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Apostila de economista completa2

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APOSTILA DE 
ECONOMISTA
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1 
1 MACROECONOMIA: uma abordagem macroscópica .................................................... 2 
1.1 A NOVA ORDEM ECONÔMICA...................................................................................... 3 
2 POLÍTICAS MACROECONÔMICAS............................................................................... 8 
2.1 POLÍTICA ECONÔMICA................................................................................................... 8 
2.2 METAS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA............................................................... 8 
3 INSTRUMENTOS DE POLÍTICAS MACROECONÔMICAS........ ............................. 11 
3.1 POLÍTICA MONETÁRIA................................................................................................. 11 
3.2 POLÍTICA FISCAL........................................................................................................... 13 
3.3 POLÍTICA CAMBIAL E COMERCIAL........................................................................... 15 
3.4 POLÍTICA DE RENDAS................................................................................................... 16 
3.5 POLÍTICA NEOLIBERAL NO BRASIL.......................................................................... 17 
4 CONTABILIDADE SOCIAL............................................................................................. 24 
4.1 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CONTABILIDADE SOCIAL............................................. 24 
4.2 AGREGADOS ECONÔMICOS (PIB, PNB).................................................................... 24 
4.3 INDICADORES ECONÔMICOS...................................................................................... 25 
5 ESTRUTURA DE ANÁLISE MACROECONÔMICA.............. ..................................... 32 
6 FUNDAMENTOS DO COMÉRCIO INTERNACIONAL ............ ................................. 35 
6.1 A TEORIA DAS VANTAGENS COMPARATIVAS....................................................... 35 
6.2 INTERNACIONALIZAÇÃO DA ECONOMIA: O PROCESSO DE GLOBALIZAÇÃO36 
6.3 BALANÇO DE PAGAMENTOS...................................................................................... 38 
6.4 A ESTRUTURA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS...................................................40 
7 INTRODUÇÃO À TEORIA MONETÁRIA .................... ................................................ 42 
 2 
7.1 A EVOLUÇÃO DOS INSTRUMENTOS MONETÁRIOS.............................................. 43 
7.2 AS FUNÇÕES DA MOEDA E TIPOS DE MOEDA........................................................ 46 
7.3 O SISTEMA FINANCEIRO.............................................................................................. 47 
8 INFLAÇÃO.......................................................................................................................... 50 
8.1 CAUSAS DA INFLAÇÃO................................................................................................ 50 
8.2 MENSURAÇÃO DA INFLAÇÃO.................................................................................... 51 
8.3 TEORIAS EXPLICATIVAS.............................................................................................. 51 
8.4 PRINCIPAIS CONSEQÜÊNCIAS DA INFLAÇÃO........................................................ 53 
9 DESEMPREGO................................................................................................................... 55 
9.1 TENTATIVAS DE REDUZIR O DESEMPREGO........................................................... 55 
10 DISTRIBUIÇÃO DE RENDA.......................................................................................... 57 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 63 
INTRODUÇÃO 
 
A Teoria Econômica pode ser dividida em duas partes: microeconomia e macroeconomia. A 
primeira estuda o comportamento dos consumidores e das empresas em seus mercados, as razões que 
levam os consumidores a comprar mais, ou menos, de um determinado produto e a pagar mais, ou 
menos, por ele. Estuda também os motivos que levam uma empresa a produzir maior ou menor 
quantidade de uma mercadoria e de que forma seus preços são determinados. Consideram os mercados 
os mercados nos quais as empresas e consumidores atuam. 
A macroeconomia preocupa-se com o conjunto de decisões de todos os agentes econômicos, 
que se refletirá em maior ou menor produção e nível de emprego. Inflação, taxa de juros, taxa de 
câmbio, nível de emprego global, crescimento econômico são objetos da análise macroeconômica. 
Estuda, também, as decisões tomadas pelo formulador de política econômica do país. 
A macroeconomia estuda a realidade econômica de forma global. Ela se preocupa com a 
relação entre os agentes econômicos e o funcionamento da economia em seu conjunto. Procura obter 
uma visão simplificada da economia, utilizando um número reduzido de variáveis, como: produto 
agregado; demanda agregada; consumo; emprego; investimento; nível geral de preços; equilíbrio 
geral; crescimento econômico etc. 
A globalização da economia leva os governos a buscarem apoio de outras economias, 
formando blocos econômicos, para conseguirem melhor sustentação frente à forca das novas 
tecnologias e da pressão das multinacionais, do aumento da produtividade, do desemprego estrutural 
que ameaça a estabilidade social mesmo dos países mais desenvolvidos. 
O objetivo do lucro que move o setor privado levou alguns países, como o Brasil, à 
concentração de renda em níveis insuportáveis. 
Os problemas do desemprego nas cidades e no setor rural, com formação de bolsões de 
agricultores sem terra e excessiva presença de vendedores ambulantes nas cidades, exige ação 
imediata do governo. O ideal da democracia começa a ser questionado, quando a sociedade percebe a 
força da manipulação eleitoral da mídia, a falta de representatividade dos interesses populares no 
Congresso, porque o eleito esquece o eleitor, lembrando apenas daquele que sustentou sua campanha, 
assinando cheques e que depois cobra o cumprimento de favores, que muitas vezes colidem com os 
reais interesses da sociedade. 
O Congresso, que é eleito com base no poder econômico, passa a representar os 
interesses desse mesmo poder econômico, desvirtuando completamente o ideal democrático de 
governo do povo, pelo povo e para o povo, ou seja, um governo cujo poder emana do povo e que 
se volta integralmente para os interesses da coletividade. 
O liberalismo aproveita os ventos do ideal democrático e promove o poder do mais forte, do 
que apresenta vantagens sobre os demais, denegrindo o brilho da mais bela forma de governo, hoje já 
tão degenerada devido à falta de espírito público de políticos e de pessoas que governam e/ou legisla 
com base nos interesses pessoais ou de grupos, cujos interesses representam. A função do governo, no 
âmbito dos três poderes, é promover leis que estabeleçam a justiça social, reduzindo as disparidades 
entre classes econômicas e garantindo o pleno exercício da cidadania, que não existe sem as condições 
materiais mínimas de sobrevivência com dignidade. Em vez de corrigir seus próprios erros, aumentar 
sua eficiência e aprimorar seu papel de promotor do bem-estar e da justiça social, o governo prefere 
“jogar a toalha” e transferir a responsabilidade para o setor privado, através da privatização de 
empresas e de serviços públicos. Assim, além de impostos, a sociedade passa a pagar por serviços 
públicos prestados pela iniciativa privada, como pedágios para a conservação de estradas, elevação de 
tarifas de água, luz etc. 
Com a globalização, a ação do governo fica reduzida pela pressão do poder econômico 
internacional e pela ação das empresas, que pagam cada vez menos impostos, porque migram suas 
sedes para os chamados paraísos fiscais e fazempoderosos lobbies para obter vantagens políticas e 
tributárias nos países que atuam. 
 
 
1 MACROECONOMIA: uma abordagem macroscópica 
A Análise Macroeconômica foi particularmente desenvolvida após a publicação, em 1936, da 
principal obra de J. M. Keynes (1883-1946), The general theory of employment, interest and money2. 
Esta obra é de enorme significado histórico, pode ser considerado, de um lado, fruto dos difíceis anos 
da Grande Depressão, e de outro, da incapacidade revelada pela Microeconomia Clássica e neoclássica 
para solucionar os problemas macroeconômicos do desemprego em massa. A estrutura da mentalidade 
neoclássica tinha sido organizada em torno da suposição de que o pleno emprego seria o nível normal 
de operação da economia, que os afastamentos em relação ao mesmo seriam de menor importância e 
que – quando ocorressem distorções – o próprio sistema de preços, agindo livremente, geraria 
automaticamente as correções necessárias. 
Entretanto, apesar da estrutura lógica e do seu raciocínio, a Análise Microeconômica 
tradicional parecia ter pouco a oferecer aos governos dos países ocidentais, abalados pela Grande 
Depressão. A tarefa de modificar a estrutura teórica da Economia tradicional coube a J. M. Keynes. 
Com ele, a ênfase analítica da Economia passaria do ramo micro para o macro. 
Em lugar da abordagem do sistema econômico a partir de seus agentes individuais – 
consumidores e produtores –, Keynes partiu para a análise de conceitos agregados, como a Renda 
Nacional, o consumo, a poupança e o investimento globais. 
A década de 30 assistiria, assim, à passagem de Economia individualista e da empresa para a 
Economia Agregativa, consideradas a partir de magnitudes globais. 
É a parte da ciência econômica que focaliza o comportamento do sistema econômico como um 
todo. Têm como objeto de estudo as relações entre os grandes agregados estatísticos: a renda nacional. 
o nível de emprego e dos preços, o consumo, a poupança e o investimento totais. A macroeconomia 
tenta explicar por que, às vezes, apenas 3% da força de trabalho estão desempregadas e em outras 
ocasiões, estas taxas atingem 7% ou mais. Procura explicar por que o total de bens e serviços 
produzidos cresce a uma taxa média de 4% ao ano em uma década e uma taxa média de 2% em outra. 
Em resumo, a macroeconomia tenta responder a questões realmente relevantes da vida econômica: 
pleno emprego ou desemprego, produção, a plena capacidade ou ociosidade, taxa satisfatória ou 
insatisfatória de desenvolvimento, inflação ou estabilidade dos níveis de preços. 
A macroeconomia está voltada, fundamentalmente, para: 
� O comportamento da economia em seu conjunto, agregativamente considerado. A unidade 
de referência é o todo e não suas partes individualizadas. 
� O desempenho totalizado da economia. As causas e os mecanismos corretivos das grandes 
flutuações conjunturais. Os altos e baixos da economia como um todo etc. 
Ou seja, macroeconomia ocupa-se, basicamente, de garantir a manutenção do pleno emprego 
dos recursos disponíveis dos sistemas econômicos, eliminando todos os possíveis focos de 
subemprego ou de desemprego generalizado; ocupa-se, ainda, das condições necessárias ao 
desenvolvimento econômico, bem como de seu significado, custos e benefícios; finalmente, ocupa-se 
também das questões relacionadas à inflação, procurando determinar as causas e os efeitos das 
elevações gerais dos níveis de preços como um todo. 
 
