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CINDY TRIMM BV Films Editora Ltda Rua Visconde de Itaboraí, 311 Centro | Niterói | RJ | 24.030-090 55 21 2127.2600 | www.bvbooks.com.br EDITOR RESPONSÁVEL Claudio Rodrigues COEDITOR Thiago Rodrigues ADAPTAÇÃO DA CAPA Larissa Almeida / Mariana Haddad DIAGRAMAÇÃO: Chayanne Maiara TRADUÇÃO: Roseli Ferreira REVISÃO TEXTUAL Alice Ponte / Mitsue Siqueira Gabriella Azevedo Cristiano Titoneli Originally published in English by Charisma House. A Charisma Media Company (formerly Strang Communications), Lake Mary, Florida, USA under the title The Art of War for Spiritual Battle. Copyright © (2010) by Cindy Trimm. All Rights Reserved. Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9610/98. É expressamente proibida a reprodução deste livro, no seu todo ou em parte, por quaisquer meios, sem o devido consentimento por escrito. As passagens bíblicas utilizadas nesta obra foram, majoritariamente, da Almeida Corrigida e Revisada Fiel, salvo indicação específica. Os conceitos concebidos nesta obra não, necessariamente, representam a opinião da BV Books, selo editorial BV Films Editora Eireli. Todo o cuidado e esmero foram empregados nesta obra; no entanto, podem ocorrer falhas por alterações de software e/ou por dados contidos no original. Disponibilizamos nosso endereço eletrônico para mais informações e envio de sugestões: faleconosco@bvfilms.com.br Todos os direitos em língua portuguesa reservados à BV Films Editora ©2015. TRIMM, Cindy. A Arte da Guerra para Batalhas Espirituais - Rio de Janeiro: BV Books, 2015. ISBN 978-85-8158-017-3 1ª edição outubro | 2012 2ª Reimpressão agosto | 2015 Impressão e Acabamento Promove Categoria Moral Cristã | Batalha Espiritual Impresso no Brasil | Printed in Brazil Sumário Prefácio V Introdução 11 Primeira Parte Preparação e Fundamentos 17 Um Primeiros Princípios 19 Dois O Tao de Oração 41 Três O Céu e a Terra (As Dimensões Espiritual e Física) 57 Quatro O General de Oração 75 Cinco Método e Disciplina 93 Segunda Parte Unindo-se ao Comando Estratégico do Céu 111 Seis Aliando suas Forças 113 Sete Táticas Defensivas 127 Oito Recebendo Estratégias Divinas 149 Apêndice Relatório do Sentinela 169 Notas 171 A Prefácio ARTE DA GUERRA, DE SUN TZU*, TORNOU-SE UM LIVRO DE REFERÊNCIA MUITO POPULAR NA ÚLTIMA DÉCADA PARA DIVERSOS ASSUNTOS; DA RESOLUÇÃO DE CONFLITOS E INVESTIMENTO NO MERCADO DE AÇÕES ATÉ A GESTÃO DE CONSOLIDAÇÕES E AQUISIÇÕES CORPORATIVAS. ESSE PEQUENO LIVRO DE NOTÓRIA SABEDORIA PARECE TÃO RELEVANTE HOJE COMO QUANDO FOI ESCRITO NO SÉCULO SEXTO A.C. AINDA HOJE É LEITURA OBRIGATÓRIA NAS ACADEMIAS MILITARES DE TODO O MUNDO E, EM 2006, O PRESIDENTE CHINÊS HU JINTAO DEU UM EXEMPLAR DO LIVRO AO ENTÃO PRESIDENTE DOS EUA, GEORGE W. BUSH, COMO UM GESTO A UMA MAIOR COMPREENSÃO E ABERTURA INTERNACIONAIS. * Pronuncia-se “sun zi” A razão para isso é que, em sua essência, A Arte da Guerra é um manual de sabedoria e trata da resolução de conflitos de quaisquer espécies. Ao lê-lo mais uma vez recentemente, eu comecei a entender como sua filosofia é igualmente relevante para as batalhas espirituais que ocorrem ao nosso redor todos os dias. Há vários tipos de guerras sendo travadas em muitos territórios diferentes e que têm oprimido os governos mais poderosos e complexos, desafiando os intelectuais, estudiosos e filósofos mais sábios. Há guerras contra o crime, o uso de drogas, a violência doméstica, o tráfico de seres humanos, a fome, a falta de moradia, o terrorismo, a pobreza, as doenças epidêmicas e pandêmicas e o aquecimento global. Existem conflitos interpessoais, dificuldades financeiras, crises de identidade, lutas emocionais e psicológicas — a lista parece não ter fim. No entanto, poucos no nosso mundo de hoje entendem que todo o mal que se manifesta no mundo físico representa uma batalha perdida na dimensão espiritual. Creio que se estivéssemos equipados de verdade e preparados apropriadamente, poderíamos ganhar todas as batalhas em todas as frentes. Há duas dimensões em conflito — a natural e a sobrenatural. Há dois reinos em conflito — o das trevas e o da luz. Os dois reinos não podem governar no mesmo local — essa é a natureza da divisão e do conflito, e não a natureza de uma sociedade pacífica e próspera. Para que uma comunidade cresça, o mal deve ser continuamente derrotado — dia após dia, ano após ano, geração após geração — caso contrário, sempre haverá disputas e lutas constantes. Muitas pessoas desanimaram por achar que essa é uma batalha sem fim. Mas crie coragem; não desanime. A batalha na qual estamos envolvidos será conquistada. Portanto, você deve combater o bom combate da fé, e não o da dúvida; você não deve ceder à descrença. O poder e a bondade de Deus que estão dentro de você são muito mais poderosos do que qualquer mal exterior. Conquiste os inimigos interiores da dúvida e da descrença, e seus inimigos exteriores serão vencidos. Você vai superar obstáculos pessoais, vai vencer determinadas predisposições, alguns hábitos e vícios de sua vida pessoal e a luta contra a injustiça em todo o mundo. Ansiamos que a vontade de Deus — Sua misericórdia, salvação, cura, abundância — seja feita na Terra assim como é feita no céu. Devemos lutar para vencer. Essa é a nossa guerra. Com tudo isso em mente, pensei: “Se existe um livro sucinto e tão poderoso sobre táticas e estratégias militares para a guerra física, por que não deveria haver um livro que nos ensine a vencer as batalhas espirituais?” Assim nasceu A Arte da Guerra para Batalhas Espirituais. Sun Tzu foi um general militar nos últimos anos de vida de Confúcio. Nesse tempo da história, os filhos de Israel tinham acabado de voltar a Jerusalém para reconstruir o templo em consequência do decreto de Ciro, o Grande, fundador do Império Persa. Embora o profeta Daniel estivesse vivendo seus últimos anos, Deus estava usando Esdras, Ageu, Zorobabel e Zacarias, entre outros, como Seus mensageiros para Israel. Assim como acontecia antigamente, acontece com nossa geração hoje. Estamos nos preparando para uma mudança de controle. Uma geração está chegando ao fim enquanto outra está nascendo. Aquela época foi um momento crucial na história — um momento de definição. Acontece o mesmo hoje conosco; acontecerá o mesmo amanhã com a próxima geração de líderes. A humanidade procura por um herói, e acredito que os heróis da nossa geração não serão honrados nem celebrados, e talvez nem mesmo reconhecidos. Eles vencerão as batalhas enclausurados em oração, e não vão lutar com armas e mísseis. Eles vão lutar com uma arma superior: a oração. A Arte da Guerra, de Sun Tzu, é um pequeno livro dividido em treze capítulos que englobam todos os assuntos, desde a contabilidade dos custos da guerra até as manobras no campo de batalha e os momentos exatos para atacar, recuar, permitir que seu inimigo dê o primeiro passo e aguardar até que as coisas se resolvam. Seus conselhos e sua sabedoria são expressos em breves estrofes proverbiais e em listas sucintas de considerações importantes para o envolvimento com as situações comuns. Para o propósito deste livro, eu parafraseei as palavras de Sun Tzu, a fim de destacar sua relevância para a batalha espiritual e para o poder da oração intercessora. Em vez de distribuir esses pensamentos em treze capítulos, eu os organizei em oito capítulos que me parecem mais relevantes para o leitor contemporâneo. Esses princípios ensinam as disciplinas necessárias para um guerreiro de oração da atualidade, mostram táticas para organizar orações para libertar as cidades e nações da tirania, da crueldade e da injustiça; formas para reforçar a sua autoridade enquanto você promove sua campanha de oração e estratégias para estabelecer e expandir o reino de Deus, onde quer que você esteja. Agora é a hora de repensar de que forma você aborda a oração, para então receber as ordens de Deus, recuperar o seu poder pessoal sobreas forças contrárias ao propósito, à paz, à alegria e à prosperidade, assim como recuperar os reinos deste mundo para Cristo. O estudo dos princípios de Sun Tzu me proporcionou um novo entendimento e uma nova perspectiva de combate ao mal, e eu acredito que eles irão fortalecer você da mesma forma. Ninguém vai para a batalha com a intenção de perder, mas batalhas são perdidas todos os dias, porque nossos inimigos estão mais treinados e preparados. A oração o levará para a academia militar celestial e para a divina academia de ginástica de Deus. Por meio dela, você ganhará músculos espirituais, emocionais e mentais rapidamente. Deus já nomeou o maior parceiro de treino — o Espírito Santo. Ele preparará você para todas as batalhas e lhe dará estratégias divinas que o levarão a triunfar sobre o mal em todos os momentos. Consulte-O sempre que você se sentir inseguro sobre a natureza da batalha e sobre o armamento apropriado. É hora de uma revolução de orações — as nações deste mundo estão prontas não só para uma colheita que dê esperança e que garanta liberdade, mas também para a transformação que só pode vir por meio de orações feitas com fervor, convicção, confiança, fé, sabedoria e que superem qualquer outra forma de orar que tenhamos usado antes. A oração fervorosa com certeza irá render ótimos resultados. Você deve lutar em oração por seus entes queridos, por sua comunidade, pelo governo, pela saúde, pela prosperidade, pelo futuro, pelo país, pelo bairro e pelo destino mundial da humanidade. Enquanto você lê este livro, espero que o Espírito de Deus o arme com as estratégias que precisa para superar as forças contrárias que o impedem de realizar sua missão na Terra. Oro para que a coragem que brotar no seu interior o impulsione para frente, fazendo