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Guerra Espiritual pdf

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Prévia do material em texto

Derek Prince
Os
 não! ou acreditem erqu atalhab ,
 estan nvolvidose ts ãoe r tis ãosc 
GuerraEspiritual
“GUERRA ESPIRITUAL”
©Copyright 6201 tradução portuguesa, erekD rinceP Portugal
Originalmente publicado com o titulo: “ Spiritual Warfare”
Copyright 1987 Derek Prince Ministries-International
56-1-501978-989-8ISBN: 
Publicado em português por:
Editora Um Lda.pessoal UniÊxodo
E-mail: umexodo@gmail.com
Autor: Derek Prince
Tradução: Alda Silva, Christina van Hamersveld
Correção: Alda Silva, Christina van Hamersveld
Redação: Christina van Hamersveld
Layout capa: áM rio Pereira (Nova Grãfica, Lda.)
Endereço
Derek Prince 
 
 contato: para 
Portugal
Caminho Novo Lote X, 
9700-360 Feteira GHA 
Tels.: (00351) 295 663738 / 927 992 157 
E-mail: erekd rincep portugal@gmail.com
Blog: www erek.d rincep ptportugal.blogspot.
 
ÍNDICE
PARTE 1
A NATUREZA DA GUERRA
 
 1 - Dois Reinos Opostos
 2 - O Quartel-General de Satanás
 3 - A Batalha dos Anjos
 4 - As Armas e o Campo de Batalha
 5 - A Base da Nossa Vitória
PARTE 2
A NOSSA ARMADURA DEFENSIVA
 6 - A Armadura Completa de Deus
 7 - O Cinto da Verdade
 8 - A Couraça da Justiça
 9 - Os Sapatos da Preparação do Evangelho
 10 - O Escudo da Fé
 11 - O Capacete da Salvação
 12 - A Espada do Espírito
 13 - A Área Desprotegida
PARTE 3
ARMAS DE ATAQUE
 14 - A Ofensiva
 15 - A Arma da Oração
 16 - A Arma do Louvor
 17 - A Arma da Pregação
 18 - A Arma do Testemunho
Derek Prince Ministries
Sobre o Derek Prince (1915-2003)
Outros livros por Derek Prince (em Português)
 
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Os
 não! ou acreditem erqu atalhab , 
 estan nvolvidose ãoest tãoscris 
Parte 1
a NatUreZa Da GUerra
7
1 - DOIS REINOS OPOSTOS
Há muitas imagens do povo de Deus no Novo Testamento. 
Em Efésios, por exemplo, o povo de Deus é apresenta-
do através das seguintes imagens: como uma assembleia 
legislativa, uma família, um templo, e como a noiva de 
Cristo. No entanto, a imagem final do povo de Deus em 
Efésios é, a de um exército.
Este exército está encarregado de combater numa guerra 
que é global nas suas proporções, o que afecta e inclui toda 
a parte deste mundo em que vivemos. De facto, mesmo 
a palavra “global” não faz justiça ao âmbito deste confli-
to. Abrange não só a terra, mas estende-se para além da 
terra, dentro dos próprios céus. De facto, o adjectivo que 
descreve correctamente este conflito não é “global”, mas 
“universal”: inclui todo o universo criado.
A Escritura que introduz mais claramente este conflito e 
descreve a sua natureza encontra-se em Efésios 6:10-12. 
Vou citar primeiro a versão de João Ferreira de Almeida, e 
em seguida, vou comparar com algumas outras versões.
Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do 
seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para 
poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo.
Paulo assume que como cristãos estamos garantidamente 
envolvidos numa guerra para a qual é necessário a armadura 
adequada, e que o nosso adversário é o próprio demónio. No 
versículo 12, é explicado mais claramente a natureza desta 
guerra:
Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim 
contra os principados e potestades, contra os dominado-
8
res deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do 
mal, nas regiões celestes.
Na Bíblia Viva, que não é exactamente uma tradução lite-
ral, mas uma paráfrase, lê-se:
Porque nós não estamos lutando contra gente feita de car-
ne e sangue, mas contra pessoas sem corpo – os reis ma-
lignos do mundo invisível, esses poderosos seres satânicos 
e grandes príncipes malignos das trevas que governam 
este mundo; e contra um número tremendo de maus espí-
ritos no mundo espiritual.
Independentemente da versão que desejar seguir, é claro 
que, como cristãos estamos envolvidos num gigantesco 
conflito, e quando nos apercebemos disto ficamos estupe-
factos. Tenho meditado com muita frequência e durante 
muito tempo em Efésios 6:12 no original grego, tendo che-
gado ao que se poderá chamar “A versão de Prince.”
“A nossa luta não é contra a carne e o sangue, não é contra 
pessoas com corpos, mas contra os governantes em diver-
sas áreas e descendentes ordens de autoridade, contra os 
dominadores do mundo das presentes trevas, contra as for-
ças espirituais da maldade nas regiões celestes.” 
Deixe-me explicar-lhe porque escolhi algumas destas pa-
lavras. Eu disse, “governantes em diversas áreas e descen-
dentes ordens de autoridade”, porque essa imagem é a de 
um reino altamente estruturado e bem organizado, com 
vários níveis de autoridade e de diferentes governantes e 
subordinados responsáveis pelas diferentes áreas do seu 
território. Eu usei a palavra “dominadores” no “dominado-
res do mundo das presentes trevas”, porque o termo “do-
minam” descreve tão vividamente a forma como Satanás 
trata a raça humana.
9
Observe que todas as traduções, excepto na Bíblia Viva, 
enfatizam que o quartel-general deste reino altamente or-
ganizado está nas regiões celestes.
Aqui estão alguns pontos que surgem a partir de Efésios 
6:12. Em primeiro lugar, o conflito envolve todos os cris-
tãos – e não algum grupo especial como missionários, 
evangelistas ou pastores, mas a todos nós. Muitos cristãos 
não têm entendido isso desta forma.
A Versão do Rei Tiago (como não temos esta versão na 
Língua Portuguesa, traduzimo-la à letra, pelo que achá-
mos importante mencionar esta nota para não confundir o 
leitor), no versículo 12 afirma, “Porque a nossa luta não 
é contra o sangue e a carne...” Uma vez ouvi alguém co-
mentar que a maioria dos cristãos pontuam esses versícu-
los erradamente. Lêem, “nós não lutamos - e ponto final” 
Por outras palavras, tudo o que precisamos fazer é de sen-
tarmo-nos no banco da igreja e cantar hinos. No entanto, 
Paulo diz, “Porque não estamos a lutar contra a carne e 
o sangue.”
Considere também a importância da palavra “lutar”, lutar 
é a mais intensa de todas as formas de conflito entre duas 
pessoas. Cada parte do corpo, todas as habilidades, e cada 
truque deve ser utilizado para o sucesso. É um conflito to-
tal.
Satanás tem um reino altamente organizado. Neste reino 
existem várias áreas e níveis de autoridade. O quartel-ge-
neral deste reino está nas regiões celestiais. Isto é um facto 
surpreendente, mas é bastante claro.
O facto de Satanás comandar um reino altamente organi-
zado surpreende algumas pessoas, contudo existem indi-
cações claras disso nas Escrituras. Em Mateus 12:22-28, 
10
este incidente do ministério de Jesus está registado. Jesus 
curou um homem que era cego e mudo, expulsando um 
espírito maligno.
E toda a multidão se admirava e dizia: É este porventu-
ra, o Filho de David? Mas os fariseus, ouvindo isto, mur-
muravam: Este não expele demónios senão pelo poder de 
Belzebu, maioral dos demónios.
Belzebu significa, literalmente, “o senhor das moscas.” 
É o título de Satanás particularmente como o governante 
dos demónios, pois os demónios são comparados a todo o 
domínio dos insectos. Jesus responde aos fariseus no ver-
sículo 25:
Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos disse: 
Todo o reino dividido contra si mesmo ficará deserto, e 
toda a cidade ou casa dividida contra si mesma não sub-
sistirá. Se Satanás expele a Satanás, dividido está contra 
si mesmo; como, pois, subsistirá o seu reino? 
Existe uma clara indicação de que, em primeiro lugar, Sa-
tanás tem um reino. Em segundo lugar, não é dividido, mas 
altamente organizado. Em terceiro lugar, permanece e ain-
da não foi derrubado. Jesus continua:
E, se eu expulso demónios por Belzebu, por quem os expul-
sam vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos 
juízes. Se, porém, eu expulso demónios pelo Espírito de 
Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós.
Jesus menciona aqui outro reino, o reino de Deus. Em par-
ticular, Ele descreve um ponto em que se torna visível o 
conflito entre estes dois reinos. Ele diz, “quando eu expul-
so demónios pelo Espírito de Deus,certamente é chegado 
o reino de Deus sobre vós.” A implicação é que o minis-
11
tério de expulsar demónios põe a nu as forças do reino de 
Satanás e também demonstra a superioridade do reino de 
Deus, porque os demónios são expulsos, sob a autoridade 
do reino de Deus. Em última análise, há dois reinos em 
oposição: o reino de Deus e o reino de Satanás.
Novamente, em Colossenses 1:12-14, Paulo refere:
…dando graças ao Pai, que vos fez idóneos à parte que 
vos cabe da herança dos santos na luz. Ele nos libertou 
do império das trevas e nos transportou para o reino do 
Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão 
dos pecados.
Repare novamente que existem dois domínios ou reinos: 
existe o reino da luz, no qual reside a nossa herança, mas 
também existe o domínio das trevas. A palavra traduzida 
“domínio” é a palavra grega “exousia”, que significa “au-
toridade”. Por outras palavras, quer queiramos quer não, 
Satanás tem autoridade. Ele é o governante de um reino 
que a Bíblia reconhece. Portanto, estes dois reinos encon-
tram-se envolvidos numa guerra mortal, e a guerra está a 
chegar ao seu clímax nos nossos dias, assim como estes 
tempos em que vivemos estão a chegar ao fim.
2 - O QUARTEL-GENERAL DE SATANáS
Em Efésios 6:12, Paulo deixa muito claro que, como cris-
tãos, estamos envolvidos numa luta entre a vida e a morte 
com um reino altamente organizado, povoado com seres 
do mal e com espírito de rebelião, e que o quartel-general 
deste reino está no reino celestial.
12
A expressão “o reino celestial,” provoca um dilema parti-
cular na mente dos cristãos. Se Satanás foi expulso do céu 
há muito tempo, então como é que ele ainda pode ocupar 
um lugar no reino celestial?
