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Fundamentos do Design Professor Me. Gabriel Coutinho Calve Reitor Prof. Ms. Gilmar de Oliveira Diretor de Ensino Prof. Ms. Daniel de Lima Diretor Financeiro Prof. Eduardo Luiz Campano Santini Diretor Administrativo Prof. Ms. Renato Valença Correia Secretário Acadêmico Tiago Pereira da Silva Coord. de Ensino, Pesquisa e Extensão - CONPEX Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza Coordenação Adjunta de Ensino Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo Coordenação Adjunta de Pesquisa Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme Coordenação Adjunta de Extensão Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves Coordenador NEAD - Núcleo de Educação à Distância Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal Web Designer Thiago Azenha Revisão Textual Beatriz Longen Rohling Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante Geovane Vinícius da Broi Maciel Kauê Berto Projeto Gráfico, Design e Diagramação André Dudatt 2021 by Editora Edufatecie Copyright do Texto C 2021 Os autores Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi- tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP C168f Calvi, Gabriel Coutinho Fundamentos do design / Gabriel Coutinho Calvi. Paranavaí: EduFatecie, 2021. 111 p.: il. Color. 1. Desenho (projetos). 2. Designers. 3. Artes gráficas. I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título. CDD: 23 ed. 741.6 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 UNIFATECIE Unidade 1 Rua Getúlio Vargas, 333 Centro, Paranavaí, PR (44) 3045-9898 UNIFATECIE Unidade 2 Rua Cândido Bertier Fortes, 2178, Centro, Paranavaí, PR (44) 3045-9898 UNIFATECIE Unidade 3 Rodovia BR - 376, KM 102, nº 1000 - Chácara Jaraguá , Paranavaí, PR (44) 3045-9898 www.unifatecie.edu.br/site As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site Shutterstock, Pixabay e Pexels. AUTOR Prof. Me. Gabriel Coutinho Calvi ● Mestre em Gestão do Conhecimento nas Organizações (UniCesumar); ● Bacharel em Moda (UniCesumar); ● Tecnólogo em Marketing (UniCesumar); ● Especialista em Moda, Produto e Comunicação (Unifamma); ● Especialista em Moda e Negócio (UniCesumar); ● Especialista em Design Thinking (UniCesumar); ● Professor Formador do curso de Design de Moda EaD (UniCesumar); ● Professor de pós-graduação EaD (Unifamma); ● Professor de publicidade e propaganda e design de moda presencial (UniCesumar). Trabalhou com produção de moda e desenvolvimento de campanhas entre 2013- 2018. Na área de pesquisa estuda a criação de imagens na moda, design a partir da pers- pectiva semiótica. CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/2763480778584494 APRESENTAÇÃO DO MATERIAL Olá Aluno(a)! Sejam bem-vindo(a)? Que bom que você chegou aqui para iniciarmos essa trilha de aprendizagem no universo do design. Enquanto preparo nosso material de estudo, fico pensando nas vidas que serão impactadas e no quanto você poderá ser surpreendido por este universo que já está presente em nossa vida desde o dispositivo eletrônico que você utilizar para realizar seus estudos, até o ambiente em que você se encontra. O design permeia nossas vidas com o intuito de nos trazer conforto, bem-estar, comodidade entre outras características sempre atrelado ao senso estético de linhas, formas, cores, texturas e demais elementos e princípios. A nossa disciplina de teoria e fundamentos do design apresenta um conteúdo in- trodutório e essencial para a profissão do designer que tem como um dos objetivos facilitar a vida dos seus usuários/consumidores com produtos e serviços que comuniquem seu propósito seja de cunho funcional ou estético. Portanto, em nossas unidades você encon- trará todas as informações necessárias para compreender essa área em suas diversas vertentes, além de passarmos por pelo processo de alfabetização visual essencial para o trabalho desse profissional. A Unidade I tem o propósito de apresentar a você os aspectos introdutórios do design, explorando sua evolução histórica que melhorou nossas vidas em todos os âmbi- tos. Conheceremos as definições de design e as áreas de atuação dos profissionais. Além disso, entenderemos como as emoções contribuem na criação dos produtos de desejo para usuários/consumidores. Os produtos e serviços são compostos de elementos e princípios que garantem suas configurações estético-formais. Neste sentido, as Unidade II e III apresentam os elementos e princípios do design, e como eles são aplicados no processo de criação. Vamos analisar as linhas, cores, formas, texturas, harmonia, contraste, equilíbrio, entre outros presentes nesse processo. Na Unidade IV encerraremos nossas discussões conhecendo os estilos e movi- mentos que originaram o design e como eles são aplicados até hoje no desenvolvimento criativo pelos designers. Bons estudos! SUMÁRIO UNIDADE I ...................................................................................................... 3 Introdução ao Design UNIDADE II ................................................................................................... 28 Elementos do Design UNIDADE III .................................................................................................. 57 Princípios do Design UNIDADE IV .................................................................................................. 82 Movimentos e Estilos do Design 3 Plano de Estudo: ● Aspectos históricos do design; ● O que é design?; ● Áreas do design e o papel do designer; ● Design emocional. Objetivos da Aprendizagem: ● Conhecer os aspectos históricos e constitutivos do design; ● Compreender o que é design; ● Apresentar as áreas de atuação do design bem como o papel do designer; ● Analisar como o design emocional contribui para a construção de novos produtos. UNIDADE I Introdução ao Design Professor Me. Gabriel Coutinho Calvi 4UNIDADE I Introdução ao Design INTRODUÇÃO Oi, tudo bem? Seja bem-vindo(a) a nossa Primeira Unidade da disciplina de Funda- mentos do Design. Acredito que, assim como eu, você deve estar com muitas expectativas para iniciar essa trilha de aprendizagem. Portanto, procure um lugar confortável e se aco- mode, porque vamos realizar uma introdução ao design a partir de agora. Hoje a palavra design é utilizada como sinônimo para apontar o bom funciona- mento ou a beleza de produtos e serviços, isso porque o design está presente em todas as áreas da nossa vida que vão desde o aparelho eletrônico que você está utilizando para ler nosso conteúdo, passando pelos móveis do ambiente e, até mesmo, o tipo da letra que escolhemos para escrever nossa apostila. Assim, podemos entender que o design vem para melhorar as nossas vidas, proporcionando comodidade, conforto, ergonomia, estética entre outros atributos. E, com base nisso, no primeiro tópico da nossa unidade vamos voltar até o início das civilizações para compreender como os homens dos períodos paleolítico e neolítico fizeram para dominar e sobreviver ao ambiente que se estabeleceram. Nosso primeiro tópico apresenta, ainda, como que a revolução industrial impactou no desenvolvimento e status do design. No segundo tópico, avançamos nas discussões para compreender o que é, de fato, o design, fazendo a distinção entre o profissional e a profissão, além de estudar as funções que o design desempenha sobre nosso ambiente e escolhas. O que nos leva ao assunto do tópico três que apresenta as áreas do design e o papel dodesigner em cada uma delas. No quarto e último tópico vamos aprofundar em nossa introdução para o universo do design emocional, apresentando como o estilo e a atratividade são importantes na criação e desenvolvimento dos produtos, como também, entender o universo do usuário/consumidor para atrair sua atenção e despertar boas emoções que o leve a realizar boas experiências. Está preparado?! Então vem comigo! Bons estudos! 5UNIDADE I Introdução ao Design 1. ASPECTOS HISTÓRICOS DO DESIGN Para entendermos como o design foi criado ao longo das décadas é necessário entender o contexto histórico da época que envolvem os cenários político, cultural e eco- nômico. Para toda pesquisa, seja ela em design ou não, compreender a situação de uma época nos permite adentrar na história daquilo que pesquisamos. Sendo assim, iremos voltar ao início da formação das civilizações para estudarmos a evolução do design. Dois períodos se destacam no início das civilizações – paleolítico e neolítico. Isso porque o homem desses períodos demostrou uma grande capacidade de dominar seu meio de subsistência ao criar recursos para caçar, pescar, plantar ou expressas sua história e aprendizado. Nestas ações, temos rastros de um processo de design que se desenvolver para melhorar a vida dos indivíduos. O homem do período paleolítico superior (30.000 a.C) fazia pinturas nas paredes das cavernas, como maneira de se comunicar. A partir dessa atividade, temos uma forma rudimentar do conceito de design já que este homem, antes de começar a marcar sua ex- periência nas paredes das cavernas, era um andarilho que vagava de um local para o outro, consumindo todos os recursos dos locais que passava. Assim, “nas pinturas realizadas em cavernas são representados motivos naturalista e esquemático. O primeiro inclui animais, como grandes herbívoros: cavalos, bisões e mamutes. O segundo motivo consiste em símbolos” (GOWING et al. 2008, p. 06). A Figura 1 apresenta um exemplo desse período. 