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TRICOLOGIA Daniela Brant 2 SUMÁRIO 1 TRICOLOGIA............................................................................................. 3 2 TIPOS DE CABELO E AS CARACTERÍSTICAS DA HASTE CAPILAR .............. 11 3 PATOLOGIAS DO COURO CABELUDO ..................................................... 17 4 TRICOSES CAPILARES ............................................................................. 23 5 TECNOLOGIAS APLICADAS À ESTÉTICA .................................................. 27 6 DEPILAÇÃO DA ANTIGUIDADE AOS TEMPOS ATUAIS ............................. 34 3 1 TRICOLOGIA 1.1 O que é tricologia? A palavra é bem diferente e pode assustar um pouco, mas esta é uma área que busca solucionar os problemas do cabelo e couro cabeludo. Segundo Dawber e Neste (1996) a palavra Tricologia vem do grego Thricos (cabelos) e Logos (estudo), logo, tricologia significa estudo dos cabelos. O estudo da tricologia começou na Inglaterra por volta de 1902 e só agora está se popularizando no Brasil. Através desse estudo foi possível reconhecer e tratar as patologias do couro cabeludo e haste capilar. O Brasil sempre se destacou na área de tratamentos estéticos e com a tricologia não poderia se diferente. Devido à grande diversidade de tipos de cabelos dos brasileiros, os conhecimentos na área estão se aprofundando cada vez mais para atender cada tipo de cliente. Tanto no Brasil quanto em outros países, cresceu muito o interesse pelos tratamentos alternativos e preventivos. Atendendo a este interesse, através do estudo da Tricologia, disponibilizamos o conhecimento sobre o couro cabeludo, suas patologias e tratamentos direcionados à área da estética. Nas aulas a seguir você irá conhecer melhor para que serve a tricologia e quais patologias ela abrange. Mas antes disso vamos conhecer um pouco sobre as bases históricas do cabelo e seus mais distintos penteados com o passar dos anos. 1.2 O cabelo e suas bases históricas Desde o inicio da humanidade sabemos que os cabelos possuem papel fundamental no cotidiano do ser humano, com diferentes penteados, significados e importância. No antigo Egito, cuidar dos cabelos era um ritual de higiene e estética da época. A religião exigia boa aparência, pois para eles era importante estar preparado caso chegasse a hora de se apresentar ao outro mundo. Os faraós tinham perucas como forma de distinção social, quanto mais poder, mais enfeitadas eram as perucas. Os escravos eram obrigados a rasparem a cabeça, pois seus senhores diziam que os mesmos tinham piolhos. Já se fazia uso da henna para colorir as perucas. Na Grécia antiga, Venus era deusa do amor, a mesma era dona de uma vasta cabeleira longa e inspiradora para as mulheres da época. As imagens utópicas das divindades mitológicas inspiravam perfeição corporal, o que levou à preocupação de criar um espaço apropriado para cuidados com a beleza. Criando assim os primeiros salões de beleza da humanidade. 4 Nos séculos XVI e XVII a Europa ditou a moda das perucas com o rei Luiz XIV, que adotou as perucas para esconder a calvície. Mas como não eram adeptos da higiene, passou a proliferar diversos tipos de bichos nesses cabelos artificiais. As perucas eram usadas como símbolo de nobreza da época, deixando de ter tanta importância por volta de 1979, dando espaço aos penteados estilo Rococó. Predominaram-se então, por volta do século XVIII, penteados mais assimétricos, ganhando altura, curvas e dinamismo. Nesta época os penteados passaram a ganhar mais adereços e outros adornos. No final do século os penteados ganharam formas mais sóbrias e conservadoras. No século XIX com a revolução francesa, o luxo e o excesso saíram de moda, mas o volume passou a ser supervalorizado. Nesta época foi adotada a técnica de permanentes, deixando os cabelos mais encaracolados. Entre 1890 a 1920 o comportamento da sociedade mudou completamente. Todo aquele charme e a borbulhante vida noturna haviam terminado. Os cabelos ficam mais curtos e rebuscados. Os mais intrincados coques perdem espaço para simples chignon atrás da nuca. Em 1920, surge Coco Chanel, a pequena e dinâmica criadora da moda, promove uma revolução ao cortar seus cabelos curtos, com talhe reto e franja. O penteado Chanel foi usado durante muitos anos por uma musa do cinema chamada Luise Brooks. A maioria das jovens usava cabelo reto ou “à ventania” puxado para o rosto. O modelo mais popular era o “cloche”, enterrado ate os olhos. Nos anos 30 a empresa cosmética dá inicio à especialização na produção de cosméticos e cuidados pessoais, aperfeiçoando a tecnologia da ondulação dos cabelos e das tinturas. Usavam-se cabelos bem modelados, com ondulados perfeitos e penteados graciosos. Na década de 40 as atrizes de Hollywood lançam moda com o cabelo estilo pin-up girls. As atrizes usavam longos e macios cabelos soltos, sendo imitadas pelas mulheres da época. Com esta febre da imitação, muitas mulheres que trabalhavam em fábricas tiveram acidentes fatais envolvendo seus cabelos soltos nas engrenagens das máquinas. Em função disso foi implantada a obrigatoriedade do uso de redes nos cabelos, porém tornou-se moda. Já na década de 50, conhecida como período dos anos dourados, a moda se apresenta com muito glamour e sofisticação, cabelos com brilhantina e topetes compunham o visual da época. Nesse período surgiram as tinturas para serem aplicadas em casa, e o cabelo mais copiado era o tom de loiro da atriz Marilyn Monroe, surgindo na época um dito popular “os homens preferem as loiras, mas se casam com as morenas”. Foi a 5 época dos rabos de cavalo, franjas e lencinhos no pescoço. No final da década surgem os chapéus, uma peça usada pelas mulheres da alta sociedade. Os anos 60 foram uma década de variedade e modismo. A banda The Beatles também inspirou moda com o corte tigela, surgindo dessa forma a moda unissex. Todas as formas de comprimento, penteado, cores foram usadas. Nessa época os jovens se expressavam através de seus ídolos de cinema e de suas bandas favoritas. Os cabelos altos tomaram conta das cabeças femininas, utilizavam laquê para fixar os coques e eram utilizados apliques e enchimentos estofados com esponja para dar volume. Nos anos 70 os estilos de cabelos eram bem variados, começaram trazendo uma moda hippie que usavam cabelos displicentes, soltos, bagunçados e parecia não exigir muito tempo para cuidá-los. O estilo Bob Marley com tranças e miçangas africanas e os cabelos Black Power vieram com força na época. Para complementar a época, os jovens aderiram ao estilo Punk, usados por adolescentes estudantes e desempregados, sendo um modo de agredir a todos com suas roupas e acessórios, cores fortes e ousadas nos cabelos. A maioria das pessoas nesta época seguiam o estilo que mais lhe agradasse ou com o qual mais se identificassem, poderia ser liso e curto, armado e graduado, ou um estilo mais natural. Nos anos 80 a moda era ditada conforme a “tribo” que faziam parte, onde os opostos começaram a conviver em harmonia. Cabelos inspirados no passado por falta de opções de novidades; buscou-se no passado uma nova tentativa de identificação. Buscava-se inspiração na idade media, nos anos 50, em inúmeros outros estilos e épocas, servindo como referencial inspirador para a época. O cinema e as novelas ditavam moda na época, influenciando o comportamento das mulheres. O permanente já existia há muito tempo e voltou com toda força, ressaltando os cachos e cabelos volumosos. Lady Diana foi parâmetro para as mulheres mais tímidas e recatadas que adotaram seu penteado como visual. Nos anos 90, última década do século XX, segue-se mais o estado de espírito que as tendências ditadas por grandes nomes. Chega ao fim a ditadura dos estilos, e a moda é cada vez mais plural. Há espaço para cabelos curtos,médios e longos, identificando o estilo de cada um, surge um estudo mais elaborado da estética e formas do rosto chamado Visagismo. 6 Com o estudo do visagismo observou-se que um simples rabo de cavalo dependendo do tipo de rosto poderia ser tudo em questão de penteado. Poderia ser loira, morena, ruiva, oriental, cada um buscava seu estilo, de forma a se sentir bem e atraente. Ainda hoje algumas religiões ditam seus preceitos sobre cabelos. Muitos ritos religiosos prezam por cabelos longos. Enquanto em outros os homens são obrigados a rasparem a cabeça como forma de mostrar sua posição hierárquica ou como forma de devoção. Com o passar das décadas foram adotados vários tipos de técnicas e penteados. Do liso ao encaracolado. Várias cores e texturas foram utilizadas. Estrelas de TV ditaram moda. As tendências mais atuais não seguem um padrão definido. Quaisquer tendências escolhidas por homens e mulheres são aceitas e podem ser mudadas de acordo com suas necessidades. 1.3 O couro cabeludo - Anatomia O couro cabeludo é formado de forma geral por pele. Esta por sua vez se divide em três partes principais: epiderme, derme e hipoderme. A epiderme é a parte mais externa ou superficial da pele e está visível a olho nu. Está em constante renovação, pois é formada por um epitélio pavimentoso estratificado e avascularizado. Fazem parte de seus anexos unhas, glândulas e pelos. Suas principais células são os queratinócitos que compõem cerca de 95% da camada. Os outros 5% são os melanócitos, células de Langerhans e as células de Merkel. A derme é a camada intermediaria da pele que se situa abaixo da epiderme, constituída por fibras de colágeno, elastina e matriz extracelular. Tem função de nutrir e dar sustentação à pele. Na derme do couro cabeludo encontramos folículo piloso, o músculo eretor do pelo, as glândulas sebáceas e as glândulas sudoríparas. A Hipoderme é a camada mais profunda da pele, situada abaixo da derme. Constituída por tecido adiposo. Tem em sua função preenchimento, proteção térmica, reserva de nutrientes, proteção contra traumatismo e manutenção de temperatura corporal. 