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Avaliação do Risco de Erosão do Solo em Moçambique

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Faculdade de Ciências 
Departamento de Física 
Mestrado em Risco de Desastre e Adaptação a Mudanças Climáticas 
Módulo: Avaliação do Risco e Necessidades de Adaptação 
 
 
 
Exercício I#: 
Avaliação do risco de erosão hídrica em diferentes condições 
edafoclimáticas de Moçambique 
 
 
 
Elaborado por: Nehemias Horácio Lasse 
Docente: Professor Doutor Agostinho Vilanculos 
 
 
Maputo, 12 de Março de 2022 
 
 
 
 
 
RESUMO 
Moçambique é um país onde cerca de 70% de população vive nas zonas rurais, sendo 90% 
desta população, dependente da agricultura para a sua subsistência. Entretanto, esta 
agricultura é feita em regime de sequeiro, registando-se consequentemente baixos 
rendimentos. De modo a aumentar a sua produção, os produtores recorrem à expansão de 
áreas de produção, onde transformam áreas florestais em agrícolas e alguns intensificam a 
sua produção através do uso de insumos melhorados, factores que associados, tendem a 
reduzir a qualidade do solo, tornando-o susceptível a vários fenómenos e especificamente à 
erosão hídrica. Moçambique, é um dos países que tem registado perda de solo devido a 
erosão e concomitantemente, crescente desmatamento de florestas, portanto, neste relatório, 
avaliou-se o risco de erosão hídrica em diferentes regiões edafoclimáticas de Moçambique, 
especificamente a susceptibilidade à erosão dos factores em estudo (solos, vegetação, 
declive e precipitação); determinou-se o risco de erosão hídrica e identificou-se os distritos 
de maior susceptibilidade. Para tal, foi feita a análise da susceptibilidade de solo 
multicritério, onde se integrou variáveis de solo, declividade, uso e cobertura do solo e 
precipitação. Para cada variável, fez-se a avaliação da susceptibilidade das suas classes e 
por fim, fez-se a sobreposição de todas variáveis, obtendo desta forma o mapa de risco de 
erosão. Neste contexto, observou-se maior risco de erosão nas províncias da Zambézia, 
Manica e Niassa, sendo classificadas como zonas altamente ssceptíveis, com um nível de 
ocorrência de cerca de 30% relativamente as demais. Para a textura de solo, observou-se 
cerca de 25% de ocorrência da classe altamente susceptível (arenosa) distribuída ao longo 
da zona costeira, e em quase todo o país, à semelhança do declive que variou da costa para 
o interior, onde as classes moderadamente alta a alta, apresentaram juntas, uma ocorrência 
de cerca de 29% . A cobertura vegetal, apenas 1% correspondia a zonas urbanas e solo 
exposto, e 10% a zonas agrícolas com vegetação degradada. Adicionalmente, constatou-se 
que o risco de erosão foi influenciado maioitariamente pela precipitação, seguida pelo 
declive e textura do solo. 
 
Palavras-chave: Aisco de erosão, análise multi-critério, Moçambique. 
 
Lasse Pág i 
 
Índice 
RESUMO ............................................................................................................................... 2 
Lista de Figuras ...................................................................................................................... ii 
Lista de Tabelas ..................................................................................................................... iii 
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1 
1.1. Generalidades ........................................................................................................... 1 
1.2. Problema de estudo .................................................................................................. 2 
1.3. Objectivos ................................................................................................................ 4 
1.3.1. Objectivo geral: ................................................................................................ 4 
1.3.2. Objectivos específicos: ..................................................................................... 4 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 5 
2.1. Conceitos gerais ....................................................................................................... 5 
2.2. Descrição de factores que influenciam a erosão hídrica do solo ............................. 7 
2.2.1. Erosividade do solo (Precipitação) ................................................................... 7 
2.2.2. Erodibilidade do solo ........................................................................................ 7 
2.2.3. Vegetação ......................................................................................................... 9 
2.2.4. Declividade do solo ........................................................................................ 10 
2.3. Distribuição espacial da erosão do solo ................................................................. 11 
3. DESCRIÇÃO GERAL DA ÁREA DE ESTUDO (MOÇAMBIQUE) ......................... 13 
3.1. Localização geográfica .......................................................................................... 13 
3.2. Descrição climática ................................................................................................ 14 
3.3. Relevo .................................................................................................................... 15 
3.4. Vegetação ............................................................................................................... 16 
3.5. Solos ....................................................................................................................... 16 
4. MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................................... 18 
 
Lasse Pág ii 
 
4.1. Dados de entrada .................................................................................................... 18 
4.2. Elaboração de mapas de susceptibilidade individual das variáveis de estudo ....... 19 
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 21 
5.1. Susceptibilidade à erosão hídrica dos factores em estudo ..................................... 21 
5.1.1. Precipitação .................................................................................................... 21 
5.1.2. Textura do solo ............................................................................................... 22 
5.1.3. Uso e cobertura do solo .................................................................................. 23 
5.1.4. Declividade ..................................................................................................... 24 
5.2. Análise multicritério de factores de risco de erosão em Moçambique .................. 25 
6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ..................................................................... 27 
6.1. Conclusões ............................................................................................................. 27 
6.2. Recomendações ..................................................................................................... 27 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 28 
Lista de Figuras 
Figura 3.1. Localização geográfica de Moçambique na África Austral. .............................. 13 
Figura 3.2. Precipitação e Temperatura Média anual de Moçambique. ............................... 14 
Figura 3.3. Variação da temeperatura ao longo do ano em Moçambique. ........................... 15 
Figura 4.1. Esquema de avaliação do Risco de erosão utilizando o Software ArcGIS 10.8.20 
Figura 5.1. Classes de precipitação observadas em Moçambique. ....................................... 21 
Figura 5.2. Distribuição das classes de textura de solo em Moçambique ............................ 22 
Figura 5.3. Descrição do uso e cobertura do solo de Moçambique ......................................23 
Figura 5.4. Classes de declive de Moçambique.................................................................... 24 
Figura 5.5. Risco de erosão hídrica em Moçambique. ......................................................... 25 
Figura 5.6. Distribuição da ocorrência do risco de erosão em Moçambique. ...................... 26 
 