6UNIDADE I Introdução ao Design FIGURA 1 - PINTURA NAS PAREDES DAS CAVERNAS O período Neolítico (10.000 a.C) é conhecido como idade da pedra, já que neste momento o homem desenvolve a técnica de produzir suas ferramentas para caça e pesca através do atrito de pedra (GOWING et al. 2008). Dessa forma, Ele já não precisa vagar de um local para o outro, agora com o desenvolvimento das ferramentas já pode criar seu espaço de moradia. A Figura 2 apresenta um machado de mão dessa época. FIGURA 2 - MACHADO DE MÃO PERÍODO NEOLÍTICO Você pode estar se perguntando: mas o que o isso tem a ver com o design? A res- posta é: Tudo! Considerando que o design surge para melhorar/agregar a vida das pessoas trazendo um apelo formal-estético, temos nesses dois períodos um esforço do homem de produzir ferramentas para facilitar sua vida (LOBACH, 2001). Dessa forma, ao analisar, por exemplo, o machado de mão da Figura 3, percebemos que suas linhas e suas formas pontiagudas lembram as facas e instrumentos que utilizamos hoje. 7UNIDADE I Introdução ao Design O design também tem em si a missão de comunicar uma mensagem carregada de significações. Nesse processo evolutivo foram várias as descobertas e criação de peças e materiais para facilitar a vida do homem (CARDOSO, 2004). Antes de chegarmos ao período em que a história do design começa a acontecer de fato, precisamos falar do trabalho de um dos maiores cientistas/artistas da história e que apresentou noções de design mesmo antes dessa terminologia existir, estamos falamos de Leonardo Da Vinci, e todo seu potencial criativo. Leonardo Da Vinci (1452-1519) era cientista, pintor, escultor entre outros atributos, ele desenvolveu uma série de pesquisas que colaboraram para o progresso das ciências e das artes. Uma de suas pesquisas mais interessantes é a máquina de voar, e o processo o seu processo de criação, Da Vinci passou um longo tempo observando o comportamento das aves e toda a sua estrutura anatômica com o desejo de desenvolver um aparelho que fosse capaz de voar, veja o resultado do processo: FIGURA 3 - MÁQUINA DE VOAR – LEONARDO DA VINCI Fonte: WIKIMEDIA. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/37/ Leonardo_da_Vinci_helicopter.jpg. Acesso em: 30 set. 2021. Toda a engenhosidade de Da Vinci e a curiosidade consagraram seu nome e suas invenções, sendo reconhecidas até os dias de hoje. O mais importante das descobertas do cientista é perceber que o conceito de design mesmo não existindo ainda, é explorado por ele por meio de análises do mundo a sua volta e, percebida as necessidades de se criar algo que proporcionasse comodidade para a vida das pessoas. 8UNIDADE I Introdução ao Design 1. 1 A Revolução Industrial O trabalho até no final do século XVIII e a primeira metade do século XIX era predominantemente manual, todo o processo de confecção dos materiais nas indústrias ou no campo dependia unicamente da mão de obra humana. A revolução industrial em 1845 surge e, com ela, a criação da máquina a vapor e da automatização das empresas – a partir daí homem e máquina integram o mesmo processo. Cardoso (2004) orienta a expressão revolução industrial está ligada a todas as mudanças que ocorram na época, sendo uma das primeiras mudanças analisadas nesse período a criação das máquinas de tecelagem e fiação. Essas mudanças proporcionaram a evolução do comércio e, consequentemente, do capitalismo. Cardoso (2004, p. 18) explica as mudanças desse período: [...]Essas mudanças acabaram ficando conhecidas como revolução indus- trial, justamente como forma de chamar atenção para o impacto tremendo que exerceram sobre a sociedade [...] O termo se refere essencialmente a criação de um sistema de fabricação que produz em quantidades tão grandes e a um custo que vai diminuindo tão rapidamente que passa a não depender mais da demanda existente mas gera o seu próprio mercado. Neste período surge também a máquina de costura e grandes avanços. Entre as invenções mais importantes dessa fase estão: ● Criação do telefone; ● O motor a diesel; ● O barco a vapor; ● Criação do rádio. O advento da Revolução Industrial garantiu a evolução da economia, entretanto, para a classe operária não houve grande benefícios, pois com a revolução vieram jornadas de trabalho exaustivas que muitas vezes excedia 16 horas e com baixo salário, sendo exploradas pelos grandes empresários da indústria. Discutimos até agora sobre o contexto em que se situa o nascimento do design propriamente dito ou a consciência de que as formas de expressão analisadas poderiam apresentar um método capaz de desenvolver produtos e materiais sob uma nova visão. Para entendermos como surge a ideia de design, precisamos citar a revolução industrial, pois foi nesse período que as mudanças sociais desencadearam no surgimento do profissional como designer. Logo, temos aqui o aparecimento da classe média, que antes possui produtos exclusivos originados do trabalho manual, garantindo a singularidade, a ascensão e o status. 9UNIDADE I Introdução ao Design Com a produção em série, os produtos tornam-se mais acessíveis e, consequen- temente, todas as pessoas poderiam adquiri-los – neste momento, a preocupação com a aparência e com a manutenção do posicionamento social geraram uma transformação na formação dos significados e valores dos objetos ligados ao termo riqueza, assim, a preocupação da classe média está voltado para a manutenção desse padrão, ou de como atingi-lo. Nesse instante, surge o designer e o seu papel em transformar as coisas estetica- mente, garantindo a funcionalidade e o posicionamento social. Assim, os produtos que eram criados através do trabalho artesanal antes da revo- lução industrial são, inicialmente, desvalorizados pela produção seriada e, posteriormente após a massificação e acesso aos mesmos, o trabalho artesanal passa a ser consumido pelos mais ricos como símbolode exclusividade e como distinção social. Na Unidade IV veremos cada uma desses movimentos e suas características. 10UNIDADE I Introdução ao Design 2. O QUE É DESIGN? Todos os dias ao acordar, levantamos da cama, vestimos nossas roupas e calça- mos nossos sapatos e, desde o primeiro momento, o design se faz atuante e presente em nossas vidas. A simples realização de nossas necessidades fisiológicas e básicas como; ir ao banheiro, alimentação e locomoção até o trabalho, para todas essas ações existe um produto que nasceu do esforço humano em tornar nossa vida confortável e prática. O design no século XXI está em toda parte e, em inúmeros casos, se torna banalizado por quem não compreende o seu real significado e deseja agregar valor ao produto que é ofertado ou adquirido, perdendo de vista a ideia de como acontece o seu processo de concepção (NORMAN, 2006). O design dominou todas as áreas do desenvolvimento do produto, e está ligado diretamente a palavra criatividade pois, para ser concebido carece de esforço mental e de habilidades técnicas que possibilitarão que um produto, da arte ou da necessidade humana, seja gestado. Logo, podemos entender que o design não está ligado somente ao serviço de conveniência dos indivíduos, ele também contempla a dimensão artística e como ela presta contributo para que o profissional apresente sua expressão. Diante de nossas indagações iniciais, é relevante compreendamos o real significado da palavra design e suas ocorrências, assim, somos apoiamos na definição de Cardoso (2004) que diz que o termo design vem o latim e significa designare: 11UNIDADE I Introdução ao Design A origem imediata da palavra está na língua inglesa, na qual o substantivo design se refere à ideia de plano, desígnio, intenção, quanto à de configura- ção, arranjo, estrutura (e não apenas de objeto de fabricação humana, pois é perfeitamente aceitável, em inglês, falar design do universo ou de uma mo- lécula). A origem mais remota da palavra está no latim designare, verbo que abrange os sentidos, o designar e o de desenhar. (CARDOSO, 2004, p. 14) Com essa descrição podemos, em um primeiro momento, afirmar que o design não está ligado a palavra desenho como muitos de nós imaginamos, até porque o termo inglês para desenho é drawing, dessa forma, o design está diretamente conectado a uma intenção, a um desejo de elaborar e estruturar objetos e elementos que compõe o cenário da vida humana. O conceito de design para Azevedo (2014) é semelhante ao de Cardoso (2004), confirmando que o intento do design é projetar e compor visualmente ou colocar em prática um plano que visa um anseio maior. A Sociedade Industrial de Designers da América – Industrial Designer Society of America – (IDSA, 2015) aponta que em toda atividade em que o design está presente são exploradas a criação e o desenvolvimento de conceitos que aperfeiçoam a função, o valor e aparência dos produtos e sistemas sempre visando o bem-estar das pessoas que recebem o produto e, também, das que o fabricam. O design para Burdek (2006) é comunicação e, portanto, espera ser lido e compreendido. Assim, o design assume várias facetas pro- porcionando o progresso no mundo material e artístico das pessoas, transportando uma mensagem funcional, como no caso dos produtos utilizados para o serviço e bem-estar do homem, e uma mensagem simbólica dotada de valor, como no caso do design explorado em favor da arte. DESIGN ≠ DESIGNER A definição de design não pode ser desvencilhada do termo designer, essas duas andam juntas e uma está em função da outra. Entretanto, por diversas vezes, são usadas de forma equivocada, alterando-se o sentido real na hora de nomear o profissional e a profissão. Dessa forma, o termo design está ligado a profissão. Já o termo designer é para denominar o profissional que estuda e trabalha com o design. Ou seja, o criador e executor. Se o design para Burdek (2006) está ligado aos meios da vida social e individual, é crucial identificar quais são as características que colaboram para que seja criado um bom design. Dessa forma, podemos nos apropriar do que Burdek (2006, p. 15) diz quando menciona quais são os elementos do bom design: 12UNIDADE I Introdução ao Design 1º O bom design não se limita apenas às técnicas. É imprescindível que ele expresse as particularidades de cada produto por meio de uma configuração singular. 