de você o general de oração condecorado que Deus o predestinou a ser. Peço a Deus para enchê-lo com a coragem, a persistência, a determinação e a sabedoria que precisa para ganhar as batalhas da vida. Proclamai isto entre os gentios: preparai a guerra, suscitai os fortes; cheguem-se, subam todos os homens de guerra. Forjai espadas das vossas enxadas, e lanças das vossas foices; diga o fraco: Eu sou forte. — JOEL 3:9-10 A oração não nos prepara para as maiores obras; a oração é a maior obra. A oração é a batalha. — OSWALD CHAMBERS A Introdução A GUERRA É UM DOS ASSUNTOS MAIS IMPORTANTES PARA O INDIVÍDUO, A COMUNIDADE, A NAÇÃO, A IGREJA E O MUNDO . É O CAMPO ONDE A VIDA E A MORTE SÃO DETERMINADAS. É O CAMINHO DA SOBREVIVÊNCIA OU DA DESGRAÇA. POR ISSO, É UM OBJETO DE ESTUDO QUE NINGUÉM PODE NEGLIGENCIAR. — A ARTE DA GUERRA, 1:1-2, PARAFRASEADO¹ ORAÇÃO é a mais simples das práticas e, ao mesmo tempo, a mais misteriosa das disciplinas espirituais. Nela está a chave mestra para tudo o que Deus quer para você, e ainda assim nenhum outro aspecto da caminhada com Deus parece mais difícil de entender. Enquanto juntar as mãos, inclinar a sua cabeça e voltar os seus pensamentos ou palavras para Deus são ações tão fáceis quanto sentar-se para tomar café com um amigo, o que acontece como consequência é a jornada mais multifacetada e misteriosa do universo. Em sua essência, a oração supera qualquer coisa sobre a qual você jamais lerá em qualquer livro de suspense, romance ou história de aventura. É com a oração que sondamos as realidades espirituais, nos comunicamos com Deus, acessamos o arsenal do céu e expandimos Seu reino sobre a Terra. É tão simples como afastar-se para um lugar tranquilo e abrir seu coração para Deus, e tão dinâmico quanto aproveitar o poder e a imaginação que criaram o universo. Assim como para Deus nada é impossível, pela oração nada é implausível. A oração permite que o céu entre na Terra. Com essa disciplina, podemos orar e trazer o céu à Terra para impedir que o inferno se propague. Precisamos entender que Deus nunca nos abandonará, mas estará sempre presente e pronto a operar a Sua vontade em nossas vidas. Como Teresa de Ávila disse: “Todas as dificuldades na oração podem ser atribuídas a uma causa: orar como se Deus estivesse ausente”. Deus está bem aí com você, vivendo dentro de você, pronto para levar Seu reino por meio de cada um, porque “o Reino de Deus está dentro de vocês” (Lucas 17:21, NTLH). Cada fiel está equipado com um arsenal de poder incrível capaz de transformar a vida e mudar o mundo. Para aqueles que valorizam, de verdade, o privilégio de acessar o arsenal de possibilidades de Deus, as suas palavras detêm um poder enorme, inovador e latente de serem criadas e recriadas. O Pai pede para que cada um de nós se envolva em um diálogo que conduza os anjos e apresente o arsenal de armas de guerra — um arsenal que impacte o reino espiritual e influencie a maneira pela qual os acontecimentos se desenrolam no mundo natural. Ele ainda está esperando por aqueles entre nós que tenham a coragem de dar o próximo passo e assumir os mais altos escalões do exército do Senhor. Deus tem soldados o suficiente; o que Ele deseja agora é generais dedicados e disciplinados para ouvir Suas estratégias e aplicá-las na Terra. Ao orar, em vez de lutar contra os que estão ao seu redor usando táticas mundanas, enganosas e confusas, mostre sua dependência em Deus e sua confiança nele como a fonte de toda a verdadeira esperança. Reconhecemos que os únicos bens duráveis são os que nascem no centro do comando estratégico do Seu trono. Nossa comunicação com Deus em favor dos outros consolida nosso compromisso de buscar as estratégias dele e cuidar dos objetos de afeição dele. A comunicação de Deus conosco marca a mudança tão esperada no sistema governamental, visto que “os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo” (Apocalipse 11:15). Devemos, como fiéis, aniquilar as barreiras e obstáculos — essas coisas dividem o Exército de Deus em facções e dão brecha para o diabo manipular e inutilizar — e precisamos nos recusar a construir nosso próprio trono e reino onde só Deus pode estar. Nossos momentos de oração intensa não somente influenciarão nas circunstâncias e condições atuais, mas também nos darão esperança. Deus sustentará tudo que Ele trouxer a você em oração. Pois é, não importa o que os seres humanos formulem, planejem e tracem na Terra, porque tudo isso, por fim, não vai dar em nada. Ele é um Deus grande que criou um mundo grande para que você faça algo grande. Ele está sempre tentando se comunicar. A oração é o meio pelo qual nos unimos a Ele. Deus está neste momento falando e compartilhando grandes ideias. Você precisa se inteirar na conversa que está acontecendo no céu agora mesmo. Segundo Jeremias 7:13, Deus está sempre falando. Você está ouvindo? Se você se envolver na oração de forma perseverante, fiel e contínua, Deus o deixará entrar na conversa, e você ouvirá exatamente o que precisa fazer para melhorar cada vez mais a sua vida, para cumprir o seu propósito e para maximizar o seu potencial. O problema é interpretar corretamente o que você está ouvindo, mas isso acontece em qualquer forma de comunicação. A comunicação celestial é contínua e eterna. Ela não tem um começo determinado nem um fim específico. Por vivermos em meio ao fluxo gigantesco de estímulos constantes que disputam a nossa atenção e interpretação, a comunicação com o céu se perde muito facilmente. É por isso que você deve sempre organizar seus compromissos e reorganizar suas tarefas diárias para aprender a arte da oração estratégica. Assim, conseguirá sondar as profundezas do Espírito, conhecer novos territórios espirituais e vencer os antigos inimigos da sua alma. Isso ajudará a desenvolver em você a “percepção” para identificar as mensagens enviadas do céu. A oração cria barreiras de proteção que mantêm seguros tanto nossos entes queridos quanto a nós mesmos, nos unem aos nossos irmãos na fé com propósito de formar o exército de Deus e constroem uma força poderosa dentrode nós para entrarmos na batalha e alcançarmos a vitória. Sem esses princípios e práticas, você pode argumentar com as pessoas sobre as verdades de Deus até perder a paciência, e tudo o que elas vão fazer é rir – mas, ao utilizar o seu arsenal de oração, você dá a permissão para Deus intervir e fazer a pessoa com o coração mais duro cair de joelhos diante do trono do Senhor. Há uma guerra sendo travada pelas almas da Terra, e se você ainda não reparou, os mocinhos não estão ganhando muito terreno ultimamente. A única maneira de reverter essa situação é lutar novamente como fizeram os evangelistas e avivalistas de antigamente. Não estou dizendo que precisamos necessariamente reaplicar seus métodos, mas, sim, obter as diretrizes estratégicas de Deus para o nosso tempo, assim como eles o fizeram em seu tempo. Deus está procurando por líderes e por generais para organizar e conduzir essa investida, mas primeiramente Ele precisa saber se estão qualificados e disciplinados na arte da guerra espiritual. Você está disposto a fazer o que for preciso para estar entre os qualificados? Creio que estamos vivendo em uma época na qual haverá novamente grandes generais de oração – mas isso não acontecerá facilmente. Como no caso das cinco virgens que ficaram sem azeite esperando o noivo chegar e, assim, perderam o casamento, este chamado vai ignorar aqueles que não têm a plenitude do Espírito Santo. Você será aquele que agarrará os conceitos estratégicos de guerra espiritual para mudar a cidade, o estado, a nação e o mundo – ou, quando Cristo chamar, será pego de surpresa e despreparado? Deus está esperando que você dê o primeiro passo e se torne um líder disciplinado, que saiba empregar Suas táticas com precisão e liberar Suas armas cósmicas de salvação em massa. Você está pronto para se alistar nos escalões dos generais de oração de Deus? O treinamento começa agora. Porque, andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo; e estando prontos para vingar toda a desobediência, quando for cumprida a vossa obediência. — 2 CORÍNTIOS 10:3-6 Primeira Parte Preparação e Fundamentos A ARTE DA GUERRA ESPIRITUAL É GOVERNADA POR CINCO FATORES FUNDAMENTAIS, QUE DEVEM SER LEVADOS EM CONTA NO PLANO DE CADA COMBATENTE, COM VISTAS A PREVER O RESULTADO DA GUERRA. São estes: (1) a doutrina, (2) o céu, (3) a Terra, (4) o comando e (5) a disciplina. — A ARTE DA GUERRA, 1:3-4, PARAFRASEADO Um Primeiros Princípios PORTANTO, EM MEIO AOS PLANOS E ÀS PREPARAÇÕES PARA A GUERRA, AO PROCURAR DETERMINAR AS CONDIÇÕES MILITARES, USE-AS COMO EMBASAMENTO, VEJA: (1) QUAL DIRIGENTE É MAIS SÁBIO E CAPAZ? (2) Que comandante possui o maior talento? (3) Com quem estão as vantagens decorrentes do céu e da Terra? (4) Em que lado a disciplina é aplicada mais rigorosamente? (5) Quais as tropas mais fortes? (6) Que exército tem oficiais e tropas melhor treinadas? (7) Que exército administra recompensas e castigos de forma mais justa? Com essas sete considerações, posso antever a vitória ou a derrota. — A ARTE DA GUERRA, 1:12-14, PARAFRASEADO NO LIVRO DE ATOS, as últimas palavras de Jesus antes de Ele subir ao céuderam uma ordem direta à igreja, a ser cumprida antes de Seu retorno: Determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai... “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra”. — ATOS 1:4,8 Isso foi como uma ordem militar para que o povo saísse e conquistasse mais territórios para Deus expandindo Seu reino na Terra — mas somente após terem recebido o poder e as estratégias celestiais. Deus estava pronto para liberar Seu reino e Seu poder divino sobre a Terra. Ainda