Lasse Pág iii 
 
Lista de Tabelas 
Tabela 4.1. Lista de variáveis e respectivos pesos utilizadas para a avaliação do risco de 
erosão .................................................................................................................................... 18 
Tabela 4.2. Sistema para análise combinatória das variáveis e as notas correspondentes a 
cada classe. ........................................................................................................................... 19 
 
 
 
 
 
Lasse Pág 1 
 
1. INTRODUÇÃO 
1.1. Generalidades 
De acordo com Glasener (2004), o solo é um corpo natural composto por três partes, desde 
a sólida (minerais e matéria orgânica), líquida (nutrientes) e gases que circulam entre os 
seus poros. É um dos recursos mais importantes e indispensáveis para a sobrevivência dos 
seres vivos na terra através do fornecimento de serviços ecossistémicos necessários para a 
vida, desde o filtro de água, substrato para o crescimento vegetal, fornecimento de habitat 
para bilhões de organismos, contribuindo para a biodiversidade, assim como a regulação da 
temperatura do ar, tempo e das condições climáticas globais da Terra (Ragnarsdóttir & 
Banwart, 2015). 
Schoonover & Crim (2015), afirmam que sendo o solo um recurso natural dinâmico não 
renovável, essencial à vida, é preciso a adopção de boas práticas de maneio, como forma de 
garantia da sua qualidade, pois o movimento e qualidade da água, o uso da terra e a 
produtividade da vegetação, assim como os demais processos naturais, têm relações com 
ele, e esta relação, tende a originar a formação de outros tipos de solos sob efeito de vários 
factores. 
A formação do solo, é dependente de cinco factores principais: o material parental 
(geologia), o clima, biota, tempo e topografia. A combinação destes factores, forma vários 
tipos de solos, apresentando características e aptidões de utilização diferentes, definindo 
desta forma, o tipo de práticas a adoptar para a manutenção da sua qualidade, como forma 
da redução dos processos de degradação (Schoonover & Crim, 2015). 
De acordo com Hernani et al. (2001), a degradação do solo
1
 é avaliada como um indicador-
chave da sustentabilidade dos ecossistemas, e são descritos cinco (05) tipos de degradação: 
erosão hídrica, erosão eólica, degradação química, física e biológica. 
A degradação do solo, está associada à factores edáficos, climáticos e antrópicos, e em 
regiões tropicais e subtropicais, a erosão hídrica constitui a principal forma de degradação 
do solo (Hernani et al., 2001). 
 
1 Perda da sua capacidade em desempenhar uma certa função. 
 
Lasse Pág 2 
 
Segundo Bertol et al. (2014); Negese (2021) e Perez (2004), a erosão hídrica, consiste na 
remoção ou desagregação de partículas do solo através da energia cinéticas das gotas de 
chuva e ou escoamento superficial, seguido pelo transporte deste material e 
consequentemente, deposição em regiões a jusante. E ainda, Eltz et al. (1984); Hernani et 
al. (2001), descrevem a erosão hídrica em quatro (04) categorias ou fases, dependendo do 
seu impacto, desde a erosão laminar, erosão em sulcos e formação de ravinas. 
Maior parte da superfície terrestre de Moçambique, apresenta problemas graves de erosão, 
principalmente nas regiões costeiras devido a disposição do relevo (em forma de escadaria), 
ação humana (maiores aglomerados populacionais que se localizam ao longo da faixa 
costeira), localização geográfica do país (susceptível aos eventos extremos), queimadas 
descontroladas, prática de agricultura e uso de terra para outros fins em locais que tornam o 
solo susceptível à erosão 
1.2. Problema de estudo 
De acordo com o Ministério de Agricultura e Segurança Alimentar (MASA, 2017), 
Moçambique é um país constituído por cerca de 70% de população rural, tendo como 
principal fonte de rendimento a agricultura, esta que é caracterizada pela lógica de 
subsistência em mais de 90%, baseada no baixo uso de insumos agrícolas melhorados, 
obtendo apenas produção para o consumo e baixa produtividade de terra (Alobo & 
Bignebat, 2018; SETSAN, 2014). 
Dada baixa produtividade, crescimento populacional, verifica-se maior demanda alimentar, 
entretanto, com a ocorrência de choques climáticos e disponibilidade sazonal dos 
alimentos, maior parte das famílias ressente-se do fenómeno de insegurança alimentar dos 
(Macassa et al., 2018). 
Face a este cenário, os produtores tendem a recorrer ao desmatamento de áreas florestais 
transformando-nas em áreas agrícolas (MITADER, 2016; Sitoe et al. (2016), a 
intensificação de uso de terra, em combinanção com a pecuária, como uma das estratégias 
de aumento da sua produção e redução de risco de fome devido a perdas sazonais de 
culturas (Asfaw et al., 2017; Mvelase, 2017). 
 
Lasse Pág 3 
 
Entretanto, estas estratégias tendem a aumentar a exposição da superfície terrestre à 
choques climáticos (seca, cheias) que por sua vez contribuem para a degradação 
degradação física, química ou biológica, reduzindo desta forma a sua fertilidade e 
produtividade (Hernani et al., 2001; SETSAN, 2014). 
Uma das formas mais importantes nas regiões tropicais de degradação do solo, é a erosão 
hídrica, devido a maior frequência e quantidade da precipitação registada, facto que, em 
combinação com a exposição da terra assim como o seu uso intensivo, aumenta a 
susceptibilidade do solo à erosão (Boot et al., 2006). Neste contexto, sendo Moçambique 
um país localizado na região tropical, com ocorrência de eventos extremos tais como a seca 
e ciclones
2
 houve a necessidade de avaliar o risco de erosão, de modo apoiar no desenho 
das medidas de prevenção e identificação dos factores que garantem a sua susceptibilidade. 
Vários são os factores que influenciam a erosão do solo, destacando-se as os factores 
edáficos (características do solo e vegetação), climáticos (influência de elementos 
climáticos – precipitação, vento, temperatura, etc) e antrópicos (actividades humanas) 
(Boot et al., 2006; Hernani et al., 2001). 
Sendo a terra um recurso muito importante para o desenvolvimento da economia do país 
dado facto de ser indispensável para a actividade agrícola, que é a principal fonte de 
rendimento e o maior contribuinte do PIB nacional OMR (2014), aliado ao crescimento uso 
de práticas que perigam a perda de solo, este documento tem como objectivo avaliar o risco 
de erosão do solo a nível nacional, especificamente identificar as regiões com maiores 
riscos assim como recomendar estratégias de maneio com vista a redução da erosão 
causada por actividades humanas. 
 