2 Teoria geral do emprego, dos juros e da moeda. 
 
 
1.1 A NOVA ORDEM ECONÔMICA3 
Entre o final da Segunda Guerra Mundial e 1973, a economia capitalista assistiu a um longo 
processo de crescimento econômico. Durante quase trinta anos, os indicadores sociais dos países 
industriais melhoraram sensivelmente. Políticas de assistência social foram adotadas para amparar os 
trabalhadores no desemprego, na doença e na velhice. O consumo popular passou a ser o carro-chefe 
da expansão da economia. A inovação tecnológica e a obsolescência programada dos produtos faziam 
girar as grandes estruturas industriais. 
A crise dos anos de 1970, entretanto, deteriorou estas condições. A contração do mercado 
mundial e a crise energética forçaram as economias a se adaptarem a um ambiente caracterizado por 
maior concorrência. Do ponto de vista das grandes corporações multinacionais, as regras do jogo já 
não mais serviam. A aliança implícita que existia entre as empresas e os trabalhadores organizados dos 
países centrais, que ajudavam a impedir o avanço do comunismo, tornou-se obsoletas nos anos de 
1980, quando o bloco socialista apresentava sinais de exaustão. 
Do ponto de vista microeconômico, as empresas passaram a adotar estratégias para um 
mercado cada vez mais restrito e sujeito as grandes flutuações, apresentado ciclos de crescimento cada 
vez mais curtos. Com isso, as demandas por diminuir as garantias sociais deveriam ser flexibilizadas, 
visando tornar as organizações mais competitivas frente a concorrência cada vez mais acirrada. 
Como decorrência dessa situação, as grandes plantas industriais de padrão “fordista” foram 
fragmentadas a partir de estratégias de terceirização4. Também o modelo japonês de gestão, baseado 
no “estoque zero” e na produção just in time5 passou a ser adotado na Europa e nos USA. O “mercado 
de massa” foi substituído pelo “mercado de nichos” e de “segmentos”. Artigos que demandavam 
muita matéria-prima foram miniaturizados. O chip de computador passou a figurar como peça-chave 
em quase todos os dispositivos industrializados. Reduzindo os custos com a eletrônica, foram 
disseminados os computadores pessoais, as placas de fax modem, a comunicação por cabos de fibra 
ótica e o satélite das telecomunicações. 
A concorrência intermonopolista levou as grandes empresas a deslocar parte de suas 
atividades industriais para os países periféricos. A principal explicação para esse fenômeno estava na 
busca por “fatores produtivos” mais baratos, como matéria-prima e trabalho. A gestão de unidades tão 
distantes das matrizes foi alcançada pelo barateamento nos preços das telecomunicações, softwares 
cada vez mais complexos tornaram as tarefas administrativas padronizadas e o cálculo financeiro 
adequado para apurar, no tempo real, os ganhos e perdas de modificações abruptas nas taxas de 
câmbio dos diferentes países. 
Por conta dessa internacionalização da produção, as operações financeiras aumentaram de 
forma surpreendente desde 1980. Novos instrumentos financeiros foram criados, como no caso dos 
derivativos6, ou tiveram uso intensificado, como as operações de hedge7. Esta proteção é em face da 
 
3 OLIVEIRA, J. F. Economia para administradores. São Paulo: Saraiva, 2006. 
4 Estratégia de terceirização – É a estratégia de desmobilizar parte dos trabalhadores de uma grande empresa 
quando se determina que sal tarefa “não é central” no processo produtivo de certa mercadoria. Geralmente estes 
trabalhadores são contratados por salários inferiores e sem as garantias sociais daqueles da “empresa-mãe”. 
5 Just in time - Significa literalmente produzir só na hora em que o mercado demandar. Para tanto faz-se 
necessário o estabelecimento de grande sincronia entre as empresas terceirizadas e a empresa-mãe, de forma que 
no mesmo momento que é feito um pedido para uma montadora, por exemplo, as empresas de autopeças 
produzam as quantidades de componentes necessária para a produção do automóvel. Vale ressaltar que esse tipo 
de operação industrial faz parte do chamado “toyotismo”, em contraposição ao “fordismo”. 
6 Derivativos – Operações financeiras cujo valor de negociação deriva (daí o nome derivativos) de outros ativos, 
denominados ativos—objeto, com a finalidade de assumir, limitar ou transferir riscos. Abrangem um amplo 
leque de operações: a termo, futuros, opções e swaps, tanto de commodities quanto de ativos financeiros, como 
taxas de juros, cotações futurasde índices etc. a utilização ampliada dos derivativos no mundo todo tem gerado 
 
 
grande instabilidade, que faz com que os agentes econômicos busquem cada vez mais mecanismos de 
proteção. 
Essas atividades financeiras mundiais – taxas de câmbio, taxas de juros, variação nos preços 
dos commodities8, etc. – tem se caracterizado cada vez mais pelo caráter especulativo. O 
desenvolvimento das telecomunicações possibilitou o acompanhamento do mercado financeiro dos 
diversos países. Em tempo real ficam-se sabendo o que ocorre nas mais diversas partes do globo. 
Posições de ativos financeiros passaram a mudar de mãos na busca da máxima rentabilidade. Sistemas 
de informática administram automaticamente as posições, por intermédio de “ordens limitadas”, que 
compram ou vendem os ativos de acordo com a variação dos níveis de preços. Os sistemas permitem 
também a avaliação simultânea de uma série de variáveis para obter o “ótimo” da rentabilidade. Outra 
modalidade de transação financeira é a “arbitragem”, que consiste em comprar um determinado ativo 
de um mercado e vendê-lo em outro, por preço mais elevado. 
Soma-se a isso, a globalização financeira tem levado a um crescimento acentuado das dívidas 
públicas dos diversos países. A adoção de política de “equilíbrio fiscal” durantes os anos de 1980 
levou ao aumento substancial da dívida pública dos principais países. A dívida dos EUA dobrou entre 
1975 e 1995, passando de 35 para 70% do PIB. As dívidas públicas da Itália, Bélgica, Suécia e do 
Japão superaram o respectivo PIB anual. O aumento da dívida está relacionado, por um lado, com a 
queda da poupança interna e, por outro, com internacionalização da rolagem, feita nos mercados 
financeiros. O “mercado” passou a ditar o nível das taxas de juros, tornando os governos seus reféns. 
Essas características do novo quadro do capitalismo vêm se desenrolando nos últimos 20 anos, 
cujo motivo é o acirramento da concorrência entre as nações centrais do sistema, independentemente 
dos arranjos regionais, como a União Européia9, Ásia Pacific Economic Cooperation Organization 
(Apec10), ou ao North American Free Trade Agrément (Nafta11). As empresas norte-americanas, 
 
uma preocupação crescente por parte dos bancos centrais, autoridades monetárias e de supervisão bancária e 
técnicos, dada a dificuldade de avaliação de sua dimensão e suas conseqüências em termos de riscos, já que as 
atividades financeiras se tornam cada vez mais globalizadas. 
Swap: termo em inglês que significa, literalmente, “permuta” e que designa o processo de crédito recíproco ou 
empréstimos recíprocos entre bancos, em moedas diferentes e com taxas de câmbio idênticas. Costuma ser 
utilizado para antecipar recebimentos em divisas estrangeiras e foi criado no início dos anos 60 para aumentar a 
liquidez de diversos países. O mecanismo funciona por meio dos Bancos Centrais de dois países que estabelecem 
montantes de crédito equivalentes na moeda de outro país, de tal forma que um governo possa sacar contra essa 
reserva monetária extra quando for necessário. Essa operação ocorre num determinado período de tempo, findo o 
qual o processo é revertido de acordo com a mesma taxa de câmbio na qual foi feita a operação original. 
7 Hedge – Operações financeiras para proteger o investidor de futuras oscilações de juros ou de câmbio. 
8 Commodities são produtos "in natura", cultivados ou de extração mineral, que podem ser estocados por certo 
tempo sem perda sensível de suas qualidade, como suco de laranja congelado, soja, trigo, bauxita, prata ou ouro. 
Atualmente também são consideradas commodities produtos de uso comum mundial como lotes de camisetas 
brancas básicas ou lotes de calças jeans. 
9 A União Europeia, anteriormente designada por Comunidade Económica Europeia (CEE) e Comunidade 
Europeia (CE), é uma organização internacional constituída actualmente por 25 Estados-Membros, estabelecida 
com este nome pelo Tratado da União Europeia (normalmente conhecido como Tratado de Maastricht) em 1992, 
mas muitos aspectos desta união já existindo desde a década de 50. A União tem sedes em Bruxelas, 
Luxemburgo e Estrasburgo. 
10 A APEC (Asia-Pacific Economic Cooperation) é um bloco que engloba economias asiáticas, americanas e da 
Oceania. Sua formação deveu-se à crescente interdependência das economias da região da Ásia-Pacífico. Foi 
criada em 1989, inicialmente apenas como um fórum de discussão entre países da ASEAN (Association of the 
SouthEast Asian Nations) e alguns parceiros econômicos da região do Pacífico, se tornando um bloco econômico 
apenas em 1993, quando os países se comprometeram a transformar o Pacífico numa área de livre comércio. 
11 O Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (North American Free Trade Agreement) ou NAFTA , é 
um tratado envolvendo Canadá, México e Estados Unidos da América numa atmosfera de livre comércio, com 
 