hoje, mais de dois mil anos depois, esse mandamento ainda não foi completamente realizado. Talvez você esteja se perguntando: “O que é exatamente o reino de Deus?” Seu Reino é simplesmente qualquer lugar onde Sua vontade é realizada na Terra, pois isso acontece por intermédio dos governantes do céu. Quando se procura entender o reino de Deus, aquele que o busca deve primeiro entender o que se quer dizer pelo conceito propriamente dito. Esse termo tornou-se quase um jargão no Corpo de Cristo, e muitas pessoas não entendiam realmente o significado nem colocavam em prática a autoridade que elas possuíam. Com o tempo, o verdadeiro significado do reino de Deus foi ofuscado pelas convenções religiosas do Cristianismo, pelas diferentes igrejas e pelas tradições dos homens, impedindo então os servos de Deus de alcançarem a verdadeira liberdade. Vamos dedicar algum tempo para entender o que Deus realmente pretendia com este fenômeno chamado de o reino. O reino de Deus é uma dimensão literal e espiritual, acessível apenas aos fiéis nascidos de novo. Essa dimensão engloba o poder e os recursos necessários para o fiel, isso se o cristão deseja alcançar a manifestação do céu na Terra (veja Gênesis 2:4-5). O reino de Deus pode ser melhor entendido a partir de uma perspectiva análoga dos sistemas cosmológicos naturais do universo. No Reino celestial, a experiência terrena do fiel se enche da essência de justiça, que é o próprio Deus. Ele é uma esfera espiritual na qual os fiéis têm o privilégio de existir e de funcionar em níveis progressivos enquanto vivem fisicamente na Terra. Essa vida acontece pela perspectiva originalmente pretendida por Deus no primeiro plano — isto é, cumprir Sua ordem original para a humanidade, tal como foi apresentado em Gênesis 1:28 — de que nós devemos ter domínio sobre a Terra. O reino de Deus tem suas próprias características, que consistem de justiça, paz e alegria no Espírito Santo, além de englobar inúmeros outros princípios. No entanto, esses três conceitos são, na melhor das hipóteses, a soma do que o Deus onisciente planejou para os seus reis terrenos, a quem deu o controle total de tudo o que existe na Terra. Como foi dito anteriormente, apenas aqueles que têm fé na vida, no ministério, na morte e na ressurreição de Jesus Cristo, o Filho de Deus, têm acesso a esse estilo de vida. Segundo Lucas 17:20, esse Reino não pode ser visto naturalmente, porque ele domina com a soberania do Deus invisível por meio dos cidadãos na esfera terrena. Para alcançar o maior número possível dos benefícios que Deus intencionou, devemos deixar de apenas sobreviver e de nos conformar com estilos de vida medíocres e passar a viver — abundantemente. Deus não quer que o Seu povo viva aquém do seu potencial. Há provas sobre essa afirmação no Antigo Testamento, e isso foi mais tarde manifestado ao máximo com o exemplo perfeito de Jesus Cristo enquanto esteve na Terra. Jesus Cristo proclamou enfaticamente o reino de Deus. Já que Ele tão apaixonadamente promoveu a vida segundo o Reino, é aconselhável, pelo menos, buscar e obter tudo o que Ele designou e planejou para a nossa vida. Cristo instruiu os fiéis a, acima de tudo, buscarem o Reino. Esta deve ser a maior de todas as nossas prioridades. Com isso, demonstramos nossa magnitude e manifestamos a nossa autoridade. Abra a sua mente e permita que essas leis do Reino — que se baseiam em princípios encontrados na Palavra de Deus — sejam firmemente plantadas no solo fértil do seu coração. Somente assim o Reino poderá ser compreendido internamente e concretizado por meio da sua existência como embaixadores do Reino na Terra. A IGNORÂNCIA É O INIMIGO O maior inimigo da igreja não é o pecado, e sim a ignorância. O objetivo número um de Satanás é manter você ignorante em relação ao Reino, como foi descrito em Oseias4:6: O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; e, visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos. Assim como Satanás desafiou Jesus em Mateus 4, acontece hoje com a igreja. A questão confrontadora tem a ver com o Reino, porque é, literalmente, a lei de Deus sobre a Terra por meio do homem — seu representante terreno. Pense nisto por um momento. O que governa o céu? A vontade de Deus expressa em Suas leis e princípios. Existe doença no céu? Não. Existe pobreza no céu? Não. Existe escravidão, abuso sexual, tráfico de drogas e álcool, opressão, fome, guerra, exploração infantil, perseguições, terrorismo, desnutrição, falência financeira ou água poluída no céu? Não. E eu vou dizer outra coisa: o céu também não precisa de orfanatos ou juizado de família, porque nada disso existe lá. As coisas que estão destruindo o nosso mundo não existem no céu, porque a vontade de Deus é tão acessível lá como o fôlego é para nós aqui. A próxima pergunta é: o que governa a Terra? Enquanto o homem não assumir sua posição, sua postura e seu lugar de direito em Deus por meio da oração, o mal e os seres humanos maus vão governar. Está lançado o desafio: você deve se impor e assumir o seu lugar para que, por meio de você, Deus restaure a ordem, a paz, a justiça, a moralidade, a ética, o governo justo, a saúde e a cura. Embora todos tenham diferentes raças e etnias e tenham todos os tipos de origem familiar, nossas emoções e paixões têm algo em comum: elas respondem à condição humana, aos desafios da vida, às dificuldades e às decepções de maneiras muito semelhantes. Deus plantou dentro de cada um de nós o desejo de fazer a diferença no mundo — uma diferença que irá trazer bem ao invés do mal, paz ao invés de contendas, prosperidade ao invés de pobreza. Mas bem poucos percebem que a base para essa vida de superação começa em nossos momentos de oração. É nessas horas que treinamos e nos preparamos. Assim como aquele que não é experiente no ofício da espada não pode habilmente manejá-la, nenhuma pessoa nesta Terra pode usar corretamente a Palavra de Deus sem ter sido treinada pelo próprio Mestre. É pela oração que treinamos e superamos. Há batalhas que continuam assolando os povos da Terra, e essas batalhas são travadas no mundo espiritual antes de se manifestarem no mundo natural. Eu quero lembrar-lhe de que a dimensão espiritual é a dimensão da causa. Se prevalecer no Espírito, consequentemente você vai vencer no mundo natural. Se você aprender a arte da vitória pela intercessão, consequentemente essas lutas que roubam as almas da humanidade jamais se manifestarão. Portanto, quando você for analisar as forças do exército de Deus no propósito de consolidar Seu Reino na Terra, será preciso contabilizar o custo. Você deve fazer algumas observações iniciais e examinar a postura de ambos os lados para ver o que é necessário para conquistar a vitória. Para Sun Tzu, isso se resumia às respostas de sete perguntas: 1. Qual dirigente é mais sábio e capaz? 2. Que comandante possui o maior talento? 3. Com quem estão as vantagens decorrentes do céu e da Terra? 4. Em que lado a disciplina é aplicada mais rigorosamente? 5. Quais as tropas mais fortes? 6. Que exército tem oficiais e tropas melhor treinadas? 7. Que exército administra recompensas e castigos de forma mais justa? Algumas dessas são fáceis de responder. (1) Deus é mais sábio e capaz, (5) Suas tropas são mais fortes e (7) Ele “é galardoador dos que o buscam” (Hebreus 11:6). Mas o que dizer das outras? Nossos comandantes de oração têm mais habilidade na guerra pela justiça do que aqueles que são seduzidos por Satanás para consolidar seu reino maligno? Com qual dos dois lados estão as vantagens em relação à autoridade do céu e da Terra? Qual lado é mais disciplinado? De que lado estão os oficiais e tropas melhores treinadas e mais experientes no cumprimento da vontade de seus mestres na Terra? Já que nós, como cristãos, temos todo o poder a nosso favor, estamos aproveitando bem essa autoridade? O que determinará a nossa vitória ou derrota são as respostas honestas a essas perguntas. Somos vencedores, mas estamos vencendo? Portanto, a questão não é o poder do nosso Deus, mas sim nossa disciplina e preparação para que vençamos as batalhas de nossa guerra espiritual em oração. Pensar nessas perguntas me faz lembrar do que aconteceu com um general americano, George Patton, durante a Segunda Guerra Mundial. Patton demonstrou a necessidade tanto da preparação física quanto espiritual para vencer as batalhas que costumamos enfrentar e, no caso dele, eram batalhas literais contra o mal. No início de dezembro de 1944, o exército alemão estava tentando desesperadamente recuperar o território perdido na França com ataques surpresa na linha de frente, defendida pelas forças aliadas, com quase cento e quarenta e dois quilômetros de comprimento. Eles estavam avançando pouco a pouco em meio às fortes chuvas, aos densos nevoeiros e a névoas vertiginosas, que abafavam o som dos motores, tapavam o sol e reduziam a visibilidade a apenas alguns metros, mantendo os aviões aliados na terra e as forças do solo isoladas. Sob esse cenário, os tanques nazistas passaram facilmente pelas poucas divisões que defendiam a linha de frente em Luxemburgo, e logo prosseguiram para o Sul. O mau tempo ajudou incrivelmente os líderes do Eixo, e Patton sabia que, se as tropas precisassem recuar, o céu teria de ficar límpido; caso contrário, teriam pouca chance de determinar onde os blindados do exército fariam seu próximo ataque. As chuvas vinham assolando as linhas entre a França e a Alemanha desde setembro. Então, na manhã de 8 de dezembro, o General Patton, que era bispo e estava acostumado com orações já escritas, chamou o capelão do exército dizendo: “Aqui é o General Patton. Você tem uma boa oração para o tempo? Precisamos fazer