 
 
 
 
 
2
 Os ciclones são caracterizados pela ocorrência de elevadas precipitação e velocidade de vento. 
 
Lasse Pág 4 
 
1.3. Objectivos 
1.3.1. Objectivo geral: 
 Avaliar o risco da erosão do solo no território nacional (Moçambique). 
1.3.2. Objectivos específicos: 
 Avaliar o nível de susceptibilidade à erosão dos factores em estudo (solos, 
vegetação, declive e precipitação); 
 Determinar o risco de erosão hídrica em Moçambique; 
 Identificar os distritos de maior susceptibilidade à erosão em Moçambique. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lasse Pág 5 
 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1. Conceitos gerais 
De acordo com Minella et al. (2007) e Mehl et al. (2001), a erosão é definida como sendo 
um o processo em que partículas do solo são removidas da sua estrutura coesa e em seguida 
carregadas e ou transportadas da sua zonade origem para uma outra região através de 
agentes de transporte tais como vento (eólica) e água (erosão hídrica). No caso da erosão 
hídrica, após o arranque das partículas do solo, estas seguem o gradiente do declive pelo 
escoamento superficial até a sua deposição (Campos et al., 2008). 
Dependendo da intensidade da precipitação e do escoamento superficial, descreve-se quatro 
tipos de erosão hídrica nomeadamente: erosão em splash (efeito gerado pelo impacto das 
gotas de chuva sobre o solo) (a); erosão laminar (o escoamento superficial da água arrasta a 
camada superficial do solo) (b); erosão em sulcos (escoamento da água sobre os solos 
intensifica o seu desgaste a ponto de formar pequenas “linhas” ou cortes no terrenos) (c) e 
erosão em voçoroca (resulta da combinação de vários tipos de erosão, formando grandes 
crateras) (d) (Figura 2.1) (Pena, 2021). 
 
Figure 2-1. Ilustração dos tipos de erosão hídrica. 
Fonte: (Pena, 2021). 
 
Lasse Pág 6 
 
 Segundo Carvalho e Silva (2006), o escoamento superficial é o fenómeno que ocorre após 
e ou durante a ocorrência da precipitação, sendo a constituída pelo excesso da precipitação 
em uma certa superfície terrestre e ou corpo de água, fluindo da zona alta (montante) para 
jusante. 
Vários factores influenciam o escoamento superficial, destacando-se a intensidade e a 
duração da precipitação (quanto maior a intensidade da precipitação, maior será a 
velocidade do solo em atingir a capacidade de armazenamento, resultando em um 
escoamento superficial), a humidade existente anteriormente no solo, onde quanto maior 
for a humidade antecedente à precipitação, menor será a capacidade do armazenamento do 
solo e rapidamente irá ocorrer o escoamento superficial (Carvalho & Silva, 2006; Filho et 
al., 2011). 
O escoamento superficial é considerado como um dos principais factores de maior 
influência da erosão, causada principalmente pela instabilidade das características do solo, 
cobertura do solo pela vegetação, factores biológicos e antropogénicos, onde de forma 
combinada, condicionam a erodibilidade do solo (Celante, 2017). 
A erodobilidade é uma resposta do solo à precipitação e ou agentes erosivos, e esta, resulta 
da interação de suas características, sejam físicas, químicas, mineralógicas e biológicas. 
Apresenta a perda potendial do solo caso os demais factores que influenciam a erosão 
mantenham-se constantes (Macedo et al., 2010). É maioritariamente influenciada pelas 
características que afectam a capacidade de infiltração, a permeabilidade do solo e sua a 
resistência a desagregação e transporte de partículas pela chuva (Nascimento, 2021). 
Além da erodibilidade, destaca-se a erosividade da chuva entre os factores que influenciam 
para a erosão do solo, sendo definida como a capacidade (energia cinética) de erosão que os 
agentes erosivos apresentam para desagregar, transportar e depositar as partículas do solo 
(Bonna, 2011; Boot et al., 2006; Celante, 2017). 
Este factor (erosividade), é influenciado pela intensidade das chuvas assim como pela sua 
duração, podendo manifestar-se com maior impacto, em caso da erodiilidade do solo, que é 
fortemente influenciada pela textura do solo, a inclinação (declividade), permeabilidade, 
existência de agentes cimentantes do solo, (Bertol et al., 2014; Eltz et al., 1984; Perez, 
2004). 
 
Lasse Pág 7 
 
2.2. Descrição de factores que influenciam a erosão hídrica do solo 
Vários são os factores que influenciam a erosão hídrica do solo, nomeadamente o clima 
(caracterizado pelo elemento principal – a precipitação, que dita a erosividade), tipo e ou 
características do solo, topografia ou declividade do solo, uso e cobertura do solo (Amaral, 
2006). 
2.2.1. Erosividade do solo (Precipitação) 
Dado que dos factores climáticos, a temperatura, o vento e a humidade do ar exercem 
apenas acção indireta no processo erosivo, a precipitação constitui o principal factor 
climático responsável pela ocorrência da erosão do solo, causando enxurradas, 
desagregação e transporte das partículas de solo dependendo da siua intensidade e duração 
(Hernani et al., 2001). 
Nos últimos anos, devido às alterações globais do clima, houve mudança espácio-temporal 
tanto da regularidade da precipitação assim como da quantidade registada, registando-se 
desta forma maiores taxas de erosão causadas pelas frequentes altas intensidades de chuvas 
localizadas (Nearing et al., 2004). 
Em um estudo conduzido por Corrêa et al. (2016), avaliando as perdas de solo por erosão 
do solo em diferentes períodos e utilizando dados observados e históricos, constataram 
maior erosividade do solo emanos de maior ocorrência da precipitação, independentemente 
do tipo de uso do solo. Adicionalmente, para os diferentes tipos de solo avaliados, os 
arenosos apresentaram maior índice de erosividade relativamente aos argilosos. 
2.2.2. Erodibilidade do solo 
Este factor, é definido pelas características físicas e químicas do solo, onde se destaca a 
textura, estrutura, profundidade do perfil e percentagem da matéria orgânica (Perez, 2004). 
Estes factores, de forma combinada, definem a capacidade de infiltração de água no solo, a 
resistência ao desgaste e transporte das partículas sólidas do solo pelo escoamento 
superficial e consequentemente a própria erodibilidade (Minella et al., 2007). 
Quanto a textura, os solos argilosos devido a sua composição, rica em matéria orgânica que 
funciona como agente cimentante (agregante), esta possui alta resistência à erosão, 
 
