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Tema 2 - Processos Psíquicos e Suas Alterações (SAVA)

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Tema 2 – Processos Psíquicos e Suas Alterações 
Descrição 
• Os processos psíquicos e suas principais alterações na 
consciência, atenção, orientação, sensopercepção, vivência 
de tempo e espaço, juízo, pensamento, afetividade e volição. 
 
Propósito 
• Conhecer as principais funções psíquicas abordadas pela 
psicopatologia e suas alterações é importante para 
elaboração de planos de intervenção clínica, bateria de 
avaliação psicológica e processos de psicodiagnóstico em 
todos os contextos de atuação do psicólogo. 
Objetivos 
• Módulo 1 
➢ Reconhecer as alterações da consciência, da atenção e 
da orientação 
• Módulo 2 
➢ Analisar as alterações da sensopercepção e da vivência 
do tempo e do espaço 
• Módulo 3 
➢ Avaliar as alterações do juízo de realidade e do 
pensamento 
• Módulo 4 
➢ Identificar as alterações da afetividade e da volição 
 
Introdução 
• O assunto deste conteúdo requer, primeiramente, a compreensão de alguns termos devido à delimitação de alguns aspectos etimológicos 
das palavras que direcionam as terminologias utilizadas nas alterações mentais, para depois entendermos as alterações psicopatológica 
intrínsecas às funções. Durante o estudo, você perceberá termos técnicos, que podem ser ouvidos em alguns consultórios médicos, na 
avaliação psicológica ou nos laudos clínicos dos profissionais da área de saúde. E, ao finalizar, você confirmará o quanto seu vocabulário 
profissional se tornou mais enriquecido, tornando-se capaz de conversar com colegas da sua profissão e das outras profissões que 
poderão fazer parte de uma futura equipe multidisciplinar. 
• Embora as dimensões biológicas e genéticas tenham fatores causais na saúde mental, precisamos compreender que as dimensões 
psicológicas e emocionais também têm igual importância. Dedicar-se a este estudo trará enormes ganhos para sua vivência profissional, 
pois, à medida que você dominar os conceitos trabalhados, mais bem compreendido será pelos seus pares, obtendo mais êxito nos planos 
terapêuticos, com melhor desempenho clínico. Assim, dividimos este conhecimento em quatro partes: as alterações da consciência, da 
atenção e da orientação; alterações da sensopercepção e da vivência do tempo e do espaço; alterações do juízo de realidade e do 
pensamento; e alterações da afetividade e da volição. 
____________________________________________________________________________________________________________________ 
MÓDULO 1 
• Reconhecer as alterações da consciência, da atenção e da orientação. 
 
Definições de Consciência 
• Costuma-se evocar como característica definidora dos seres humanos a sua capacidade de ter consciência. Alguns autores nomeiam e 
apresentam esse processo como o único que nos torna humanos e, portanto, capazes de sermos imersos nas qualidades de tempo e 
espaço. Logo, elaborar um conceito de consciência é de extrema importância. 
• A ciência neuropsicológica toma o conceito consciência como estado vígil, estado de vigilância, acordado, lúcido. Para esse campo, a 
consciência tem uma ligação com o Sistema Ativador Reticular Ascendente (SARA). Em relação à Psicologia, por um lado, temos uma 
dimensão do conceito de consciência psicológica que chamamos de consciência subjetiva, isto é, a forma como a atividade psíquica de um 
sujeito está voltada para a realidade, é o modo como ele percebe e conhece a sua realidade e os objetos à sua volta. Trata-se da relação 
do Eu com o ambiente. Por outro lado, a consciência objetiva pode ser definida como a soma total das experiências de um sujeito. 
 
