casos, causa algia, por vezes forma nódulos ou placas com diferentes extensões e localizações (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Atinge em torno de 95% das mulheres, especialmente quando ocorrem alterações hormonais, por exemplo, durante período de gravidez, na puberdade, o uso de métodos contraceptivos. Sendo que o principal hormônio envolvido é o estrógeno, e que ainda acaba por agravar a disfunção (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Pode ser descrita como uma afecção do tipo degenerativa esclerótica, que ocorre no tecido conjuntivo, não apresenta inflamação, porém, causa mudanças no líquido intersticial, na circulação, faz com que a substância fundamental se polimerize produzindo fibrose (GUIRRO; GUIRRO, 2004). 16 Classifica-se de acordo com o aspecto apresentado pela pele, trazendo alteração de relevo, mudança na coloração e uma pele flácida, em geral, vem associada a alterações circulatórias e diminuição do tônus muscular. Ocorre um aumento no tecido adiposo, promovendo aderências, que, ao teste de casca laranja, demonstra um relevo irregular na pele. Pode ser de Grau I, no qual não há dor, e a casca de laranja só é vista se houver compressão do local ou ainda contração muscular; o Grau II traz um desconforto no local, presença de depressões visualizadas mesmo sem compressão do local; no Grau III, além de todos esses sintomas, existe uma sensação de cansaço e dor, e a casca de laranja é visível em qualquer posição; o Grau IV traz dor constante e sensibilidade no local, a pele apresenta flacidez e alteração do tônus muscular e aspecto de casca de laranja em qualquer posição (BORGES; SCORZA, 2016). FIGURA 8 – LIPODISTROFIA GINOIDE FONTE: <https://shutr.bz/3CV2x6x>. Acesso em: 18 mar. 2022. A etiologia é variada desde fatores genéticos, desequilíbrio hormonal e outros fatores que são determinantes no desenvolvimento dessa patologia, que são o estresse, tabagismo, sedentarismo, alterações no metabolismo, além de alimentação desequilibrada; fatores condicionantes como aumento na pressão capilar e dificuldade de reabsorção linfática (GUIRRO; GUIRRO, 2004). NOTA Popularmente conhecida celulite, a lipodistrofia ginoide é um distúrbio predominantemente metabólico que atinge com maior incidência as mulheres e especialmente o tecido subcutâneo, com causas multifatoriais (LIMA et al., 2017). 17 Ocorre uma deterioração da vascularização cutânea, em especial nos esfíncteres pré capilares arteriolares, no qual existe uma deposição de glicosaminaglicanos e ácido hialurônico nas paredes de capilares presentes na derme e entre a elastina e o colágeno (AFONSO et al., 2010). Trata-se de uma distrofia celular complexa, que afeta o metabolismo da água, o que acaba saturando o tecido conjuntivo, podendo ser descrito como um distúrbio endócrino-metabólico e da microcirculação, altera a matriz intersticial e toda a arquitetura do tecido adiposo subcutâneo. Surge uma fibrose no tecido, devido a um excesso de proliferação dos fibroblastos ao redor das células adiposas, isso em conjunto com alteração na circulação, o tecido adiposo tem queda no seu metabolismo (ZERINI et al., 2015). O sexo feminino tem um septo fibroso fino que se orienta de forma vertical até a superfície, o que acaba originando agrupamentos de células adiposas em compartimentos com disposição retangular, isso, no homem, é diferente, pois, o septo é mais grosso e, devido uma projeção diagonal com compartimentos em forma poligonal, faz com que os homens não apresentem uma celulite aparente. No homem, a expansão do tecido adiposo vai para a profundidade, e na mulher em direção à superfície, quando expostos à pressão, a alteração do volume leva a projeção das estruturas da derme para tecido subcutâneo, isto modifica o aspecto da pele aparecendo a celulite (ALMEIDA et al., 2013). Sua apresentação física pode ser diferenciada, sendo a compacta em indivíduos não sedentários, com extremos de magreza ou obesidade, os nódulos são mais duros, pouco móveis, e são doloridos. O tipo flácido acomete indivíduos sedentários, que não possuem uma massa muscular considerável. A mista apresenta os dois tipos no mesmo paciente e a edematosa, que, em geral, ocorre devido um quadro de linfoedema (GUIRRO;GUIRRO, 2004). 