Lasse Pág 8 
 
enquanto os solos arenosos, devido o seu peso, o seu transporte é feito com dificuldade. Por 
outro lado, o silte (limo) é a porção textural mais susceptível aos agentes erosivos, pois não 
possui nem a característica agregante da argila, nem o peso da areia (Hernani et al., 2001). 
De modo geral, a erodibilidade possui uma relação directa com o aumento dos teores de 
areia muito fina e silte (limo), e uma relação inversa com o acréscimo dos teores de argila e 
matéria orgânica no solo (Nascimento, 2021). 
Em um estudo consuzido por Anache et al. (2015), constatou-se que a erosão em áreas 
tropicais está associada a teores de areia fina existente, tendo sido explicado pela obtenção 
de maior erodibilidade de solos com altos teores de areia em detrimento dos argilosos. 
Analisando a relação existente entre a erodibilidade e classes texturais do solo, Suraj et al. 
(2019), em cerca de 367 amostras do solo, observou-se uma relação negativa (r= -0,672), 
onde a erodibilidade do solo diminuia à medida que o teor de areia aumentava, porém, não 
foi encontrada tendência entre o teor de argila e o factor de erodibilidade. Enquanto que 
para o limo, foi observada uma correlação positiva erodibilidade e o teor de limo existente 
no solo. 
Resultados similares aos de Anache et al. (2015); Suraj et al. (2019), foram obtidos por 
(Murad, 2010), ressaltando a confiabilidade da análise da erodibilidade com base na textura 
do solo do que em um único tamanho de partícula, pois a textura do solo é responsável pela 
proporção relativa de areia, limo e argila presentes no solo. 
Miqueloni & Bueno (2011), fazendo a análise multivariada e variabilidade espacial na 
estimativa da erodibilidade de um argissolo vermelho-amarelo, constataram que a 
erodibilidade média da área foi considerada alta em solos arenosos relativamente aos 
argilosos, e este resultado, o autor aponta que tenha sido influenciado pelo efeito 
combinado da textura do solo com a declividade e cobertura vegetal existente na área de 
estudo. 
A erodibilidade do solo, é um factor que tem sido influenciado para além das características 
do solo, pela acção humana através da alteração da cobertura do solo, alteração da 
estrutura, compactação, reduzindo desta forma a sua permeabilidade, e consequentemente 
influenciando para a ocorrência da erosão (Rowlston, 2012). 
 
Lasse Pág 9 
 
2.2.3. VegetaçãoNas regiões tropicais do mundo, assim como em Moçambique em particular, uma das 
formas de degradação do solo é erosão do solo causada seja pelo uso inadequado da terra, 
desmatamento deixando o solo descoberto, fazendo com que as gotas de chuva causem 
remoção das partículas produtivas do solo e reduzindo desta forma a sua fertilidade (Kogo 
et al., 2020). 
A cobertura vegetal, desempenha um papel muito importante na manutenção da fertilidade 
do solo através da redução do impacto das gotas de chuva que chegam à superfície assim 
como através da reposição da matéria orgânica ao solo (Hernani et al., 2001; Kevin, 2020). 
A matéria orgância no solo, é responsável pelo melhoramento da estrutura do solo, agindo 
como um agente cimentante das partículas e garantindo desta forma a coesão das partículas 
e consequentemente reduzir a sua erodibilidade (Gopalakrishnan et al., 2019). 
A mudança no uso da terra tem um certo impacto na erosão de uma área devido à mudança 
de cobertura vegetal na superfície do solo, sendo que o efeito das plantas na erosão é 
determinado pelo tipo de planta, densidade de planta, distribuição, altura e direcção da 
cobertura vegetal, tamanho do dossel/copa, densidade de raízes, definindo desta forma a 
área total protegida do impacto das gotas de chuva (Siswanto & Sule, 2019; Tsegaye, 
2019). 
Avaliando o impacto das mudanças de uso e ou cobertura do solo na erosão do solo no 
Oeste do Quénia, Kogo et al. (2020), constataram maiores taxas de erosão do solo em áreas 
desmatadas para agricultura seguidas por aquelas convertidas de áreas de gramíneas e ou 
arbustos. E esta taxa, aumentou com o declive devido à alta velocidade e erosividade do 
solo, tendo sido evidenciado pela observação de maior erodibilidade na região com declive 
acima de 30º. Adicionalmente, estes resultados foram associados à alta erosividade da 
precipitação observada na área de estudo. 
Comparando a erosão do solo com base nos tipos de uso e cobertura do solo, os resultados 
de Kogo et al. (2020), mostram que a erosão do solo foi maior nas áreas agrícolas em do 
que nas florestas, assim como foi observada alta erosão em áreas urbanas do que as que 
possuem vegetação herbácea e arbustiva. Este resultado, foi explicado pelo facto de 
existirem culturas agrícolas intensivas na região ocidental do Quénia, onde os agricultores 
 
