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Fundamentos do Design (UniFatecie)

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Fundamentos
do Design
Professor Me. Gabriel Coutinho Calve
Reitor 
Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino
Prof. Ms. Daniel de Lima
Diretor Financeiro
Prof. Eduardo Luiz
Campano Santini
Diretor Administrativo
Prof. Ms. Renato Valença Correia
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Coord. de Ensino, Pesquisa e
Extensão - CONPEX
Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
Coordenação Adjunta de Ensino
Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman 
de Araújo
Coordenação Adjunta de Pesquisa
Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme
Coordenação Adjunta de Extensão
Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves
Coordenador NEAD - Núcleo de 
Educação à Distância
Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
Web Designer
Thiago Azenha
Revisão Textual
Beatriz Longen Rohling
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Geovane Vinícius da Broi Maciel
Kauê Berto
Projeto Gráfico, Design e
Diagramação
André Dudatt
2021 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2021 Os autores
Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade 
exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi-
tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem 
a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP 
 
C168f Calvi, Gabriel Coutinho 
 Fundamentos do design / Gabriel Coutinho Calvi. 
 Paranavaí: EduFatecie, 2021. 
 111 p.: il. Color. 
 
 
 
1. Desenho (projetos). 2. Designers. 3. Artes gráficas. 
I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância. 
III. Título. 
 
 CDD: 23 ed. 741.6 
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 
 
 
UNIFATECIE Unidade 1 
Rua Getúlio Vargas, 333
Centro, Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 2 
Rua Cândido Bertier 
Fortes, 2178, Centro, 
Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 3 
Rodovia BR - 376, KM 
102, nº 1000 - Chácara 
Jaraguá , Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
www.unifatecie.edu.br/site
As imagens utilizadas neste
livro foram obtidas a partir 
do site Shutterstock, Pixabay 
e Pexels.
AUTOR
Prof. Me. Gabriel Coutinho Calvi
 
● Mestre em Gestão do Conhecimento nas Organizações (UniCesumar);
● Bacharel em Moda (UniCesumar);
● Tecnólogo em Marketing (UniCesumar);
● Especialista em Moda, Produto e Comunicação (Unifamma);
● Especialista em Moda e Negócio (UniCesumar);
● Especialista em Design Thinking (UniCesumar);
● Professor Formador do curso de Design de Moda EaD (UniCesumar);
● Professor de pós-graduação EaD (Unifamma);
● Professor de publicidade e propaganda e design de moda presencial 
 (UniCesumar).
 
Trabalhou com produção de moda e desenvolvimento de campanhas entre 2013-
2018. Na área de pesquisa estuda a criação de imagens na moda, design a partir da pers-
pectiva semiótica.
 
CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/2763480778584494
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Olá Aluno(a)! Sejam bem-vindo(a)?
 
Que bom que você chegou aqui para iniciarmos essa trilha de aprendizagem no 
universo do design. Enquanto preparo nosso material de estudo, fico pensando nas vidas 
que serão impactadas e no quanto você poderá ser surpreendido por este universo que já 
está presente em nossa vida desde o dispositivo eletrônico que você utilizar para realizar 
seus estudos, até o ambiente em que você se encontra. O design permeia nossas vidas com 
o intuito de nos trazer conforto, bem-estar, comodidade entre outras características sempre 
atrelado ao senso estético de linhas, formas, cores, texturas e demais elementos e princípios.
A nossa disciplina de teoria e fundamentos do design apresenta um conteúdo in-
trodutório e essencial para a profissão do designer que tem como um dos objetivos facilitar 
a vida dos seus usuários/consumidores com produtos e serviços que comuniquem seu 
propósito seja de cunho funcional ou estético. Portanto, em nossas unidades você encon-
trará todas as informações necessárias para compreender essa área em suas diversas 
vertentes, além de passarmos por pelo processo de alfabetização visual essencial para o 
trabalho desse profissional.
A Unidade I tem o propósito de apresentar a você os aspectos introdutórios do 
design, explorando sua evolução histórica que melhorou nossas vidas em todos os âmbi-
tos. Conheceremos as definições de design e as áreas de atuação dos profissionais. Além 
disso, entenderemos como as emoções contribuem na criação dos produtos de desejo para 
usuários/consumidores.
Os produtos e serviços são compostos de elementos e princípios que garantem suas 
configurações estético-formais. Neste sentido, as Unidade II e III apresentam os elementos 
e princípios do design, e como eles são aplicados no processo de criação. Vamos analisar 
as linhas, cores, formas, texturas, harmonia, contraste, equilíbrio, entre outros presentes 
nesse processo. 
Na Unidade IV encerraremos nossas discussões conhecendo os estilos e movi-
mentos que originaram o design e como eles são aplicados até hoje no desenvolvimento 
criativo pelos designers.
Bons estudos!
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 3
Introdução ao Design
UNIDADE II ................................................................................................... 28
Elementos do Design
UNIDADE III .................................................................................................. 57
Princípios do Design
UNIDADE IV .................................................................................................. 82
Movimentos e Estilos do Design
3
Plano de Estudo:
● Aspectos históricos do design;
● O que é design?;
● Áreas do design e o papel do designer;
● Design emocional.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conhecer os aspectos históricos e constitutivos do design;
● Compreender o que é design;
● Apresentar as áreas de atuação do design bem como o papel do designer;
● Analisar como o design emocional contribui para a construção de novos produtos.
UNIDADE I
Introdução ao Design
Professor Me. Gabriel Coutinho Calvi
4UNIDADE I Introdução ao Design
INTRODUÇÃO
Oi, tudo bem? Seja bem-vindo(a) a nossa Primeira Unidade da disciplina de Funda-
mentos do Design. Acredito que, assim como eu, você deve estar com muitas expectativas 
para iniciar essa trilha de aprendizagem. Portanto, procure um lugar confortável e se aco-
mode, porque vamos realizar uma introdução ao design a partir de agora. 
Hoje a palavra design é utilizada como sinônimo para apontar o bom funciona-
mento ou a beleza de produtos e serviços, isso porque o design está presente em todas 
as áreas da nossa vida que vão desde o aparelho eletrônico que você está utilizando para 
ler nosso conteúdo, passando pelos móveis do ambiente e, até mesmo, o tipo da letra que 
escolhemos para escrever nossa apostila. Assim, podemos entender que o design vem 
para melhorar as nossas vidas, proporcionando comodidade, conforto, ergonomia, estética 
entre outros atributos. 
E, com base nisso, no primeiro tópico da nossa unidade vamos voltar até o início 
das civilizações para compreender como os homens dos períodos paleolítico e neolítico 
fizeram para dominar e sobreviver ao ambiente que se estabeleceram. Nosso primeiro 
tópico apresenta, ainda, como que a revolução industrial impactou no desenvolvimento e 
status do design. 
No segundo tópico, avançamos nas discussões para compreender o que é, de fato, 
o design, fazendo a distinção entre o profissional e a profissão, além de estudar as funções 
que o design desempenha sobre nosso ambiente e escolhas. O que nos leva ao assunto 
do tópico três que apresenta as áreas do design e o papel dodesigner em cada uma delas. 
No quarto e último tópico vamos aprofundar em nossa introdução para o universo do 
design emocional, apresentando como o estilo e a atratividade são importantes na criação e 
desenvolvimento dos produtos, como também, entender o universo do usuário/consumidor 
para atrair sua atenção e despertar boas emoções que o leve a realizar boas experiências. 
Está preparado?! Então vem comigo!
Bons estudos!
5UNIDADE I Introdução ao Design
1. ASPECTOS HISTÓRICOS DO DESIGN 
Para entendermos como o design foi criado ao longo das décadas é necessário 
entender o contexto histórico da época que envolvem os cenários político, cultural e eco-
nômico. Para toda pesquisa, seja ela em design ou não, compreender a situação de uma 
época nos permite adentrar na história daquilo que pesquisamos. Sendo assim, iremos 
voltar ao início da formação das civilizações para estudarmos a evolução do design. 
Dois períodos se destacam no início das civilizações – paleolítico e neolítico. Isso 
porque o homem desses períodos demostrou uma grande capacidade de dominar seu meio 
de subsistência ao criar recursos para caçar, pescar, plantar ou expressas sua história e 
aprendizado. Nestas ações, temos rastros de um processo de design que se desenvolver 
para melhorar a vida dos indivíduos. 
O homem do período paleolítico superior (30.000 a.C) fazia pinturas nas paredes 
das cavernas, como maneira de se comunicar. A partir dessa atividade, temos uma forma 
rudimentar do conceito de design já que este homem, antes de começar a marcar sua ex-
periência nas paredes das cavernas, era um andarilho que vagava de um local para o outro, 
consumindo todos os recursos dos locais que passava. Assim, “nas pinturas realizadas em 
cavernas são representados motivos naturalista e esquemático. O primeiro inclui animais, 
como grandes herbívoros: cavalos, bisões e mamutes. O segundo motivo consiste em 
símbolos” (GOWING et al. 2008, p. 06). A Figura 1 apresenta um exemplo desse período.
6UNIDADE I Introdução ao Design
FIGURA 1 - PINTURA NAS PAREDES DAS CAVERNAS 
 O período Neolítico (10.000 a.C) é conhecido como idade da pedra, já que neste 
momento o homem desenvolve a técnica de produzir suas ferramentas para caça e pesca 
através do atrito de pedra (GOWING et al. 2008). Dessa forma, Ele já não precisa vagar 
de um local para o outro, agora com o desenvolvimento das ferramentas já pode criar seu 
espaço de moradia. A Figura 2 apresenta um machado de mão dessa época. 
FIGURA 2 - MACHADO DE MÃO PERÍODO NEOLÍTICO
Você pode estar se perguntando: mas o que o isso tem a ver com o design? A res-
posta é: Tudo! Considerando que o design surge para melhorar/agregar a vida das pessoas 
trazendo um apelo formal-estético, temos nesses dois períodos um esforço do homem de 
produzir ferramentas para facilitar sua vida (LOBACH, 2001). Dessa forma, ao analisar, 
por exemplo, o machado de mão da Figura 3, percebemos que suas linhas e suas formas 
pontiagudas lembram as facas e instrumentos que utilizamos hoje. 
