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materia BIOSSEGURANÇA E SEGURANÇA DO PACIENTE

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Introdução
Caro(a) estudante, neste roteiro de estudos, serão discutidos os principais conceitos de biossegurança e sua importância para os profissionais da saúde e para os pacientes. Logo após, será estudada a relevância da utilização dos EPIs e da realização da higienização das mãos adequadamente.
Em seguida, serão abordados os tipos de acidentes de trabalho, qual é a conduta a ser tomada frente a esses casos e a importância do treinamento de equipes de saúde em relação à biossegurança. Também será explorada a segurança do paciente e do trabalhador, incluindo a Norma Regulamentadora 32, o Núcleo de Segurança do Paciente, o Programa Nacional de Segurança do Paciente e a cultura de segurança do trabalho e do paciente. Por fim, serão discutidas as ações proativas, o acompanhamento e a avaliação da segurança do paciente.
Biossegurança: Conceito e Importância
A biossegurança compreende um conjunto de ações que visam à prevenção, à redução ou à erradicação dos riscos referentes às atividades de produção, pesquisa, desenvolvimento tecnológico, ensino e prestação de serviços que têm potencial para prejudicar a saúde do indivíduo, dos animais, da qualidade das tarefas realizadas e do meio ambiente (SILVA; BARBOSA; PONTES, 2017).
Trabalhar no campo da saúde implica cuidar de pessoas que, em determinado momento de suas vidas, adoeceram ou necessitam de cuidados profissionais. Trata-se de trabalho complexo, realizado em diversos cenários assistenciais, tais como emergência, centro cirúrgico, obstetrícia, que requerem a utilização e o manuseio de instrumentais para execução de procedimentos, como seringas e agulhas, materiais de curativos, até os mais sofisticados como respiradores, sondas e cateteres, sempre exigindo competências apropriadas para o fazer (RIBEIRO; PIRES, SCHERER, 2016, p. 872).
Desse modo, a biossegurança está diretamente relacionada ao indivíduo, aos riscos e à tecnologia. Por outro lado, o risco biológico está associado a vários fatores, e, por isso, são necessárias ações em diversas áreas para controlá-lo, incluindo a elaboração e a disseminação de informações, bem como o emprego de procedimentos compatíveis às boas práticas de segurança para os pacientes, os trabalhadores e o meio ambiente.
Ainda, segundo Hinrichsen (2018), a biossegurança pode ser vista como um módulo, um processo e uma conduta. Assim, sob a perspectiva interdisciplinar da sua relevância curricular e da sua competência de mídia e imagem, a biossegurança passou a ter área compartilhada no controle de infecções no ambiente ocupacional e no gerenciamento de riscos, que, antes, eram áreas específicas da medicina do trabalho, da engenharia de segurança e da saúde do trabalhador.
Atualmente, a biossegurança é compreendida como uma atividade que está inserida em quaisquer ações em que há riscos à saúde do indivíduo. No entanto, ressalta-se que a biossegurança é empregada predominantemente na saúde do trabalhador e na prevenção de acidentes, isto é, ela é mais focada na segurança ocupacional, considerando os processos e os riscos tradicionais, caracterizada como instrumento essencial para que os profissionais desenvolvam suas funções com segurança, evidenciando tanto o controle de riscos como o processo de trabalho (HIRATA, M.; HIRATA, C.; BELTRAN, 2017).
Consequentemente, a biossegurança passou a preencher um espaço fundamental e de notoriedade nos estabelecimentos assistenciais de saúde, que empregam políticas e programas de acreditação, qualidade e controle de riscos de modo organizado e eficiente.
Nesse contexto, a biossegurança tornou-se uma das prioridades das instituições de saúde, tendo potencial para ser o primeiro passo para dar início ao processo de qualidade no qual o gerenciamento de riscos é um elemento indispensável para a conquista de uma sublime assistência multidisciplinar.
Por fim, vale ressaltar a importância da Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT), visto ser um dos componentes da vigilância em saúde e abranger a vigilância epidemiológica dos agravos (acidentes, intoxicações, entre outros) e doenças relacionadas ao trabalho e à vigilância dos ambientes e processos de trabalho em estabelecimentos e atividades do setor público e privado, urbanos e rurais. Inclui a produção, a divulgação e a difusão de informações em saúde e, ainda, as ações de educação em saúde. Deve ser realizada de forma articulada com a rede assistencial e com os demais componentes da vigilância em saúde: epidemiológica, sanitária e em saúde ambiental.
