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54 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Unidade II Unidade II 5 CRIATIVIDADE ESTRUTURAL O ambiente pode ajudar no processo criativo. No entanto, a comunicação visual necessita seguir parâmetros e referências específicos a fim de não exceder a subjetividade das ideias, seja do indivíduo, seja do grupo. Essa metodologia é denominada “criatividade estrutural”. A) B) Figura 30 – Um ambiente criativo pode ajudar na produção de campanhas publicitárias; a KesselsKrammer (A) foi montada em uma igreja desativada em Amsterdã, onde eles criaram anúncios de sucesso como a série “Action!”, para a Diesel (B) No desenvolvimento de criação na comunicação visual, o pensamento grupal é denominado “criatividade externa”, aquela em colaboração com um ou mais colegas, enquanto a “criatividade interna” é aquela na qual o criador se aprofunda em seus pensamentos. O processo interno parte do exercício emanado dos dois hemisférios do cérebro: o esquerdo, analítico, e o direito, emotivo. Entre eles há um diálogo; enquanto a ideia surge de um lado, o outro discute, pondera, avalia, e os dois lados concordam ou discordam. Nos estudos sobre a criatividade, aquele que gera a ideia é chamado de self, enquanto aquele que a recebe é o “eu”, como destaca o autor: O self é um espaço livre e limpo e que está em contato com a fonte de criatividade de cada indivíduo, enquanto o “eu” costuma bloquear a criatividade. Mas se a criatividade consegue ultrapassar, o lampejo da genialidade simplesmente acontece, de súbito (BERGSTRÖM, 2009, p. 91). Neime Realce Neime Realce Neime Realce 55 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Criatividade e teCnologia ofiCina 5.1 Fases do processo de criação O processo externo envolve a criatividade analítica e estratégica de preparação. Esse momento, que não exige o envolvimento de textos, imagens, design e filmes, compreende 11 estágios que devem ser analisados pela equipe de criação: insight, objetivo, situação, preparação, abertura, prioridades, intervalos, truques de ofício, censura, respeito e falta de respeito, a ideia. • Insight O processo de criação externa começa com uma ideia (problema) que deve ter uma nova solução. O insight será o problema resolvido, em tese. Lembrete O insight “vem” de repente, e, desde o início, não temos dúvida sobre o seu significado; pelo contrário, ele é óbvio. O conhecimento intuitivo é logo transmitido como um re‑conhecimento, pois carregamos as referências anteriores a fim de reconhecer o caráter criativo que repercute em nós como uma nova chama. • Objetivo O objetivo deve ser claro para toda a equipe de criação. Defini‑lo é resolver como alcançar a solução do problema, utilizando diretrizes como tempo e orçamento. • Situação A situação não é só descrita completamente no início, mas deve repetir‑se em vários momentos do processo. Recapitular e definir nossas situações são tarefas muito importantes para atingir o resultado. • Preparação A fase de preparação reúne o material, perguntas e respostas, além de sugestões ainda não anunciadas que, mesmo imprecisas, devem ser sanadas. Fatos e impressões, discordantes ou harmônicos, devem permanecer dentro de um sistema ou uma ordem lógica, uma estratégia criativa de organização. • Abertura Aceitar diferenças e não ter medo de diferentes pontos de vista envolve a fase de abertura, por isso o trabalho, mesmo estafante, deve contornar certas dificuldades decorrentes do trabalho em grupo. Dessa forma, é essencial criar um clima aberto e informal. Pessoas criativas muitas Neime Realce 56 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Unidade II vezes são introvertidas, e qualquer um pode se sentir inseguro em exprimir ideias impensáveis ou rascunhadas. As fases seguintes são cruciais para contra‑atacar as objeções que forem levantadas nesse estágio. • Prioridades Deve haver uma homogeneidade no grupo, em que todos devem ser iguais e investir a mesma energia no processo criativo. Concentração e entusiasmo também devem manter o mesmo nível entre os envolvidos para que o resultado seja atingido. Críticas são necessárias, porém devem ser honestas, construtivas e, durante a reunião, servindo de diretriz para o relacionamento do grupo. • Intervalos O processo deve ter intervalos ocasionais a fim de avaliar o percurso até o momento, além das conclusões obtidas e as que faltam concluir. No processo criativo, muitas pausas são necessárias para tomar certa distância; além disso, momentos de lazer podem trazer algum insight. Entender essa necessidade, mesmo que não seja de todo o grupo, é essencial. • Truques de ofício Existem alguns truques de ofício no momento em que a equipe fica debatendo as ideias. A dramatização pode ser uma forma excelente de ilustrar um problema e os critérios que a rodeiam. Cada um do grupo pode desenvolver um papel e representar cenas que envolvam o problema e a solução como, por exemplo, um consumidor e um empresário dentro de um determinado conflito. • Censura A censura, no processo de criação, pode ser interna ou externa. Interna é a autocensura, que trai a autoconfiança. A censura externa envolve o ambiente social e moral que os criadores devem respeitar e aos quais devem adaptar‑se. • Respeito e falta de respeito Dentro do grupo, cada um desenvolve um papel: o redator, por exemplo, é responsável pelo aspecto verbal, e o especialista em imagens, pelo visual. O respeito é natural, mas desrespeitar – como o redator invadindo o especialista em imagens – também pode ser produtivo, além de libertador. Essa forma de produção fomenta um trabalho continuado e criativo. Neime Realce 57 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Criatividade e teCnologia ofiCina Figura 31 – A imaginação e a brincadeira infantil inspiram soluções de comunicação que fascinam jovens e adultos • A ideia A ideia é como um recém‑nascido que necessita ser desenvolvido e testado e, só depois que for aceita por todo o grupo e pelo cliente, é que se torna uma ideia criativa, como explica o autor: Costuma‑se dizer que uma ideia precisa ter asas, mas também precisa de um trem de pouso. Uma ideia é definida como uma solução não verificada para um problema, e só se torna significativa quando colocada em prática (BERGSTRÖM, 2009. p. 92). Dessa forma, uma ideia precisa mais do que criatividade para poder “voar”: requer profundidade, amplitude e intensidade. Ser aceita significa ser incorporada à empresa sob todos os níveis, e pela sociedade de modo transversal e contínuo. 