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Classificação ABC, XYZ, PQR e 123

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Capítulo 02 – Classificação de Materiais (Prof. Roberto) 
 
Objetivos de Aprendizagem 
 
As aulas sobre classificação de materiais têm por objetivo mostrar ao aluno os diferentes métodos de 
classificação de materiais e como isso pode afetar as políticas de estocagem. Ao término das aulas, o aluno deverá estar apto a: 
Conhecer os conceitos e aplicar as classificações ABC, PQR, XYZ, 123, para segmentar os diversos materiais 
de um sistema de estoques. 
Definir políticas de estocagem para os diversos materiais da empresa em função das classificações acima. 
 
2.1 - Introdução 
 
As classificações são processos de categorização, baseado em determinado critério considerado 
relevante para a priorização dos esforços de gerenciamento dos itens em estoque. 
 
Tipo de Classificação Classificação Ponto de Vista Contemplado Tratamento 
ABC Classificação de Valores Consumidos Econômico Quantitativo 
PQR Classificação de Popularidade Processo operacional Quantitativo 
XYZ Classificação de Criticidade Cliente interno Qualitativo 
123 Classificação de Aquisição Fornecedor Qualitativo 
 
2.2 - Classificação ABC 
 
Trata-se do método cujo fundamento é aplicável a quaisquer situações em que seja possível 
estabelecer prioridades, como uma tarefa a cumprir mais importante que outra, uma obrigação mais significativa 
que outra, de modo que a soma de algumas partes dessas tarefas ou obrigações de importância elevada 
representa, provavelmente, uma grande parcela das obrigações totais. 
Após ordenados pela importância relativa, as classes da curva ABC podem ser assim definidas: 
Classe A: Grupo de itens mais importante que devem ser tratados com atenção bem especial; 
Classe B: Grupo de itens em situação intermediária entre as classes A e C; 
Classe C: Grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção; 
Para facilitar o entendimento, apresentamos a síntese histórica do método. 
Vilfredo Pareto, economista, sociólogo e engenheiro italiano (1844-1923), em 1897, descobriu, ao 
estudar a distribuição de renda entre a população do sistema econômico em que vivia, certa regularidade na 
distribuição de renda nos países capitalistas e também naqueles onde imperavam relações feudais ou de 
capitalismo nascente, estabelecendo um princípio segundo o qual o maior segmento da renda nacional concentra-
se em uma pequena parte da mesma renda. 
Com base em estatísticas de diferentes países, Pareto anotou uma série de dados sobre o número 
de pessoas correspondentes a diferentes faixas de renda no eixo das abscissas e, no eixo das ordenadas, o 
número de pessoas que recebiam rendas iguais ou superiores às de cada faixa, observando que 80% a 90% da 
população pertencem a duas ou três classes inferiores, do que concluiu que qualquer medida que atingisse duas 
ou três classes majoritárias estaria englobando o grosso da população. Assim nasceu o diagrama de Pareto. 
Nos últimos 40 anos, o princípio ou gráfico de Pareto tem sido adaptado ao universo da 
gestão de materiais e controle da qualidade. Na gestão de materiais, o princípio recebeu o nome de 
classificação ou curva ABC, importante instrumento que permite identificar itens que justificam 
atenção e tratamento adequados em seu gerenciamento. Assim, a classificação ABC pode ser 
implementada de várias maneiras, como tempo de reposição, valor de demanda/consumo, inventário, aquisições 
realizadas e outras, porém a preponderante é a classificação por valor de consumo, da qual se obtêm, em 
consequência, as definições já anteriormente analisadas. 
 