2º Ele deve apontar de forma visível a função do produto, para que seja pos- sível uma leitura clara pelo usurário. 3º O bom design deve tornar transparente o estado mais atual do desenvol- vimento da técnica. 4º O bom design não se limita apenas ao produto, mas está engajado em responder os questionamentos do ambiente, da economia, da ergonomia e da reutilização. 5º O bom design estabelece uma boa relação entre o homem e o objeto, tendo isso como premissa para aplicar suas teorias na execução do trabalho e da percepção. A capacidade que o design tem de se apresentar de diversas formas o torna multifa- cetado configurando-se como essencial para áreas como o vestuário, a educação, as artes, a arquitetura, interiores, produtos, saúde entre outras. Como discutimos anteriormente, o design está em todos os lugares, atendendo necessidades ou cooperando para que uma mensagem seja transmitida de forma eficiente. Burdek (2006) orienta que o design possui quatro funções; social, funcional, significativa e objetiva. A função social presta serviço na dimensão singular e plural da vida em sociedade, acreditando que todos os elementos que o design constitui aprimora a vida em comunidade. Pazmino (2007) sustenta essa realidade falando sobre o design social: O design para a sociedade, consiste em desenvolver produtos que atendam às necessidades reais específicas de cidadãos menos favorecidos, social, cultural e economicamente; assim como, algumas populações como pessoas de baixa-renda ou com necessidades especiais devido à idade, saúde ou inaptidão. O design social implica atuar em áreas onde não há atuação do de- signer, e nem interesse da indústria com soluções que resultem em melhoria da qualidade de vida, renda e inclusão social. Conduzir para uma produção solidária e uma responsabilidade moral do design. (PAZMINO, 2007, p. 03). O processo de solução das atividades humanas do design social nos inspira para o discernimento do design de forma global esclarecendo como ele se firma dentro dessa esfera. Na segunda função sobre o design está a funcionalidade, que é incorporado pelo design em todas as suas vertentes e está a serviço de sanar as necessidades, apresen- tando-se como efetivo e passível de ser executado ou de ser utilizado de uma maneira que otimize a vida as pessoas que dele fazem uso. Ono (2004) vai dizer: O design tem como função básica tornar os produtos comunicáveis, em re- lação às funções simbólicas, de uso e técnicas dos mesmos. Deste modo, a prática profissional dos designers é decisiva no desenvolvimento de suportes materiais, relações simbólicas e práticas dos indivíduos nas sociedades. En- tretanto, o design em si não garante uma boa ou má adequação das funções de um objeto, pois a percepção e avaliação do mesmo pelos usuários podem variar, mesmo quando desenvolvidos especificamente para estes. (ONO, 2004, p. 60-61). Na função significativa o design é apresentado como dotado de valores, possuindo uma mensagem a ser transmitida. Nesse aspecto Ono (2004, p. 61) contribui: 13UNIDADE I Introdução ao Design [...] E, considerando-se que todo objeto é um signo cultural e faz parte de um contexto, pode-se compreender a natureza paradoxal da atuação do de- signer: Por um lado, ele cria signos, e, por outro, reproduz signos de uma sociedade, dentro de um determinado contexto. Assim, mesmo levando-se em conta todos os aspectos racionais de um objeto (econômicos e técnicos, por exemplo), restam sempre aspectos subjetivos, que ultrapassam a sua objetividadefuncional. A parte significativa do design apresenta o produto não apenas a partir de suas usabilidades, mas também do contexto que foi pensado para que a criação o concretize. Ou seja, quando falamos de contexto, nos referimos a cultura em que o design é criado e, consequentemente, a cultura do designer que o pensa e desenvolve. Portanto, ao pensar no produto, o designer deve ter em mente para quem ele está criando, quais os costumes e tradições que essas pessoas possuem, e porque elas irão adquirir esse produto. Neste sentido, os signos que Ono (2004) se refere está ligado as características comportamentais da sociedade e compreende o âmbito social, psicológico e econômico. A quarta, e última, função é a objetiva. A objetividade e a funcionalidade caminham unidas, já que a primeira está voltada para aquilo que o objeto representa sem necessidade de interpretações. Logo, a objetividade apresenta o objeto sem maiores mensagens, em que o seu papel é cumprir sua funcionalidade de maneira objetiva, sem exigir muito esforço mental e criativo para produzi-lo ou manuseá-lo. Dessa forma, as funções do design, juntamente com o seu papel, prestam grande contribuição para compreendermos os papéis que designers e profissionais que se utilizam da metodologia do design precisam para desenvolver seu processo de criação. 14UNIDADE I Introdução ao Design 3. ÁREAS DO DESIGN E O PAPEL DO DESIGNER O design pode ser explorado pelas mais diversas áreas que se engajam em trazer inovação, conforto e bem-estar. Lobach (2001, p. 141) explicita que “todo processo de design é um tanto processo criativo como um processo de solução de problemas”. Isso quer dizer que um dos papéis do design é solucionar problemas por meio de um processo criativo, inteligente, organizado e que visa agregar valor e estética ao produto. Cada área do design tem como propósito desenvolver produtos que buscam algum tipo de inovação. Vamos procurar entender quais são as áreas de atuação do design e qual o papel do designer em cada uma delas. Os Referências Curriculares Nacionais para a Educa- ção (RCNE) do Ministério da Educação (MEC) faz uma caracterização profissional do design: Compreende o desenvolvimento de projetos de produtos, de serviços, de am- bientes internos e externos, de maneira criativa e inovadora, otimizando os aspectos estético, formal e funcional, adequando-os aos conceitos de infor- mação e comunicação vigentes, e ajustando-os aos apelos mercadológicos e às necessidades do usuário. O desenvolvimento de projetos implica na criação (pesquisa de linguagem, estilos, ergonomia, materiais, processos e meios de representação visual); no planejamento (identificação da viabilidade técnica, econômica e funcional, com definição de especificidades e caracte- rísticas) e na execução (confecção de desenhos, leiautes, maquetes e pro- tótipos, embalagens, gestão da produção e implantação do projeto). (RCNE, 2000, p. 118) Compreende-se que o profissional da área de design explora a criação, planeja- mento e desenvolvimento de produtos e serviços com foco no aspecto funcional, formal, estético e considerando os benefícios que esse processo pode proporcionar como; ergono- mia e funcionalidade. Assim, conseguimos analisar o papel do designer em cada uma das áreas de atuação conforme o Quadro 1: 15UNIDADE I Introdução ao Design QUADRO 1 – PERFIL PROFISSIONAL DO DESIGNER E SUAS ÁREAS Área Perfil Profissional Campo de atuação DESIGN DE INTERIORES Cria e desenvolve projetos de espaços internos, conside- rando fatores estéticos, simbólicos, ergonômicos, sociocul- turais e produtivos. Realiza pesquisa de tendências. Plane- ja, desenvolve e gerencia projetos de interiores com o uso de materiais e recursos sustentáveis. Desenha, representa e expressa o projeto de interiores graficamente de forma bi e tridimensional. Elabora maquetes e modelos volumétricos com uso de técnicas diferenciadas de expressão gráfica. Avalia e emite parecer técnico em sua área de formação. - Construtoras. - Empresas de decoração. - Escritórios de Design e Arqui- tetura. - Indústrias de mobiliário. - Lojas. - Instituições de Ensino, me- diante formação requerida pela legislação vigente. DESIGN DE MODA Cria e desenvolve produtos para a indústria da moda. Ana- lisa e aplica fatores estéticos, simbólicos, ergonômicos, socioculturais e produtivos. Realiza pesquisa de moda. Planeja, gerencia e articula coleções de moda com proces- sos de fabricação, matérias-primas e viabilidade técnica e sustentável. Elabora protótipos, modelos, croquis, fichas técnicas e portfólios com uso de técnicas diferenciadas de expressão gráfica. Avalia e emite parecer técnico em sua área de formação. - Ateliês e Confecções. - Bureaus de Pesquisa e Cria- ção em Moda. - Escritórios de Design. Indús- trias de Moda. - Instituições de Ensino, me- diante formação requerida pela legislação vigente. DESIGN DE PRODUTO Projeta produtos industriais como móveis, eletrodomés- ticos, eletroeletrônicos, objetos pessoais e equipamentos de saúde, de segurança e de transporte. Produz criações integradas aos sistemas de fabricação, produção e viabili- dade técnica com o uso de materiais adequados. Desenha, representa e expressa o projeto de produto de forma bi e tridimensional. Elabora modelos volumétricos, reduzidos e protótipos com uso de técnicas diferenciadas de expressão gráfica. Especifica equipamentos para projeto de produtos. Avalia e emite parecer técnico em sua área de formação. - Escritórios de Design. - Estúdios de Design. - Laboratórios de Design. - Oficinas de Modelos e Pro- tótipos. Setores de Design em Indústrias. - Instituições de Ensino, me- diante formação requerida pela legislação vigente. DESIGN GRÁFICO Projeta a programação visual em meios físico e digital. De- senvolve linguagens visuais. Supervisiona a funcionalidade e usabilidade dos projetos adaptados aos diversos tipos de processos e produção gráfica. Produz criações integradas aos sistemas de comunicação e da arte. Elabora portfólios, com uso de técnicas diferenciadas de expressão gráfica. Avalia e emite parecer técnico em sua área de formação. - Agências de Comunicação. -Departamentos de Marketing. - Empresas de Publicidade. - Escritórios de Design. - Estúdios de Design. - Gráficas e Bureaus de Im- pressão. Instituições de Ensi- no, mediante formação reque- rida pela legislação vigente. Fonte: Brasil (2016, p. 102-105) 16UNIDADE I Introdução ao Design A partir desse desenho da área profissional do designer, o catálogo nacional de cursos superiores em tecnologia do MEC posiciona a área do design no eixo de produção cultural e design que contempla “criação, desenvolvimento, produção, edição, difusão, conservação e gerenciamento de bens culturais e materiais, ideias e entretenimento aplicadas em multi- meios, objetos artísticos, rádio, televisão, cinema, teatro, ateliês, editoras, vídeo, fotografia, publicidade e projetos de produtos industriais” (BRASIL, 2016, p. 98). Isso nos permite compreender que as possibilidades de atuação são múltiplas mantendo sempre o foco na criação, projeto, planejamento e desenvolvimento de produtos e serviços. 