Permita-me responder a esta questão, salientando algu-
mas passagens que descrevem acontecimentos que tive-
ram lugar muito depois da primeira rebelião e expulsão de 
Satanás por Deus. Estas passagens indicam que Satanás 
continuou a ter acesso à presença de Deus no céu naquela 
altura: Job 1:6-7:
Num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se 
perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles. En-
tão, perguntou o SENHOR a Satanás: Donde vens? Sata-
nás respondeu ao SENHOR e disse: De rodear a terra e 
passear por ela.
Então, até ao momento dos dias de Job, percebemos que 
Satanás ainda tinha acesso directo à presença do Senhor. 
Quando os anjos de Deus se apresentaram e comunicaram 
com o Senhor, Satanás estava ali entre eles. A passagem 
parece indicar que os outros anjos não identificaram Sata-
nás. Posso compreender isto, porque em 2 Coríntios 11:14, 
Paulo diz que, Satanás se transforma num “anjo de luz.” 
Esta passagem cria na minha mente a impressão de que o 
único que poderia identificar Satanás era o Senhor. Apa-
rentemente, ele poderia aparecer na presença de Deus mis-
turando-se com os outros anjos, e não ser detectado.
O Senhor disse, “De onde vens, Satanás?” Por outras pa-
lavras, “O que estás a fazer aqui?” O Senhor não expulsa 
imediatamente Satanás da Sua presença, mas, na verda-
de, teve uma conversa com ele. Portanto, sabemos que no 
tempo de Job, Satanás ainda tinha acesso à presença de 
Deus no céu. 
13
Então, ouvi uma grande voz do céu, proclamando: Agora, 
veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autori-
dade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos 
irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do 
nosso Deus. (Apocalipse 12:10)
O “acusador dos nossos irmãos” é Satanás. Observe que, 
neste momento ele ainda acusa o Povo de Deus diante do 
próprio Deus, dia e noite.
Apocalipse 12:11-12 continua:
Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e 
por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo 
em face da morte, não amaram a própria vida.
Por isso, festejai, ó céus, e vós, os que neles habitais. Ai 
da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de 
grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta.
Esta passagem indica que Satanás ainda tem acesso à pre-
sença de Deus, e ele usa o seu acesso para acusar o Povo 
de Deus na Sua presença. Obviamente, todas as passagens 
que eu citei, referem-se a períodos longos após a original 
rebelião de Satanás. Então, qual é a resposta? Há mais do 
que um céu. Creio que isto está claramente indicado atra-
vés de toda a Escritura. Por exemplo, no primeiro versícu-
lo da Bíblia, Génesis 1:1, diz, “No princípio Deus criou os 
céus e a terra.” A palavra hebraica para céus é shamayim. 
“Im” significa plural. A primeira vez que o céu é referido, 
repare que é no plural.
Em 2 Crónicas 2:6, temos esta expressão de Salomão, na 
sua oração ao Senhor com a dedicação do templo: 
14
No entanto, quem seria capaz de lhes edificar a casa, visto 
que os céus e até os céus dos céus o não podem conter?
O hebraico diz, de igual modo, “o céu dos céus.” Qualquer 
tradução indica claramente que, há mais do que um céu. 
A palavra “céu” da expressão “céu dos céus” sugere um 
céu que está tão acima do céu, como o céu está acima da 
terra.
Em 2 Coríntios 12:2-4, Paulo é ainda mais específico:
Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos, foi 
arrebatado até ao terceiro céu (se no corpo ou fora do 
corpo, não sei, Deus o sabe) e sei que o tal homem (se no 
corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe) foi arreba-
tado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é 
lícito ao homem referir.
Antes de ser pregador, eu era perito em lógica e, por ve-
zes, não consigo fugir dela. A lógica convence-me que, se 
houver um terceiro céu, deve haver um primeiro e um se-
gundo. Portanto, há pelo menos três céus. Aparentemente, 
o terceiro céu agora está localizado: é o Paraíso, o lugar de 
descanso dos justos que partem. É também onde o próprio 
Deus habita.
Efésios 4:10, fala sobre a morte e a Ressurreição de Je-
sus:
Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de 
todos os céus, para cumprir todas as coisas.
Repare na expressão “todos os céus.” A palavra “todos” 
só pode ser utilizada correctamente no mínimo para três. 
Quando eu ensinava Inglês a estudantes africanos no Qué-
nia, um aluno disse-me uma vez: “Todos os meus pais vie-
15
ram ver-me.” Eu disse-lhe: - Não pode dizer, T“ odos os 
meus pais”, porque ninguém tem mais do que dois pais. Se 
tem somente dois não se pode dizer “Todos.” O mesmo se 
aplica à expressão “todos os céus.” Deve haver pelo menos 
três, penso que é claramente indicado pelo teor de toda a 
Escritura. Isto conduz-nos à resposta de como o reino de 
Satanás ainda está no reino celestial.
Numa conversa trivial, nós às vezes usamos a expressão 
“sétimo céu”, para descrever uma condição de grande fe-
licidade. Alerto-o de que não está de acordo com as Escri-
turas. Na verdade, esta expressão é retirada do Alcorão, o 
livro sagrado do Islamismo, e certamente não é apropriada 
para os cristãos. Em vez disso, se estiver a sentir-se parti-
cularmente feliz, deixe-me sugerir que diga que está “nas 
nuvens.” Há muitas nuvens no céu, e esta expressão está 
mais em linha com a Escritura: Jesus virá nas nuvens.
A existência dos três céus é a minha opinião e não uma 
doutrina estabelecida. No entanto, acredito que é uma opi-
nião razoável que se ajusta a todos os factos conhecidos 
da Escritura e da experiência. Quais são os três céus? O 
primeiro céu é o céu visível e natural com o sol, a lua e as 
estrelas que vemos com os nossos olhos.
O terceiro céu, sabemos a partir de 2 Coríntios 12, que é 
a morada de Deus. É o Paraíso, o local de descanso dos 
mortos virtuosos. É o lugar para onde o homem foi arre-
batado e ouviu Deus falar as palavras que não podiam ser 
pronunciadas.
Então só nos falta o segundo céu. Claramente, este deve 
estar entre o primeiro e o terceiro. Eu entendo que se trata 
de um intermediário entre o céu da habitação, do céu de 
Deus e do céu visível que vemos aqui na terra. Também 
acredito que este céu intermediário é onde o quartel-ge-
neral de Satanás está localizado. Isso explicaria porque, 
16
muitas das vezes encontramo-nos num jogode luta intensa 
quando oramos.
Por vezes não nos apercebemos como é difícil chegar até 
Deus. Fazemos uma oração que está na vontade de Deus, 
acreditamos que Deus ouve e, no entanto, a resposta de-
mora. Pode haver mais do que uma explicação para isso, 
mas uma razão importante para experiências deste tipo na 
vida dos crentes sinceros e comprometidos, é que estamos 
envolvidos numa guerra e que o quartel-general do reino 
de Satanás está localizado entre o céu visível e a habitação 
de Deus no céu.
3 - A BATALHA DOS ANJOS
O livro de Daniel tem um exemplo específico de guerra 
espiritual que lança ainda mais luz sobre a localização do 
reino de Satanás. Na verdade, ele descreve a batalha dos 
anjos. No capítulo 10, Daniel descreve como ele se pre-
dispôs para orar e buscar a Deus para obter uma revelação 
sobre o futuro do seu povo de Israel. Durante três semanas, 
dedicou-se com uma especial intensidade à oração e a es-
perar em Deus. No final das três semanas um anjo do céu 
veio até Daniel com a resposta à sua oração. O anjo era tão 
glorioso e poderoso que todas as pessoas que estavam com 
Daniel dispersaram-se e ele foi o único que se manteve 
para receber a revelação. Daniel 10:2-6 afirma:
Naqueles dias, eu, Daniel, pranteei durante três semanas. 
Manjar desejável não comi, nem carne, nem vinho entra-
ram na minha boca, nem me ungi com óleo algum, até que 
passaram as três semanas inteiras. No dia vinte e quatro 
do primeiro mês, estando eu à borda do grande rio Tigre, 
levantei os olhos e olhei, e eis um homem vestido de linho, 
17
cujos ombros estavam cingidos de ouro puro de Ufaz; o 
seu corpo era como o berilo, o seu rosto, como um relâm-
pago, os seus olhos, como tochas de fogo, os seus braços 
e os seus pés brilhavam como bronze polido; e a voz das 
suas palavras era como o estrondo de muita gente.
Como já referi, os companheiros de Daniel não podiam 
suportar essa gloriosa aparição e simplesmente desapare-
ceram. Então o anjo começou a falar com Daniel, e a par-
te em que eu me quero focar, encontra-se nos versículos 
12 e 13:
Então, me disse: Não temas, Daniel, porque, desde o pri-
meiro dia em que aplicaste o coração a compreender e 
a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas 
palavras; e, por causa das tuas palavras, é que eu vim.
 
É importante ver que no primeiro dia em que Daniel co-
meçou a orar, a sua oração foi ouvida e o anjo foi enviado 
com a resposta. No entanto, o anjo demorou “três sema-
nas completas” a chegar à Terra, junto a Daniel. O que 
é que impediu o anjo nesta viagem de três semanas? Ele 
foi contestado pelos anjos de Satanás. Algures no percurso 
entre o céu de Deus à terra, o anjo foi obrigado a passar 
por Satanás, no reino celestial. Lá ele resistiu aos anjos da 
maldade que o tentaram impedir de passar com uma men-
sagem para Daniel. O versículo 13 continua:
Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e 
um dias; porém Miguel, um dos primeiros príncipes, veio 
para ajudar-me, e eu obtive vitória sobre os reis da Pér-
sia.
Tudo isto ocorreu nos reinos celestiais. O líder dos anjos 
de Satanás é chamado de “o príncipe do reino da Pérsia”, o 
principal governante sobre a Pérsia. Relacionados a ele e, 
18
aparentemente, debaixo da sua autoridade estavam vários 
“reis” ou anjos menores. Em seguida, no lado de Deus, 
o anjo que veio para ajudar o anjo original era o arcanjo 
Miguel.
Em Daniel 12:1, lemos isto sobre Miguel:
Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o 
defensor dos filhos do teu povo, e haverá tempo de angús-
tia, qual nunca houve, desde que houve nação até aquele 
tempo; mas, naquele tempo, será salvo o teu povo, todo 
aquele que for achado inscrito no livro.