algo em relação a essas chuvas se quisermos ganhar a guerra”. O capelão não encontrou nenhuma oração específica para o tempo nos livros aos quais ele teve acesso, então ele compôs: Pai Todo-poderoso e misericordioso, humildemente Te pedimos, conforme Tua grande bondade, para conter as chuvas intensas que enfrentamos. Concedei-nos bom tempo para a batalha. Graciosamente, escutai-nos como soldados que Te rogam para que, armados com Teu poder, avancemos de vitória em vitória, esmagando a opressão e a maldade de nossos inimigos e estabelecendo a Tua justiça entre os homens e as nações. Amém. Devido à época, o capelão aproveitou e deu uma mensagem de Natal. Depois de aprovar a oração, o general instruiu: “Faça duzentas e cinquenta mil cópias e certifique-se de que cada homem do exército recebeu uma”. O capelão, em seguida, lembrou ao general para deixar uma saudação no verso do cartão: “Se o senhor assinasse o cartão, sua assinatura acrescentaria um toque pessoal que, com certeza, os homens apreciariam”. Sorrindo pelo gesto, o general foi até a mesa, pegou uma caneta e assinou a mensagem de Natal. Ao entregar o cartão, ele disse: “Capelão, sente-se por um momento. Eu quero falar com você sobre esse negócio de oração”. Ele foi até a janela e olhou para a chuva. O general era uma figura marcante de quase dois metros, com ombros largos e musculosos, de uniforme, que mostrou a disciplina e a educação de um soldado dedicado. “Capelão, com que frequência nosso exército ora?” “O general se refere aos capelães ou aos homens?” “A todos”, respondeu ele. Pensando por um momento, o capelão respondeu: “Eu lamento ter que admitir, mas não creio que estejam orando muito. Quando há batalhas, todos oram, mas agora com essa chuva constante — quando as coisas estão tranquilas e perigosamente calmas, os homens apenas sentam e esperam que algo aconteça. Orar aqui é difícil. Nemos capelães nem os homens têm acesso a uma construção especial com um campanário. A oração para a maioria deles é uma questão formal e ritualizada, que envolve uma postura especial e um cenário litúrgico. Não acredito que eles orem tanto”. O general foi até a sua mesa, sentou-se, recostou-se na cadeira e começou a brincar com um lápis. “Capelão, eu acredito firmemente na oração. Há três maneiras pelas quais os homens conseguem o que querem: com planejamento, com trabalho e com oração. Qualquer grande operação militar requer raciocínio e planejamento cuidadosos. Depois, você precisa de tropas bem treinadas para realizá-la: isso é trabalho. Mas entre o plano e a operação há sempre algo desconhecido. Esse algo desconhecido representa a derrota ou a vitória, o sucesso ou o fracasso. É a reação dos que passam pela prova quando ela realmente chega. Algumas pessoas chamam isso de sorte. Eu chamo de Deus! Deus tem a Sua parte em tudo, e é aí que a oração entra. Até agora, no exército, Deus foi muito bom para nós. Nós nunca recuamos. Nunca sofremos com derrotas, nem fome nem epidemias. Isso porque muitas pessoas de nossas famílias estão orando por nós. Tivemos sorte na África, na Sicília e na Itália simplesmente porque as pessoas oraram. Mas precisamos orar por nós mesmos também. Um bom soldado não é formado apenas por reflexão e trabalho. Há algo em cada soldado que vai muito além de pensar ou trabalhar — é a coragem. É algo que ele construiu lá dentro: é um mundo de verdade e de poder, maior do que ele mesmo. Uma vida grandiosa não se baseia apenas em pensar e trabalhar. Um homem tem de ingerir também. Eu não sei como você chama isso, mas eu chamo isso de oração, religião ou Deus”. Ele falou brevemente sobre Gideão e sobre alguns homens que sentiram que deveriam estar sempre em oração para não enlouquecer e, em seguida, ele continuou: “Eu gostaria que você enviasse uma carta sobre a oração para todos os capelães. Escreva apenas sobre a importância da oração, e mais nada. Deixe-me vê-la antes de você enviar. Precisamos fazer com que não só os capelães, mas também com que todos os homens do nosso exército orem. Devemos pedir para Deus acabar com essas chuvas, que são uma das peças- chave para a derrota ou vitória. Se todos nós orarmos, será como o Dr. Carrel disse [Dr. Alexis Carrel havia sido citado alguns dias antes na imprensa descrevendo a oração “como uma das mais poderosas formas de energia que o homem pode gerar”], isto é, será como se conectar a uma corrente cuja origem está nos céus. Eu acredito que a oração complete esse circuito. Ela é poder”. Nos dias que se seguiram, duzentos e cinquenta mil cartões de oração e quatrocentas e oitenta e seis cartas foram distribuídas para os soldados e os capelães do exército, em algum momento entre 11 e 14 de dezembro. De 16 a 19 de dezembro, os homens lutaram bravamente contra um inimigo quase invisível nas chuvas, e no décimo nono dia o Terceiro Exército se dirigiu para o Norte a fim de enfrentar o ataque das divisões de blindados. Mesmo com a previsão de chuvas contínuas e com o mau tempo, o céu ficou limpo no vigésimo dia e a neblina se dispersou. Durante uma boa parte da semana, o céu ficou ensolarado e claro, criando condições de voo perfeitas para milhares de aviões aniquilarem os alemães, assim como para acabarem com as chances da chegada de possíveis reforços. Quando o general viu o capelão novamente em janeiro de 1945, ele simplesmente disse: “Bem, capelão, nossas orações funcionaram. Eu sabia que funcionariam”. Em seguida, ele o cumprimentou para enfatizar sua gratidão pela ajuda.¹ Como fiéis, estamos prontos para nos levantarmos como generais de oração com essa mesma fé, planejando e trabalhando à frente do exército de Deus para conduzir Suas tropas com intuito de estabelecer a Sua vontade para o nosso mundo? Temos esse mesmo entusiasmo? Será que estamos tão preparados e disciplinados, mas ainda contando com Deus para que Ele faça a diferença? Antes de termos a esperança de conquistar tais sucessos, devemos primeiro desenvolver uma vida de superação na oração. UMA VIDA DE SUPERAÇÃO NA ORAÇÃO Para se ter uma vida de superação, saber que esses conflitos e guerras são travados contra toda a humanidade, e não apenas contra nós, nos ajuda a ter perspectiva. Não enfrentamos nenhum desafio ou “tentação, senão humana” (1 Coríntios 10:13). Se entendermos isso, estaremos mais aptos a perseverar na oração, pois saberemos que a tribulação faz parte das artimanhas comuns de Satanás, e Deus o venceu milhões de vezes antes. Esse conhecimento nos ajuda a lidar com as dificuldades e nos dá a fé que precisamos para superá-las. Mas, mesmo que a vitória seja sempre do Senhor, ela não vai se manifestar na Terra se você, como fiel, não lutar para conquistá-la. Este é o tempo que você tem na Terra para garantir que a vontade de Deus seja feita. Você, que tem poder sobre a Terra enquanto está aqui, deve se impor e dizer a Satanás: “Não, eu não vou permitir nenhuma das suas artimanhas aqui”. Orar fervorosamente — e, por fim, vitoriosamente — é esforçar-se no espírito por meio do domínio das técnicas e das disciplinas de oração. Quando oramos de verdade, há uma grande força que, de forma consistente, nos impulsiona e nos ajuda a chegar ao alvo de nossa fé. Nossa maior obra, segundo Jesus, não seria feita primeiro com nossas mãos estendidas para os outros, mas por nossas mãos juntas em oração e, então, estendidas para Deus. Você erra ao subestimar a tenacidade necessária para vencer tais batalhas. Muitas vezes, as lutas serão tão prolongadas que você será tentado a fazer qualquer outra coisa em vez de perseverar na oração até conseguir a vitória. A resposta para a dor da dependência de drogas, da infidelidade conjugal, do desemprego, da pobreza, da prostituição ou de quaisquer outros males, que precisam ser superados em nosso mundo, exige o desapego ao velho e o estabelecimento do novo. No momento em que uma oração é proferida, exércitos angelicais se movem por todos os ambientes desarraigando e derrubando grandes fortalezas que causaram estragos devastadores em muitas vidas. Depois, Deus meticulosamente estabelece e promove, uma por uma, as respostas para combater esses males, até que tudo esteja de acordo com Sua vontade. Assim como demorou muito tempo para o inimigo fazer suas teias diabólicas e aprisionar as pessoas nelas, também levará tempo para desvendar e reposicionar as pessoas a receber as bênçãos do Senhor. Portanto, devemos orar com paciência, persistência e fervor. Permanecer firmes em oração até que algo aconteça não é somente o segredo para a vitória, mas também amadurece a nossa fé de um modo que nenhuma outra prática consegue. Para assumir os campos de batalha que Deus atribuiu a nós, precisamos nos ligar com firmeza e paciência ao centro de Seu comando exatamente dessa forma. Devemos constantemente nos ligar ao que está sendo dito nos lugares celestiais, sintonizado na frequência do céu e escutando o que Deus nos diz em relação à Sua vontade e às Suas maneiras de fazer Sua bondade se manifestar sobre a Terra. Eu não estou falando apenas de milagres. Milagres são feitos maravilhosos, mas quer saber? O céu não precisa de milagres para consertar nada. Os sistemas do céu simplesmente trabalham como deveriam. A vontade de Deus na Terra pode ser comparada tanto a uma escola ou hospital quanto a um avivamento de cura. Poderia também ser comparada a uma igreja que serve como centro comunitário para ajudar as pessoas a encontrar emprego quando necessário ou para ensinar música, assim como poderia abrir milagrosamente as portas de uma prisão no meio da noite, como aconteceu nos tempos bíblicos. Acredite ou não, a maioria dos serviços sociais oferecidos pelos governos de hoje — tais como agências de emprego, postos