 
alemãs e japonesas procuram criar no mundo as condições mais adequadas para suas respectivas 
estratégias e seus governos assumem papel destacado nessa tarefa. 
Com isso, os organismos financeiros internacionais passaram a defender uma nova ordem 
mundial. Se a tecnologia já permitia o deslocamento de capitais e de indústrias por todas as partes do 
mundo, o deslocamento de capitais financeiros deveria seguir o mesmo caminho, sem se importar com 
os interesses locais nacionais. Tal constatação levou a adoção de políticas liberais: laissez-faire, 
laissez-passer12, o que significou, no final da década de 1980, o aprofundamento da globalização 
econômica, que forçou a abertura de mercados em todo o planeta, particularmente nos países em 
desenvolvimento. 
Para atender as novas necessidades do capitalismo o Estado deveria sair da economia, 
principalmente nos países da periferia. Questões como: (a) liberdade de circulação de capitais; (b) 
supressão de restrição ao investimento produtivo; (c) abertura comercial; e (d) padronização das 
políticas macroeconômicas passaram a fazer parte do novo consenso mundial. 
Essas diretrizes citadas foram reforçadas nas políticas de instituições como o FMI13, Banco 
mundial14 e OMC15 (ex GATT), durante os anos de 1990. A atuação conjunta dessas instituições teria 
por finalidade criar uma ordem internacional “mais solidária”, estimulando a integração dos países via 
comércio internacional e deslocando o capital excedente de um pólo do sistema para outro. Com isso, 
haveria uma maior alocação de capital. Para tanto, as políticas macroeconômicas deveriam garantir a 
transparência necessária para a medição da taxa de lucros e dar maior segurança aos investidores 
estrangeiros direto. No final do processo todos os países sairiam vitoriosos: os padrões de consumo 
seria equalizados no longo prazo. Os mais pobres se aproximariam rapidamente dos mais ricos, sem 
prejuízo para os segundos. 
Outra característica do capitalismo recente é a tendência para a deterioração dos termos de 
troca dos países especializados na produção de bens primários. Como as nações industrializadas ditam 
o padrão de consumo para as sociedades periféricas por meio de diversos mecanismos de comunicação 
de massa, os padrões de consumo dos países ricos são difundidos na periferia, atingindo em cheio o 
‘desejo’ de consumo da população desses países. A variedade de bens introduzidos nos últimos 50 
 
custo reduzido para troca de mercadorias entre os três países. O NAFTA entrou em efeito em 1º de janeiro de 
1994. 
12 Laissez-faire, laissez-passer (Deixar fazer, deixar passar). Palavra de ordem do liberalismo econômico, 
proclamando a mais absoluta liberdade de produção e comercialização de mercadorias. O lema foi cunhado pelos 
fisiocratas franceses do século XVIII, masa política do laissez-faire foi praticada e defendida de modo radical 
pela Inglaterra, que estava na vanguarda da produção industrial e necessitava de mercados para seus produtos. 
Essa política opunha-se radicalmente às práticas corporativas e mercantilistas, que impediam a produção em 
larga escala e resguardavam os domínios coloniais. Com o desenvolvimento da produção capitalista, o laissez-
faire evoluiu para o liberalismo econômico, que condenava toda intervenção do Estado na economia. 
13 O Fundo Monetário Internacional é uma organização internacional que pretende assegurar o bom 
funcionamento do sistema financeiro mundial pelo monitoramento das taxas de câmbio e da balança de 
pagamentos, através de assistência técnica e financeira. Sua sede é em Washington, Estados Unidos. 
14 O Banco Mundial é uma agência do sistema das Nações Unidas, fundada a 1 de Julho de 1944 por uma 
conferência de representantes de 44 governos em Bretton Woods, New Hampshire, EUA, e que tinha como 
missão inicial financiar a reconstrução dos países devastados durante a Segunda Guerra Mundial. Atualmente, 
sua missão principal é a luta contra a pobreza através de financiamento e empréstimos aos países em 
desenvolvimento. Seu funcionamento é garantido por quotizações definidas e reguladas pelos países membros. É 
composto por 184 países membros. Sede: Washington, EUA. 
15 A Organização Mundial do Comércio (OMC ) é uma organização internacional que supervisiona um grande 
número de acordos sobre as "regras do comércio" entre os seus estados-membros. Foi criada em 1995 sob a 
forma de um secretariado para administrar o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT), um tratado comercial 
que criou muito da fundação para a OMC. A sua sede localiza-se em Genebra, Suíça. O seu director-geral actual, 
eleito em 2005, é Pascal Lemi. 
 
 
anos oferece uma leve idéia do poder sedutor do padrão de consumo “ocidental” como televisores, 
gravadores, aparelhos de som, walk-mans computadores pessoais, telefones móveis, calçados 
esportivos etc. 
A estratégia de mercado adotada pelas grandes empresas multinacionais, as principais 
responsáveis por essa “universalização” do padrão de consumo ocidental, é direcionada para a 
obtenção do maior lucro possível, por meio da continuada introdução de novos produtos. Para tanto, 
fazem uma análise detalhada do “ciclo de vida” de cada produto, de forma a identificar o memento em 
que o mercado de determinado bem entra em saturação, para que novos produtos sejam laçados em seu 
lugar, impedindo, assim, a perda de lucratividade da empresa. 
Pode-se citar como exemplo o ciclo de vida do videocassete. Quando de seu lançamento no 
mercado, o preço do aparelho deveria ser o mais alto possível para que fossem abatidos rapidamente 
os investimentos em pesquisa e produção. Como se tratava de uma inovação, seu preço estava 
adequado ao padrão de consumo das famílias de alto rendimento (renda A), que foram as primeiras a 
adquirir a novidade. Quando esse segmento já estava saturado, foi inventado o aparelho de duas 
cabeças destinado a esse mesmo segmento, mantendo-se o preço do produto. Entretanto, o preço do 
produto com uma cabeça foi reduzido, com o objetivo de atingir famílias de renda média (renda B), de 
forma a alargar o mercado consumidor e manter a lucratividade. Num terceiro momento, quando os 
mercados A e B já se encontravam saturados, foi inventado o aparelho de quatro cabeças, novamente 
destinados às famílias de renda A. O aparelho de duas cabeças teve seu preço adequado ao orçamento 
das famílias de renda B, e o de uma cabeça teve seu preço reduzido, visando às famílias de menor 
rendimento (renda C). Num quarto momento, quando o aparelho já não comportava mais nenhuma 
inovação significativa, a indústria de eletrônicos mudou o paradigma tecnológico e inventou o DVD 
Player, aparelho para a leitura de discos digitais de alta densidade, o sucedâneo do videocassete. Feito 
isso, reinicia-se o ciclo do produto, oferecendo-se as novidades às famílias de alta renda (A). 
A introdução de novos produtos industriais contrasta com a suposta rigidez da pauta dos 
chamados bens primários. Café, açúcar, trigo, soja, lã, algodão, minerais, petróleo etc. já constavam da 
pauta do comércio internacional no final do século XIX. Isso fez (e faz) com que os países 
especializados na produção de produtos primários apresentassem grandes dificuldades para a 
manutenção ou melhoria dos padrões de consumo de suas populações. “Mas esse não é o único 
problema advindo da especialização no comércio internacional”. 
Essa especialização, baseada na produção de alimentos e matérias-primas, também apresenta 
inconvenientes, como a inelasticidade-renda16 do consumo de alimentos (ou seja, quanto maior for a 
renda do consumidor, menor será a parcela gasta com alimentos), verificadas nos países de alta renda, 
e a crescente diminuição da importância das matérias-primas naturais diante da grande produção de 
materiais sintéticos, assim como da introdução de nonotecnologias17. 
 
16 Elasticidade-renda da demanda – Medida da variação na quantidade demandada de um bem quando a renda 
do consumidor é alterada, mantendo-se constantes todos os outros fatores (coeteris paribus) que influenciam a 
demanda. Para obter o coeficiente de elasticidade-renda da demanda, dividi-se a variação percentual da 
quantidade demandada pela variação percentual na renda do consumidor. Caso o coeficiente seja negativo, o 
bem é chamado de bem inferior e apresentará uma queda na demanda, quando houver um aumento na renda do 
consumidor, é o que acontece, por exemplo, com a margarina, cuja demanda diminui quando a renda do 
consumidor aumenta e ele prefere consumir manteiga. Se o coeficiente for positivo, o bem é chamado normal, e 
quando ocorre um acréscimo relativo na renda, a demanda também se eleva em termos relativos, é o que sucede 
com os bens de luxo e os chamados supérfluos. 
17 As nanotecnologias se configuram como um importante vetor de inovação no século XXI, com impactos 
sobre a sociedade e, em particular, sobre a competitividade empresarial. As nanotecnologias desenvolvem 
materiais com novas propriedades, a partir da manipulação de átomos e moléculas, tais como tintas à prova de 
riscos, vidros que não retêm água, aços elásticos, fios e tecidos inteligentes que não perdem a cor, não mancham 
e não molham; plásticos ultra-resistentes; micro e nanopartículas para medicamentos e cosmética e muitos 
outros. Estimativas da National Science Foundation dos EUA apontam que o mercado mundial para materiais, 
 