1.4 Principais estruturas do folículo piloso O folículo piloso é a estrutura que produz o pelo e se desenvolve durante os primeiros 3 meses de vida intrauterina. Seu desenvolvimento está completo por volta do 8° mês de gestação. Segundo Pereira (2001), o primeiro sinal de aparecimento do folículo piloso é uma coleção de células que se juntam adjacentes à epiderme fetal, no estagio de periderme do desenvolvimento cutâneo, mesmo antes que a camada córnea tenha sido formada. 7 As principais estruturas do folículo piloso são: Papila dermal: é formada por um grupo de células dermais especializadas, entrelaçadas por vasos capilares. Bulbo piloso ou folículo piloso: situado sobre a papila dermal, se estreita à medida que alcança a superfície da pele. Vasos capilares: são pequeníssimos vasos sanguíneos que conectam as artérias e veias à papila. Glândulas sebáceas: produzem o sebo, material que determinará o grau de oleosidade de cabelo e couro cabeludo. Músculo eretor do pelo: está associado a cada um dos folículos pilosos. Cada pelo do nosso corpo está ligado a um pequeno músculo eretor, que permite a movimentação dos mesmos. O Músculo eretor do pelo é responsável pelo arrepio. O Bulge capilar é uma porção especializada do folículo piloso onde o músculo eretor do pelo se conecta com o mesmo e marca a região que abriga as células mãe do folículo piloso. Os fios de cabelos têm como função, proteção contra atritos, luz solar, frio e calor. 1.5 A estrutura química dos cabelos No inicio do crescimento do cabelo se dá a divisão celular, que ocorre perto da base do bulbo. Quando as células atingem a zona da queratinização, perdem água e formam a proteína queratina. Os elementos químicos que compõem o cabelo são; Carbono (C) 45% Hidrogênio (H) 7% Oxigênio (O) 28% Nitrogênio (N) 15% Enxofre (S) 5% Existem também em sua composição outros elementos que são água e lipídeos. O cabelo é formado por vinte aminoácidos que quando ligados entre si, formam uma ligação chamada ligação peptídica. Os aminoácidos formam as proteínas fundamentais 8 do cabelo, sendo a queratina a principal proteína capilar. O aminoácido mais importante para a formação das proteínas é a cisteína, que contém enxofre em sua molécula e está presente em todo o polímero da queratina. A ligação de duas cisteínas forma as ligações de sulfeto que contribuem para a força, resistência e durabilidade dos cabelos. Podemos ainda encontrar na composição dos fios: cálcio, ferro, chumbo e silício. Os fios capilares em sua estrutura dividem-se em três partes: Cutícula: parte externa do fio, com aproximadamente 3 a 10 camadas de queratina. Protege o córtex contra as agressões externas, como procedimentos químicos. Um cabelo com cutículas saudáveis é brilhante e macio. Córtex: é a parte interna abaixo da cutícula, responsável pela força, elasticidade e permeabilidade do cabelo. No córtex estão as células de melanina, responsáveis pela coloração natural dos fios. Medula: a medula também conhecida como núcleo não tem uma função conhecida no tratamento do fio. 1.6 Fases de crescimento do cabelo Anagena: é a fase em que o fio cresce continuamente. Pode durar de 2 a 6 anos, caracterizando-se por intensa atividade de multiplicação das células da matriz. O cabelo cresce em média um centímetro por mês, mais de 80% dos folículos encontram-se nessa fase. Catagena: é a fase em que o cabelo se desprende da papila dérmica e se desloca no sentido da superfície da pele, o couro cabeludo, pois a matriz deixa de proliferar e o cabelo chega no tempo máximo de crescimento. Essa fase tem duração de 2 a 3 semanas. Menos de 1% dos folículos pilosos se encontram nessa fase. Telogena: é a fase na qual o cabelo se desprende do couro cabeludo. Dura em media 3 meses. Menos de 19% dos folículos encontram-se nessa fase. Conclusão O estudo da tricologia tem papel fundamental no conhecimento dos cabelos e suas propriedades. Através desse estudo é possível entender sobre o couro cabeludo e o cabelo. 9 Cada povo tem seus conceitos referentes ao modo de produzir suas madeixas. Para muitas mulheres, contemplar o visual dos cabelos é um fator determinante para a autoestima. Os cabelos podem passar uma imagem clássica ou radical, são repletos de significados associados à sedução, liberdade e poder. Mudaram muito com o passar dos tempos, e em cada época sua transformação foi importante, pois ditava a moda em sociedade. Por fim, conhecemos aqui como se dá fisiologicamente toda a fase de nascimento e crescimento do fio capilar, entendendo sua anatomia e composição química. REFERÊNCIAS BIOMEDICINA ESTÉTICA. Tricologia: para cada problema capilar uma técnica e tratamento adequados. Disponível em: <https://biomedicinaestetica.com.br/entenda- o-que-e-tricologia/#.XIbboMlKjIU/> Acesso em: 04 jul. 2019. DAL’PIZZOL, C; PSCHEIDT, L; MOSER,D.K; MACHADO, M. História do Penteado: Uma revisão bibliográfica. 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Frangie [et al.] ; tradução: EZ2 Translate ; revisão técnica: Geovana Prado Vaz Feitosa. – São Paulo, SP: Cengage, 2016. Disponível em: <https://issuu.com/cengagebrasil/docs/milady_cosmetologia_cuidado_com_os_> Acesso em: 04 jul. 2019. PEREIRA, J.M. Propedêutica das doenças dos cabelos e do couro cabeludo. Editora Atheneu, São Paulo, 2001. SCHEID, Cintia Karina; LAZAROTTO, Sacha; MOSER, Denise Kruger. A inserção dos serviços de terapias capilares nos salões de beleza: Busca por um novo nicho de mercado. Pesquisa de caráter quantitativo. Universidade do vale do Itajaí, Balneário Camboriú/SC. Disponível em: <http://siaibib01.univali.br/pdf/Cintia%20Karina%20Scheid,%20Sacha%20Lazzarotto.p df> Acesso em: 04 jul. 2019. 11 2 TIPOS DE CABELO E AS CARACTERÍSTICAS DA HASTE CAPILAR O cabelo passa por um processo de transformação durante o crescimento. A Lanugem é o pelo que cobre o feto e desaparece após o nascimento. O pelo vellus, é o pelo que substitui a lanugem após o nascimento. Encontrado normalmente nas faces das mulheres ou na área de calvície dos homens. O pelo terminal é o pelo que substitui o vellus. É mais comprido (>2 cm), mais grosso (até 0,6mm), pigmentado, visível e medulado. Ao contrário dos outros, o pelo terminal já está completo com córtex e cutículas. 2.1 Curvatura e forma Existem três tipos básicos de cabelo de acordo com sua forma e curvatura. O cabelo mongoloide ou oriental tem formato mais simétrico e é o tipo mais resistente de todos por ser mais uniforme e bem liso. O cabelo caucasiano tem estrutura mediana no fator de resistência entre os outros dois tipos. O cabelo negroide tem fios mais retorcidos e menos uniformes, é o tipo mais frágil por ser muito fino. 2.2. A cor dos fios Segundo Gray (2001) a cor do cabelo é determinada pela melanina. Ela é produzida pelos melanócitos presentes na matriz do bulbo capilar sendo depois transferidas em melanossomas para as células do córtex durante a anagenese. As células de melanocitos são responsáveis pela produção de melanina dentro do bulbo capilar. O catalisador de tirosina, encontrado no interior das células melanocitas, é o responsável pelo desencadeamento de uma reação química, resultando na formação da melanina. Os tipos de melanina que dão cor ao cabelo são classificados como eumelanina e feomelanina. Eumelanina é a mais abundante e é a responsável pela coloração dos 12 cabelos castanhos e pretos. A feomelania é a menos abundante é a responsável pela coloração dos cabelos loiros e ruivos. Com o tempo os melanócitos vão perdendo sua função por um processo biológico progressivo e que pode depender de vários fatores (hereditários, genéticos, envelhecimento, estresse, má alimentação, fatores ambientais, entre outros). Isso leva a uma diminuição das células causando a formação dos fios brancos. 2.3 Potencial de hidrogeniônico: pH O termo potencial de hidrogeniônico é usado para determinar o grau de acidez ou alcalinidade de uma substância. O cabelo natural tem sua escala de pH levemente ácida, compreendida entre 4,5 (cabelos oxidados) e 6 (cabelos naturais). Entendendo melhor a sigla: P (minúsculo) representa quantidade H (maiúsculo) representa o íon de hidrogênio (H) Assim pH representa a quantidade de íons de hidrogênio em uma solução. Onde acidez significa íons de hidrogênio livres e alcalinidade íons de hidróxido livres. O pH 7,0 denota uma faixa de neutralidade, não sendo nem acido, nem alcalino. Na tabela de pH acima podemos observar como a fibra capilar reage com cosméticos ácidos ou alcalinos e que tipos de produtos podem danificar mais a fibra capilar no seu todo. Vemos que quanto mais alcalino for o produto utilizado, mais danificadas serão as cutículas capilares, podendo atingir o córtex e chegar a quebra do fio. As propriedades mecânicas da fibra capilar são sensibilizadas em função dos extremos de pH. Esse fato está associado às quebras das pontes de hidrogênio e às interações iônicas; já as ligações de sulfeto são rompidas com ligações alcalinas. As alterações cosméticas que mais agridem fibra capilar são os relaxamentos e alisamentos, os mais fortes são os hidróxidos por terem um poder de alcalinidade 13 maior que outros produtos. Por isso é muito importante que se faça uma avaliação da fibra antes de qualquer procedimento cosmético transformador. 