5.2 Técnicas de concepção de criação Vimos até aqui que boas ideias não surgem “do nada”. Apesar de técnicas estruturais de comunicação visual, bloqueios mentais são mais comuns do que imaginamos. A fim de contornar dificuldades como essas, além da pressão cronológica, criaram‑se técnicas de “enganar o cérebro” quanto à produção de ideias. Veremos brevemente algumas delas descritas a seguir. • Associação Conhecida como o brainstorming, essa técnica tem como estratégia conceber o maior número possível de ideias instantâneas dentro do grupo. Cada uma delas deve ser aceita, independentemente de sua empregabilidade, testando o uso da imaginação e dos próprios limites. O importante nesse eficaz e divertido processo é o fluxo, o pensamento solto, a tentativa e o erro. Trata‑se, portanto, de uma técnica intuitiva de alcançar uma solução. Neime Realce Neime Realce 58 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Unidade II Lembrete A percepção não prevê apenas certas soluções, mas também certos problemas. Denominamos essa situação de intencionalidade da ação humana, ou seja, nos mobilizamos de modo latente diante de uma situação hipotética e propomos uma solução para um problema. A técnica do brainstorming, também conhecida como tempestadede ideias, foi introduzida por Osborn em 1963 e objetiva estimular a criatividade. Nessa técnica, toda e qualquer espécie de crítica não será aceita e o enfoque será dado à quantidade de ideias apresentadas (MIRANDA, 2006, p. 35). Saiba mais Saiba mais sobre técnicas de dinâmicas de grupo no livro a seguir: MIRANDA, S. Oficina de dinâmica de grupos para empresas, escolas e grupos comunitários. Campinas: Papirus, 2006. • Leiaute O processo de gerar ideias do leiaute é ativado pela caneta. Um esboço feito no papel desencadeia a opinião da equipe em relação ao próximo esboço, que se torna a cada etapa mais fácil, que, por sua vez, produzirá novas ideias. O leiaute gera um ciclo responsável pela repetição e pelo seguimento do caminho que se percorre. Observação> Segundo definição do Dicionário Técnico: Português‑Inglês, layout quer dizer “1) distribuição física de elementos em determinado espaço; disposição de um arranjo; 2) esboço ou esquema de uma montagem ou instalação, de uma obra ou sistema, apresentado graficamente; 3) montagem de um mosaico fotográfico; esboço de um anúncio de propaganda“ (LAYOUT, 2003, p. 210). Neime Realce 59 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Criatividade e teCnologia ofiCina • Opostos Esse método busca a perspectiva diferente de um problema através dos conflitos e oposições, modificando o enfoque das oportunidades. “Tirar o texto e preencher o espaço com imagens? Devemos começar pelo fim? Onde está o ponto dramático de menor efeito? Muitas pessoas gostam do nosso produto, então, vamos pensar nas pessoas que o detestam” (BERGSTRÖM, 2009. p. 93) são alguns exemplos do trabalho constante dos opostos. A retórica contra ou a favor também auxilia nesse processo, como argumentar a favor de um determinado produto e outros argumentam contra, envolvendo relações e soluções como estratégia. • Começar pelo fim Essa técnica é de oposição também, mas se baseia na ideia de que existem dois caminhos para a inovação. Um caminho é através de soluções possíveis para os problemas e necessidades, e outro através da invenção de novas técnicas e modelos de ação, definindo possíveis lugares de empregabilidade. 6 O DESIGN Quando vamos desenvolver uma arte, um design, temos de ter em mente o que desejamos ou o que o cliente quer. Ter uma ideia do tipo de negócio em que ele trabalha e, a partir do briefing (explicar), confirmar se realmente a mídia que ele deseja atende às suas expectativas. O cliente pode vir pensando num folheto simples, quando um fôlder com dobras pode ser uma opção melhor. Em design, quando se trata do processo criativo, não há dúvida de que papel, lápis e aplicativo digital podem trabalhar bem em parceria. O papel e o lápis são ferramentas básicas e valiosas para o designer gráfico – boa parte da inspiração vem de rabiscos e notas feitos na tela e fora dela. Qualquer que seja o ponto de partida escolhido, a abordagem criativa deve ser sempre fundamentada pelo briefing (GORDON; GORDON, 2012, p. 28). Calcular todas as etapas do processo é de suma importância para o sucesso do trabalho final. Verificar qual a verba envolvida também é essencial. Se um logotipo, por exemplo, for criado apenas com o intuito de ser usado digitalmente, ou seja, na web, ele não envolverá outros custos além da criação do designer. Porém, se ele for impresso, deveremos saber o tipo de papel, a gramatura, as cores... Muitos são os desdobramentos envolvidos. Por isso a importância do briefing e de deixar muito claro o que o cliente quer e o que é possível fazer. A seguir, podemos observar três marcos no desenvolvimento do design gráfico: o primeiro pôster de Henri de Toulouse‑Lautrec, La Goulue (1891), criado para o Moulin Rouge, em Paris; um pôster de Saul Bass para o filme O Homem do Braço de Ouro, de 1955; e uma capa da revista Harper’s Bazaar, de 1939, feita por Alexey Brodovitch. Neime Realce Neime Realce Neime Realce 60 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Unidade II Figura 32 – La Goulue (1891) Figura 33 – O Homem do Braço de Ouro (1955) 61 