7UNIDADE I Introdução ao Design
O design também tem em si a missão de comunicar uma mensagem carregada de 
significações. Nesse processo evolutivo foram várias as descobertas e criação de peças 
e materiais para facilitar a vida do homem (CARDOSO, 2004). Antes de chegarmos ao 
período em que a história do design começa a acontecer de fato, precisamos falar do 
trabalho de um dos maiores cientistas/artistas da história e que apresentou noções de 
design mesmo antes dessa terminologia existir, estamos falamos de Leonardo Da Vinci, e 
todo seu potencial criativo. 
Leonardo Da Vinci (1452-1519) era cientista, pintor, escultor entre outros atributos, 
ele desenvolveu uma série de pesquisas que colaboraram para o progresso das ciências e 
das artes. Uma de suas pesquisas mais interessantes é a máquina de voar, e o processo o 
seu processo de criação, Da Vinci passou um longo tempo observando o comportamento 
das aves e toda a sua estrutura anatômica com o desejo de desenvolver um aparelho que 
fosse capaz de voar, veja o resultado do processo:
FIGURA 3 - MÁQUINA DE VOAR – LEONARDO DA VINCI
 
Fonte: WIKIMEDIA. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/37/
Leonardo_da_Vinci_helicopter.jpg. Acesso em: 30 set. 2021.
Toda a engenhosidade de Da Vinci e a curiosidade consagraram seu nome e suas 
invenções, sendo reconhecidas até os dias de hoje. O mais importante das descobertas do 
cientista é perceber que o conceito de design mesmo não existindo ainda, é explorado por 
ele por meio de análises do mundo a sua volta e, percebida as necessidades de se criar 
algo que proporcionasse comodidade para a vida das pessoas. 
8UNIDADE I Introdução ao Design
1. 1 A Revolução Industrial
O trabalho até no final do século XVIII e a primeira metade do século XIX era 
predominantemente manual, todo o processo de confecção dos materiais nas indústrias ou 
no campo dependia unicamente da mão de obra humana. A revolução industrial em 1845 
surge e, com ela, a criação da máquina a vapor e da automatização das empresas – a partir 
daí homem e máquina integram o mesmo processo. Cardoso (2004) orienta a expressão 
revolução industrial está ligada a todas as mudanças que ocorram na época, sendo uma 
das primeiras mudanças analisadas nesse período a criação das máquinas de tecelagem e 
fiação. Essas mudanças proporcionaram a evolução do comércio e, consequentemente, do 
capitalismo. Cardoso (2004, p. 18) explica as mudanças desse período:
[...]Essas mudanças acabaram ficando conhecidas como revolução indus-
trial, justamente como forma de chamar atenção para o impacto tremendo 
que exerceram sobre a sociedade [...] O termo se refere essencialmente a 
criação de um sistema de fabricação que produz em quantidades tão grandes 
e a um custo que vai diminuindo tão rapidamente que passa a não depender 
mais da demanda existente mas gera o seu próprio mercado. 
Neste período surge também a máquina de costura e grandes avanços. Entre as 
invenções mais importantes dessa fase estão:
● Criação do telefone;
● O motor a diesel;
● O barco a vapor;
● Criação do rádio.
O advento da Revolução Industrial garantiu a evolução da economia, entretanto, 
para a classe operária não houve grande benefícios, pois com a revolução vieram jornadas 
de trabalho exaustivas que muitas vezes excedia 16 horas e com baixo salário, sendo 
exploradas pelos grandes empresários da indústria. 
Discutimos até agora sobre o contexto em que se situa o nascimento do design 
propriamente dito ou a consciência de que as formas de expressão analisadas poderiam 
apresentar um método capaz de desenvolver produtos e materiais sob uma nova visão. Para 
entendermos como surge a ideia de design, precisamos citar a revolução industrial, pois 
foi nesse período que as mudanças sociais desencadearam no surgimento do profissional 
como designer. Logo, temos aqui o aparecimento da classe média, que antes possui produtos 
exclusivos originados do trabalho manual, garantindo a singularidade, a ascensão e o status.
9UNIDADE I Introdução ao Design
Com a produção em série, os produtos tornam-se mais acessíveis e, consequen-
temente, todas as pessoas poderiam adquiri-los – neste momento, a preocupação com 
a aparência e com a manutenção do posicionamento social geraram uma transformação 
na formação dos significados e valores dos objetos ligados ao termo riqueza, assim, a 
preocupação da classe média está voltado para a manutenção desse padrão, ou de como 
atingi-lo. Nesse instante, surge o designer e o seu papel em transformar as coisas estetica-
mente, garantindo a funcionalidade e o posicionamento social. 
Assim, os produtos que eram criados através do trabalho artesanal antes da revo-
lução industrial são, inicialmente, desvalorizados pela produção seriada e, posteriormente 
após a massificação e acesso aos mesmos, o trabalho artesanal passa a ser consumido 
pelos mais ricos como símbolode exclusividade e como distinção social. Na Unidade IV 
veremos cada uma desses movimentos e suas características. 
10UNIDADE I Introdução ao Design
2. O QUE É DESIGN?
Todos os dias ao acordar, levantamos da cama, vestimos nossas roupas e calça-
mos nossos sapatos e, desde o primeiro momento, o design se faz atuante e presente em 
nossas vidas. A simples realização de nossas necessidades fisiológicas e básicas como; 
ir ao banheiro, alimentação e locomoção até o trabalho, para todas essas ações existe 
um produto que nasceu do esforço humano em tornar nossa vida confortável e prática. 
O design no século XXI está em toda parte e, em inúmeros casos, se torna banalizado 
por quem não compreende o seu real significado e deseja agregar valor ao produto que 
é ofertado ou adquirido, perdendo de vista a ideia de como acontece o seu processo de 
concepção (NORMAN, 2006). 
O design dominou todas as áreas do desenvolvimento do produto, e está ligado 
diretamente a palavra criatividade pois, para ser concebido carece de esforço mental e 
de habilidades técnicas que possibilitarão que um produto, da arte ou da necessidade 
humana, seja gestado. Logo, podemos entender que o design não está ligado somente ao 
serviço de conveniência dos indivíduos, ele também contempla a dimensão artística e como 
ela presta contributo para que o profissional apresente sua expressão. Diante de nossas 
indagações iniciais, é relevante compreendamos o real significado da palavra design e suas 
ocorrências, assim, somos apoiamos na definição de Cardoso (2004) que diz que o termo 
design vem o latim e significa designare: 
11UNIDADE I Introdução ao Design
A origem imediata da palavra está na língua inglesa, na qual o substantivo 
design se refere à ideia de plano, desígnio, intenção, quanto à de configura-
ção, arranjo, estrutura (e não apenas de objeto de fabricação humana, pois 
é perfeitamente aceitável, em inglês, falar design do universo ou de uma mo-
lécula). A origem mais remota da palavra está no latim designare, verbo que 
abrange os sentidos, o designar e o de desenhar. (CARDOSO, 2004, p. 14)
Com essa descrição podemos, em um primeiro momento, afirmar que o design 
não está ligado a palavra desenho como muitos de nós imaginamos, até porque o termo 
inglês para desenho é drawing, dessa forma, o design está diretamente conectado a uma 
intenção, a um desejo de elaborar e estruturar objetos e elementos que compõe o cenário 
da vida humana. O conceito de design para Azevedo (2014) é semelhante ao de Cardoso 
(2004), confirmando que o intento do design é projetar e compor visualmente ou colocar em 
prática um plano que visa um anseio maior. 
A Sociedade Industrial de Designers da América – Industrial Designer Society of 
America – (IDSA, 2015) aponta que em toda atividade em que o design está presente são 
exploradas a criação e o desenvolvimento de conceitos que aperfeiçoam a função, o valor e 
aparência dos produtos e sistemas sempre visando o bem-estar das pessoas que recebem 
o produto e, também, das que o fabricam. O design para Burdek (2006) é comunicação 
e, portanto, espera ser lido e compreendido. Assim, o design assume várias facetas pro-
porcionando o progresso no mundo material e artístico das pessoas, transportando uma 
mensagem funcional, como no caso dos produtos utilizados para o serviço e bem-estar do 
homem, e uma mensagem simbólica dotada de valor, como no caso do design explorado 
em favor da arte. 
 DESIGN ≠ DESIGNER
A definição de design não pode ser desvencilhada do termo designer, essas duas 
andam juntas e uma está em função da outra. Entretanto, por diversas vezes, são usadas 
de forma equivocada, alterando-se o sentido real na hora de nomear o profissional e a 
profissão. Dessa forma, o termo design está ligado a profissão. Já o termo designer é para 
denominar o profissional que estuda e trabalha com o design. Ou seja, o criador e executor. 
Se o design para Burdek (2006) está ligado aos meios da vida social e individual, 
é crucial identificar quais são as características que colaboram para que seja criado um 
bom design. Dessa forma, podemos nos apropriar do que Burdek (2006, p. 15) diz quando 
menciona quais são os elementos do bom design:
12UNIDADE I Introdução ao Design
1º O bom design não se limita apenas às técnicas. É imprescindível que ele 
expresse as particularidades de cada produto por meio de uma configuração 
singular. 
2º Ele deve apontar de forma visível a função do produto, para que seja pos-
sível uma leitura clara pelo usurário.
3º O bom design deve tornar transparente o estado mais atual do desenvol-
vimento da técnica. 
4º O bom design não se limita apenas ao produto, mas está engajado em 
responder os questionamentos do ambiente, da economia, da ergonomia e 
da reutilização. 
5º O bom design estabelece uma boa relação entre o homem e o objeto, 
tendo isso como premissa para aplicar suas teorias na execução do trabalho 
e da percepção. 