Alterações Normais da Consciência 
• Não ficamos conscientes o tempo todo, nem temos consciência de todos os estímulos que nos cercam. Essa variação da consciência 
acontece enquanto estamos acordados, quando escolhemos nossos objetos de atenção e inibimos os outros, quando nosso corpo se 
adapta às diversas necessidades internas e externas. Podemos dizer que existem três alterações normais da consciência: os ritmos 
circadianos, o sono e o sonho. 
➢ OS RITMOS CIRCADIANOS - Comumente conhecido como relógio biológico, os ritmos circadianos ou ciclos circadianos, são oscilações 
fisiológicas naturais que organizam a temporalidade do nosso corpo para que ele consiga executar suas diversas funções, tais como 
sentir fome, frio, sede, acordar ou ficar atento. Os ritmos circadianos são autossustentados no período de 24 horas e é o que 
promove respostas eficientes aos desafios do ambiente físico e social; adapta o organismo às mudanças externas de luminosidade, 
temperatura ou dor; possibilita o processo de homeostase e imprime conjunção aos processos de funcionamento dos circuitos 
orgânicos. Em outras palavras, ritmo circadiano permite modular as diferenças entre os ambientes que uma pessoa frequenta, suas 
necessidades orgânicas e a otimização de energia para suas tarefas de trabalho e da vida social. Quem tem dificuldades quantitativas 
em funções que dependem do ritmo circadiano poderá ter transtornos psicológicos decorrentes dessas perturbações. Dessa 
maneira, o humor, a vontade, a atenção e outras funções mentais de uma pessoa que, por exemplo, sofre de insônia possuem 
profundas alterações que causam sofrimento físico e mental para o sujeito. 
➢ O SONO - O segundo tipo de alteração de que vamos falar é do sono. É um estado especial da consciência, que ocorre de forma 
recorrente e cíclica nos organismos superiores. É um estado comportamental e uma fase fisiológica normal e necessária ao 
organismo. Duas características importantes: o sono é endógeno, isto é, seus motivos são internos do próprio organismo, e cíclico. 
Durante o sono, o organismo restabelece funções importantes para seu funcionamento, mas ele pode ser normal ou ter traços 
anormais. Conhecer esses traços é muito importante para avaliar se o seu paciente “está dormindo bem ou não”, isto é, se tem um 
sono normal ou anormal. 
➢ O SONHO - O sonho sempre despertou a curiosidade e o fascínio dos seres humanos. Pela Psicanálise, o sonho passou ser 
considerado como um escriba do inconsciente que possibilita a um conteúdo reprimido vir à consciência com vias de ser realizado 
(FREUD, 1996). 
ATENÇÃO - A indicação para o tratamento dos sonhos anormais deve ser dirigida sob a lógica das abordagens teóricas escolhida pelo 
profissional de Psicologia. Do ponto de vista neuropsicológico, o sonho tem por função manter o sono, pois a manutenção deste último é de 
suma importância para o restabelecimento das funções orgânicas e cognitivas. 
Alterações Patológicas da Consciência 
• As alterações patológicas são classificadas como 
quantitativas, sindrômicas e qualitativas. As alterações 
quantitativas da consciência podem ser subdivididas em 
rebaixamento do nível da consciência e perda abrupta da 
consciência. Veja a seguir, como as alterações patológicas da 
consciência podem ser apresentadas: 
 