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Criatividade e teCnologia ofiCina Figura 34 – Revista Harper’s Bazaar (1939) 6.1 Design bidimensional 6.1.1 A importância da fonte Para se falar em fonte, vamos antes falar em tipo. Um designer precisa entender da mecânica do tipo, ou seja, da sua estrutura, e pensá‑la como pode funcionar melhor esteticamente. As letras são nada mais do que composições com linhas curvas e retas que ao fazer combinações dão a elas características únicas e individuais. Podemos considerar tipo como o desenho de uma família de letras, por exemplo: Arial, Calibri, Futura, Times New Roman, Verdana etc. Às variações de cada uma chamamos de “itálico” ou “negrito”, por exemplo, e ainda “caixa alta” ou “caixa baixa”, respectivamente, maiúscula ou minúscula. Exemplo: letra a fonte Arial a itálico a negrito A caixa alta – maiúscula a caixa baixa – minúscula Figura 35 62 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Unidade II Quando o designer está fazendo uma diagramação, a escolha das fontes é tão importante como a escolha das cores e das imagens que serão usadas no layout. Não se deve de maneira alguma subestimar o uso de outros elementos como principais e deixar a escolha das fontes em segundo plano. Para deixar mais claro, entendemos tipologia como o estudo da formação dos tipos e tipografia como a impressão dos tipos, sendo a tipografia um dos pilares do design gráfico. As fontes são classificadas em quatro categorias: com serifas, sem serifas, cursivas e fontes dingbats. Com serifa serif serifada_______________ Sem serifa sans‑serif não serifada_______________ Cursiva handwritten letra de mão_______________ Cursiva (Wingdings) handwritten letra de mão________ Figura 36 As fontes tipográficas são compostas por elementos distintos, tais como: Linha de Base (baseline) / Linha Central (meanline ou midline) / Ascendente (ascender) Descendente (descender) Letra Caixa Alta (upper‑case) / Letra Caixa‑baixa (lower‑case) / Altura de x (x‑height) / Cabeça ou Ápice (apex) / Serifa (serif) / Barriga ou Pança (bowl) / Haste ou Fuste / (stem) / Montante ou Trave (diagonal stroke) / Base ou Pé (foot) / Barra (bar) / Bojo (counter) / etc. Todas as letras têm, em sua aparência física, um estilo ou dimensão particular, ou seja, pontos comuns de referências. Esses pontos são a base em que se ajustam todas as letras utilizadas em uma composição. 63 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Criatividade e teCnologia ofiCina Figura 37 – Estrutura das fontes tipográficas – A Os termos usados para identificar as diferentes partes e estruturas das formas das letras ajudam a assegurar o reconhecimento e a referências exatas, como apresentamos nas figuras a seguir: Figura 38 – Estrutura das fontes tipográficas – B Figura 39 – Estrutura das fontes tipográficas – C O que distingue uma fonte de outra são as características gráficas do conjunto de glifos de cada uma, por exemplo: a curvatura do seu bojo, o tamanho relativo de sua altura x, a forma de suas descendentes e a altura de suas ascendentes, todos são cuidadosamente projetados para causar a impressão específica. Mesmo quando estamos elaborando um simples documento num software de edição como o Word, fazemos escolhas na diagramação: para escolher a fonte que iremos usar em uma carta e o tamanho das letras para que fique legível e, dependendo do destino do objeto, até dar ênfase a uma palavra ou outra. 64 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Unidade II Nas figuras a seguir, são escolhidos o tipo e o tamanho da fonte que iremos utilizar em nossa carta: Figura 40 – Print da tela com exemplos Figura41 – Print da tela com exemplos Dependendo do uso que faremos de um determinado documento, poderemos fazer determinadas escolhas. Por exemplo: se for uma carta de amor ou para um amigo, poderá ser algo mais informal, poderemos usar uma letra cursiva e até variar os tamanhos; porém, caso seja uma carta mais formal ou um documento acadêmico que tenha de estar nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), nesse caso, existe um padrão a seguir. 65 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Criatividade e teCnologia ofiCina 6.1.2 O design com fontes A fonte tem um papel bem importante no design e na criação de diferentes mídias. Ela não se limita apenas à criação de logotipos, logomarcas e textos. Dependendo do segmento em que a fonte será abordada, deverá ser escolhida determinada fonte e com suas peculiaridades. Por exemplo, se a fonte for utilizada dentro de um hospital, será uma fonte específica; se for para uma festa, outra; em uma sinalização de estrada, a leitura deve ser rápida, instantânea, e a fonte escolhida não poderá ser uma que dificulte a leitura ou seja algo ornamental e/ou fantasiosa. A fonte é usada para, de alguma forma, informar, entreter, fazer referências, instruir, direcionar ou mesmo envolver o leitor. Cada um desses contextos requer nível de concentração e ritmo de leitura diversos, e esses dois fatores são relevantes para a escolha da família da fonte. Por exemplo, a sinalização de estradas tem de ser instantaneamente reconhecida: usar uma fonte decorativa em uma sinalização desse tipo pode desviar perigosamente a atenção do motorista. [...] (GORDON; GORDON, 2012, p. 25). Dessa maneira, entendemos que uma família tipográfica não pode ser considerada simplesmente como um conjunto de letras, pois cada fonte transmite de acordo com suas características subjetivas um conceito diferente. Assim, uma fonte não pode ser escolhida sem critérios e de forma aleatória. A escolha tem de ser muito bem‑pensada, tanto no quesito estético como no conceitual. É imprescindível que seja harmônica a relação da fonte com os outros elementos gráficos que compõem uma diagramação. A seguir, alguns exemplos de sinalização de trânsito utilizando fontes claras e de fácil leitura: PARE A) Placa de Permitido Estacionar B) Placa de Pare 20 km/h 10m C) Placa de Velocidade Permitida D) Placa de Distância Permitida Figura 42 – Placas com uso de fontes 66 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Unidade II Diariamente designers tipográficos de todo o mundo criam novas fontes para inovar, e cada vez mais são tipos/modelos mais interessantes para causar a força de impacto desejada. Saiba mais Você sabia que a fonte “Comic Sans” é considerada por muitos a fonte mais odiada do mundo? Confira no site Tec Mundo no link a seguir: NEMES, A. Comic Sans, a fonte mais odiada do mundo. Tec Mundo, [s.l.], 2013. Disponível em: <http://www.tecmundocom.br/ fotografia‑e‑design/44292‑comic‑sans‑a‑fonte‑mais‑odiada‑do‑ mundo.htm> Acesso em: 14 jan. 2016. 