3.3 LIPODISTROFIA LOCALIZADA O tecido adiposo é composto por um tipo de tecido conjuntivo formado por células, os adipócitos, que podem se dispor de forma isolada ou agrupados. Quando se desenvolvem de forma irregular surge a chamada gordura localizada, que pode advir de fatores genéticos, alterações posturais ou, ainda, por problemas na circulação, concentrando-se em torno de 15 a 20% do peso corporal, no caso de homens, e, em torno de 20 a 25%, nas mulheres (GUIRRO; GUIRRO, 2004). Esse tecido apresenta uma capacidade maior que os demais de aumentar de tamanho, na obesidade, a taxa de aumento de tamanho pode atingir 100%, e no caminho inverso, no caso de patologias como a anorexia, pode reduzir seu tamanho até 3% de uma célula normal (CURI et al., 2002). 18 O corpo humano possui em torno de 3% em homens e 9% a 12% em mulheres da gordura que é considerada essencial, que se localiza entre os órgãos para protegê- los, especialmente no tecido nervoso. Para fornecimento de energia e calor, nosso corpo dispõe da gordura marrom, com pouco teor de gordura e grande quantidade de mitocôndrias, favorecendo a produção de energia. A gordura visceral é maléfica à saúde, fica na parte posterior da parede abdominal e entre os órgãos aos quais rodeia, causa maior inflamação no corpo, pois diminui a produção de adiponectina, que é responsável pela queima de gordura e metabolismo. O quarto tipo de gordura é a conhecida subcutânea, dispõe-se abaixo da pele e promove o aspecto de abdômen distendido ou, ainda, protuso, abrange a maior porcentagem da gordura corporal, em torno de 40 a 60% (LILIE, 2003). A lipodistrofia localizada, ocorre em razão do aumento no número de células adiposas, denominada hiperplasia celular, além de um acréscimo do volume das células já existentes, denominada hipertrofia, sendo que, na maioria dos casos, estes fenômenos ocorrem concomitantemente (GUIRRO; GUIRRO, 2004). As paredes do abdômen são musculoaponeuróticas com várias camadas contraindo para aumentar a pressão intra-abdominal, mas permitindo sua distensão quando existe a ingestão de alimentos, gestação, algumas doenças e, ainda, a deposição de tecido gorduroso (MOORE; DALLEY; AGUR, 2011). IMPORTANTE O excesso de adipócitos se concentra em regiões do corpo, influenciado por sexo, idade, hábitos de vida, fatores genéticos, fatores hormonais, biótipo corporal. A gordura do tipo androide se acumula mais na região abdominal, mais comum no sexo masculino, já quando se acumula em especial nos membros inferiores, é conhecida como ginoide, e está mais presente nas mulheres (BORGES; SCORZA, 2016). 19 FIGURA 9 – GORDURA LOCALIZADA Gordura subcutânea Gordura visceral Músculo abdominal FONTE: <https://bit.ly/3qiYEn7>. Acesso em: 18 mar. 2022. O corpo humano não consegue armazenar energia vinda dos carboidratos e proteínas, acabando por armazená-la no tecido adiposo, para que possa ser usada no caso de jejum por longo período, além de auxiliar no controle da temperatura e ainda é mobilizado no caso de exercício físico intenso. Porém, quando esta reserva fica acima do necessário, surge uma disfunção que, ao ponto de vista estético, é desagradável e ainda pode trazer prejuízos à saúde (BORGES, 2010; CAVALHEIRO; FERREIRA; ASSUNÇÃO, 2012). 