 
No caso da inelasticidade-renda da demanda, o alemão Ernest Engel, em estudo sobre a 
composição do consumo familiar, verificou que há uma relação direta entre a renda da família e os 
gastos com alimentos. Para Engel, as famílias com rendimentos mais elevados, o montante gasto com 
alimentos, a partir de certo patamar, não aumenta na mesma proporção que aumenta a sua renda. A 
representação gráfica dessa tendência ficou conhecida como a curva de Engel18. Esta definição exige 
que se repense o problema da especialização, uma vez que o expressivo aumento da renda pessoal nos 
países industrializados, a partir do final do século XIX, não foi acompanhado pelo aumento do 
consumo de alimentos pelos países agrícolas. 
Por outro lado, os gastos com artigos industrializados apresentaram uma variação positiva em 
relação ao aumento da renda, fato comprovado pela grande inovação tecnológica, verificada no mesmo 
período, pela diminuição gradativa da jornada de trabalho (liberando maior tempo para o lazer), pelo 
incremento do ingresso da mulher no mercado de trabalho e pela comercialização de uma série de 
tarefas que antes eram realizadas no âmbito do domicílio, tais como lavanderias, restaurantes, comidas 
congeladas, turismo, parque de diversões, são exemplos de como o consumo familiar se deslocou 
durante os últimos tempos. 
A especialização baseada na produção de matérias-primastambém vem sendo negativamente 
prejudicada pelas grandes transformações verificadas na economia capitalista ao longo do último 
século. O consumo industrial de ferro, alumínio, carvão, petróleo, madeira vem sendo influenciada por 
pressões para a redução de custos e preservação ambiental, e também pela crescente inovação 
tecnológica. Materiais sintéticos como plásticos e fibras têm substituído com grande economia metais, 
madeiras e vidros. A miniaturização e as nanotecnologias – desenvolvida em grande escala, a partir da 
crise econômica dos anos de 1970 – também são responsáveis pela diminuição da demanda por 
matérias-primas. 
A evolução tecnológica, verificada no desenvolvimento de novos materiais ou de novas fontes 
de energia, leva, necessariamente, à diminuição da demanda mundial de matérias-primas, constituindo 
um grande potencial problema para os países que se especializaram na produção de tais artigos. A 
tendência dessas nações de depender de exportações de bens primários diminui sua renda interna e o 
seu poder de compra no exterior. Apesar disso. Os problemas decorrentes da especialização são ainda 
maiores. 
 
produtos e processos industriais baseados em nanotecnologias será da ordem de um trilhão de dólares já daqui a 
dez anos. Essa dimensão evidencia que o seu domínio será fundamental para a competitividade das nações, em 
todos os setores de atividade econômica, na medida em que modificará produtos e processo, cabendo às 
indústrias ficarem atentas para esse movimento. Envolve o compartilhamento de informação, infra-estrutura e 
talentos. Exige investimentos expressivos e o comprometimento coordenado de órgãos de governo; de 
universidades, institutos e centros de pesquisa; de instituições de fomento e capital empreendedor; de empresas 
grandes, médias, pequenas e nascentes; de associações empresariais e sindicatos. As ações incluem o 
mapeamento das reais oportunidades nanotecnológicas, de curto, médio e longo prazo; a ampliação, com 
envolvimento das empresas, da capacitação técnica multidisciplinar e gerencial, assim como da infra-estrutura de 
produção e apropriação de conhecimento, inclusive no campo das microtecnologias; o estabelecimento de 
parcerias estratégicas, que articulem a cooperação efetiva entre empresas, universidades e institutos de pesquisa 
nesse campo; a criação e aprimoramento de mecanismos de financiamento adequados para o leque de iniciativas 
e ações requeridas; e o estímulo de ambientes amigáveis ao empreendedorismo inovador, em especial de 
empresas nascentes. Fonte: Paulo Skaf Ivoncy Brochmann Ioschpe. Presidente do Conselho Federação das 
Indústrias do Instituto de Estudos para o Estado de São Paulo Desenvolvimento Industrial. Retirado de < 
http://www.inovacao.unicamp.br/report/inte-cartananotec.pdf>. 16/07/2006. 
18 Curva de Engel. Curva elaborada pelo estatístico alemão Ernest Engel, relacionando renda das famílias e suas 
despesas com alimentos. Os estudos realizados por Engel, mostraram que essas despesas eram relativamente 
maiores nas famílias mais pobres do que nas famílias mais ricas, isto é, os mais pobres comprometiam uma 
porcentagem maior de sua renda com alimentos, embora em termos absolutos os gastos dessas famílias com 
alimentos fossem consideravelmente menores do que aqueles observados nas famílias mais ricas. 
 
 
2 POLÍTICAS MACROECONÔMICAS 
2.1 POLÍTICA ECONÔMICA 
A política econômica é determinada por um conjunto de medidas governamentais, que atuam 
sobre a Economia do país. Consiste na determinação dos setores ou pólos econômicos, que 
prioritariamente devem ser impulsionados e desenvolvidos, mediante apoio técnico, financeiro ou 
fiscal. Como não é possível atuar de forma efetiva em todos os campos da Economia, o governo deve 
priorizar determinados setores que mais necessitam da ação do Estado e canalizar recursos 
orçamentários para apoiar uma ação, que deve ser minuciosamente estudada para que os recursos 
sejam aplicados de forma eficiente e eficaz. 
Embora estejamos passando por um momento do pensamento econômico com predominância 
do pensamento liberal19, há aceitação mais ou menos geral da importância da ação do governo na 
Economia. A divergência está no modo como esta ação deve ser conduzida. 
Além das funções sociais de educação, saúde e justiça, o governo detém responsabilidade 
sobre a economia do país, mesmo quando o sistema dominante é o de mercado, ou liberal. 
2.2 METAS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA 
 
 
 
São as seguintes as metas de políticas macroeconômicas: 
� Alto nível de emprego 
� Estabilidade de preços 
� Distribuição de renda socialmente justa 
� Crescimento econômico. 
As questões relativas ao emprego e à inflação são consideradas como conjunturais, de curto 
prazo. É a preocupação central das chamadas políticas de estabilização. As questões relativas ao 
crescimento são predominantemente de longo prazo, enquanto o problema da distribuição de renda 
envolve aspectos de curto e longo prazo. 
Alguns textos colocam também como meta o equilíbrio no balanço de pagamentos, mas estes 
não apresentam um objetivo em si mesmo, mas um meio, um instrumento para se atingir as quatro 
metas assinaladas. 
 
19 O liberalismo é, sem dúvida, o pensamento econômico que mais agrada as forças econômicas dominantes, 
pois procura livrar o jogo do mercado das peias e amarras que cerceiam a livre ação dos empresários na 
consecução dos objetivos da maximização do lucro. 
Os economistas – e a sociedade como um todo – 
concordam em relação a três importantes metas 
macroeconômicas: crescimento econômico rápido, pleno 
emprego e estabilidade de preços. 
 
• Alto nível de emprego 
Pode-se dizer que a questão do desemprego, a partir dos anos 30, permitiu um aprofundamento 
da análise macroeconômica. Surgiu o livro de John Maynard Keynes – Teoria Geral do Emprego, dos 
Juros e da Moeda –, em 1936, que forneceu aos governantes os instrumentos necessários para que a 
economia recuperasse seu nível de emprego potencial ao longo do tempo. 
Deve-se salientar que antes da crise dos anos 30, a questão do desemprego não preocupava a 
maioria dos economistas, pelo menos nos países capitalistas. Isso porque predominava o pensamento 
liberal que acreditava que os mercados, sem interferência do Estado, conduziam a economia ao pleno 
emprego de seus recursos, ou a seu produto potencial: milhões de consumidores e milhares de 
empresas, como que guiados por uma “mão invisível”, determinariam os preços e a produção de 
equilíbrio, e, desse modo, nenhum problema surgiria no mercado de trabalho. 
De fato, desde a Revolução Industrial, em fins do século XVIII, até o início do século XX, o 
mundo econômico parece ter funcionado mais ou menos assim. Entretanto, a evolução da economia 
mundial trouxe em seu bojo, novas variáveis, como o surgimento dos sindicatos dos trabalhadores, os 
grupos econômicos e o desenvolvimento do mercado de capitais e do comércio internacional, de sorte 
a complicar e trazer incertezas sobre o funcionamento da economia. A ausência de políticas 
econômicas levou à quebra da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, e uma crise de desemprego 
atingiu todos os países do mundo ocidental nos anos seguintes. 
Com a contribuição de Keynes, contudo, fincaram-se as bases da nova Teoria 
Macroeconômica, e da intervenção do Estado na economia de mercado. Na verdade, Keynes 
praticamente inaugurou uma questão da macroeconomia que perdura até hoje – qual deve ser o grau de 
intervenção do Estado na economia e, em que medida ele deve ser produtor de bens e serviços. A 
corrente de economistas liberais (hoje neoliberais) prega a saída da produção de bens e serviços, 
enquanto outra corrente de economista apregoa um maior grau de atuação do Estado na atividade 
econômica. 
• Estabilidade de preçosDefine-se inflação como um aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços, 
acarretando distorções, principalmente sobre a distribuição de renda, sobre a expectativa dos agentes 
econômicos e sobre o balanço de pagamentos. 
• Distribuição eqüitativa de renda 
A economia brasileira cresceu razoavelmente entre o fim dos anos 60 e a maior parte da 
década de 1970. Apesar disso, verificou-se uma disparidade muito acentuada de nível de renda, tanto 
na área pessoal como no campo regional. Isso fere, evidentemente, o sentido de eqüidade ou justiça. 
No Brasil, os críticos do “milagre” argumentavam que havia piorado a concentração de renda 
do país, nos anos de 1967-1973, devido a uma política deliberada do governo baseada em, crescer 
primeiro para depois distribuir (a chamada Teoria do Bolo). 
A posição oficial era de que certo aumento na concentração de renda seria inerente ao próprio 
desenvolvimento capitalista, dada as transformações estruturais que ocorrem (êxodo rural, com 
trabalhadores de baixa qualificação, aumento da proporção de jovens etc.). Nesse processo gera-se 
uma demanda por mão-de-obra qualificada, a qual, por ser escassa, obtém ganhos extras. Assim, o 
fator educacional seria a principal causa da piora distributiva. Simonsem argumentava que há 
“desigualdades com mobilidade”, isto é, o indivíduo permanece pouco tempo na mesma faixa salarial 
e tem facilidade de ascensão. Isso seria um fator importante para a convivência com má distribuição de 
renda. 
Deve ser observado que, embora tenha ocorrido no Brasil uma concentração de renda naquele 
período, a renda média de todas as classes aumentou. O problema é que, embora o pobre tenha ficado 
menos pobre, o rico ficou relativamente mais rico no período considerado. 
 