6.2 Tipos de design 6.2.1 Design publicitário Podemos dizer que três modalidades contemplam o que designamos como design publicitário: publicidade, branding e identidade corporativa. Vamos tentar definir aqui em poucas palavras o que significa (ou o que contempla) cada um: • Publicidade: propagação de um produto ou serviço através dos diferentes meios de comunicação; mensagem que transmite um produto ou serviço; divulgação; qualidade do que é público. • Branding: divide‑se em diferentes etapas: Detalhamento do Público‑alvo, Posicionamento da Marca e Construção Multissensorial. Também pode ser considerado como o trabalho de construção e gerenciamento de uma marca junto ao mercado. • Identidade corporativa: representa o conjunto de produtos, significados, valores, marcas e princípios de uma organização. Desenvolvida a partir de diferentes etapas: conhecer a empresa, seu mercado, seus diferenciais e seus objetivos estratégicos (missão, valores e visão). Embora fossem tratadas como práticas separadas, que incorporaram técnicas gráficas, elas acabaram se unindo, na medida em que agências multimídia, desenvolvidas nos anos 1990, tornaram‑se capazes de misturar habilidades gráficas e publicitárias para dar conta de projetos promocionais inteiros. (GORDON; GORDON, 2012, p. 120). 67 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Criatividade e teCnologia ofiCina Figura 43 Observação Na figura anterior, temos como exemplo um anúncio comparativo feito por associação; no caso, o engenho usado para produzir a Millenium Wheat é comparado à engenharia do Audi. Na imagem, visualizamos uma montagem com o automóvel da Audi inserido no engenho. Segundo os editores do livro O Essencial do Design Gráfico (Gordon; Gordon, 2012), seguem definições sobre publicidade, branding e identidade corporativa. Quando se trata de identidade corporativa, os editores defendem que: A identidade visual corporativa tem de representar os valores pelos quais a empresa se distingue no mercado, mas, nos últimos anos, grandes marcas têm transformado seus produtos em submarcas, diversificando, assim, a atividade publicitária. Nas agências de comunicação atuais, os papéis normalmente associados ao uso da marca e à identidade corporativa tendem cada vez mais a se cruzar. Os meios mais comuns de representação de identidade corporativa incluem periódicos e revistas internas (house organs), geralmente publicações trimestrais que mostram, em seu conteúdo editorial, como só produtos e serviços da empresa se ligam aos presumidos estilos de vida dos consumidores. A incumbência do design é criar as regras de uso da marca quanto ao Layout e, de maneira visualmente estimulante, organizando relatórios de liderança, reportagens institucionais, e outros textos característicos (GORDON; GORDON, 2012, p. 123). Com o passar dos anos, muitas áreas e setores vêm se modificando, submarcas vão surgindo e tomando espaços. É necessário que sejam estabelecidas regras claras sobre os tipos de comunicações a 68 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Unidade II que a identidade corporativa deva ser apresentada em diferentes mídias, que vão desde simples materiais de correspondências a recursos digitais. A propaganda a seguir é considerada a maior do mundo, tendo mais de 150 metros de altura; é uma promoção da seleção holandesa de futebol e foi produzida pela gráfica VgL, com um tamanho total de 10 mil metros quadrados divididos em 4.500 painéis. Figura 44 – Propaganda em edifício com 10 mil metros quadrados Quando se trata de design para branding, os editores defendem que: Os consultores gráficos normalmente se envolvem em três fases do gerenciamento da marca: pesquisa primária e recomendação; visualização da marca no contexto; e trabalho com a viabilidade da implantação. O papel dos designers gráficos na gestão de marca envolve consultoria e recomendação, mais do que redesign. O gerenciamento da marca precisa refletir graficamente, in situ, as aspirações da empresa em uma ampla variedade de contextos, garantindo que fique muito evidente a distinção visual de um símbolo, ou logotipo, e que sua função primária seja condensar as características‑chave em uma “assinatura” visual – tipografia ou 69 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Criatividade e teCnologia ofiCina elementos gráficos. Esse é o símbolo pelo qual a empresa será reconhecida (GORDON; GORDON, 2012, p. 125). No branding, o papel do designer vai além da criação, pois envolve consultoria e gerenciamento da marca, já que o contexto em que a marca é colocada tem de ser relevante e de fácil associação. Na sequência, apresentamos um exemplo com um esboço detalhado seguido de resultado que normalmente algumas agências apresentamaos seus clientes para transmitir o conceito desejado. Essa propaganda tem impressão em página dupla, em revista de papel com brilho. Figura 45 – Esboço e resultado Quando se trata de publicidade, os editores defendem que: Em si, a publicidade visa produzir uma campanha – um pensamento estratégico comunicado de diferentes formas, para surpreender, deleitar e informar pessoas. Como a publicidade, a “identidade corporativa” visa coordenar a interpretação de um produto ou serviço por meio de um visual original ou um look verbal, pelo qual ele pode ser reconhecido. O branding tornou‑se proeminente nos anos 1990, com o surgimento de empresas multinacionais que queriam ampliar suas promoções para além dos territórios da publicidade convencional. Antes de tudo, essas três áreas exigem que as ideias sejam expressas com clareza absoluta (GORDON; GORDON, 2012, p. 120). 