Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Psicologia em Situação de Emergência Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Dr.ª Larisse Helena Gomes Macêdo Barbosa Revisão Técnica: Prof.ª Me. Cássia Souza Revisão Textual: Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira Contextualização Histórico-Social Contextualização Histórico-Social • Contemplar aspectos que fundamentam historicamente a psicologia das emergências; • Definir conceitos primordiais como desastres, emergências e catástrofes; • Apresentar a importância dos órgãos de controle e fiscalização, como a defesa civil. OBJETIVOS DE APRENDIZADO • Introdução; • Fundamentos Históricos da Psicologia das Emergências; • Desastres, Emergências e Catástrofes; • Importância dos Órgãos de Controle e Fiscalização; • Contribuições da Psicologia nas Emergências e Desastres. UNIDADE Contextualização Histórico-Social Introdução Não é incomum sermos envolvidos por inúmeras notícias sobre casos dos mais diversos tipos de eventos adversos, que levam a emergências e a desastres. Tais eventos podem ser exemplificados como o terremoto no Haiti e no Chile, no início de 2010, as inundações na Austrália, no final de 2011 e início de 2012, o sismo e o tsunami ocorridos na Ásia, em 2004, e o furacão Katrina, nos EUA, em 2005. Figura 1 – Casa destruída pela passagem de um furacão na Flórida Fonte: Getty Images No Brasil, será que é comum acontecer esse tipo de emergências e desastres? Um dos desastres não naturais que abalaram o país foi o acidente aéreo que acor- reu em 1996, com o Fokker 100 da TAM, que registrou 99 óbitos (DESASTRESA- EREOS, 1996). Outro desastre foi a colisão aérea do Boeing 737 com a aeronave Embraer Legacy 600, que entre a tripulação e os passageiros, foram constatadas 154 mortes, sem nenhum sobrevivente (DESASTRESAEREOS, 2006). Ou o aci- dente com mais mortes na história da aviação brasileira, o acidente do Airbus 3054, que no pouso encontrou problemas ao frear e ultrapassou o limite da pista, colidindo contra um prédio da TAM Express e um posto de gasolina. Os 187 passageiros e tri- pulantes a bordo e 12 pessoas em solo morreram. Houve uma mobilização nacional e desencadeou-se a crise “apagão aéreo”, em que foi criada, inclusive, CPI no Senado Federal (SENADO, 2007). Em relação aos desastres naturais, é possível lembrar as enchentes em Santa Catarina, que aconteceram no verão de 2008, quando houve um desmoronamento, destruindo e soterrando casas, além das cidades que ficaram submersas pelas águas do rio Itajaí-Açu, ao afetar 60 cidades e, aproximadamente, 1,5 milhões de pessoas (80 mil ficaram desabrigadas e cerca de 150 pessoas morreram) (FOLHA, 2008). Mais: as enchentes e as inundações que ocorreram em 2009, em várias regiões nos 8 9 estados do Maranhão e Piauí e, em 2010, em Alagoas e Pernambuco, e que acar- retaram grandes prejuízos humanos e materiais com grandes dimensões (MELO; SANTOS, 2011) . Outra tragédia que aconteceu recentemente no Brasil foi o rompimento da barra- gem de Brumadinho, considerado um dos maiores desastres com rejeitos de minério no Brasil. O rompimento da barragem resultou em um desastre de grandes propor- ções, no qual 200 pessoas morreram e cerca de 98 pessoas ficaram desaparecidas, gerando uma situação de calamidade pública (LACAZ; PORTO; PINHEIRO, 2017) . Figura 2 – Distrito de Bento Rodrigues após o desastre de Mariana Fonte: Wikimedia Commons Outro evento adverso ocorrido no Brasil foi a tragédia da boate Kiss, em 2013, uma das experiências mais dolorosas que marcou a história do estado do Rio Grande do Sul, no município de Santa Maria. Um incêndio que ocasionou 242 óbitos e cen- tenas de vítimas ficaram com sequelas graves (DE FREITAS et al., 2013) . E o que esses acontecimentos têm em comum? Segundo Braga et al. (2018), as principais consequências desses e de outros desastres são o desespero e a comoção. O primeiro, para quem foi diretamente afetado; e o segundo, para quem não tem a experiência da situação no local, mas que de alguma forma é afetado, visto que a mídia a todo momento transmite as notícias dos acontecimentos. Dessa forma, a semelhança entre todos esses episódios é que as suas consequências impactam a todos, tanto pelo nível de destruição que trazem, como pela sensação de vulnerabili- dade que é evocada pelos sofrimentos que são deixados. Nesse caso, a necessidade da Psicologia em situações de emergências e de de- sastres fica evidente. Convém ressaltar que se trata de um campo de estudo relati- vamente novo da Psicologia, mas com uma divulgação crescente. Em alguns países da América Latina, já se trata de uma área bem consolidada, com várias pesquisas executadas com anseio de aperfeiçoar as práticas atuais e desenvolver novas ferra- mentas de suporte psicológico para as pessoas que foram atingidas por um desastre (PARANHOS; WERLANG, 2015) . 