A expressão “grande príncipe” pode-se interpretar como 
“arcanjo”. Este especial arcanjo Miguel mantém a guarda 
sobre os filhos do povo de Daniel, os filhos de Israel.
Miguel, de alguma maneira especial, é encarregado por 
Deus para vigiar os interesses e proteger Israel. Dado que 
toda esta revelação se centrava em torno do futuro de Is-
rael, era de todo o interesse para Israel que o mensageiro 
conseguisse atravessar. Então, quando o primeiro anjo foi 
impedido, o arcanjo Miguel veio para ajudá-lo e eles com-
bateram lá contra os anjos satânicos durante vinte e um 
dias.
Os anjos satânicos foram representados por um que era 
conhecido como o príncipe do reino da Pérsia (o supre-
mo governante) e sob as suas ordens diferentes reis ou 
subordinados governantes de várias áreas de autoridade. 
Por exemplo, pode haver um rei em cada grande cidade 
do império Persa, um grupo étnico mais importante, talvez 
também sobre cada uma das várias religiões pagãs do im-
pério Persa. Ficamos com uma imagem de um reino com 
uma estrutura altamente organizada em diversas áreas e ní-
veis de autoridade descendentes, com os quartéis-generais 
19
nos lugares celestiais, o qual é o reino de rebeldes, seres 
espirituais descaídos.
O anjo fala novamente sobre o conflito em Daniel 10:20:
…Sabes por que eu vim a ti? Eu tornarei a pelejar contra 
o príncipe dos persas…
Por outras palavras, a batalha contra o anjo satânico que 
dominou o império da Pérsia não foi ainda concluída; ha-
verá mais guerra nos céus. O anjo continua:
…e, saindo eu, eis que virá o príncipe da Grécia.
Por outras palavras, uma vitória foi obtida durante sobre o 
anjo maligno, que rege o império da Pérsia; o próximo im-
pério também vai ter o seu próprio anjo satânico específico 
que é o governante, ou príncipe, da Grécia.
No Versículo 21, o anjo que fala com Daniel diz:
Mas eu te declarei o que está expresso na escritura da ver-
dade; e ninguém há que esteja ao meu lado contra aque-
les, a não ser Miguel, vosso príncipe.
Assim, vemos mais uma vez que o arcanjo Miguel está es-
pecificamente associado a proteger e a guardar os interes-
ses do povo de Deus, Israel. Vemos também que foi neces-
sário unir as forças do primeiro anjo às forças do Miguel, 
para superar os anjos satânicos governantes do reino de 
Satanás, que se opuseram ao próprio trabalho e propósito 
de Deus para Israel.
Poderá admirar-se com a referência à Pérsia e à Grécia. 
Deixe-me lembrá-lo de que havia quatro grandes impérios 
Gentios que sucessivamente dominavam Israel e a cidade 
20
de Jerusalém, sensivelmente desde o século V a.C. e daí em 
diante: Babilónia, Pérsia, Grécia e Roma. De entre eles, a 
Pérsia e a Grécia foram significativas, porque naquela épo-
ca eram os dois impérios Gentios mais dominantes.
Vemos a partir destas passagens em Daniel, que a batalha 
se centra em torno do povo de Deus e dos Seus propósitos. 
Creio que isto ainda hoje é verdade. Sempre que o povo de 
Deus e os Seus propósitos são postos em prática, a batalha 
espiritual será mais intensa. Na minha opinião, nos dias 
em que vivemos hoje, o centro do conflito é mais uma vez 
sobre Israel e a cidade de Jerusalém.
O efeito da oração de Daniel é algo de surpreendente. 
Quando Daniel começou a orar na terra, ele colocou todos 
os céus em movimento, tanto os anjos de Deus como os 
anjos de Satanás. Isso dá-nos um espectacular conheci-
mento sobre o que a oração pode fazer.
 
Também estou impressionado com o facto de que os anjos 
de Deus aparentemente necessitaram da ajuda das orações 
de Daniel para cumprirem as suas missões. Mais uma vez, 
isso dá-nos um tremendo discernimento sobre a eficácia 
da oração.
4 - AS ARMAS E O CAMPO DE BATALHA
Vamos abordar agora dois aspectos relacionados com a ba-
talha espiritual: em primeiro lugar, as armas que temos de 
usar; em segundo lugar, o campo de batalha na qual a guer-
ra é travada. Ambos são revelados em 2 Coríntios 10:3-5:
21
Porque, embora andando na carne, não militamos segun-
do a carne. Porque as armas da nossa milícia não são 
carnais… (versão JFA)
A Versão do Padrão Americano diz:*
No entanto andamos na carne, não estamos na guerra de 
acordo com a carne, porque as nossas armas de guerra 
não são carnais…
(*Não temos esta versão em Português, por isso traduzi-mo-la à letra). 
Note, que Paulo diz que estamos a viver na carne, envol-
vidos numa guerra, mas a nossa guerra no reino não é car-
nal. Por isso, usamos as armas que devem corresponder à 
natureza da guerra. Se a natureza da guerra for carnal ou 
física, então podemos usar armas carnais ou físicas, tais 
como tanques, bombas ou balas. Porque a guerra é espiri-
tual e, num reino espiritual, as armas também devem ser 
espirituais.
Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim 
poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando 
nós sofismas e toda altivez que se levante contra o conhe-
cimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obe-
diência de Cristo. (Versão JFA)
... Porque as armas da nossa guerra não são da carne, 
mas divinamente poderosas para a destruição das forta-
lezas. Estamos a destruir todas as especulações e nobres 
coisas que se levantam contra o conhecimento de Deus, e 
levamos cada pensamento cativo à obediência de Cristo... 
(Versão do Padrão Americano*)
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Repare, que as nossas armas são apropriadas para a guerra, 
e estamos a lidar com fortalezas.
 
Na versão do Rei Tiago lê-se:
Apesar de andarmos na carne, não guerreamos segundo a 
carne, porque as armas da nossa guerra não são carnais 
(carnais ou físicas), mas poderosas em Deus para derru-
bar lugares seguros; subjugar toda a imaginação, e cada 
altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, le-
vando cativo todo o pensamento à obediência de Cristo...
(de igual modo, esta tradução não existe em português, por 
isso, está traduzida à letra).
A versão do padrão Americano diz “fortalezas” a versão 
do Rei Tiago diz “lugares seguros.”
A guerra é no reino espiritual, consequentemente, as ar-
mas, são espirituais e adequadas para o reino da guerra. 
Estas armas vão ser o meu tema principal, nos dois capí-
tulos seguintes: “A nossa Armadura Defensiva” e “Armas 
de Ataque.”
É extremamente importante que, entendamos que a bata-
lha está a decorrer. Falando do campo de batalha e dos 
nossos objectivos, Paulo usa várias palavras. Eu escolheria 
entre as diferentes traduções as seguintes palavras: ima-
ginações, raciocínios, especulações, argumentos, conheci-
mento e pensamento. 
Repare, que cada uma destas palavras se refere ao mesmo 
domínio particular, o domínio da mente. É absolutamente 
necessário compreender que o campo de batalha é na 
esfera da mente. Satanás aposta numa guerra que cujo 
objectivo é cativar as mentes da raça humana. Ele está a 
23
construir lugares seguros e fortalezas nas suas mentes e é 
da nossa responsabilidade, como representantes de Deus, 
usarmos as nossas armas espirituais para quebrar essas for-
talezas, para libertar a mente dos homens e mulheres e, 
em seguida, levá-los cativos à obediência de Cristo. Que 
missão surpreendente que isso é!
Satanás deliberada e sistematicamente constrói lugares se-
guros nas mentes das pessoas. Estas fortalezas resistem à 
verdade do evangelho e da Palavra de Deus e impedem 
que elas sejam capazes de receber a mensagem do evan-
gelho.
Que tipo de fortalezas a Bíblia indica? Gostaria de sugerir 
duas palavras bastante comuns em Inglês que descrevem 
o tipo de fortificações na mente das pessoas: preconceito 
e pré-concepção.
Não sei se já ouviu falar desta definição de preconceito: é 
estar perante uma situação ou assunto acerca do qual não 
domina e de antemão nem se dispõe a considerar. Por ou-
tras palavras, senão souber nada acerca desse assunto, para 
si isso já é uma coisa que não lhe oferece credibilidade. Se 
não partir primeiro de si chegar a essa conclusão, então 
é porque é algo impensável. Se isto se aplicasse a algum 
grupo então seria a um grupo de pessoas religiosas, porque 
a maior parte do que as pessoas religiosas não ouviram 
falar, enfrentam com desconfiança imediata.
Há um outro exemplo de preconceito que está contido na 
famosa declaração, “Não me confunda com os factos, nada 
vai mudar o que eu já sei disto!” Isto é preconceito. Quan-
do a mente de uma pessoa já está preconcebida, nenhum 
facto, verdade, prova ou razão pode alterá-lo. Apenas as 
armas espirituais podem quebrar essas fortalezas. As pes-
soas são motivadas e dominadas por preconceitos e pre-
24
concepções, o que muitas vezes as levará à sua própria 
destruição. 
Um exemplo que realmente me impressionou, talvez por 
ser inglês, aconteceu na Guerra Revolucionária Americana 
em que os soldados foram lutar contra os rebeldes ameri-
canos. A ideia inglesa da guerra foi usar uniformes bastan-
te coloridos e marchar em linha ao som dos tambores para 
a batalha. Os atiradores americanos escondiam-se nas ár-
vores e pântanos e simplesmente atiravam sobre eles, sem 
serem vistos. Nos nossos padrões de hoje, isso seria con-
siderado um suicídio militar. Nesse tempo, porém, as pes-
soas não poderiam conceber o combate de qualquer outra 
forma. Foi uma fortaleza de preconceito e preconcepção 
que causou a morte desnecessária de milhares soldados in-
gleses. Este é apenas um exemplo de como um preconceito 
mental pode conduzir as pessoas à sua própria destruição.
Há outros exemplos de preconceitos que se apoderam das 
mentes do povo, tais como cultos religiosos, ideologias 
políticas, preconceitos raciais. Estes são encontrados, fre-
quentemente, entre os cristãos professos.