70 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Unidade II Dessa maneira, numa campanha, é imprescindível que a associação entre essas três áreas – publicidade‑branding‑identidade corporativa – seja perfeita e consiga transmitir com nitidez o objetivo desejado. 6.2.2 Design de embalagens Nos tempos primitivos, os alimentos eram acondicionados em peles, troncos ocos de árvores, bexigas de animais, chifres e folhas de plantas. Tem‑se notícias de que os egípcios fabricavam garrafas de vidro e os fenícios utilizavam garrafas de madeira (PINHO, 2001, p. 99‑100). Desenhar embalagens de sucesso não é uma tarefa fácil; todos os dias são criadas milhares de embalagens, existe uma constante competição no mercado desse setor. A embalagem é um importante componente na atividade econômica. A embalagem final é produto da ação de uma complexa cadeia produtiva que começa na matéria‑prima com os fabricantes de vidro, papel, resinas plásticas, folha de flandres, alumínio, madeira e tecidos industriais. [...] Essas matérias‑primas alimentam os convertedores que são as indústrias que fabricam e imprimem garrafas, frascos, potes, sacos, cartuchos, e uma infinidade de soluções acompanhadas de rótulos, tampas, selos, lacres, códigos e outros acessórios que constituem o núcleo central da indústria de embalagem reunindo o maior número de empresas no negócio (MESTRINER, 2001, p. 3). Apresentamos a seguir uma tabela com os principais tipos de embalagens e suas aplicações: Quadro 3 Matéria-prima Embalagens Principais tipos de produtos Vidro Cartão (Semirrígido) Papelão e Papelão Microndulado Papel Garrafas Frascos Potes Ampolas Copos Cervejas – Vinhos – Destilados – Bebidas Finas Cosméticos – Perfumes – Medicamentos Conservas – Geleias – Café Solúvel Medicamentos – Cosméticos Requeijão – Extrato de Tomate – Geleias Celulose Plásticos Rígidos Plásticos Flexíveis Cartuchos Caixas Envelopes Cartonados Caixas Sacos Farinhas – Flakes – Hambúrgueres Calçados – Eletro/Eletrônicos – Bombons Material de Papelaria – Meias Femininas Leite Longa Vida – Sucos – Bebidas Lácteas Alimentos – Eletroeletrônicos – Frutas Embalagens de Transporte (secundárias) Carvão – Adubos – Farinha de Trigo – Sementes – Rações 71 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Criatividade e teCnologia ofiCina Plástico Alumínio Folha de Flandres Frascos Potes Garrafas Sacos Flow Packs Envoltórios Prod. de Limpeza e Higiene Pessoal – Cosméticos Achocolatados – Sorvetes – Shakes Álcool – Produtos de Limpeza – Refrigerantes – Sucos Café – Açúcar – Arroz – Ração para Cães Macarrão Instantâneo – Salgadinhos Snacks Biscoitos – Balas ‑ Bombons Metal Latas Blisters Selos Latas Cervejas – Refrigerantes Cartelas de Comprimidos Tampas Aluminizadas de Iogurtes e Água Mineral Conservas – Leite em Pó – Tinta ‑ Azeite Madeira Caixas Engradados Barris Bacalhau – Equipamentos e Máquinas – Charutos Frutas (uvas) – Verduras – Vinhos Destilados – Azeitonas Embalagem Composta Combinam dois ou mais materiais Blisters – Laminados – Multifolhados etc. Tecido Sacos de Estopa Sacos de Ráfia Açúcar – Cereais – Batatas Vidro Garrafas Frascos Potes Ampolas Copos Cervejas – Vinhos – Destilados – Bebidas Finas Cosméticos – Perfumes – Medicamentos Conservas – Geleias – Café Solúvel Medicamentos – Cosméticos Requeijão – Extrato de Tomate – Geleias Fonte: Mestriner (2001, p. 7). Em geral (PINHO, 2001), a embalagem deve atender às solicitações necessárias para cumprir sua função mercadológica: ser um anúncio, atrair a atenção do consumidor, destacar‑se no ponto de venda, identificar rapidamente o produto, propagar eficientemente a marca, ter aspecto limpo e higiênico, ser de fácil manuseio, gerar credibilidade e acrescer um novo valor ao produto. A embalagem tem a função de distribuir produtos e proteger com o menor custo possível, assim o objetivo é aumentar as vendas e o lucro. Mestriner (2001) nos apresenta os dez pontos‑chave para obter um design de embalagem de sucesso; são eles: • Conhecer o produto. • Conhecer o consumidor. • Conhecer o mercado. • Conhecer a concorrência. • Conhecer tecnicamente a embalagem a ser desenhada. • Conhecer os objetivos mercadológicos. Neime Realce 72 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Unidade II • Ter uma estratégia para o design. • Desenhar de forma consciente. • Trabalhar integrado com a indústria. • Fazer a revisão final do projeto. A reciclagem ganha força a cada dia, tornando‑se um movimento mundial. Segundo Mestriner (2001. p. 9), “A preocupação com o impacto da degradação da embalagem no meio ambiente levou a indústria a estudar maneiras de reciclar os materiais da embalagem com o objetivo de reutilizá‑los”. Cada vez mais cresce a preocupação das pessoas nesse setor. A figura a seguir mostra as implicações da embalagem na sociedade e no meio ambiente. Principal componente do lixo urbano Reciclagem: nova atividade econômica Design Arte Expressão cultural Componente importante da atividade industrial Índice de atividade Economia componente do custo dos produtos Valor Comércio internacional Logística Transporte Fonte de matéria‑prima Viabilização da vida nas cidades Ciência Tecnologia Conservação de alimentos Figura 46 – Embalagem e meio ambiente A embalagem não é o principal componente do lixo urbano, mas como se trata de um lixo com marca e forma definida, ele é o que mais aparece. Apresentamos a seguir o processo de criação de uma embalagem. Descreveremos aqui o conjunto de elementos que foram reunidos para compor a embalagem final. Cada um deles foi planejado e produzido para se juntar ao desenho. 