 
• Crescimento Econômico 
Se existem desemprego e capacidade ociosa, pode-se aumentar o produto nacional através de 
políticas econômicas que estimulem a atividade produtiva. Mas, feito isso, há um limite à quantidade 
que se pode produzir com os recursos disponíveis. 
Aumentar o produto além desse limite exigirá: 
a) Ou um aumento nos recursos disponíveis; 
b) Ou um avanço tecnológico (ou seja, melhoria tecnológica, novas maneiras de organizar a 
produção, qualificação de mão-de-obra). 
Quando falamos em crescimento econômico, estamos pensando no crescimento da renda 
nacional per capita, ou seja, em colocar à disposição da coletividade uma quantidade de mercadorias e 
serviços que supere o crescimento populacional. A renda per capita é considerada um razoável 
indicador – o mais operacional – para se aferir a melhoria do padrão de vida da população, embora 
apresentem falhas (os países árabes têm as melhores rendas per capita, mas não o melhor padrão de 
vida do mundo). 
Durante os anos 60 e 70, começaram a surgir dúvidas em relação à importância do 
crescimento como meta principal da política econômica. Nos países desenvolvidos tem-se considerado 
a questão da piora do meio ambiente (poluição, degradação etc.). Nos países em desenvolvimento (ou 
economias emergentes), como o Brasil, o rápido crescimento dos anos do chamado “milagre 
econômico” coincidiu com uma redistribuição de renda a favor dos segmentos mais ricos da 
população. 
• Inter-relação e conflitos entre objetivos 
Os objetivos não são independentes uns dos outros, podendo inclusive ser conflitantes. Atingir 
uma meta pode ajudar a alcançar outra. O crescimento pode facilitar a solução dos problemas da 
pobreza, pois se podem abrandar conflitos sociais sobre a divisão do bolo produtivo quando ele 
aumenta. Nesse sentido, poder-se-ia aumentar a renda dos pobres sem diminuir a dos ricos. 
Entretanto no Brasil, e em outros países em desenvolvimento, as metas de crescimento e a 
eqüidade distributiva têm-se mostrado conflitantes, uma vez que o aumento do nível de poupança 
(necessário para aumentar os investimentos geradores de crescimento) parece ser mais facilmente 
obtido através de uma distribuição desigual de renda – (especificamente aumentando a parte dos lucros 
e da poupança dos mais ricos na renda nacional). 
Outro conflito pode ser observado entre as metas de redução de desemprego e a estabilidade 
de preços. É fato observável que, quando o desemprego diminui e a economia aproxima da plena 
utilização dos recursos, passam a ocorrer pressões por aumentos de preços, principalmente nos setores 
fornecedores de insumos básicos (aço, embalagens, matérias-primas), o que explica o freqüente 
controle do crescimento do consumo pelas autoridades para não provocar inflação. 
 
 
3 INSTRUMENTOS DE POLÍTICAS MACROECONÔMICAS 
Característica do macroambiente econômico 
O domínio do conhecimento acerca do macroambiente econômico é de suma importância para 
empresários, homens de negócio, tomadores de decisão e para todas as pessoas de forma generalizada, 
a dona de casa, o estudante, o político, o profissional, pois os acontecimentos que ocorrem na esfera 
macroeconômica afetam a vida de todos. 
Cabe ao governo, a política macroeconômica, as quais têm como última função a de 
estabilizar/controlar os grandes agregados macroeconômicos. A política macroeconômica envolve a 
atuação do governo sobre a capacidade produtiva (oferta agregada) e despesas planejadas (demanda 
agregada), com o objetivo de permitir que a economia opere em pleno emprego, com baixa taxa de 
inflação e uma distribuição justa de renda. Dentro dessa função do setor público, os principais 
agregados econômicos são: taxa de juros, crescimento econômico, nível de preços, taxa de 
desemprego e taxa de câmbio. 
Assim, para que esses objetivos do setor público sejam alcançados de forma eficaz, o governo 
utiliza-se de um conjunto de políticas e instrumentos econômicos destacados a seguir. 
3.1 POLÍTICA MONETÁRIA 
A política monetária tem como objetivo controlar a oferta de moeda na economia. Determinar 
a quantidade de moeda (dinheiro) na economia é função do Conselho Monetário Nacional (CMN20), 
com participação do Banco Central do Brasil (BACEN). Ao determinar a quantidade de dinheiro, tem-
se a formação da taxa de juros, ou seja, a taxa de juro pode ser simplificadamente interpretada como 
sendo o “preço do dinheiro”. 
A lógica da política monetária consiste em controlar a oferta de moeda (liquidez) para 
determinar a taxa de juros de referência do mercado. Nesse sentido, o Banco Central, seja qual for o 
país, eleva a taxa de juros21, enxugando (diminuindo) a oferta monetária, e a reduz atuando de forma 
inversa. 
Cabe destacar que em um sistema econômico, moeda representa os meios de pagamentos. 
Estes, na sua forma mais líquida, podem ser representados pelo papel-moeda e pelos depósitos à vista 
nos bancos comerciais. Tanto as cédulas/moedas metálicas quanto os valores existentes em contas 
bancárias representam os meios de pagamentos. 
A política monetária, ao controlar os meios de pagamentos, está visando estabilizar o nível de 
preços geral da economia. Os governos que necessitam diminuir a taxa de inflação reduzem a oferta de 
monetária e aumentam a taxa de juros. Esse mecanismo controla os níveis de preços. Mas, se a taxa de 
juros permanece elevada por um período longo, a economia pode deixar de ter um crescimento 
econômico, redundando, assim, em baixos níveis de emprego. 
O BACEN pode alterar os meios de pagamento (oferta de moeda) utilizando-se de quatro 
instrumentos: 
 
20 CMN : Conselho Monetário Nacional - É o principal órgão do Sistema Financeiro Nacional, criado pela Lei 
4.595 de 1964. Determinada a sua competência quanto a ser órgão disciplinador do Mercado de Capitais pela Lei 
4.728 de 14 de julho de 1965, o Conselho Monetário Nacional também substitui o Conselho da Superintendência 
da Moeda e do Crédito (SUMOC), e tem como finalidade formular a política da moeda e do crédito. 
21 A taxa de juros é determinada pelo COPOM – Comitê de Política Monetária. 
 
 
a) Operação de mercado aberto (Open Market) 
As operações de mercadoaberto são caracterizadas pela compra e venda de títulos 
públicos22 do BACEN23 no mercado. Esses títulos podem ser de emissão própria ou em geral do 
Tesouro24. Seu impacto sobre a liquidez na economia pode ser resumido em dois simples 
exemplos: 
Exemplo 1: Banco Central compra títulos públicos do mercado, fazendo o pagamento em 
Reais. Nesse caso, a oferta de moeda aumenta, pois o BACEN está retirando um ativo (título) que 
não é meio de pagamento e fornecendo ao mercado um ativo líquido (moeda), no caso, Real. 
Essa operação, realizada em grande quantidade, tem como objetivo aumentar a oferta de 
moeda e conseqüentemente diminuir a taxa de juros do mercado. 
Exemplo 2: Banco Central vende título no mercado, recebendo pagamento em Reais. 
Ocorre o caso inverso do exemplo anterior. O BACEN está ofertando um ativo menos líquido 
(títulos) e retirando do mercado um ativo mais líquido (moeda). Essa operação, realizada em 
grande escala, tem como finalidade diminuir a oferta monetária e conseqüentemente aumentar a 
taxa de juros e com isso controlar o nível de preços. 
b) Depósito compulsório25 
São depósitos sob a forma de reservas bancárias que cada banco comercial é obrigado 
legalmente a manter junto ao Banco Central. É calculado como um percentual sobre os depósitos 
à vista nos bancos comerciais. 
Quanto maiores os depósitos compulsórios, maior o nível de reservas obrigatórias dos 
bancos junto ao Banco Central. Os recursos destinados aos empréstimos sofrem uma diminuição e 
provocam com isso a criação de moeda bancária (valores depositados nos bancos). A taxa de juros 
sofre um aumento, sendo o inverso também verdadeiro. 
Para diminuir a liquidez do sistema financeiro, o Banco Central eleva a taxa de 
compulsório. Com menos recurso para emprestar dos bancos comerciais, o crescimento da 
economia como um todo é afetado. 
c) Redesconto bancário 
A assistência financeira de liquidez ou redesconto é o mecanismo pelo qual o BACEN 
socorre instituições financeiras com problemas de liquidez. O redesconto é o empréstimo que os 
bancos comerciais recebem do BACEN para cobrir eventuais problemas de liquidez. A taxa 
cobrada sobre esses empréstimos é chamada de taxa de redesconto. 
Um aumento da taxa de redesconto indica que os bancos sofrerão maiores custos, caso 
tenham problema de liquidez. Neste caso, as instituições irão aumentar suas reservas e diminuir o 
crédito, aumentando o custo para se obter meios de pagamento, ou seja, a taxa de juros. 
 