 
Há algum tempo atrás, eu estava a pregar na África do 
Sul. Fui convidado a pregar sobre o tema dos principados e 
batalha espiritual. À medida que meditava sobre ele, pare-
cia que o Senhor me estava a revelar quem era o “homem 
forte” que estava dominando a África do Sul, e percebi que 
este homem forte é: o fanatismo. Procurei a palavra “fa-
nático” no dicionário e esta foi a definição que encontrei 
mais apropriada: “Aquele que ocupa, independentemente 
do motivo, e atribui peso desproporcional a algumas cren-
ças ou opiniões.” Também é uma fortaleza, é algo que Sa-
tanás constrói na mente das pessoas.
25
Depois de ter falado sobre isso, um ministro que nasceu 
na África do Sul e conhecia bem o país, disse-me: “Não 
poderia ter descrito melhor os problemas da África do Sul. 
A África do Sul está cheia de intolerância religiosa, racial 
e confessional. A raiz dos problemas desta nação é o fana-
tismo.” Os Sul-africanos, individualmente, são um grupo 
encantador de pessoas, mas as suas mentes foram cativa-
das e ficaram presas na fortaleza do fanatismo. Não estou 
a insinuar que as pessoas da África do Sul são diferentes 
das outras pessoas, elas simplesmente têm a sua fortaleza 
muita própria. 2 Coríntios 4:4 afirma:
Nos quais o deus deste século cegou o entendimento dos 
incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evan-
gelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.
A fortaleza é algo que cega as mentes dos homens, para 
que a luz do evangelho não possa brilhar neles. Quando 
uma pessoa está nesta condição, é completamente inútil 
discutir com ela. Quanto mais se alega, quanto mais se 
tentar mostrar o seu erro, mais firmemente ficam presos 
nesse erro. A única forma de libertar essas pessoas é utili-
zar as nossas armas espirituais para derrubar as fortalezas 
nas suas mentes.
5 - A BASE DA NOSSA VITÓRIA
Agora, vou explicar o facto mais importante que precisa-
mos de saber, a fim de garantir a vitória na nossa batalha 
espiritual. Em Colossenses 2:13-15, Paulo descreve o que 
Deus fez por nós, como crentes, através da morte de Cristo 
na Cruz em nosso nome.
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E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgres-
sões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida jun-
tamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo 
cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que 
constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, remo-
veu-o inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando 
os principados e as potestades, publicamente os expôs ao 
desprezo, triunfando deles na cruz. 
Permita-me primeiro avisar que Satanás está extremamen-
te determinado em que não chegue ao conhecimento pleno 
deste facto. Ele quer manter todosos cristãos na ignorân-
cia acerca desta verdade, pois é a chave para a sua derrota. 
A grande verdade essencial é esta: Cristo já derrotou Sa-
tanás e todos os seus poderes e autoridades malignos 
totalmente e para sempre.
Se não se lembrar de mais nada, ao menos lembre-se do 
seguinte: Cristo já derrotou Satanás e todos os seus pode-
res e autoridades malignos totalmente e para sempre. Ele 
fez isso através da Sua morte na cruz, através do Seu san-
gue derramado, e através da Sua ressurreição triunfante.
Para perceber de que maneira é que foi alcançado, é preci-
so reconhecer que a principal arma que Satanás usa contra 
nós é a culpa. Apocalipse 12:10 afirma:
Então, ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora, veio 
a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade 
do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos ir-
mãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do 
nosso Deus.
Quem é o acusador dos irmãos? Sabemos que é Sa-
tanás. Como já anteriormente referi, Satanás tem 
acesso à presença de Deus e a sua ocupação prin-
27
cipal é acusar-nos a nós que cremos em Jesus. 
Porque é que Satanás nos acusa? Qual é o seu objectivo? A 
resposta resume-se numa simples frase: para nos fazer sen-
tir culpados. Enquanto Satanás nos conseguir manter com 
este sentimento de culpa, não o podemos derrotar. Culpa, 
é a chave para a nossa derrota e justiça é a chave para a 
nossa vitória.
Deus, através da Cruz, resolveu este problema de culpa, 
tanto no passado como no futuro. Ele fez provisão com-
pleta para ambos. Como é que Deus lida com o passado? 
Colossenses 2:13 diz: “…perdoando todos os nossos de-
litos…”
Através da morte de Jesus Cristo em nosso nome, como 
o nosso representante, transportando a nossa culpa e pa-
gando a nossa pena, Deus é agora capaz de nos perdoar de 
todos os nossos actos pecaminosos. Porque a Sua justiça 
foi satisfeita pela morte de Cristo, Ele pode perdoar todos 
os pecados que temos cometido, sem nunca comprome-
ter a Sua própria justiça. A primeira coisa que temos de 
compreender é que todos os nossos actos pecaminosos do 
passado, não importando quantos ou quão graves foram 
perdoados, quando pomos a nossa fé em Jesus.
Então, Deus fez provisão para o futuro, como nos mostra 
em Colossenses 2:14:
…tendo cancelado o escrito da dívida, que era contra nós 
e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, 
removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz.
O “escrito da dívida” é a lei de Moisés. Jesus, na Cruz 
aboliu lei de Moisés como sendo o requisito para a obten-
ção da justiça com Deus. Enquanto a lei de Moisés foi a 
exigência, cada vez que não se cumpria um dos requisi-
28
tos por mais pequeno que fosse, éramos culpados perante 
Deus. Quando a lei deixou de ser o requisito para alcançar 
a justiça, tornou possível de imediato que nós vivêssemos 
livres de culpa, porque é a nossa fé que passou ser o requi-
sito para a justiça.
Relacionado a este assunto encontramos duas passagens. 
Uma delas está em Romanos 10:4:
Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele 
que crê. 
Esta é uma declaração importante. Judeu ou gentio, cató-
lico ou protestante, não faz diferença. Cristo não é o fim 
da lei como parte da Palavra de Deus, ou como uma parte 
da história de Israel, ou em qualquer outro aspecto, Ele é o 
fim da lei como um meio de alcançar justiça com Deus. 
Nós não somos obrigados a manter a lei, a fim de sermos 
justos. A outra passagem está em 2 Coríntios 5:21:
Aquele que não conheceu pecado, ele fez o pecado por 
nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.
Isto é a troca divina. Jesus foi feito pecado com o nosso 
pecado, para que que possamos ser justos com a Sua jus-
tiça. Depois de perceber o facto de que fomos feitos jus-
tos com a justiça de Cristo, o diabo já não pode fazer-nos 
sentir culpados por mais tempo. Assim arma principal de 
Satanás foi-lhe retirada. Jesus desarmou os principados e 
potestades através da Sua morte na Cruz. Ele tirou-lhes a 
principal arma que tinham contra nós.
29
Agora eu quero mostrar-lhe o resultado da vitória de Cristo 
através de nós. Já vimos a declaração da vitória de Cristo 
em Colossenses 2:15:
…e, despojando os principados e as potestades, [toda a 
maldição do reino de Satanás] publicamente os expôs ao 
desprezo, triunfando deles na cruz. 
Um triunfo não é realmente a conquista de uma vitória, é a 
celebração de uma vitória que já foi ganha. Jesus, através 
da Sua morte na Cruz, demonstrou a todo o universo a Sua 
vitória sobre todo o reino satânico. No entanto Jesus não 
ganhou esta vitória para Ele próprio. Não precisava dela 
para si, mas conquistou-a para nós.
Os propósitos da vitória de Deus são para dar fruto e serem 
demonstrados através de nós. Em 2 Coríntios 2:14 (um dos 
meus versículos favoritos), Paulo diz:
Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos con-
duz em triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar 
a fragrância do seu conhecimento.
Não admira que Paulo diga, “graças a Deus.” Quando se 
consegue perceber a mensagem deste versículo, só nos 
resta mesmo render graças a Deus. Ele em todo o tempo 
partilha connosco o triunfo de Cristo sobre o reino de Sata-
nás. Existem duas formas adverbiais, “sempre” e “em todo 
o lugar”. Isto significa que não há tempo e lugar onde não 
possamos partilhar visivelmente o triunfo de Cristo sobre 
o reino de Satanás.
Em Mateus 28:18-20, Jesus declara:
Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a auto-
ridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei 
30
discípulos de todas as nações, baptizando-os em nome 
do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a 
guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que 
estou convosco todos os dias até à consumação dos sécu-
los.
Aqui Jesus diz que, através da Sua morte na Cruz, Ele ar-
rancou a autoridade de Satanás, obtendo-a para si mesmo, 
e Deus investe Nele toda a autoridade no céu e na terra. 
Então Ele diz: “Portanto ide e fazei discípulos...” Qual é a 
implicação da palavra “Ide? “ Jesus diz, “Eu conquistei a 
autoridade, agora chegou a tua vez de a usares. Demons-
tra a Minha vitória a todo o mundo cumprindo a Minha 
missão.”
Gostaria de fazer três declarações simples sobre a vitória 
de Jesus. Em primeiro lugar, a tentação no deserto, Jesus 
pessoalmente derrotou Satanás. Conheceu-o, resistiu à sua 
tentação, e derrotou-o. Em segundo lugar, na Cruz, Jesus 
derrotou Satanás em nosso lugar; não para Si próprio, mas 
para nós. Ele não precisava da vitória para Si, porque Ele 
já a tinha, mas ele ganhou a vitória para nós e o derrotou o 
nosso inimigo. Ele desarmou o nosso inimigo publicamen-
te, “expondo-o a nu”, revelando-o tal como ele é, em nosso 
favor. Terceiro, agora a nossa responsabilidade é demons-
trar e administrar a vitória de Jesus.
Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos con-
duz em triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar 
a fragrância do seu conhecimento.
(2 Coríntios 2:14)
Lembre-se que “sempre” e “em todo o lugar” Cristo tor-
nou possível a vitória para nós.
Parte 2
a NOSSa arMaDUra 
DeFeNSIVa
32
33
6 - A ARMADURA COMPLETA DE DEUS
Já expliquei que nós como representantes do Reino de 
Deus aqui na terra, nos encontramos envolvidos numa 
guerra intensa contra o reino oposto, extremamente bem 
organizado e governado por Satanás. É um reino formado 
por seres espirituais malignos (pessoas sem corpos), cujo 
quartel-general está nos reinos celestiais.
O campo desta batalha situa-se nas mentes das pessoas. 
Satanás construiu a fortaleza do preconceito e da incre-
dulidade nas mentes da raça humana com o objectivo im-
pedir de conhecer a verdade do evangelho. O nosso Deus, 
atribui-nos a tarefa de derrubar estas fortalezas mentais, 
libertando assim os homens e as mulheres do engano de 
Satanás e, em seguida, levá-los à submissão e obediência 
a Cristo.