EPI e higienização das mãos
A transmissão de microrganismos nos estabelecimentos assistenciais de saúde pode ser controlada ou prevenida por meio da adoção de precauções padrão (PP) e/ou precauções específicas (PE), incluindo a precaução de contato para gotículas e para aerossóis. Assim, tais precauções têm a finalidade de prevenir a transmissão de microrganismos de indivíduos infectados ou colonizados por patógenos para demais sujeitos (HIRATA, M.; HIRATA, C.; BELTRAN, 2017).
As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) apresentam impacto nas instituições, tanto públicas quanto privadas. Esse problema de saúde global é definido como uma infecção que acomete o paciente durante o processo de internação ou após a alta hospitalar ou unidade de cuidado. A Organização Mundial de Saúde (OMS) transparece preocupação com esse tema (FRACAROLLI; MARZIALE, 2019, p. 2).
Vale destacar ainda que, quando utilizadas as precauções, é fundamental o uso concomitante dos EPIs, como luvas, máscaras, aventais e óculos de proteção, juntamente com a higienização das mãos.
Importa ressaltar que a Norma Regulamentadora 6 determina que as empresas forneçam obrigatoriamente aos seus trabalhadores os tipos de EPIs, quando necessário, com a finalidade de proteger a saúde e a integridade física de seus colaboradores (BRASIL, 1978).
As luvas são EPIs extremamente importantes, uma vez que elas protegem a parte do corpo que apresenta maior risco de exposição: as mãos. Elas devem ser utilizadas quando o profissional for entrar em contato com sangue, secreções, excreções, fluidos corporais, mucosas e pele não intacta.
As máscaras, os protetores oculares e os protetores de face devem ser utilizados quando existir risco de respingo de fluidos corporais para os trabalhadores no momento da realização do procedimento, como aspiração traqueal, intubação traqueal, punções arteriais e outros.
O jaleco ou avental consiste em uma vestimenta de proteção indicada para ser usada no momento da realização de procedimento em que possa acontecer o contato de sangue, secreções ou fluidos corporais com a roupa do profissional, objetivando proteger a pele e as roupas desse trabalhador.
O uso de propés é indicado por agir como uma barreira, prevenindo a contaminação do chão das áreas consideradas críticas contra microrganismos presentes nas solas dos calçados e dos ambientes externos. Já o gorro deve cobrir totalmente os cabelos, e, quando o profissional estiver com as mãos contaminadas, não deve tocar no gorro e na máscara.
Portanto, a sequência de colocação dos itens dos EPIs consiste em: higienizar as mão, vestir o avental, colocar a máscara, colocar os óculos ou o protetor facial, higienizar as mãos e calçar as luvas. Ao passo que a sequência para retirar os EPIs resume-se em: retirar as luvas, higienizar as mãos, retirar o avental, retirar os óculos, retirar a máscara e higienizar as mãos.
No que concerne à higienização das mãos, ela é a principal prática dos programas de controle e prevenção de infecções associadas à assistência à saúde, com o propósito de minimizar significativamente as taxas de infecções nosocomiais, reduzindo a transmissão de microrganismos pelas mãos, bem como prevenindo a transmissão desses microrganismos entre pacientes, profissionais, mobiliários e equipamentos (HINRICHSEN, 2018).
Portanto, a utilização dos EPIs é extremamente importante para proteger os profissionais, os pacientes e, até mesmo, os materiais que são manipulados, mas não podem ser contaminados.
Acidentes de Trabalho e Treinamento deEquipes de Saúde em Relação à Biossegurança  
O artigo 19 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, define acidente de trabalho como “o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa [...], provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou perda ou redução, permanente ou temporária da capacidade para o trabalho [...]” (BRASIL, 1991, on-line).
Importa destacar que os principais riscos existentes no âmbito da saúde são os físicos, químicos, ergonômicos, mecânicos e biológicos, que podem causar acidentes de trabalho.
Além disso, de acordo com França et al. (2017), os acidentes de trabalho também podem ser classificados quanto ao seu tipo e à sua consequência, veja a seguir.
Quanto ao tipo:
· acidente típico – engloba os acidentes que acontecem durante o exercício do trabalho a serviço da instituição;
· doença ocupacional ou do trabalho – envolve as doenças obtidas ou provocadas em consequência de condições especiais em que o trabalho é executado.