22 C-Bonds: Título da dívida externa brasileira mais negociados no mercado internacional. 
23 A taxa de juros básica – Selic – em que são negociados os títulos do governo está em 16% (07/2004). 
24 Títulos do BACEN: Emitidos com o objetivo de fazer política monetária, ou seja, controlar o volume de 
dinheiro em circulação no sistema financeiro. 
25 O depósito compulsório no Brasil é: 70% sobre os depósitos à vista; 30% sobre os depósitos na caderneta de 
poupança e 23% sobre os depósitos a prazo. 
 
 
d) Controle e seleção de crédito 
Um instrumento não muito convencional, mas às vezes utilizado pelo Banco Central, 
refere-se ao controle direto sobre o crédito. Este pode estar relacionado ao volume de crédito, ao 
prazo e destinação do crédito. Este instrumento pode gerar distorções no livre funcionamento do 
mercado de crédito, e até desestimular a atividade de intermediação financeira. 
Assim, por exemplo, se o objetivo é controle da inflação, a medida apropriada de política 
monetária seria diminuir o estoque monetário da economia (por exemplo, aumento da taxa de reservas 
compulsórias, ou compra de títulos no open market). Se a meta é o crescimento econômico, a medida 
adotada seria o aumento do estoque monetário. 
3.2 POLÍTICA FISCAL 
O principal instrumento de política econômica do setor público refere-se à política fiscal. 
Esta, por sua vez, consiste na elaboração e organização do orçamento do governo, o qual demonstra as 
fontes de arrecadação e os gastos públicos a serem efetuados em um determinado período (exercício). 
 
A política fiscal visa estimular o crescimento e 
reduzir a taxa de desempenho por meio da 
elaboração do orçamento público. 
 
A política fiscal visa atingir a atividade econômica e assim alcançar dois objetivos inter-
relacionados, a saber, estimular a produção, ou seja, o crescimento econômico e combater, se for o 
caso, a elevada taxa de desemprego. O financiamento do déficit do setor público26, também é um fator 
de preocupação da política fiscal. 
Refere-se, portanto, a todos os instrumentos que o governo dispõe para a arrecadação de 
tributos27 (política tributária) e o controle de suas despesas28 (política de gastos), ou seja, consegue 
alterar o volume das receitas e dos gastos públicos através dos instrumentos fiscais. Estes instrumentos 
são: 
a) Imposto29 (receita): 
Os impostos podem ser classificados em duas categorias: 
- Impostos diretos: incidem diretamente sobre a renda das unidades familiares e das 
empresas. Ex.: IRPF (Imposto de Renda de Pessoa Física); IRPJ (Imposto de 
Renda Pessoa Jurídica). 
- Impostos indiretos: são tributos que oneram as transações intermediárias e finais. 
São incorporados ao processo produtivo e, portanto, incidem indiretamente sobre 
o contribuinte (consumidor). Ex.: ICMS, ISS, CONFINS, PIS. 
b) Despesas do governo (gastos): 
As despesas do governo podem ser divididas em: 
- Consumo: gastos com salário, administração pública, funcionalismo civil e 
militar. 
 
26 28% da arrecadação no Brasil são utilizados para a rolagem da dívida, girando em torno de 150 bilhões de 
reais. 
27 O governo brasileiro arrecada 530 bilhões de reais em imposto. 
28 95% das despesas do governo são obrigatórias 
29 A carga tributária no Brasil gira em torno de 36% do PIB, ou seja, de cada 100 reais produzidos, 36 reais 
ficam com o governo – é considerada uma das mais altas do mundo. Em 1994 era em torno de 29% do PIB. 
 
 
- Transferências: benefícios pagos pelos institutos de previdência social, sob a 
forma de aposentadoria30, salário-escola, FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de 
Serviço). 
- Subsídios: são pagamentos feitas pelo governo a algumas empresas públicas ou 
privadas. 
- Investimentos: gastos com aquisição de novas máquinas, equipamentos, 
construção de estradas, pontes, infra-estrutura. 
c) Orçamento do governo: 
O resultado das operações de receita menos os gastos do setor público representam o 
orçamento do governo. Este saldo pode ser classificado em três esferas: 
- Orçamento equilibrado: ocorre quando o total das receitas em valores monetários 
de um determinado período for exatamente igual ao total de gastos em valores 
monetários. 
- Orçamento superavitário: as receitas superam os gastos em valores monetários em 
um determinado exercício do governo. 
- Orçamento deficitário: as receitas são inferiores aos gastos. 
Quando o Tesouro Nacional, responsável pelas contas do setor público, registra um caso de 
déficit, o governo deve determinar como será o financiamento ou o pagamento desse excesso de 
gastos. 
Entretanto, o resultado do setor público pode ser dividido em duas contas: 
� Superávit/déficit primário ou fiscal: é o saldo positivo/negativo alcançado quando a 
receita do governo federal e estadual é superior/inferior aos seus gastos. É a diferença 
entre os gastos públicos e a arrecadação tributária no exercício, independente dos 
juros e da correção da dívida passada. 
� Déficit operacional (Necessidade de Financiamento do Setor Público – NFSP): é 
calculado pelo resultado primário, acrescido do pagamento dos juros da dívida 
passada. 
O déficit do setor público pode ser financiado por duas principais fontes de recursos: 
� Emissão de moeda: o BACEN, neste caso, cria moeda para financiar a dívida do 
Tesouro. Este procedimento é também conhecido como monetização da dívida. 
� Empréstimos: venda de títulos da dívida públicaao setor privado (interno ou externo): 
o governo oferta títulos em troca de moeda para financiar sua dívida atual. Este 
financiamento tende a aumentar o déficit operacional devido ao pagamento dos juros. 
Além destas duas fontes de recursos, o governo pode utilizar alterações nas alíquotas de 
impostos para tentar cobrir o déficit orçamentário. O Brasil tem buscado diminuir seu déficit primário 
a fim de diminuir o déficit operacional, para tanto tem buscado o superávit primário. 
A título de curiosidade, vejamos o que ocorre na economia caso o governo reduza os 
impostos, ocorrendo um conseqüente aumento déficit orçamentário: 
• O aumento na renda disponível provoca elevação do consumo e redução da poupança; 
• A redução da poupança eleva a taxa de juros e desestimula o investimento; 
 
30 56% da arrecadação dos impostos são gastos com o funcionalismo público e aposentadorias – 3 milhões de 
aposentados do serviço público ficam com a metade dos recursos da previdência e 20 milhões de aposentados do 
INSS fica com os outros 50%. 
 
 
• Um menor nível de investimentos levará a um menor nível de produto/renda; 
• Com base no modelo IS-LM-BP, teremos elevação da demanda, do produto e do nível de 
emprego apenas no Curto Prazo; 
• No Longo Prazo, os efeitos será apenas a elevação no nível geral de preços; 
• Com a redução da poupança, temos superávits na conta de capital e déficit na conta-corrente, 
implicando em endividamento da nação; 
• Há ainda uma valorização da moeda nacional, desestimulando a importação e amenizando o 
efeito expansionista da política fiscal. 
Além da questão do nível de tributação, a política tributária, por meio da manipulação da 
estrutura e alíquotas de impostos, é utilizada para estimular (ou inibir) os gastos de consumo do setor 
privado. 
Se o objetivo da política econômica é reduzir a taxa de inflação, as medidas fiscais 
normalmente utilizadas são as diminuições de gastos públicos e/ou o aumento da carga tributária (o 
que inibe o consumo). Ou seja, visam diminuir os gastos da coletividade. 
Se o objetivo é, um maior crescimento e emprego, os instrumentos fiscais são os mesmos, mas 
em sentido inverso, para elevar a demanda agregada. 
Para uma política que vise melhorar a distribuição de renda, esses instrumentos devem ser 
utilizados de forma seletiva, em benefício dos grupos menos favorecidos. Por exemplo, gastos do 
governo em regiões menos atrasadas. 
As políticas monetária e fiscal representam meios alternativos diferentes para as mesmas 
finalidades. A política econômica deve ser executada através de uma combinação adequada de 
instrumentos fiscais e monetários. 
Pode-se dizer que a política fiscal apresenta maior eficácia quando o objetivo é uma melhoria 
na distribuição de renda, tanto na taxação às rendas mais altas como pelo aumento dos gastos do 
governo com destinação a setores menos favorecidos. A política monetária é mais difusa na questão 
distributiva. 
Uma vantagem freqüentemente apontada da política monetária sobre a fiscal é que a primeira 
pode ser implantada logo após a sua aprovação, dado que depende apenas de decisões diretas das 
autoridades monetárias, enquanto a implementação de políticas fiscais depende de votação do 
Congresso, e deve obedecer ao Princípio da Anterioridade 31, o que aumenta a defasagem entre a 
tomada de decisão e a implementação das medidas fiscais. 
3.3 POLÍTICA CAMBIAL E COMERCIAL 
São as políticas que atuam sobre as variáveis relacionadas ao setor externo da economia. 
A política cambial refere-se à atuação do governo sobre a taxa de câmbio. O governo, através 
do Banco Central, pode fixar a taxa de câmbio. 
 
31 Ou Princípio da Anualidade (como conhecido anteriormente), segundo o qual a implementação de uma 
medida só pode ocorrer a partir do ano seguinte ao de sua aprovação pelo Congresso Nacional. Como consta do 
art. 150, inciso III, b, da Constituição Federal de 1988, é vedado às autoridades públicas cobrar tributos no 
mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada lei que os instituiu ou aumentou. 
 
 
O mercado de câmbio32 (divisas) é formado pelos diversos agentes econômicos que compram 
e vendem moeda estrangeira conforme suas necessidades. Empresas que vendem mercadorias ou ações 
no exterior estão aumentando a oferta de moeda estrangeira, em particular o Dólar, pois sua receita 
ocorre em moeda estrangeira. Empresas que compram bens ou ações no exterior estão demandando 
moeda estrangeira, pois seus gastos ocorrem em dólares. Neste sentido, o preço da moeda estrangeira 
em relação à moeda nacional é determinado neste mercado. Este preço é chamado de taxa de câmbio 
(R$/US$). 
 