A capacidade que o design tem de se apresentar de diversas formas o torna multifa-
cetado configurando-se como essencial para áreas como o vestuário, a educação, as artes, 
a arquitetura, interiores, produtos, saúde entre outras. Como discutimos anteriormente, o 
design está em todos os lugares, atendendo necessidades ou cooperando para que uma 
mensagem seja transmitida de forma eficiente. Burdek (2006) orienta que o design possui 
quatro funções; social, funcional, significativa e objetiva. A função social presta serviço na 
dimensão singular e plural da vida em sociedade, acreditando que todos os elementos que 
o design constitui aprimora a vida em comunidade. Pazmino (2007) sustenta essa realidade 
falando sobre o design social:
O design para a sociedade, consiste em desenvolver produtos que atendam 
às necessidades reais específicas de cidadãos menos favorecidos, social, 
cultural e economicamente; assim como, algumas populações como pessoas 
de baixa-renda ou com necessidades especiais devido à idade, saúde ou 
inaptidão. O design social implica atuar em áreas onde não há atuação do de-
signer, e nem interesse da indústria com soluções que resultem em melhoria 
da qualidade de vida, renda e inclusão social. Conduzir para uma produção 
solidária e uma responsabilidade moral do design. (PAZMINO, 2007, p. 03).
O processo de solução das atividades humanas do design social nos inspira para 
o discernimento do design de forma global esclarecendo como ele se firma dentro dessa 
esfera. Na segunda função sobre o design está a funcionalidade, que é incorporado pelo 
design em todas as suas vertentes e está a serviço de sanar as necessidades, apresen-
tando-se como efetivo e passível de ser executado ou de ser utilizado de uma maneira que 
otimize a vida as pessoas que dele fazem uso. Ono (2004) vai dizer:
O design tem como função básica tornar os produtos comunicáveis, em re-
lação às funções simbólicas, de uso e técnicas dos mesmos. Deste modo, a 
prática profissional dos designers é decisiva no desenvolvimento de suportes 
materiais, relações simbólicas e práticas dos indivíduos nas sociedades. En-
tretanto, o design em si não garante uma boa ou má adequação das funções 
de um objeto, pois a percepção e avaliação do mesmo pelos usuários podem 
variar, mesmo quando desenvolvidos especificamente para estes. (ONO, 
2004, p. 60-61).
Na função significativa o design é apresentado como dotado de valores, possuindo 
uma mensagem a ser transmitida. Nesse aspecto Ono (2004, p. 61) contribui:
13UNIDADE I Introdução ao Design
[...] E, considerando-se que todo objeto é um signo cultural e faz parte de 
um contexto, pode-se compreender a natureza paradoxal da atuação do de-
signer: Por um lado, ele cria signos, e, por outro, reproduz signos de uma 
sociedade, dentro de um determinado contexto. Assim, mesmo levando-se 
em conta todos os aspectos racionais de um objeto (econômicos e técnicos, 
por exemplo), restam sempre aspectos subjetivos, que ultrapassam a sua 
objetividadefuncional. 
A parte significativa do design apresenta o produto não apenas a partir de suas 
usabilidades, mas também do contexto que foi pensado para que a criação o concretize. 
Ou seja, quando falamos de contexto, nos referimos a cultura em que o design é criado e, 
consequentemente, a cultura do designer que o pensa e desenvolve. Portanto, ao pensar 
no produto, o designer deve ter em mente para quem ele está criando, quais os costumes 
e tradições que essas pessoas possuem, e porque elas irão adquirir esse produto. Neste 
sentido, os signos que Ono (2004) se refere está ligado as características comportamentais 
da sociedade e compreende o âmbito social, psicológico e econômico. 
A quarta, e última, função é a objetiva. A objetividade e a funcionalidade caminham 
unidas, já que a primeira está voltada para aquilo que o objeto representa sem necessidade 
de interpretações. Logo, a objetividade apresenta o objeto sem maiores mensagens, em 
que o seu papel é cumprir sua funcionalidade de maneira objetiva, sem exigir muito esforço 
mental e criativo para produzi-lo ou manuseá-lo. 
Dessa forma, as funções do design, juntamente com o seu papel, prestam grande 
contribuição para compreendermos os papéis que designers e profissionais que se utilizam 
da metodologia do design precisam para desenvolver seu processo de criação. 
14UNIDADE I Introdução ao Design
3. ÁREAS DO DESIGN E O PAPEL DO DESIGNER
O design pode ser explorado pelas mais diversas áreas que se engajam em trazer 
inovação, conforto e bem-estar. Lobach (2001, p. 141) explicita que “todo processo de 
design é um tanto processo criativo como um processo de solução de problemas”. Isso 
quer dizer que um dos papéis do design é solucionar problemas por meio de um processo 
criativo, inteligente, organizado e que visa agregar valor e estética ao produto. 
Cada área do design tem como propósito desenvolver produtos que buscam algum 
tipo de inovação. Vamos procurar entender quais são as áreas de atuação do design e qual o 
papel do designer em cada uma delas. Os Referências Curriculares Nacionais para a Educa-
ção (RCNE) do Ministério da Educação (MEC) faz uma caracterização profissional do design: 
Compreende o desenvolvimento de projetos de produtos, de serviços, de am-
bientes internos e externos, de maneira criativa e inovadora, otimizando os 
aspectos estético, formal e funcional, adequando-os aos conceitos de infor-
mação e comunicação vigentes, e ajustando-os aos apelos mercadológicos 
e às necessidades do usuário. O desenvolvimento de projetos implica na 
criação (pesquisa de linguagem, estilos, ergonomia, materiais, processos e 
meios de representação visual); no planejamento (identificação da viabilidade 
técnica, econômica e funcional, com definição de especificidades e caracte-
rísticas) e na execução (confecção de desenhos, leiautes, maquetes e pro-
tótipos, embalagens, gestão da produção e implantação do projeto). (RCNE, 
2000, p. 118)
Compreende-se que o profissional da área de design explora a criação, planeja-
mento e desenvolvimento de produtos e serviços com foco no aspecto funcional, formal, 
estético e considerando os benefícios que esse processo pode proporcionar como; ergono-
mia e funcionalidade. Assim, conseguimos analisar o papel do designer em cada uma das 
áreas de atuação conforme o Quadro 1:
15UNIDADE I Introdução ao Design
QUADRO 1 – PERFIL PROFISSIONAL DO DESIGNER E SUAS ÁREAS
Área Perfil Profissional Campo de atuação
DESIGN DE 
INTERIORES
Cria e desenvolve projetos de espaços internos, conside-
rando fatores estéticos, simbólicos, ergonômicos, sociocul-
turais e produtivos. Realiza pesquisa de tendências. Plane-
ja, desenvolve e gerencia projetos de interiores com o uso 
de materiais e recursos sustentáveis. Desenha, representa 
e expressa o projeto de interiores graficamente de forma bi 
e tridimensional. Elabora maquetes e modelos volumétricos 
com uso de técnicas diferenciadas de expressão gráfica. 
Avalia e emite parecer técnico em sua área de formação.
- Construtoras. 
- Empresas de decoração. 
- Escritórios de Design e Arqui-
tetura. 
- Indústrias de mobiliário. 
- Lojas. 
- Instituições de Ensino, me-
diante formação requerida pela 
legislação vigente.
DESIGN DE 
MODA
Cria e desenvolve produtos para a indústria da moda. Ana-
lisa e aplica fatores estéticos, simbólicos, ergonômicos, 
socioculturais e produtivos. Realiza pesquisa de moda. 
Planeja, gerencia e articula coleções de moda com proces-
sos de fabricação, matérias-primas e viabilidade técnica e 
sustentável. Elabora protótipos, modelos, croquis, fichas 
técnicas e portfólios com uso de técnicas diferenciadas de 
expressão gráfica. Avalia e emite parecer técnico em sua 
área de formação.
- Ateliês e Confecções. 
- Bureaus de Pesquisa e Cria-
ção em Moda. 
- Escritórios de Design. Indús-
trias de Moda. 
- Instituições de Ensino, me-
diante formação requerida pela 
legislação vigente.
DESIGN DE 
PRODUTO
Projeta produtos industriais como móveis, eletrodomés-
ticos, eletroeletrônicos, objetos pessoais e equipamentos 
de saúde, de segurança e de transporte. Produz criações 
integradas aos sistemas de fabricação, produção e viabili-
dade técnica com o uso de materiais adequados. Desenha, 
representa e expressa o projeto de produto de forma bi e 
tridimensional. Elabora modelos volumétricos, reduzidos e 
protótipos com uso de técnicas diferenciadas de expressão 
gráfica. Especifica equipamentos para projeto de produtos. 
Avalia e emite parecer técnico em sua área de formação.
- Escritórios de Design. 
- Estúdios de Design. 
- Laboratórios de Design.
- Oficinas de Modelos e Pro-
tótipos. Setores de Design em 
Indústrias.
- Instituições de Ensino, me-
diante formação requerida pela 
legislação vigente.
DESIGN 
GRÁFICO
Projeta a programação visual em meios físico e digital. De-
senvolve linguagens visuais. Supervisiona a funcionalidade 
e usabilidade dos projetos adaptados aos diversos tipos de 
processos e produção gráfica. Produz criações integradas 
aos sistemas de comunicação e da arte. Elabora portfólios, 
com uso de técnicas diferenciadas de expressão gráfica. 
Avalia e emite parecer técnico em sua área de formação.
- Agências de Comunicação.
-Departamentos de Marketing. 
- Empresas de Publicidade. 
- Escritórios de Design.
- Estúdios de Design. 
- Gráficas e Bureaus de Im-
pressão. Instituições de Ensi-
no, mediante formação reque-
rida pela legislação vigente.
Fonte: Brasil (2016, p. 102-105)
16UNIDADE I Introdução ao Design
A partir desse desenho da área profissional do designer, o catálogo nacional de cursos 
superiores em tecnologia do MEC posiciona a área do design no eixo de produção cultural e 
design que contempla “criação, desenvolvimento, produção, edição, difusão, conservação 
e gerenciamento de bens culturais e materiais, ideias e entretenimento aplicadas em multi-
meios, objetos artísticos, rádio, televisão, cinema, teatro, ateliês, editoras, vídeo, fotografia, 
publicidade e projetos de produtos industriais” (BRASIL, 2016, p. 98). Isso nos permite 
compreender que as possibilidades de atuação são múltiplas mantendo sempre o foco na 
criação, projeto, planejamento e desenvolvimento de produtos e serviços. 