2.4 Nutrição e sistema capilar A síntese da fibra capilar é um processo proliferativo dinâmico, altamente influenciado pelo estado nutricional proteico e calórico. Como vimos anteriormente o fio do cabelo é 90% rico em aminoácidos e proteínas. A carência dos oligoelementos e proteínas também podem levar a alterações da síntese dos fios. A deficiência de proteína interfere no crescimento dos fios, causa afinamento capilar e aumento dos cabelos na fase telógena. Suas principais fontes são: carnes, ovos, derivados do leite e grãos. Algumas vitaminas hidrossolúveis são essenciais para a formação de uma fibra capilar saudável, entre elas as do complexo B, vitamina C e os bioflavonoides encontrados nos alimentos cítricos. Alguns minerais são importantes para força, crescimento e brilho, como o silício, iodo, cobre, cálcio e manganês. Suas principais fontes são: frutos do mar, aveia, milho, fígado, feijão, folhas escuras, nozes, castanhas, ostras, leite e seus derivados, ovos, batata doce, amendoim, etc. A biotina é muito importante para o cabelo, pois controla a queda capilar, melhora a saúde dos cabelos e é um coadjuvante nos tratamentos de dermatites. É uma vitamina do complexo B, também conhecida com B7. Suas principais fontes são: fígado, rim, farinha de soja, gema de ovos, cereais, levedo de cerveja. Também não podemos nos esquecer dos principais nutrientes que são os ácidos graxos essenciais, responsáveis pela hidratação dos cabelos e combatem as dermatites do couro cabeludo. Suas principais fontes são: peixes de água fria (atum, sardinha, bacalhau, salmão), grãos integrais. 2.5. Os tratamentos capilares Atualmente existe uma grande procura nos salões de beleza para os famosos tratamentos capilares. Existe atualmente uma infinidade de produtos e ativos que devolvem a vida à fibra capilar, selando a cutícula e devolvendo o brilho, a maciez e a maleabilidade dos fios. 14 Segundo Gomes (1991) e Moser (2009), hidratar os cabelos é uma forma de reter umidade sobre a cutícula do fio, melhorando sua maleabilidade e flexibilidade. A perda da umidade da superfície do cabelo provoca a diminuição de coesão entre as cutículas, causando descamação e perda de brilho. Devemos estar sempre alerta ao tipo de ativo de cada produto, pois o uso de ativos errados ou desnecessários pode levar a um resultado indesejado. Por isso, devemos sempre alertar nossos clientes a procurar um especialista e realizar um diagnóstico correto para que o tratamento tenha ação correta e eficaz. Reconstrução capilar: Na reconstrução capilar ainda são encontrados ativos como colágenos, proteína do trigo, silicones, filtros solares e a queratina que contém baixo peso molecular para uma melhor fixação na fibra capilar. É responsável por reparar danos na cutícula, pois fornece aminoácidos e auxilia na hidratação. Cabelos que precisam de reconstrução geralmente são opacos, de difícil penteabilidade, porosos e sem elasticidade. O profissional deve fazer um diagnóstico do tipo de cabelo e necessidade de tratamento que pode ser quinzenal ou semanal. Cauterização capilar: é um tratamento onde o seu principal ativo é a queratina. Sabemos que ocabelo produz queratina naturalmente, mas com as agressões químicas ou mecânicas como secador e chapinha o cabelo perde um pouco desta importante proteína. Este procedimento deixa os cabelos mais fortes, brilhosos e macios. Pode ser feito a cada 30 dias de acordo co a necessidade de cada cabelo, podendo ser intercalada com outros tratamentos como nutrição e hidratação. Hidratação capilar: tem a função de devolver a maciez, maleabilidade e suavidade para os cabelos, pois os seus princípios ativos devolvem a água ao fio, selando a cutícula e protegendo o córtex no seu interior. Os princípios ativos são agentes formadores de filmes como a ceramida (lipídios) responsável por formar uma barreira de proteção contra certos processos químicos e físicos. Contém também regeneradores da estrutura interna que reduzem a lesão sobre os fios, como peptídeos, aminoácidos e proteínas. Pode ser aplicados a cada 15 dias de acordo com a necessidade de cada cliente e sua fibra capilar. Nutrição Capilar: tem a função de repor lipídeos à fibra capilar, conservando a hidratação dos fios. É indicada para cabelos porosos, opacos, sem definição, com volume excessivo e que embaraçam muito. É muito realizada em cabelo cacheado onde as características pedem esse tipo de tratamento. Tem como ativos principais os óleos vegetais como argan e coco, manteigas como a de karité, tutano, entre outros. 15 Este tipo de procedimento deve ser evitado em cabelos oleosos, pois pode piorar a condição da formação de sebo no couro cabeludo. Conclusão: Concluímos neste bloco que, durante seu processo de crescimento, o cabelo passa por diferentes transformações até chegar à sua forma terminal com cutícula e córtex. Podemos perceber também que existem diferentes formas e curvaturas de fios, o que influencia na resistência e densidade dos cabelos. A melanina formada pelas células dos melanócitos é a formadora da cor do cabelo e sua diminuição produz a formação dos cabelos brancos. Os ativos cosméticos de transformação como coloração e relaxamento influenciam nas alterações do pH capilar que determina o grau de acidez e alcalinidade do cabelo. Os alimentos têm grande influência na saúde capilar, mas também é importante que a fibra seja tratada externamente com produtos cosméticos de hidratação entre outros. REFERÊNCIAS ADDOR, Sant'Anna; ALVIM, F; DE MELO, V; DE ABREU, F; LIMA, S. Fatores nutricionais e resistência da haste capilar: estudo clínico piloto. Surgical & Cosmetic Dermatology, 2012. COSTA, Saionara. Alterações Estruturais da Haste Capilar: Conceito, forma e procedimentos dos processos de alisamento definitivo nos cabelos. Revisão Bibliográfica - Universidade Vale do Itajaí, Balneário Camboriú/ SC 2010. FERNANDES, Dulce Maria Ferreira. Cosmética Capilar: estratégias de veiculação de ingredientes ativos. Dissertação de mestrado. Universidade Fernando Pessoa, Faculdade de Ciência da Saúde, Porto, 2013. Disponível em: <https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/3981/1/Cosmeticos_capilares_Dulce_Fernan des.pdf> Acesso em: 04 jul. 2019. GOMES, Álvaro Luiz. O uso da tecnologia cosmética no trabalho do profissional cabeleireiro. São Paulo: SENAC,1999. 16 GRAY, John. Hair care and hair care products. Clinics in dermatology, 2001. KAMIZATO, K.K. Imagem pessoal e visagismo. 1 ed. Editora Érica, 2014. MILADY COSMETOLOGIA; Catherine M. Frangie et al.; Cuidados com os cabelos. Tradução: EZ2 Translate ; revisão técnica: Geovana Prado Vaz Feitosa. – São Paulo, SP: Cengage, 2016. Disponível em: <https://issuu.com/cengagebrasil/docs/milady_cosmetologia_cuidado_com_os_> Acesso em: 04 jul. 2019. MOSER, Denise K. A inserção dos serviços de terapias capilares nos salões de beleza: a busca por um novo nicho de mercado. Universidade do Vale do Itajai, Balneário Camboriú/SC 2009. PORTAL EDUCAÇÃO. Estrutura da Haste Capilar. Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/esporte/estrutura-da-haste- capilar/23004/ Acesso em: 05 de Março de 2019 RIVITTI, Evandro. A. Alopecia Areata: revisão e atualização. An. Bras.Dermatol. Vol 80. N°1. Rio de janeiro/RJ. 2005 TRICOLOGIA. As Características dos cabelos – Disponível em: <http://www.tricologia.com.br/sobre_cabelos_2.asp/> Acesso em: 04 jul. 2019. 17 3 PATOLOGIAS DO COURO CABELUDO Existem vários fatores ligados a patologias do couro cabeludo, como estresse, falta de higiene pessoal, contato com utensílios contaminados como pentes, escovas, toalhas, uso inadequado de produtos químicos, são muitos os fatores que podem desencadear tais doenças. Alguns fatores que também contribuem para tais doenças são hormonais, tais disfunções podem causar queda, oleosidade excessiva ou ressecamento do couro cabeludo. 3.1. Manifestações do couro cabeludo: As principais formas de manifestações de afecções do couro cabeludo são: Pruriginosas: aquelas afecções que contém prurido quando se manifesta (dermatites seborreica, alérgica, infecciosas e irritativas). Descamativas (caspa seca ou oleosa, dermatites no geral, psoríase em eritemato descamativas e infecções). Secretivas (seborreia e dermatite seborreica), infecciosas (foliculites em geral). Inflamatórias (dermatite irritativa de contato e dermatite alérgica de contato). 3.2. Alopecias Alopecias são quadros onde encontramos perdas de cabelos, causando a redução da densidade ou a ausência total de fios. Podem ser generalizadas, onde ocorrem perdas de forma difusas. Localizadas, perda de cabelo em locais específicos, formando uma região pelada. Androgenética, formada por fatores genéticos masculinos e femininos, envolve também a alopecia areata. Podem ser classificadas também como alopecia por tração, alopecias cicatriciais e não cicatriciais. Segundo Mansur (2004) as alopecias cicatriciais seriam um grupo com as mais diversas etiologias que tem como características a irreversibilidade do crescimento do cabelo. Segundo Dawber (1996), as alopecias não cicatriciais são alopecias temporárias onde a perda do cabelo não é definitiva, se caracteriza por diminuição do cabelo, mas com resquícios dos folículos. Os cabelos são ausentes, mas os folículos são preservados, o que explica a natureza reversível deste tipo de alopecia. 