Quanto à consequência:
· acidente sem afastamento – refere-se a acidentes que não impossibilitam o profissional de retornar ao trabalho no mesmo dia em que o acidente aconteceu;
· incapacidade temporária parcial – compreende os acidentes envolvendo lesões leves em que é necessário somente o atendimento ambulatorial, como arranhões e cortes superficiais;
· acidente com afastamento – diz respeito aos acidentes que impossibilitam o profissional de retornar ao trabalho no mesmo dia em que o acidente aconteceu ou que causam incapacidade temporária ou permanente;
· incapacidade temporária total – envolve os acidentes que requerem que o trabalhador seja afastado de suas funções, como em fraturas e cortes profundos;
· incapacidade permanente parcial – refere-se aos acidentes que acarretam diminuição parcial da capacidade de trabalho de forma permanente, como quando um profissional perde um membro;
· incapacidade permanente total – compreende os acidentes que causam perda total da capacidade de trabalho de forma permanente, sem óbito.
Desse modo, as principais causas que influenciam os acidentes de trabalho são as falhas humanas, principalmente por atos inseguros e por fatores relacionados ao ambiente de trabalho associado a condições inseguras nesse ambiente (FRANÇA et al., 2017).
Assim, os acidentes de trabalho podem ser impedidos mediante a adoção de medidas de prevenção de acidentes que têm de seguir corretamente as normas e as regras de segurança, visando evitar que ocorram tais eventualidades.
No entanto, caso ocorra um acidente de trabalho na área da saúde, é preciso comunicar o responsável pelo local de trabalho e a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), emitir a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e adotar imediatamente medidas de proteção recomendadas pelo Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). Porém, dependendo do dimensionamento de profissionais, o serviço de saúde precisa ter o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança em Medicina do Trabalho (SESMT), que será responsável por emitir, analisar e acompanhar os acidentes de trabalho, além de sugerir ajustes posteriormente à análise do caso, juntamente com a CIPA.
No ambiente hospitalar, os riscos com material biológico são os mais comuns. A exposição a materiais biológicos está relacionada ao contato com sangue – fluidos orgânicos potencialmente infectantes e não infectantes.
Para os acidentes com perfuração, a primeira coisa a ser feita é tratar o local acometido pela exposição, lavando o local com água e sabão (exposição cutânea) ou com soro fisiológico (exposição de mucosa), fazendo curativo de acordo com a necessidade (RAPPARINI; VITÓRIA; LARA, 2010).
Logo após, o profissional será avaliado para análise da gravidade do acidente, sendo considerado o material biológico de risco, e também haverá a investigação do paciente-fonte. Ambos devem ser encaminhados para a Unidade de Referência e precisam realizar exames, incluindo ANTI-HCV, ANTI-Hbs, ELISA ANTI-HIV, HBsAg e ANTI-HBs Total. No entanto, o paciente-fonte tem direito de se negar a realizar os exames, sendo registrada a oposição na ficha de notificação do acidente, e o caso passa a ser tratado como fonte desconhecida. Do mesmo modo, o profissional também pode se recusar a fazer os exames, assinando um termo de responsabilidade e justificando sua renúncia (RAPPARINI; VITÓRIA; LARA, 2010).
Ademais, ressaltamos o quanto foram relevantes e necessárias as condutas pós-acidente de trabalho, uma vez que tais medidas em muito influenciaram a redução da possível transmissão do HIV, entre outras doenças veiculadas pelo sangue, quando na eventual ocorrência do acidente de trabalho com exposição ao material biológico possivelmente contaminado. (VILLARINHO; PADILHA, 2015, p. 657).
Na Unidade de Referência, o profissional receberá os medicamentos profiláticos e os imunobiológicos de acordo com a necessidade do caso e passará a ser acompanhado clinicamente, sorologicamente e psicologicamente, devendo realizar a sorologia para Hepatite B, Hepatite C e HIV no momento do acidente, três meses e seis meses após o acidente (RAPPARINI; VITÓRIA; LARA, 2010).
Por isso, é de extrema importância a realização de treinamentos constantes para as equipes de saúde em relação às normas de biossegurança, considerando que tais profissionais são constantemente expostos a riscos, e, com a realização desses treinamentos, os profissionais ficam mais qualificados, elevando a qualidade no momento de realização do procedimento e melhorando os resultados da instituição de saúde.
Além disso, o treinamento de equipes de saúde sobre as normas de biossegurança proporciona aos profissionais o conhecimento e a maior eficiência na execução das rotinas padronizadas nos serviços de saúde, seguindo corretamente a sequência de processos de biossegurança (BARSANO, 2014).
Outrossim, a realização de treinamento possibilita que os profissionais tenham consciência dos potenciais riscos e compreendam melhor sobre a necessidade de utilização das precauções de segurança e dos EPIs, além de propiciar conhecimento para agir quando ocorrer um acidente de trabalho.
