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RESUMO DE RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO (Direito Administrativo)

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RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 
 
EVOLUÇÃO HISTÓRICA E TEORIAS 
 
Teoria da Irresponsabilidade do Estado: o dirigente público era quem 
determinava o que era certo ou errado. O Estado não respondia por seus atos. 
(Comum em Monarquias Absolutistas - No Brasil não tivemos essa fase da 
irresponsabilidade). Ainda nessa fase, alguns países já admitiam a responsabilização 
do Estado se alguma lei específica a definisse. 
 
Teoria da Responsabilidade com previsão legal: O Estado passou a ser 
responsável em casos pontuais, sempre que houvesse previsão legal específica para 
responsabilidade. Eram situações muito restritas. No Brasil, surgiu com a criação do 
Tribunal de Conflitos, em 1873. 
 
Teoria da Responsabilidade Com Culpa ou da Resp. Subjetiva (teoria 
civilista): se começou a admitir a responsabilidade sem a necessidade de 
expressa dicção legal, mas apenas para os atos de gestão do Estado, e não 
para os de império. 
 
➢ Ou seja, quando o Estado praticava um ato de gestão, se submetia às 
regras de Direito Civil, logo, se submetia à Responsabilidade Subjetiva. Mas 
tinha que comprovar que o agente estatal agiu ao menos com culpa. 
(Comprovação de alguns elementos: conduta do Estado, dano e nexo de 
causalidade, além do elemento subjetivo: culpa ou dolo do agente). 
 
➢ Caso o Estado viesse a praticar um ato de império seria irresponsável, já 
que este ato seria tutelado pelo direito público e imune à regulamentação 
do direito privado. 
 
➢ O lesado então tinha a difícil missão de diferenciar, no caso concreto, o ato 
de império do ato de gestão, e de identificar a conduta dolosa ou culposa do 
agente público responsável pelo dano. 
 
➢ Assim foi o surgimento da responsabilidade subjetiva. É chamada de fase 
civilista, porque a responsabilização do ente público ocorre nos moldes do 
direito civil. No Direito Brasileiro, a responsabilidade subjetiva tinha 
embasamento no Código Civil de 1916, ora revogado. 
 
➢ Como era quase impossível para a vítima provar a culpa do agente, e, para 
manter uma maior proteção dos administrados, houve uma evolução 
doutrinária para a Teoria da Culpa do Serviço. 
 
Teoria da Culpa do Serviço/Teoria faute du service/Teoria da Culpa 
Administrativa/Teoria da Culpa Anônima/Teoria da Culpa Não 
Individualizada: Para maior proteção à vítima chegou-se à Responsabilidade 
Subjetiva baseada na culpa do serviço. 
 
➢ Nesse caso, a vítima apenas deve comprovar que o serviço foi mal 
prestado ou prestado de forma ineficiente, ou, ainda, com atraso, sem 
necessariamente apontar o agente causador. Ou seja, o lesado tinha que 
demonstrar que o Estado tinha o dever legal de agir e falhou por: não prestar 
o serviço; prestar de forma insuficiente; prestar com atraso. 
 
➢ Não se baseia na culpa do agente, mas do serviço como um todo, por 
isso denomina-se Culpa Anônima. 
 
“A evolução da responsabilidade civil do Estado é marcada pela busca 
crescente da proteção do indivíduo e da limitação da atuação estatal. 
Superada a fase da irresponsabilidade estatal, iniciou-se a etapa da 
responsabilização do Estado fundamentada na culpa dos agentes públicos, 
com a distinção entre atos de império e atos de gestão. Essa distinção 
ampara-se na Teoria da Culpa Individual.” (CESPE/2017/TRE-BA) 
 
Até hoje essa teoria é adotada no Brasil quando se trata de responsabilidade civil do 
Estado em razão de dano decorrente de omissão. 
 
Ademais, é necessário que o lesado demonstre o nexo de causa e efeito entre a falha 
do Estado e o seu prejuízo, razão pela qual não se pode alegar responsabilidade civil 
do Estado por roubos, furtos e outros delitos praticados por criminosos, sob o 
argumento genérico de que houve “falha na prestação do dever de segurança 
pública”, vez que o Estado não é onipresente, ou seja, ele não é capaz de evitar todos 
os ilícitos criminais. 
 