9 UNIDADE Contextualização Histórico-Social Dessa forma, como salienta Paranhos e Werlang (2015), o foco nas necessidades psicológicas das vítimas de emergências e de desastres possibilitou para a Psicologia uma nova área de atuação, trazendo assim a necessidade de uma capacitação por parte dos profissionais para a atuação e para o planejamento das intervenções em situações de emergência, desastres e catástrofes. Dessa forma, esta unidade tem por objetivos apresentar aspectos que fundamen- tam historicamente a Psicologia das Emergências, definindo conceitos primordiais como desastres, emergências e catástrofes, bem como a importância dos órgãos de controle e fiscalização. Para tanto, abordaremos os seguintes tópicos: • Fundamentos Históricos da Psicologia das Emergências; • Desastres, Emergências e Catástrofes; • Importância dos Órgãos de Controle e Fiscalização; • As Contribuições da Psicologia nas Emergências e Desastres. Iniciaremos abordando um breve histórico, haja vista a importância para qualquer nova área que surge: conhecer o seu percurso histórico, pois, quando nos esquece- mos da História, podemos repetir os erros. Então, conhecer o que foi feito e o que está sendo realizado é de extrema importância. Fundamentos Históricos da Psicologia das Emergências Até o século XX, poucas eram as pesquisas desenvolvidas na área de emergências e desastres. Os trabalhos iniciais versavam sobre a Psiquiatria e a Segunda Guerra Mundial, objetivando diagnosticar as reações das pessoas diante de um desastre, devido a, nessa época, trabalharem com a ideia de uma guerra nuclear (ASSIS; FERREIRA, 2013). Dessa forma, as primeiras pesquisas que se tem registro em relação à área em questão, abordavam as guerras mundiais, mais precisamente sobre o estresse pós- -traumático (conhecido nessa época como fadiga de batalha, neurose de guerra ou flashbacks), visto que muitos dos soldados que estavam em batalha acabavam desen- volvendo algum tipo de problema psicológico, no entanto, eles tinham a necessidade de voltar para o campo de batalha, pois tinham que produzir e, consequentemente, estar bem para lutar em nome do Estado (MOLINA, 2006). O primeiro estudo da história das emergências e desastres foi realizado pelo suíço Edward Stierlin. Ele foi um médico psiquiatra que teve um dos seus trabalhos publicados em 1909, buscando compreender as emoções das pessoas que vivenciavam um desas- tre. O trabalho foi desenvolvido com familiares das vítimas de uma explosão nas minas de carvão, na França. Incidente no qual mais de mil mineiros não sobreviveram. Apesar de pouco divulgado, esse primeiro ensaio possibilitou entender as questões relacionadas às emoções das pessoas que estiveram envolvidas em desastres (COGO et al., 2015). 10 11 No entanto, a primeira pesquisa científica da área data do ano de 1920, desen- volvida por Samuel Prince, em Hallifax, Canadá. Seu trabalho foi de um desastre marítimo ocasionado pela colisão entre dois navios, um deles carregando explosivos, provocando um tsunami na Nova Escócia (COELHO, 2006) . Em 1944, Lindemann publicou um importante artigo, sendo reconhecido comoo primeiro estudo, de fato, feito na área de intervenção pós-desastre. Constituiu-se no auxílio aos sobreviventes e familiares de vítimas de um grande incêndio no clube no- turno Coconut Grove, em Boston (EUA). Com 400 óbitos registrados, esse incidente estimulou o governo norte-americano a organizar um serviço de apoio aos sobreviven- tes de catástrofes. O levantamento das reações psicológicas dos sobreviventes foi feito por Lindemann e tido como o ponto central para o desenvolvimento de aportes sobre o processo de luto e suas etapas até a elaboração da perda. Caplan (1964), levando em consideração esses dados, baseou a teoria da crise e a importância da dissolução positiva ou negativa desta como ponto de passagem para uma psicopatologia ou não. A Psicologia iniciou o estudo sistemático das reações adversas dos indivíduos no pós-desastre nos anos de 1960 e 1970. O manual “Primeiros Auxílios Psicológicos em Casos de Catástrofes” foi publicado pela Associação Brasileira de Psiquiatria, em 1970. Trata sobre várias possibilidades de reações aos desastres e os princípios bási- cos para identificação das pessoas perturbadas emocionalmente (GONÇALVES, 2019) . Dentre os desastres que marcaram a história da Psicologia das Emergências e Desastres, podemos citar o terremoto na cidade do México e a erupção do vulcão Nevado Del Ruiz, na Colômbia. Nos dois casos, trabalhos de intervenções em crise, focados no apoio psicológico às pessoas afetadas pelas tragédias foram desenvolvi- dos (GONÇALVES, 2019) . Outro desastre marcante foi um grande incêndio que aconteceu no Peru, em 29 de dezembro de 2001, que ficou conhecido como “Incêndio de Mesa Redonda”. Nesse incêndio terrível, foram notificadas 291 mortes. Essa catástrofe foi o princi- pal motivador para a fundação da Sociedade Peruana de Psicologia e Emergências e dos Desastres, visto que diante da sua magnitude o governo peruano pediu ao Colégio de Psicólogos do Peru que desenvolvesse um trabalho com os familiares das vítimas, principalmente na temática do luto. Para tanto, foi criada uma linha telefô- nica chamada de “infosaúde”, para o atendimento psicológico das pessoas afetadas (GONÇALVES, 2019) . Essa experiência influenciou a criação da Sociedade Peruana de Psicologia das Emergências e dos Desastres. Assim, em 2002, foi organizado em Lima o I Congres- so de Psicologia das Emergências e dos Desastres, evento que reuniu profissionais que tinham interesse no tema, e onde foi instituída a Federação Latino-Americana de Psicologia de Emergência e Desastres (FLAPED). A FLAPED era composta por Cuba, México, Chile, Brasil, Argentina, Equador e outros países e tinha o objetivo de reunir e abrir os olhos dos psicólogos para a área em questão. A instituição possibilitou que várias discussões a respeito da temática pudessem ser desenvolvi- das na América Latina, fazendo relevância ao Brasil (MOLINA, 2011; PAULINO; SANT´ANA, 2018; PARANHOS; WERLANG, 2015) . 