17UNIDADE I Introdução ao Design
4. O DESIGN EMOCIONAL
Toda experiência de compra é pautada por estimulações internas ou externas do 
ser humano que tendem comprar de forma racional ou impulsiva. Bauman (2008) indica 
que, na dualidade sujeito-objeto prevalece a soberania do consumidor que passa por esse 
processo de ressignificação para representar uma posição de sujeito que consome e domi-
na os objetos que consome. 
Nessa relação se edifica um universo pautado pelas emoções e pela racionalidade 
que vão determinar nossas relações com os artefatos que compramos por diversos motivos. 
Você pode estar se perguntando neste momento: Qual a relação entre o design emocional 
e o consumo de produtos? A resposta para essa pergunta é que vai nortear nosso tópico, 
pois éneste entendimento que vamos nos debruçar para compreender a relação entre su-
jeito-design-emoções-consumo, que o design emocional se estabelece e procura oferecer 
produtos que atraiam os consumidores/usuários. Cabe ressaltar que quando falarmos de 
consumidores, vamos utilizar sinônimos como usuários e clientes. 
Para entender todo esse processo vamos estruturar nosso tópico em duas partes; a 
primeira fala sobre o estilo dos produtos e sua configuração estético-formal, cujo entende-
remos como o processo de criação impacta no desenvolvimento de produtos que realmente 
despertem desejo nos consumidores; a segunda tem como propósito definir o que é design 
emocional e como trabalhar nos níveis formulados por Donald Norman (2006). 
18UNIDADE I Introdução ao Design
4.1 Estilo, atratividade e configuração estético-formal dos produtos
Você provavelmente já utilizou do seu tempo de lazer ou hora vaga para passear 
em um shopping e foi atraído por algum objeto em uma vitrina que “tinha a sua cara”. Ou 
então, já foi fazer compras com um amigo ou familiar e a pessoa olhou para uma peça e 
disse “esse produto tem a sua cara”. Essas expressões retratam bem a ideia da importância 
que o estilo tem para o desenvolvimento de novos produtos. 
Quando você acha que um produto tem “a sua cara” ou a “cara de alguém” que 
você conhece, significa que essa pessoa tem um gosto pela forma e estética daqueles 
produtos. É através desse feedback dos consumidores/usuários que marcas e empresas 
se pautam para projetar o estilo e a forma de novos produtos. 
O estilo é uma forma de agregar valor ao produto, já que ele trabalha com linhas, 
formas, cores, texturas e demais elementos que garantem um senso estético ao produto 
ligada a aparência. Neste sentido Gomes Filho (2006, p. 99) relata:
O estilo pode ser definido como uma qualidade intrínseca do produto e, pre-
ferencialmente, deve conter um algo a mais que concorra para provocar uma 
atração agradável e admiração imediata, chamando atenção para sua apa-
rência. Pode agregar uma série de valores ao produto, inclusive, dependendo 
de sua natureza, valores de ordem sensível e emocional que toquem usuário.
Se o estilo deve apresentar algo a mais a fim de despertar o interesse dos usuários, 
o processo de criação do designer deve considerar alguns elementos que circundam o 
universo do usuário e que integram a relação entre design-produto-usuário. Neste sentido, 
o de design fica de responsabilidade do designer projetar considerando o universo do usuá-
rio, o contexto na qual ele está inserido que compreende sua bagagem cultural, os fatores 
comerciais, socioculturais e perceptivos que farão parte da mensagem que irá constituir os 
produtos. Vamos conhecer mais sobre cada um deles.
A bagagem cultural está vinculada ao sistema de crenças, hábitos e comporta-
mentos que os usuários carregam consigo. A cultura define nosso gosto por determinados 
objetos e, também, nosso comportamento (BAUMAN, 2008). Ao projetar o designer deve 
considerar onde os usuários se encontram e quais são seus hábitos culturais. Além disso, 
no projeto também estão expressos a bagagem cultural do designer e sua visão de mundo. 
O estilo do produto deveria ser uma atividade integrada, trabalhando junto 
com as áreas técnicas, em todas as fases do projeto. As decisões sobre o 
estilo precisam ser tomadas em todas as fases desde o planejamento do pro-
duto até a engenharia de produção (BAXTER, 1998, p. 45).
Os fatores comerciais estão ligados aos feedbacks que as marcas e designers tem 
sobre a aceitação de produtos que já existem no mercado e que serve como dados para a 
criação de novos produtos. Ou seja, se um produto lançado teve boa aceitação e adesão 
19UNIDADE I Introdução ao Design
dos usuários, o designer pode, e deve, considerar esses dados para criar produtos com 
base nessas referências coletadas. Essa ação também se enquadra nos fatores sociocul-
turais e perceptivos. Por exemplo, se uma marca atende todo o território nacional, ao criar 
um produto ela pode verificar a aceitação desse nas diferentes regiões do país e adaptá-lo 
considerando essas informações. 
A realidade é que o projetar novos produtos envolve as percepções e impressões que 
usuários tem dos produtos, vinculada a bagagem do designer para que a atratividade do pro-
duto atraia o consumidor. No âmbito da atratividade dos produtos Baxter (1998, p. 46) aponta:
1. Um objeto pode ser considerado atrativo quando chama a sua atenção, por 
ser visualmente agradável. Quando você está dirigindo ou andando pela rua, 
uma casa bem projetada pode chamar a sua atenção. Da mesma forma, um 
produto pode chamar a sua atenção quando você anda no shopping center 
ou vê a sua foto em uma revista [...]. 
2. Um objeto atraente é um objeto desejável. Fazendo com que o consu-
midor deseje possuir o produto, estará vencida mais da metade da batalha 
de marketing desse produto. Se um produto pode ser transformado em um 
objeto desejável, simplesmente pelo seu aspecto visual, então terá um forte 
poder de marketing [...]. 
3. Juntando-se essas duas qualidades – um produto que é capaz de chamar 
a atenção e se torna desejável – faz com que os consumidores se sintam 
‘arrastados’ em direção ao produto – o significado literal do termo atrativo.
Compreendemos, portanto, que para um objeto/produto ser desejado ele precisa 
ter um bom aspecto visual e ser atraente. Mas como isso pode ser feito? Como trabalhar a 
aparência, funcionalidade e a simbologia do produto? Para essas perguntas temos como 
resposta a experiência do design emocional de Donald Norman que conheceremos a seguir. 
4.2 Design emocional 
Quando falamos de emoções é recorrente pensar em sentimentos como alegria, 
tristeza, raiva, indiferença entre outros. Contudo, precisamos entender que emoções e sen-
timentos são distintos. Emoções estão ligadas a reações imediatas de estímulo e que não 
envolve a razão, isso pertence a natureza dos sentimentos que estão ligados a cognição e 
a capacidade de julgar se algo ou alguma coisa pode ser boa ou ruim. 
As emoções são inseparáveis da cognição e fazem parte de um sistema de 
julgamento do que é bom ou ruim, seguro ou perigoso e de formulação de 
juízos de valor que nos permite sobreviver melhor. Elas são guiar constantes 
em nossas vidas, afetando a maneiro como nos comportamos, pensamos, 
tomamos decisões e interagimos uns com os outros (NORMAN, 2008, p.13)
Isso quer dizer que não podemos separar sentimentos de emoções, contudo as 
emoções são uma resposta automática daquilo que acontece conosco, enquanto os sen-
timentos usam mais da razão. Mas como as emoções podem ajudar na criação do design 
de novos produtos? A resposta é que o design emocional tem como propósito ajudar na 
interpretação dos sentimentos dos usuários que se dá através da interação com os objetos. 
20UNIDADE I Introdução ao Design
Desta forma, os designers devem dirigir sua atenção para as formas de como as pessoas 
se comportam e como interpretam o mundo a sua volta para, a partir desse ponto, projetar 
com foco na emoção e em experiências agradáveis. 
Tendo esse entendimento como ponto de partida, aprofundamos nossos estudos, 
trazendo os níveis que o design pode projetar considerando as emoções. Esses níveis 
foram elaborados por Donald Norman, que possui Ph.D. em psicologia e atuou como 
vice-presidente da Apple. Norman (2008) apresenta os três níveis do design emocional, 
representado na Figura 4:
FIGURA 4 – NÍVEIS DO DESIGN EMOCIONAL
Fonte: Adaptado por Tonetto e Costa (2011, p. 135) e Norman (2008, p. 42)
Objetos atraentes funcionam melhor. Essa é a proposta dos níveis do design emo-
cional de Norman (2008). A Figura 4 nos indica os três níveis; visceral, comportamental e 
reflexivo. Os três são guiados pelas interações sensório e motor, responsáveis por nosso 
contato com os objetos seja de forma visual ou através do seu manuseio. Isso nos possibilita 
compreender que nossas emoçõessurgem do contato com os objetos e se eles têm atrativi-
dade para nos persuadir. Diante disso, vamos conhecer os três níveis do design emocional.
4.2.1 Design visceral: trabalhando com a aparência
O design visceral é o mais simples de todos pois está ligado a aparência. Criar 
um produto nesse nível é explorar todo o potencial estético a fim de provocar um impacto 
visual. Norman (2008, p. 14) pontua que este nível “diz respeito aos aspectos físicos e 
ao primeiro impacto causado por um produto”. Portanto, o design visceral é automático e 
21UNIDADE I Introdução ao Design
pré-programado. Retomamos o exemplo do shopping; você está passeando pelas vitrinas e 
se depara com um produto que te chama a atenção, este produto se destaca porque apre-
senta em sua configuração elementos como matéria-prima, forma, cores, linhas, texturas 
que te chamam a atenção e que em diversas ocasiões te faz entrar na loja, provar e, às 
vezes, comprar! 