73 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Criatividade e teCnologia ofiCina Produto: omelete gourmet congelado em caixa 1º passo: rafe da embalagem com a ideia básica do design. 2º passo: desenho a traço, no computador, evoluindo o conceito antes do desenho final. 3º passo: produto final em quatro versões diferentes. Figura 47 – Rafe do produto Figura 48 – Desenho a traço do produto 74 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Unidade II Figura 49 – Produto prático e moderno voltado para consumidor urbano que aprecia produtos gourmet, inovadores e com design diferenciado Mestriner (2001) nos dá seu parecer sobre o produto finalizado, juntamente com a estratégia de marketing adotada: O splash anuncia que “Já vem com ovo” para não confundir com tempero, por isso se encaixa na palavra omelete compondo um único bloco informativo. A variedade é expressa em um banner que sugere a bandeira do país citado ou o próprio ovo no sabor caseiro. O garfo com design arrojado apresenta o produto pronto para degustar. Em cada sabor, o omelete tem um formato significativo. Completa o conjunto a informação legal: “contém 2 envelopes de duas porções cada e peso líquido de 100 gramas”(MESTRINER, 2001, p. 57). O design de embalagem envolve várias etapas, dessa maneira entendemos que é uma atividade intensa e envolvente. Precisamos no nosso dia a dia nos envolver com atividades como essas, pois estamos tão envolvidos com nossas atividades diárias que corremos o risco de viver “afundados” em nossos escritórios, fazendo job atrás de job, numa tarefa que nunca tem fim, e perdermos a oportunidade de interagir com nossos pares, fazendo realmente parte de uma profissão e nos mantendo ao mesmo tempo atualizados. Saiba mais Para se aprofundar nesse universo do design de embalagens, leia os livros: MESTRINER, F. Design de embalagem: curso avançado. São Paulo: Pearson Education, 2005. MESTRINER, F. Design de embalagem: curso básico. São Paulo: Makron Books, 2001. 75 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Criatividade e teCnologia ofiCina 6.2.3 Design de exposições Podemos dizer que essa modalidade de design não é muito conhecida ou muito falada, mas ela existe e está presente em todo canto em que haja uma exposição. Ela opera muitas vezes uma metamorfose na sala, pode às vezes apenas “informar”, como também “transformar” o ambiente, criando uma sintonia harmônica entre espaço e conteúdo. Para Gordon e Gordon (2012): “Em trabalhos para exposições, os designers gráficos enfrentam o desafio de criar um design temático para ser visualizado em grandes espaços, em escala humana em várias dimensões”. O design de exposições enriquece o ambiente quando realizado de forma criativa. Porque um desejo existe, não importa o quanto a indústria cultural estimule, seduza, manipule, atraia e explore. Esse desejo deve ser levado a sério como um sintoma de mudança cultural. É algo que está vivo em nossa cultura contemporânea e que deveria ser inserido de forma produtiva nos projetos de mostras e exposições (HUYSSEN, 1994, p. 34). Quando visitamos um centro cultural, museu ou galeria de arte, estamos interagindo com o espaço organizado; através dos aspectos comunicacionais da exposição, podemos perceber que um projeto de uma exposição foi pensado e elaborado com minúcias, estabelecendo dessa forma uma interface entre público e objeto exposto, resultando em uma ação de educar pelo design. Assim, podemos afirmar que o designer está contribuindo para o contexto da museografia, destacando a exposição como lugar social. Designers devem ser capazes de pensar em três dimensões – pois podem ter de visualizar o espaço de exposições a partir dos desenhos arquitetônicos – e de considerar os temas gerais: a atmosfera, o tom e as mensagens que precisam ser comunicadas ao publico (GORDON; GORDON, 2012, p. 144). Segue gigantesco banner de exposição, na Times Square, Nova York. Hoje em dia, os banners podem ser impressos em ampla variedade de materiais, em tamanhos enormes, às vezes, cobrindo laterais inteiras de edifícios. Na Times Square, banners à prova d’água, como o do exemplo, são uma alternativa ao neon, ao LCD e a displays lenticulares 3‑D. 76 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Unidade II Figura 50 – Banner gigante de exposição Denominaremos e apresentaremos a seguir alguns tipos de exposições. Exposições customizadas: são aquelas criadas para durar um tempo determinado, sejam longas ou curtas. O responsável por seu design é um profissional especializado em exposições, tendo como papel principal o projeto e a previsão da produção, tanto dos materiais publicitários quanto da identidade da exposição. Dessa forma, fica a critério do designer escolher os materiais para a criação dos painéis, o que é impactado diretamente pelo orçamento, que deve ser proporcional à duração da exposição, de forma que esse material de exposição tenha uma durabilidade proporcional. Tais materiais são normalmente banners impressos e letreiros de vinil. Essas exposições costumam ter um alto custo pela complexidade e pelo grau de conhecimento de seus profissionais, uma vez que são especializados. Tais exposições podem ocorrer em feiras comerciais, com curta duração (apenas algumas semanas), em mostras temporárias, com média duração (até um ano), ou até mesmo em galerias de museus, com longa duração (permanentemente). Exposições permanentes: são aquelas que têm uma duração maior (dez anos ou mais), e, portanto, seu planejamento também tem uma durabilidade maior, podendo estender‑se por anos. Podem fazer parte de museus e galerias de arte e normalmente têm grandes orçamentos, uma vez que precisam de manutenções periódicas para que permaneçam em boas condições. O papel do designer nessa exposição é finalizado ao entregar o projeto ao cliente. 