Alterações da consciência. 
Alterações Quantitativas 
• As alterações quantitativas estão associadas ao rebaixamento do nível da consciência e podem acontecer de maneira gradual, isto é, em 
forma de rebaixamento gradual ou de modo abrupto. 
➢ PERDAS GRADUAIS DA CONSCIÊNCIA - Por definição e natureza, o rebaixamento do nível da consciência acontece de forma 
progressiva que varia desde o estado desperto até o coma profundo. Chamamos o estado entre ambos os extremos de graus de 
rebaixamento da consciência e são definidos em quatro alterações, em grau crescente, tomando o primeiro como mais próximo do 
estado vígil e o último como ausência de toda atividade consciente: 
o Obnubilação- 1º Grau de rebaixamento do nível da 
consciência. É a alteração da consciência leve ou moderada. 
Manifesta-se semelhante a um estado de sonolência, a 
consciência apresenta-se turva. Tem uma diminuição de 
clareza das sensações e lentidão para compreender e se 
concentrar. A atenção apresenta-se diminuída, dirigindo-se 
apenas para o desejo de dormir e o paciente não consegue 
integrar todas as informações ambientais. Este primeiro grau 
já pode serobservado pelo eletroencefalograma. 
o Torpor - 2º Grau de rebaixamento do nível da consciência. 
Aqui, o paciente está claramente sonolento e só responde se 
for chamado de forma enérgica, porém, retornando ao 
estado de sonolência anterior. O paciente ainda tem uma 
lucidez moral e sobre a intimidade. 
o Sopor - 3º Grau de rebaixamento do nível da consciência. É 
um estado profundo de turvação da consciência. O paciente 
só consegue ficar desperto após um estímulo mais enérgico 
que no torpor. Existe inibição da motricidade e o 
eletroencefalograma é globalmente lentificado com 
predominância de ondas delta e teta. 
o Coma - 4º Grau de rebaixamento do nível da consciência. 
Esse é o grau mais profundo do rebaixamento do nível da 
consciência e se refere à perda completa da consciência. A 
característica principal é a ausência voluntária da consciência 
e, mesmo diante de um estímulo muito enérgico, o 
rebaixamento não é revertido para a atividade desperta. O 
estado de coma é subdivido em quatro graus de intensidade: 
semicoma, coma superficial, coma profundo e coma dépassé, 
mais comumente conhecido como morte cerebral. 
 
➢ PERDAS ABRUPTAS DA CONSCIÊNCIA - Os motivos das perdas abruptas da consciência são múltiplos, pois podem estar associados a 
causas orgânicas ou psicológicas. Os quadros que mais produzem perdas abruptas da consciência são hipotensão ortostática, 
hipoglicemia, crise dissociativa, crises convulsivas, como epilepsia, e síncopes por diversas causas. Essas perdas abruptas podem ser 
transitórias, reversíveis ou irreversíveis, e são chamadas de lipotimia e síncope. 
o Lipotimia - É uma perda parcial e rápida da consciência e 
experimentada como uma sensação de desmaio. 
o Síncope - É um colapso que provoca uma perda completa e 
abrupta da consciência. 
VOCÊ SABIA - O termo desmaio é um termo genérico utilizado pelos médicos ou pelo senso comum para designar os estados de síncope ou 
lipotimia. Igualmente, trata-se de uma perda abrupta da consciência, embora seja mais reconhecido quando se trata de uma síncope. 
 
Alterações Sindrómicas 
• As alterações sindrômicas também são conhecidas como alterações psicopatológicas associadas ao rebaixamento do nível da consciência. 
Um conjunto de sinais e sintomas psicopatológicos podem se formar a partir do rebaixamento do nível da consciência. Isso se chama 
quadro sindrômico e conhecê-lo é muito importante para delimitar o número possível de suas causas e facilitar o raciocínio clínico. No 
caso do rebaixamento do nível da consciência, um paciente pode apresentar três síndromes: delirium, estado onírico ou amência. 
➢ Delirium - É um termo utilizado para designar a maior parte das síndromes confusionais mais agudas. Isso quer dizer que o paciente 
aparenta estar confuso, seus pensamentos ambíguos e com conteúdo quase absurdo e sem lógica, desatenção, distorções 
perceptuais, rebaixamento da memória e compreensão. Esse quadro interrompe o ciclo circadiano, desregula as funções 
psicomotoras e pode apresentar um estado emocional de perplexidade, medo e irritabilidade. Para diferenciar o delirium, de um 
delírio ou alucinação, temos que conhecer a sua causa (nosologia) que no delirium é sempre fisiopatológica. Assim, delirium é um 
rebaixamento de nível da consciência e o delírio implica uma alteração do juízo. Importante destacar também que o delirium tem um 
início agudo, podendo apresentar alterações no EEG (em 80% dos casos). 
➢ Estado Onírico - Igualmente chamado de orinoide, refere-se a uma alteração da consciência em que o paciente percebe uma 
turvação semelhante a um sonho muito real. Predomina-se um caráter cênico, com imagens complexas, com detalhes, com traços de 
fantástico e, às vezes, terríficas. Por ser uma atividade alucinatória visual, é comum os pacientes manifestarem gritos, sudorese e 
agitação motora. 
➢ Amência - É um quadro de confusão mental, também decorrente do rebaixamento do nível da consciência, mas que se difere dos 
outros estados pela total incoerência do pensamento e uma perplexidade típica de um sintoma alucinatório. Atualmente, alguns 
profissionais preferem aplicar o termo delirium para os estados de amência. 
 