Lasse Pág 10 
 
praticam monocultura, levando à degradação dos solos, reduzindo desta forma a matéria 
orgânica no dolo e consequentemente aumentando a sua erodibilidade, tal como é 
referenciado por (Barbera et al., 2012; Moussadek et al., 2014). 
Estudo realizado por Chen et al. (2021), mostram que o escoamento superficial máximo e a 
perda de solo foram encontrados em solo sem cobertura vegetal (terra nua), e o escoamento 
mínimo assim como a perda de solo foram detectados em terras cultivadas e pastagens, 
respectivamente. E ainda, avaliando vários sistemas de cobertura de solo, constatou-se 
maior perda de solo em áreas de cultivo sem medidas de conservação, enquanto o valor 
mínimo foi detectado em matagal natural. 
Em uma revisão de literatura sobre o impacto do uso do solo e mudança da sua cobertura 
na erosão e respostas hidrológicas na Etiópia, Negese (2021), encontrou da sua pesquisa 
que a expansão de terras agrícolas em detrimento de terras florestais, arbustos e pastagens 
na Etiópia aumentou a taxa média de erosão do solo, rendimento de sedimentos, 
escoamento superficial nas últimas quatro décadas. Este aumento da taxa de erosão na 
Etiópia, foi secundada por Tsegaye (2019), onde as áreas agrícolas tendem a apresentar 
uma tendência crescente contínua em detrimento da floresta e pastagens, associando este 
resultado, ao rápido crescimento populacional, facto que leva a redução da disponibilidade 
de terras aráveis e a uma taxa muito alta de erosão do solo. Em Moçambique, Sitoe et al. 
(2016), obtiveram uma relação positiva entre as taxas de erosão com o desmatamento de 
florestas. 
2.2.4. Declividade do solo 
O declive constitui uma das características do solo que definem a erodibilidade do solo para 
além da cobertura e textura. Portanto, a inclinação acentuada é assumida como um dos 
factores principais, pois aumenta a velocidade do escoamento superficial assim como o 
volume aumentando desta forma a erosividade da água (Duley, 1932; Iensen & Maria, 
2008). 
O incremento da erosão em encostas íngremes é o resultado do incremento do escoamento 
superficial assim como do declínio da infiltração, e, de modo geral, classes de inclinação 
 
Lasse Pág 11 
 
entre 18-15%, 15-25%, e 25-40% são considerados áreas vulneráveis à erosão (Iensen & 
Maria, 2008). 
De acordo com Duley (1932), em um estudo de avaliação do efeito do grau de inclinação 
no escoamento superficial e erosão do solo, constatou que o aumento da declividade para 
cerca de 16%, a erosão aumentou 25,3 vezes em 8%. 
Relação positiva foi obtida por Şensoy & Palta (2016) a quando da avaliação dos efeitos 
das formas da declividade na erosão do solo, onde a inclinação e o comprimento da encosta 
são factores importantes para escoamento superficial e erosão do solo. 
Avaliando o efeito do comprimento da inclinação, gradiente da inclinação, métodos de 
preparação do solo e diferentes sistemas de cultivo no escoamento superficial e erosão do 
solo em uma região tropical da Nigéria, resultados preliminares mostram que o escoamento 
e erosão foram significativamente influenciados pelos métodos de preparação do solo e 
pelo comprimento do declive, onde nas parcelas lavradas, o comprimento do declive teve 
um efeito insignificante no escoamento por unidade de área, porém, a erosão nestas 
parcelas aumentou em função da inclinação e do comprimento do declive. Por outro lado, 
nas parcelas sem lavoura (plantio directo), tanto o escoamento quanto a a erosão do solo 
diminuiram linearmente ou inversamente com o aumento do comprimento da inclinação 
(Lal, 1988). 
A relação positiva entre a erosão do solo e o incremento da declividade é explicada pelo 
aumento da capacidade erosiva do fluxo de água nos declives mais acentuados, decorrente 
do aumento da velocidade do escoamento, especialmente quando o solo é intensamente 
mobilizado e apresenta baixa cobertura superficial, ficando sujeito à formação de sulcos e 
crostas, os quais dificultam a infiltração de água no solo favorecendo desta forma o 
escoamento superficial e consequentemente a erosão do solo (Cogo et al., 2003). 
2.3. Distribuição espacial da erosão do solo 
A erosão do solo é uma grande ameaça global de degradação do solo para a terra, água doce 
e oceanos, sendo o vento e a água os principais impulsionadores. É um fenómeno que vêm 
acontecendo a anos pois constitui o factor principal de formação dos solos. No globo 
 
Lasse Pág 12 
 
terrestre, os locais mais vulneráveis a um aumento acentuado da erosão são os países 
tropicais e subtropicais de baixa e média renda, onde se verifica maior precipitação e 
intensidade do desmatamento (Borrelli et al., 2020; Montanarella et al., 2015). 
Práticas agrícolas insustentáveis, a superexploração dos recursos naturais e o crescimento 
populacional tendem a ameaçar os solos, sendo 1/3 já em estado degradado e especialistas 
estimam que a erosão do solo pode levar a uma perda de 10% na produção agrícola até 
2050 e remover 75 bilhões de toneladas de solos (Panagos et al., 2020). 
A África é o segundo continente mais seco, com quase metade de sua superfície composta 
por deserto e 40% dela afetada pela desertificação, sendo cerca de 65% das terras agrícolas 
do continente africano afectadas pela erosão de solo superficial e nutrientes do solo (FAO, 
2018; Wuepper et al., 2020). 
Este problema, é generalizado em África, resultando na diminuição da produtividade 
agrícola, e a sua causa é atribuída à acidificação, contaminação, esgotamento da matéria 
orgânica do solo e nutrientes das plantas e salinização,o pastoreio descontrolado e 
excessivo nas regiões de savana, seguido pelo desmatamento e o uso de práticas agrícolas 
inadequadas e extrativistas (Rattan & Stewart, 2019; Wynants et al., 2019). 
Em Moçambique, a faixa costeira tem sido identificada como altamente vulnerável à 
erosão, sendo causada pela combinação de processos naturais e acções antropogênicas 
(Grinand et al., 2019; Palalane et al., 2016). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lasse Pág 13 
 
3. DESCRIÇÃO GERAL DA ÁREA DE ESTUDO (MOÇAMBIQUE) 
3.1. Localização geográfica 
A República de Moçambique está localizada no continente Africano, especificamente na 
costa oriental da África Austral entre os paralelos 10º 27´ e 26º 52´ de latitude sul e entre os 
meridianos 30º12´ e 40º51´ de latitude oeste, Ministério para Coordenação da Acção 
Ambiental (MICOA, 2005). 
Faz fronteira com 6 países sendo a África do Sul, Essuatini (antiga Suazilândia), Malawi, 
Tanzânia, Zâmbia e Zimbábwè, e a nível nacional, possui 11 Províncias (Figura 1). O país 
tem uma área de cerca de 799.380 km
2
 dos quais 786.380 km
2 
são de terra firme e 13.000 
km
2
 de águas superficiais e possui um total de com cerca de 30.366.043 habitantes (Figura 
3.1.) (Gustafsson & Johansson, 2006; W. S. Silva, 2014). 
 