de saúde, centros de formação profissional, escolas, grupos de advocacia em defesa de condiçõesmelhores de trabalho e do fim do trabalho infantil, e assim por diante — tiveram a sua origem nos ministérios cristãos. Tais ministérios, essencialmente holísticos, procuraram estender as mãos para ajudar o espírito, a alma e o corpo. Precisamos de uma abordagem semelhante hoje. Nossas igrejas devem ser novamente as fontes de energia que se conectam e levam melhorias ao povo, e não apenas um lugar para cantar, bater palmas e ouvir “palavras bonitas”. Mas como iremos devolver às igrejas esse tipo de atitude? Mais uma vez, precisamos nos tornar mestres em ganhar as batalhas no mundo espiritual para que a vontade de Deus seja feita no reino natural à nossa volta tão facilmente como é feita no céu. A oração não pode ser uma novidade ou um modismo passageiro. O poder vem pela oração constante. Quando um grupo de pastores americanos visitou o Pastor Charles Spurgeon nos anos 1800, ele os levou a um passeio pelas instalações de sua igreja, os guiou para o enorme púlpito e juntos caminharam por várias partes do templo e, em seguida, perguntou se eles gostariam de ver a fonte do poder, a “sala da caldeira” ministerial. Achando aquilo muito desnecessário, os visitantes tentaram recusar educadamente, mas Spurgeon insistiu. Então, ele os guiou descendo uma escada até o porão da igreja e, em seguida, todos chegaram a um corredor que dava para uma porta fechada. Quando ele a abriu, em vez de encontrarem o encanamento e a caldeira, viram em torno cem pessoas com rosto em terra em oração. “Esta”, Spurgeon disse com um sorriso, “é a minha sala da caldeira”.² Quando perguntaram a Spurgeon sobre o segredo de seu sucesso, ele o atribuiu aos membros de oração de sua igreja.³ Qual é o centro do poder das nossas igrejas hoje? Os inexperientes ou novos na fé muitas vezes pensam que vencer batalhas espirituais é fácil, que só basta pedir. Graças a Deus, em muitos casos isso é verdade. Pedimos por meio da oração, e às vezes a resposta vem imediatamente. Mas não deixe essas vitórias sem esforço enganarem você. Satanás não ignora os métodos de Deus e o poder da oração! A última coisa que ele quer são fiéis experientes nas campanhas de oração a longo prazo, necessárias para desmantelar seus impérios de ganância, ódio, dor, sofrimento e engano. Por isso, ele não vê problema algum em deixar que algumas respostas cheguem de vez em quando. Então, você vai a Cristo, ora pelo seu dinheiro do aluguel em um culto, e alguém lhe dá um cheque antes de você sair. Deus seja louvado. Ou você vai fazer uma prova e precisa que a sabedoria de Deus o ajude a passar. Você é abençoado e ganha um 10. Ou você está em uma pequena viagem missionária e ora para que o pé de uma criança aleijada fique bom, e diante dos seus olhos a criança que andava com uma muleta sai correndo, pulando e dançando. Deus seja louvado! O que eu quero que você entenda é que nem sempre bloquear tais orações é interessante para Satanás. Se o diabo as bloqueasse, você simplesmente passaria a orar com mais determinação. Então, ele prefere deixar você se convencer de que a oração é sempre fácil: assim, você nunca vai aprender a perseverar nela. Você vai orar por algo repetidamente, mas quando não houver resposta, como havia anteriormente, você vai começar a questionar, vai se perguntar se a sua fé não é forte o bastante ou se a sua interpretação das Escrituras está correta, ou então você se convencerá de que simplesmente não é a vontade de Deus. Com isso, sua determinação oscilará. Você começará a limitar suas expectativas, orando artificialmente com palavras como “Seja feita a Tua vontade”, de modo que, quando sua oração não for respondida, você jogará a culpa em Deus, e não em qualquer outra coisa que esteja sob seu controle. Satanás sabe que, se ele conseguir nos convencer de que tudo que vem de Deus é sempre fácil e espetacular, começaremos a definir o sobrenatural por mágicas e truques. Seremos levados “em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente” (Efésios 4:14). Permaneceremos como criança, que pensa que tudo o que é bom na vida acontece no aniversário ou no Natal, e nunca aprenderemos a batalhar por algo. Satanás não se importa se somos cristãos e se somos abençoados de vez em quando — desde que ele possa nos impedir de realmente exercer nossa autoridade em Cristo. Por isso ele não vê problema em deixar uma eventual oração ser respondida aqui e ali enquanto isso nos mantiver convictos de que a oração é como uma máquina, na qual depositamos nossa fé, apertamos um botão e, imediatamente, a nossa resposta aparece. Na verdade, isso provavelmente deve ser engraçado para ele, porque enquanto damos pulos de felicidade, ele já está prevendo nossas dúvidas e nosso desânimo quando, mais tarde, ele dificultar a nossa oração; ele sabe que vamos desistir pouco antes de o resultado acontecer. Veja bem, o que Satanás realmente não quer é um fiel persistente, metódico e importuno que viva da oração. Ele não quer uma pessoa tão disciplinada e persistente na oração, porque quando essa pessoa começa a orar, Satanás sabe que, independentemente do tempo que lute para atrasar a resposta, ele não vai conseguir. Se tivéssemos mais cristãos que orassem assim, haveria um desmantelamento inevitável, incontrolável, passo a passo, dia a dia do reino das trevas, que ele jamais suportaria. O fim de seu reino de escravidão, de doença, das deformidades e de tormento emocional estaria traçado. Por isso ele está muito satisfeito em nos manter pensando que todas as grandes coisas estão apenas nas mãos de Deus, para que nunca precisemos nos preocupar com nada mais a não ser com as nossas próprias necessidades e as da nossa família. Você acha difícil acreditar nisso? Bem, então veja a história de Daniel. Em nenhum outro momento na Bíblia, vemos tantos planos para forçar uma pessoa a fazer uma coisa — simplesmente impedi-la de orar três vezes por dia. Sadraque, Mesaque e Abednego foram lançados na fornalha ardente por quê? Porque eles só se ajoelhariam perante Deus — algo que eles faziam sempre com Daniel. Daniel foi lançado na cova dos leões… por quê? Porque ele abriu suas janelas e orou descaradamente. E, no entanto, não vemos milagres como os de Moisés serem feitos por Daniel. Nenhuma praga caiu sobre os babilônios como foi sobre os egípcios. Pelo contrário, vemos um simples profeta de Deus que orou de maneira que nada pôde detê-lo, e isso fez Israel libertar-se da Babilônia. Veja a história em Daniel 9. Um dia, Daniel estava lendo o livro de Jeremias em um de seus momentos devocionais e acabou fazendo uma descoberta. Segundo Jeremias, Deus disse que o exílio de Israel iria durar apenas setenta anos. Daniel já era idoso naquela época, e passou então a contar seus aniversários. “Vamos ver, fui levado para o exílio quando eu era uma criança de tantos anos, e agora estou tão velho — mas já faz mais de setenta anos!” Lá estava uma promessa que havia sido realizada! Então, o que ele fez? Daniel começou a buscar a Deus em oração e em jejum para descobrir o que havia acontecido. Ele começou confessando os seus pecados, os pecados de Israel e apresentando sua petição ao céu, perguntando por que Deus ainda não havia cumprido aquela promessa. Ele recebeu uma visão do Senhor sobre o futuro, mas não teve a resposta pela qual procurava, mas permaneceu em oração. Daniel teve outras visões de coisas incríveis e surpreendentes, mas novamente elas não eram a resposta à sua pergunta, e assim continuou orando. Então, por fim, após três semanas, um anjo apareceu a Daniel dizendo: Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia em que aplicaste o teu coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, são ouvidas as tuas palavras; e eu vim por causa das tuas palavras. Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com osreis da Pérsia. Agora vim, para fazer-te entender o que há de acontecer ao teu povo nos derradeiros dias; porque a visão é ainda para muitos dias... Sabes por que eu vim a ti? Agora, pois, tornarei a pelejar contra o príncipe dos persas; e, saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia. Mas eu te declararei o que está registrado na escritura da verdade. — DANIEL 10:12-14, 20-21 No mesmo momento em que Daniel começou a orar, Deus enviou Seu mensageiro, mas este imediatamente foi impedido por uma força demoníaca de entregar a resposta durante vinte e um dias. Satanás deixou outras revelações serem entregues, na esperança de que Daniel ficasse tão fascinado por elas que esquecesse o propósito verdadeiro de sua oração. Mas, quando Daniel persistiu, as forças de Satanás foram derrotadas. Daniel recebeu sua resposta, e, naquele mesmo ano, segundo a cronologia de alguns estudiosos, o rei Ciro decretou a reconstrução do templo em Jerusalém (veja Esdras 1:1-4). Foi o primeiro passo para o retorno de Israel à Terra Prometida. Algo semelhante aconteceu com Rees Howells, grande intercessor no País de Gales no início do século XX. Ele havia organizado uma missão muito bem-sucedida para os mineiros de carvão locais, grupo do qual ele fazia parte, mas após vários meses o seu amigo mais próximo na missão estava pensando em sair, pois não queria ficar apenas em segundo plano. Rees orou sobre o assunto, e Deus respondeu diretamente: ele deveria passar a liderança da missão para seu amigo, descer do púlpito, deixar de ser uma pessoa pública para tornar-se um intercessor e orar para que a missão tivesse mais sucesso nas mãos de seu amigo do que o sucesso que ele mesmo tinha alcançado. Rees finalmente concordou, ainda que relutante, e, nos meses seguintes, mais pessoas passaram a aderir