11 UNIDADE Contextualização Histórico-Social No Chile, foi desenvolvida a Sociedade Chilena de Psicologia das Emergências e Desastres (SOCHPED). E em 2007, foi formulada a declaração de Princípios da nova Rede Latino-Americana de Psicologia em Emergências e Desastres, com apoio de vários países da América Latina. O objetivo dessa sociedade era incentivar o desen- volvimento e o papel da Psicologia em situações de emergências (MOLINA, 2011). A Psicologia das Emergências e Desastres no Brasil A área de Psicologia das Emergências e dos Desastres no Brasil é recente e pou- co se tem sobre sua prática, por ser um estudo que ainda está se desenvolvendo no território brasileiro (PAULINO; SANT´ANA, 2018). No entanto, é uma prática que vem ganhando espaço a partir da realização de vários congressos, seminários e con- ferências (ASSIS; FERREIRA, 2013). Um dos desastres que ganhou grande destaque no Brasil, e que é tido como o primeiro registro do processo histórico de inserção da psicologia no estudo, pesquisa e intervenção nas emergências e nos desastres, foi o acidente que ficou conhecido como o Césio-137. O acidente aconteceu em 13 de setembro de 1987, em Goiânia, sendo registrado como o maior acidente radioativo do mundo já ocorrido fora de usi- nas nucleares. Em 1992, as Universidades do Rio de Janeiro (UFRJ), Brasília (UNB) e Goiânia (UCG), em parceria com um grupo de psicólogos cubanos que já havia atua- do no Acidente Nuclear de Chernobyl, realizaram atendimento às vítimas do césio-137, fazendo uma adaptação levando em consideração as particularidades da comunidade afetada de um programa utilizado em 1986 (PAULINO; SANT´ANA, 2018). O acompanhamento psicológico teve início depois da terceira semana pós-con- taminação, sendo seu trabalho voltado para a redução da ansiedade, utilizando-se da reflexão e de técnicas que dessem vazão aos sentimentos, objetivando diminuir o medo da morte ocasionadas pela situação de isolamento. Atualmente, a cidade segue monitorada objetivando avaliar o nível de resíduos e de que forma eles agem ainda no ambiente. Para saber mais sobre esse desastre, leia a seguir: A história do acidente radiológico em Goiânia Setembro de 1987 Em setembro de 1987 aconteceu o acidente com o Césio-137 (137Cs) em Goiânia, capital do Estado de Goiás, Brasil. O manuseio indevido de um aparelho de radioterapia abandonado, onde funcionava o Instituto Goiano de Radioterapia, gerou um acidente que envolveu direta e indiretamente centenas de pessoas. A fonte, com radioatividade de 50.9 Tbq (1375 Ci) con- tinha cloreto de césio, composto químico de alta solubilidade. O 137Cs, isótopo radioativo artificial do Césio tem comportamento, no ambiente, semelhante ao do potássio e outros metais alcalinos, podendo ser concentrado em animais e plantas. Sua meia-vida física é de cerca de 33 anos. Leia a matéria completa na íntegra, disponível em: https://bit.ly/2GoMzIH O início dos anos 2000 foi marcado por uma série de movimentos do Conselho Federal de Psicologia para o desenvolvimento da área de atuação em emergências e desastres, e, segundo os registros, o I Congresso União Latino Americano da Psico- logia – ULAPSI – aconteceu em 2005, em São Paulo (TRINDADE; SERPA, 2013). 12 13 Em 2006, ocorreu o I Seminário de Psicologia das Emergências e dos Desastres, em Brasília, organizado pela Secretaria Nacional de Defesa Civil, em conjunto com o Conselho Federal de Psicologia. Neste mesmo evento, houve a 1a Reunião Internacional por uma Formação Especializada em Psicologia das Emergências e dos Desastres, procurando sintetizar as diretrizes curriculares que deveriam compor a formação dos futuros profissionais em Psicologia, preparando-os para atuar junto à Defesa Civil. A segunda edição do evento (II Seminário Nacional de Psicologia em Emergências e dos Desastre) aconteceu em 2011, também em Brasília, quando foi criada a Associação Brasileira da Psicologia em Emergências e Desastres (ABRAPEDE), tendo por intuito ajudar a desenvolver o trabalho dos psicólogos nessa área (TRINDADE; SERPA, 2013). O Conselho Federal de Psicologia (CFP) colaborou na elaboração de uma Rede Latino-Americana de Emergências e Desastres, que teve a participação da Argenti- na, Chile, Cuba e Brasil. Essa rede organizou vários eventos e congressos propondo trabalhos na área. Dessa forma, vários Conselhos Regionais de Psicologia se mantive- ram atuantes na promoção de espaços de diálogos sobre tema ou na produção de ma- teriais como por exemplo, CRP-04, CRP-07, CRP-12, CRP-16 e outros (CFP, 2011). Desse modo, fica evidente que a Psicologia vem promovendo atividades para auxiliar nos casos de emergências e desastres, direcionando a atenção para o tema, oferecendo congressos e seminários com o objetivo de unir profissionais com inte- resse em abordar e aprender sobre este campo. No entanto, mesmo com todas as discussões produzidas em torno dessa área de atuação e das pesquisas