17UNIDADE I Introdução ao Design 4. O DESIGN EMOCIONAL Toda experiência de compra é pautada por estimulações internas ou externas do ser humano que tendem comprar de forma racional ou impulsiva. Bauman (2008) indica que, na dualidade sujeito-objeto prevalece a soberania do consumidor que passa por esse processo de ressignificação para representar uma posição de sujeito que consome e domi- na os objetos que consome. Nessa relação se edifica um universo pautado pelas emoções e pela racionalidade que vão determinar nossas relações com os artefatos que compramos por diversos motivos. Você pode estar se perguntando neste momento: Qual a relação entre o design emocional e o consumo de produtos? A resposta para essa pergunta é que vai nortear nosso tópico, pois éneste entendimento que vamos nos debruçar para compreender a relação entre su- jeito-design-emoções-consumo, que o design emocional se estabelece e procura oferecer produtos que atraiam os consumidores/usuários. Cabe ressaltar que quando falarmos de consumidores, vamos utilizar sinônimos como usuários e clientes. Para entender todo esse processo vamos estruturar nosso tópico em duas partes; a primeira fala sobre o estilo dos produtos e sua configuração estético-formal, cujo entende- remos como o processo de criação impacta no desenvolvimento de produtos que realmente despertem desejo nos consumidores; a segunda tem como propósito definir o que é design emocional e como trabalhar nos níveis formulados por Donald Norman (2006). 18UNIDADE I Introdução ao Design 4.1 Estilo, atratividade e configuração estético-formal dos produtos Você provavelmente já utilizou do seu tempo de lazer ou hora vaga para passear em um shopping e foi atraído por algum objeto em uma vitrina que “tinha a sua cara”. Ou então, já foi fazer compras com um amigo ou familiar e a pessoa olhou para uma peça e disse “esse produto tem a sua cara”. Essas expressões retratam bem a ideia da importância que o estilo tem para o desenvolvimento de novos produtos. Quando você acha que um produto tem “a sua cara” ou a “cara de alguém” que você conhece, significa que essa pessoa tem um gosto pela forma e estética daqueles produtos. É através desse feedback dos consumidores/usuários que marcas e empresas se pautam para projetar o estilo e a forma de novos produtos. O estilo é uma forma de agregar valor ao produto, já que ele trabalha com linhas, formas, cores, texturas e demais elementos que garantem um senso estético ao produto ligada a aparência. Neste sentido Gomes Filho (2006, p. 99) relata: O estilo pode ser definido como uma qualidade intrínseca do produto e, pre- ferencialmente, deve conter um algo a mais que concorra para provocar uma atração agradável e admiração imediata, chamando atenção para sua apa- rência. Pode agregar uma série de valores ao produto, inclusive, dependendo de sua natureza, valores de ordem sensível e emocional que toquem usuário. Se o estilo deve apresentar algo a mais a fim de despertar o interesse dos usuários, o processo de criação do designer deve considerar alguns elementos que circundam o universo do usuário e que integram a relação entre design-produto-usuário. Neste sentido, o de design fica de responsabilidade do designer projetar considerando o universo do usuá- rio, o contexto na qual ele está inserido que compreende sua bagagem cultural, os fatores comerciais, socioculturais e perceptivos que farão parte da mensagem que irá constituir os produtos. Vamos conhecer mais sobre cada um deles. A bagagem cultural está vinculada ao sistema de crenças, hábitos e comporta- mentos que os usuários carregam consigo. A cultura define nosso gosto por determinados objetos e, também, nosso comportamento (BAUMAN, 2008). Ao projetar o designer deve considerar onde os usuários se encontram e quais são seus hábitos culturais. Além disso, no projeto também estão expressos a bagagem cultural do designer e sua visão de mundo. O estilo do produto deveria ser uma atividade integrada, trabalhando junto com as áreas técnicas, em todas as fases do projeto. As decisões sobre o estilo precisam ser tomadas em todas as fases desde o planejamento do pro- duto até a engenharia de produção (BAXTER, 1998, p. 45). Os fatores comerciais estão ligados aos feedbacks que as marcas e designers tem sobre a aceitação de produtos que já existem no mercado e que serve como dados para a criação de novos produtos. Ou seja, se um produto lançado teve boa aceitação e adesão 19UNIDADE I Introdução ao Design dos usuários, o designer pode, e deve, considerar esses dados para criar produtos com base nessas referências coletadas. Essa ação também se enquadra nos fatores sociocul- turais e perceptivos. Por exemplo, se uma marca atende todo o território nacional, ao criar um produto ela pode verificar a aceitação desse nas diferentes regiões do país e adaptá-lo considerando essas informações. A realidade é que o projetar novos produtos envolve as percepções e impressões que usuários tem dos produtos, vinculada a bagagem do designer para que a atratividade do pro- duto atraia o consumidor. No âmbito da atratividade dos produtos Baxter (1998, p. 46) aponta: 1. Um objeto pode ser considerado atrativo quando chama a sua atenção, por ser visualmente agradável. Quando você está dirigindo ou andando pela rua, uma casa bem projetada pode chamar a sua atenção. Da mesma forma, um produto pode chamar a sua atenção quando você anda no shopping center ou vê a sua foto em uma revista [...]. 2. Um objeto atraente é um objeto desejável. Fazendo com que o consu- midor deseje possuir o produto, estará vencida mais da metade da batalha de marketing desse produto. Se um produto pode ser transformado em um objeto desejável, simplesmente pelo seu aspecto visual, então terá um forte poder de marketing [...]. 3. Juntando-se essas duas qualidades – um produto que é capaz de chamar a atenção e se torna desejável – faz com que os consumidores se sintam ‘arrastados’ em direção ao produto – o significado literal do termo atrativo. Compreendemos, portanto, que para um objeto/produto ser desejado ele precisa ter um bom aspecto visual e ser atraente. Mas como isso pode ser feito? Como trabalhar a aparência, funcionalidade e a simbologia do produto? Para essas perguntas temos como resposta a experiência do design emocional de Donald Norman que conheceremos a seguir. 4.2 Design emocional Quando falamos de emoções é recorrente pensar em sentimentos como alegria, tristeza, raiva, indiferença entre outros. Contudo, precisamos entender que emoções e sen- timentos são distintos. Emoções estão ligadas a reações imediatas de estímulo e que não envolve a razão, isso pertence a natureza dos sentimentos que estão ligados a cognição e a capacidade de julgar se algo ou alguma coisa pode ser boa ou ruim. As emoções são inseparáveis da cognição e fazem parte de um sistema de julgamento do que é bom ou ruim, seguro ou perigoso e de formulação de juízos de valor que nos permite sobreviver melhor. Elas são guiar constantes em nossas vidas, afetando a maneiro como nos comportamos, pensamos, tomamos decisões e interagimos uns com os outros (NORMAN, 2008, p.13) Isso quer dizer que não podemos separar sentimentos de emoções, contudo as emoções são uma resposta automática daquilo que acontece conosco, enquanto os sen- timentos usam mais da razão. Mas como as emoções podem ajudar na criação do design de novos produtos? A resposta é que o design emocional tem como propósito ajudar na interpretação dos sentimentos dos usuários que se dá através da interação com os objetos. 20UNIDADE I Introdução ao Design Desta forma, os designers devem dirigir sua atenção para as formas de como as pessoas se comportam e como interpretam o mundo a sua volta para, a partir desse ponto, projetar com foco na emoção e em experiências agradáveis. Tendo esse entendimento como ponto de partida, aprofundamos nossos estudos, trazendo os níveis que o design pode projetar considerando as emoções. Esses níveis foram elaborados por Donald Norman, que possui Ph.D. em psicologia e atuou como vice-presidente da Apple. Norman (2008) apresenta os três níveis do design emocional, representado na Figura 4: FIGURA 4 – NÍVEIS DO DESIGN EMOCIONAL Fonte: Adaptado por Tonetto e Costa (2011, p. 135) e Norman (2008, p. 42) Objetos atraentes funcionam melhor. Essa é a proposta dos níveis do design emo- cional de Norman (2008). A Figura 4 nos indica os três níveis; visceral, comportamental e reflexivo. Os três são guiados pelas interações sensório e motor, responsáveis por nosso contato com os objetos seja de forma visual ou através do seu manuseio. Isso nos possibilita compreender que nossas emoçõessurgem do contato com os objetos e se eles têm atrativi- dade para nos persuadir. Diante disso, vamos conhecer os três níveis do design emocional. 