Por outro lado, caso seja demonstrada uma falha específica do Estado na prestação 
do serviço de segurança pública, haverá a responsabilidade de reparar os prejuízos 
decorrentes de sua omissão, como ocorre em situações de assaltos reiterados no 
mesmo local e horário, sem que o Poder Público adote as providências necessárias 
para evitá-los. Outro exemplo é quando ocorre um acidente em uma rodovia federal 
exclusivamente em decorrência da má conservação da via. 
 
Continuava difícil a tarefa de provar que o serviço não era bem prestado pelo Estado. 
Assim evoluiu-se para a Responsabilidade Objetiva. 
 
Teoria do Risco Administrativo ou Teoria da Responsabilidade Objetiva: 
Ainda que o Estado atue de forma legítima, ou seja, que os seus agentes não 
tenham a intenção (dolo) de causar prejuízo, nem tenham agido com 
negligência, imprudência ou imperícia (culpa), caso essa atuação estatal 
venha a causar prejuízo a um ou alguns poucos, esse prejuízo deve ser 
suportado pelo Estado, em face do risco inerente à atividade pública que, 
buscando propiciar benefícios para a coletividade, pode, de forma legítima, 
causar prejuízo a alguns, estando, nesse caso, obrigada a reparar o dano. 
 
➢ Por ser mais poderoso, o Estado tem que arcar com um risco maior (Risco 
Administrativo). 
 
➢ Ela convive com a Teoria da Culpa Administrativa. 
 
 
➢ Essa teoria admite a exclusão da responsabilidade em determinadas 
situações em que haja a exclusão de algum dos elementos desta 
responsabilidade. 
 
➢ A atividade administrativa tem como finalidade alcançar o bem comum e se 
trata de uma atividade potencialmente danosa. Por isso, surge a obrigação 
econômica de reparação de dano pelo Estado pelo simples fato de assumir o 
risco de exercer tal atividade, independentemente da má prestação do serviço 
ou da culpa do agente público faltoso. 
 
➢ Conceito: é a obrigação de indenizar que incumbe a alguém em razão de um 
procedimento lícito ou ilícito que produziu uma lesão na esfera juridicamente 
protegida de outrem. Basta comprovar a mera relação causal entre o 
comportamento de um agente público e o dano, sendo indiferente, neste 
momento, se o agente público agiu ao menos com culpa. Um dos fundamentos 
é o princípio da Legalidade, assim como o Princípio da Isonomia e da 
Igualdade. 
 
➢ Elementos: conduta (lícita ou ilícita), dano e nexo de causalidade (ou 
demonstração de que a conduta do agente foi preponderante e determinante 
para a ocorrência do evento danoso ensejador da responsabilidade). 
 
➢ Obs. Se o agente público comprovar que agiu com diligência, prudência e 
perícia e que não teve a intenção de causar qualquer espécie de dano, ele 
estará isento de responsabilização pessoal perante o Estado, mas não 
influencia na responsabilidade do ente público. 
 
➢ Obs2. Em caso de condutas lícitas, a conduta deve causar um dano anormal 
e específico (pois não se pode permitir que o ônus do benefício a toda 
coletividade recaia sobre uma pessoa ou pequeno grupo. 
 
Teoria da Responsabilidade Integral: O Estado seria responsável sempre que 
presente no evento lesivo. Ou seja, essa teoria não admite as excludentes de 
responsabilidade. 
 
➢ Parte da premissa de que o ente público é garantidor universal, razão pela 
qual a simples existência do dano e do nexo causal é suficiente para que surja 
a obrigação de indenização. 
 
➢ Não admite nenhuma das excludentes de responsabilidade. NÃO se adota a 
causalidade adequada, não se admitindo a exclusão do nexo causal, sendo o 
ente público responsável ainda que sua conduta concorra apenas 
remotamente para a prática do dano. 
 
➢ Para parte da doutrina, essa Teoria é utilizada em situações excepcionais, 
a saber: 
 
➢ Dano decorrente de atividade nuclear exercida pelo Estado ou 
autorizada por ele. (Abarca atos comissivos e omissivos) 
 
➢ Dano ao Meio Ambiente: Se aplica aos atos comissivos. Em 
relação aos atos omissivos, o STF vem se posicionando a favor de 
que a Teoria do Risco Integral ainda se aplica. No entanto, a 
responsabilidadeobjetiva do Estado será de execução subsidiária, 
sendo necessário o prévio esgotamento das tentativas de cobrança 
de indenização do poluidor direto. 
 