já realizadas, podemos observar pouca expressividade no contexto da realidade brasileira,care- cendo ainda de muitos estudos. Assim, conhecidos alguns aspectos históricos, faz-se importante pensarmos sobre os conceitos de desastre, emergências e catástrofes. Desastres, Emergências e Catástrofes Para uma melhor compreensão sobre a atuação da Psicologia nas situações de emergências e desastres, é importante compreender esses três conceitos, não a pon- to de esgotá-los enquanto áreas de saberes, mas tendo por objetivo discutir quais são os seus significados no que concerne a sua devida importância para a prática do profissional de psicologia, explanando, dessa forma, a contribuição produzida a partir da discussão desses temas. Segundo Melo e Santos (2011), desastres, emergências e catástrofes sempre foram usados como sinônimos, para fazer referências a eventos destrutivos. O uso dessas três palavras de forma misturada se dá pelas semelhanças que elas trazem, visto que situações de desastres, catástrofes, emergências ou acidentes podem ser classificadas como acontecimentos desencadeadores de estresse, principalmente por representa- rem um perigo imediato que acomete à integridade física e emocional das pessoas en- volvidas, fazendo com que se tenha a necessidade de ações imediatas. Outra questão é que todos esses acontecimentos são tragédias que deixam exposta a fragilidade 13 UNIDADE Contextualização Histórico-Social do ser humano e, muitas vezes, acarretam um grande desamparo associado a traumas mais ou menos permanentes para os envolvidos direta ou indiretamente. Eles podem ser imprevisíveis e acidentais e, portanto, causam surpresa, desamparo e desestabilização. Outra semelhança é que são fontes de destruição e causam danos materiais e humanos, só que em diferentes proporções. Será que esses termos são realmente usados como sinônimo na área das emergências e desastres? Qual a importância prática em fazer uma distinção entre esses acontecimentos? Apesar de o senso comum, muitas vezes ter o hábito no uso indiscriminado des- sas palavras, elas se referem a situações diferentes, que trazem consigo uma série de características que nos dão a possibilidade de enquadrar tais termos adequadamente. Nesse caso, apesar de compartilhar de características comuns, é importante reco- nhecer que existem elementos diferenciadores importantes entre as diferentes situa- ções e que é necessário identificá-las para delimitar claramente os conceitos. Alguns aspectos relevantes para fazer essa distinção: • Declarar um evento como “desastre” influenciará a quantidade de ajuda ofere- cida. Quando as autoridades competentes declararem um evento como um de- sastre ou catástrofe, já implica em uma maior mobilização de recursos humanos e materiais; • O termo “desastre” também possui pesos emocionais, políticos e econômicos que influenciarão as próprias vítimas e o público em geral; • A magnitude do desastre, em contraste com outros eventos graves e traumáti- cos, cria necessidades que abandonam os recursos disponíveis. Ao contrário de acidentes e emergências, em que os recursos usuais são suficientes para respon- der às demandas, situações de desastre ou acidente podem implicar em uma mobilização maior ou menor de recursos, tanto para a gestão de desastres quan- to para as próprias vítimas. Além disso, é necessário diferenciar esse tipo de evento para conhecer as características diferenciais de cada uma das situações, a fim de projetar planos de intervenção e planejamento muito mais específicos às necessidades detectadas em cada uma das situações. Alguns autores propõem organizar esses conceitos em uma gradação, em um continuum, em torno do período de crise social e nível de estresse coletivo. Levando em consideração: o número e tipo de pessoas envolvidas, o grau de envolvimento das pessoas na área afetada ou no sistema social e a quantidade de perturbação ou destruição causada no sistema social pelo agente indutor do estresse coletivo (GÁRCIA; GIL, 2004; MUGA, 1997; PARANHOS; WERLANG, 2015). Levando em consideração esses critérios: (i) no desastre, acontece uma ruptura ampla e quase completa de todos os processos sociais, estrutura social e interações primárias e secundárias, e uma ampla destruição de infraestrutura funcional (edifícios, redes de comunicação e apoio social), (ii) nas emergências, ocorre o colapso localizado 14 15 que interfere com as atividades em andamento de certas pessoas envolvidas (as vítimas) e causa certa crise em outras pessoas periféricas (PUY; ROMERO, 1998). Esses auto- res entendem ainda como acidente um tipo de ruptura muito localizado em um grupo específico de vítimas, mas não nos níveis sociais da maior população. Assim, é possível localizar e representar esses três tipos de crises social em um continuum, indo do maior ao menor estresse coletivo, conforme pode ser observado na figura abaixo. Acidente - Estresse coletivo + Estresse coletivo Emergência Desastre Catástrofe Figura 3 – Continuum acidente, emergência, desastre e catástrofe Fonte: Adaptado de PUY; ROMERO, 1998 C onforme pode ser observado na figura, a catástrofe está localizada no extremo que causaria maior estresse coletivo e que implicaria o maior número de vítimas afetadas, além de uma ruptura na maioria das estruturas