FIGURA 5 – O DESIGN VISCERAL EXPLORA A APARÊNCIA DOS PRODUTOS
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/
anonimo-vestimenta-indumentaria-ramalhete-6567241/. Acesso em: 30 set. 2021.
No caso de uma roupa, sapato, eletrodoméstico, smartphone ou qualquer outro 
objeto que precise manusear ou conhecer seu funcionamento, o design visceral conquista 
o usuário pela aparência/estética, mesmo que em um segundo momento, a funcionalidade/
usabilidade do produto não seja boa, como no caso de um sapato ou roupa apertada, o 
usuário provavelmente não vai adquirir. Isso nos transporta para o segundo nível do design 
emocional: o comportamental. 
4.2.2 Design comportamental: trabalhando com a usabilidade e funcionalidade
No nível comportamental o designer projeta novos produtos considerando sua 
aparência e, principalmente, sua usabilidade, ergonomia e funcionalidade. Para Norman 
(2008, p. 14) o design comportamental “diz respeito ao uso sob o ponto de vista objetivo e 
refere-se à função que o produto desempenha, à eficácia com que cumpre sua função, à 
facilidade com que o usuário o compreende e o opera”. 
22UNIDADE I Introdução ao Design
FIGURA 6 - O DESIGN IMPECÁVEL DO SMARTPHONES DA APPLE 
QUE POSSUI UMA LEGIÃO DE USUÁRIOS FIÉIS
Fonte: PIXABAY. Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/
iphone-12-c%c3%a2mera-do-iphone-5755366/. Acesso em: 30 set. 2021.
Projetar nesse nível é considerar toda a experiência do usuário/consumidor com o 
produto. É por isso que os designers estão atentos a todo o momento com o feedback de 
usabilidade e ergonomia do produto. Ninguém quer comprar uma poltrona que não seja 
confortável, ou comprar um smartphone que seja difícil de manusear. O propósito do nível 
comportamental é garantir com que os produtos tenham esse apelo estético, mas também 
que sejam fáceis de usar/operar. 
4.2.3 Design reflexivo: acessando o pensamento das pessoas
Esse é o nível mais alto que o designer pode projetar, já que o nível reflexivo se-
gundo Norman (2008, p. 14) “diz respeito ao uso sob o ponto de vista subjetivo e abrange 
particularidades culturais e individuais, memória afetiva e os significados atribuídos aos 
produtos e a seu uso, entre outros aspectos de ordem intangível”. Projetar de forma reflexi-
va é aprofundar no universo do usuário procurando compreender o seu contexto e o mundo 
que o circunda, possibilitando uma conexão que vai além do consumo pelo consumo, mas 
cria uma ligação intrínseca entre objeto e usuário. 
23UNIDADE I Introdução ao Design
FIGURA 7 - A FERRARI TEM UMA LEGIÃO DE FÃS QUE NEM SEMPRE PODE ADQUIRIR O 
PRODUTO, MAS QUE CRIA UM IMAGINÁRIO DE STATUS E QUALIDADE INQUESTIONÁVEIS.
Fonte: PIXABAY. Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/
ferrari-458-spider-ferrari-458-2932191/. Acesso em: 30 set. 2021.
É o caso de marcas consagradas que possuem tradição e exclusividades como a Ferrari 
ou a Harley Davidson, que possuem estética, funcionalidade e provoca impressões subjetivas 
em todos que admiram carros e motos. Marcas de outros segmentos podem provocar a mesma 
sensação como marcas de moda, mobiliário, produtos para casa entre outros. A ideia do nível 
reflexivo é provocar despertar um vínculo emocional que agregue valor ao produto. 
Esses três níveis nos permitem compreender que a nossa missão enquanto de-
signers é projetar produtos que façam a diferença na vida das pessoas, criando conexões 
emocionais fortes a ponto de fidelizar os usuários. Para isso, conhecer o universo de quem 
vai consumir os produtos que criamos é o primeiro passo para o sucesso. 
24UNIDADE I Introdução ao Design
SAIBA MAIS
Todo projeto de design de um novo produto se inicia pela identificação do problema e a 
possibilidade de saná-lo. Para isso, é desenvolvida uma pesquisa com os usuários da 
marca e/ou do produto para verificar as expectativas e percepções que eles têm. A partir 
disso as equipes responsáveis começam o planejamento e a busca por alternativas. 
Não existe produto sem design, assim como não existe produto sem ouvir o consumidor.
Fonte: O autor (2021).
REFLITA
Os bons designers se preocupam muito com a sensação física de seus produtos. O 
toque e a sensação física podem fazer enorme diferença na avaliação que os usuários 
fazem das criações.
Fonte: (NORMAN, 2008, p. 102).
25UNIDADE I Introdução ao Design
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final da nossa primeira unidade! Espero que você tenha aproveitado 
ao máximo os conhecimentos apresentados aqui. Você sabe que seus estudos sobre esses 
assuntos não acabam aqui, né?! Agora é o momento de procurar por mais informações, 
continuar suas pesquisar em sites, revistas, artigos científicos, livros e vídeos, a fim de 
enriquecer ainda mais seu repertório sobre o assunto!
Sabendo que você vai continuar seus estudos depois de finalizar a leitura da nossa 
unidade, precisamos fechar nossas discussões entendendo que mesmo o termo design 
ter surgido após a revolução industrial, tínhamos com os homens das cavernas, e com 
Leonardo da Vinci, um interesse em desenvolver ferramentas para solucionar problemas e 
facilitar a vida das pessoas, que são algumas das características do design. 
Além disso, entendemos que a palavra design se refere a profissão e a palavra 
designer, ao profissional. Assim, quando alguém perguntas o que você estuda, você poderá 
dizer: eu estudo design, para ser um futuro designer! Independentemente se você será um 
designer de moda, interiores, produto, gráfico ou qualquer outro profissional da área.
 Nossa missão enquanto futuros designers, é compreender o universo que cerca 
os usuários/consumidores, a fim de criar produtos e serviços com estilo e atratividade. Para 
isso, é necessário pensar na aparência/estética do produto, sua funcionalidade e ergono-
mia e na forma como ele vai tocar na subjetividade dos usuários, tendo a certeza que boas 
experiências formam boas conexões entre usuários e seus produtos. 
Obrigado pela companhia e até a próxima unidade!
Abraço!
26UNIDADE I Introdução ao Design
LEITURA COMPLEMENTAR
Artigo: Design Emocional: conceitos, abordagens e perspectivas de pesquisa
Autor: Leandro Miletto Tonetto e Filipe Campelo Xavier da Costa
Link de acesso: https://core.ac.uk/download/pdf/228908647.pdf
Resenha: O artigo de Tonetto e Costa traz uma relevante pesquisa a respeito do 
design emocional e de como ele está presente em nossas vidas e no processo criativo dos 
designers em geral. Dessa forma, o texto nos ajuda entender como projetar considerando 
o desejo e necessidades dos usuários que devem ser o ponto de partida para o desenvol-
vimento de novos produtos. 
Fonte: TONETTO, L. M; COSTA, F., C. X. da. Design Emocional: conceitos, abor-
dagens e perspectivas de pesquisa. Strategic Design Research Journal, p. 132-140, 2011. 
DOI: 10.4013/sdrj. 2011.43.04. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/228908647.
pdf. Acesso em: 15 set. 2021.
https://core.ac.uk/download/pdf/228908647.pdf
https://core.ac.uk/download/pdf/228908647.pdf.https://core.ac.uk/download/pdf/228908647.pdf.
27UNIDADE I Introdução ao Design
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: O design do dia a dia
Autor: Donald Norman.
Editora: Rocco.
Sinopse: Donald Norman traz uma relevante discussão em o de-
sign do dia a dia sobre como os produtos afetam nossas interações 
com as pessoas e com o mundo ao nosso redor. O livro é indicado 
para designers que desejam projetar produtos que possam signi-
ficar a vida das pessoas estabelecendo uma conexão com elas. 
FILME / VÍDEO
Título: Jobs
Ano: 2013.
Sinopse: O filme conta a história de sucesso de Steve Jobs e o 
processo de criação de uma das maiores marcas de computadores 
e eletrônicos: a Apple. A jornada de Jobs que se preocupava com o 
design perfeito e em como impactar a vida das pessoas leva a uma 
reflexão sobre como o processo criativo do design deve acontecer 
para que marcas sejam reconhecidas. 
28
Plano de Estudo:
● Elementos do design: ponto, linha e plano;
● Elementos do design: forma, espaço, direção e movimento;
● Elementos do design: volume, dimensão, escala e proporção;
● Elementos do design: textura, padronagem, luz e cor.
Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender a relevância dos elementos do design 
para o desenvolvimento de produto;
● Analisar a aplicabilidade dos elementos do design 
para o design de moda, interiores e gráfico. 
UNIDADE II
Elementos do Design
Professor Me. Gabriel Coutinho Calvi
29UNIDADE I Introdução ao Design 29UNIDADE II Elementos do Design
INTRODUÇÃO
Olá Pessoal! Vamos iniciar mais uma unidade?!
Na Segunda Unidade da nossa disciplina de fundamentos do design, vamos apro-
fundar nossos estudos visuais e entender como os produtos do design são produzidos a 
partir de seu processo criativo. Para isso, vamos abrir as portas dos elementos do design 
e compreender como o entendimento de cada um deles é crucial para desenvolver os 
projetos. Portanto, eu preciso nesse momento de sua atenção máxima, pois este conteúdo 
vai exigir 100% da sua atenção. 
Todo produto do design é composto de linhas, formas, cores, texturas, dimensão 
entre outros elementos. Para identificar cada um desses elementos o designer precisa con-
tinuamente enriquecer seu repertório com pesquisas que irão treinar o seu olhar e aumentar 
sua sensibilidade para que, ao criar, ele traga essas referências e enriqueça suas criações. 
Entendendo a importância do estudo contínuo do designer, apresentamos no de-
correr dos quatro tópicos da nossa unidade os elementos do design para entendimento e 
reconhecimento de vocês, futuros designers! Diante disso, no primeiro tópico faremos uma 
breve introdução sobre o que são os elementos do design e aprenderemos a aplicabilidade 
dos elementos ponto, linha e plano. 