4.2.1 Design visceral: trabalhando com a aparência O design visceral é o mais simples de todos pois está ligado a aparência. Criar um produto nesse nível é explorar todo o potencial estético a fim de provocar um impacto visual. Norman (2008, p. 14) pontua que este nível “diz respeito aos aspectos físicos e ao primeiro impacto causado por um produto”. Portanto, o design visceral é automático e 21UNIDADE I Introdução ao Design pré-programado. Retomamos o exemplo do shopping; você está passeando pelas vitrinas e se depara com um produto que te chama a atenção, este produto se destaca porque apre- senta em sua configuração elementos como matéria-prima, forma, cores, linhas, texturas que te chamam a atenção e que em diversas ocasiões te faz entrar na loja, provar e, às vezes, comprar! FIGURA 5 – O DESIGN VISCERAL EXPLORA A APARÊNCIA DOS PRODUTOS Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/ anonimo-vestimenta-indumentaria-ramalhete-6567241/. Acesso em: 30 set. 2021. No caso de uma roupa, sapato, eletrodoméstico, smartphone ou qualquer outro objeto que precise manusear ou conhecer seu funcionamento, o design visceral conquista o usuário pela aparência/estética, mesmo que em um segundo momento, a funcionalidade/ usabilidade do produto não seja boa, como no caso de um sapato ou roupa apertada, o usuário provavelmente não vai adquirir. Isso nos transporta para o segundo nível do design emocional: o comportamental. 4.2.2 Design comportamental: trabalhando com a usabilidade e funcionalidade No nível comportamental o designer projeta novos produtos considerando sua aparência e, principalmente, sua usabilidade, ergonomia e funcionalidade. Para Norman (2008, p. 14) o design comportamental “diz respeito ao uso sob o ponto de vista objetivo e refere-se à função que o produto desempenha, à eficácia com que cumpre sua função, à facilidade com que o usuário o compreende e o opera”. 22UNIDADE I Introdução ao Design FIGURA 6 - O DESIGN IMPECÁVEL DO SMARTPHONES DA APPLE QUE POSSUI UMA LEGIÃO DE USUÁRIOS FIÉIS Fonte: PIXABAY. Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/ iphone-12-c%c3%a2mera-do-iphone-5755366/. Acesso em: 30 set. 2021. Projetar nesse nível é considerar toda a experiência do usuário/consumidor com o produto. É por isso que os designers estão atentos a todo o momento com o feedback de usabilidade e ergonomia do produto. Ninguém quer comprar uma poltrona que não seja confortável, ou comprar um smartphone que seja difícil de manusear. O propósito do nível comportamental é garantir com que os produtos tenham esse apelo estético, mas também que sejam fáceis de usar/operar. 4.2.3 Design reflexivo: acessando o pensamento das pessoas Esse é o nível mais alto que o designer pode projetar, já que o nível reflexivo se- gundo Norman (2008, p. 14) “diz respeito ao uso sob o ponto de vista subjetivo e abrange particularidades culturais e individuais, memória afetiva e os significados atribuídos aos produtos e a seu uso, entre outros aspectos de ordem intangível”. Projetar de forma reflexi- va é aprofundar no universo do usuário procurando compreender o seu contexto e o mundo que o circunda, possibilitando uma conexão que vai além do consumo pelo consumo, mas cria uma ligação intrínseca entre objeto e usuário. 23UNIDADE I Introdução ao Design FIGURA 7 - A FERRARI TEM UMA LEGIÃO DE FÃS QUE NEM SEMPRE PODE ADQUIRIR O PRODUTO, MAS QUE CRIA UM IMAGINÁRIO DE STATUS E QUALIDADE INQUESTIONÁVEIS. Fonte: PIXABAY. Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/ ferrari-458-spider-ferrari-458-2932191/. Acesso em: 30 set. 2021. É o caso de marcas consagradas que possuem tradição e exclusividades como a Ferrari ou a Harley Davidson, que possuem estética, funcionalidade e provoca impressões subjetivas em todos que admiram carros e motos. Marcas de outros segmentos podem provocar a mesma sensação como marcas de moda, mobiliário, produtos para casa entre outros. A ideia do nível reflexivo é provocar despertar um vínculo emocional que agregue valor ao produto. Esses três níveis nos permitem compreender que a nossa missão enquanto de- signers é projetar produtos que façam a diferença na vida das pessoas, criando conexões emocionais fortes a ponto de fidelizar os usuários. Para isso, conhecer o universo de quem vai consumir os produtos que criamos é o primeiro passo para o sucesso. 24UNIDADE I Introdução ao Design SAIBA MAIS Todo projeto de design de um novo produto se inicia pela identificação do problema e a possibilidade de saná-lo. Para isso, é desenvolvida uma pesquisa com os usuários da marca e/ou do produto para verificar as expectativas e percepções que eles têm. A partir disso as equipes responsáveis começam o planejamento e a busca por alternativas. Não existe produto sem design, assim como não existe produto sem ouvir o consumidor. Fonte: O autor (2021). REFLITA Os bons designers se preocupam muito com a sensação física de seus produtos. O toque e a sensação física podem fazer enorme diferença na avaliação que os usuários fazem das criações. Fonte: (NORMAN, 2008, p. 102). 25UNIDADE I Introdução ao Design CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao final da nossa primeira unidade! Espero que você tenha aproveitado ao máximo os conhecimentos apresentados aqui. Você sabe que seus estudos sobre esses assuntos não acabam aqui, né?! Agora é o momento de procurar por mais informações, continuar suas pesquisar em sites, revistas, artigos científicos, livros e vídeos, a fim de enriquecer ainda mais seu repertório sobre o assunto! Sabendo que você vai continuar seus estudos depois de finalizar a leitura da nossa unidade, precisamos fechar nossas discussões entendendo que mesmo o termo design ter surgido após a revolução industrial, tínhamos com os homens das cavernas, e com Leonardo da Vinci, um interesse em desenvolver ferramentas para solucionar problemas e facilitar a vida das pessoas, que são algumas das características do design. Além disso, entendemos que a palavra design se refere a profissão e a palavra designer, ao profissional. Assim, quando alguém perguntas o que você estuda, você poderá dizer: eu estudo design, para ser um futuro designer! Independentemente se você será um designer de moda, interiores, produto, gráfico ou qualquer outro profissional da área. Nossa missão enquanto futuros designers, é compreender o universo que cerca os usuários/consumidores, a fim de criar produtos e serviços com estilo e atratividade. Para isso, é necessário pensar na aparência/estética do produto, sua funcionalidade e ergono- mia e na forma como ele vai tocar na subjetividade dos usuários, tendo a certeza que boas experiências formam boas conexões entre usuários e seus produtos. Obrigado pela companhia e até a próxima unidade! Abraço! 26UNIDADE I Introdução ao Design LEITURA COMPLEMENTAR Artigo: Design Emocional: conceitos, abordagens e perspectivas de pesquisa Autor: Leandro Miletto Tonetto e Filipe Campelo Xavier da Costa Link de acesso: https://core.ac.uk/download/pdf/228908647.pdf Resenha: O artigo de Tonetto e Costa traz uma relevante pesquisa a respeito do design emocional e de como ele está presente em nossas vidas e no processo criativo dos designers em geral. Dessa forma, o texto nos ajuda entender como projetar considerando o desejo e necessidades dos usuários que devem ser o ponto de partida para o desenvol- vimento de novos produtos. Fonte: TONETTO, L. M; COSTA, F., C. X. da. Design Emocional: conceitos, abor- dagens e perspectivas de pesquisa. Strategic Design Research Journal, p. 132-140, 2011. DOI: 10.4013/sdrj. 2011.43.04. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/228908647. pdf. Acesso em: 15 set. 2021. https://core.ac.uk/download/pdf/228908647.pdf https://core.ac.uk/download/pdf/228908647.pdf.https://core.ac.uk/download/pdf/228908647.pdf. 27UNIDADE I Introdução ao Design MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: O design do dia a dia Autor: Donald Norman. Editora: Rocco. Sinopse: Donald Norman traz uma relevante discussão em o de- sign do dia a dia sobre como os produtos afetam nossas interações com as pessoas e com o mundo ao nosso redor. O livro é indicado para designers que desejam projetar produtos que possam signi- ficar a vida das pessoas estabelecendo uma conexão com elas. FILME / VÍDEO Título: Jobs Ano: 2013. Sinopse: O filme conta a história de sucesso de Steve Jobs e o processo de criação de uma das maiores marcas de computadores e eletrônicos: a Apple. A jornada de Jobs que se preocupava com o design perfeito e em como impactar a vida das pessoas leva a uma reflexão sobre como o processo criativo do design deve acontecer para que marcas sejam reconhecidas. 