As empresas brasileiras que participam 
do comércio internacional dependem substancialmente 
da taxa de câmbio. Entender o funcionamento 
desse mercado é fundamental. 
 
Se o câmbio estiver em R$ 2,50, significa que são necessários R$ 2,50 reais para comprar um 
dólar. Se este subir para R$ 3,00 por dólar, ocorreu uma desvalorização da moeda local (real) em 
relação à moeda estrangeira (dólar). O preço da moeda estrangeira elevou-se. 
Assim, se o preço sobe devido a um aumento da demanda por dólar, dizemos que ocorreu 
uma desvalorização do Real frente ao dólar. Precisa-se de mais reais para comprar a mesma 
quantidade de dólares. 
Se o preço desce devido a um aumento da oferta de dólares, dizemos que ocorreu uma 
valorização do Real frente ao dólar. Menos reais serão necessários para comprar a mesma quantidade 
de dólares. 
Cabe explicar que as relações econômicas, comerciais e financeiras dos agentes de 
determinado sistema econômico, como os agentes de outro sistema econômico (normalmente país), 
são registradas na Balança de Pagamentos. Eventuais déficits no Balanço de Pagamentos são 
decorrentes do fato de a entrada de divisas (dólares) ser inferior a saída de divisas. Este fato é 
resultado de dois desequilíbrios. O primeiro é que se importam bens e serviços menos do que se 
consegue exportar, resultando em uma saída de divisas maior do que a entrada. O segundo 
desequilíbrio é causado pelo lado financeiro, onde não se consegue atrair recursos (dólares) em 
quantidade suficiente para pagar as contas em dólar. 
A política comercial diz respeito aos instrumentos e incentivos às exportações e/ou estímulos 
e desestímulos à importação, ou seja, refere-se aos estímulos fiscais (crédito-prêmio do ICMS, IPI 
etc.) e creditícios (taxas de juros subsidiadas) às exportações e ao controle das importações (via tarifas 
e barreiras quantitativas sobre importações). 
3.4 POLÍTICA DE RENDAS 
A política de rendas refere-se à intervenção direta do governo na formação de renda (salários, 
aluguéis), através de controle e congelamentos de preços. 
Alguns tipos de controles exercidos pelas autoridades econômicas podem ser considerados 
dentro do âmbito das políticas monetária, fiscal ou cambial. Por exemplo, o controle das taxas de juros 
e da taxa de câmbio. Entretanto, os controles sobre preços e salários situam-se em categorias próprias 
 
32 Câmbio Comercial: É a cotação do dólar usada para o fechamento dos contratos de exportação e importação. 
O câmbio comercial também registra as operações de empréstimos de empresas no exterior, investimentos 
estrangeiros diretos, as entradas e saídas dos investimentos estrangeiros em renda fixa e nas bolsas de valores. 
Câmbio Paralelo: É o mercado que existe quando o país não tem uma política de câmbio 100% livre. 
 
 
de política econômica. A característica especial é que, nesses controles, os preços são congelados, e os 
agentes econômicos não podem responder às influencias econômicas normais do mercado. 
Normalmente esses controles são utilizados como política de combate à inflação. No Brasil, a 
fixação de política salarial, o salário mínimo, a atuação do CIP (Conselho Interministerial dePreços), 
depois o SEAP (Secretaria Especial de Abastecimento e Preços) e os congelamentos de preços e 
salários nos recentes planos econômicos situam-se no contexto de políticas antiinflacionárias. 
 
3.5 POLÍTICA NEOLIBERAL NO BRASIL 
 
A partir da Segunda Guerra Mundial, entre 1945 e 1973, ocorreu um longo ciclo de 
crescimento econômico proporcionado pela atuação do estado na economia, proporcionando um 
elevado padrão de consumo e também uma complexa estrutura de assistência social. Tal atuação não 
se restringiu somente à assistência, mas também em importantes setores da economia, que passaram a 
ser controlados diretamente por empresas públicas. Do ponto de vista político, partidos de corte social-
democrata ou trabalhista controlavam importantes países industrializados. Entretanto, a crise 
internacional que ocorreu pelo chamado “segundo choque do petróleo33”, foi caracterizada por 
desemprego, inflação e estagnação, o qual levou a uma abrupta mudança na estrutura política na 
década de 1980, saindo de cena o Estado de Bem-Estar e começa a era do Estado Mínimo. 
A crise econômica dos anos 1970 desmoralizou as políticas de bem-estar social patrocinada 
pelos principais países capitalistas. Alegando os efeitos negativos das políticas de assistência social – 
como a elevação do déficit público e as elevadas taxas de inflação, sem, contudo influir positivamente 
sobre os níveis de empregos – os economistas neoliberais passou a defender o afastamento do Estado 
da gestão da política econômica, preconizando a desregulamentação dos mercados, a privatização de 
empresas públicas e a diminuição dos gastos sociais. 
No Brasil, depois de um acelerado crescimento econômico de 1968 a 1973 impulsionado em 
grande parte pelo crescente endividamento externo, apresentou problemas devido a esta crise do 
petróleo. Neste período o Brasil era o terceiro maior importador mundial de petróleo, atrás apenas dos 
EUA e do Japão – do período de 1967 a 1973 a importação do petróleo elevou-se em 
aproximadamente 300%. Com a quadruplicação do preço do barril de petróleo34, a balança comercial 
que já apresentava expressivo déficit, passou a ser mais pressionada. Ver figura a seguir. 
Na época, o governo do então Ernesto Geisel tinha que decidir a política econômica. 
Colocavam-se duas possibilidades: (1) reduzir o nível de atividade, de forma a adequar a realidade 
 
33 O primeiro choque do petróleo ocorreu em 1973, quando os países do Oriente Médio descobriram que o 
petróleo é um bem não-renovável e que, por isso, iria acabar algum dia. Os produtores então diminuíram a 
produção, elevando o preço do barril de US$ 2,90 para US$ 11,65 em apenas três meses. As vendas para os EUA 
e a Europa também foram embargadas nessa época devido ao apoio dado Israel na Guerra do Yom Kippur (Dia 
do Perdão). Com isso, as cotações chegaram a um valor equivalente a US$ 40 nos dias de hoje. Fundada na 
década de 60 por Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait e Venezuela, a Opep notabilizou-se a partir do embargo, 
lançado em 1973 pela Arábia Saudita e acompanhado pelos países árabes, aos mercados dos EUA e da Europa. 
Na época, os países alegaram razões políticas resultantes da retomada por Israel dos territórios atacados por 
Egito e Síria na Guerra do Yom Kippur. Derivada da Guerra dos Seis Dias - quando Israel ocupou territórios 
palestinos na Jordânia e na Faixa de Gaza, vencendo os exércitos da Síria, do Egito e da Jordânia - a Guerra do 
Yom Kippur começou no dia do perdão dos judeus (o Yom Kippur), quando os países árabes retomaram os 
territórios perdidos. Israel, em seu contra-ataque, foi apoiado pelos Estados Unidos. 
34 A unidade barril é utilizada para expressar a quantidade de petróleo, correspondendo cada barril a 159 litros 
de óleo cru. 
 
 
local aos ditames das restrições impostas pelo aumento da principal matéria-prima industrial; ou (2) 
acelerar o processo de crescimento por meio da internalização da produção de equipamentos, insumos 
industriais e de energia, de forma a superar os gargalos surgidos no crescimento acelerado, sendo que 
o governo optou pela segunda possibilidade, cujas diretrizes foram estabelecidas no II Plano Nacional 
de Desenvolvimento (PND)35. 
Variação do consumo, produção e importação de petróleo no período de 1955 a 1985, no Brasil. 
 
Fonte: http://www.cepa.if.usp.br/energia/energia1999/Grupo1A/petroleonobrasil.html 
A mudança das bases do crescimento desloca-se dos setores ligados aos bens de consumo 
duráveis para os setores intermediários das indústrias. Tal medida levou ao aumento do processo 
inflacionário, o qual beneficiou sobremaneira o setor financeiro. 
A principal fonte de financiamento do ciclo de expansão de 1974-1980 foi o endividamento 
externo. A recessão induzida nos países desenvolvidos, por conta da crise energética, fez com que 
aumentasse a liquidez do sistema financeiro internacional. Por outro lado, uma grande parte dos 
recursos gerados pela elevação dos preços do petróleo, âmbito dos países da Organização dos Países 
 
35 O II PND visava eliminar o atraso do setor de meios de produção e ampliar a produção doméstica de 
alimentos e energia (principalmente petróleo). Através disso, o ajustamento pretendia superar o 
subdesenvolvimento. Entre 74-76 o investimento cresceu acima da produção corrente e entre 77-80 ocorre o 
inverso, havendo uma inflexão na trajetória de crescimento. A forte desaceleração do investimento a partir de 77 
desvia a demanda por bens de capital para o exterior. Além disso, há ainda uma desarticulação dos 
investimentos, e uma diversificação na estrutura industrial, resultando na elevação do grau de ociosidade. A 
participação do petróleo cresceu de 11% para 37% na pauta de importações ao longo do período. A dinamização 
do Proálcool só ocorreu a após 79, entretanto, o II PND não pôde alavancar a expansão econômica como 
pretendia fazer baseando-se no crescimento industrial. Quanto à balança comercial, entre 74 e 77, o déficit surgiu 
graças à quadruplicação dos preços do petróleo e, entre 77 e 80, a ampliação do déficit ocorre com a deterioração 
das relações de troca. Fonte: http://www.portalbrasil.eti.br/economia_colunista_2003_abr.htm. 
 