3.4 FLACIDEZ Nosso corpo pode apresentar dois tipos de flacidez, a muscular, mais profunda, presente quando os músculos estão pouco tonificados, sendo que a tensão muscular auxilia nas formas corporais, na definição destas e permite ao corpo se apresentar mais “firme”, e, a dérmica, que é mais superficial, elas podem ocorrer juntas ou de forma isolada (FASSHEBER et al., 2018). Processo lento e progressivo que ocorre devido à redução de fibras elásticas e de colágeno no tecido que dá sustentação à pele, ou seja, o tecido subcutâneo, fazendo com que surja uma perda de elasticidade destas a partir, especialmente, dos 25 anos (GOMES, 2015). As causas da flacidez vão desde fatores genéticos, ambientais, maus hábitos, sedentarismo e má digestão. Quando ocorre a diminuição dos elementos do tecido conjuntivo, ela fica mais fraca, perde sua firmeza entre as células, no caso da flacidez muscular ocorrem pontos antissimétricos, os tecidos afrouxam, caem e caracteriza um envelhecimento precoce (GUIRRO; GUIRRO,2004). 20 A pele pode ser descrita como um material biológico viscoelástico. Contudo, um indivíduo magro pode se tornar obeso e voltar a ser magro, mas sua pele não retornará ao estado inicial por ultrapassar seu limite elástico (GUIRRO; GUIRRO, 2004). ATENÇÃO No processo de flacidez existe a ação da elastase, que promove uma quebra da cadeia das fibras elásticas, que acaba por deixar a pele flácida. Além disso, a genética também promove o enfraquecimento da sustentação da pele, bem como um excesso de exposição ao Sol também promove degradação destas fibras, assim como alimentação que não contenha muitas proteínas todos estes fatores levam à flacidez (IMOKAWA; ISHIDA, 2015; GOMES, 2015). FIGURA 10 – FLACIDEZ FONTE: <https://bit.ly/3Jpl65w>. Acesso em: 18 mar. 2022. A arquitetura das fibras de colágeno e elastina, organiza-se em formato tridimensional que se forma na derme. Quando não há exposição ao Sol, esta estrutura se mantém ordenada das fibras verticais em várias camadas. Em cada camada, as fibras se formam diferente das fibras da camada adjacente dando um aspecto de malha, quando a pele se expõe à radiação, esta malha se altera, as fibras elásticas e a derme enfraquecem (IMOKAWA; ISHIDA, 2015). Conforme envelhecemos, o colágeno se torna mais rígido e as fibras elásticas (elastina) perdem suas características de maleabilidade. Pode-se dizer que a flacidez da pele é devida à atividade que ocorre no tecido conjuntivo, especialmente quando ocorrem mudanças nas fases de capacidade de elasticidade de nossa pele (GUIRRO; GUIRRO, 2004). 21 Na fase elástica, nosso tecido, ao ser submetido a uma carga, é capaz de voltar a seu estado inicial quando esta é retirada, pode ser verificada a lei de Hooke, tensão proporcional à habilidade de resistência do tecido a carga imposta, oferecendo certa resistência a ela. A fase de flutuação corresponde ao fato de que quando a carga é mantida, mantêm-se também o estiramento chegando um momento ao equilíbrio, as cadeias de carbono se modificam, ao ser retirada a carga, o tecido permanece igual não retornando à configuração inicial. A fase plástica já traz o tecido com deformação permanente, passando de seu limite de elasticidade e deformando-se de forma permanente. Se continuar após o estiramento total do tecido, não existe possibilidade de o organismo voltar a configuração inicial, surge a flacidez, podendo vir acompanhada da presença de ruptura no tecido, as estrias (GUIRRO; GUIRRO, 2004). 22 Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como: • O tecido tegumentar funciona como barreira protetora contra os agressores do meio externo. • O tecido tegumentar apresenta alterações em sua estrutura, devido a mudanças em sua arquitetura ou influência hormonal. • O tecido tegumentar traz sinais devido às causas físicas, podendo, também, demonstrar problemas de origem emocional, como, por exemplo, descamação. • O tecido tegumentar responde a variados tratamentos, desde cosméticos, equipamentos ou técnicas manuais, o que depende de avaliação adequada. RESUMO DO TÓPICO 1 23 1 O tecido tegumentar, conhecido como pele, é capaz de se distender quando exposto a uma força de deformação, podendo voltar a sua configuração inicial ou permanecer no estado de deformação. Existem as fases que descrevem a capacidade de elasticidade e resistência deste tecido, no caso, quando o tecido sofre uma deformação permanente sem retornar ao seu estado inicial. Quanto a sua denominação, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Fase elásticas. b) ( ) Fase plástica. c) ( ) Fase de flutuação. d) ( ) Fase de ruptura. 