sociais e infraestruturas comunitárias, sendo definida como uma situação em que um fenômeno infeliz e im- provisado afeta uma comunidade globalmente, incluindo seus sistemas de resposta institucional. Na catástrofe, os indivíduos afetados não poderão contar com ajuda institucional, pelo menos nos primeiros momentos, e terão que enfrentar as conse- quências do fenômeno com suas próprias forças. Um evento pode ser considerado um desastre quando toda a população é afetada indiscriminadamente por eventos infelizes e a vida social cotidiana é alterada. Em desastres, os sistemas de resposta institucional, públicos e privados, podem permanecer ilesos e ajudar à comunidade afetada (PUY; ROMERO, 1998) . Para maiores informações sobre Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (COBRADE) acesse o link: https://bit.ly/3jcFDgi Nos extremos de menor estresse coletivo são colocados o acidente e a emergência. A emergência, entendida como situação que surge quando, na combinação de fato- res conhecidos, um fenômeno ou evento que não era esperado, eventual, inesperado e desagradável pode causar danos ou alterações a pessoas, bens, serviços ou meio ambiente. A emergência supõe uma ruptura da normalidade de um sistema, mas não excede a capacidade de resposta da comunidade afetada. Quando os indivíduos são afetados por um acidente, são um segmento da população facilmente delimitado por uma variável nominal: ocupantes de um carro, inquilinos de um prédio. Nesse tipo de situação, a população fica de fora dos efeitos do fenômeno ou sinistro, a vida cotidiana da comunidade não é alterada e os sistemas de resposta e ajuda às pessoas afetadas permanecem ilesos e podem agir. Nessa linha, Fernández (2007) faz a diferenciação desses conceitos levando em consideração os recursos que cada evento exige, diferenciando-se assim a gravidade 15 UNIDADE Contextualização Histórico-Social desses. Dessa forma, o autor coloca as emergências como situações que poderiam ser resolvidas com serviços assistenciais locais, tanto de médicos como de resgate (exemplo: acidentes de tráfico). Já os desastres têm uma proporção maior e exigiriam maior infraestrutura devido à falta de serviços locais, ou à magnitude excessiva do evento para prestar auxílio aos feridos que se encontram em maior quantidade, bem como já existe um grau de destruição em uma área maior, ocasionando, assim, um custo socioeconômico mais elevado. E as catástrofes podem ser chamadas de “de- sastre maciço”, em que as consequências destrutivas são mais generalizadas, afetam um maior número de pessoas e bens materiais e, portanto, envolvem um grande esforço por parte das instituições públicas e/ou privadas dedicadas à ajuda e à pro- teção das pessoas afetadas em todoo território nacional. Por isso, são consideradas os eventos mais graves nesta escala. Portanto, diante do que foi apresentado, fica clara a importância de enquadrar um evento de forma adequada, visto que declarar uma tragédia como um desastre ou catástrofe pode implicar maior ou menor mobilização de recursos, tanto para a gestão de desastres quanto para o atendimento das próprias vítimas. Importante! Como está o seu entendimento até esse tópico? Se tiver alguma dúvida, releia o texto ou procure o seu tutor. É muito importante que você obtenha total entendimento para poder prosseguir com seus estudos. Importância dos Órgãos de Controle e Fiscalização Defesa Civil é o “conjunto de ações preventivas, de socorro, assistenciais e recu- perativas destinadas a evitar ou minimizar os desastres, preservar o moral da popu- lação e restabelecer a normalidade social” (BRASIL, 2007, p. 9). O moral: disposição de espírito para agir com maior ou menor vigor diante de circuns- tâncias difíceis. Fonte: FERREIRA (2010) É um órgão não governamental que tem por objetivo: garantir a segurança da comunidade e proteção global da população; compete ao poder executivo municipal oferecer condições para que a comunidade possa se prevenir e dar respostas adequadas frente a um desastre. Para isso, as atividades mais importantes devem ser dirigidas à prevenção, com ações realizadas no período chamado de “normalidade”, 16 17 tendendo a reduzir a incidência de desastres ou minimizar os danos e prejuízos consequentes deste. (BRASIL, 2008 apud MELO; SANTOS, 2011, p. 174) Nessas definições, é possível evidenciarmos que a atuação da defesa civil tem como principal objetivo a redução de riscos e de desastres, compreendendo cinco ações distintas e inter-relacionadas, que são ações de: prevenção; mitigação; prepa- ração; resposta; e recuperação. Acontecendo de forma multissetorial e nos três níveis de governo (federal, estadual e municipal), levando sempre em conta uma ampla participação comunitária. Dentre as atribuições da Defesa Civil no estado e nos municípios estão a orga- nização e o planejamento do trabalho de outros órgãos (como bombeiros, SAMU, polícia militar) em caso de desastres, cabendo à Defesa Civil fazer a organização do trabalho em situações de riscos, dando direcionamentos sobre como deverão ser as ações conjuntas desses órgãos, bem como fazer a sinalização se a área também oferece risco aos profissionais. Atualmente, a maioria das Defesas Civis se estruturam em sistemas abertos com a participação dos governos locais e