A nossa capacidade para cumprir esta tarefa que Deus nos 
incumbiu, depende principalmente de dois factores: Emprimeiro lugar, que nós aceitemos com base na Escritura 
que, na Cruz Jesus derrotou totalmente Satanás por nós, 
sendo agora da nossa responsabilidade demonstrar e ad-
ministrar a vitória que Jesus já conquistou. Em segundo 
lugar, temos que utilizar de forma adequada as armas es-
pirituais que Deus nos proporcionou. Estas armas espiritu-
ais dividem-se em duas categorias principais: as armas de 
defesa e as armas de ataque. Nesta fase, vamos tratar da 
primeira categoria, as armas de defesa.
Efésios 6:10-17 é a nossa base:
Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do 
seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para 
poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque 
34
a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra 
os principados e potestades, contra os dominadores des-
te mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, 
nas regiões celestes. Portanto, tomai toda a armadura de 
Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de 
terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, 
firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da cou-
raça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evan-
gelho da paz; embraçando sempre o escudo da fé, com o 
qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Ma-
ligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada 
do Espírito, que é a palavra de Deus.
Na passagem “Portanto tomai toda a armadura de Deus...”, 
Paulo refere-se ao assumir da armadura de Deus na sua to-
talidade. Eu já comentei em diversas ocasiões, que quando 
se encontra a palavra “portanto” na Bíblia, é necessário 
descobrir o “porquê”. O “portanto” neste versículo está lá 
por causa do versículo anterior onde Paulo diz: “... Porque 
a nossa luta não é contra carne e o sangue, e sim contra 
os principados, contra os dominadores deste mundo te-
nebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões 
celestes.”. É porque estamos envolvidos nesta luta de vida 
e morte com as forças espirituais malignas do reino de Sa-
tanás que devemos a nós mesmos (e pelo que a Palavra de 
Deus requer de nós), colocar a armadura total de Deus. É 
significativo que por duas vezes nesta passagem (v. 11 e 
13) Paulo alerte: 
“Revesti-vos de toda a armadura de Deus” Na verdade, 
fomos claramente informados pela Escritura que nos de-
vemos proteger com a armadura total de Deus.
No versículo 13, Paulo dá mais um motivo: “Para que 
possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido 
tudo, permanecer inabaláveis.” Reflicta na expressão “no 
35
dia mau.” Eu não acredito que isto signifique a Grande Tri-
bulação ou alguma catástrofe profética que irá surgir em 
todo o mundo (apesar de acreditar na existências dessas 
catástrofes). Neste contexto “no dia mau”, creio que se re-
fere a algo menos bom que cada cristão irá enfrentar. Este 
será um momento em que ele tem que enfrentar as forças 
do mal, onde a sua fé estará a ser desafiada e onde todo o 
tipo de oposição e problemas será lançado sobre ele.
Paulo não questiona a necessidade de enfrentar o dia mau. 
Não é uma opção, mas uma certeza. Penso muitas vezes na 
parábola que Jesus contou relativamente aos dois homens 
que construíram as suas casas. O homem insensato cons-
truiu sobre a areia, mas o homem sábio construiu sobre a 
rocha. A casa do homem insensato acabou por cair, o que 
não aconteceu com a do homem sábio. A diferença entre 
essas duas casas não foi as intempéries, pois cada casa pas-
sou pelas mesmas situações: vento, chuva, tempestades e 
inundações. A diferença foi a base sobre a qual elas foram 
construídas.
Nada nas Escrituras indica que nós, como cristãos, iremos 
escapar a tribulações. Não vamos escapar ao “dia mau,” 
temos pois que estar preparados para passar por isso. Por 
isso Paulo nos alerta “tomai toda a armadura de Deus.”
Paulo para transmitir esse alerta, usa a imagem de um le-
gionário romano dos seus dias e enumera as seis peças do 
equipamento que normalmente um legionário usaria. Per-
mita-me descrevê-las para si:
Em primeiro lugar, o cinto da verdade; em segundo lugar, 
a couraça da justiça; terceiro, os sapatos da preparação do 
evangelho; em quarto lugar, o escudo da fé; quinto, o capa-
cete da salvação e em sexto lugar, a espada do espírito.
Irá entender, à medida que meditar sobre isto, que se co-
locar todas estas seis peças do equipamento, estará total-
36
mente protegido desde o cimo da sua cabeça até às plantas 
dos pés com uma excepção. Não existe qualquer protecção 
para as costas, acerca disto explicaremos mais adiante.
7 - O CINTO DA VERDADE
A primeira peça do equipamento é o cinto da verdade. Te-
mos de compreender por que razão, um legionário romano 
iria precisar de um cinturão como parte do seu equipamen-
to. Note-se que, naquela época, o vestuário dos homens 
(bem como o das mulheres) era composto por uma única 
peça de roupa, larga e cujo comprimento era pelo menos 
até aos joelhos. No caso do legionário romano, era uma 
espécie de túnica.
Quando um legionário romano era obrigado a fazer algo 
activo, tal como a luta ou utilizar as suas armas, ele teria 
que ter cuidado com este vestuário. Se ele não o tivesse, 
as suas abas e pregas prejudicariam os seus movimentos 
e impediam-no de utilizar o resto do seu equipamento de 
forma eficaz.
A primeira coisa que ele tinha que fazer era amarrar bem 
o cinto à volta da sua cintura, de tal forma que a túnica o 
deixasse livre e em nada pudesse dificultar ainda mais os 
seus movimentos. Isto era essencial, e foi a base para tudo 
o resto. É por isso que Paulo menciona o cinto da verdade 
antes de ele falar de qualquer outra coisa.
Paulo transmite que para nós o cinto simboliza a verdade. 
Creio que não significa a verdade teológica e abstracta, 
mas a verdade que é praticada no dia-a-dia: ou seja a ho-
nestidade, a sinceridade, a abertura e a franqueza.
37
As pessoas religiosas encontram-se frequentemente carre-
gadas de muito fingimento e hipocrisia. Muitas das coisas 
que dizem não são propriamente o que pretendem dizer, 
mas dizem-no apenas porque lhes parece que ficará bem. 
Estamos cheios de clichês religiosos e insinceridades. Há 
coisas que fazemos não com o intuito de agradar a Deus 
ou porque realmente queremos fazê-las, mas para agradar 
a outras pessoas. Praticamente cada grupo religioso tem o 
seu próprio cliché particular, como por exemplo: “Jesus 
vai-te ajudar, meu irmão.” Normalmente isto é só da boca 
para fora, apenas para “ sacudir a água do capote”; porque 
não é Jesus que tem que ajudar o teu irmão, és TU que tens 
que ajudar o teu irmão. 
 
Conversa religiosa como esta é como uma túnica larga 
e solta (equipamento legionário romano), só atrapalha e 
impede-nos de pôr em prática o tipo de coisas que Deus 
realmente quer que façamos. Impede-nos de ser cristãos 
activos, enérgicos e eficazes. Também nos impede de usar 
o restante equipamento. Somos obrigados, antes de tudo, 
a colocar o cinto da verdade. Temos que pôr de lado o fin-
gimento, a hipocrisia, os clichês religiosos e tudo o que 
dizemos e fazemos que na realidade não é o pretendemos.
Muitas vezes a verdade é bastante dolorosa. Tens que co-
meçar a mostrar às outras pessoas que tipo de pessoa que 
realmente és. Mesmo que tenhas fingido ou te escondido 
durante muito tempo atrás de uma máscara religiosa, agora 
estás a ser confrontado com a necessidade da verdade, da 
abertura e da franqueza. Tens que pôr o cinto, amarrá-lo 
à tua volta; para que com isso possas acabar com as in-
sinceridades; e as falsidades religiosas não possam mais 
circular em torno de ti, impedindo de seres e fazeres o que 
na verdade Deus requer de ti.
38
8 - A COURAÇA DA JUSTIÇA
A couraça do legionário romano protege, acima de tudo, 
um órgão absolutamente vital do corpo humano: o cora-
ção. A Bíblia indica que o coração é de suma importância 
nas nossas vidas como declarou Salomão em Provérbios 
4:23: 
Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o coração, por-
que dele procedem as fontes da vida.
Fui professor, no Quénia,África Oriental, durante cinco 
anos. Familiarizei-me com algumas das tribos lá existen-
tes e aprendi um pouco das suas línguas. Um dia, na pa-
rede do dormitório de um estudante, eu li Provérbios 4:23 
citado na língua Maragoli. Traduzi literalmente para mim 
e nunca me esqueci desta tradução. “Guarda o teu coração 
com toda a tua força porque todas as coisas da vida vêm 
daí.”
O que tem no seu coração inevitavelmente determinará o 
rumo da sua vida, para o bem ou para o mal. É essencial 
proteger o nosso coração de todos os tipos de males. Paulo 
fala sobre a couraça da justiça como sendo uma protecção 
do coração.
Temos que perguntar a nós mesmos o que se entende por 
justiça neste contexto. Felizmente, Paulo retoma este tema 
da armadura noutra epístola. Em I Tessalonicenses 5:8, ele 
diz o seguinte:
Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios, revestin-
do-nos da couraça da fé e do amor e tomando como capa-
cete a esperança da salvação.
39
Aqui Paulo descreve a couraça, de um outro ponto de vis-
ta. Ele chama-lhe “a couraça da fé e do amor.” Coloque 
essas duas passagens em conjunto: “a couraça da justiça” é 
uma “couraça da fé e do amor.” Isto revela o tipo de justiça 
que Paulo tem em mente. Não é a justiça de obras, ou de lei 
religiosa, mas é a justiça que vem somente pela fé.
Paulo fala sobre este tipo de justiça novamente em Fili-
penses 3:9:
…[que eu] seja achado nele [Cristo], não tendo justiça 
própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em 
Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé…
Paulo, coloca agora os dois tipos de justiça lado a lado. 
Primeiramente, ele fala de uma justiça própria, derivada 
da lei e diz que isto não é o suficiente. Como alternativa, 
ele fala da justiça que vem de Deus baseada na fé. Esse é 
o tipo de justiça que ele tem em mente quando fala sobre 
a couraça da justiça que protege o coração. Enquanto ves-
tirmos uma couraça que provém da nossa própria justiça, 
Satanás pode encontrar muitos pontos fracos e muitas ve-
zes pode penetrá-la com os seus ataques causando danos 
no nosso coração. Temos que colocar uma couraça que, 
não seja a nossa própria justiça, mas a justiça de Cristo. 2 
Coríntios 5:21, diz:
Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por 
nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.