à missão. Depois disso, Deus deu um desafio ainda maior e aparentemente mais secreto a Rees. Ele deveria orar pelo filho de um senhor que tinha ido para a guerra e se afastado de Deus. Rees concordou em orar para que o jovem oficial não fosse para o campo de batalha sem antes voltar para Deus. A oração não seria feita durante algumas horas ou nem mesmo durante alguns dias. O plantão de Rees na mina de carvão era das sete horas da manhã até as quatro e meia da tarde, seis dias por semana. Depois, ele voltava para casa, jantava, ia para o quarto e ficava das seis às nove horas da noite de joelhos diante de Deus, lendo a Bíblia e orando pelo jovem. Ele fez isso por seis meses. Nesse tempo, o filho do homem foi dispensado do exército e mudou-se para o Canadá, sem ter ido para o campo de batalha, mas também sem ter se reaproximado de Deus. Finalmente, Rees teve a convicção de que suas orações intercessoras haviam sido respondidas, e usou seu tempo para orar por outras causas, dizendo àquele senhor que a obra tinha sido realizada pelo Espírito Santo. Doze anos se passariam, porém, antes que a salvação do homem se revelasse e ele se voltasse para Deus. Isso aconteceu poucas semanas antes de seu pai falecer. Em todo esse tempo, Rees nunca perdeu a certeza de que a salvação daquele homem já havia sido realizada no céu, como Deus lhe havia prometido em oração.4 Outro exemplo pouco notado na história do nascimento de Cristo é o momento, logo depois do Ano Novo, em que Jesus é apresentado no templo para ser consagrado por Deus. Havia em Jerusalém um homem cujo nome era Simeão; e este homem era justo e temente a Deus, esperando a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. E fora-lhe revelado, pelo Espírito Santo, que ele não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor. E estava ali a profetisa Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Esta era já avançada em idade, e tinha vivido com o marido sete anos, desde a sua virgindade; e era viúva, de quase oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia. E sobrevindo na mesma hora, ela dava graças a Deus, e falava dele a todos os que esperavam a redenção em Jerusalém. — LUCAS 2:25, 26, 36-38 Tanto Simeão quanto Ana tinham sido abençoados por Deus com a oportunidade de ver Jesus antes de morrer, mas por quê? Por que — e, aliás, quando — Deus disse que eles veriam o Messias antes de morrer? A única resposta lógica era “quando eles oravam” e, logicamente, eles estavam orando para o Messias nascer nesta Terra. Por quanto tempo eles oraram? Segundo essa passagem, Ana vivia no templo dia e noite orando por oitenta e quatro anos. Isso não quer dizer que ela nunca dormia, mas significa que a maior ocupação de sua vida era a oração. Ao escrever isso, Lucas aproveitou para mencionar que o nome do pai de Ana era Fanuel, um nome extremamente parecido com Peniel, palavra hebraica que representa o lugar onde Jacó lutou a noite inteira com Deus e recebeu o nome de Israel, que significa “príncipe de Deus” ou “alguém que tem a autoridade de Deus” (veja Gênesis 32:22-30). Tudo indica que Deus não enviaria Seu próprio Filho à Terra sem que alguém tivesse antes orado por Sua vinda. Eu poderia contar outras histórias — e contarei mais tarde — mas espero que isso seja o suficiente para você ver que há uma forma de oração que realiza as coisas no céu e que vai além de simplesmente fazer pedidos a Deus. É um modo mais seguro, mas também é um caminho mais difícil. No entanto, as recompensas são ilimitadas. Ao passar um tempo consistente, significativo e fervoroso na oração, conhecendo a Deus, discernindo Sua voz e andando por Seus caminhos, isso se torna tão íntimo para nós quanto conhecer aqueles que vivem conosco em nossas próprias casas. Isso torna a compreensão dos mistérios de Deus acessível e permite que Ele nos revele as estratégias exatas para orar por pessoas específicas, edificar as nossas igrejas, transformar nossas comunidades e libertar o reino de Deus na Terra. Isso também abre espaço para que Sua sabedoria transpareça em nós na administração dos nossos negócios ou na execução do nosso trabalho, no investimento e no gerenciamento do nosso dinheiro, em como cuidar dos nossos relacionamentos e em nossa disciplina em relação ao nosso corpo. Muitas pessoas pensam que o envolvimento nesse nível da guerra espiritual acontece apenas com um grupo específico, mas a Bíblia não menciona nenhum dom da oração ou cargo de intercessor. Isso significa que cada um de nós tem um papel na manifestação do reino de Deus sobre a Terra. A oração é um chamado ao dever, uma prática e um princípio para cada um que pertence a Cristo. Afinal, se Ele é nosso Senhor, como podemos honrar Sua soberania sem nos comunicar com Ele todos os dias? Certamente, cada um de nós será levado a orar de maneiras diferentes e com intensidades distintas, mas a oração é uma disciplina cristã fundamental, bem como a leitura das Escrituras ou a obediência à lei do amor. É com a oração que reconhecemos a voz de Deus e nos comunicamos com Ele, a fim de aprendermos e nos prepararmos para viver como Seus representantes na Terra. Ela é o segredo para o nosso sucesso e para a vitória das batalhas em todas as áreas da vida. É por isso que devemos viver no caminho da oração. O povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e fará proezas. — DANIEL 11:32 N Dois O Tao de Oração O CAMINHO — A LEI MORAL OU A VERDADE — É O QUE FAZ COM QUE OS POVOS ESTEJAM DE ACORDO COM SEUS LÍDERES; É O MOTIVO PELO QUAL DEDICAM SUAS VIDAS, PARA O BEM OU PARA O MAL, E LHES DÁ UM PROPÓSITO DO QUAL NEM MESMO O PERIGO PODE DESVIÁ- LOS. — A ARTE DA GUERRA, 1:5-6, PARAFRASEADO OS TEMPOS DE SUN TZU, havia desordem tanto espiritual quanto física na China. Enquanto uma província travava guerra contra a outra, lutando por domínio e riqueza, filósofos como Confúcio também vagavam pelo campo, como profetas do Antigo Testamento, pregando que a liderança devia basear-se mais na justiça do que no poder — e que os verdadeiros líderes não mediam seu poder pelotamanho dos seus exércitos, mas sim pela força moral do seu governo. Assim, Sun Tzu — o guerreiro filósofo — usou a forma pela qual um chefe de estado vivia e governava como base para seu estudo da arte da guerra. Pois a melhor maneira de se ganhar uma guerra era mesmo sem lutar — conquistar corações e mentes era algo muito mais poderoso do que governar com mãos de ferro. Assim surgiu um sistema de pensamento moral baseado em impressões que Deus deixou por toda parte na natureza e na percepção do que é certo e errado, inscrita no coração humano quando, no início, Ele criou o homem e a mulher. A palavra caminho na passagem antes citada é traduzida para o chinês como Tao ou “a fonte absoluta e inesgotável, princípio orientador de toda a realidade. Arte ou habilidade de fazer algo em harmonia com a natureza essencial de alguma coisa”.¹ Eu oro para que você aprenda essa arte e desenvolva a habilidade de orar em harmonia com Deus segundo Seu nome, Sua essência e Seu poder. Em uma de suas obras, C.S. Lewis usou o conceito de Tao para representar a lei moral universal, que é inata em todas as culturas e etnias. Os chineses também falam de algo grande (o que é mais importante), chamado Tao. É a realidade por trás de todos os predicados, o abismo que existia antes do próprio Criador. É a Natureza, é o Caminho, a Estrada. É o Caminho pelo qual o universo prossegue, o Caminho no qual as coisas eternamente emergem ... no espaço e no tempo. É também o Caminho que todo homem deveria seguir em imitação daquela evolução cósmica e supercósmica, sujeitando todas as atividades àquele grande modelo.² Essa verdade moral universal — mesmo sendo tão misteriosa e complexa — compreende os valores inatos que todos temos por justiça, integridade, compaixão e amor pela beleza. É a essência da marca de Deus impressa em nós, seres humanos, quando Ele nos criou à Sua própria imagem. Segundo a tradição taoísta, ela é o fundamento pelo qual se vive, e pela harmonia com ela, a justiça de uma causa poderia ser julgada. É interessante perceber o quanto isso se assemelha à pregação de Jesus — quando Ele disse que o importante não era derrotar os romanos que governavam Israel naquele momento, mas anunciar o governo justo e moral do reino de Deus, um Reino acima de qualquer outro deste mundo, que não estava sobre o poderio militar, mas sobre a virtude espiritual. Jesus não veio somente para estabelecer um trono a ser governado, mas sim um caminho a ser seguido. Como Ele descreveu a Si mesmo em João 14:6 (NVI): “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim”. De fato, segundo Atos 9:2 (NVI), o Cristianismo foi chamado de “o Caminho” antes que as pessoas em Antioquia começassem a ser chamadas de “cristãos” (Atos 11:26). Jesus tinha introduzido um novo estilo de vida e de pensamento que logo transformaria o mundo. Uma coisa é aceitar a Cristo como nosso Senhor e Salvador e nos autodenominarmos cristãos, mas há um poder maior para viver no caminho de Cristo — reconhecer que “assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus [de Deus] caminhos mais altos do que os vossos [nossos] caminhos, e os meus [de Deus] pensamentos mais altos do que os vossos [nossos] pensamentos” (Isaías 55:9). A Filosofia taoísta enfatiza que não se trata tanto em crer no que é certo, como Confúcio teria defendido, mas trata-se de fazer o certo. É algo como a antiga dicotomia cristã entre fé e obras: qual é mais importante? Para o fiel fervoroso, os dois são indissociáveis, ou como o general de oração William Booth, fundador do Exército de Salvação, afirmou: “A fé e as obras devem andar lado a lado, juntas passo a passo, como as pernas de um mesmo homem. Primeiro a fé, e depois as obras, e então a fé novamente, e depois obras outra vez — até que dificilmente se possa distinguir qual é um e qual é o outro”.