Alterações Qualitativas 
• Normalmente, podemos perceber todas as informações (externas ou internas) que se encontram dentro do nosso campo da consciência. 
Nele contamos dois constructos: o foco e a margem. 
➢ Foco - É a parte central da consciência, a parte iluminada. 
➢ Margem - É a parte da franja da consciência que, por não ser iluminada, também é chamada de umbral. Na margem estão os 
comportamentos automáticos e é onde acontecem as mensagens subliminares. 
• As alterações qualitativas da consciência acontecem nas variações do campo da consciência, de maneira que o foco e a margem oscilam 
em suas qualidades e no modo de interpretar os conteúdos registrados por eles. São cinco as alterações qualitativas da consciência: 
estados crepusculares, estado segundo, dissociação da consciência, transe, estado hipnótico. 
➢ Estados Crepusculares - É um estado transitório como uma obnubilação leve da consciência, que pode ser percebível, ou não, pelo 
paciente. A atividade e coordenação motora automáticas permanecem mantidas, mas o foco da consciência fica estreito, 
possibilitando ao indivíduo pensar poucas ideias e sentimentos de cada vez. É comum apresentar comportamentos explosivos e 
violentos, desordem emocional. Esses estados podem ser observados com quadros de epilepsia, intoxicações por álcool, em 
traumatismo craniano ou quadros dissociativos histéricos agudos. 
➢ Estado Segundo - É um estado transitório com muitas semelhanças ao estado crepuscular. Destaca-se como principal diferença a 
estranheza que o sujeito atribui às suas funções psicomotoras. Justamente por não conseguir interpretar suas ações motoras como 
da sua personalidade, cunhou-se o termo estado segundo como uma segunda personalidade, mas descarta os distúrbios clássicos de 
personalidade. A causa mais comum para exibição desse estado são os choques emocionais intensos. 
➢ Dissociação da Consciência - É um estado transitório em que o campo da consciência, o foco e a margem são claramente divididos. 
Isso quer dizer que o paciente perde o senso de unidade de sua personalidade, perdendo, assim, o senso da realidade. Esse estado 
geralmente é ocasionado por acontecimentos de intensa ansiedade e são comuns em pessoas com crise histérica e/ou com 
diagnóstico de personalidade histriônica e borderline. 
➢ Transe - É um estado transitório, comumente associado com alguma causa espiritual já conhecida pelo meio social, em que o 
paciente aparenta estar dormindo, mas sob o efeito de uma atividade motora automática, estereotipada e não voluntária. Nesse 
estado, o sujeito altera a margem com o foco, de modo que a sua personalidade se move para a margem, enquanto uma entidade 
toma-lhe o foco. Esse estado é semelhante ao que se encontra nos fenômenos de incorporação nas religiões de matrizes espíritas. 
➢ Estado Hipnótico - É um estado transitório da consciência que, mediante uma sugestão, um hipnotizador aumenta a atenção 
concentrada do indivíduo e estreita o seu foco. Para um observador desatento, o estado de hipnose pode parecer transe, mas estão 
ausentes os movimentos estereotipados e automáticos; da mesma forma, a personalidade permanece no foco da consciência, mas, 
dessa vez, estreitada e concentrada. 
 
 
Definições de Atenção 
• Podemos dizer que a atenção é a direção voluntária da consciência. É pela atenção que a consciência escolhe seu objeto de foco, para 
obter maior clareza e nitidez, que poderá auxiliar a consciência a otimizar o seu rendimento e alcançar maior desempenho do seu 
elemento de interesse. A atenção é complexa porque envolve o funcionamento de uma série de funções mentais elementares tais como: 
selecionar, organizar, filtrar, inibir, alternar e sustentar um determinado objeto, interno ou externo, de modo claro e vívido. 
 