Baseado na Escritura, tornamo-nos convictos e aceitamos 
pela fé que nos tornamos a justiça de Deus. Essa é a única 
espécie de couraça que pode proteger o nosso coração e a 
nossa vida. Este tipo de justiça, Paulo enfatiza que, vem 
somente pela fé. Portanto não há outra maneira de conse-
gui-la.
40
Sempre que me relembro da oração de Jesus a Pedro, na 
noite antes da Sua paixão, quando Jesus advertiu Pedro 
que ele o iria trair naquela mesma noite, fico comovido. No 
contexto dessa advertência, Jesus disse: “Pedro, eu tenho 
orado por ti.”Jesus não orou para, que Pedro não O traísse. 
Nestas circunstâncias, sob as pressões que se desenvolvem 
e com as conhecidas debilidades na personalidade de Pe-
dro, era inevitável que ele iria trair Jesus. Mas Jesus orou 
uma oração diferente: a única oração que poderia realmen-
te ajudar Pedro. Jesus disse em Lucas 22:31-32:
Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos pe-
neirar como trigo!
Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfale-
ça…
Note, “para que a tua fé não desfaleça.” Mesmo que ele 
negasse o Senhor e se mostrasse muito fraco e cobarde, 
tudo ainda poderia ser recuperado desde que a sua fé não 
falhasse. Este é a couraça da fé e do amor. A fé é o elemen-
to essencial para esta. A fé que estamos a analisar funciona 
somente através do amor. Gálatas 5:6, diz:
Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incir-
cuncisão têm valor algum, mas a fé que actua pelo amor.
Pelo que entendi, o que Paulo no fundo pretende transmitir 
é: “Não há nenhuma espécie de ritual ou cerimónia, por 
si só, que seja suficiente. A única coisa essencial, sem o 
qual não podemos ter sucesso na vida cristã, é a fé, a que 
trabalha através do amor. Não é uma fé passiva ou teórica. 
Trata-se de uma fé activa que funciona apenas através do 
amor.”
41
Quanto mais medito sobre isso, mais impressionado fico 
com o poder irresistível do amor. Amo a passagem dos 
Cantares de Salomão 8:6-7, que diz:
Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre 
o teu braço, porque o amor é forte como a morte, e duro 
como a sepultura, o ciúme; as suas brasas são brasas de 
fogo, são veementes labaredas.
As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os 
rios, afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens da 
sua casa pelo amor, seria de todo desprezado.
Pense na afirmação: “o amor é forte como a morte.” A mor-
te é única coisa inevitável que todos nós iremos encontrar. 
Não há ninguém que lhe possa resistir; não há maneira de a 
evitar. A Escritura diz que o amor é forte como a morte.
Pense nisso! O amor é imprescindível, vence sempre, não 
há nenhuma maneira que possa ser derrotado! O Amor 
protege-nos de todas as forças negativas como o ressen-
timento, falta de perdão, amargura, desânimo e desespe-
ro que podem corromper os nossos corações e estragar as 
nossas vidas. Lembre-se, tudo o que existe na vida vem do 
coração.
Paulo descreve este amor em 1 Coríntios 13:4-8:
O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ci-
úmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz 
inconvenientemente, não procura os seus interesses, não 
se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a 
injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo 
crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor jamais acaba; mas, havendo línguas, cessarão; 
havendo ciência, passará…
42
Esta é a couraça de que precisamos, a que nunca falha. 
Uma couraça onde não existem pontos fracos que permi-
tam Satanás a possa penetrar. O que Paulo transcreve ca-
racteriza fielmente a imagem da couraça: O amor sempre 
protege, sempre confia, sempre espera, sempre persevera. 
Quando tiver esta couraça de fé que actua através do amor, 
ela sempre o protegerá. Irá guardar o seu coração de cada 
ataque e tentativa de Satanás para penetrar nessa área vital 
da sua vida.
9 - OS SAPATOS DA PREPARAÇÃO 
DO EVANGELHO
Os legionários romanos normalmente usavam sandálias 
altas e fortes, com tiras de couro para mantê-las seguras. 
Geralmente eram atadas com tiras de couro até aos gé-
meos (músculos situados um pouco abaixo dos joelhos). 
Eram uma parte muito importante do equipamento do le-
gionário, porque lhes permitia marchar longas distâncias 
em consideráveis velocidades. Isto deu-lhes mobilidade, 
permitindo assim estar ao dispor do seu comandante no 
momento e no lugar onde eles eram mais necessários. 
Pense nestas sandálias e na importância que é estar bem 
equipado para assim ter mobilidade e disponibilidade para 
o seu comandante, o Senhor Jesus Cristo. Isto aconteceu 
comigo, é real; faz parte da minha experiência pessoal.
Durante dois anos, no decorrer da II Guerra Mundial, eu 
servi numa unidade hospitalar do exército britânico nos 
desertos do Norte de África. Houve alturas em que tra-
balhávamos numa divisão armada muito perto das linhas 
inimigas, por vezes à noite. No deserto não é fácil saber 
exactamente onde estão as linhas inimigas, porque toda a 
guerra é muito móvel. Nessas situações, o nosso coman-
43
dante sempre nos deu ordens para que não descalçarmos 
as nossas botas durante a noite, por isso dormíamos com 
elas. Evidentemente, a razão é bastante óbvia. Normal-
mente não fica no seu melhor quando é acordado com um 
som irritante. Se não tiver as botas calçadas e, há confusão 
à sua volta, corre o risco de perder alguns minutos precio-
sos apalpando no escuro à procura delas, e seguidamente 
tentando colocá-las e atá-las. Se, no entanto, tiver as suas 
botas calçadas, estará imediatamente disponível. A chave 
para ter sucesso é: a disponibilidade e a mobilidade.
Semelhantemente, é o que acontece no campo espiritual e 
percebemos isso quando Paulo se refere ao nosso equipa-mento. Os sapatos, ou as sandálias, são chamados de “a 
preparação do evangelho”. Por outras palavras, significa 
estar-se preparado com alguma coisa. Como cristãos, de-
vemos ter uma compreensão clara do evangelho. Muitos 
cristãos dizem que estão salvos e que nasceram de novo, 
no entanto não conseguem explicar de uma maneira clara 
como foram salvos ou como alguém se salva. Penso que 
“preparação” inclui o estudo da Escritura, memorização 
das Escrituras, e a capacidade de transmitir com clareza a 
mensagem do evangelho. Repare também que, Paulo lhe 
chama “o evangelho da paz.” É um evangelho que pro-
duz a paz do coração e da mente de quem nele acredita 
e obedece.
Sobre a paz, uma coisa é certa: só podemos transmitir paz 
para os outros se nós próprios tivermos paz! Nós não po-
demos transmitir algo que não experimentámos. Podemos 
falar sobre isso, podemos teorizar, mas não se pode trans-
mitir.
Há uma passagem muito significativa em Mateus 10:12-
13, onde Jesus deu instruções aos primeiros discípulos, 
44
mais propriamente quando Ele os enviou pela primeira vez 
a pregar o evangelho. Eis uma parte da Sua instrução:
Ao entrardes na casa, saudai-a; se, com efeito, a casa for 
digna, venha sobre ela a vossa paz; se, porém, não o for, 
torne para vós outros a vossa paz.
Repare no importante significado desta frase, “se, com 
efeito, a casa for digna, venha sobre ela a vossa paz…”. 
Ou seja, ao entrar numa casa deve conceder a sua paz, será 
que possui paz para dar ou transmitir? Porque, obviamente 
não se pode dar algo que não se esteja desfrutando. 
Deixe-me dar um pequeno exemplo de como isto pode 
funcionar. Suponha que é um(a) senhor(a) a fazer compras 
num supermercado. Enquanto espera na caixa, há uma se-
nhora que está, obviamente, à beira de um colapso nervo-
so. Ela está nervosa e trémula e Deus direcciona-o(a) para 
ajudá-la. O que vai fazer? Vai dizer: “Vamos à igreja no 
domingo de manhã?” Isso não irá satisfazer a sua necessi-
dade. Se isto é tudo o que poderia dizer, então é porque não 
tem os seus “sapatos” calçados.
Tendo os seus sapatos calçados significa que está sempre 
pronto para fazer qualquer coisa quando e como Deus o 
orientar. Primeiro de tudo, tem que ter paz. Deve deixar 
que a pessoa sinta que tem algo que ela não tem e que 
precisa desesperadamente. Pode-se sentir paz transmitida 
por outras pessoas.
Quando alguém está desejando encontrar esta paz, você 
tem que ter capacidade para transmitir de uma maneira 
simples e sem recorrer a linguagem religiosa como ela 
pode encontrar a paz. Tem que saber transmitir o evange-
lho. A isto se chama os “sapatos da preparação do evange-
lho da paz.”
45
10 - O ESCUDO DA FÉ
No Novo Testamento em Grego, há duas palavras diferen-
tes para “escudo”. Uma refere-se a um pequeno escudo cir-
cular, moldado mais ou menos como uma cesta de vimes 
grande, redonda e de superfície plana. A outra refere-se a 
um escudo rectangular longo e esta palavra tem origem na 
palavra porta, porque no fundo ele é parecido com uma 
porta. É este o tipo de escudo a que Paulo se refere quando 
ele diz “o escudo da fé.”
Um legionário romano devidamente treinado poderia usar 
o escudo para que nenhuma parte do seu corpo pudesse 
ser atingida pelos mísseis do inimigo. Está completamente 
protegido; este é o tipo de fé que Paulo fala quando se re-
fere a ela como um escudo.
Quando fizer face a Satanás, se começar a causar-lhe al-
gum problema, pode ter a certeza que ele vai contra-atacar. 
Primeiro, ele pode contra-atacar as nossas mentes, os nos-
sos corações, os nossos corpos, ou as nossas finanças, por 
isso precisamos de ter um escudo que nos cubra. Ele irá 
atacar qualquer área que ele possa alcançar. Se ele não nos 
poder atacar, ele vai atacar os mais próximos de nós. Se é 
um homem casado, a primeira coisa que Satanás irá atacar 
é a sua esposa. É quase garantido. Esta é uma das maneiras 
que ele usará para atingi-lo a si, tal como era o seu objecti-
vo inicial. É indispensável ter um escudo suficientemente 
grande para proteger tudo aquilo pelo qual Deus vos tor-
nou responsáveis, incluindo-o a si, a sua família, e tudo o 
que Deus providenciou para si. Aprendi esta lição de uma 
maneira muito prática.