2 Quando falamos de envelhecimento,podemos o descrever como uma perda gradual do tecido fibroso, as células não se renovam e existe uma redução na hidratação celular. O Sol, o estilo de vida e até mesmo a emoção influenciam na perda da elasticidade da pele. Para classificar o envelhecimento, existe a escala de Goglau, que é mais utilizada, a qual determina o grau de envelhecimento. De acordo com os aspectos apresentados pelo paciente em relação à escala de Goglau, associe os itens, utilizando o código a seguir: I- Envelhecimento suave. II- Envelhecimento moderado. III- Envelhecimento avançado. IV- Envelhecimento grave. ( ) Atinge a idade de 60 a 75 anos, estão presentes rugas muito acentuadas, flacidez de pele, manchas escuras, rugas em toda a face. ( ) Atinge a idade de 28 a 35 anos, não há rugas, alterações pigmentares suaves, sem queratose. ( ) Atinge a idade de 50 a 65 anos, rugas em repouso, mesmo sem expressão, manchas escuras, telangectasias, linhas e sulcos mesmo em repouso. ( ) Atinge a idade de 35 a 50 anos, as rugas aparecem com movimento ou expressão do rosto, manchas marrons visíveis, pele áspera e linhas paralelas ao sorriso. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) I - III - II - IV. b) ( ) IV - I - III - II. c) ( ) III - II - IV - I. d) ( ) II - IV - I - II. AUTOATIVIDADE 24 3 O tecido pigmentar passa por diversas alterações, desde sua resistência, capacidade de manter um suporte, capacidade de se distender e retornar ao seu estado original, e a capacidade de proteção do organismo. Este tecido sofre alterações em relação a sua pigmentação, devido deposição ou falta do pigmento melanina, transmitido a epiderme pelos melanossomas conforme estímulo por meio das radiações ultravioletas, por exemplo. Em relação às alterações de pigmentação que são diagnosticadas, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) O vitiligo se classifica como uma hipercromia classificada como leucodermia e se caracteriza pela ausência total ou quase total da melanina da pele. ( ) Uma discromia classificada dentro do grupo de leucodermias é o vitiligo, que se caracteriza por lesões acrômicas locais devido à destruição dos melanócitos. ( ) As hipercromias podem ser chamadas de hiperpigmentação, e o tipo mais conhecido é o melasma de coloração marrom que surge na face mais frequentemente. ( ) As discromias são alterações na coloração da pele chamadas melanodermias, ou aumento do pigmento, chamadas de leucodermias. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V - F - F - V. b) ( ) F - F - V - V. c) ( ) F - V - V - F. d) ( ) V - V - F - F. 4 O tecido adiposo é um tipo de tecido conjuntivo, com grande capacidade de aumentar tamanho, além da capacidade de fornecimento de energia ao corpo humano, sendo que existem vários tipos de gordura: a marrom, a visceral, a gordura essencial e a gordura subcutânea. Porém, a forma de acúmulo dos adipócitos no organismo sofre influências de acordo com o sexo, idade, hábitos de vida, fatores genéticos e hormonais. Sobre os tipos de gordura, descreva cada um deles. 5 Qualquer mudança hormonal que ocorra no organismo traz alterações no nível de nossas glândulas e folículos pilosos, especialmente na fase de puberdade. O aumento da produção de sebo pela glândula sebácea e alterações no canal folicular retém o sebo e provoca a comedogênese. Em relação à classificação dos tipos de acne, existem quatro graus com características distintas, descreva cada um deles. 