18 3.3 Tipos de alopecia Alopecia Areata (AA) De acordo com Rivitti (2005), a alopecia areata é uma afecção crônica dos folículos pilosos e das unhas, de etiologia desconhecida, provavelmente multifatorial com evidentes componentes autoimunes e genéticos. Determina queda dos cabelos e/ou pelos, por interrupção de sal síntese, sem que ocorra destruição ou atrofia dos folículos, motivo pelo qual pode ser reversível. É uma afecção reversível onde não há atrofia dos folículos pilosos, frequente em aproximadamente 2% da população. Sua característica é a queda localizada formando blocos ovais no couro cabeludo e barba. Causa grande efeito psicossocial. É uma doença autoimune com substrato genética, também associada a doenças congênitas. Estima-se que 20% dos pacientes têm casos similares na família. Afeta indivíduos de ambos os sexos, é encontrada em qualquer idade, com picos de incidência entre 15 e 29 anos. A causa é desconhecida, mas fatores emocionais estão envolvidos. Ainda não existem recursos que podem impedir seu aparecimento, sendo que a AA não tem repercussão sistêmica, mas tende a recorrência. A Alopecia Areata pode ser classificada em: Pelada Decalvante: é a mais grave. Começa por áreas múltiplas que se juntam. Ofíase ou Pelada em coroa: é uma forma clássica, mais encontrada em crianças e também com prognóstico desfavorável. Tem início na nuca e progride para a frente pela orla do couro cabeludo. Total: quando a alopecia atinge todos os pelos do couro cabeludo. Universal: quando a alopecia atinge todos os pelos do couro cabeludo. O tratamentoconsiste na correção das causas, quando forem detectadas deficiências alimentares ou alterações emocionais. Dietas ricas em proteínas e certas vitaminas vão ajudar. Devem-se controlar doenças que possam ter relação com o caso. Alopecia Androgenética: Uma das formas mais comuns de alopecia em ambos os sexos. A diferença entre os padrões masculino e feminino são bem definidas por uma alteração do ciclo do folicular com encurtamento da fase anágena. Nesta patologia ocorre um processo de miniaturização do folículo piloso. 19 A alopecia androgenética ocorre porque a atividade da enzima 5 alfa redutase atua sobre a testosterona, transformando em DHT (di-hidrotestosterona) que liga-se aos receptores andrógenos e causam a queda. Durante o processo da alopecia androgenética pode ocorrer miniaturização do folículo, havendo o afinamento do fio do cabelo, perda qualitativa e quantitativa dos fios, hiperprodução sebácea devido ao aumento dos andrógenos, aumento dos fios na fase telógena. Nas mulheres esta disfunção também está relacionada aos hormônios, podendo ser acometidas através de distúrbios de tireoide, ovários policísticos, menopausa e uso de anticoncepcional. Os tratamentos com medicamentos e terapias alternativas ajudam em caso moderado da doença. Alopecia por tração: Ocasionada por tração excessiva no local onde houve a perda do cabelo. Pode ser ocasionada pelo excessivo uso de apliques e tranças. Pode haver alguma ligação com a tricotilomania. Deve-se buscar a causa exata para poder fazer um tratamento que muitas vezes são feitos a partir de terapias alternativas. 3.4 Dermatites seborreica Inflamação na pele que causa principalmente descamação e vermelhidão em algumas áreas da face, couro cabeludo, sobrancelhas, nariz e orelhas. Não é contagiosa. Pode ou não causar pruridos. Muitas vezes pode haver presença de fungos durante a manifestação da doença. A inflamação pode ser de origem genética ou desencadeada por agentes externos, como quadros alérgicos, situações de fadiga ou estresse emocional. Pode ser crônica, ocasionando períodos de melhora e piora dos sintomas. A dermatite seborreica quando não tratada de forma adequada pode ocasionar queda de cabelo, por isso é sempre muito importante que se busque um profissional para diagnóstico e tratamento adequado. Pode ocorrer em recém-nascidos, conhecida como dermatite seborreica do lactante, sendo inofensiva e temporária. Pode afetar face, tronco, nuca, axilas e regiões genitais. Não existe uma forma de prevenir seu aparecimento, entretanto cuidados especiais com a higiene do couro cabeludo torna o tratamento mais fácil e eficaz. O diagnóstico deve ser feito por um médico e o tratamento vai desde a retirada do uso de produtos, como o não uso de bonés ou chapéus, e o uso de shampoo e pomada com corticoides. 20 3.5 Eflúvios Eflúvio é o termo dermatológico para designar a perda de cabelo decorrente de um distúrbio no ciclo da vida capilar. Classificam-se em dois tipos: Eflúvio anágeno: caracterizado por queda radical durante 1 a 4 semanas, promove a inibição súbita da produção de cabelos, perda generalizada de fios capilares. É assintomática. Suas causas principais são: diabetes tipo 2, deficiência de nutrientes ou vitamina c, uso de drogas. Eflúvio telógeno: caracteriza-se por queda difusa de aproximadamente 20% dos fios ao invés dos 10% normais. Pode ocorrer coceira no couro cabeludo, principalmente na região posterior. Tem uma duração predeterminada de 2 a 4 meses caso não haja nenhuma doença associada. Não é necessário tratamento, pois a condição melhora de um dia para o outro, caso não haja nenhuma condição associada com alopecia androgenética. 3.6 Psoriase e caspa A psoríase é uma descamação severa com escamas branco-prateadas, com eritemas avermelhados e bordas bem definidas. O paciente consegue perceber os flocos de pele morta em seus cabelos, especialmente após coçar o couro cabeludo. Assemelha-se a caspa. Não é contagiosa. Tem causa desconhecida, sabendo-se apenas que está relacionada ao sistema imunológico, seus sintomas aparecem e desaparecem periodicamente. Existem diversos tipos de psoríase e somente um médico pode identificá-las e classificá-las para a indicação da melhor opção terapêutica aplicada no tratamento. Já a caspa é uma descamação fina, assintomática, em alguns casos pode haver prurido. Causa principalmente desconforto social. 21 Conclusão Neste bloco foi possível perceber a existência de várias patologias do couro cabeludo e sua ligação com fatores emocionais, disfunções hormonais e fatores como falta de higiene e uso de utensílios contaminados. Diversas patologias podem acometer o couro cabeludo levando à calvície precocemente. A Alopecia Androgenética Masculina, acarretando a miniaturização dos folículos pilosos. A Alopecia Areata considerada uma doença autoimune, causando placas de queda capilar. Do mesmo modo as duas são consideradas doenças multifatoriais. Os apliques capilares ou a colocação de elásticos nos cabelos podem levar a calvície irreversível por trauma ou tração dos cabelos devendo ser evitados. Não podemos nos esquecer de que para tratar as afecções do couro cabeludo é sempre muito importante que se tenha um perfeito conhecimento para diagnosticar e tratar de forma adequada. REFERÊNCIAS BARSANTI, Luciano. Dr. cabelo. 1ed. Editora Elevação, São Paulo, 2009. CARVALHO, Lara Trindade; D’ACRI, Antonio Macedo. Alopecia Areata: Revisão de bibliografia e relato de caso. Caderno Brasileiro de Medicina XXVII(3). Rio de Janeiro/RJ. Disponível em: <file:///C:/Documents%20and%20Settings/carsantos/Meus%20documentos/Downloa ds/4422-23022-1-PB.pdf> Acesso em: 05 jul. 2019. CRUZ, Halina Francça da; MENEZES, Luana Renyelle de O; BRITO, Isabelle Andrade. Análise Capilar no Diagnóstico de Patologias do Couro Cabeludo: Um projeto de extensão. Projeto de extensão. Universidade Tiradentes, Aracaju/SE. 2016. Disponível em: <https://eventos.set.edu.br/index.php/sempesq/article/view/4529/1371> Acesso em: 05 jul. 2019. Dawber, R;Neste,D.V. Doenças dos cabelos e do couro cabeludo: Sinais comuns de apresentação,diagnóstico diferencial e tratamento. 1ed. Editora Manole. São Paulo, 1996. 22 GOMES, Amanda. Doenças Capilares: conheça as 5 principais e entenda a importância do dermatologista. Disponível em: <http://dermatologiacapilar.med.br/doencas- capilares-conheca-as-5-principais-e-entenda-a-importancia-do-dermatologista/> Acesso em: 05 jul. 2019. HALAL, John. Tricologia e a química cosmética capilar. Tradução Ez2translate. São Paulo: Cengage Learning, 2011. Disponível em: <https://issuu.com/cengagebrasil/docs/tricologia_e_a_quimica_cosmetica_ca> Acesso em: 05 jul. 2019. JÚNIOR, A.C.L. Queda Capilar e a Ciência dos Cabelos: Reunião de textos do Blog Tricologia Médica. 1 ed. Editora Caeci. São Paulo, 2013. RIVITTI, Evandro. A. Alopecia Areata: revisão e atualização. An. Bras.Dermatol. Vol 80. N°1. Rio de janeiro/RJ. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365- 05962005000100009> Acesso em: 05 jul. 2019. SCHEID, Cintia Karina; LAZAROTTO, Sacha; MOSER, Denise Kruger. A inserção dos serviços de terapias capilares nos salões de beleza: Busca por um novo nicho de mercado. Pesquisa de caráter quantitativo. Universidade do vale do Itajaí, Balneário Camboriú/SC. Disponível em: <http://siaibib01.univali.br/pdf/Cintia%20Karina%20Scheid,%20Sacha%20Lazzarotto.p df> Acesso em: 04 jul. 2019. VIEIRA, Treicy Christine; MACHADO, Camila de; MOSER, Denise Kruger. Disfunções do couro cabeludo: Uma abordagem sobre caspa e dermatite seborreica. Revisão Bibliográfica. Universidade Vale do Itajai. Balneário Camboriú/ SC. 2008. Disponível em: <http://siaibib01.univali.br/pdf/Threicy%20Vieira%20e%20Camila%20Machado.pdf>Acesso em: 05 jul. 2019. 