Numa certa altura estava a ministrar para uma mulher que 
tinha um espírito de suicídio. Num determinado momento, 
46
ela recebeu a libertação de uma maneira tão clara e radi-
cal que imediatamente percebeu que estava livre. Ambos 
louvámos a Deus. No dia seguinte ela voltou para me ver e 
contar este notável incidente: num dado momento aquando 
da sua libertação, o seu marido estava a conduzir ao longo 
da estrada, no seu camião pick-up aberto, e o seu cão Pas-
tor Alemão estava em pé (como sempre gostava de fazer) 
na parte traseira do camião. Sem razão aparente, enquanto 
o camião viajava em alta velocidade, o cão saltou para fora 
e morreu instantaneamente.
No momento em que ela me contou aquilo, percebi que 
o espírito de suicídio, que a deixou, passou para o cão. 
Satanás atacou a coisa mais próxima que poderia atingir. 
Eu aprendi uma lição e confio que nunca mais a precisarei 
de aprender novamente. Sempre que eu ministro libertação 
para as pessoas, clamo pela protecção da fé no sangue de 
Jesus sobre tudo o que esteja ligado a elas. Isto ensinou-me 
a importância do escudo da fé como sendo um grande es-
cudo na forma de uma porta, que protege tudo o que Deus 
nos providenciou. 
A fé é mencionada duas vezes na lista da armadura. A cou-
raça é fé e amor, o escudo é o escudo da fé. Cada utiliza-
ção de “fé” deve ser entendida de uma maneira um pouco 
diferente: a couraça é fé para a nossa própria justiça, mas 
o escudo é fé para a protecção e provisão de nós e de todos 
os que Deus nos tem confiado. E isso cobre tudo.
Aprendi isto de uma maneira clara, no início do meu mi-
nistério de rádio. Quando eu comecei este ministério, foi 
notável como muitas coisas ao mesmo tempo correram 
mal no escritório e na produção. Equipamentos que de-
veriam ter funcionado perfeitamente de repente deixaram 
de funcionar. O pessoal ficou doente, as mensagens foram 
extraviadas. A confusão quebrou o que normalmente es-
47
tava bem organizado e ordenado. Então eu percebi que 
era necessário ampliar o escudo da fé. Satanás foi contra 
atacando e ele não poderia chegar a mim, pessoalmente, 
então atacou uma coisa da qual eu dependia, daqueles que 
apoiavam o meu ministério. Mas, agarrei o escudo da fé, 
repreendi este poder de confusão e a paz e a ordem foram 
restauradas. Mais uma vez, aprendi uma lição. Temos de 
erguer o escudo da fé para a plena protecção e provisão.
11 - O CAPACETE DA SALVAÇÃO
A quinta peça do equipamento é o capacete da salvação. 
Vou compartilhar algumas verdades preciosas relativas a 
isso, que eu aprendi com os meus próprios conflitos.
Quando olho reflicto nesses conflitos, recordo-me das pa-
lavras de Paulo em Romanos 8:37:
Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, 
por meio daquele que nos amou.
O que significa ser mais do que vencedores? Isso significa 
não só ganhar a batalha, mas de facto sair dela com mais 
do que tínhamos quando fomos para lá. Já vi muitas vezes 
isto se tornar realidade na minha própria vida.
Ao lidar com o escudo, vimos que ele protege o coração. 
Agora que nós estamos a olhar para o capacete, podemos 
ver que ele protege a cabeça e que a cabeça representa a 
mente. Com efeito, estamos a falar de um capacete que 
protege as nossas mentes.
Vimos anteriormente que o campo de batalha espiritual 
onde decorre esta guerra é na mente da humanidade. Como 
48
a mente é o campo de batalha, é óbvio que temos de ser 
especialmente cuidadosos em proteger as nossas próprias 
mentes.
Na Segunda Guerra Mundial ao prestar funções em hos-
pitais, por experiência tornei-me consciente disto. Natu-
ralmente, uma pessoa ferida na cabeça, já não pode fazer 
uso efectivo do resto do seu equipamento. Ele pode ser um 
soldado muito corajoso e eficiente e ter excelentes equipa-
mentos,mas quando ele é ferido na cabeça, torna-se muito 
difícil para ele fazer um bom uso da sua capacidade e do 
seu equipamento.
No mundo espiritual, isto acontece muitos obreiros cris-
tãos. Sinto-me privilegiado por ter estado ligado ao mi-
nistério em diferentes tempos e em diferentes lugares com 
muitos servos maravilhosos de Deus, quer homens quer 
mulheres. Penso particularmente nos missionários que vi-
vem sobre uma pressão espiritual extrema. Alguns missio-
nários com quem trabalhei eram homens e mulheres de 
Deus, dedicados e qualificados com grande habilidade; 
percebia-se neles a verdadeira chamada. 
Muitas vezes, porém, permitiram que fossem feridos na 
cabeça. Quero com isto dizer que, eles permitiram que 
a depressão ou a desconfiança nos outros trabalhadores 
cristãos os mantivesse presos. Estes problemas nas suas 
mentes impediram-nos de ter o tipo de eficácia que os mis-
sionários e os servos de Deus poderiam ter tido. Sendo 
feridos na cabeça, não podiam utilizar o resto do seu equi-
pamento.
Na minha própria vida, travei uma tremenda luta pessoal 
com a depressão por muitos anos. Era como uma nuvem 
cinza escura ou névoa que se estabeleceu sobre mim, ora 
estava bem, ora estava mal, tornou-se difícil para mim co-
49
municar com os outros. Deu-me um sentimento de deses-
pero e, embora em muitos aspectos seja um talentoso e 
qualificado servo do Senhor, eu tinha esta impressão, “Os 
outros podem, mas eu não consigo. Nunca conseguirei fa-
zer isto. Vou ter que desistir.”
Eu lutei contra esta depressão durante muitos anos, fiz tudo 
o que podia: orei, jejuei, procurei Deus, li a Bíblia. Então 
um dia, Deus deu-me a revelação que resolveu o meu pro-
blema. Eu estava a ler em Isaías 61:3, que diz:
e a pôr sobre os que em Sião estão de luto uma coroa 
em vez de cinzas, óleo de alegria, em vez de pranto, veste 
de louvor, em vez de espírito angustiado; a fim de que se 
chamem carvalhos de justiça, plantados pelo Senhor para 
a sua glória…
Quando li as palavras”espírito angustiado”, algo saltou 
dentro de mim. Eu disse: “Este é o meu problema! É disto 
que eu preciso de ser liberto. Li outras passagens da Es-
critura sobre libertação, orei uma simples oração de fé, e 
Deus libertou-me sobrenaturalmente daquele espírito an-
gustiado.
Então entendi que precisava de uma protecção especial 
para a minha mente. Estava familiarizado com a passagem 
em Efésios 6 e disse para mim mesmo: “Tem que ser o 
capacete da salvação”.
De seguida pensei: “Isso quer dizer que tenho o capacete 
porque sou salvo? É automático?” Vi que não podia ser 
assim, porque Paulo estava a escrever para as pessoas que 
eram cristãs, quando ele disse, “colocai o capacete da sal-
vação”. Eu estava direccionado para uma passagem para-
lela em 1Tessalonicenses 5:8:
50
Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios, revestin-
do-nos da couraça da fé e do amor e tomando como capa-
cete a esperança da salvação.
E quando eu li esta frase, “a esperança da salvação”, tive 
uma revelação instantânea do Espírito Santo. Vi que a pro-
tecção para a mente é a esperança, mas a protecção para 
o coração é a fé. Nós muitas vezes misturamo-las. A fé 
Bíblica está no coração: “Com o coração o homem crê na 
verdade.” A Fé bíblica é a couraça que protege o coração. 
Mas a protecção da mente é a esperança.
Temos de ver a ligação entre a fé e a esperança. E isso 
afirma-se claramente em Hebreus 11:1:
Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convic-
ção de factos que não se vêem.
A fé é a base sobre a qual a esperança é construída. Quan-
do temos fé válida, também temos esperança válida. Quan-
do não temos fé válida, também poderemos ter uma espe-
rança não válida; a esperança pode ser um mero desejo. 
Mas quando temos um verdadeiro alicerce da fé, podemos 
construir uma esperança que é válida por isso sendo a pro-
tecção da nossa mente.
Gostaria de definir esperança de uma maneira muito sim-
ples, de acordo com a Escritura. Esperança é uma calma e 
firme expectativa do bom baseado nas promessas da Pala-
vra de Deus. Num certo sentido, ela é um optimismo contí-
nuo. Esta é a protecção da mente. Esperança é uma atitude 
optimista que sempre escolhe por ver o melhor e que não 
cede à depressão, dúvida, e à auto-piedade.
Para a esperança existe um fundamento bem claro na Pala-
vra de Deus, em Romanos 8:28:
51
Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daque-
les que amam a Deus, daqueles que são chamados segun-
do o seu propósito.
Se nós realmente sabemos que tudo o que acontece nas 
nossas vidas está a ser aproveitado e orientado por Deus 
para o nosso bem, então não há motivo para pessimismo. 
Cada situação é sempre motivo para optimismo. Optimis-
mo é o capacete. Enquanto nós nos mantivermos sob ele, 
as nossas mentes estão protegidas contra todos os ataques 
subtis de Satanás: seja a dúvida, o desânimo, a auto-pieda-
de, a desconfiança, e por aí fora.
Quando o Espírito Santo me mostrou que o capacete para 
proteger a nossa mente é a esperança, foi como uma espé-
cie de sermão para mim. Subitamente reuni um número 
de passagens no Novo Testamento que têm haver com ela. 
Permita-me apenas falar de algumas. 
Em Romanos 8:24, lê-se:
Porque, na esperança, fomos salvos…
O que significa isso? Não há esperança, não há salvação. 
Esperança é uma parte essencial da nossa experiência de 
salvação. Veja o contraste da condição de não sermos sal-
vos em Efésios 2:12:
 …[antes de conhecer a Cristo] naquele tempo, estáveis 
sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estra-
nhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem 
Deus no mundo. 
Estar sem Cristo, sem esperança e sem Deus é a condição 
dos perdidos. Ela nunca deve ser a condição do cristão. Se 
temos Cristo, temos esperança e temos Deus. Colossenses 
1:2 afirma:
52
Aos santos e fiéis irmãos em Cristo que se encontram em 
Colossos, graça e paz a vós outros, da parte de Deus, nos-
so Pai.