³ Embora a preparação para o reino de Deus seja feita por meio de uma determinada crença, fazer o certo amplia esse Reino e o torna tangível, mesmo para aqueles que não conhecem a Deus. O problema está na diferença entre fazer o bem e fazer especificamente o que Deus nos orienta. O caminho de Deus não consiste apenas em fazer o bem e acreditar nas coisas certas, mas também em fazê-las lado a lado, em parceria — ou em aliança — com Ele. O caminho de Deus se abre para aqueles que não apenas sabem ouvi-Lo, mas que sabem interpretá-Lo corretamente e que agem de acordo com Sua Palavra. A expansão do Reino será liderada por aqueles que sabem orar até receber instruções específicas de Deus acerca das questões e, em seguida, Lhe obedecem por meio do poder do mesmo espírito de oração inabalável. Sobre que tipo de oração eu estou falando? De uma forma ou de outra, em um momento ou outro, não importa no que as pessoas acreditam ou o que dizem ser sua religião; na fé convicta ou no desespero escancarado, todas oram. Elas oram com frases prontas, como: “se Tu existes”, “porque Tu prometeste”, “eu não tenho mais ninguém a quem recorrer”, “Deus, se fizeres apenas isso por mim, eu Te seguirei pelo resto da minha vida”, ou passam os dedos por todas as contas de seu rosário ou fazem uma lista de oração, repassando uma por uma todas as preocupações de sua vida perante Deus. Todas essas são formas de oração muito válidas que Deus irá responder como bem entender, mas nenhuma dessas é o caminho da oração do qual estou falando. Todos esses métodos lançam a oração como uma tábua de salvação, como um apelo por piedade ou mesmo como um apelo bem fundamentado e argumentado para Deus intervir nos assuntos da humanidade, mas, na maioria dos casos, ninguém que ora assim entende claramente a vontade divina. Por quê? Porque as pessoas não estão tentando escutar Deus falando com elas, e sim buscando a Deus para que Ele aja a seu favor. Todo mundo costuma orar assim, mas os líderes de oração — que se tornam generais de oração — não estão satisfeitos em simplesmente viver com as circunstâncias perfeitamente alinhadas. Eles anseiam mais por Aquele que responde — Aquele que atende — do que pelas respostas. Eles têm mais vontade de fazer a diferença no mundo do que de viver confortavelmente. Esses extremistas — eu gosto de chamá-los de generais — são aqueles que vivem pela oração. É como Madame Jeanne Guyon escreveu em seu livro A Short an Easy Method of Prayer: “Vamos todos orar: devemos viver de oração, assim como devemos viver de amor”.4 Os generais de oração são aqueles que se recusam a fazer ou a realizar algo por qualquer outro meio a não ser por Deus; são aqueles que, assim como Jesus, se recusam a dar o próximo passo ou falar outra palavra a menos que saibam que Deus os está direcionando. Eles não saem para ministrar até que sintam que sua oração tenha sido ouvida e que tenham se ligado a Deus naquele dia. Jesus disse: “nada faço por mim mesmo; mas falo como meu Pai me ensinou” (João 8:28). Quando Seu Pai Celestial O ensinou? Enquanto Ele estava de joelhos em oração. Você vê esse tipo de atitude na vida de pessoas como Charles Finney, que decidiu um dia, em resposta ao Espírito de Deus, que de fato O aceitaria ou então morreria tentando: “Você vai aceitá-la [a Palavra de Deus] agora, hoje?” Naquele dia, enquanto ia para o trabalho, ele subitamente parou de andar e entrou em uma floresta na qual se ajoelhou e determinou que iria orar até Deus lhe mostrar, de uma forma ou de outra, o seu futuro eterno. Ele ficou naquele lugar em oração a manhã inteira e confessou: “orei até minha mente ficar tão cheia que, antes de me dar conta, eu já estava de pé, subindo aos tropeços a colina em direção à estrada”.5 Esse tipo de oração não consiste em dar uma lista de desejos e preocupações a Deus, como as listas de mercado, e sim em ligar-se ao que está sendo dito ao redor do Seu trono. Eu acredito que Ele está sempre falando, mas nem sempre O ouvimos. Nós nos distraímos. A passagem de 1 Coríntios14:10 nos diz: “Há, por exemplo, tanta espécie de vozes no mundo, e nenhuma delas é sem significação”, mas posso dizer também que nem todas elas são relevantes para você. Todas estão dizendo coisas boas e até mesmo importantes, mas você precisa da orientação e da estratégia do céu. Na maior parte do tempo, vejo cristãos correndo de uma reunião para outra, tentando obter o melhor aprendizado possível — e há muitos bons ensinamentos por aí — mas, ao mesmo tempo, vejo Jesus em pé no fundo das salas dessas mesmas reuniões, observando e se perguntando quando eles vão parar e aprender ajoelhados aos Seus pés. Eles são como paparazzi de Deus, correndo em volta dele na esperança de vislumbrar algo ou alguém grandioso, na esperança de ganhar dinheiro ou de estar no lugar certo na hora certa, mas sem nenhuma disciplina para usar seu tempo para esperar em Deus. Eu acho que isso acontece, porque é muito mais fácil pular de uma reunião para outra do que se ajoelhar sozinho em seu quarto e não se mover até esvaziar e sossegar a mente o bastante para então ouvir a Deus. Você quer que Deus responda às suas orações? Então, tudo o que você tem a fazer é o que Jesus fez: simplesmente permanecer em oração até Ele responder. Isso, por si só, é o verdadeiro caminho da oração. Talvez seja por isso que, quando Jesus ensinou sobre a oração, Ele não deu instruções específicas nem manuais, mas contou algumas histórias simples e explicou que os homens deveriam “orar sempre, e nunca desfalecer” (Lucas 18:1). Pense sobre aquelas histórias por um momento. Tenho certeza de que você já ouviu falar delas antes, mas, se não ouviu, pegue sua Bíblia e procure por elas. Há a parábola da viúva persistente (Lucas 18:2-8), a parábola do amigo à meia-noite (Lucas 11:5-13), a história da mulher sirofenícia (Marcos 7:24-30), a parábola do fariseu e do publicano (Lucas 18:10-14) e outras. Depois de lê-las, não é difícil supor que as qualidades mais importantes de uma vida de oração devem ser a fé, a humildade e a perseverança. De fato, depois de contar a parábola da viúva persistente, Jesus ensina: E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a Ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra? — LUCAS 18:7-8, GRIFO DA AUT ORA Enquanto Jesus se prepara para voltar à Terra, será que Ele encontrará o tipo de fé que segura firme em Deus pela oração e não O solta até obter a resposta? FÉ, HUMILDADE E PERSEVERANÇA A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem. — HEBREUS 11:1 Existem três etapas da fé. A primeira é a suposição — algo que você espera que aconteça e acredita que aconteceu. É aquilo que você revela em oração como um pedido a Deus. A segunda é a evidência que dá credibilidade à suposição — a documentação que diz que você tem o direito de pedir o que você está pedindo, já que isso lhe foi prometido. A última é a confiança de que sua suposição é verdadeira, quer você tenha uma prova física ou não. A fé, portanto, é simplesmente a confiança que você tem de que Deus vai fazer o que lhe prometeu. É como o advogado que termina a defesa depois de apresentar as evidências em favor de seu cliente, confiante de que provou seu ponto de vista de forma eficaz; quando temos fé, depositamos nossa confiança nos preceitos da Palavra de Deus. Ou seja, acreditamos que o nosso pedido foi concedido porque foi aprovado por Deus, mesmo que ainda não o tenhamos visto concretizado. Visto que a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que não se veem, o que é possível no mundo físico não deve restringir nossas orações. Temos o direito de nos estabelecer no espírito e de começar a exigir o que está sendo divinamente preparado, aguardando seu tempo programado de manifestação. É preciso ter fé para lutar por essas manifestações. Desde o princípio do mundo, Deus se preparou para fazer o que você pediu agora. Essas respostas têm um tempo determinado de manifestação. Mas elas só podem ser liberadas pela fé. Nem olhos naturais as percebem nem ouvidos naturais as detectam. Elas devem ser discernidas pelo espírito e ativadas pela fé. Quando oramos pela fé, precisamos pedir a Deus o espírito dos filhos de Issacar para discernir na ciência dos tempos (veja 1 Crônicas 12:32). Segundo Apocalipse, Deus se move em um dado tempo e em um momento pré- determinado: “E foram soltos os quatro anjos, que estavam preparados para a hora, e dia, e mês, e ano, a fim de matarem a terça parte dos homens” (Apocalipse 9:15). O anjo disse a Daniel que Deus enviou uma resposta no primeiro dia em que ele orou, mas Daniel não a recebeu por vinte e um dias por causa da guerra nos céus. Assim também pode acontecer com você. Prepare suas orações com fé na Palavra de Deus, assim como fez Daniel. Ore pensando na Palavra, e não nas suas preocupações. Ore pensando na promessa, e não no problema. No ministério de Jesus, há apenas duas situações nas quais Ele elogia alguém por ter tanta fé. Vale a pena examiná-las aqui. E, entrando Jesus em Cafarnaum, chegou junto dele um centurião, rogando-lhe, e dizendo: Senhor, o meu criado jaz em casa, paralítico, e violentamente atormentado. E Jesus lhe disse: Eu irei, e lhe darei saúde. E o centurião, respondendo, disse: Senhor, não sou digno de que entres debaixo do meu telhado, mas dize somente uma palavra, e o meu criado há de sarar. Pois também eu sou homem sob autoridade, e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu criado: Faze isto, e ele o faz. E maravilhou-se