25 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO FACIAL 1 INTRODUÇÃO UNIDADE 1 TÓPICO 2 - A pele é de extrema importância para o aspecto estético e, especialmente, por ser um órgão funcional, envolvendo todo o corpo, tendo, como limites, orifícios externos dos tratos respiratório, digestório. Ainda é um órgão imunológico, pela defesa por parte dos queratinócitos, mastócitos, células dendríticas, protegendo-a contra agressores internos e externos em relação às injúrias teciduais (BORGES, 2010). A beleza, hoje em dia, relaciona-se à juventude, pele sem rugas, manchas ou marcas de expressão e, conforme envelhecemos, a pele se modifica de forma gradual, caracterizando-se com alterações no nível corporal e facial. A avaliação é importante para que as doenças que possam afetar a pele possam ser identificadas, verificando se estão restritas a ela ou se na verdade as manifestações são de doenças sistêmicas. Em geral as lesões são denominadas elementares, as quais são causadas por processos degenerativos, inflamatórios, problemas na circulação ou no metabolismo, e são identificadas por meio de exames clínicos, inspeção e palpação, e se classificam de acordo com alterações da cor, formações sólidas, alterações na espessura (PORTO, 2019). 2 ANAMNESE A avaliação facial deve ser feita desde uma entrevista, por meio de uma ficha de anamnese, realização de um exame visual, com auxílio de uma lâmpada ou lupa, um exame tátil, verificação da superfície da pele além de palpação, e questionamento do paciente, dos hábitos de vida, cuidados com a pele, entre outros. A anamnese registra desde o histórico familiar, antecedentes patológicos, para determinação da conduta terapêutica (GERSON et al., 2011). A avaliação das lesões pigmentares pode ser feita de forma visual, sem uso de ferramentas adicionais para identificação das lesões. Sendo necessária uma higienização correta da pele, sem maquiagem ou sujidades. 26 A avaliação das discromias também pode ser feita através da lâmpada de Wood, que se caracteriza por uma câmara escura acoplada a uma lâmpada específica que permite a avaliação de manchas presentes na epiderme, quando se apresentam mais escuras, e manchas a nível da derme, quando, então, se apresentam mais azuladas (ANDRADE et al., 2018). Na ficha de anamnese registra-se tudo que for observado na avaliação, desde o histórico do paciente, patologias pregressas, histórico patológico, para que possa ser determinada a conduta terapêutica adequada levando em consideração as contraindicações, uma entrevista bem estruturada verifica se as lesões necessitam de encaminhamento médico para tratamento, o exame visual, muitas vezes com auxílio da lupa, o exame tátil e a palpação auxiliarão no diagnóstico final (GERSON et al., 2011). QUADRO 1 – FICHA DE ANAMNESE FACIAL 27 FONTE: <https://bit.ly/3thJiRz>. Acesso em: 18 mar. 2022. Na ficha de anamnese deve conter todos os procedimentos realizados anteriormente, se não possui nenhuma reação alérgica, sendo que todas as informações importantes devem ser tomadas, para que um tratamento adequado seja feito. Deve ser determinado o correto tipo de pele para uso de cosméticos adequados. 28 3 LÂMPADA DE WOOD A lâmpada de Wood tem princípio na fluorescência emitida na pele com baixo comprimento de onda, 340 a 400 nm, o olho humano recebe fótons emitidos pela pele tanto da luz visível (400 e 700 nm), quanto os emitidos pela fluorescência, para que seja visível e seja verificado a fluorescência da pele, o paciente deve estar em um ambiente totalmente escuro, sem luz visível. A irradiação com a lâmpada de Wood emite luz em comprimento de 320 a 400 nm. Pode ser aplicada em várias dermatoses, por exemplo, que demonstrará diferentes colorações, infecções fúngicas apresentarão colorações em tons azulados, amarelo-prateada, vermelho coral, as infecções bacterianas que apresentarão colorações vermelho, verde, azul, marrom, as alterações pigmentares que apresentarão coloração branca, azul brilhante, vermelho-coral (VEASEY; MIGUEL; BEDRIKOW, 2017). Importante, também, na avaliação facial, é a identificação dos tipos de pele, sendo que, devido às características das peles encontradas, existem quatro classificações principais, e, de acordo com as condições, pode ainda ser classificada em mais seis tipos (MICHALUN; MICHALUN, 2010). 