da população, de forma que todos estão sujeitos ao Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (SINPDEC), órgão que é coordenado pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (SEDEC). A finalidade do SINPDEC é cooperar no desenvolvimento de planejamento, articulação, coordenação e execução de programas, projetos e ações de proteção e defesa civil. Para tanto, trabalham no planejamento e na promoção de ações de prevenção de desastres, na realização de estudos, e no desenvolvimento de avaliações objetivando a redução de riscos de desastres; cabendo ainda, socorrer e assistir populações afetadas e restabelecer os cenários atingidos por desastres ao atuar desde a prevenção até a reconstrução. (SOUZA, 2012) A Defesa Civil tem como um dos princípios uma atuação integrada (articulação intersetorial). Essa articulação só é possível por meio de ações coletivas junto à rede social (escolas, unidades básicas de saúde, associações de moradores e organizações não governamentais, entre outros) e à rede socioassistencial (benefícios, serviços, programas e projetos). Importante! A intersetorialidade pode ser compreendida como uma articulação de saberes e experi- ências no planejamento, implementação e avaliação de ações para lidar de maneira in- tegrada com os problemas sociais de uma determinada localidade visando uma gestão social que atue diretamente no desenvolvimento social. Ou seja, é uma atuação de maneira integrada da Defesa Civil com a saúde, a edu- cação, a habitação, a defesa civil, as comunidades, os voluntários e as organizações não governamentais. As principais organizações não governamentais parceiras na 17 UNIDADE Contextualização Histórico-Social prevenção e nas respostas aos desastres: Naciones Unidas – Estratégia Internacional para la Reducción de Desastres (ISDR); USAID – Do povo dos Estados Unidos; Or- ganização Mundial de Saúde (WHO); Organização Panamericana de Saúde (PAHO); CARE; Crescente Vermelho; e Save the Children. Em termos nacionais, são organi- zações não governamentais importantes: Cruz Vermelha; e Cáritas Brasileira. Você Sabia? Você poderá consultar essas Organizações não governamentais digitando seus nomes em sites de pesquisa. Confira! A Defesa Civil foi uma das grandes responsáveis pela ampliação da participação da Psicologia das Emergências e dos Desastres, atentando para a importância da atuação dos psicólogos nos ciclos de gestão preconizadas pela Defesa Civil, a saber: a prevenção de desastres, a mitigação do desastre, a preparação para emergências e desastres, a resposta aos desastres e a reconstrução (BRASIL, 2010). Essas temá- ticas serão abordadas no tópico subsequente. Você pode saber mais sobre o trabalho da Defesa Civil, acessando a página da Secretaria Nacional da Defesa Civil em: https://bit.ly/30gDsB5 Contribuições da Psicologia nas Emergências e Desastres A importância da Psicologia em Situações de Emergências e Desastres está in- timamente relacionada com a descoberta de que os efeitos de um desastre sobre a saúde se manifestam tanto no físico, quanto no mental e no social (LOMEÑA, 2007). Paranhos e Werlang (2015) apontaram algumas pesquisas (KRAEMER et al., 2009; NORTH et al., 2008; ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD, 2004, 2006; PANAGIOTI; GOODING; TARRIER, 2009) que vêm demostrando que a saúde mental das pessoas que vivenciaram, direta ou indiretamente, situações de de- sastres, é amplamente abalada, destacando-se o desenvolvimento de: estresse (agudo e pós-traumático), luto, depressão, comportamento suicida, condutas violentas e uso de substâncias psicoativas. Kessler et al. (2006), por exemplo, desenvolveram uma pesquisa com o objetivo de estimar o impacto do furacão Katrina nas doenças mentais e no suicídio, compa- rando os resultados de uma pesquisa pós-Katrina com os de uma pesquisa anterior. Participaram da pesquisa pós-Katrina 1043 pessoas. Como resultado, foi observado que os participantes da pesquisa pós-Katrina tiveram uma prevalência estimada sig- nificativamente mais alta de doença mental grave do que os participantes da pesquisa 18 19 anterior (11,3% após o Katrina versus 6,1% antes) e doença mental leve-moderada (19,9% após o Katrina versus 9,7% antes). Dessa forma, a Psicologia das Emergências e dos Desastres é entendida como uma área da psicologia geral que estuda “as diferentes mudanças e os fenômenos pessoais presentes em um desastre, sejam esses naturais ou provocados pelo ho- mem, que resultam em grande número de mortos ou feridos que tendem a sofrer sequelas por toda a vida” (MELO; SANTOS, 2011, p. 175). Para Bruck (2009), a Psicologia das Emergências estuda “o comportamento das pessoas nos acidentes e desastres desde uma ação preventiva até o pós-trauma.” (p. 13) . Podemos observar pelas definições que as possibilidades de atuação da Psicolo- gia na área de emergência e desastres são extensas e importantes (SOUZA, 2012). Tais ações devem abranger os ciclos de gestão, aprovada pela Lei n. 12.608, de 10 de abril de 2012, ou seja, as cinco fases propostas pela Política Nacional de Proteção e Defesa Civil – a prevenção, a mitigação a preparação, a resposta e a reconstrução (WEINTRAUB et al., 2014) . A primeira fase é a prevenção, e tem como intuito evitar que o desastre aconteça, e/ou atenuar