Exemplo 2.1 – Gráfico e Tabela para Classificação ABC (20 itens de estoque) 
 
 
TABELA PARA A CLASSIFICAÇÃO ABC 
 A B C 
% ITENS 20,00% 30,00% 50,00% 
% CONSUMO 59,47% 30,40% 10,12% 
% CONSUMO ACUMULADO 59,47% 89,88% 100,00% 
% ITENS ACUMULADO 20,00% 50,00% 100,00% 
ITENS 4 6 10 
 
 
 
Exemplo 2.2 – Gráfico e Tabela para Classificação ABC 
 
 
TABELA PARA A CLASSIFICAÇÃO ABC 
CLASSE % QUANTIDADE DE ITENS % DE VALOR 
A 5 75 
B 20 20 
C 75 5 
 
 
Fonte: 
 
Interpretando os dados obtidos, pode-se afirmar que: 
a. A classe A representa o grupo de maior valor e consumo e menor quantidade de itens, que 
devem ser gerenciados com especial atenção; 
b. A classe B representa o grupo de situação intermediária entra as classes A e B; 
c. A classe C representa o grupo de menor valor de consumo e maior quantidade de itens, 
portanto menos importantes, que justificam menor atenção no gerenciamento. 
 
Técnica de montagem da curva ABC 
 
É importante esclarecer que a curva construída com base em quaisquer dados apresenta o caráter 
típico apresentado na figura 01. A construção da curva ABC compreende três fases distintas: 
1) Elaboração da tabela mestra; 
2) Construção do gráfico; 
3) Interpretação do gráfico, com identificação plena de percentuais. 
 
Exemplo 4.3 - Vamos utilizar um exemplo para o cálculo da Classificação ABC: 
 
Material Preço Unitário ($) Consumo Anual (Un.) Valor consumo (Ano) Grau 
X-01 25,00 200 
X-02 16,00 5.000 
X-03 50,00 10 
X-04 100,00 100 
X-05 0,15 200.000 
X-06 0,01 100.000 
X-07 8,00 1.000 
X-08 2,00 20.000 
X-09 70,00 10 
X-10 5,00 60 
 
Grau Material 
Valor consumo 
(Ano) 
Valor Consumo 
Acumulado 
Valor consumo 
Acumulado % 
CLASSE % ITENS 
% CONSUMO 
ACUMULADO 
1 
 
2 
3 
 4 
5 
6 
 
 
7 
8 
9 
10 
TOTAL - - 
 
 
2.3 - Outras classificações de materiais 
 
Por outro lado, uma análise exclusiva da relação entre valor do consumo anual do item 
(Classificação ABC) pode levar a distorções perigosas para a empresa, pois ela não considera a importância do 
item em relação ao sistema como um todo. Itens de manutenção de baixo preço unitário e comprados em 
pequenas quantidades podem afetar o funcionamento do sistema produtivo, a segurança da fábrica e a 
lucratividade. (Alt & Martins, 2007). 
Para resolver a deficiência da equação “custo unitário x volume” muitas empresas um conceito 
chamado criticidade dos itens de estoque. Criticidade é a avaliação dos itens quanto ao impacto que sua causará 
nas operações da empresa. Essa avaliação não é uma avaliação quantitativa, e sim qualitativa, pois exige um 
julgamento subjetivo por parte do analista de materiais. 
 
Classificação de popularidade: Segmentamos os materiais em três categorias, baseado no critério de 
popularidade. A popularidade expressa a frequência de transações (Estas transações podem ser entregas, 
recebimentos, devoluções, acessos, coletas, apanhes (pickings), faturamentos ou despachos) envolvendo os 
materiais controlados no estoque. Observe que a popularidade diz respeito ao número de transações efetuadas no 
período, independentemente da quantidade envolvida em cada transação. 
 
 
CLASSE DESCRIÇÃO 
P 
Muito popular: Tratam-se dos itens que apresentam elevada frequência de 
movimentação. Digamos pelo menos uma transação por dia. 
Q 
Popularidade Média: Envolve os itens que apresentam uma frequência 
intermediária de, digamos, menos do que uma transação por dia, mas pelo menos 
uma transação por mês. 
R 
Baixa popularidade: Incluem-se nesta categoria os itens que apresentam – 
digamos – menos do que uma transação por mês ou semestre. 
Esta classificação também diz respeito ao número de retiradas de estoque de matéria-prima na 
produção de um item. 
Observação: É comum que algumas pessoas confundam popularidade com giro, apesar de serem conceitos 
distintos. Também é preciso distinguir o conceito logístico de popularidade em contraste com a terminologia 
comercial, que entende por produtos populares aqueles de menor preço e, portanto, mais acessíveis. 
 