77 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Criatividade e teCnologia ofiCina Exposições itinerantes: são aquelas que apresentam mais critérios, como embalagem, idioma (em se tratando de exposições internacionais), peso e durabilidade. O principal objetivo do designer é projetar manuais, de forma que oriente a instalação dos stands, que normalmente servem como embalagens de transporte e explicam o trajeto pelo qual elas irão passar. Exposições educativas: são aquelas que envolvem educadores e designers. Dessa forma, esse trabalho conjunto pode proporcionar um grau de clareza maior para que haja aprendizado pelo público. Essas exposições podem ser de curta ou longa duração, e o seu orçamento depende do tipo de trabalho a ser exposto. Um exemplo claro são os dispositivos interativos, que são mais caros, mas geram maior aprendizagem, uma vez que possibilitam ao público o experimento da atividade, o que acrescenta à experiência um estímulo maior. A figura a seguir trata da Exposição do Museu Guggenheim sobre o trabalho do arquiteto Frank Gehry ampliado e fixado nas paredes; apresenta o sentido de movimento da obra do arquiteto. Para produzir esse efeito, imprimiu‑se na máxima largura disponível do papel – teoricamente, qualquer comprimento é possível, mas a largura depende da bobina de papel usada –, montado em MDF, termicamente colado ou preso na instalação. Figura 51 – Design de exposição interna Para finalizar, apresentamos a seguir um tipo diferente de painel, chamado “trapezoides”; nesse caso, temos um modelo com laminados foscos que foram afixados a varas de bambu. 78 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Unidade II Figura 52 – Design de exposição interna em formato de trapézio Fator de suma importância antes de montar e aderir uma arte ao seu suporte é planejar uma visita à gráfica com o cliente, para que seja avaliada a qualidade dos materiais; assim como a resolução da fotografia finalizada, para aprovação final. Feito isso, podem ser realizados a montagem e o deslocamento das peças para o local da exposição, e ainda há um último item importante: quando as peças estiverem montadas na exposição, dever‑se‑á verificar se nenhum material foi danificado no transporte. Saiba mais Para saber mais sobre essa área que não é tão conhecida e explorada no meio do design, leia o artigo a seguir: COSSIO, G.; CATTANI, A. Design de exposição e experiência estética no museu contemporâneo. [s.d.]. Disponível em: <h t t p : / / p a b l o l i s b o a . c o m / w p ‑ c o n t e n t / u p l o a d s / 2 01 4 / 02 / COSSIO‑e‑CATTANI‑Design‑de‑exposicao‑e‑experiencia‑estetica ‑ARTIGO.pdf>. Acesso em: 2 out. 2016. 79 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Criatividade e teCnologia ofiCina 6.2.4 Design de sinalização Uma imagem vale mais que mil palavras (provérbio popular). Qualquer pessoa que em alguma circunstância tenha se visto perdida, em apuros, pois não sabia para que lado seguir, pois tomou um caminho errado e necessita de informações e orientações de terceiros, sabe como podem ser confusas as informações verbais. Dessa maneira, em uma cidade ou local que tenha um bom projetode sinalização, as pessoas vivem mais felizes e menos estressadas, tanto os moradores como os turistas. Principalmente cidades turísticas necessitam de uma boa sinalização. Ela não está só nas ruas, mas dentro de espaços públicos também, como órgãos públicos ou como espaços de arte, fora a sinalização de trânsito. Seguem alguns exemplos de sinalizações que acabamos de comentar: Figura 53 – Sinalização em espaço público Figura 54 – Sinalização interna Figura 55 – Sinalização de trânsito 80 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Unidade II Mesmo um pequeno letreiro que seja elaborado para um estabelecimento de pequeno porte requer várias recomendações e itens a serem observados. Figura 56 – Sinalização externa de comércio Seguem alguns deles: • Vai ser visto no fim da rua? Mesmo à noite? • As fontes utilizadas são legíveis? • O letreiro é fácil de ser limpo frequentemente? • Vai precisar de alvará? Pensando nos conceitos de sinalização no quesito “desenho”, podemos dizer que um designer gráfico une soluções analíticas de problemas às expressões criativas. Para um design de sinalizações, fator primordial é que a solução de problemas venha em primeiro lugar, para que possa assim informar a expressão criativa de forma adequada. O design de sinalização é uma área distinta do design gráfico. Os elementos de sinalização levam mais tempo para serem planejados, desenvolvidos e instalados do que muitos projetos de design gráfico – com exceção, talvez, de projetos de exposição permanente. E duram mais tempo: quaisquer erros dolorosamente perduram para o cliente (e o designer). A sinalização é uma 81 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Criatividade e teCnologia ofiCina área do design que também pode ser muito recompensadora para o designer gráfico, por sua grande contribuição para a experiência positiva do visitante de um edifício ou espaço (GORDON; GORDON, 2012, p. 136). Na imagem a seguir, temos uma sinalização interna de um estabelecimento comercial; mesmo não tendo sido escrita na nossa língua, podemos entender a mensagem. Figura 57 – Design de sinalização interna: McDonald’s A imagem anterior é uma sinalização promocional dentro de uma rede do McDonald’s; está em inglês, mas deixa claro que você pode escolher entre três minirrefeições (combos) e pagar um preço único de 3 dólares. Observação • FreeHand: aplicativo de desenho vetorial da Adobe. • QuarkXPress: programa de layout de páginas muito usado no setor de diagramação. • CAD: acrônimo de computer‑aided design. Pode se referir a qualquer design feito pelo computador, mas costuma referir‑se ao design tridimensional, como o de arquitetura ou o de produtos. É um aplicativo que pode controlar todo o processo, desde o conceito até o produto acabado. Segundo Gordon e Gordon (2012): As ferramentas digitais utilizadas pelo design de sinalização são encontradas em qualquer estúdio de design adequadamente equipado. 