28 Plano de Estudo: ● Elementos do design: ponto, linha e plano; ● Elementos do design: forma, espaço, direção e movimento; ● Elementos do design: volume, dimensão, escala e proporção; ● Elementos do design: textura, padronagem, luz e cor. Objetivos da Aprendizagem: ● Compreender a relevância dos elementos do design para o desenvolvimento de produto; ● Analisar a aplicabilidade dos elementos do design para o design de moda, interiores e gráfico. UNIDADE II Elementos do Design Professor Me. Gabriel Coutinho Calvi 29UNIDADE I Introdução ao Design 29UNIDADE II Elementos do Design INTRODUÇÃO Olá Pessoal! Vamos iniciar mais uma unidade?! Na Segunda Unidade da nossa disciplina de fundamentos do design, vamos apro- fundar nossos estudos visuais e entender como os produtos do design são produzidos a partir de seu processo criativo. Para isso, vamos abrir as portas dos elementos do design e compreender como o entendimento de cada um deles é crucial para desenvolver os projetos. Portanto, eu preciso nesse momento de sua atenção máxima, pois este conteúdo vai exigir 100% da sua atenção. Todo produto do design é composto de linhas, formas, cores, texturas, dimensão entre outros elementos. Para identificar cada um desses elementos o designer precisa con- tinuamente enriquecer seu repertório com pesquisas que irão treinar o seu olhar e aumentar sua sensibilidade para que, ao criar, ele traga essas referências e enriqueça suas criações. Entendendo a importância do estudo contínuo do designer, apresentamos no de- correr dos quatro tópicos da nossa unidade os elementos do design para entendimento e reconhecimento de vocês, futuros designers! Diante disso, no primeiro tópico faremos uma breve introdução sobre o que são os elementos do design e aprenderemos a aplicabilidade dos elementos ponto, linha e plano. Continuando as discussões, segundo tópicos conheceremos os conceitos dos elemen- tos forma, espaço, direção e movimento e sua aplicabilidade no design de moda, interiores e produto. Repetiremos nossa dinâmica de estudos nos tópicos três e quatro que apresenta os elementos volume, dimensão, escala e proporção, textura, padronagem, luz e cor. Ao final da segunda unidade, eu espero que você consiga distinguir cada uma desses elementos e sua aplicabilidade na criação dos produtos do design. Lembrando que qualquer dúvida, é sempre importante pesquisar em outros fontes. Vem comigo! Bons Estudos ;) 30UNIDADE I Introdução ao Design 30UNIDADE II Elementos do Design 1. ELEMENTOS DO DESIGN: PONTO, LINHA E PLANO A atração pelos produtos é determinada pelas características que constituem o seu de- senvolvimento e explorada pelo designer. Isso nos permite compreender que todos os produtos são compostos por elementos e princípios do design que vão gerar reconhecimento, identifi- cação e afinidade por parte dos usuários. Sendo assim, é tarefa do designer saber interpretar esses elementos para que possam incluir em seu processo de criação (DONDIS, 1998). Dentro dessa perspectiva, o designer trabalha com elementos e princípios do design que prestam um suporte para criação. Os elementos do design estão ligados a uma série de características visuais que constituem os objetos. Logo, ao desenvolver um produto, seja de moda, interiores ou produto, ele virá carregado de informações ajudam em sua decodificação visual e, consequentemente, em sua assimilação (TREPTOW, 2013). Os elementos que compõem o design são: ● Ponto, linha e plano; ● Forma e espaço; ● Direção e movimento; ● Volume e dimensão; ● Escala e proporção; ● Textura e padronagem; ● Luz e cor. 31UNIDADE I Introdução ao Design 31UNIDADE II Elementos do Design Vamos trabalhar cada um desses elementos descritos e sua aplicação nas áreas do design de moda, interiores e gráfico. Os exemplos da aplicabilidade dos elementos per- mitirão compreender como eles estão presentes em tudo que criamos enquanto designers. Antes de começarmos você pode estar pensando: em todas as criações que fizer preciso inserir todos os elementos do design? Tenho que criar um produto a partir de ele- mentos do design? A resposta para essas perguntas está na capacidade do designer em desenvolver um repertório cultural a partir dos seus estudos e pesquisas que irão aguçar/ despertar o seu olhar e sua sensibilidade ao projetar novos produtos. Isso quer dizer que quando um designer cria ele não precisa, necessariamente, pensar em quais elementos vai utilizar, pois isso já faz parte da constituição dos produtos que irá conceber. O mais importante é que ele saiba reconhecer onde estão esses elementos. 1.1 O ponto O ponto é considerado por Leborg (2015) como um elemento visual simples e pequeno que não possui composição de outras unidades. O ponto possui visibilidade e no design, é um elemento visual que não pode ser medido. Sobre o ponto Dondis (1998, p. 53) explicita “o ponto tem grande poder de atração visual sobre o olho exista ele naturalmente ou tenha sido colocado pelo homem em resposta a um objeto qualquer”. Como caracterís- ticas do ponto podem ser destacados ainda: a) Uma série de pontos podem conduzir o olhar que se intensifica devido a apro- ximação entre eles. b) Dois pontos distantes podem transformar em elemento de medição, pois, eles se comportam como o início e o fim de uma linha. c) Vários pontos unidos transformam-se em uma linha. A imagem que abre nosso subtópico explicita bem a ideia apresentada até aqui. Um ponto sozinho pode não significar muitas coisas, entretanto, um conjunto de pontos podem construir uma forma clara e sólida como é o caso das peças do jogo de dominó. 1.1.1 Aplicação prática do ponto Agora, vamos compreender como o ponto se aplica no design de moda, interiores e produto, a partir da aplicação prática. Antes de iniciarmos precisamos entender que o ponto vai além de uma bolinha, no design ele também pode ser algo que se destaca em um ambiente, arte ou peça de roupa. 32UNIDADE I Introdução ao Design 32UNIDADE II Elementos do Design No design de moda, o ponto pode ser visto através das estampas de bolinhas (também conhecida como poá), ou em um acessório que se destaca visualmente na com- posição do look, conforme as Figuras 1 e 2: FIGURA 1 - V ESTIDO DE POÁ FIGURA 2 - LOOK COM BOTA PINK Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/mulher-em-pe-ao -ar-livre-segurando-uma-bolsa-de-couro-preta-1394882/. Acesso em: 27 set. 2021. Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/mulher-de-blazer- preto-e-calca-preta-com-botas-roxas-foto-784374/. Acesso em: 27 set. 2021. Os looks das Figuras 1 e 2 representam bem a ideia do ponto aplicado ao design de moda. Na Figura 1 temos um vestido com estampa de poá, e na Figura 2 o blazer, blusa e calça são pretos e a bota pink é o ponto, se destacando na composição do look (ponto focal, neste caso). No design de interiores/produto o ponto pode ser entendido como ponto focal na composição de um ambiente. Ou seja, algum elemento que sedestaca/desperta a atenção diante dos demais. Como indicam as Figuras 3 e 4: 33UNIDADE I Introdução ao Design 33UNIDADE II Elementos do Design FIGURA 3 - COZINHA COM BANQUETAS AZUIS FIGURA 4 - SALA COM SOFÁ VERDE Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/apartamento- utensilio-eletrodomestico-dispositivo-6636285/. Acesso em: 27 set. 2021. Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/poltrona- arte-brilhante-luminoso-5551824/. Acesso em: 27 set. 2021. As Figuras 3 e 4 representam a ideia de ponto no design de interiores. Na Figura 3, temos uma cozinha que possui todos os seus móveis e eletrodomésticos em uma mesma cartela de cores, a não ser pelas banquetas que se destacam por serem azuis e se tornam o ponto do ambiente. Na Figura 4 o ponto está no sofá que é da cor verde e se destaca dos outros elementos que estão na imagem. 34UNIDADE I Introdução ao Design 34UNIDADE II Elementos do Design 1.2 A linha FIGURA 5 – FACHADA DE EDIFÍCIO Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/fotografia-de- baixo-angulo-de-um-predio-preto-e-prateado-532571/. Acesso em: 27 set. 2021. A linha pode ser considerada a trajetória que o ponto faz. Leborg (2015) orienta que a linha é a trajetória de um ponto em movimento. Na dimensão das medidas, tem-se a ideia de que a linha representa o comprimento, além da direção e posição dentro da análise de imagens e projetos. As linhas são constituídas de pesos, texturas, trajetos e espessuras, podendo ser retas ou curvas, contínua ou tracejada. As linhas também trazem uma representatividade, por exemplo; as linhas curvas estão ligadas ao corpo da mulher já que apresenta suavidade. Já as linhas retas estão ligadas ao masculino. Além disso, as linhas retas e verticais dão a sensação de amplitude e formalidade e as linhas horizontais de largura e/ou comprimento. Por último, as linhas diagonais estão ligadas a inquietação e instabilidade (JONES, 2015). Dessa forma, a linha pode estar presente por meio de estampas (listras) em uma peça de roupa ou em uma mobília, nas formas de um ambiente ou na fachada de uma casa e/ou edifício, entre outras aplicações. A linha pode trazer a noção de alongamento ou achatamento de um espaço ou mobiliário (no caso dos interiores/produto), e em um look através de estampas ou a ausência delas (no caso do design de moda). Um exemplo é a imagem de abertura do nosso subtópico apresenta a fachada de uma construção que é formada por linhas retas e diagonais, trazendo a aplicação prática. 35UNIDADE I Introdução ao Design 35UNIDADE II Elementos do Design 1.2.1 Aplicação prática da linha Trabalhando exemplos da linha no design de moda, podemos entender as sensa- ções visuais que ela pode provocar, como apresenta as Figuras 6 e 7: FIGURA 6 - VESTIDO COM LISTRAS COLORIDAS FIGURA 7 - VESTIDO BRANCO FRANZIDO Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/mulher-em- pe-na-escada-segurando-o-corrimao-2820587/. Acesso em: 27 set. 2021. Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-desviando- o-olhar-majestoso-natureza-9406224/. Acesso em: 27 set. 2021. Os vestidos apresentados nas Figuras 6 e 7 evidenciam a aplicação das linhas retas e verticais na composição de moda. Na Figura 6 as listras de diferentes cores ajudam a perceber as diferentes espessuras e deixam a modelo mais longilínea (alongada). Na Figura 7 temos um vestido monocrático (uma única cor) e as linhas retas e verticais, são percebidas pelos franzidos do vestido. Outras aplicações com linhas podem acontecer como em um terno, por exemplo, onde corte é determinado pelas linhas retas, ou em uma estampa na horizontal que pode produzir um volume visual. 