Continuando as discussões, segundo tópicos conheceremos os conceitos dos elemen-
tos forma, espaço, direção e movimento e sua aplicabilidade no design de moda, interiores e 
produto. Repetiremos nossa dinâmica de estudos nos tópicos três e quatro que apresenta os 
elementos volume, dimensão, escala e proporção, textura, padronagem, luz e cor. 
Ao final da segunda unidade, eu espero que você consiga distinguir cada uma 
desses elementos e sua aplicabilidade na criação dos produtos do design. Lembrando que 
qualquer dúvida, é sempre importante pesquisar em outros fontes. 
Vem comigo!
Bons Estudos ;)
30UNIDADE I Introdução ao Design 30UNIDADE II Elementos do Design
1. ELEMENTOS DO DESIGN: PONTO, LINHA E PLANO
A atração pelos produtos é determinada pelas características que constituem o seu de-
senvolvimento e explorada pelo designer. Isso nos permite compreender que todos os produtos 
são compostos por elementos e princípios do design que vão gerar reconhecimento, identifi-
cação e afinidade por parte dos usuários. Sendo assim, é tarefa do designer saber interpretar 
esses elementos para que possam incluir em seu processo de criação (DONDIS, 1998). 
Dentro dessa perspectiva, o designer trabalha com elementos e princípios do design 
que prestam um suporte para criação. Os elementos do design estão ligados a uma série 
de características visuais que constituem os objetos. Logo, ao desenvolver um produto, 
seja de moda, interiores ou produto, ele virá carregado de informações ajudam em sua 
decodificação visual e, consequentemente, em sua assimilação (TREPTOW, 2013). 
Os elementos que compõem o design são:
● Ponto, linha e plano;
● Forma e espaço;
● Direção e movimento;
● Volume e dimensão;
● Escala e proporção;
● Textura e padronagem;
● Luz e cor.
31UNIDADE I Introdução ao Design 31UNIDADE II Elementos do Design
Vamos trabalhar cada um desses elementos descritos e sua aplicação nas áreas 
do design de moda, interiores e gráfico. Os exemplos da aplicabilidade dos elementos per-
mitirão compreender como eles estão presentes em tudo que criamos enquanto designers. 
Antes de começarmos você pode estar pensando: em todas as criações que fizer 
preciso inserir todos os elementos do design? Tenho que criar um produto a partir de ele-
mentos do design? A resposta para essas perguntas está na capacidade do designer em 
desenvolver um repertório cultural a partir dos seus estudos e pesquisas que irão aguçar/
despertar o seu olhar e sua sensibilidade ao projetar novos produtos. Isso quer dizer que 
quando um designer cria ele não precisa, necessariamente, pensar em quais elementos 
vai utilizar, pois isso já faz parte da constituição dos produtos que irá conceber. O mais 
importante é que ele saiba reconhecer onde estão esses elementos. 
1.1 O ponto
O ponto é considerado por Leborg (2015) como um elemento visual simples e 
pequeno que não possui composição de outras unidades. O ponto possui visibilidade e no 
design, é um elemento visual que não pode ser medido. Sobre o ponto Dondis (1998, p. 53) 
explicita “o ponto tem grande poder de atração visual sobre o olho exista ele naturalmente 
ou tenha sido colocado pelo homem em resposta a um objeto qualquer”. Como caracterís-
ticas do ponto podem ser destacados ainda: 
a) Uma série de pontos podem conduzir o olhar que se intensifica devido a apro-
ximação entre eles. 
b) Dois pontos distantes podem transformar em elemento de medição, pois, eles 
se comportam como o início e o fim de uma linha. 
c) Vários pontos unidos transformam-se em uma linha. 
A imagem que abre nosso subtópico explicita bem a ideia apresentada até aqui. Um 
ponto sozinho pode não significar muitas coisas, entretanto, um conjunto de pontos podem 
construir uma forma clara e sólida como é o caso das peças do jogo de dominó. 
1.1.1 Aplicação prática do ponto
Agora, vamos compreender como o ponto se aplica no design de moda, interiores 
e produto, a partir da aplicação prática. Antes de iniciarmos precisamos entender que o 
ponto vai além de uma bolinha, no design ele também pode ser algo que se destaca em um 
ambiente, arte ou peça de roupa. 
32UNIDADE I Introdução ao Design 32UNIDADE II Elementos do Design
No design de moda, o ponto pode ser visto através das estampas de bolinhas 
(também conhecida como poá), ou em um acessório que se destaca visualmente na com-
posição do look, conforme as Figuras 1 e 2:
 FIGURA 1 - V ESTIDO DE POÁ FIGURA 2 - LOOK COM BOTA PINK
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/mulher-em-pe-ao
-ar-livre-segurando-uma-bolsa-de-couro-preta-1394882/. Acesso em: 27 set. 2021.
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/mulher-de-blazer-
preto-e-calca-preta-com-botas-roxas-foto-784374/. Acesso em: 27 set. 2021.
Os looks das Figuras 1 e 2 representam bem a ideia do ponto aplicado ao design 
de moda. Na Figura 1 temos um vestido com estampa de poá, e na Figura 2 o blazer, 
blusa e calça são pretos e a bota pink é o ponto, se destacando na composição do look 
(ponto focal, neste caso).
No design de interiores/produto o ponto pode ser entendido como ponto focal na 
composição de um ambiente. Ou seja, algum elemento que sedestaca/desperta a atenção 
diante dos demais. Como indicam as Figuras 3 e 4:
33UNIDADE I Introdução ao Design 33UNIDADE II Elementos do Design
FIGURA 3 - COZINHA COM BANQUETAS AZUIS FIGURA 4 - SALA COM SOFÁ VERDE
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/apartamento-
utensilio-eletrodomestico-dispositivo-6636285/. Acesso em: 27 set. 2021. 
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/poltrona-
arte-brilhante-luminoso-5551824/. Acesso em: 27 set. 2021.
As Figuras 3 e 4 representam a ideia de ponto no design de interiores. Na Figura 3, 
temos uma cozinha que possui todos os seus móveis e eletrodomésticos em uma mesma 
cartela de cores, a não ser pelas banquetas que se destacam por serem azuis e se tornam 
o ponto do ambiente. Na Figura 4 o ponto está no sofá que é da cor verde e se destaca dos 
outros elementos que estão na imagem. 
34UNIDADE I Introdução ao Design 34UNIDADE II Elementos do Design
1.2 A linha
FIGURA 5 – FACHADA DE EDIFÍCIO
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/fotografia-de-
baixo-angulo-de-um-predio-preto-e-prateado-532571/. Acesso em: 27 set. 2021.
A linha pode ser considerada a trajetória que o ponto faz. Leborg (2015) orienta 
que a linha é a trajetória de um ponto em movimento. Na dimensão das medidas, tem-se a 
ideia de que a linha representa o comprimento, além da direção e posição dentro da análise 
de imagens e projetos. As linhas são constituídas de pesos, texturas, trajetos e espessuras, 
podendo ser retas ou curvas, contínua ou tracejada. 
As linhas também trazem uma representatividade, por exemplo; as linhas curvas 
estão ligadas ao corpo da mulher já que apresenta suavidade. Já as linhas retas estão 
ligadas ao masculino. Além disso, as linhas retas e verticais dão a sensação de amplitude 
e formalidade e as linhas horizontais de largura e/ou comprimento. Por último, as linhas 
diagonais estão ligadas a inquietação e instabilidade (JONES, 2015).
Dessa forma, a linha pode estar presente por meio de estampas (listras) em uma 
peça de roupa ou em uma mobília, nas formas de um ambiente ou na fachada de uma 
casa e/ou edifício, entre outras aplicações. A linha pode trazer a noção de alongamento ou 
achatamento de um espaço ou mobiliário (no caso dos interiores/produto), e em um look 
através de estampas ou a ausência delas (no caso do design de moda). Um exemplo é a 
imagem de abertura do nosso subtópico apresenta a fachada de uma construção que é 
formada por linhas retas e diagonais, trazendo a aplicação prática. 
35UNIDADE I Introdução ao Design 35UNIDADE II Elementos do Design
1.2.1 Aplicação prática da linha
Trabalhando exemplos da linha no design de moda, podemos entender as sensa-
ções visuais que ela pode provocar, como apresenta as Figuras 6 e 7: 
FIGURA 6 - VESTIDO COM LISTRAS COLORIDAS FIGURA 7 - VESTIDO BRANCO FRANZIDO
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/mulher-em-
pe-na-escada-segurando-o-corrimao-2820587/. Acesso em: 27 set. 2021.
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/adulto-desviando-
o-olhar-majestoso-natureza-9406224/. Acesso em: 27 set. 2021.
Os vestidos apresentados nas Figuras 6 e 7 evidenciam a aplicação das linhas 
retas e verticais na composição de moda. Na Figura 6 as listras de diferentes cores ajudam 
a perceber as diferentes espessuras e deixam a modelo mais longilínea (alongada). Na 
Figura 7 temos um vestido monocrático (uma única cor) e as linhas retas e verticais, são 
percebidas pelos franzidos do vestido. Outras aplicações com linhas podem acontecer 
como em um terno, por exemplo, onde corte é determinado pelas linhas retas, ou em uma 
estampa na horizontal que pode produzir um volume visual. 
36UNIDADE I Introdução ao Design 36UNIDADE II Elementos do Design
No design de interiores/produto as linhas produzem uma sensação visual seme-
lhante as do design de moda. Dessa forma, linhas na vertical podem produzir um ambiente 
com a sensação visual de amplitude, e linhas na horizontal com a percepção visual de 
redução do espaço. As Figuras 8 e 9 exemplificam nossa teoria:
 FIGURA 8 - BANHEIRO FIGURA 9 - SALA DE JANTAR
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/apartamento
-banho-banheira-banheiro-7005282/. Acesso em: 27 set. 2021.
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/interior-de-
quarto-espacoso-em-casa-moderna-5570224/. Acesso em: 27 set. 2021.