4 CLASSIFICAÇÃO DE FITZPATRICK Os tipos de pele são determinados, em especial, pela etnia e genética, o que mais influenciaé a quantidade de sebo produzida pelas glândulas sebáceas, e quantidade de gordura ou lipídeos encontrados entre as células, sendo, portanto, os tipos de pele divididos em quatro categorias: normal, oleosa, mista e seca. Sendo que, na maioria dos casos, existe uma combinação desses tipos, principalmente na zona T, composta por testa, nariz e queixo (GERSON et al., 2011). Ainda existe a classificação de Fitzpatrick que avalia a capacidade que cada ser humano tem de se bronzear cada vez que se expõe ao Sol, descrevendo a sensibilidade e a tendência de ficar vermelha. Esta classificação traz o Tipo I – branca: que sempre se queima e nunca bronzeia, é muito sensível ao Sol; o Tipo II – branca: sempre queima, bronzeia muito pouco, sensível ao Sol; Tipo III – morena clara: que queima moderadamente, bronzeia moderadamente, sensibilidade normal ao Sol; Tipo IV – morena moderada: que queima pouco, sempre bronzeia, sensibilidade normal ao Sol; Tipo V – morena escura: queima raramente, sempre bronzeia, pouco sensível ao Sol; e o Tipo VI – negra: nunca queima, totalmente pigmentada, insensível ao Sol (CLASSIFICAÇÃO [...], 2016). 29 FIGURA 11 – FOTOTIPOS FITZPATRICK FONTE: <https://shutr.bz/3tkNUGu>. Acesso em: 18 mar. 2022. As condições de pele podem ser descritas como desidratação, couperose, sensibilidade, pigmentação, envelhecimento, acne e, ainda, rosácea. A falta de água, produção excessiva de células da camada córnea, exposição ao Sol, produção de radicais livres, alteração na produção de pigmentos, falta de uso de proteção solar, promovem alterações na pele que permitem sua classificação (MICHALUN; MICHALUN, 2010). 5 CLASSIFICAÇÃO DE BAUMANN Esta classificação é baseada em quatro parâmetros: oleosa versus seca; sensível versus resistente; pigmentada versus não pigmentada; e enrugada versus firme (não enrugada). A avaliação destas dicotomias produz dezesseis potenciais tipos de pele. Determina-se através de um questionário de autopreenchimento e sugestões para cada tipo de pele, a avaliação produz um código de quatro letras que indicam os tipos de pele, cada letra se refere à condição atual ou tendência de uma pessoa desenvolver a condição de pele correspondente (BAUMANN, 2006). Essa classificação foi desenvolvida por meio da pesquisa da Doutora Helena Rubinstein, que inicialmente trouxe quatro classificações principais: seca, oleosa, mista e sensível, com isso Baumann elaborou 64 questões, que fazem uma junção dessas características inicialmente estudadas por Rubinstein, e que permite a avaliação de vários quadros clínicos dos pacientes (MOTA; BARJA, 2006). 30 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como: • As disfunções estéticas faciais trazem diversas características que permitem sua avaliação por meio de várias formas como, ficha de anamnese, lâmpada de Wood e classificações como Baumann e Fitzpatrick. • A Lâmpada de Wood permite avaliação das dermatoses faciais, trazendo diferenças na coloração observada conforme a dermatose avaliada, por exemplo, as alterações pigmentares aparecem com coloração mais esbranquiçada. • A classificação de Fitzpatrick divide a pele em cinco fototipos, conforme a resposta à exposição solar em relação à queimadura e ao bronzeamento. 31 1 A pele reage através do bronzeado, como uma forma de proteção em relação à exposição à radiação ultravioleta, conforme esta resposta, foi desenvolvida uma escala de tipos de pele, a conhecida escala de Fitzpatrick. A partir dessa classificação, quanto à classificação da pele que queima moderadamente, bronzeia moderadamente, sensibilidade normal ao Sol, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Fototipo I. b) ( ) Fototipo II. c) ( ) Fototipo III. d) ( ) Fototipo IV. 2 Na avaliação facial, uma anamnese bem realizada em conjunto com uma boa avaliação visual e palpatória, permite um diagnóstico adequado das disfunções faciais e a melhor forma de intervenção. Além desta avaliação, existem equipamentos, dentre eles, a lâmpada de Wood, que, conforme a dermatose avaliada, mostra uma coloração específica na análise. Se estivermos avaliando um quadro de manchas pigmentares, quanto à coloração observada, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Pontos azuis brilhantes. b) ( ) Pontos vermelho coral. c) ( ) Pontos marrons acastanhados. d) ( ) Pontos esbranquiçados. 