Psicologia da Atenção 
• As funções psicológicas daatenção são avaliadas segundo a 
natureza, a direção e a amplitude. Observe o quadro dessas 
funções psicológicas para melhor compreensão: 
 
 
Funções Psicológicas da 
Atenção 
Tipos 
Natureza Atenção voluntária e atenção 
espontânea 
Direção Atenção externa e atenção 
interna 
Amplitude Atenção focal e atenção dispersa 
• A seguir, veja mais sobre as funções psicológicas de atenção: 
➢ NATUREZA DA ATENÇÃO - Divide-se em voluntária e 
espontânea. A atenção voluntária é a nossa capacidade 
de concentração e está submetida à intencionalidade do 
sujeito em direcionar sua atenção para um objeto. A 
atenção espontânea está relacionada ao interesse, 
portanto, tende ser momentânea e fortuita. Quando 
uma pessoa tem dificuldade em concentrar-se, 
certamente passará a ser regida pela atenção 
espontânea, isto é, alternará seu objeto de interesse 
diversas vezes. 
➢ DIREÇÃO DA ATENÇÃO - Pode ser: interna ou externa. A 
atenção interna é aquela que se dirige para dentro do 
próprio sujeito. Na atenção externa, o interesse maior 
está no mundo ou no corpo. 
➢ AMPLITUDE DA ATENÇÃO - É dividida em focal e 
dispersa. A atenção focal é a função que mantém um 
objeto no centro da consciência, isto é, no foco. A 
atenção dispersa é a função que se dedica ao campo da 
margem ao foco, fazendo com que o campo da 
concentração seja menos delimitado. 
➢ ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS DA ATENÇÃO - As 
alterações quantitativas da atenção referem-se ao 
aumento ou à diminuição global da atenção. Dessa 
maneira, altera as funções da natureza, da direção e da 
amplitude. São três as alterações quantitativas: 
hipoprosexia, hiperprosexia e aprosexia. 
• Agora, veja mais sobre as funções quantitativas de atenção: 
➢ HIPOPROSEXIA - É a diminuição global da capacidade da 
atenção. Comum nos quadros de fadiga extrema, o 
quadro se caracteriza pela dificuldade de perceber, 
compreender os estímulos, recuperar as informações da 
memória e dificuldade em pensar, raciocinar e integrar 
estímulos. 
➢ HIPERPROSEXIA - É o aumento global da capacidade da 
atenção, que gera a sensação de atenção acentuada. 
Comum nos casos de fixação mental ou de mania. 
➢ APROSEXIA - É a abolição total da capacidade da 
atenção, independentemente da intensidade do 
estímulo aplicado. Comum nos quadros de demência e 
acidentes isquêmicos. 
Alterações Qualitativas da Atenção 
• Essas alterações estão ligadas às alterações focais na atenção, isto é, em algumas capacidades específicas associadas à função da atenção. 
As funções qualitativas são avaliadas com a utilização dos conceitos da neuropsicologia e referindo-se diretamente à qualidade de 
vigilância (mobilidade) e de tenacidade. 
• Genericamente, costuma-se utilizar o termo paraprosexia ou disprosexia para as alterações acometidas na tenacidade e na mobilidade da 
atenção. Entretanto, para uma vida anímica saudável, uma pessoa tem que ter a capacidade de: 
➢ dar início e foco a uma atividade consciente; 
➢ sustentar a vigilância; selecionar e inibir estímulos irrelevantes; e 
➢ alternar o foco da atenção entre objetos. 
• Para empregar essas qualidades, usamos dois conceitos da qualidade da atenção: a tenacidade e a vigilância. A seguir, veja as definições 
das duas características (qualidades) opostas da atenção: 
➢ TENACIDADE - É a capacidade de alguém sustentar sua 
atenção em um estímulo por determinado tempo. 
➢ VIGILÂNCIA (OU MOBILIDADE) - É a capacidade de 
mudar o foco da atenção diante da variação dos 
estímulos. 
• Para conceituar a qualidade da atenção, utilizamos os termos hipertenacidade e hipotenacidade, referentes à inflação e à diminuição da 
tenacidade, respectivamente; bem como hipervigilância e hipovigilância, que apontam para aumento e diminuição da vigilância ou 
mobilidade da atenção. 
• O agrupamento dessas alterações gera as duas principais alterações qualitativas da atenção: 
➢ DISTRAÇÃO OU RIGIDEZ DA ATENÇÃO - É um estado de 
hipertenacidade com hipomobilidade da atenção. É um 
sinal de superconcentração ativa da atenção sobre 
determinados conteúdos com inibição de tudo o mais. 
 