Segurança do Paciente e do Trabalhador  
A segurança do paciente inclui ações elaboradas pelos estabelecimentos assistenciais de saúde visando à diminuição, a um mínimo aceitável, do risco de dano prescindível relacionado ao cuidado à saúde. Já a segurança do trabalhador pode ser compreendida como o conjunto de ações empregado com finalidade de reduzir os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais, além de preservar a integridade do trabalhador e a capacidade de execução de suas funções de trabalho (CARDOSO, 2016).
Nesse contexto, importa destacar que o Núcleo de Segurança do Paciente (NSP) deve ser estabelecido nos serviços de saúde, visando fundamentar e apoiar a direção na implantação e na administração de atividades relacionadas à melhoria da qualidade e da segurança do paciente. Ainda, esse serviço é de caráter compulsório e é considerado uma infração a sua não estruturação (WACHTER, 2013).
Uma das principais responsabilidades desse núcleo é a criação do Plano de Segurança do Paciente (PSP), que determina as prioridades na implantação de práticas de segurança, a análise da cultura de segurança do paciente e a promoção da articulação dos processos de trabalho e das informações que tornem suscetíveis os riscos ao paciente (WACHTER, 2013).
Segundo Behrens (2019, p. 254), “atento à recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) em resolução aprovada na 55ª e continuada na 57ª Assembleia Mundial de Saúde, o Brasil instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP).”
O NSP, em consonância com a Portaria nº 529, de 1 de abril de 2013 (BRASIL, 2013a), implementa o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP), e a RDC nº 36/2013 (BRASIL, 2013b) institui as ações para segurança do paciente, incluindo as seis metas da Organização Mundial de Saúde (OMS), que são traduzidas em seis protocolos de segurança do paciente divulgados na Portaria nº 1.377/2013 (BRASIL, 2013c,on-line), pontuados a seguir:
1.  Cirurgia Segura;
2.  Identificação do Paciente;
3.  Prática de Higiene das mãos;
4.  Prevenção de Quedas;
5.  Segurança na Prescrição e de Uso e Administração de Medicamentos;
6.  Úlcera por Pressão (lesão por pressão).
A finalidade dessas metas é proporcionar o aperfeiçoamento da segurança do paciente por meio de estratégias que apresentam as questões deficientes na assistência à saúde, evidenciando soluções fundamentadas em evidências para tais problemas.
Do mesmo modo, a PNSP também determinou diretrizes relevantes sobre essas metas. Tal política visa colaborar com a qualificação da assistência em saúde em todos os serviços de saúde localizados em território nacional, sejam públicos ou privados, em conformidade com as prioridades concernentes à segurança do paciente na agenda política dos estados-membros da OMS.
Quanto à cultura de segurança do paciente, a Portaria nº 529/2013 apresenta cinco características operacionalizadas pela gestão de segurança da instituição de saúde:
Cultura na qual todos os trabalhadores, incluindo profissionais envolvidos no cuidado e gestores, assumem responsabilidade pela sua própria segurança, pela segurança de seus colegas, pacientes e familiares; Cultura que prioriza a segurança acima de metas financeiras e operacionais; Cultura que encoraja e recompensa a identificação, a notificação e a resolução dos problemas relacionados à segurança; Cultura que, a partir da ocorrência de incidentes, promove o aprendizado organizacional; Cultura que proporciona recursos, estrutura e responsabilização para a manutenção efetiva da segurança (BRASIL, 2013a, on-line).
Por outro lado, a cultura de segurança do trabalho engloba vários conceitos e ideologias agregadas a uma instituição, que têm a finalidade de promover ações frequentes que protejam e previnam os trabalhadores dos riscos ocupacionais e dos riscos que o ambiente possa acarretar (NUNES, 2016).
Por fim, ressalta-se a importância de os trabalhadores seguirem as normas de segurança, com destaque para a Norma Regulamentadora 32 (NR 32), que determina as diretrizes específicas relacionadas à segurança do trabalho no âmbito da saúde. Essa norma sugere a preferência por medidas preventivas para cada situação de risco, bem como indica a realização de treinamentos e a capacitação para os trabalhadores sobre trabalho seguro (BRASIL, 2005).
Outra questão importante elencada pela NR 32 é sobre os riscos biológicos e a possibilidade de o profissional ser exposto a agentes biológicos, abrangendo muitos pontos relacionados aos materiais perfurocortantes (BRASIL, 2005).
Assim, para você entender melhor essa importante norma, veja os principais tópicos da NR 32 associados ao dever dos profissionais (BRASIL, 2005).
· Realização do esquema vacinal.
· Realizar a higienização das mãos antes e após a realização de procedimentos no paciente.
· Fazer uso dos EPIs.
· Não utilizar calçado aberto.
· Nunca reencapar agulhas.