3 Quando avaliamos um paciente com disfunção facial, utilizamos de recursos como a lâmpada de Wood, palpação e avaliação visual. Na avaliação visual, é possível usar como recurso auxiliar a lupa de aumento. Quanto ao que deve ser observado na avaliação visual, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Idade do paciente. b) ( ) Etnia do paciente. c) ( ) Cor dos olhos do paciente. d) ( ) Aspecto da pele do paciente. AUTOATIVIDADE 32 4 Toda vez que se inicia o tratamento dentro da área de fisioterapia dermatofuncional, é muito importante coletar todas as informações que podem ser úteis para determinação do protocolo de tratamento mais adequado. Dentre o que se deve avaliar, vem o histórico familiar, o histórico das patologias pregressas e tratamentos anteriormente realizados. Qual a importância da anamnese em um tratamento dentro da área de dermatofuncional? 5 Quando estamos diante de um paciente que apresenta uma disfunção estética facial, na área de dermatofuncional, devemos verificar quais podem ser os fatores desencadeantes, quais são os cuidados que ele tem com essa pele, e devemos utilizar os mais variados recursos disponíveis para um diagnóstico adequado, uma das avaliações que pode ser realizada é a classificação de pele de Baumann. Como pode ser descrita esta avaliação? 33 TÓPICO 3 - TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO CORPORAL 1 INTRODUÇÃO UNIDADE 1 Antes de decidir por qualquer forma de intervenção na área de dermatofuncional, é importante realizar uma avaliação detalhada do paciente, iniciando por uma anamnese completa para identificar qualquer contraindicação que impeça a realização de algum tratamento. Através dos dados coletados, é possível um direcionamento adequado para qual melhor técnica manual, cosmética ou eletroterápica, que deve ser escolhida para o tratamento da disfunção apresentada. É importante uma avaliação detalhada, na qual se verifique, por exemplo, seus hábitos alimentares, já que o excesso de alguns alimentos, como açúcar e sal podem agravar o quadro da patologia. 2 DIGITOPRESSÃO: SINAL DE GODET O edema tem sua formação devido ao acúmulo de líquido no espaço intersticial, podendo ser localizado ou de grandes proporções, no primeiro caso, pode estar restrito a um membro e, no segundo, ao corpo como um todo. O que ocorre é um desequilíbrio no controle da distribuição dos líquidos no espaço intersticial. Sendo que os mecanismos de controle foram descritos já em 1896, por Starling (COELHO, 2004). FIGURA 12 – SINAL DE GODET (SINAL DE CACIFO) FONTE: <https://shutr.bz/3N1X032>. Acesso em: 18 mar. 2022. 34 Para verificação da presença de edema, pode ser realizado o teste de digitopressão com o polegar pressionado sobre a pele durante cinco a dez segundos, durante a pressão a coloração da pele se altera, e deve voltar ao normal ao mesmo tempo que foi pressionado, se houver edema pode aparecer um sinal chamado de Cacifo ou Godet, ficando presente uma depressão no local avaliado mesmo após a diminuição da pressão (BRUNING; KALIL; MAHMUD, 2013). 3 SINAL DE STEMMER Existe mais um sinal clínico importante no diagnóstico de edema, conhecido como sinal de STEMMER, representado por um espessamento cutâneo na base do segundo artelho, o examinar consegue verificar este sinal quando tenta pinçar a pele desta região. É possível verificar no caso de linfedema uma infiltração dos tecidos que não permite o pinçamento desta região, muitas vezes este sinal está presente antes mesmo de haver aumento de volume da região acometida por edema ou linfedema (GODOY; SILVA; SOUZA, 2004). Quando existe uma alteração
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