23 4 TRICOSES CAPILARES Como vimos anteriormente, em todas as culturas e em todas as épocas, o cabelo é o ornamento mais relevante para o ser humano. Devido a sua importância estética passa a ser alvo fácil para mudanças culturais (corte, penteado, colorações de tons diferentes, descolorações e alisamentos) e comportamentos autoagressivos que levam os fios a serem alvo de manifestações conhecidas como tricoses. Muitas vezes, representa apenas um defeito isolado, sem comprometimento à saúde. Algumas formas de tricoses capilares que vocês vão conhecer a seguir são: tricorrexe nodosa, tricoptilose, triconodose, buble hair. 4.1 Tricorrexe Nodosa É uma alteração dos pelos que se caracteriza pela formação de pequenos nódulos de coloração esbranquiçada, ao longo dos fios do cabelo, que se quebram com facilidade nestes pontos, pois a camada mais externa do fio foi danificada. Ocorre devido a uma resposta dos fios aos traumas físicos e químicos, como colorações, chapinhas, alisamentos cosméticos, escovação excessiva com uso de secador. Podendo acometer qualquer pessoa que se submeta a estes tipos de processos. Existem ainda outras causas que podem ser em decorrência de deficiências nutricionais ou doenças genéticas. Neste caso, o tratamento deve ser avaliado por um dermatologista. O tratamento consiste em suspender qualquer tipo de agressão física ou cosmética, deixando os fios crescerem de forma mais natural possível. Uma vez ocorrido o trauma, não há como revertê-lo. Os fios danificados serão eliminados com o crescimento em um período de 2 a 4 anos, considerando que a agressão dos fios seja evitada. 4.2 Tricoptilose Conhecida popularmente como “pontas duplas” é caracterizada por cabelos frágeis, quebradiços e bifurcados. Resulta no desgaste das cutículas que expõe fibras do córtex. Segundo Pereira (2001), quando ocorre na extremidade, a mesma fica bifurcada ou com múltiplas pontas. A principal causa que leva à tricoptilose é o excesso de produtos químicos utilizados sobre os cabelos. O calor também é um grande inimigo, o uso de secadores e 24 chapinhas deve ser feito com muita cautela, pois produzem esse efeito negativo nos fios. O tratamento basicamente é a utilização de produtos de boa qualidade, que hidratem e devolvam a água ao fio, o uso de queratina é muito indicado, pois a mesma trata os fios deixando-os maleáveis e hidratados, além do uso de um bom reparador de pontas. 4.3 triconodose Segundo Pereira (2001), triconodose é um nó que se forma no cabelo. Pode estar relacionada com desgastes mecânicos e/ou decorrência de procedimentos cosméticos. É mais observado em cabelos curtos e crespos e também em cabelos mais finos. No local do nó pode haver desgaste da cutícula com posterior exposição do córtex. O uso inadequado de secador, prancha e babyliss é uma das causas principais de triconodose. Por isso, hidratar os cabelos de forma correta e penteá-los com pentes de cerdas largas é um passo importante para evitar este tipo de tricose capilar. Também é muito importante que se evite lavar os cabelos com água muito quente ou muito fria, usar protetor térmico e aplicar sérum reaparador de pontas diariamente. 4.4 Bubble Hair O cabelo bolha é uma anomalia adquirida da haste capilar devido a bolhas de gás que se desenvolvem em cabelos molhados após exposição ao calor excessivo. O desenvolvimento de bolhas no interior da haste capilar resulta em fios secos e que se quebram facilmente. Os profissionais pouco suspeitam sobre este tipo de tricose, por isso é muito importante considerar o diagnóstico em qualquer caso de quebra do cabelo com possibilidade de lesão térmica. É necessário que se faça um exame com dermatoscópio para identificar o problema. O tratamento consiste em não utilizar secador muito quente e evitar ao máximo o uso de chapinha. É importante lembrar a necessidade do uso de protetor térmico e o uso de tratamentos de recuperação dos fios ajuda neste processo. Curiosidades: Hisurtismo: é um aumento de quantidade de pelos na mulher em locais usuais ao homem, como queixo, buço, abdômem inferior, ao redor dos mamilos, entre os seios, glúteos e parte interna das coxas. Hiperticose: pode afetar tanto homens como mulheres. Nessa doença, os pelos crescem por todo o corpo, mesmo em áreas que não costumam ter cabelos. 25 Tricodinia: ocorre quando o paciente manifesta desconforto, dor ou aumento da sensibilidade do couro cabeludo. Tricoglifos: conhecidos popularmente como redemoinhos, grupos de cabelos formando imagem em espiral. Tricotlomania: ato compulsivo de extrair o cabelo, comum em crianças que produz área e alopecias consequência da manipulação continua e patológica dos cabelos. Tricotenomania: ocasionalmente os cabelos são cortados ao invés de puxados. Tricocriptomania: Cabelos cortados com as unhas. Tricofagia: extrai o cabelo e come. Conclusão Neste bloco observamos o que são e como se formam as tricoses capilares. Vimos a importância de se atentar ao uso excessivo de secadores, chapinhas, e produtos cosméticos muito agressivos, pois podem levar a desgastes da fibra capilar e em decorrência disso, à quebra da haste. Importante lembrar o uso de produtos como protetores térmicos e reparadores de pontas para a proteção dos fios contra agressões térmicas e cosméticas. REFERÊNCIAS PEREIRA, José Marcos. Tricoses Compulsivas. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/abd/v79n5/v79n5a12.pdf> Acesso em: 05 JUL. 2019. DERMATOLOGIA.NET. Tricorrexis Nodosa: o que é? Disponível em: <https://www.dermatologia.net/cat-doencas-da-pele/tricorrexis-nodosa/> Acesso em: 05 JUL. 2019. CERUTTI, Marta Izabel. Trocorexis Nodosa. Dermatologia e Saúde. Disponível em: <https://dermatologiaesaude.com.br/tricorrexis-nodosa/> Acesso: 05 jul. 2019. Pereira, J.M. Propedêutica das doenças dos cabelos e do couro cabeludo. São Paulo: Editora Atheneu, 2001. 26 SCHEID, Cintia Karina; LAZAROTTO, Sacha; MOSER, Denise Kruger. A inserção dos serviços de terapias capilares nos salões de beleza: Busca por um novo nicho de mercado. Pesquisa de caráter quantitativo. Universidade do vale do Itajaí, Balneário Camboriú/SC. Disponível em: <http://siaibib01.univali.br/pdf/Cintia%20Karina%20Scheid,%20Sacha%20Lazzarotto.p df> Acesso em: 04 jul. 2019. EDUCARSAÚDE. Tricoptilose. Disponível em: <https://www.educarsaude.com/tricoptilose/> Acesso em: 05 jul. 2019. TUASAÚDE. Triconodose. Disponível em: <https://www.tuasaude.com/triconodose/> Acesso em: 05 jul. 2019. FOLYIC. O que é tricologia - a ciência por trás da saúde e da beleza dos cabelos. Disponível em: <http://folyic.com.br/tricologia/oqueetricologia/> Acesso em: 05 jul. 2019. ALBERS, Lauren N. et al. Blowing bubbles: Dermoscopy of bubble hair. International journal of trichology, 2017. Disponível em: < https://pdfs.semanticscholar.org/b0e1/b7519c79cefabfd69058fc0cf5ccc5983c3f.pdf?_ ga=2.143415669.1758970330.1562339030-643905824.1562339030> Acesso em: 05 jul. 2019. 27 5 TECNOLOGIAS APLICADAS À ESTÉTICA Segundo Wichrowski (2007), as terapias capilares são métodos modernos de tratamentos dos fios e do couro cabeludo, na maioria das vezes, contra queda, caspa e seborreia. Estão sendo muito difundidas no meio profissional e para o estabelecimento prestador de serviços é mais um segmento a ser oferecido a seu cliente. O tecnólogo em cosmetologia e estética está preparado para aplicar as técnicas de terapias capilares em salões de beleza, pois para isto obteve os conhecimentos necessários. Saberá reconhecer a real necessidade da haste capilar ou couro cabeludo e poderá proceder corretamente com terapias, que muitas vezes, podem estar associadas a tratamentos dermatológicos. São vários os procedimentos e recursosque permitem o tratamento de forma preventiva, fortalecedora e recuperadora nas terapias capilares. Podem ser eles: recursos eletroterápicos, recursos cosmecêuticos e recursos físicos. Importante ressaltar que para um tratamento eficaz sempre é importante uma boa anamnese. 5.1 Tricoscopia Capilar A tricoscopia capilar consiste em um exame avaliativo minucioso realizado através de um dermatoscópio para avaliar e identificar alterações no couro cabeludo e haste capilar. A tricoscopia tem ganhado popularidade crescente dado ao vasto leque de possíveis aplicações e sua facilidade de execução, tratando-se de uma técnica não invasiva que pode ser feita em consultórios dermatológicos ou clinicas estéticas, permitindo ajudar e monitorar o diagnóstico de diversas doenças do couro cabeludo. Através do uso do dermatoscópio é possível observar: O couro cabeludo, descamação, eritema, oleosidade entre outras patologias. Implantações foliculares como estão os fios do óstio folicular. Avaliar as unidades foliculares, quantas unidades foliculares existem próximas, no mesmo óstio. Verificar se há tricoses nas hastes capilares. Para realizar a tricoscopia, usa-se uma lente de aumento associada à imersão ou filtros polarizados de luz para reduzir a refração. No momento que a refração diminui a níveis insignificantes, a epiderme fica translucida, possibilitando a visualização de estruturas na profundidade do couro cabeludo. Este exame, anteriormente feito a olho nu, não 28 podia fornecer um resultado tão correto quanto o obtido na dermatoscopia capilar realizada hoje em dia. 5.2 Alta frequência na terapia Capilar Oliveira e Perez (2008) descrevem alta frequência como: “técnica que utiliza correntes alternadas de alta frequência, em que os gases argón, chenon ou neon, em contato