Jesus, ouvindo isto, e disse aos que o seguiam: Em verdade vos digo que nem mesmo em Israel encontrei tanta fé. Então disse Jesus ao centurião: Vai, e como creste te seja feito. E naquela mesma hora o seu criado sarou. — MATEUS 8:5-10, 13, GRIFO DA AUT ORA A segunda, entretanto, é estranhamente diferente: Uma mulher cananeia, vindo daquelas redondezas, pôs-se a gritar: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada. Contudo, ele não lhe respondeu. Seus discípulos aproximaram-se dele e rogaram-lhe: Manda-a embora, porque vem gritando atrás de nós. Ele lhes respondeu: Eu fui enviado somente às ovelhas perdidas da casa de Israel. Então ela veio e, prostrando-se diante dele, disse: Senhor, socorre-me! Ele, porém, respondeu: Não é justo tomar o pão dos filhos e jogá-lo para os cachorrinhos. Ao que ela disse: Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa do dono. Então Jesus respondeu: Mulher, grande é a tua fé! Seja feito a ti como queres. E desde aquela hora sua filha ficou boa. — MATEUS 15:22—28, A21, GRIFO DA AUT ORA Creio que podemos aprender muito sobre a fé ao comparar essas duas histórias. Aqueles que têm fé confiam mais em quem responde do que em seu direito de pedir. O centurião sabia que Jesus fazia milagres porque tinha ouvido as histórias de cura daqueles que se aproximavam dele; talvez ele tivesse visto Seus milagres pessoalmente. A mulher cananeia também sabia indubitavelmente que era da natureza de Jesus curar todos os que assim Lhe pediam. Mas, ao mesmo tempo, o centurião sabia que Jesus seria menosprezado por visitar sua casa, tal como a mulher cananeia que aceitou o rótulo de “cachorro”. Seus pedidos não se baseavam no que eles eram, e sim em quem Jesus era. Os dois também sabiam que a palavra de Jesus era o suficiente. Uma vez que Ele dissesse sim, não havia mais necessidade de importuná-Lo com o mesmo assunto. O centurião sabia que isso era verdade porque ele entendia a autoridade. A mulher cananeia sabia disso porque ela conhecia o caráter de Jesus — Ele era um homem compassivo e íntegro que sempre cumpriu Suas promessas. A questão é que, enquanto a resposta para o centurião veio rapidamente,a mulher cananeia, assim como a mulher que protestou com o juiz injusto ou o amigo que bateu na porta no meio da noite, não recebeu um sim em seu primeiro pedido. Na verdade, Jesus tentou ignorá-la e depois dissuadi-la ao compará-la a um cão. No entanto, ela conhecia o Seu verdadeiro caráter. Ela sabia que não tinha o direito de pedir o que pedia — pois não era digna daquela bênção — mas isso não teve qualquer influência sobre quem Jesus realmente era. Então, ela insistiu sabendo que, devido à sua própria natureza, Jesus não poderia rejeitá-la, a menos que ela desistisse de pedir. Quando oramos, nossos pedidos devem vir do mais íntimo do nosso ser. O único motivo para fazermos orações longas é o de acreditarmos que Aquele a quem dirigimos nossas orações é capaz e está disposto a nos responder, mesmo que isso não esteja tão evidente. Ao confiar em nosso conhecimento acerca da natureza de Deus, conseguimos descansar na certeza de que Ele nos responderá. Deixamos de nos preocupar ou de tentar consertar situações por conta própria. Sem ansiedade, nossos corações batem no compasso firme do céu. Ao descansarmos nessa certeza, reconhecemos que há um cirurgião qualificado trabalhando no nosso problema e nos restaurando à plenitude, e não precisamos nos preocupar, pois estamos em boas mãos. Muitas pessoas querem orar como se pudessem realmente forçar Deus a fazer ou não o que cabe à divina providência. A verdade é que realmente descansamos quando deixamos de dizer que o problema é nosso, bem como fez Cristo, dizendo: “não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lucas 22:42). Acredite, Deus sempre responde às nossas orações. O desfecho pode não ser o que você planejou, mas o resultado será muito melhor do que seu coração teria concebido. Você também deve crer que Deus sabe qual é a melhor resposta para sua vida. Observe também que nem o centurião nem a mãe cananeia pediu cura a Jesus porque eles achavam que mereciam — na verdade, os dois aparentemente sabiam que não a mereciam. Enquanto estrangeiro, o centurião sabia que era indigno de ter Jesus em sua casa, assim como a mulher que foi enxotada, depois de ter sido comparada a um cão, habilmente reverteu a situação com um comportamento meio autodepreciativo e tirou proveito do favor ilimitado e da graça, sempre demonstrados por Cristo. No entanto, eles ainda pediram, e até pediram com ousadia. Nenhum dos dois se retirou ou ficou impaciente até que Jesus os prometesse que eles iriam receber o que pediram. Havia tenacidade, perseverança e persistência no seu pedido, que não pôde ser negado. Eles não partiriam até conseguirem o que pediram, mesmo que tivessem de ignorar o que inicialmente lhes pareceu ser uma recusa. Eles creram que conseguiriam o que almejavam antes mesmo de pedirem, mas ainda assim os dois se agarraram a Jesus até Ele prometer que resolveria o problema. Este é o Tao de oração. Veja Paulo, por exemplo. Em 2 Coríntios 12, ele conta que pediu para Deus livrá-lo de uma pessoa ou de um grupo de pessoas — diabolicamente impulsionadas — que o tinham seguido por todos os lados e sido um “espinho na carne”.6 Eis seu relato do que aconteceu quando ele pediu para ser liberto desse “espinho”: Acerca do qual três vezes orei ao Senhor para que se desviasse de mim. E disseme: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte. — 2 CORÍNTIOS 12:8-10 Perceba que Paulo orou três vezes e lhe foi dito três vezes: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. A princípio, ele deve ter pensado que isso era um “não, eu não te livrarei dessa gente”, até que ele finalmente percebeu que Deus estava dizendo: “Nada que eles façam pode vencê-lo, porque você tem a minha graça. Eu estarei com você, independentemente das circunstâncias, e juntos triunfaremos na revelação da minha glória, cujo impacto é muito mais grandioso em uma escala espiritual e social. Em sua fraqueza, eles vão ver a minha força”. Quando Paulo entendeu isso, decidiu que iria regozijar-se com as perseguições em vez de fugir delas. No final das contas, foi isso o que ele fez indo para Jerusalém. Embora todos lhe dissessem que ele seria preso e jogado na prisão se fosse a Jerusalém, Paulo viu a viagem como uma grande oportunidade de ir a Roma para compartilhar o Evangelho com todos nos tribunais romanos. Além disso, ouvimos Paulo nos admoestando: “perseverai na oração” (Romanos 12:12) e “orai sem cessar” (1 Tessalonicenses 5:17). Você consegue visualizar como Paulo prontamente orava pelas preocupações, que não havia nada pelo qual ele não orasse e que, de forma dedicada, buscava uma resposta na oração? Da mesma forma, quando você orar, jamais permita que sua fé esmoreça. Retenha o que você aprendeu e a confiança que conquistou em seu relacionamento com Cristo, mesmo no que for considerado morto e enterrado, irreversível ou impossível. Deus tem poder para ressuscitar uma vida que parecia acabada, curar os doentes terminais, salvar o pior dos pecadores e derrubar governos tirânicos. Quando se é fiel na oração, é fácil reconhecer essa habilidade de fazer coisas mortas reviverem. Quando você mantém sua posição com fé, como a mulher cananeia o fez, continuando a crer em Deus, Ele fica satisfeito, os avanços acontecem, as intervenções divinas são garantidas e a vida eterna é compreendida por você e por aqueles por quem você orou. Sendo assim, o caminho da oração nos diz que, enquanto não houver libertação — nenhuma garantia de que o assunto está resolvido ou nenhuma prova concreta de mudança —, não devemos parar de orar. Essa é a diferença entre ganhar e perder. Em sua comunicação com Deus, feita em nome dele, plante os seus pés no Espírito, faça valer seus direitos, seja firme e inabalável e desafie toda e qualquer circunstância que o impeça de orar. Quando Deus remover os pecados, o mal e replantar a salvação, teremos um indício de que Ele está trabalhando no solo. Contudo, não podemos nos dar ao luxo de parar de orar logo quando os resultados estão prestes a nascer. As mudas precisarão de sua firmeza para crescer no solo e florescer. Não ceda ou desista. Insista, persevere. Nunca, jamais desista ou se entregue. É hora de ser firme e esperar no Senhor. Deus, em quem você deposita sua confiança, é sempre fiel ao responder. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor. — 1 CORÍNTIOS 15:58, GRIFO DA AUT ORA E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. — ATOS 2:42, GRIFO DA AUT ORA P Três O Céu e a Terra (As Dimensões Espiritual e Física) O CÉU SIGNIFICA A NOITE E O DIA, O FRIO E O CALOR, DIAS ENSOLARADOS OU CHUVOSOS E A MUDANÇA DAS ESTAÇÕES. A TERRA COMPREENDE AS DISTÂNCIAS, CURTAS OU LONGAS; PERIGO E SEGURANÇA; EM CAMPO ABERTO OU LUGARES ESTREITOS; POSSIBILIDADES DE VIDA OU MORTE. — A ARTE DA GUERRA, 1:7-8, PARAFRASEADO ARA SUN TZU, o céu era atmosfera em volta e acima de nós, embora para nós, como cristãos, esse ainda seja o lugar onde o tempo e os momentos dos planos de Deus são estabelecidos, onde se determina a diferença entre o bem e o mal (as trevas e a luz) e onde Sua vontade acontece sem interferências. O céu deseja a restauração do reino de Deus na Terra, mas é necessário representantes e embaixadores na Terra, para que haja um direito legítimo de intervenção e estabelecimento de poder. Somente pelos nossos apelos — por nossas preces — o céu ganha o direito de habitar na Terra. Em outras palavras, a oração legaliza as intervenções do céu. A Terra é o domínio das decisões. Nela,
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