O verdadeiro mistério, o segredo do evangelho, é “Cristo 
em nós”. Se Cristo está em si, então tem esperança. Se não 
tem esperança, é como se Cristo não estivesse em si. Você 
não é uma alma perdida, mas quero dizer que não está a 
viver na experiência da salvação. Esperança na sua mente 
é uma parte essencial da sua experiência de salvação. Em 
Hebreus 6:17-20, há duas belas imagens de esperança:
Por isso, Deus, quando quis mostrar mais firmemente aos 
herdeiros da promessa a imutabilidade do seu propósito, 
se interpôs com juramento, para que, mediante duas coi-
sas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, for-
te alento tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a 
fim de lançar mão da esperança proposta;
A qual temos por âncora da alma, segura e firme e que 
penetra além do véu, onde Jesus, como precursor, entrou 
por nós, tendo-se tornado sumo-sacerdote para sempre, 
segundo a ordem de Melquisedeque. 
A primeira imagem da esperança é um altar. Sob a Antiga 
Aliança, o altar era um lugar de protecção dos vingadores 
de sangue. Quando se fugia para o altar, estava-se seguro. 
O escritor de Hebreus diz que quando todas as pressões 
estão contra nós, que fujamos para o altar, agarremo-nos a 
ele com toda a força e que não deixemos que nada nos tire 
dali: o altar é esperança.
Em segundo lugar, a esperança é como uma âncora a que 
nos agarramos no presente, mas cujos elos de corrente es-
tão firmados na eternidade, na própria presença de Deus. 
Neste mundo, somos como uma pequena embarcação no 
mar, tudo o que nos rodeia é temporário, inconstante, pou-
53
co fiável e mutável. Não há nada que nos possa dar segu-
rança e estabilidade. Se queremos ter segurança e estabili-
dade, precisamos de uma âncora no presente mas firmada 
na eternidade, na Rocha que é Jesus. Quando temos espe-
rança, estamos ancorados.
Finalmente, em Hebreus 10:23, lemos:
“Guardemos firme a confissão de esperança, sem vaci-
lar…”
Mantenha a esperança, não desista dela! Seja um optimis-
ta, ela é a protecção para a sua mente.
12 - A ESPADA DO ESPÍRITO
Há uma coisa quedistingue a espada das outras cinco pe-
ças que temos examinado. A espada é a primeira peça que 
não é puramente defensiva. Sem ela, não temos maneira 
nenhuma de expulsar o demónio. Se nós nos equiparmos 
com todas as outras peças da armadura, podemos realmente 
até ser capazes de evitar que o diabo nos fira, mas não po-
demos expulsá-lo do nosso redor. A única coisa que o pode 
fazer é a espada, que é chamada “A Palavra de Deus.”
A Bíblia compara a Palavra de Deus a uma espada, por-
que a Palavra de Deus trespassa e penetra. Hebreus 4:12, 
declara:
Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante 
do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao 
ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta 
para discernir os pensamentos e propósitos do coração.
54
A Palavra de Deus penetra em todas as áreas da perso-
nalidade humana. Ela penetra até à medula, a parte física 
mais íntima do nosso interior. Também penetra e divide 
entre alma e o espírito, a área mais secreta da personalida-
de humana. É mais afiada do que qualquer espada de dois 
gumes.
Em Apocalipse 1:16, onde se encontra registado que João 
teve uma visão de Jesus na Sua glória como o Senhor da 
Igreja, uma das coisas que ele viu foi uma espada a sair da 
boca de Jesus.
Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma 
afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o 
sol na sua força.
Esta espada de dois gumes é a Palavra de Deus que sai da 
boca de Jesus. Uma vez que é indicado nas Escrituras que 
o próprio Jesus usa a espada da Palavra de Deus, faríamos 
bem em estudar como Jesus a utilizava na Sua vida terres-
tre. O panorama mais claro desta situação é encontrado 
em Mateus 4:1-11, que descreve a tentação de Jesus por 
Satanás no deserto. Permita-me salientar que, cada vez que 
Jesus encontrou Satanás pessoalmente, a única arma que 
usou contra ele foi, a espada do Espírito, ou a Palavra de 
Deus.
A seguir, foi Jesus levado pelo Espírito ao deserto, para 
ser tentado pelo diabo. E, depois de jejuar quarenta dias 
e quarenta noites, teve fome. Então, o tentador, aproxi-
mando-se, lhe disse: Se és Filho de Deus, manda que estas 
pedras se transformem em pães. Jesus, porém, respondeu: 
Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda a 
palavra que procede da boca de Deus. Então, o diabo o le-
vou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo 
e lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque 
55
está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que 
te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não 
tropeçares nalguma pedra. Respondeu-lhe Jesus: Também 
está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus.
Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou-lhe 
todos os reinos do mundo e a glória deles e lhe disse: Tudo 
isto te darei se, prostrado, me adorares.
Então, Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está 
escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás 
culto.Com isto, o deixou o diabo, e eis que vieram anjos e 
o serviram.
Gostaria de frisar algumas coisas interessantes sobre esta 
passagem. Em primeiro lugar, nem Jesus, nem mesmo Sa-
tanás questionaram a autoridade das Escrituras. Isto não é 
notável? Particularmente porque Jesus de cada vez citou 
Deuteronómio, um livro que os modernos teólogos e críti-
cos adoptaram para pôr em causa as verdades teológicas. 
Pessoalmente, creio que Jesus e Satanás eram mais sábios 
do que os modernos teólogos. Ambos conheciam a autori-
dade das palavras.
Em segundo lugar, a base de toda a tentação contra Jesus 
era levá-Lo à dúvida. Cada vez que Satanás começava com 
as palavras “se és” ele pretendia claramente, provocar dú-
vida em Jesus.
Em terceiro lugar, como já foi indicado, Jesus não variou o 
Seu método de lidar com Satanás, utilizou sempre a mes-
ma arma da Palavra de Deus contra ele. “Está escrito... está 
escrito... está escrito...”
É importante sabermos que efectivamente o diabo pode 
citar a Escritura, mas ele aplica mal. Citou o Salmo 91, 
mas Jesus citou novamente Deuteronómio. O diabo tentou 
usar a Escritura contra o Filho de Deus. Se ele o fez con-
56
tra Jesus, ele certamente o fará contra si ou contra mim. 
Temos de conhecer as Escrituras minuciosamente, saber 
como aplicá-las e como lidar com o diabo. Temos que ter 
cuidado com as pessoas que aplicam mal a Escritura e que 
tentam seduzir-nos a fazer coisas erradas.
Jesus não respondeu ao diabo com teologia ou filiação reli-
giosa. Ele não mencionou que sinagoga frequentava, nem 
qual o sacerdote judaico que o tinha instruído. Ele sempre 
proclamou directamente a Escritura. “Está escrito ... está 
escrito ... está escrito ...” Após a terceira utilização desta 
espada de dois gumes, Satanás retirou-se derrotado, pois já 
tinha levado o suficiente. Você e eu temos o privilégio de 
ter esta arma à nossa disposição.
Em Efésios 6:17, onde Paulo fala sobre a espada do Espí-
rito, a Palavra de Deus, a palavra grega que ele usa para 
“palavra” é rhema, que basicamente significa sempre uma 
palavra falada. É significativo que a espada do Espírito não 
é a Bíblia na estante ou sobre a mesa-de-cabeceira. Isto 
não vai assustar o diabo. Mas quando proferir a Escritura 
com a sua boca e a citar directamente, então ela torna-se a 
espada do Espírito.
Observe também o significado da expressão “a espada do 
espírito.” Isto indica a cooperação entre o crente e o Es-
pírito Santo. Temos que erguer a espada, o Espírito San-
to não o vai fazer por nós. Mas quando nós erguemos a 
espada em fé, então o Espírito Santo dá-nos o poder e a 
sabedoria para utilizá-la.
57
13 - A áREA DESPROTEGIDA
O nosso estudo até aqui foi sobre as seis peças que com-
põem a armadura protectora. Elas são, o cinto da verdade, 
a couraça da justiça, os sapatos da preparação do evan-
gelho, o escudo da fé, o capacete da salvação, e a espa-
da do Espírito, que é a Palavra de Deus. Se colocarmos e 
utilizarmos todo este equipamento de protecção que Deus 
providenciou, estamos totalmente protegidos desde o cimo 
da nossa cabeça até às plantas dos nossos pés, exceptuando 
uma área.
Há uma área para a qual não existe qualquer protecção: as 
nossas costas. Penso que isto é muito importante e tem uma 
dupla aplicação. Em primeiro lugar, nunca virar as costas 
ao diabo, porque se o fizer, está a dar-lhe a oportunidade 
de ele o ferir nessa área desprotegida. Por outras palavras, 
nunca desista. Nunca vire as costas e diga: “Já tenho o 
suficiente. Eu não posso suportar isto. Não aguento mais.” 
Isto faz com que volte as costas, a área desprotegida, para 
o diabo e pode ter a certeza que ele vai aproveitar essa 
oportunidade para o ferir. 
Em segundo lugar, nem sempre somos capazes de proteger 
as nossas próprias costas. Nas legiões de Roma a infanta-
ria lutava em fileiras cerradas. A palavra grega para fileira 
cerrada é “falange” Eles foram treinados para lutar desta 
forma e nunca quebrar as fileiras. Cada soldado conhecia 
o soldado posicionado à sua direita e à sua esquerda, para 
que, assim que fosse pressionado e não conseguisse pro-
teger as suas próprias costas, outro soldado o fizesse por 
ele.
Creio que o mesmo acontece connosco, como cristãos. 
Nós não podemos agir sozinhos, enfrentando e dominando 
o reino do demónio individualmente. Temos que nos su-
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jeitar à disciplina, encontrar o nosso lugar no corpo (que 
é o exército de Cristo), e saber quem fica à nossa direita 
e quem fica à nossa esquerda. Temos que ser capazes de 
confiar nos nossos camaradas. Então, quando estamos sob 
pressão, temos de saber quem lá vai estar para proteger as 
nossas costas, quando nós não as podemos proteger.
Estive no ministério quase quarenta anos e vi muita coisa. 
A verdadeira tragédia da nossa experiência cristã é que, a 
própria pessoa que protege as nossas costas, por vezes é a 
que nos fere. Quantas vezes nós como cristãos, somos fe-
ridos nas costas pelos nossos irmãos. Isto é algo que nun-
ca deveria acontecer. Reflictamos e optemos por decidir

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