com o oxigênio do ar transformam-se em ozônio”. Os principais efeitos fisiológicos são: efeito térmico, vasodilatação e hiperemia, aumento da oxigenação celular, ação antibactericida e antisséptica e melhora do trofismo dérmico. A alta frequência quando utilizada nas terapias capilares tem efeitos fisiológicos; Efeito térmico: entre o eletrodo e a pessoa tratada forma-se uma quantidade de energia em forma de calor, o aumento da temperatura produz um aumento do metabolismo e da oxigenação celular. Efeito vasodilatador: estimula a circulação periférica pela produção de vasodilatação e hiperemia. Efeito bactericida e antisséptico: o ozônio é um gás instável que reage com diferentes compostos provocando uma oxidação que explica suas propriedades germicidas e antissépticas. Tem em suas funções: Bacteriostáticas: proliferação de bactérias aeróbicas (só crescem na presença de oxigênio). Bactericida: elimina bactérias anaeróbicas (na presença de oxigênio estas são eliminadas). Fungicida: elimina fungos do couro cabeludo e haste. Estimulante: estimula a circulação sanguínea. Cauterizadora: estancamento de sangue. O aparelho possui eletrodos que são tubos de vidro, de formas variáveis para se adaptarem as diversas regiões corporais. Usa-se apenas um eletrodo por vez, preso a um bocal, os efeitos obtidos dependem dos métodos de aplicação. Aplicação direta: utiliza eletrodos de superfície plana tipo standard e pente. Mantém-se o eletrodo em contato com a pele, promovendo uma massagem suave. Tem efeito calmante e descongestivo. Deposita cargas positivas. Indicado para pós-transplante, psoríase. 29 Método de faíscamento: eletrodo não encosta na pele, observa-se a formação de faísca que produzem ozônio. Tem efeito antisséptico, hiperemiante e bactericida. Acalma o couro cabeludo. Indicado para dermatite seborreica, caspa e seborreia. Método indireto: a cliente segura o eletrodo, saturador, em suas mãos, o profissional realiza uma massagem no couro cabeludo do mesmo, enquanto aumenta-se gradativamente a corrente. Tem efeito de vasodilatação. Indicado para quedas de cabelo e permeação de cosméticos. Método de fulguração: para esta técnica utiliza-se o eletrodo em forma de ponta para concentrar o efeito térmico de uma faísca. Deve-se manter o eletrodo em torno de 10mm da pele, para faiscar. Tem efeito de cicatrização e cauterização. Indicado para lesões na pele. Não se deve utilizar o aparelho alta frequência em casos de: Portadores de marca-passo Cardíacos descompensados Neoplasias Gestante Epiléticos Portadores de pinos e placas metálicas no local da aplicação 5.3 Laser A palavra “laser” possui sua origem na língua inglesa abreviando “Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation”. Segundo Oliveira, Perez, Sousa e Vasconcelos (2014), a utilização da laserterapia na estética ainda é uma prática bastante recente, mas que vem crescendo e se difundindo rapidamente em função da oferta de equipamentos para essa finalidade. Vários fabricantes oferecem equipamentos que combinam laser vermelho, infravermelho com LED azul e amarelo, com baixa intensidade de energia e baixo risco de utilização. Alguns estudos realizados no tratamento da queda capilar verificaram que a laserterapia é um tratamento alternativo com finalidade de prevenção e também serve para estimular o crescimento de cabelos no caso de alopecias androgenéticas. A capacidade que o laser de baixa intensidade possui de contribuir para o crescimento dos fios, pode estar relacionada ao fato de que a baixa potência da luz causa estímulo do bulbo capilar e não provoca termolise onde o calor é suficiente para estimular o crescimento do cabelo devido à diferenciação das células-tronco foliculares. 30 Os efeitos terapêuticos do laser de baixa frequência são: Analgésico Anti-inflamatório Antiedematoso Reparo tecidual Suas principais indicações são: Dermatite seborreica Seborreia Caspa Alopecia Pós-transplante capilar É muito importante se atentar ao uso de óculos de proteção (EPIs), e as contra indicações no caso de tumores, células neoplásicas e gestantes. 5.4. Vapor de Ozônio Segundo a Associação Brasileira de Ozonioterapia (ABOZ), a ozonioterapia é uma técnica bem antiga, utilizada desde o séc. XIX. Na primeira guerra mundial, os médicos usavam o ozônio para tratar as feridas de soldados em combate. O ozônio, em suas diversas formas de aplicação, é usado no tratamento de diversas doenças, possuindo propriedades cicatrizantes, bactericidas, fungicidas, entre outras. Na terapia capilar está sendo usado há pouco tempo, então ainda não se encontram muitos relatos sobre este processo. O tratamento é feito com ozônio olidificado, que promete recuperar a saúde dos cabelos. Os benefícios mais observados nos tratamentos são: Ajuda no crescimento Rejuvenesce os fios Elimina infecções do couro cabeludo Deixa os fios mais encorpados Ajuda no tratamento da tricoptilose Combate à caspa Elimina o frizz Proporciona brilho surpreendente 31 O tratamento é indicado para todo tipo de cabelos, inclusive cabelos quebradiços, sem brilho, com queda, etc. O tratamento com vapor de ozônio e óleo ozonizado ajuda para que haja uma melhor permeação dos produtos utilizados, o que garante um resultado mais eficaz. Importante tomar algumas precauções como não exceder o tempo de aplicação 10’, pois apesar do ozônio ser um gás de excelente efeito bactericida e fungicida, seu excesso pode provocar efeitos tóxicos quando inalado por um tempo prolongado. Não aplicar em gestantes, peles com inflamações agudas e células neoplásicas. 5.5 Argiloterapia ou Geoterapia Segundo Santos (2004) a argila é comumente definida como material natural, terroso, de granulação fina que quando umedecida na água, apresenta certa plasticidade. Designa ainda o nome “argila” um grupo de partículas do solo cujas dimensões medem cerca de 2microns (milésimo de milímetro). Essas partículas minúsculas é que contribuempara seu grande poder de absorção. A argila nem sempre foi utilizada para fins estéticos. Inicialmente, suas propriedades medicinais eram utilizadas por médicos, romanos, gregos e árabes. Nos dias atuais, há um aproveitamento desse material de maneira mais intensificada nos produtos com ativos naturais. Segundo Andrade (2009), há vários tipos de argila e cada uma apresenta uma finalidade especifica. Cada tipo tem uma composição diferente de minerais. Essas diferenças conferem às argilas diversas colorações, propriedades e aplicações. Dentre elas a argila verde é uma das mais utilizadas para os cuidados com o corpo. Por possuir diversos componentes e ter muitas propriedades benéficas à saúde. Dessa forma, torna-se fundamental conhecer cada tipo de argila para o tratamento adequado. Na terapia capilar as argilas mais utilizadas são: a branca, a verde e a negra. A argila branca é a mais leve de todas as argilas. É indicada para peles sensíveis e desidratadas. Contém maior percentual de alumínio e é composta principalmente por sílica, mineral de extrema suavidade e alta compatibilidade com a pele e com o couro cabeludo. Possui ph mais próximo da pele e seu principal benefício é absorver a oleosidade sem desidratar a pele. Tem ação cicatrizante e desintoxicante. A argila verde possui maior diversidade em elementos como óxido de ferro associado a magnésio, cálcio, potássio, manganês, ferro, zinco, alumínio, silício, cobre, selênio, cobalto e molibdênio. Possui ação adstringente, cicatrizante e oxigenante. Promove desintoxicação e regula a produção sebácea. Pode ser utilizada para tratar caspa e seborreia, tem poder de oxigenar o bulbo capilar e promover o seu fortalecimento. É 32 muito indicada para peles oleosas. Não é indicada para peles muito sensíveis ou com inflamações. No caso de peles muito oleosas e sensíveis faz-se uma mistura com argila branca. A argila negra é a mais nobre de todas as argilas. É raramente encontrada e possui atributos e características muito peculiares. Possui um elevado teor de titânio, alumínio e silício. Ajuda a remover excesso de produtos da haste capilar, revitaliza e desintoxica o couro cabeludo. Tem ação anti-idade e antiestresse para pele e cabelos. Em peles sensíveis pode fazer uma mistura com argila branca. O uso da argila nos tratamentos capilares é indicado a cada 15 dias. Na terapia capilar as argilas têm poder de oxigenar, desintoxicar e descongestionar o couro cabeludo. Ainda auxilia no crescimento, hidrata, fortalece os fios e corrige disfunções como dermatites, seborreia, psoríase, caspa, oleosidade excessiva e calvície. Por serem produtos puros, as argilas não degradam o meio ambiente. São usadas tanto em estética quanto em terapias. É fundamental que as conheçamos, pois os tratamentos ficarão mais profundos e potencializados e haverá um melhor custo benefício, o que é fundamental. Conta indicações: cardíacos, gestantes, flebites, trombose, hipertensos, febre e células neoplásicas existentes. Conclusão: Neste bloco vimos à importância do conhecimento da eletroterapia no tratamento das patologias capilares. Vimos aqui os efeitos benéficos de cada aparelho, como ele pode ser usado e a importância de se estudar os métodos corretos de aplicação. Além do conhecimento em tecnologias, podemos observar que a argila também utilizada para fins terapêuticos, tem o poder de tratar e curar muitas patologias capilares tanto de haste como do couro cabeludo. Importante atentar-se para a utilização dos EPIs e as contra indicações de cada tratamento. 