as consequências. A mitigação é a fase de minimização dos desastres, ou seja, a “diminuição ou a limitação dos impactos adversosdas ameaças e dos de- sastres afins (ESTRATÉGIA, 2009, p. 21). Em algumas situações, é impossível fazer uma prevenção completa das ameaças, nesses casos, procura-se atuar de forma a diminuir consideravelmente sua escala e severidade. Cabendo ao psicólogo, nessas duas fases, uma atuação voltada para a capacitação da comunidade por meio de uma psicoeducação, para o reconhecimento do risco e adoção de medidas de segurança, realização de um mapeamento de áreas de riscos, determinação do grau de vulnerabilidade sociais da comunidade e implementação de projetos que visem à diminuição dessas vulnerabilidades (RAMÍREZ, 2011; SOUZA, 2012). Segundo Ramírez (2011), quando as pessoas estão informadas sobre seus riscos, sensibilizadas e capacitadas para oferecer apoio, são capazes de responder adequadamente, minimizando o impacto do evento em sua saúde mental. A etapa de preparação tem por objetivo otimizar a comunidade frente aos de- sastres para atuar em casos emergenciais. Nessa fase estão incluídos os sistemas de alerta antecipado, que são considerados elementos fundamentais, pois evitam a per- da de vidas e diminuem os prejuízos e os impactos econômicos e sociais decorrentes dos desastres. A atuação do psicólogo deve ser a de auxiliar as comunidades no planejamento, no estabelecimento e estruturação de planos de contingência, reserva de equipamentos e de suprimentos, desenvolvimento de rotinas para a comunicação de riscos, capacitações e treinamentos; e os exercícios simulados de campo. Importante! Sistema de alerta antecipado é a transmissão rápida de dados que acionem mecanismos de alarme em uma população previamente treinada para reagir a um desastre. 19 UNIDADE Contextualização Histórico-Social Já a fase da resposta, que ocorre durante o desastre, tem por intuito principal am- parar e auxiliar vítimas, traçando intervenções para a redução dos danos causados e estruturando os sistemas que são importantes para o funcionamento da comunida- de. As atuações podem se dar em três etapas: • Pré-impacto: acontece entre a ameaça da ocorrência e o desencadeamento do desastre. O foco de atuação será o treinamento de resposta e a construção de um plano de emergência; • Impacto: refere-se ao momento em que a situação adversa está acontecen- do. Uma atuação importante são os planos de controle hospitalar para as pessoas vulneráveis; • Pós-impacto: situação posterior à fase de impacto. Momento em que as ações estão centradas nas atividades assistenciais e de reabilitação, tendo em conta os impactos psicológicos de todas as pessoas envolvidas (vítimas de primeiro grau e as equipes de resgate) (BRASIL, 2010; COELHO, 2012). Assim, as atuações tanto durante o desastre quanto na recuperação pós-desastre estão voltadas para trabalhar os efeitos do acontecido sobre a vida das vítimas, da co- munidade e dos profissionais. Essa atuação pode se dar no atendimento às pessoas afetadas, por meio de escuta, de entrevistas de apoio, ou mesmo para uma psicoedu- cação com informações que possam ajudar as vítimas a se situarem e se orientarem diante da desordem ocasionada pela situação (MELO; SANTOS, 2011). Esse tópico será abordado em maiores detalhes nas unidades subsequentes, in- clusive com apresentações de casos práticos com as intervenções realizadas e o desfecho de eventos com repercussões mundiais. É importante que fique claro que a atuação da Psicologia nos casos de emergências e desastres deve ter por trás uma estratégia, não sendo uma atuação isolada, mas fazendo parte de equipes multidisci- plinares, levando sempre em consideração o ambiente e as contribuições de outras áreas de conhecimento (SOUZA, 2012). Diálogo Digital Atuação da Psicologia – Emergências e Desastres. Disponível em: https://youtu.be/ZMByE5RFoek 20 21 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Estudos de Psicologia BRAGA, A. P. A.; MARTINS-SILVA, P. O.; AVELLAR, L. Z.; et al. Produção científica sobre psicologia dos desastres: Uma revisão da literatura nacional. Estudos de Psicologia, v. 23, n. 2, p. 179–188, 2018. Estudos de Psicologia SCHMIDT, B.; CREPALDI, M. A.; BOLZE, S. D. A.; et al. Saúde mental e intervenções psicológicas diante da pandemia do novo coronavírus (COVID-19). Estudos de Psicologia (Campinas), v. 37, p. e200063, 2020. Caderno de Graduação PAULINO, A. F.; SANTANA, F. G. F. A atuação do psicólogo frente às emergências e desastres. Caderno de Graduação. v. 5, p. 16, 2018. Vídeos Diálogo Digital Atuação da Psicologia – Emergências e Desastres https://youtu.be/ZMByE5RFoek 21 UNIDADE Contextualização Histórico-Social Referências ASSIS, L. D. F.; FERREIRA, C. I. Gerenciamento de crise: a psicologia atuando em situações de emergências e desastres. 2013. Disponível em: Acesso em: 20/07/2020. BRASIL. Ministério da Integração Nacional. Secretaria Nacional de Defesa Civil. Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Universitário de Estudos e Pesqui- sas sobre Desastres. Gestão de riscos e de desastres: Contribuições da Psicologia. Curso à distância/Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres. Florianópolis: CEPED, 2010. BRUCK, N. R. V. A Psicologia das emergências: Um estudo sobre angústia pública e o dramático cotidiano do trauma. Porto Alegre, 2007. 