· Realizar o descarte de agulhas e lâminas de bisturis nas caixas coletoras.
Portanto, a NR 32 é de suma importância, pois ela é responsável por determinar as medidas protetivas que asseguram a segurança e a saúde dos trabalhadores do âmbito da saúde.
Ações Proativas, Acompanhamento e Avaliação da Segurança do Paciente  
A segurança do paciente abrange ações desenvolvidas pelos serviços de saúde e ensino para diminuir, a um mínimo admissível, o risco de prejuízo prescindível relacionado ao cuidado em saúde. Dessa forma, veja, a seguir, alguns exemplos de ações proativas relativa à segurança do paciente:
· identificar corretamente o paciente;
· aperfeiçoar a comunicação entre os profissionais do âmbito da saúde;
· aperfeiçoar a segurança no momento da prescrição, da utilização e da administração de fármacos;
· incentivar a segurança cirúrgica;
· incentivar a higienização das mãos;
· incentivar a aderência ao Protocolo de Prevenção de Quedas e Lesão por Pressão;
· averiguar os eventos adversos considerados moderados e graves;
· divulgação sistemática da cultura de segurança do paciente;
· prevenir e controlar os eventos adversos que ocorrem nos serviços de saúde, abrangendo as infecções concernentes à assistência à saúde;
· segurança na administração das terapias nutricionais parenteral e enteral;
· educação continuada sobre segurança do paciente, sendo englobada na grade curricular dos residentes e dos novos colaboradores;
· incentivar a participação do paciente e de seus familiares na assistência em saúde.
Assim, não basta somente elaborar ações visando à segurança do paciente, é necessário acompanhar de perto tais ações, além de identificar e monitorar os riscos associados à segurança do paciente, para isso, podem ser realizadas a notificação espontânea, a busca ativa e as auditorias observacionais, que são muito eficientes, considerando que são realizadas visitas técnicas, objetivando verificar os processos operacionais de assistência e o trabalho com investigação das conformidades e não conformidades (WACHTER, 2013).
A segurança do paciente, compreendida como a diminuição do risco de danos desnecessários aos indivíduos relacionados à assistência à saúde até um mínimo aceitável, tornou-se um assunto prioritário na saúde nos últimos anos. Estudos trazem a importância da mitigação dos incidentes de segurança do paciente com a argumentação de que não só o paciente sofrerá com esses fenômenos, mas também as instituições e os profissionais envolvidos, pois tais incidentes podem gerar consequências, como o aumento do tempo de internação do paciente, elevação dos custos, perda de credibilidade da instituição e da interação profissional-paciente, além de danos éticos e morais (SILVA et al., 2019, p. 2).
Por fim, após elaborar a ação, implementá-la e acompanhá-la, é preciso avaliá-la. Vale ressaltar que a avaliação da cultura de segurança do paciente possibilita identificar as fragilidades e as potencialidades que orientarão ações de aperfeiçoamento, construindo uma cultura assertiva e estável na instituição de saúde. Em vista disso, para avaliar a segurança do paciente, pode ser aplicado o questionário Hospital Survey on Patients Safety Culture (HSOPSC) ou Safety Attitudes Questionnaire (SAQ), muito utilizados para mensurar a cultura da segurança do paciente (REIS, 2013).
No HSOPSC, os sujeitos respondentes são questionados sobre segurança, crenças, valores, relato de eventos adversos, normas da organização, comunicação, gestão e liderança. E o SAQ é um questionário que permite analisar a cultura de segurança por meio da mensuração do clima de segurança. Ambos os questionários possuem níveis de confiabilidade apropriados e demonstram validade preditiva semelhante (REIS, 2013).
Portanto, muitas estratégias vêm sendo empregadas para aperfeiçoar a cultura de segurança do paciente, incluindo as intervenções únicas ou a combinação de diversas intervenções, envolvendo alterações ao nível do sistema ou ao nível da estrutura.
Conclusão
A biossegurança é caracterizada por ser planejada e ser de suma importância para a pesquisa, a assistência e o desenvolvimento sustentável, sendo indispensável para analisar e prevenir os possíveis resultados adversos no âmbito da saúde. Desse modo, as ações de biossegurança em saúde são essenciais para a proteção da vida, bem como para a promoção e a preservação do bem-estar dos sujeitos.
A qualificação do cuidado e da assistência em saúde em todos os serviços de saúde do país é primordial e imprescindível. A segurança do paciente é uma das características da qualidade do cuidado e tem conquistado globalmente uma vasta importância, tanto para os pacientes e os seus familiares como para os profissionais da saúde e os gestores, com o objetivo de prestar uma assistência segura.

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