➢ Acidente de trânsito/Seguro DPVAT obrigatório: o Estado não 
figura no polo passivo da ação judicial. Esta é proposta em face de 
alguma seguradora que arcará com os prejuízos, utilizando os 
valores do seguro obrigatório. 
 
➢ Crimes ocorridos a bordo de aeronaves que estejam 
sobrevoando o espaço aéreo brasileiro e danos decorrentes de 
ataques terroristas. 
 
OBS. Para Maria Sylvia Zanella di Pietro, não há distinção entre as teorias do 
risco integral e do risco administrativo. 
 
“De acordo com a Teoria do Risco, a demonstração de culpa não é necessária 
para se impor ao Estado responsabilidade objetiva.” (CESPE/2015/TRE-RS) – Isso 
porque, em ambas as Teorias do Risco, a demonstração de culpa não é 
necessária. 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO NA CF/88 
 
➢ BRASIL: Resp. Objetiva, desde a Constituição de 1946, sendo que a CF88 
não inovou o ordenamento jurídico, já que, a partir de 1946, com todas as 
constituições seguintes, o texto somente era aperfeiçoado para chegar ao 
texto hoje expresso. 
 
*Código Civil. Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são 
responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a 
terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por 
parte destes, culpa ou dolo. 
 
Art. 37, §6º, CF. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado 
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, 
nessa qualidade*, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o 
responsável nos casos de dolo ou culpa. 
 
*É necessário que o agente público esteja no exercício da função (in officio) 
ou a pretexto de exercê-la (propter officium). (Oficialidade da Conduta) 
➢ Exemplo: Um policial fardado, com a arma da corporação, que atira em 
pessoas envolvidas em uma briga de bar. Há responsabilidade estatal, ainda 
que o policial não esteja em serviço, pois guardava toda a aparência de estar 
exercendo sua função. Nesse caso, entendesse que há fato administrativo e 
que a Administração concorreu com culpa in elegendo (culpa na escolha do 
agente público) ou culpa in vigilando (culpa na fiscalização de sua atuação). 
➢ Exemplo que está no livro do Matheus Carvalho: determinado policial militar 
que, mesmo estando fora do horário de serviço e sem farda, atira em alguém 
com a arma da corporação, com a intenção de separar uma briga de rua, 
gerando sua conduta responsabilização do ente estatal. 
 
*OBS. Recente alteração na LINDB: dispõe que o agente público responderá 
pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas, em caso de dolo ou erro 
grosseiro. É como se o dispositivo, tacitamente, retirasse da esfera de 
responsabilização do agente público os atos praticados com mera culpa, ao exigir o 
dolo ou erro grosseiro para sua responsabilização. 
 
AGENTES DA RESPONSABILIDADE CIVIL ESTATAL 
 
Abarca todos que atuam na prestação de serviços públicos. 
 
As Sociedades de Economia Mista e as Empresas Públicas somente se 
incluem nesse dispositivo quando criadas para a prestação de serviços 
públicos. A responsabilidade civil do Estado não abarca as empresas estatais que 
exploram atividade econômica. 
 
Também se submetem à responsabilidade civil estatal os particulares prestadores 
de serviço público por delegação, como é o caso das concessionárias e 
permissionárias de serviços. Nesse caso, a responsabilidade é objetiva e direta, 
e o Estado tem responsabilidade subsidiária (e objetiva) por esta atuação. (Ou 
seja, somente é possível a responsabilização do Estado após o esgotamento das 
tentativas de pagamento por parte da empresa) (FCC/2015/TRT15 – Se o Estado 
não fiscalizar as atividades pode ser demandado para Responsabilidade 
Solidária) 
 
Obs. Em nome do Princípio da Isonomia, ainda que o dano seja causado a terceiro 
não usuário do serviço público, a responsabilidade também será objetiva 
(STF/2009). 
 
Obs. Princípio da Impessoalidade: a responsabilidade é atribuída à pessoa jurídica, 
já que o ato praticado pelo agente não é dele, mas sim da pessoa que ele representa. 
 
“Se um servidor de um TRE causar dano à 3º, eventual ação de reparação deve ser 
proposta em face da União, já que o TRE é apenas um órgão federal.” 
(CESPE/2009/TRE-PR) – Lembrando que a Defesa será feita pela AGU (Lembrar que 
os órgãos não respondem pelos danos, mas sim os entes aos quais pertencem, já 
que os órgãos não têm personalidade jurídica e não são sujeitos de direitos e 
deveres). 
 