82 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Unidade II São softwares gráficos que trabalham com textos, imagens e vetores de modo geral. Sendo os principais Adobe Illustrator ou o FreeHand para se trabalhar desenhos e fontes, o Adobe InDesign ou o QuarkXPress para diagramação de jornais, revistas etc. e o Adobe Photoshop, que é de grande valia para trabalhar principalmente as fotografias e imagens de modo geral, usados para design, produção gráfica e definição de tipos – e uma boa variedade de faces tipográficas. Outro software usado principalmente para se criar apresentações mais eficazes com efeitos tridimensionais é o CAD, muito utilizado pelos arquitetos que normalmente estão envolvidos no projeto –, mas não para as tarefas de produção e arte do projeto (GORDON; GORDON, 2012, p. 136). Muitos softwares no decorrer do tempo foram sendo substituídos por outros mais aperfeiçoados e com interface mais moderna, FreeHand para o Illustrator, para o InDesign, e Photoshop continua imbatível. Mais adiante, na Galeria de Trabalhos, há alguns exemplos desenvolvidos com esses programas. Resumo Vimos a importância de seguir parâmetros e referências específicos no aprimoramento de um ambiente criativo. Denominamos as fases do processo de criação de “criatividade estrutural”. Entre as fases de produção criativa, pudemos observar a significância do insight e da clareza de objetivos da equipe, bem como das técnicas de concepção que abrangem, sobretudo, contornar dificuldades que surgem no processo criativo. Também vimos a abrangência do Design Bidimensional, desde a importância do uso das “fontes” até os diferentes estilos em que o Design está presente, como: Design de Impressos; Design Publicitário; Design de Embalagens; Design de Sinalização; e Design de Exposições. Quando o designer está fazendo uma diagramação, a escolha das fontes é tão importante como a escolha das cores e das imagens que serão usadas no layout. Na sequência, o texto trata do Design Publicitário e das três modalidades que abordam essa área: publicidade, branding e identidade corporativa. Dessa maneira, numa campanha, é imprescindível que a associação entre essas três áreas – publicidade‑identidade corporativa‑branding – seja perfeita e consiga transmitir com nitidez o objetivo desejado. 83 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Criatividade e teCnologia ofiCina Exercícios Questão 1. Leia o texto e as afirmativas a seguir: Escolha de uma fonte apropriada Com ou sem serifa? Todos os fatores que ajudem o olho humano a perceber uma palavra como um bloco óptico melhoram a legibilidade. De maneira geral, as serifas facilitam a leitura, pois fazem o texto parecer contínuo aos olhos do leitor; as palavras aparecem mais bem “aglutinadas”. Com frequência se afirma que os caracteres com remate – serifados ou egípcios – são mais legíveis dos que os não serifados. Umas das razões que confere melhor legibilidade às serifas é o seu percurso histórico – fomos habituados a elas. Outra razão, esta mais técnica e menos discutida, tem a ver com a nossa percepção. As serifas ajudam a agrupar as letras de uma palavra. As serifas levam a que as letras mostrem um efeito de “coagulação óptica”. Por meio de várias análises, ficamos a saber que um leitor experiente não lê um texto letra por letra. Ele lê, sim, palavra por palavra, e muitas vezes, até várias palavras de uma só vez. (Só pessoas com pouca alfabetização é que soletram, tateando o texto oralmente, e sílaba por sílaba). Todos os fatores que ajudem o olho humano a perceber uma palavra como um bloco óptico melhoram a legibilidade. De maneira geral, as serifas facilitam a leitura, pois fazem o texto parecer contínuo aos olhos do leitor; as palavras aparecem mais bem “pegadas”. Se, pelo contrário, o leitor começa a fixar as letras individualmente, uma por uma, já está a perder demasiado tempo com a leitura. (Repito: só leitores com pouca experiência ou pouca escolaridade é que soletram os textos durante a leitura; evidentemente, este processo atrasa fortemente a leitura). Disponível em: <http://www.tipografos.net/boas‑praticas/fonte‑apropriada.html>. Acesso em: 15 fev. 2016 (Adaptado). São qualidades da fonte serifada: I – Com as serifas, remates, o texto parece contínuo para o leitor; visto que as palavras aparecem mais bem “aglutinadas”. 84 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Unidade II II – O fato de estarmos, histórica e tecnicamente, habituados às serifas possibilita‑nos uma melhor legibilidade a elas. III – As serifas propiciam o efeito de coagulação óptica, auxiliando no agrupamento das letras de uma palavra. A leitura proficiente é aquela em que se lê, sequencialmente, letra por letra. É correto o que se afirma em: A) I e III, apenas. B) II e III, apenas. C) I e II, apenas.D) I, II e III. E) I, apenas. Resposta correta: alternativa C. Análise das afirmativas I – Afirmativa correta. Justificativa: as serifas tornam o texto mais contínuo; pelo menos permite essa sensação para o leitor. II – Afirmativa correta. Justificativa: a sensação de um texto mais contínuo que as serifas propiciam está ligada também a questões históricas e técnicas. III – Afirmativa incorreta. Justificativa: as serifas, de fato, propiciam o efeito de coagulação óptica, mas a leitura proficiente é aquela que lê as palavras sequencialmente, não as letras. 85 Re vi sã o: A lin e - Di ag ra m aç ão : M ár ci o - 04 /0 2/ 20 16 Criatividade e teCnologia ofiCina Questão 2. Observe as imagens a seguir: Disponível em: <http://croove.com.br/crie/design‑de‑embalagens‑para‑inspiracao/>. Acesso em: 15 fev. 2015. As imagens constituem exemplos de: A) Design de impressos. B) Design publicitário. C) Design de exposições. D) Design de sinalização. E) Design de embalagens. Resolução desta questão na plataforma.
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