Classificação de criticidade (XYZ): Da mesma forma que a classificação ABC, também podemos segmentar os 
itens em estoque baseado no critério do impacto resultante da falta, agregando mais informações para as rotinas 
de planejamento, reposição e gerenciamento. Este processoque envolverá um trabalhoso julgamento técnico, 
considerando a classificação do quadro seguinte: 
 
CLASSE DESCRIÇÃO EXEMPLO 
X 
Ordinário: Item de baixa criticidade, cuja falta naturalmente compromete o atendimento 
de usuários internos (serviço ou produção) ou externos, mas não implica em maiores 
consequências. 
Material de escritório, 
Y 
Crítico: Sua falta representa razoável transtorno e custo, sem ser vital. Por exemplo, em 
um processo produtivo a falta de um item Y não chega a parar a linha, mas retém os 
produtos inacabados, aguardando sua disponibilidade para despacho e faturamento. 
Embalagens 
Z 
Vital: Item cuja falta acarreta consequências desastrosas, tais como interrupção dos 
processos da empresa, podendo comprometer a integridade de equipamentos ou 
segurança operacional, do produto ou processo. Para facilitar a memorização, optamos por 
designar os itens vitais pela letra Z devido à sua posição no extremo oposto do alfabeto. 
Matéria-prima e peças 
de reposição que só 
são adquiridas sob 
encomenda. 
 
Exemplo de Aplicação: Vamos imaginar um motor utilizado em 80% da produção de item em uma indústria de 
máquinas. Esse motor pode ter um valor baixo, sendo classificação ABC como item B, porém devido ao seu alto 
grau de aplicação aos produtos da empresa, deve ter uma política de estoque diferenciada em função do impacto 
da falta (parada de produção). Ou imagine que esse motor é aplicado nos produtos com maior margem de 
contribuição da empresa. Qual seria o impacto da falta? Uma diminuição na velocidade com que a empresa 
alcança o lucro. 
 
Classificação de aquisição: Esta classificação diz respeito ao processo de aquisição dos itens em estoque 
(oferta), incluindo tanto a identificação, qualificação e desenvolvimento de fornecedores como o disparo e 
atendimento de requisições, em termos do grau de confiabilidade das especificações e prazos. Sua 
operacionalização requer elaborado julgamento (subjetivo também) dos profissionais envolvidos com o 
reabastecimento (setor de compras). A tabela abaixo sugere os critérios que distinguem cada uma das categorias: 
 
CLASSE DESCRIÇÃO 
1 
Complexa: Tratam-se dos itens de obtenção muito difícil, pois envolvem diversos fatores complicadores 
combinados, tais como longos tempos de setups e lead-time (tempo de resposta, distância e variabilidade na 
oferta) e riscos quanto à pontualidade, qualidade, fontes alternativas e sazonalidade. 
2 
Difícil: Envolve alguns poucos fatores complicadores relacionados acima, tornando o processo de obtenção 
relativamente fácil. 
3 
Fácil: Fornecimentos ágeis, rápidos e pontuais, o item é uma commodity, com amplas alternativas à 
disposição no mercado fornecedor. 
 
Fatores complicadores na aquisição de item de estoque: 
 
Longos lead-times (Fabricação e entrega) por parte do fornecedor do item; 
Baixo poder de negociação por parte da empresa que compra o material; 
Dificuldade no transporte do material; 
 
Classificação do Material: Item de Estoque 0001 
ABC PQR XYZ 123 
Econômico Processo Operacional Cliente Interno Fornecedor 
A P X 1 
B Q Y 2 
C R Z 3 
 
Resumo dos tipos de classificações de materiais 
 
Classificações Adicionais: Naturalmente, sempre será possível considerar outros critérios além daqueles aqui 
apresentados, em função daquilo que é mais relevante para cada analise e tratamento. Podemos classificar os 
itens de diversas outras maneiras (Gasnier, 2002): 
 
Volume Ocupado (m3); 
Peso (kg)/SKU; 
Localização; 
Consumo; 
Tipo de demanda; 
Saldo em estoque; 
Classe de risco; 
Importância estratégica;

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