Obs. A definição de agente público abarca todos aqueles que atuam em nome do 
Estado, ainda que temporariamente e sem remuneração, seja a qualquer título, com 
cargo, emprego, mandato ou função. Abarca os agentes políticos, os servidores 
estatais (sejam eles temporários, celetistas ou estatutários), e também os 
particulares em colaboração com o Poder Público. Abarca inclusive os atos de 
terceirizados, contratados por interposta pessoa para prestar serviços nos órgãos 
públicos. 
 
“Exemplo: Se um empregado de uma terceirizada contratada pela Adm. para prestar 
serviço de transporte de materiais causar dano à 3º.” (CESPE/2015/TRE-GO) 
 
Responsabilidade Objetiva: conduta + dano + nexo de causalidade 
 
Conduta: deve ser de um agente público que atue nesta qualidade ou, ao menos, 
se aproveitando da qualidade. (CESPE = FATO ADM.). Obs. O entendimento 
majoritário da doutrina é que a conduta que enseja a responsabilidade objetiva do 
ente público é a conduta comissiva. Em caso de omissão dos agentes, a 
responsabilidade se configura subjetiva. 
 
“Um ato, ainda que lícito, praticado por agente público e que gere ônus exorbitante 
a um cidadão, pode resultar em responsabilidade civil do Estado.’ 
(CESPE/2016/ANIVSA/Técnico Adm.) 
 
Dano: são os danos jurídicos, ou seja, dano a um bem tutelado pelo direito, ainda 
que exclusivamente moral. 
 
No caso de dano decorrente de ATO LÍCITO, a responsabilidade do ente estatal 
depende da comprovação de que este dano foi anormal e específico. Isto 
porque, a responsabilização do Estado por conduta lícita praticada por seus agentes 
se lastreia no Princípio da Isonomia. Assim, se em uma atuação que visa ao benefício 
de toda a coletividade, o ente público causa um prejuízo diferenciado a uma pessoa 
ou pequeno grupo, para evitar que essa pessoa (ou grupo) suporte sozinha o ônus 
do benefício coletivo, surge o dever de indenizar do Estado. 
 
Então os danos normais, genéricos, que decorram de condutas lícitas do ente 
público resultam do chamado Risco Social, ao qual todos os cidadãos se 
submetem para viver em sociedade. Se o dano é genérico, todo mundo tem que 
suportar. (Exemplo: poluição das grandes cidades). 
 
Obs. Um mesmo ato pode ensejar um dano anormal a alguns administrados e 
não a outros. (Teoria do Duplo Efeito dos Atos Administrativo). – Não se pode 
embasar um pedido de indenização no fato de outrem ter sido indenizado, ainda que 
pelo mesmo ato. 
 
Nexo de Causalidade: Como regra, o Brasil adota a Teoria da Causalidade 
Adequada, ou seja, o Estado responde, desde que sua conduta tenha sido 
determinante para o dano. 
 
➢ Assim, se condutas posteriores, alheias à vontade do Estado, causarem o 
dano, ocorre a teoria da interrupção do nexo causal, que exclui a 
responsabilidade estatal. 
 
➢ Interrompe-se o nexo de causalidade todas as vezes em que a atuação 
do agente público não for suficiente, por si só, a ensejar o dano ora 
reivindicado. São as chamadas hipóteses excludentes de responsabilidade 
do Estado: Caso Fortuito, Força Maior e Culpa Exclusiva da Vítima. 
 
➢ Obs. Culpa Concorrente: apenas reduz o valor da indenização (não é 
uma excludente da responsabilidade estatal). 
 
➢ Caso Fortuito/Força Maior: Acontecimento imprevisível,inevitável e desejado. 
(Caso Fortuito: decorre de ato humano/Força Maior: decorre da natureza) 
 
➢ Caso Fortuito: Há corrente no sentido de que somente o Fortuito Externo 
exclui a responsabilidade. 
 
“Para Di Pietro, o CASO FORTUITO é quando o dano decorre de ato humano. 
Por isso, nem sempre será uma excludente de responsabilidade civil do Estado, 
pois se houver falha específica do Poder Público, este terá o dever de 
indenizar.” (CESPE). 
 