Na Figura 8 as linhas retas são formadas pelo design e pelos tons de cores dos 
aparelhos e mobiliário que compõem o ambiente. As linhas da banheira dão a sensação 
de amplitude do ambiente, assim como a cor dos azulejos que permitem perceber a altura 
do mesmo ambiente. Na Figura 9 as linhas da janela fornecem a percepção de altura e 
amplitude, e a linhas diagonais da estampa que corta o ambiente possibilitam verificar a 
dimensão do local. 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/apartamento-banho-banheira-banheiro-7005282/.
https://www.pexels.com/pt-br/foto/apartamento-banho-banheira-banheiro-7005282/.
37UNIDADE I Introdução ao Design 37UNIDADE II Elementos do Design
1.3 O plano
FIGURA 10 - EDIFÍCIO
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/fotografia-de-
angulo-baixo-de-edificio-de-concreto-cinza-259950/. Acesso em: 27 set. 2021.
A trajetória de uma linha transforma-se em um plano. Segundo Jones (2015) o 
plano apresenta uma superfície lisa que é composto por largura e comprimento. Dessa for-
ma, “o plano pode ser paralelo à superfície da imagem ou inclinar-se e recuar no espaço”. 
(LUPTON e PHILLIPS, 2008, p.18). O plano é, portanto, composta de linhas e pontos, e são 
todo unificados para apresentar um ambiente, um objeto ou uma roupa. 
A imagem da abertura do subtópico é composta por pontos, linhas que formam o 
plano da fachada do prédio. O plano do prédio é composto de linhas que são compostas de 
pontos que delimitam o início e o fim de cada uma delas. 
1.3.1 Aplicação prática do plano
No design de moda o plano é representado pela composição de um look que pode 
conter estampas, pedrarias e outros tipos de aviamentos. No design de interiores/produto, o 
plano segue a mesma proposta e é composto por linhas e pontos que constituem ambiente. 
A Figura 9 unifica os exemplos para moda e interiores:
38UNIDADE I Introdução ao Design 38UNIDADE II Elementos do Design
FIGURA 11 - MULHER COM VESTIDO ROSA SENTADA EM UMA SALA
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/banco-de
-mulher-sentada-perto-da-janela-265705/. Acesso em: 27 set. 2021.
Na Figura 11, podemos perceber que o vestido é formado por diversas camadas 
de babados que, visualmente, apresentam linhas e dão a sensação de volume. Já no caso 
do design de interiores as linhas integram assoalho do ambiente, as janelas e confere 
amplitude dimensão ao ambiente local. 
O entendimento dos elementos ponto, linha e formas contribuirá para a análise e 
percepção de outros elementos do design que iremos estudar nos tópicos a seguir e que 
utilizam dos mesmos princípios. 
https://www.pexels.com/pt-br/foto/banco-de-mulher-sentada-perto-da-janela-265705/
https://www.pexels.com/pt-br/foto/banco-de-mulher-sentada-perto-da-janela-265705/
39UNIDADE I Introdução ao Design 39UNIDADE II Elementos do Design
2. ELEMENTOS DO DESIGN: FORMA, ESPAÇO, DIREÇÃO E MOVIMENTO
Neste tópico, vamos prosseguir apresentando a aplicabilidade dos elementos do 
design nas áreas de moda, interiores e produto. Portanto, vamos discutir sobre os elemen-
tos de forma e espaço, direção e movimento. 
2.1 A Forma e o espaço
Todos os objetos possuem uma forma que possibilita aos usuários identificar e 
interpretá-lo. Assim, por forma entendemos como um elemento constitutivo que possui ca-
racterísticas físicas específicas e se situa em um espaço. Segundo Jones (2015), o círculo, 
o quadrado e o triângulo são tidos como as três formas básicasque apresentam significa-
dos e características específicas, por exemplo; o círculo está ligado a calor e proteção; o 
quadrado com quatro lados iguais indica honestidade e retidão e o triângulo está ligado a 
ação, conflito e tensão.
Dentro de um plano, as formas podem ser combinadas formando outras novas 
formas. No design o espaço é visto de maneiras diferentes, sendo ele o território onde 
nasce as diferentes formas. 
40UNIDADE I Introdução ao Design 40UNIDADE II Elementos do Design
2.1.1 Aplicação prática de forma e espaço
Com base nas definições de forma e espaço, iremos encontrar esses elementos 
nas composições de fachada de edificações e ambientes internos, assim como na modela-
gem e estamparia das peças de roupas. Para isso, a Figura 12 apresenta um vestido onde 
a forma e o espaço estão presentes:
FIGURA 12 - RELEITURA DO VESTIDO MONDRIAN DE YVES SAINT LAURENT
No vestido da Figura 12, podemos verificar que existem várias formas distintas no 
modelo como o quadrado e retângulo; quadrado representado pela estampa, e retângulo 
representado na forma (modelagem) do vestido como um todo. O espaço que essa forma 
ocupa é o corpo das mulheres que estão usando o vestido. 
No design de interiores as formas seguem a mesma proposta de ocupar um 
espaço. A Figura 13 apresenta a fachada o Museu Guggenheim localizado na cidade de 
Bilbao, Espanha:
41UNIDADE I Introdução ao Design 41UNIDADE II Elementos do Design
FIGURA 13 - MUSEU GUGGENHEIM, BILBAO - ESPANHA
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/
museu-guggenheim-de-bilbao-3830433/. Acesso em: 27 set. 2021. 
A imagem acima é composta de formas distintas. No caso da arquitetura, se des-
membrarmos as formas que compõe a fachada do museu teremos o quadrado, retângulo e 
círculo, presentes na fachada e a forma da edificação. 
2.2 A Direção
FIGURA 14 - EDIFÍCIO VISTO DEBAIXO
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/fotografia-de-
worm-s-eye-view-de-um-edificio-alto-373489/. Acesso em: 27 set. 2021.
42UNIDADE I Introdução ao Design 42UNIDADE II Elementos do Design
A direção é outro elemento do design que tem como característica indicar não ape-
nas a direção que um objeto, ambiente ou roupa, segue, mas, também, garantir o equilíbrio 
entre eles. Jones (2015, p.48) indica que “as formas básicas representam direções visuais 
fundamentais e significativas: o quadrado, a horizontal e vertical; o triângulo, a diagonal; o 
círculo, a curva”. 
Em cada uma das direções existe um significado que compreende um todo, por exem-
plo: a forma de direção horizontal e vertical dão a sensação de estabilidade. A forma de direção 
diagonal se opõe a estabilidade. A forma de direção curva representa a repetição e o calor. 
2.2.1 Aplicação prática da direção
Os elementos direção e movimento estão ligados ao elemento linha já que são elas 
que indicam para onde um objeto de dirige. No design de moda a direção está presente nas 
estampas e na modelagem das roupas e no design de interiores/produto a direção está 
presente na fachada dos edifícios e ambientes internos. As Figuras 15 e 16 exemplificam a 
aplicação do elemento direção. 
FIGURA 15 - VESTIDO BRANCO COM BORDADO
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/
ao-dai-sofisticado-moda-tendencia-6895341/. Acesso em: 27 set. 2021.
Na Figura 15, podemos analisar que os bordados no vestido branco se direcionam de 
baixo para cima. Essa sensação visual é provocada pelas linhas e cores presente no modelo. 
43UNIDADE I Introdução ao Design 43UNIDADE II Elementos do Design
FIGURA 16 - SALA DE ESTAR
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/
apartamento-poltrona-livro-teto-6908502/. Acesso em: 27 set. 2021.
Na Figura 16, temos um ambiente que apresenta tons claros. As linhas presentes 
neste ambiente que une sala a cozinha, permitem verificar a direção do ambiente, com foco 
na escada que atravessa de uma ponta a outra da figura, indicando a direção e amplitude 
do local. 
2.3 O Movimento
FIGURA 17 - FACHADA DE EDIFÍCIO VISTA DE BAIXO
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/vista-de-
worm-s-eye-dos-edificios-da-cidade-417273/. Acesso em: 30 set. 2021.
44UNIDADE I Introdução ao Design 44UNIDADE II Elementos do Design
O movimento representa um tipo de mudança e pode estar ligado a objetos está-
ticos que possuem uma configuração que deixa implícito a capacidade de produzir essa 
sensação. Assim:
o movimento numa composição só existe por causa dos elementos compo-
sitivos empregados e pelo modo como foram aplicados. [...] uma linha sinuo-
sa ou uma forma pontuda e triangular e composições diagonais sugerem 
movimento, em contrapartida, as configurações retilíneas parecem estáticas. 
(JONES, 2015, p. 45).
Tanto no design de moda, quanto no design de interiores/produto, o movimento 
pode ser representado pelas linhas curvas e sinuosas e as linhas diagonais. Essas formas 
dão dinamismo para ambientes, looks e produtos em geral.
2.3.1 Aplicação prática do movimento
Agora que compreendemos o que é o movimento, vamos analisar algumas aplica-
ções deles voltadas para o design de moda e interiores/produto. Assim as Figuras 18 e 19, 
ilustram essa representação
FIGURA 18 - VESTIDO ESVOAÇANTE
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/9052723/. Acesso em: 30 set. 2021.
Na Figura 18 podemos observar que o movimento é atribuído pela leveza do tecido 
e na ação da modelo ao mexer seus braços. Essa é a proposta desse elemento aplicado 
a moda. O movimento não está ligado somente a leveza dos tecidos, mas, também, na 
elaboração de estampas que podem provocar essa sensação. 
45UNIDADE I Introdução ao Design 45UNIDADE II Elementos do Design
FIGURA 19 - RESTAURANTE
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/cadeiras-de-sofa-vermelhas
-ao-lado-da-parede-de-vidro-dentro-do-predio-633269/. Acesso em: 27 set. 2021.
A Figura 19 tem como ambiente um restaurante que possui formas/linhas arre-
dondadas. Essa característica pressupõem o movimento já que as linhas circundam todo 
o ambiente, direcionando o olhar o observador. Assim como na imagem que abre nosso 
subtópico 2.3, que expõe a facha de um prédio com linhas curvas e sinuosas, conferindo a 
mesma sensação de movimento. 