36UNIDADE I Introdução ao Design 36UNIDADE II Elementos do Design No design de interiores/produto as linhas produzem uma sensação visual seme- lhante as do design de moda. Dessa forma, linhas na vertical podem produzir um ambiente com a sensação visual de amplitude, e linhas na horizontal com a percepção visual de redução do espaço. As Figuras 8 e 9 exemplificam nossa teoria: FIGURA 8 - BANHEIRO FIGURA 9 - SALA DE JANTAR Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/apartamento -banho-banheira-banheiro-7005282/. Acesso em: 27 set. 2021. Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/interior-de- quarto-espacoso-em-casa-moderna-5570224/. Acesso em: 27 set. 2021. Na Figura 8 as linhas retas são formadas pelo design e pelos tons de cores dos aparelhos e mobiliário que compõem o ambiente. As linhas da banheira dão a sensação de amplitude do ambiente, assim como a cor dos azulejos que permitem perceber a altura do mesmo ambiente. Na Figura 9 as linhas da janela fornecem a percepção de altura e amplitude, e a linhas diagonais da estampa que corta o ambiente possibilitam verificar a dimensão do local. https://www.pexels.com/pt-br/foto/apartamento-banho-banheira-banheiro-7005282/. https://www.pexels.com/pt-br/foto/apartamento-banho-banheira-banheiro-7005282/. 37UNIDADE I Introdução ao Design 37UNIDADE II Elementos do Design 1.3 O plano FIGURA 10 - EDIFÍCIO Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/fotografia-de- angulo-baixo-de-edificio-de-concreto-cinza-259950/. Acesso em: 27 set. 2021. A trajetória de uma linha transforma-se em um plano. Segundo Jones (2015) o plano apresenta uma superfície lisa que é composto por largura e comprimento. Dessa for- ma, “o plano pode ser paralelo à superfície da imagem ou inclinar-se e recuar no espaço”. (LUPTON e PHILLIPS, 2008, p.18). O plano é, portanto, composta de linhas e pontos, e são todo unificados para apresentar um ambiente, um objeto ou uma roupa. A imagem da abertura do subtópico é composta por pontos, linhas que formam o plano da fachada do prédio. O plano do prédio é composto de linhas que são compostas de pontos que delimitam o início e o fim de cada uma delas. 1.3.1 Aplicação prática do plano No design de moda o plano é representado pela composição de um look que pode conter estampas, pedrarias e outros tipos de aviamentos. No design de interiores/produto, o plano segue a mesma proposta e é composto por linhas e pontos que constituem ambiente. A Figura 9 unifica os exemplos para moda e interiores: 38UNIDADE I Introdução ao Design 38UNIDADE II Elementos do Design FIGURA 11 - MULHER COM VESTIDO ROSA SENTADA EM UMA SALA Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/banco-de -mulher-sentada-perto-da-janela-265705/. Acesso em: 27 set. 2021. Na Figura 11, podemos perceber que o vestido é formado por diversas camadas de babados que, visualmente, apresentam linhas e dão a sensação de volume. Já no caso do design de interiores as linhas integram assoalho do ambiente, as janelas e confere amplitude dimensão ao ambiente local. O entendimento dos elementos ponto, linha e formas contribuirá para a análise e percepção de outros elementos do design que iremos estudar nos tópicos a seguir e que utilizam dos mesmos princípios. https://www.pexels.com/pt-br/foto/banco-de-mulher-sentada-perto-da-janela-265705/ https://www.pexels.com/pt-br/foto/banco-de-mulher-sentada-perto-da-janela-265705/ 39UNIDADE I Introdução ao Design 39UNIDADE II Elementos do Design 2. ELEMENTOS DO DESIGN: FORMA, ESPAÇO, DIREÇÃO E MOVIMENTO Neste tópico, vamos prosseguir apresentando a aplicabilidade dos elementos do design nas áreas de moda, interiores e produto. Portanto, vamos discutir sobre os elemen- tos de forma e espaço, direção e movimento. 2.1 A Forma e o espaço Todos os objetos possuem uma forma que possibilita aos usuários identificar e interpretá-lo. Assim, por forma entendemos como um elemento constitutivo que possui ca- racterísticas físicas específicas e se situa em um espaço. Segundo Jones (2015), o círculo, o quadrado e o triângulo são tidos como as três formas básicasque apresentam significa- dos e características específicas, por exemplo; o círculo está ligado a calor e proteção; o quadrado com quatro lados iguais indica honestidade e retidão e o triângulo está ligado a ação, conflito e tensão. Dentro de um plano, as formas podem ser combinadas formando outras novas formas. No design o espaço é visto de maneiras diferentes, sendo ele o território onde nasce as diferentes formas. 40UNIDADE I Introdução ao Design 40UNIDADE II Elementos do Design 2.1.1 Aplicação prática de forma e espaço Com base nas definições de forma e espaço, iremos encontrar esses elementos nas composições de fachada de edificações e ambientes internos, assim como na modela- gem e estamparia das peças de roupas. Para isso, a Figura 12 apresenta um vestido onde a forma e o espaço estão presentes: FIGURA 12 - RELEITURA DO VESTIDO MONDRIAN DE YVES SAINT LAURENT No vestido da Figura 12, podemos verificar que existem várias formas distintas no modelo como o quadrado e retângulo; quadrado representado pela estampa, e retângulo representado na forma (modelagem) do vestido como um todo. O espaço que essa forma ocupa é o corpo das mulheres que estão usando o vestido. No design de interiores as formas seguem a mesma proposta de ocupar um espaço. A Figura 13 apresenta a fachada o Museu Guggenheim localizado na cidade de Bilbao, Espanha: 41UNIDADE I Introdução ao Design 41UNIDADE II Elementos do Design FIGURA 13 - MUSEU GUGGENHEIM, BILBAO - ESPANHA Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/ museu-guggenheim-de-bilbao-3830433/. Acesso em: 27 set. 2021. A imagem acima é composta de formas distintas. No caso da arquitetura, se des- membrarmos as formas que compõe a fachada do museu teremos o quadrado, retângulo e círculo, presentes na fachada e a forma da edificação. 2.2 A Direção FIGURA 14 - EDIFÍCIO VISTO DEBAIXO Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/fotografia-de- worm-s-eye-view-de-um-edificio-alto-373489/. Acesso em: 27 set. 2021. 42UNIDADE I Introdução ao Design 42UNIDADE II Elementos do Design A direção é outro elemento do design que tem como característica indicar não ape- nas a direção que um objeto, ambiente ou roupa, segue, mas, também, garantir o equilíbrio entre eles. Jones (2015, p.48) indica que “as formas básicas representam direções visuais fundamentais e significativas: o quadrado, a horizontal e vertical; o triângulo, a diagonal; o círculo, a curva”. Em cada uma das direções existe um significado que compreende um todo, por exem- plo: a forma de direção horizontal e vertical dão a sensação de estabilidade. A forma de direção diagonal se opõe a estabilidade. A forma de direção curva representa a repetição e o calor. 2.2.1 Aplicação prática da direção Os elementos direção e movimento estão ligados ao elemento linha já que são elas que indicam para onde um objeto de dirige. No design de moda a direção está presente nas estampas e na modelagem das roupas e no design de interiores/produto a direção está presente na fachada dos edifícios e ambientes internos. As Figuras 15 e 16 exemplificam a aplicação do elemento direção. FIGURA 15 - VESTIDO BRANCO COM BORDADO Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/ ao-dai-sofisticado-moda-tendencia-6895341/. Acesso em: 27 set. 2021. Na Figura 15, podemos analisar que os bordados no vestido branco se direcionam de baixo para cima. Essa sensação visual é provocada pelas linhas e cores presente no modelo. 43UNIDADE I Introdução ao Design 43UNIDADE II Elementos do Design FIGURA 16 - SALA DE ESTAR Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/ apartamento-poltrona-livro-teto-6908502/. Acesso em: 27 set. 2021. Na Figura 16, temos um ambiente que apresenta tons claros. As linhas presentes neste ambiente que une sala a cozinha, permitem verificar a direção do ambiente, com foco na escada que atravessa de uma ponta a outra da figura, indicando a direção e amplitude do local. 2.3 O Movimento FIGURA 17 - FACHADA DE EDIFÍCIO VISTA DE BAIXO Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/vista-de- worm-s-eye-dos-edificios-da-cidade-417273/. Acesso em: 30 set. 2021. 44UNIDADE I Introdução ao Design 44UNIDADE II Elementos do Design O movimento representa um tipo de mudança e pode estar ligado a objetos está- ticos que possuem uma configuração que deixa implícito a capacidade de produzir essa sensação. Assim: o movimento numa composição só existe por causa dos elementos compo- sitivos empregados e pelo modo como foram aplicados. [...] uma linha sinuo- sa ou uma forma pontuda e triangular e composições diagonais sugerem movimento, em contrapartida, as configurações retilíneas parecem estáticas. (JONES, 2015, p. 45). Tanto no design de moda, quanto no design de interiores/produto, o movimento pode ser representado pelas linhas curvas e sinuosas e as linhas diagonais. Essas formas dão dinamismo para ambientes, looks e produtos em geral. 2.3.1 Aplicação prática do movimento Agora que compreendemos o que é o movimento, vamos analisar algumas aplica- ções deles voltadas para o design de moda e interiores/produto. Assim as Figuras 18 e 19, ilustram essa representação FIGURA 18 - VESTIDO ESVOAÇANTE Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/9052723/. Acesso em: 30 set. 2021. Na Figura 18 podemos observar que o movimento é atribuído pela leveza do tecido e na ação da modelo ao mexer seus braços. Essa é a proposta desse elemento aplicado a moda. O movimento não está ligado somente a leveza dos tecidos, mas, também, na elaboração de estampas que podem provocar essa sensação. 