RESPONSABILIDADE POR OMISSÃO DO ESTADO 
 
Aplica-se a Responsabilidade Subjetiva. Não depende da demonstração de dolo 
ou culpa do agente público, mas sim da responsabilização decorrente da Culpa 
Anônima (má prestação do serviço, prestação ineficiente ou prestação 
atrasada, ensejadora do dano). 
 
Elementos da Responsabilidade do Estado em caso de omissão de seus agentes: 
comportamento omissivo, dano, nexo de causalidade e culpa do serviço 
público. (Depende da ocorrência de ato omissivo ilícito, ou seja, a omissão do 
agente deve configurar a ausência do cumprimento de seus deveres 
legalmente estabelecidos – negligência na atuação estatal). 
 
Assim, o Estado não responde por fatos da natureza e por atos de terceiros 
ou de multidões (mas cabe à Adm. o ônus de provar que deve ser afastada sua 
responsabilidade) 
 
“A responsabilidade do Estado por conduta omissiva caracteriza-se 
mediante a demonstração de culpa, de dano e de nexo de causalidade”. 
(CESPE/2017/TRE-PE) – Mas lembrar que é a Culpa Anônima (Culpa de 
Serviço) e não do agente ou negligência do agente. 
 
*Princípio da Reserva do Possível: para que haja a responsabilização do Estado, deve-
se analisar se seria possível ao ente estatal impedir a ocorrência do dano, dentro de 
suas possibilidades orçamentárias. 
 
Tratando-se de ato omissivo do Poder Público, a responsabilidade civil é SUBJETIVA, 
pelo que exige dolo ou, pelo menos, culpa, numa de suas três vertentes: negligência, 
imprudência ou imperícia, não sendo, portanto, necessário individualizá-la, dado que 
pode ser atribuída ao serviço público de forma genérica. OBS. Precisa de nexo causal 
entre o dano e a omissão estatal (conduta). 
 
*Omissão Genérica (Falha do Serviço): Responsabilidade Subjetiva. 
*Omissão Específica: Responsabilidade Objetiva. 
 
*Teoria do Risco Criado (Risco Suscitado): Em algumas circunstâncias, o Estado 
cria situações de risco que levam à ocorrência de dano. Por meio de um 
comportamento positivo, o Estado assume grande risco de gerar dano a particulares. 
Assim, nesses casos, o Estado responde objetivamente por ele, ainda que não 
demonstre conduta direta de um agente público. As situações mais corriqueiras 
decorrem da guarda de pessoas ou de coisas. 
 
A Doutrina mais moderna diz que, todas as vezes que o Estado detém alguém 
ou alguma coisa sob sua custódia, está-se diante de uma situação de RISCO 
DIFERENCIADO quanto à pessoa. Isso inclui detentos que fogem e causam danos 
logo após a fuga, porque, neste caso, há a extensão da custódia. O risco criado, que 
também denominamos Risco Suscitado, gera responsabilidade objetiva do 
estado, pelos danos causados ao custodiado e pelo custodiado. 
 
➢ O Estado responderá ainda que haja uma situação de caso fortuito, 
bastando a comprovação de que este fortuito só foi possível em 
virtude da custódia do ente estatal (Fortuito Interno – caso fortuito). 
 
➢ À contrário senso, se um preso é atingido por um raio dentro do 
presídio, a princípio, não haveria responsabilização do Estado, haja 
vista decorrer de um fortuito externo (ou força maior), ou seja, 
totalmente alheio e independente da situação da custódia. 
 
➢ A responsabilização, nesses casos, dependerá somente da 
comprovação de que a custódia é uma condição sem a qual o dano 
não teria ocorrido (Teoria da Conditio sine qua non), mesmo que 
situações supervenientes tenham contribuído para o dano. 
 
➢ “Ex. Morte de um detento causada por um 3º durante rebelião.” 
(CESPE/2011/TRE-ES)(FCC/2016/Pref. Teresina-PI). 
 
“Determinada professora da rede pública de ensino recebeu ameaças de agressão 
por parte de um aluno e, mais de uma vez, alertou à direção da escola, que se 
manteve omissa. Nesse caso, caso se consumam as agressões, a indenização será 
devida pelo Estado, desde que presentes os elementos que caracterizem a culpa.” 
(CESPE/2013/TRE-MS). 
 