E ai?! O que você está achando das nossas discussões? Está claro até aqui?! Para 
compreender melhor cada elemento do design é preciso exercitar! Portanto, convido você 
a fazer pesquisas de imagens e praticar. Esse processo de identificação e leitura visual só 
é possível com exercícios. 
46UNIDADE I Introdução ao Design 46UNIDADE II Elementos do Design
3. ELEMENTOS DO DESIGN: VOLUME, DIMENSÃO, ESCALA E PROPORÇÃO
Neste tópico, vamos dar continuidade nas discussões sobre os elementos do design 
e sua aplicabilidade no design de moda, interiores e produto. Vamos analisar os conceitos 
de volume e dimensão; escala e proporção, procurando entender que são elementos co-
nectados, a existência de um pressupõe a existência do outro.
 
3.1 Volume e Dimensão
O volume está presente nos objetos de design. Ele pode ser físico, real, sólido e 
pode ser criado nas artes e em projetos de superfícies planas. Leborg (2015, p. 13) concei-
tua o volume como “um espaço vazio definido por pontos, linhas e planos que se expressa 
por projeções nas três dimensões do espaço”.
Conciliado ao elemento volume está dimensão, já que as coisas que passam pelos 
nossos sentidos possuem altura, largura e profundidade. Dondis (1998, p. 78) sobre di-
mensão orienta que “a dimensão real é o elemento dominante no design, na escultura e na 
arquitetura, e em qualquer material visual em que se lida com o volume total e real”. 
3.1.1 Aplicação prática do volume e da dimensão
No design de moda o volume e a dimensão podem ser percebidos através dos 
babados e camadas de saias, vestidos e decotes. Além da modelagem de ombreiras e 
calças boca de sino. AFigura 20 indica a aplicação do volume e da dimensão:
47UNIDADE I Introdução ao Design 47UNIDADE II Elementos do Design
FIGURA 20 - VESTIDO PRETO E ROXO COM BABADOS
Observarmos os elementos volume e dimensão no efeito visual que os babados e 
as camadas da saia do vestido provocam. O mesmo pode ser aplicado na Figura 21 que 
representa uma sala de estar.
FIGURA 21 - SALA DE ESTAR
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/foto-
de-uma-estante-de-madeira-2883049/. Acesso em: 27 set. 2021.
48UNIDADE I Introdução ao Design 48UNIDADE II Elementos do Design
A grande intervenção nessa figura que possibilita identificar o volume e a dimensão 
do ambiente é a estante em madeira com diversos nichos. Os dois elementos são percebi-
dos através da amplitude da sala espaçosa e, também, pela disposição dos móveis. 
3.2 Escala e Proporção
FIGURA 22 – OVOS DECORATIVOS EM DIFERENTES ESCALAS
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/passaro-
ave-passarinho-frango-7512509/. Acesso em: 27 set. 2021.
A escala diz respeito às dimensões de um objeto ou diz respeito a sua representação 
e o objeto real que ele representa (JONES, 2015). A escala está vinculada ao contexto em 
que ela está inserida. “O controle da escala pode fazer uma sala grande parece pequena 
e aconchegante, e uma sala pequena, aberta e arejada. Esse efeito se estende a toda a 
manipulação do espaço por mais ilusório que possa ser” (DONDIS, 1998, p.75).
A escala é utilizada baseando-se em um referencial. Dessa forma, quando o design 
cria um projeto ele deve estar embasado por um objeto/produto referencial. Que permite 
desenvolver todos os outros produtos. 
Tanto para o design de moda quanto para o design de interiores e produto, escala 
e proporção podem ser percebidos em um projeto. Na moda utiliza-se para o desenvolvi-
mento da modelagem/criação técnica das roupas, e no design de interiores e produto, para 
o desenvolvimento de ambientes e objetos e, também, das plantas em três dimensões do 
projeto. No entanto, não é apenas no projeto que esses elementos podem ser analisados, 
como também no tamanho de um objeto em relação a um ponto ou outro objeto. 
49UNIDADE I Introdução ao Design 49UNIDADE II Elementos do Design
3.2.1 Aplicação prática da escala e da proporção
A aplicação prática da escala e da proporção podem ser percebidas nas Figuras 23 
e 24, respectivamente: 
 FIGURA 23 - VITRINA FIGURA 24 - MESA COM OBJETOS
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/boutique
-butique-cidade-meio-urbano-5642606/. Acesso em: 27 set. 2021.
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/mesa-com-bustos-
de-pedra-e-vidros-ornamentais-em-oficina-5302829/. Acesso em: 27 set. 2021.
Na Figura 23 podemos observar a vitrina de uma loja. Em um primeiro momento 
conseguir analisar que a proporção do espaço, que neste caso é amplo, devido a compara-
ção visual que realizamos em relação a disposição dos manequins. Além disso, observa-se 
que as roupas em exposição possuem proporções diferentes. Essa análise da proporção é 
possível porque os manequins estão no mesmo nível do chão. 
Na Figura 24 temos um exemplo semelhante, os objetos que estão sobre a mesa 
possuem proporções diferentes e isso, também, é possível ser percebido pois estão em 
um mesmo nível. 
A proporção e escala podem ser percebidas na moda também nos diversos tama-
nhos de mangas, babados, bolsos e entre outros elementos. No design de interiores e de 
produto, elas também podem ser percebidas pela amplitude dos ambientes e dos móveis e 
objetos que integram os espaços. 
50UNIDADE I Introdução ao Design 50UNIDADE II Elementos do Design
4. ELEMENTOS DO DESIGN: TEXTURA, PADRONAGEM, LUZ E COR
No último tópico da nossa unidade sobre elementos do design vamos conhecer os 
elementos textura, padronagem, luz e cor e sua aplicação voltada para as áreas do design 
que estamos vendo no decorrer do nosso conteúdo, e reconhecer a importância desses 
mesmos elementos para a criação e desenvolvimento dos produtos. 
4.1 Textura e Padronagem
A textura é responsável por aguçar um dos sentidos. Um projeto de design é sem-
pre composto de diferentes texturas e padronagens. Seja no design de moda, interiores ou 
produto “texturas podem ser visuais ou táteis, incluindo características físicas de superfície 
ou de aparência ótica dessa superfície” (TREPTOW, 2013). 
As texturas palpáveis afetam a maneira como uma peça é sentida pelas 
mãos, mas também afetam a aparência. Uma superfície lisa ou brilhante, por 
exemplo, reflete a luz de moda diferente de uma outra, porosa e fosca. A be-
leza da textura no design encontra-se com frequência na pregnância de sua 
justaposição ou contraste (LUPTON e PHILLIPS, 2008, p. 53)
As texturas colaboram a estabelecer a relação entre indivíduo e objeto indepen-
dentemente de quais são as técnicas utilizadas para representar a textura. No design de 
moda a textura pode ser notada através da superfície dos tecidos que podem ser rugosos, 
lisos ou ásperos; na aplicação dos aviamentos como tachas, botões, pedrarias entre outros 
e na aplicação de estampas. Já no design de interiores e produto, textura e padronagem 
podem ser encontrados na superfície de mobiliários em geral e nos acabamentos feito nas 
paredes, chão e demais espaços. 
51UNIDADE I Introdução ao Design 51UNIDADE II Elementos do Design
4.1.1 Aplicação prática da textura e da padronagem
Agora vamos verificar através das Figuras 25 e 26 as aplicações da textura e da 
padronagem no design de moda, interiores e produto:
FIGURA 25 - FACHADAS FIGURA 26 - SÁRI INDIANO
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/
edificio-de-concreto-preto-e-cinza-2556001/. Acesso em: 27 set. 2021.
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/vestimenta-
indumentaria-autentico-genuino-8881954/. Acesso em: 27 set. 2021.
Na Figura 25, podemos analisar que os tijolos das fachadas dos prédios, além de 
apresentar um padrão de disposição nas fachadas, é possível observar visualmente a pre-
sença a textura. O mesmo ocorre na Figura 26, em que temos um sári indiano, o bordado 
em pedrarias no tecido possui um padrão e nos permite verificar que existe uma textura. 
4.2 Luz e Cor
Nossos últimos elementos são luz e cor. Na verdade, os dois não existem se-
paradamente. Dondis (1998, p.61) indica que “as variações de luz ou de tom sãos os 
meios pelos quais distinguimos oticamente a complexidade da informação visual do 
ambiente”. Dessa forma, pode-se dizer que a luz e cor estão presente em todas os 
objetos que o homem produz. 
52UNIDADE I Introdução ao Design 52UNIDADE II Elementos do Design
A cor existe, literalmente, no olho do observador, pois só podemos percebê-
-la quando a luz é refletida por um objeto ou emitida por uma fonte. Nossa 
percepção da cor depende não apenas da pigmentação das superfícies em 
si como também da intensidade e do tipo da luz do ambiente. Mais que isso: 
percebemos uma determinada cor em função de outras cores em torno dela. 
Por exemplo, um tom claro parece mais claro contra um fundo escuro do que 
contra um pálido (LUPTON e PHILIPS, 2008, p. 71)
Ao entender que luz e cor estão presentes em todas as coisas podemos observar 
de forma prática a sua aplicação no design de moda, interiores e produto, como explicitam 
as Figuras 27 e 28 do tópico 4.2.1
4.2.1 Aplicação prática da luz e da cor
 FIGURA 27 - FACHADA FIGURA 28 - ESTILO COLOR BLOCK
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/
foto/projeto-arquitetonico-2957862/. Acesso em: 27 set. 2021.
Fonte: PEXELS. Disponível em: https://www.pexels.com/pt-br/foto/anonimo-
vestimenta-indumentaria-arte-7516556/. Acesso em: 27 set. 2021.
A partir das Figuras 27 e 28, vemos a aplicação das cores em nas áreas do design 
de moda e interiores, e sua importância para chamar a atenção visual e enfatizar criações. 
Com isso, podemos dizer

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