33 Referências: ABOZ. Ozonize-se: História da Ozonioterapia. Disponível em: <https://www.aboz.org.br/ozonize-se/historia-da-ozonioterapia/7/> Acesso em: 05 jul. 2019. CADORE, Débora. Tricoscopia. Débora Cadore. Disponível em: <http://deboracadore.com.br/tricoscopia/> Acesso em: 05 jul. 2019. FERNANDES, Karina A.P. et al. Monilethrix: o uso da tricoscopia no diagnóstico clínico. Relato de caso. Medicina (Ribeirão Preto. 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A inserção dos serviços de terapias capilares nos salões de beleza: Busca por um novo nicho de mercado. Pesquisa de caráter quantitativo. Universidade do vale do Itajaí, Balneário Camboriú/SC. Disponível em: <http://siaibib01.univali.br/pdf/Cintia%20Karina%20Scheid,%20Sacha%20Lazzarotto.p df> Acesso em: 04 jul. 2019. SILVA, E. F; STEINER, T; LACERDA, F. Alta frequência no Estimulo da Cicatrização: Revisão de literatura. Disponível em: <http://siaibib01.univali.br/pdf/Emanuelle%20da%20Silva,%20Taliane%20Steiner.pdf> Acesso em: 05 jul. 2019. WICHROWSKI, Leonardo: Terapia Capilar: uma abordagem complementar. 1 ed. Alcance, Porto Alegre, 2007. 34 6 DEPILAÇÃO DA ANTIGUIDADE AOS TEMPOS ATUAIS O hábito de se depilar já existia nas civilizações antigas apesar de ter se popularizado somente no inicio do século XX. Os primeiros relatos já encontrados sobre depilação surgiram no Egito Antigo. Há relatos de que a rainha Cleópatra já utilizava cera quente em tecidos finos. As mulheres egípcias criaram uma técnica de remover os pelos com argila, sândalo e mel. Na Grécia Antiga foi inventado um instrumento de depilação, chamado “estrigil.” O estrigil era feito de metal recurvado, usado para raspar a sujeira e suor do corpo. Segundo costumes da época aplicavam-se óleos perfumados na pele, que em seguida eram raspados, retirando assim também as impurezas e sujidades. Neste período a prática de depilação era utilizada por homens e atletas. Durante o Império Romano, pelos eram considerados vulgares e sua escassez era vista como uma marca de classe social. Homens e mulheres utilizavam navalhas feitas de pedra, pinças e cremes depilatórios, tudo para manter uma pele lisinha e mostrar um status de riqueza. Até os pelos pubianos eram considerados vulgaridade, por isso, se olharmos obras de arte famosas da época, as mulheres eram retratadas nuas e não havia pelos. Na Idade Media conhecida como Idade das Trevas, havia uma preocupação muito grande com o pudor, até hábitos básicos de higiene como tomar banho era tido como pecado. Nessa época quem ousasse se depilar poderia até mesmo ser acusado de bruxaria ou heresia e pagar com a vida por sua vaidade. De acordo com Feijo (2004) e Tafuri (2004), as índias não possuíam pelos pubianos. Em princípio imaginava-se que elas simplesmente nasciam sem eles, mas pouco tempo depois se descobriu que na verdade, elas raspavam os pelos com espinha de peixe lixa. Entre os séc. XVIII e XIX, a depilação masculina começou a se popularizar com a padronização de beleza para os homens sem barba. Nesta época foi inventado o aparelho de barbear, que mais tarde tornou-se útil para depilar qualquer região, sendo usado também pelas mulheres. É no sec. XX, porém, que a depilação se torna uma questão de higiene, bom gosto e elegância. Nos anos 20, a moda sofre uma revoluçãocom vestidos e blusas sem mangas. A partir daí, as axilas não depiladas começam a constranger as mulheres, pois as revistas e 35 editoriais de moda decretam que remover os pelos era essencial para adotar o novo modelo de vestuário. Nos anos 40, as pernas começaram a ganhar atenção quando o assunto era depilação, devido ao vestuário ganhar um ar mais curto de pernas de fora. Nesta época, por questão estética, não era agradável manter os pelos das pernas. Nos anos 60, houve uma controvérsia no ato de se depilar, por um lado o movimento Hippie de 1960 a 1979 pregava a liberdade e desprendimento das coisas materiais, defendendo a beleza do corpo como ele é, sem nenhuma intervenção estética, ou seja, sem remoção de pelos. Do outro lado à medida que as roupas foram ficando mais curtas e justas, o corpo foi se mostrando e não era agradável mostrar pernas e axilas peludas. Por volta dos anos 80 a maioria das mulheres passou a confiar em algumas formas de remoção de pelos para sua rotina de beleza. A depilação tornou-se profissionalizada, novas técnicas para remoção de pelos com ceras quentes surgiram e com isso os salões passaram a adotar o serviço. Com o passar dos tempos, os métodos foram ganhando modernidade e sendo aceitos cada vez mais por homens e mulheres. No sec. XXI a depilação adotou métodos mais seguro e indolores, que é o caso da depilação a laser ou depilação com luz pulsada. Hoje em dia, o hábito de arrancar os pelos passou de um conceito de estética e se tornou um habito de higiene pessoal entre homens e mulheres. 6.1 Tipos de depilação Como vimos anteriormente, o pelo tem como função proteger a pele, mas diante de conceitos atuais de beleza, sobretudo em países tropicais onde a exposição corporal é costume, manter a pele depilada torna-se um fator fundamental para obtenção da saúde corporal. São vários os tipos de depilação utilizados atualmente, aqui veremos os mais utilizados, incluindo seu modo de utilização e cuidados necessários. Lâmina; é o método mais conhecido e prático, sendo também o que tem menos custo. Aparelhos de barbear diminuem a chance dos pelos encravarem, pois estes permanecem com a raiz. Ao contrario do muitos pensam, este método não engrossa os pelos, quando os pelos são raspados eles são cortados e crescem sem a ponta dando a sensação de estarem mais grossos. Porém como os pelos não são arrancados e sim cortados ele crescem no período de 3 dias. 36 Modo de utilização: passar sabonete ate formar espuma, manusear a lâmina com pouca pressão na pele na direção contrária do pelo. É necessário que tenha cuidados como usar a lâmina somente uma vez, pois a mesma é descartável e se guardada pode proliferar micro-organismos e transmitir doenças. Não utilize lâminas que foram utilizadas por outras pessoas. Cremes Depilatórios: Assim como a lâmina, esse método não elimina os pelos da raiz. A fórmula é composta por tioglicolato, uma substância que é utilizada para alisar cabelos. A formula quebra o pelo e deixa a superfície da pele lisa, e pode inibir o crescimento dos pelos em até 5 dias, após o uso. Modo de utilização: Deve seguir as instruções do fabricante, descritas na embalagem. É necessário que se faça um teste de sensibilidade em uma pequena área antes da aplicação total do produto, pois o mesmo pode causar reações alérgicas. Cera Quente: um dos métodos mais utilizados depois da lâmina. É encontrada em forma de plaquetas, cubos ou pastilhas prontas para serem utilizadas nos aquecedores de cera. A cera quente é a mais antiga técnica depilatória, além de ser a mais utilizada entre mulheres, porque o calor tende a dilatar os poros facilitando a remoção dos pelos e consequentemente reduzindo a dor. Existem vários compostos na cera quente, cera de abelhas, carnaúba, cera de própolis, ceras parafinadas. Para sua utilização a cera deve ser aquecida em um recipiente adequado em uma temperatura media de 40°C até que amoleça. A mesma deve ser aplicada com uma espátula e deve ser retirada no sentido contrário do nascimento do pelo, para que haja uma remoção completa. No caso do aparelho “roll on” a cera deve ser aplicada em uma faixa depilatória e pressionada contra a pele, depois retirada no sentido contrário do pelo. É necessário cuidados com a temperatura da cera, aderência ao pelo, não utilizar o método em pessoas de pele muito sensível e com microvarizes, pois pode causar queimaduras e dilatar vasos. Cera Fria: Método ideal para depilação em pele sensível. É composta por cera de abelha, colofanos, derivados do látex e resinas sintéticas. 37 O processo é dolorido, mas reduz a chance dos pelos encravarem. É indicada para áreas maiores do corpo, como braços, tórax e pernas. É muito prática, higiênica e propicia resultados duradouros. Para sua utilização é necessário que se aqueça as faixas prontas com as mãos por aproximadamente 20 segundos, ate que amoleça a cera e possa ser aplicada no local desejado, removendo a faixa sempre do lado contrário do crescimento do pelo. É necessário que o profissional tenha prática e segurança ao utilizar o método, pois se não segurar bem a pele pode causar hematomas no cliente. A cera fria não causa vasodilatação, o que torna o método mais dolorido e desconfortável. Depilação Com Linha: segundo Rios ([200-]) é um procedimento delicado e não agride a pele, procurado por pessoas que apresentam algum tipo de sensibilidade aos outros tipos de depilação, pois na maioria das pessoas não é constatada irritações. A depilação com linha também conhecida como método egípcio elimina os pelos pela raiz, sem danificar a estrutura da pele. Pode ser utilizada em partes do corpo como, barriga, virilha, seios, pescoço, axilas, sendo mais eficaz em pelos curtos com intervalos de 20 a 30 dias. Seu modo de utilização é com a linha enrolada entre os dedos indicador e polegar, entrelaça pelo menos 8 vezes em forma de “X”, assim a linha desliza e arranca os pelos. É necessário habilidade, delicadeza e firmeza das mãos do profissional. Não há contraindicações. Pinça: utilizada para remoção dos pelos da sobrancelha, pois tem a facilidade de arrancar fio a fio, com precisão adequada para o delineamento