“Maria, professora da rede pública, recebeu de um aluno ameaças de agressão e, 
mais de uma vez, avisou à direção da escola, que se manteve inerte. Com a 
consumação das agressões pelo aluno, a professora ajuizou ação indenizatória contra 
o Estado. Nesse caso, a responsabilidade do Estado derivou do descumprimento do 
dever legal a ele atribuído, de impedir a consumação do dano.” (CESPE/P2017/TRE-
BA). 
 
PAGAMENTO DA INDENIZAÇÃO 
 
“Não precisa ser necessariamente via judicial, pois a Adm. está legitimada a, 
por si só, reconhecer a sua responsabilidade e definir o valor.” (CESPE/2010/TRE-
MT) 
 
“No caso da via adm., a Adm. é obrigada a pagar o montante indenizatório de 
uma vez só, em dinheiro, de maneira a recompor plenamente o bem ou o interesse 
lesado.” (CESPE/2011/STM) 
 
RESPONSABILIDADE DO AGENTE PÚBLICO 
 
A responsabilidade do agente público é subjetiva, ou seja, depende de comprovação 
de dolo ou, pelo menos, culpa, dele, e só se procede mediante ação de regresso do 
Estado. 
 
“Em regra, o agente público só responde quando atua nessa qualidade, ou seja, em 
razão da função ou no exercício dela. Mas, excepcionalmente, responderá 
mesmo por conduta fora das suas funções e fora do expediente.” (CESPE) – 
Ex. do Policial. 
 
“O agente público deve ter agido nessa qualidade, sendo irrelevante o fato de ele 
atuar dentro, fora ou além de sua competência legal.” (CESPE/2013/TRE-MS). 
 
“O Estado responderá objetivamente, ainda que o agente esteja acobertado 
por causa excludente de ilicitude PENAL.” (CESPE) – Nesse caso, o agente não 
poderá ser responsabilizado em ação de regresso, mas o Estado responderá 
normalmente. 
 
De acordo com o STF, não é possível ação diretamente em face do agente 
público. E isso decorre da Teoria da Dupla Garantia: garantia à vítima e ao 
agente. Decorre também do Princípio da Impessoalidade e Teoria do Órgão. 
 
Já o STJ, em 2014, se manifestou em sentido diverso e admitiu a ação de 
reparação civil pela vítima diretamente em face do agente público, em razão 
da busca por economicidade e eficiência processual. Nesses casos, a vítima 
necessariamente terá que comprovar o dolo ou, ao menos, a culpa, do 
agente público, para vencer a lide. 
 
*A matéria ainda é controversa. 
 
*Discute-se a possibilidade de denunciação à lide. A doutrina majoritária e o STF 
entendem que não é possível, pois geraria uma ampliação subjetiva do mérito, 
acarretando prejuízo à celeridade na prestação jurisdicional. 
 
*O STJ vem admitindo a denunciação à lide deixando claro que o Estado não está 
obrigado a fazê-lo. O fundamento é a garantia de economia processual, eficiência e 
celeridade. 
 
*NOVO CPC (art. 125): Com o novo CPC, a denunciação à lide passa a ser uma opção 
do réu e não uma exigência, conforme já era pacificado pela Doutrina. 
 
PRAZO PRESCRICIONAL 
 
A prescrição do direito de se impetrar ação de reparação em face do Estado é 
quinquenal, conforme estabelecido pelo artigo 1º, do Decreto 20.910/32 (STJ). 
 
(Por um tempo, o STJ fixou o entendimento de que seria de 3 anos esse prazo, nos 
termos do Código Civil, admitindo que ele teria revogado o Decreto acima 
mencionado. Porém, depois voltou a reconhecer o estabelecido no Decreto). 
 
A Doutrina também entende que é de 5 anos, pois o Código Civil é lei geral e, 
portanto, não poderia alterar lei especial. 
 
Com relação ao prazo prescricional para ação regressiva, o art. 37, §5º, da CF 
dispõe que são imprescritíveis as ações de ressarcimentos. 
 