Figura 3.1. Localização geográfica de Moçambique na África Austral. 
Fonte: O Autor. 
O litoral costeiro atinge 2.515 km, da foz do rio Rovuma, no Norte do país, à Ponta do 
Ouro, no Sul do país. A menor largura é de 47,5 km e situa-se entre a Namaacha e Catembe 
 
Lasse Pág 14 
 
e a maior, entre a península de Mossuril e a confluência do rio Aruângua com o rio 
Zambeze (MICOA, 2005). 
3.2. Descrição climática 
O país possui um clima tropical a subtropical, com distribuição de chuva seguindo o 
gradiente Norte-Sul, com maior precipitação ao longo da zona costeira, e média anual entre 
430 e 1847 mm enquanto a temperatura é mais quente perto da zona costeira, em 
comparação com as temperaturas no interior, variando de 17,5 a 26,5ºC (Figura 3.2). 
 
Figura 3.2. Precipitação e Temperatura Média anual de Moçambique. 
Fonte: O Autor. 
Ao longo do ano, os meses chuvosos estão compreendidos entre Novembro e Abril, e o 
período seco, entre Maio e Outubro. Relativamente à temperatura, a partir de Abril começa 
a decrescer até Junho, mês que atinge a temperatura mínima, voltando a aumentar a partir 
de Agosto (Figura 
 
 
Lasse Pág 15 
 
 
Figura 3.3. Variação da temeperatura e Precipitação ao longo do ano em Moçambique. 
Fonte: O Autor. 
3.3. Relevo 
O seu relevo é caracterizado pela presença de zonas planas baixas nas regiões costeiras, 
registando-se um aumento de altitude à medida que se caminha para o interior e para o 
norte do país. A altitude média é de 370 m, sendo oponto mais alto localizado na Província 
de Manica (Monte Binga), para além das zonas de maior altitude localizadas em Manica, 
alta Zambézia, planaltos de Angónia, Marávia e Lichinga, caracterizadas pela ocorrência de 
altas precipitações (Albino, 2012). 
A superfície de Moçambique não é homogénea, apresenta zonas de cotas variáveis e 
com uma sequência na sua disposição, ou seja, do litoral para o interior, o relevo vai 
passando sucessivamente da estrutura mais baixa – planícies – para estrutura mais 
alta – planaltos e montanhas. Ao longo dos vales dos principais rios, a planície 
adquire características próprias aos processos de erosão hídrica. Os planaltos 
estendem-se para as fronteiras ocidentais e encontram-se nas regiões do norte e do 
centro e numa pequena faixa de Maputo e Gaza, ao longo da fronteira ocidental sul. 
(MICOA, 2005 p.14) 
0
50
100
150
200
250
0
5
10
15
20
25
30
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
P
re
ci
p
it
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ão
 (
m
m
) 
Te
m
p
e
ra
tu
ra
 (
ºC
) 
Prec (mm) TºC
 
Lasse Page 16 
 
As principais formações montanhosas situam-se nas regiões ocidentais do centro e norte do 
país, sendo as mais importantes, agrupadas formando cadeias montanhosas, destacando-se, 
de norte para o sul, a cadeia da Maniamba-Amaramba, na província do Niassa, a de Serra 
Jéci a que apresenta maior altitude com 1836 metros; as formações de Chire-Namúli, na 
província da Zambézia, cujo ponto mais elevado é o Monte Namúli com 2.419 metros; a 
cadeia de Manica, ao longo da fronteira com o Zimbábwè, no Monte Binga, sendo este o 
ponto mais elevado de Moçambique e a cadeia dos Libombos, na zona ocidental sul do 
país. Embora estas formações apresentem altitudes inferiores a 1000 metros, são 
consideradas montanhas, dado que no conjunto do relevo do sul, elas destacam-se como 
sendo as estruturas mais elevadas (Gustafsson & Johansson, 2006; MICOA, 2005). 
3.4. Vegetação 
A cobertura vegetal de Moçambique é caracterizada desde a floresta alta e de baixa altitude, 
matagal, pradarias arborizadas e mangais, ocupando uma área de cerca de 62 milhões de 
hectares que correspondem a 78% da superfície total de Moçambique. Para além da 
vegetação natural, existe a exótica, ocupando cerca de 46 mil hectares, principalmente na 
província de Manica, com o objectivo de servir a indústria de processamento de exóticas e 
servir decombustível lenhoso, para o caso de eucaliptos. Regionalmente, destinguem-se: as 
florestas montanhosas de altitude (Zambézia, Manica, Niassa e Tete); as florestas de 
altitude (nos planaltos das regiões Centro e Norte); Matagal (Centro e Sul do país, em zonas 
de pastoreio); Savana (interior da zona Sul e Tete); Pradaria (planícies da zona sul, 
facilmente alagáveis) e Mangais (na zona costeira, principalmente nos estuários das águas 
salgadas) (MICOA, 2005). 
3.5. Solos 
Em Moçambique, os tipos de solo estão distribuídos de acordo com a diversidade dos seus 
processos de formação, onde na região norte, predominam solos franco-argilosos 
avermelhados (vulneráveis à erosão); solos argilosos vermelhos e acastanhados profundos 
(boa permeabilidade e drenagem, menos susceptíveis á erosão) e solos arenosos de dunas 
costeiras e de origem fluvial (mais susceptíveis a erosão). Na zona centro, predominam os 
franco-argilo-arenosos avermelhados, solos franco-argilo-arenosos acastanhados ao sul da 
 