45UNIDADE I Introdução ao Design 45UNIDADE II Elementos do Design FIGURA 19 - RESTAURANTE Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/cadeiras-de-sofa-vermelhas -ao-lado-da-parede-de-vidro-dentro-do-predio-633269/. Acesso em: 27 set. 2021. A Figura 19 tem como ambiente um restaurante que possui formas/linhas arre- dondadas. Essa característica pressupõem o movimento já que as linhas circundam todo o ambiente, direcionando o olhar o observador. Assim como na imagem que abre nosso subtópico 2.3, que expõe a facha de um prédio com linhas curvas e sinuosas, conferindo a mesma sensação de movimento. E ai?! O que você está achando das nossas discussões? Está claro até aqui?! Para compreender melhor cada elemento do design é preciso exercitar! Portanto, convido você a fazer pesquisas de imagens e praticar. Esse processo de identificação e leitura visual só é possível com exercícios. 46UNIDADE I Introdução ao Design 46UNIDADE II Elementos do Design 3. ELEMENTOS DO DESIGN: VOLUME, DIMENSÃO, ESCALA E PROPORÇÃO Neste tópico, vamos dar continuidade nas discussões sobre os elementos do design e sua aplicabilidade no design de moda, interiores e produto. Vamos analisar os conceitos de volume e dimensão; escala e proporção, procurando entender que são elementos co- nectados, a existência de um pressupõe a existência do outro. 3.1 Volume e Dimensão O volume está presente nos objetos de design. Ele pode ser físico, real, sólido e pode ser criado nas artes e em projetos de superfícies planas. Leborg (2015, p. 13) concei- tua o volume como “um espaço vazio definido por pontos, linhas e planos que se expressa por projeções nas três dimensões do espaço”. Conciliado ao elemento volume está dimensão, já que as coisas que passam pelos nossos sentidos possuem altura, largura e profundidade. Dondis (1998, p. 78) sobre di- mensão orienta que “a dimensão real é o elemento dominante no design, na escultura e na arquitetura, e em qualquer material visual em que se lida com o volume total e real”. 3.1.1 Aplicação prática do volume e da dimensão No design de moda o volume e a dimensão podem ser percebidos através dos babados e camadas de saias, vestidos e decotes. Além da modelagem de ombreiras e calças boca de sino. AFigura 20 indica a aplicação do volume e da dimensão: 47UNIDADE I Introdução ao Design 47UNIDADE II Elementos do Design FIGURA 20 - VESTIDO PRETO E ROXO COM BABADOS Observarmos os elementos volume e dimensão no efeito visual que os babados e as camadas da saia do vestido provocam. O mesmo pode ser aplicado na Figura 21 que representa uma sala de estar. FIGURA 21 - SALA DE ESTAR Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/foto- de-uma-estante-de-madeira-2883049/. Acesso em: 27 set. 2021. 48UNIDADE I Introdução ao Design 48UNIDADE II Elementos do Design A grande intervenção nessa figura que possibilita identificar o volume e a dimensão do ambiente é a estante em madeira com diversos nichos. Os dois elementos são percebi- dos através da amplitude da sala espaçosa e, também, pela disposição dos móveis. 3.2 Escala e Proporção FIGURA 22 – OVOS DECORATIVOS EM DIFERENTES ESCALAS Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/passaro- ave-passarinho-frango-7512509/. Acesso em: 27 set. 2021. A escala diz respeito às dimensões de um objeto ou diz respeito a sua representação e o objeto real que ele representa (JONES, 2015). A escala está vinculada ao contexto em que ela está inserida. “O controle da escala pode fazer uma sala grande parece pequena e aconchegante, e uma sala pequena, aberta e arejada. Esse efeito se estende a toda a manipulação do espaço por mais ilusório que possa ser” (DONDIS, 1998, p.75). A escala é utilizada baseando-se em um referencial. Dessa forma, quando o design cria um projeto ele deve estar embasado por um objeto/produto referencial. Que permite desenvolver todos os outros produtos. Tanto para o design de moda quanto para o design de interiores e produto, escala e proporção podem ser percebidos em um projeto. Na moda utiliza-se para o desenvolvi- mento da modelagem/criação técnica das roupas, e no design de interiores e produto, para o desenvolvimento de ambientes e objetos e, também, das plantas em três dimensões do projeto. No entanto, não é apenas no projeto que esses elementos podem ser analisados, como também no tamanho de um objeto em relação a um ponto ou outro objeto. 49UNIDADE I Introdução ao Design 49UNIDADE II Elementos do Design 3.2.1 Aplicação prática da escala e da proporção A aplicação prática da escala e da proporção podem ser percebidas nas Figuras 23 e 24, respectivamente: FIGURA 23 - VITRINA FIGURA 24 - MESA COM OBJETOS Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/boutique -butique-cidade-meio-urbano-5642606/. Acesso em: 27 set. 2021. Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/mesa-com-bustos- de-pedra-e-vidros-ornamentais-em-oficina-5302829/. Acesso em: 27 set. 2021. Na Figura 23 podemos observar a vitrina de uma loja. Em um primeiro momento conseguir analisar que a proporção do espaço, que neste caso é amplo, devido a compara- ção visual que realizamos em relação a disposição dos manequins. Além disso, observa-se que as roupas em exposição possuem proporções diferentes. Essa análise da proporção é possível porque os manequins estão no mesmo nível do chão. Na Figura 24 temos um exemplo semelhante, os objetos que estão sobre a mesa possuem proporções diferentes e isso, também, é possível ser percebido pois estão em um mesmo nível. A proporção e escala podem ser percebidas na moda também nos diversos tama- nhos de mangas, babados, bolsos e entre outros elementos. No design de interiores e de produto, elas também podem ser percebidas pela amplitude dos ambientes e dos móveis e objetos que integram os espaços. 50UNIDADE I Introdução ao Design 50UNIDADE II Elementos do Design 4. ELEMENTOS DO DESIGN: TEXTURA, PADRONAGEM, LUZ E COR No último tópico da nossa unidade sobre elementos do design vamos conhecer os elementos textura, padronagem, luz e cor e sua aplicação voltada para as áreas do design que estamos vendo no decorrer do nosso conteúdo, e reconhecer a importância desses mesmos elementos para a criação e desenvolvimento dos produtos. 4.1 Textura e Padronagem A textura é responsável por aguçar um dos sentidos. Um projeto de design é sem- pre composto de diferentes texturas e padronagens. Seja no design de moda, interiores ou produto “texturas podem ser visuais ou táteis, incluindo características físicas de superfície ou de aparência ótica dessa superfície” (TREPTOW, 2013). As texturas palpáveis afetam a maneira como uma peça é sentida pelas mãos, mas também afetam a aparência. Uma superfície lisa ou brilhante, por exemplo, reflete a luz de moda diferente de uma outra, porosa e fosca. A be- leza da textura no design encontra-se com frequência na pregnância de sua justaposição ou contraste (LUPTON e PHILLIPS, 2008, p. 53) As texturas colaboram a estabelecer a relação entre indivíduo e objeto indepen- dentemente de quais são as técnicas utilizadas para representar a textura. No design de moda a textura pode ser notada através da superfície dos tecidos que podem ser rugosos, lisos ou ásperos; na aplicação dos aviamentos como tachas, botões, pedrarias entre outros e na aplicação de estampas. Já no design de interiores e produto, textura e padronagem podem ser encontrados na superfície de mobiliários em geral e nos acabamentos feito nas paredes, chão e demais espaços. 51UNIDADE I Introdução ao Design 51UNIDADE II Elementos do Design 4.1.1 Aplicação prática da textura e da padronagem Agora vamos verificar através das Figuras 25 e 26 as aplicações da textura e da padronagem no design de moda, interiores e produto: FIGURA 25 - FACHADAS FIGURA 26 - SÁRI INDIANO Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/ edificio-de-concreto-preto-e-cinza-2556001/. Acesso em: 27 set. 2021. Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/vestimenta- indumentaria-autentico-genuino-8881954/. Acesso em: 27 set. 2021. Na Figura 25, podemos analisar que os tijolos das fachadas dos prédios, além de apresentar um padrão de disposição nas fachadas, é possível observar visualmente a pre- sença a textura. O mesmo ocorre na Figura 26, em que temos um sári indiano, o bordado em pedrarias no tecido possui um padrão e nos permite verificar que existe uma textura. 4.2 Luz e Cor Nossos últimos elementos são luz e cor. Na verdade, os dois não existem se- paradamente. Dondis (1998, p.61) indica que “as variações de luz ou de tom sãos os meios pelos quais distinguimos oticamente a complexidade da informação visual do ambiente”. Dessa forma, pode-se dizer que a luz e cor estão presente em todas os objetos que o homem produz. 52UNIDADE I Introdução ao Design 52UNIDADE II Elementos do Design A cor existe, literalmente, no olho do observador, pois só podemos percebê- -la quando a luz é refletida por um objeto ou emitida por uma fonte. Nossa percepção da cor depende não apenas da pigmentação das superfícies em si como também da intensidade e do tipo da luz do ambiente. Mais que isso: percebemos uma determinada cor em função de outras cores em torno dela. Por exemplo, um tom claro parece mais claro contra um fundo escuro do que contra um pálido (LUPTON e PHILIPS, 2008, p. 71) Ao entender que luz e cor estão presentes em todas as coisas podemos observar de forma prática a sua aplicação no design de moda, interiores e produto, como explicitam as Figuras 27 e 28 do tópico 4.2.1 4.2.1 Aplicação prática da luz e da cor FIGURA 27 - FACHADA FIGURA 28 - ESTILO COLOR BLOCK Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/ foto/projeto-arquitetonico-2957862/. Acesso em: 27 set. 2021. Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/anonimo- vestimenta-indumentaria-arte-7516556/. Acesso em: 27 set. 2021. A partir das Figuras 27 e 28, vemos a aplicação das cores em nas áreas do design de moda e interiores, e sua importância para chamar a atenção visual e enfatizar criações. Com isso, podemos dizer
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