No entanto, recentemente, o STF decidiu, com repercussão geral,que a 
imprescritibilidade do art. 37, §5º, CF, diz respeito apenas a ações de 
ressarcimento de danos ao erário decorrentes de atos praticados por qualquer 
agente, servidor ou não, tipificados como ilícitos dolosos de improbidade ou 
como ilícitos penais. 
➢ Assim, segundo esse entendimento atual do STF, exclui-se da 
imprescritibilidade os danos decorrentes de ilícitos civis e os atos de 
improbidade administrativa culposos. Também se exclui da 
imprescritibilidade, a ação de ressarcimento ao erário baseada em decisão de 
Tribunal de Contas, pois as decisões desses tribunais que resultem imputação 
de débito ou multa têm eficácia de título executivo, e em momento algum 
analisam a existência ou não de ato doloso de improbidade administrativa. 
 
RESPONSABILIDADE POR ATOS LEGISLATIVOS 
 
A regra que prevalece em relação a atos legislativos é a da irresponsabilidade, porque 
a edição de leis, por si só, não tem o condão de acarretar danos indenizáveis aos 
membros da coletividade, em face de sua abstração. 
 
Leis de efeitos concretos (= atos administrativos) 
 
Algumas leis, embora promulgadas pelo Legislativo, ostentam a qualidade de lei em 
sentido formal, mas não em sentido material, configurando verdadeiros atos 
administrativos. Delas decorrem responsabilidade civil do ente que as emanou, 
nos mesmos moldes da responsabilidade civil do Estado por atos 
administrativos, com base na teoria do risco administrativo. 
Esse tipo de lei atinge pessoas determinadas, fugindo às características de abstração 
e generalidade inerentes aos atos administrativos, e acabam acarretando ônus não 
suportados pelos demais membros da coletividade. 
 
Leis em sentido formal e material (= atos legislativos típicos) 
 
São normas gerais e abstratas, e, como regra geral, não importam em 
responsabilidade civil do Estado por sua edição, uma vez que, normalmente, não 
causam dano específico a ninguém e o prejuízo eventualmente causado será geral à 
coletividade. 
 
Ademais, a função legislativa e seus atos configuram parcela de soberania do Estado 
com o poder de alterar e criar situações fáticas e jurídicas, com limite exclusivamente 
constitucional. 
 
Excepcionalmente, é possível a responsabilidade do Estado por atos legislativos, 
desde que decorra, diretamente da lei, dano específico a alguém, e, 
cumulativamente, o ato normativo seja declarado inconstitucional. 
 
➢ Obs. A Doutrina Majoritária entende que a inconstitucionalidade da lei deve 
ser declarada por meio de ação direta, em controle concentrado exercido 
pelo STF, já que tem efeito erga omnes. 
 
RESPONSABILIDADE DO ESTADO POR ATOS JUDICIAIS 
 
Judiciário na função atípica administrativa: responsabilidade civil objetiva 
fundamentada na teoria do risco administrativo. 
 
Judiciário na função típica: o entendimento majoritário se funda na 
irresponsabilidade do ente público por atos jurisdicionais típicos. Isto porque, o 
exercício da função jurisdicional também retrata uma parcela de soberania do Estado, 
não sujeita a responsabilização geral. 
 
“No que se refere a responsabilidade civil por atos judiciais, segundo a 
jurisprudência majoritária, a regra é a irresponsabilidade civil do Estado.” 
(CESPE/2010/TRE-MT) 
 
*EXCEÇÕES: tanto no processo civil quanto no processo penal. 
 
No processo penal: a exceção que enseja a responsabilização, pode decorrer tanto 
de ato dolo quanto culposo. São duas hipóteses: a do condenado por erro 
judiciário e a da pessoa que ficar presa além do tempo fixado na sentença. 
 
➢ Art. 5º, LXXV, CF. O Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim 
como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença. 
 
➢ Nesses casos, quando se está diante de ato jurisdicional criminal, o ente 
público assume o risco de privar a liberdade dos indivíduos como forma de 
punição e, portanto, deve-se responsabilizar pelos prejuízos indevidos que 
decorram desse risco. 
 
➢ Trata-se de responsabilidade objetiva e cabe ação regressiva em face do 
magistrado se demonstrado dolo ou erro grosseiro dele. 
 
Já no processo civil: a exceção que enseja a responsabilização, somente pode 
decorrer de ato doloso. O art. 143 do Novo CPC dispõe que o juiz responde por perdas 
e danos quando, no exercício de suas funções, procede dolosamente, inclusive com 
fraude, bem como quando recusa, omite ou retarda, sem justo motivo, providência 
que deva ordenar de ofício ou a requerimento da parte.

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