e desenho da mesma. Também é utilizada para arrancar pelos resultantes de outros métodos que não foram removidos. Não há contra indicações. Por ser feita de aço inoxidável pode ser feita uma assepsia da pinça, permitindo que seja reutilizada. Laser: É um método definitivo, indicado para todas as regiões do corpo, feita de 8 a 10 sessões, onde os pelos são gradativamente removidos. Seu mecanismo de ação é a fototermolise seletiva, ocorre quando há uma lesão térmica do tecido biológico específico. Como a melanina só é encontrada no bulbo piloso, na fase anágena, o laser será eficaz quando alcançar a porção do bulbo a uma determinada potência e produzir uma temperatura média de 60°. Aqueles bulbos que foram destruídos não produzem mais pelo. Entretanto todas as pessoas têm capacidade de produzir novos pelos. Mulheres produzem cerca de 10 a 20% de bulbo e 38 pelos novos em 2 anos e homens 15 a 30%. Pessoas com distúrbios hormonais podem produzis pelos mais precocemente. Em pele mais clara a intensidade do laser é maior e mais segura. Ou seja, é necessário um menor numero de sessões em peles claras e mais sessões em peles morenas. Durante a utilização é necessário proteger e esfriar a epiderme, com recursos como spray de criogênio, gel e outros produtos específicos, pois a fototermolise promove calor que além de destruir o bulbo piloso, pode também destruir a melanina na epiderme, alterando assim outras células, promovendo a alteração de pigmentação, queimaduras e cicatrizes. Borges (2006) recomenda a utilização do procedimento para pessoas de pele clara e pelo escuro. Vale lembrar que após a aplicação dolaser é importante que se tome precauções como, uso de protetor solar, não se expor ao sol, não utilizar nenhum produto que contenha álcool em sua composição por 48h, não frequentar saunas. Sua aplicação deve ser feita por profissionais treinados e qualificados para resultados seguros e eficazes. É contra indicado para gestantes. Luz Pulsada: De acordo com Coelho (2006), atualmente a ação da luz intensa pulsada vem sendo utilizada para vários tipos de tratamentos. A luz pulsada libera luzes azuis, verdes, amarelas e vermelhas. O sistema utiliza flash de luz pulsada de alta potência, provoca o aquecimento da raiz do pelo e a coagulação das proteínas do bulbo, atrofiando e destruindo por completo. Logo os pelos que não são eliminados com a aplicação crescem finos e claros. Procedimentos realizados com luz pulsada, assim como laser são indicados para pessoas de peles claras e pelos escuros. Segundo Pinheiro (2019) é contraindicado em caso de pessoas com pele morena, mulatas e negras, pois pode haver riscos de queimadura na pele, porque a melanina está presente em maior quantidade na pele destas pessoas. No entanto, existem alguns tipos de laser que podem ser usados nestes tipos de pele para eliminação de pelos. É contra indicado também durante o verão por causa do calor intenso e incidência de raios ultravioletas emitidos pelo sol, em caso de doenças fotossensibilizantes que favorecem o surgimento de manchas na pele, durante a gravidez, em caso de doenças de feridas na pele e câncer. 39 Segundo Pinheiro (2019) se o individuo não possui nenhuma contra indicação poderá fazer o tratamento com luz pulsada a cada 4-6 semanas. Após cada sessão é normal sentir a pele um pouco irritada e inchada nos primeiros dias e para diminuir este desconforto é fundamental usar cremes hidratantes, compressas geladas e filtro solar FPS 30 ou superior diariamente. Raramente ocorrem complicações, a dor depende da sensibilidade individual. 6.2 A escolha do método para cada região Vimos anteriormente que existem vários tipos de depilação. Mas vale ressaltar que nem todas as regiões do corpo reagem ao tipo de remoção de pelos da mesma forma. As pernas suportam todo tipo de depilação, pois é pouco sensível. Nesta área pode se utilizar cera fria ou roll on, também se pode fazer o uso da cera quente. Já nas coxas e suas partes internas recomenda-se o uso de cera quente, por ser um método menos agressivo e dolorido. Lembre-se sempre de higienizar a área a ser depilada antes do procedimento. Nesta área em caso de depilação em casa pode ser utilizado a lamina ou cremes depilatórios, atentando-se ao fato de que lâminas não são recomendadas nas coxas. A axila é uma área muito fina e de pelos espessos. Os pelos não crescem todos na mesma direção. Pode-se utilizar cera quente, alternando-se ao fato de passar em direções diferentes para arrancar todos os pelos. Para pessoas mais sensíveis, o creme depilatório e a lamina podem ser opções mais adequadas, apesar de ser uma solução de curto prazo, pois os pelos crescem mais rápido. A cera fria é um método pouco recomendado devido à espessura dos pelos, o procedimento pode parti-los ao invés de arrancá-los. A virilha é uma região de grande sensibilidade e dolorida para depilar. Não se recomenda o uso de lâminas, pois provoca alergia e coceira, também não é recomendado o uso de aparelhos de roll on ou elétricos. A cera quente ou fria são ferramentas mais efetivas, tomando bastante cuidado em passar a cera na direção correta de crescimento dos pelos. Lembrando que os pelos dessa região nascem em varias direções, então é preciso atentar-se ao fato para não passar a cera no mesmo local por várias vezes, para evitar queimaduras. Região intima (ânus), existem mulheres que optam por retirar todos os pelos vaginais e anais, isso exige cuidados básicos de higiene e escolha de locais certificados para fazê- lo. 40 No caso do uso de ceras, observar se o produto e utensílios utilizados são descartáveis para evitar qualquer tipo de contaminação. O uso de cremes depilatórios nessa área também deve ser evitado por serem químicos, podem causar reações alérgicas. Braços, alguns homens recorrem à depilação dessa área por estética ou por praticar esportes, para evitar a sudorese intensa. Neste caso, por terem pelos mais grossos, as opções de cera fria, quente e roll on são as mais indicadas. Peito, algumas mulheres tem tendência a terem pelos próximos ao mamilo, nesse caso eles podem ser removidos com pinça. Homens que recorrem à depilação do tórax podem utilizar o método de cera quente ou roll on. Rosto e buço, algumas mulheres possuem pelos em várias regiões do rosto. Neste caso podem recorrer ao uso de pinças e depilação com linha, pois estes métodos não causam flacidez tissular e não agridem a pele. Alguns homens recorrem ao método de cera quente (morna) para remoção de barba. Os métodos de depilação a laser e depilação com LIP (Luz Intensa Pulsada) são técnicas hoje utilizadas em todas as áreas do corpo, por ser menos invasivos e diminuir o volume dos pelos. Tal como o laser, a LIP pode provocar queimaduras e manchas se não for utilizada corretamente. Importante lembrar-se dos cuidados antes e depois da depilação: Não use cremes, óleos ou hidratantes antes; Limpe a pele com produtos antissépticos: Tente alternar métodos para reduzir pelos encravados; Após a depilação, nunca use álcool e nem cremes. A pele deve permanecer seca para inibir desenvolvimento de bactérias; Use hidratantes só após 24hs; Evite tomar sol 48hs antes e 78hs após a depilação, para não manchar ou se queimar durante o processo de remoção dos pelos. 6.3 Banho de lua Banho de lua é uma técnica que consiste no clareamento de pelos, mas associa eliminação de células mortas, proporcionando maciez, suavidade e relaxamento. É um serviço estético que tem grande procura durante o verão, pois proporciona uma aparência mais bonita à pele e ao pelo. Proporciona nutrição e hidratação à pele, valorizando ainda mais a pele bronzeada. 41 O tempo de aplicação do procedimento varia de acordo com as técnicas associadas e o seu efeito pode durar em media 1 mês. O banho é aplicado nas regiões dos braços, pernas, glúteos, costas e abdômen. A base de tratamento é a aplicação de um produto descolorante sobre a pele por alguns minutos. A cor dos pelos é clareada, deixando-a mais próxima do loiro. Método de Aplicação: 1° Proteja a pele com parafina. Passe o produto nas áreas onde os pelos serão descoloridos. 2° Prepare uma mistura de 2 por 1 ou seja, 2 medidas de água oxigenada 30V para uma medida de pó descolorante, misture bem. Aplicar nas áreas onde foi aplicada a parafina. A mistura tem que ficar em uma consistência cremosa. Nem mole, nem dura, para facilitar a aplicação. Deixe agir 10min a 20min, sempre olhando a cada 5min se clareou. Para observar o tempo de clareamento retire um pouco do produto da área que está clareando com uma espátula e volte o produto caso ainda não esteja bom. Quando chegar ao clareamento desejado retire o excesso de produto com uma espátula e lave com água abundante para retirar todo o resíduo. 3° Faça uma esfoliação no corpo inteiro com movimento circulares, para eliminar células mortas e evitar possíveis pelos encravados deixando a pele mais receptiva para receber hidratação. Elimine todos os grânulos do esfoliante. 4° Por último faça hidratação corporal, com produto mais indicado para cada cliente. Para esse procedimento você irá usar: Água oxigenada 30v Pó descolorante Creme de parafinado Esfoliante Corporal Hidratante corporal OBS: Algumas empresas de cosméticos vendem Kits prontos para banho de lua. Neste caso siga o passo a passo da empresa. Lembre-se sempre de verificar se o cliente não tem alergia a algum componente dos produtos utilizados,
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