 
Exportadores de Petróleo (Opep)36, foi investida em bancos comerciais da Europa, do Japão e dos 
Estados Unidos, aumentando ainda mais o excedente de capitais. 
A política econômica do governo Geisel, do ponto de vista conjuntural, impediu a brusca 
desaceleração da economia e permitiu o crescimento do produto a taxas elevadas, em torno de 7% ao 
ano, entre 1974 e 1978. os grandes projetos públicos, desenvolvidos no período, permitiram a 
manutenção da renda interna e também substituiu a importação de bens de capital e de matérias-primas 
industriais. A internalização da produção daqueles bens levou à reestruturação das pautas de 
exportação e de importações durante os primeiros anos da década de 1980. 
A partir de 1979, assume o então presidente general João Baptista Figueiredo, cujo objetivo da 
política econômica continuava a mesma, acelerar o crescimento e estimular o consumo. Entretanto, a 
política de juros altos adotada pelo Federal Reserve System37, no final daquele ano. As dívidas 
contratadas com base em taxas de juros flutuantes passariam, a partir de 1979, a pressionar em 
demasia o balanço de pagamentos. 
Apesar das adversidades, os dirigentes brasileiros insistiram em acelerar o desenvolvimento 
econômico em 1979 e 1980, sendo que em 1980 o PIB cresceu 10%. Entretanto, o crescimento no 
déficit na balança comercial e nas transações correntes, tornava insuportável seu financiamento. Já em 
1981, o governo brasileiro inicia o processo de ajuste da economia à nova conjuntura internacional, 
induzindo a recessão a gerar excedentes que seriam direcionados para os credores externos. O período 
que vai de 1981 a 1990 é chamado de “década perdida”, período este marcadopor oscilações abruptas 
no PIB. 
Dentre os problemas do período, merece destaque a administração da dívida pública brasileira, 
que absorveu recursos de aproximadamente 8% ao ano do PIB e, por conta disso, acarretou 
repercussões negativas em diversos níveis da economia local, tanto no âmbito dos gastos públicos, das 
taxas de inflação e da taxa de investimento quanto da produtividade geral da indústria brasileira. Os 
anos de 1980 foram caracterizados por bruscas oscilações do produto, pelo estacionamento da renda 
per capita, pela explosão das taxas de inflação e por fracassados planos econômicos que não 
conseguiram debelar o surto inflacionário. 
A partir de 1980 – ultimo ano de expansão do PIB – as taxas de crescimento do PIB 
apresentaram-se declinantes, já em 1981 recuou de 10,2% em 1980 para 4,3% negativos. A recessão 
somente foi interrompida em meados da década de 1984-1985, período que apresentou grandes 
superávits comerciais e, em 1986 foi lançado o Plano Cruzado38, que gerou um clima de euforia no 
 
36 Os países membros possuem 78 % (OPEP, 2004) das reservas mundiais de petróleo. Suprem 40 % da 
produção mundial e metade das exportações mundiais. Graças a OPEP, os países são mais bem pagos pelo seu 
petróleo. Em 2004, as reservas de petroléo existentes que pertencem aos membros são calculadas em 896 biliões 
de barris. As reservas mundiais são calculadas em 1,144 biliões de barris. 
37 O sistema de reserva federal (também a reserva federal; informal o Fed) é o sistema de operação bancária 
central dos Estados Unidos. O sistema de reserva federal é um banco central quase-governamental, 
descentralizado. É composto de uma placa de reguladores central do sistema de reserva federal em Washington, 
em C.C., em doze bancos de reserva federal regionais situados em cidades principais durante todo a nação, em 
bancos de membro numerosos e em outras entidades. O sistema de reserva federal foi criado através do ato de 
reserva federal de 1913 que “estabeleceu um banco central novo projetado adicionar a flexibilidade e a força ao 
sistema financeiro da nação.” Retirado de < http://64.233.179.104/translate_c?hl=pt-BR&sl=en&u= 
ttp://en.wikipedia.org/wiki/Federal_Reserve>. 
38 O Plano Cruzado foi um plano econômico lançado pelo governo brasileiro em 1 de março de 1986 por Dilson 
Funaro, ministro da Fazenda do governo do presidente José Sarney. O plano mudou a moeda do Brasil de 
Cruzeiro para o Cruzado e posteriormente para o Cruzado Novo, congelou os preços e salários e criou o gatilho 
salarial e o seguro-desemprego. O objetivo principal do plano foi a contenção da inflação através do 
congelamento de preços. Infelizmente, esqueceram de trazer os preçoes a prazo de 30, 60, 90 dias ao seu valor 
presente a vista, o que aumentou a inflação em vez de diminui-la. Produtos vendidos com 30 dias tiveram um 
aumento real de 17%, a inflação media da época embutida nos preços. Produtos como brinquedos que tinham 
 
 
país e a falsa percepção que os problemas decorrentes da administração da dívida haviam sido 
superados. A derrocada do Plano Cruzado levou o país a um novo ciclo recessivo. Os Planos Bresser39 
(1987) e Verão40 (1989) não conseguiram frear a crise e tampouco o processo inflacionário. 
Em 1989, após certa estabilidade entre 1985 e 1988 começa uma nova trajetória de elevação 
das importações. Isso se deve ao fato do governo Sarney, em 1988, ter dado início à abertura 
comercial brasileira, por meio da redução de tarifas de importações para diversas mercadorias, o que 
fez aumentar o ritmo das compras externas. 
Constata-se, portanto, que o cerne da crise do Estado desenvolvimentista brasileiro foi, do 
ângulo econômico, a incapacidade de fazer frente aos pagamentos da dívida externa no início da 
década de 1980, levando o país admitir que teria que articular para superar a crise. 
Assim, o Brasil recorreu ao FMI em novembro de 1982, começando um longo período de 
negociações, inspeções, assinaturas de “Cartas e Intenções” etc. 
Cabe ressaltar, que o antes de ser um organismo multilateral, o Fundo Monetário Internacional 
(FMI41) “revelou-se um instrumento dos países ricos para forçar os países periféricos a se enquadrarem 
 
180 dias de prazo, tiveram aumentos reais de 256%, para a alegria dos donos de fabricas de brinquedos. Percio 
Arida se desculpou do erro, alegando que estudara Argentina e Israel que estavam em hiper-inflação, quando não 
há mais vendas a prazo. Este erro desorganizou os preços relativos da economia, paralisou a produção por um 
mes e criou a famosa briga pelo "deflator" onde fornecedores e clientes discutiam novos preços reais. Errar a 
formula do congelamento foi fatal num plano que visava o congelamento de preços. O plano começou a 
fracassar devido aos preços relativos da economia estarem desequilibrados. Muitos produtos estavam com o 
preço tabelado abaixo da rentabilidade desejada ou até mesmo abaixo do custo de produção o que inviabilizava a 
venda dos produtos para o consumo. Além disso o próprio abono concedido ao salário mínimo e ao 
funcionalismo público levou a um aumento do consumo o que pressionou ainda mais a demanda. Para equilibrar 
oferta e demanda as empresas não podiam aumentar os preços. Outros fatores que levaram ao fracasso do plano 
foi a falta de medidas econômicas por parte do governo para controlar os gastos públicos. O congelamento da 
taxa de câmbio levou o país a perder uma parcela considerável de reservas internacionais e os juros da economia 
estavam negativos o que desestimulava a poupança e pressionava o consumo. Algumas medidas corretivas ainda 
foram tomadas pelo governo , mas a proximidade das eleições fez com que o governo evitasse tomar medidas 
impopulares para garantir a sobrevivência do Plano. Após as eleições o governo implementou medidas 
impopulares como o descongelamento de preços com o intuito de tentar salvar o Cruzado. Entretanto no ano 
seguinte a inflação se reacelerou num patamar maior que o anterior ao plano. Fonte: Retirado de <http://pt. 
wikipedia.org/wiki/Plano_Cruzado>. 
39 O Plano Bresser foi um plano econômico brasileiro lançado em 12 de junho de 1987 pelo ministro Luiz 
Carlos Bresser Pereira, responsável pelo Ministério da Fazenda na época. O plano Bresser seguiu o plano 
Cruzado que havia fracassado na tentativa de controlar a inflação. Fonte: Retirado de <http://pt.wikipedia.org 
/wiki/Plano_Bresser>. 
40 O Plano Verão, instituído em janeiro de 1989, foi um plano econômico lançado pelo governo do presidente 
brasileiro José Sarney, realizado pelo ministro Maílson Ferreira da Nóbrega, que havia assumido o lugar de 
Bresser. Houve o congelamento dos preços e salários, a criação de uma nova moeda, o Cruzado Novo, e a 
extinção da correção monetária. Assim como ocorreu no Plano Bresser, o Plano Verão também gerou grandes 
desajustes às cadernetas de poupança, em que as perdas chegaram a 20,37%. Fonte: Retirado de <http://pt. 
wikipedia.org/wiki/Plano_Ver%C3%A3o>. 
41 O Fundo Monetário Internacional é uma organização internacional que pretende assegurar o bom 
funcionamento do sistema financeiro mundial pelo monitoramento das taxas de câmbio e da balança de 
pagamentos, através de assistência técnica e financeira. Sua sede é em Washington, Estados Unidos. O FMI se 
auto-proclama como uma organização de 184 países, trabalhando por uma cooperação monetária global, 
assegurar estabilidade financeira, facilitar o comércio internacional, promover altos níveis de emprego e 
desenvolvimento econômico sustentável, além de reduzir a pobreza. Foi criado em 1945 e tem como objetivo 
básico zelar pela estabilidade do sistema monetário internacional, notadamente através da promoção da 
cooperação e da consulta em assuntos monetários entre os seus 184 países membros. Com exceção de Coréia do 
Norte, Cuba,

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