195 p. Tese (Doutorado em Psico- logia). Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 2009. CAPLAN, G. Principles of preventive psychiatry. New York, NY: Basic Books, 1964. COÊLHO, A. L. Mesa Redonda: Psicologia das emergências e dos desastres: uma área em construção. In: Anais Eletrônicos do I Seminário Nacional de Psicologia das Emergências e dos Desastres: Contribuições da Psicologia para a construção de comunidades mais seguras. FINATEC/UNB. Brasília: CFP, 2006. Disponível em: <http: www.pol.org.br>. Acesso em: 15/07/2012. COGO, A.S. et al. A psicologia diante de emergências e desastres. In: FRANCO, Maria Helena Pereira (Org.). A intervenção psicológica em emergências: Funda- mentos para a prática. São Paulo: Summus, 2015. p.17- 60. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Psicologia de emergências e desas- tres na América Latina: promoção de direitos e construção de estratégias de atua- ção. Brasília: CFP, 2011. DE FREITAS, L. F. et al. Experiência em Santa Maria: intervenções da equipe Furg no apoio da comunidade acadêmica após o Incêndio da boate Kiss [Resumo]. 12 Mostra de Produção Universitária. Rio Grande do Sul, 2013. Disponível em: <http://www. propesp.furg.br/anaismpu/cd2013/ext/2613.doc>. Recuperado em: 20/07/2020. DESASTRESAEREOS. Caixa-preta de Legacy revela que torre errou. Dispo- nível em: <http://www.desastresaereos.net/acidente_gol_04.htm>. Acesso em: 20/07/2020. DESASTRESAEREOS. A história real do acidente com o Fokker 100 da TAM em 1996, voo 402. Disponível em: <www.desastresaereos.net/acidente _ TAM_ oacidente>. Acesso em: 20/07/2020. FERNÁNDEZ, J. M. Introducción. In: FERNÁNDEZ, J. M. (Ed.). Apoyo psicológico en situaciones de emergencias (pp. 19-27). Madri: Psicología Pirámide, 2007. GONÇALVES, R. S. P. O trabalho do psicólogo em situações de emergências e desastres Rio Grande do Sul. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade re- gional do noroeste do estado do Rio Grande do Sul – Unijuí. Curso de Bacharelado em Psicologia. p. 41, 2019. 22 23 KRAEMER, B.; WITTMANN, L.; JENEWEIN, J.; SCHNYDER, U. 2004 Tsunami: long-term psychological consequences for Swiss tourists in the area at the time of the disaster. Australian and New Zeland Journal of Psychiatry, v 43 n 5, 420-5, 2009. LACAZ, F. A. de C.; PORTO, M. F. de S.; PINHEIRO, T. M. M. Tragédias brasileiras contemporâneas: o caso do rompimento da barragem de rejeitos de Fundão/Samarco. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 42, 2017. Disponível em: <http://www. scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0303-76572017000100302&lng=en &nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 26/07/2020. LINDEMANN, E. Symptomology and managementof acute grief. American Journal of Psychiatry, v 101, 141-148,1994. LOMEÑA, E. Breve histórico de la psicología de catástrofes. In. FERNÁNDEZ, J. M. (Ed.), Apoyo psicológico en situaciones de emergencias (pp. 29-41). Madri: Psicología Pirámide. 2007. NORTH, C. S.; HONG, B. A.; SURIS, A.; SPITZNAGEL, E. L. Distinguishing distress and psychopathology among survivors of the Oakland/Berkeley firestorm. Psychiatry,v. 71, n. 1, 35-45, 2008. ORGANIZACIÓN Panamericana de la Salud [OPAS]. Manual de evaluación de daños y necesidades en salud para situaciones de desastre. Equador: Organización Panamericana de la Salud/Organización Mundial de la Salud, 2004. ________. Guía práctica de salud mental en situaciones de desastres. Washington: Organización Panamericana de la Salud., 2006. P ANAGIOTI, M.; GOODING, P.; TARRIER, N. Post-traumatic stress disorder and suicidal behavior: A narrative review. Clinical Psychology Review. v.29, n 6, 471- 82, 2009. PARANHOS, M. E.; WERLANG, B. S. G.; PARANHOS, M. E.; et al. Psicologia nas Emergências: uma Nova Prática a Ser Discutida. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 35, n. 2, p. 557–571, 2015. PAULINO, A. F.; SANT’ANA, F. G. F. A atuação do psicólogo frente às emergências e desastres. Caderno de Graduação. v. 5, p. 16, 2018. PUY, A.; ROMERO, A. Claves para la intervención psicosocial en desastres. In. GONZÁLES, A. M. (Ed.), Psicología comunitaria: fundamentos y aplicaciones (pp. 497-515). Madrid: Sintesis, 1998. SENADO FEDERAL Relatório Final: CPI do “Apagão Aéreo”. 2.156 p. Disponível em: <www.senado.gov.br/atividade/materia/getPDF.asp?t=56362>. Acesso em: Ju- lho de 2020.. SOUZA, N. L. de F. A ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA EM DESASTRES E EMER- GÊNCIAS: UMA VISÃO ESTRATÉGICA. Revista da Escola Superior de Guerra, v. 27, n. 55, p. 81–93, 2012. TRINDADE, M. C.; SERPA, M. G. O papel dos psicólogos em situações de emergên- cias e desastres. Estudos e Pesquisas em Psicologia, v. 13, n. 1, p. 279–297, 2013. 23 UNIDADE Contextualização Histórico-Social WEINTRAUB, A. C. A. de M.; NOAL, D. da S.; VICENTE, L. N.; et al. Atuação do psicólogo em situações de desastre: reflexões a partir da práxis. Interface – Comu- nicação, Saúde, Educação, v. 19, n. 53, p. 287–298, 2015. WEINTRAUB et al. Atuação do psicólogo em situações de desastre. 2015. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/icse/2015nahead/1807-5762-ic- se-1807-576220140564.pdf>. Acesso em: 30/07/2020. 24
Compartilhar