Lasse Page 17 
 
província de Tete, solos fluviais, com elevada fertilidade na bacia do Zambeze. Na zona 
sul, predominam os solos arenosos de baixa fertilidade e de baixo poder de retenção de 
água. Ao longo dos vales dos rios, encontram-se solos fluviais de alta fertilidade. Ao longo 
da fronteira e associado-se à cadeia dos Libombos, existem solos delgados, poucos 
profundos e muito pouco aptos para a agricultura (MICOA, 2005). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. MATERIAL E MÉTODOS 
4.1. Dados de entrada 
Um dos modelos largamente aplicado em estudos de erosão do solo, é a Equação Universal 
de Perda de Solo (RUSLE), desenvolvida em 1965 por Wischmeier e Smith para prever as 
perdas médias de solo a longo prazo no escoamento de áreas de campo específicas em 
sistemas de cultivo e manejo especificados. Entretanto, neste estudoo, para a avaliação do 
risco de erosão, foi adoptada a metodologia descrita por Crepani et al., (2001); V. C. B. 
Silva & Machado (2014), que baseia-se na análise da susceptibilidade de solo multicritério. 
A Análise de Multicritérios tem como principal função utilizar mapas temáticos para 
integrar variáveis espaciais com o intuito de definir locais adequados para as alocações de 
recursos ou atividades humanas. Promove a simplificação da complexidade espacial, 
através da organização das principais variáveis em camadas de informações. As camadas 
são representadas com um valor numérico de acordo com o grau de importância sobre o seu 
significado para o objectivo da investigação e em seguida é realizada a integração e 
combinação das variáveis e camadas de acordo com a motivação pretendida para o 
território (Moura, 2007). 
Para tal, através da revisão de literatura,foi feita a descrição geral da área de estudo e 
identificados potenciais variáveis de influência na perda de solo por erosão hídrica, onde se 
destacou a precipitação, solos, declividade e vegetação, com pesos (Tabela 4.1). 
Tabela 4.1. Lista de variáveis e respectivos pesos utilizadas para a avaliação do risco de erosão 
Variável Peso (%) 
Precipitação (P) 40 
Solos (S) 25 
Uso e Cobertura do Solo (C) 20 
Declividade (D) 15 
Adaptado de (Crepani et al., 2001). 
 
 
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Em cada variável, foram identificadas os respectivos componentes, agrupados em classes e 
por fim atribuídos os respectivos pesos consoante a sua influência na erosão do solo 
(Tabela 4.2). 
Tabela 4.2. Sistema para análise combinatória das variáveis e as notas correspondentes a cada 
classe. 
Variável Classes Notas 
Precipitação 
(40%) 
< 600 mm 0 
600 – 900 mm 2 
900 – 1200 mm 4 
1200 – 1500 mm 6 
> 1500 mm 10 
Textura do solos 
(25%) 
Argilosa 0 
Franca argilosa 2 
Limosa 4 
Franco arenosa 6 
Arenosa 10 
Uso e cobertura 
do solo (20%) 
Corpos de água e florestas húmidas 0 
Florestas de baixa altitude e mangais 2 
Savanas, pradarias e matagais abertos 4 
Vegetação herbácea aberta e prática agrícola 6 
Zona urbana e solo exposto 10 
Declividade 
(15%) 
<5% 0 
5 – 10 % 2 
10 – 20 % 4 
20 – 50 % 6 
>50% 10 
Adaptado em Camargos et al. (2020). 
4.2. Elaboração de mapas de susceptibilidade individual das variáveis de estudo 
Foi utilizada a Base de dados obtida na Direcção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos 
– DNGRH de Moçambique, que continha dados vectoriais de clima (precipitação); solos 
(Agroup_Solos); Uso e cobertura do solo; e o Modelo Digital de Elevação – DEM 
(Declive). Para a análise da susceptibilidade à erosão de cada variável, foi utilizado o 
Software ArcGis 10.8, obedecendo os seguintes procedimentos (Figura 4.1): 
 
Lasse Page 20 
 
 Para os dados vectoriais (clima, solos e uso e cobertura), adicionou-se cada 
shapefile no ArcGIS, Georeferenciou-se para GCS_WGS_1984_UTM_Zona 36 sul, 
correspondente a localização de Moçambique, e de seguida, converteu-se os shapes 
para raster extraindo a coluna com os atributos a classificar, onde de seguida foram 
reclassificados em 5 classes e atribuídas notas de 0 a 10 para cada classe. 
No caso do solo, primeiro foram agrupados os diferentes tipos de solo mediante a sua 
textura atribuindo notas de 1 a 5, desde a textura menos susceptível a mais susceptível. De 
seguida atribui-se as notas de 0 a 10 para cada grupo, desde a textura menos susceptível a 
mais susceptíveis. 
 Para o DEM, após a sua visualização, verficou-se a sua tabela de atributos, 
reclassificou-se em cinco classes e atribuiu-se as notas de 0 a 10, segundo o 
gradiente de menos influente ao mais influente à erosão tal como demonstra a 
Tabela 2. 
Após a atribuição de notas para cada classe das quatro (04) variáveis, fez-se a sobreposição 
(overlaysum) destas camadas aplicando a equação: 
𝑅 = 𝑃 ∗ 𝑁 onde: R: Risco de erosão; P: peso da variável e R é a nota da classe de cada variável. 
Após a sobreposição, foi reclassificado em cinco classes de risco de erosão (Baixo, 
Moderadamente Baixo, Médio, Moderadamente Alto e Alto), identificando também a 
percentagem de ocorrência de cada classe em Moçambique. De modo geral, este é o 
esquema da Avaliação do risco de erosão do solo utilizado (Figura 4.1). 
 
Figura 4.1. Esquema de avaliação do Risco de erosão utilizando o Software ArcGIS 10.8. 
Fonte: O autor (2022). 
 
 
Lasse Page 21 
 
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
5.1. Susceptibilidade à erosão hídrica dos factores em estudo 
5.1.1. Precipitação 
De acordo com a precipitação anual de Moçambique, constatou-se maior ocorrência de 
chuva nas zonas Centro e Norte do país, concregtamente nas províncias de Zambézia, 
Niassa, Manica, Sofala e um pouco de Tete e Nampula. Tendo-se verificado maior 
precipitação (acima de 1500 mm) na Zambézia e no Lago Niassa (Figura 5.1). 
 
Figura 5.1. Classes de precipitação observadas em Moçambique. 
Fonte: O Autor. 
Estes resultados, corroboram com a descrição climática feita pelo (World Bank, 2022) 
assim como pelo MICOA, (2013). E, a elevada precipitação observada em algumas 
regiões, apresentam maior susceptibilidade a erosão. 
 
Lasse Page 22 
 
 A província de Gaza apesentou uma precipitação abaixo de 600 mm, sendo considerada 
menos susceptível a erosão hídrica, enquanto que as províncias de Inhambane e Tete 
apresentaram precipitação entre 600 e 900 mm, apresentando uma susceptibilidade 
moderadamente baixa (Moura, 2007). 
5.1.2. Textura do solo 
A textura de solos de Moçambique, varia de arenosa a argilosa, tendo-se verificado solos 
argilosos, basálticos, riolíticos, solos de mananga e arenosos. Os solos arenosos, foram 
observados ao longo da costa e distribuídos por quase todo país, ocupando cerca de 22% de 
área. Os solos de textura franca arenosa (solos de mananga), ocuparam cerca de 25%, os 
solos de textura média (basálticos), riolíticos e argilosos, ocuparam 12, 19 e 22% da área 
total, respectivamnente (Figura 5.2). 
 
Figura 5.2. Distribuição das classes de textura de solo em Moçambique 
Fonte: O Autor. 
 
Lasse Page 23 
 
Quanto ao risco de erosão, os solos argilosos e riolíticos foram classificados como sendo de 
susceptibilidade baixa; os solos basálticos como de susceptibilidade média e os solos de 
mananga, e de textura arenosa (dunas costeiras, areias finas) como susceptíveis a erosão 
hídrica (Boot et al., 2006; Crepani et al., 2001). 
5.1.3. Uso e cobertura do solo 
Foram identificados 27 diferentes usos e cobertura do solo, desde corpos de água, florestas 
fechadas, matagais altos e abertos, florestas de baixa altitude abertas, vegetação herbácea 
com árvores anãs, vegetação herbácea, mangais, áreas agrícolas em sequeiro e irrigadas, 
zonas com solo exposto e áreas urbanas (Figura 5.3) 
 
Figura 5.3. Descrição do uso e cobertura do solo de Moçambique 
Fonte: O A utor. 
Os diferentes usos e cobertura de terra, foram agrupados em cinco classes, desde os corpos 
de água e Florestas; Matagais e Zonas arbustivas com vegetação herbácea; Pradaria e 
Savana; Zonas agrícolas e Vegetação degradada e Solos expostos e Áreas urbanas, 
correspondentes a classes 1, 2, 3 4 e 5, classificadas como de susceptibilidade: baixa, 
 
Lasse Page 24 
 
moderadamente baixa, média, moderadamente alta e alta, respectivamente (Camargos et al., 
2020).
5.1.4. Declividade 
Moçambique apresenta um declive que varia positivamente da costa para o interior, 
atingindo o ponto máximo na Província de Manica, seguida pela Zambézia e Tete. De 
acordo com a classificação da declividade do terreno, 28% da superfície é ocupada por 
zonas de declive abaixo de 5%, 17, 26, 28 e 1% por regiões com declive entre (5 – 20); (20 
– 50) e acima de 50%, respectivamente. Estes intervalos, foram classificados como sendo 
de susceptibilidade: baixa, moderadamente baixa, média, moderadamente alta e alta (Figura 
5.4). 
 
Figura 5.4. Classes de declive de Moçambique. 
Fonte: O Autor. 
 
 
 
Lasse Page 25 
 
5.2. Análise multicritério de factores de risco de erosão em Moçambique 
Após a análise multicritério das variáveis precipitação, solos, uso e cobertura e declividade, 
com pesos de, 40, 25, 20 e 15%, respectivamente, constatou-se que as províncias da 
Zambézia, uma parte de Niassa e Manica, apresentam maior risco de erosão 
comparartivamente às demais (Figura 5.5).. 
 
Figura 5.5. Risco de erosão hídrica em Moçambique.
O maior risco de erosão observado nas províncias supracitadas, pode estar associado à 
elevada precipitação assim como associado ao declive acentuado e predomináncia de solos 
 
Lasse Page 26 
 
de textura arenosa, condições estas, propíceas para a ocorrência da erosão (Minella et al., 
2007; Moura, 2007). Adicionalmente, foi observado na zona costeira, um risco de erosão 
moderadamente,alto, facto que secunda a influência do tipo de solo na errosão hídrica 
(Hernani et al., 2001). Resultados similares, foram obtidos por (Kogo et al., 2020; Tsegaye, 
2019) que afirmam que encontraram uma relação positiva entre a erosão e o a textura de 
solo arenosa, assim como com o uso de solo para a agricultura. 
As regiões áridas, apesar de maior predominância de vegetação tipo savana assim como 
herbácea, que pode ser considerada moderadamente susceptível a erosão, apresentaram um 
risco de erosão hídrica entre médio a baixo (Figura 10). 
Em termos de ocorrência, as regiões de susceptibilidade média possuem cerca de 30%, 
seguidas pelas classe de risco moderadamente baix (26), baixo (22), moderadamente alto 
(17) e alto com 6% (Figura 11). 
 
Figura 5.6. Distribuição da ocorrência do risco de erosão em Moçambique. 
Fonte: O Autor
 
 
Lasse Page 27 
 
6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 
6.1. Conclusões 
 Quanto a precipitação a maior ocorrência foi verificada nas províncias da Zambézia, 
Manica e Lago Niassa, sendo classificadas como zonas altamente ssceptíveis a 
erosão hídrica, com um nível de ocorrência de cerca de 30% relativamente as 
demais. A textura de solo, foi verificada cerca de 25% de ocorrência da classe 
altamente susceptível (arenosa) distribuída ao longo da zona costeira, e em quase 
todo o país, à semelhança do declive que variou da costa para o interior, onde as 
classes moderadamente alta a alta, apresentaram juntas, uma ocorrência de cerca de 
29% . A cobertura vegetal, apenas 1% correspondia a zonas urbanas e solo exposto, 
e 10% a zonas agrícolas com vegetação degradada. 
 O risco de erosão foi influenciado maioitariamente pela precipitação, seguida pelo 
declive e textura do solo, apresentando maior risco as províncias da Zambézia, uma 
parte de Niassa e Manica, com nível de ocorrência conjunta de cerca de 6% para a 
classe de risco e 30% para a classe de risco médio. 
6.2. Recomendações 
 Aos fazedores de políticas de biodiversidade e ambiente, elaboração de políticas que 
vão de acordo com o contexto local, evitando o termo de um tamanho serve a todos, 
de modo a garantir a preservação das áreas em risco de erosão, com maior destaque 
às zonas costeiras e florestais em desmatamento. 
 Aos residentes das zonas costeiras e florestais e público em geral, adoptar 
estratégias que visam a conservação das florestas (redução de desmatamento, 
queimadas, uso) e zonas costeiras (não construção em zonas costeiras, recolha de 
lixo, plantação da árvores, etc). 
 
 
 
 
 
 
Lasse Page 28 
 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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