➢ DISTRAIBILIDADE OU LABILIDADE DA ATENÇÃO - É o 
contrário da distração. É um estado de hipotenacidade 
com hipermobilidade da atenção. Estado patológico de 
instabilidade marcante e acentuada da atenção 
voluntária. O indivíduo não consegue manter por longo 
tempo sua atenção sobre um objeto. 
 
Definições de Orientação 
• A orientação é uma tecnologia essencial da consciência humana, que consiste na capacidade de situar a si mesmo com relação ao 
ambiente, ao tempo, à sua atividade mental e sua experiência diante de estímulos internos e externos. A orientação é extremamente 
fundamental para a sobrevivência, pois por ela se avalia perigo externo, oscilações e mudanças no mundo ou no corpo, bem como a 
noção de planejamento e reflexão, pois são duas posições que remetem ao tempo futuro e passado. 
 SAIBA MAIS - Como consequência da orientação, temos a organização mental. Pacientes organizados, isto é, com nível intelectual dentro da 
normalidade e ausência de alucinação, são também chamados indivíduos orientados. 
• Para compreender mais precisamente a capacidade de situar-se quanto a si mesmo e ao ambiente, podemos classificar as funções da 
orientação em três instâncias: orientação alopsíquica, que se divide em orientação temporal e espacial; orientação autopsíquica e 
orientação somatopsíquica. 
➢ ORIENTAÇÃO ALOPSÍQUICA - A orientação alopsíquica é a capacidade do paciente perceber o tempo e espaço em que vive. Como é 
dividido em duas partes, dizemos que a orientação espacial se refere à capacidade de o paciente situar-se no local exato em que está 
e sua geografia mais detalhada possível. E a orientação temporal é a capacidade de situar-se com relação à percepção do tempo. 
➢ ORIENTAÇÃO AUTOPSÍQUICA - Refere-se ao conhecimento que o indivíduo é capaz de emitir sobre si mesmo, suas qualificações 
cíveis e dados particulares. 
➢ ORIENTAÇÃO SOMATOPSÍQUICA - É a capacidade do indivíduo se referir como ele é afetado em relação ao espaço em que vive. Essa 
orientação abrange informações sobre como se sente naquele lugar em que está, se está sentido dor e onde, assim como sua noção 
de integridade corporal. 
 
Alterações da Orientação 
• É comum que a desorientação aconteça, primeiro com relação ao tempo, depois em relação ao espaço e, por fim, em relação a si mesmo. 
Em casos de recuperação do quadro de desorientação normal, ou seja, sem sequelas, o paciente recobra de modo inverso a sua 
consciência. Vamos conhecer alguns dos tipos de desorientação que podem ocorrer por lesões ou disfunções cerebrais: 
➢ DESORIENTAÇÃO POR REDUÇÃO DO NÍVEL DA CONSCIÊNCIA - É uma desorientação decorrente da turvação da consciência, 
impossibilitando o sujeito de compreender a realidade, manter a atenção, utilizar a memória de curto prazo e a memória de 
trabalho. Essa é a forma mais comum de desorientação, também conhecida por desorientação confusa ou desorientação torporosa. 
➢ DESORIENTAÇÃO APÁTICA - Decorrente de uma apatia, o indivíduo apresenta um desinteresse profundo, falta de motivação e pouca 
resposta aos estímulos externos. É característica nos quadros de depressão grave. 
➢ DESORIENTAÇÃO HISTÉRICA - Trata-se de um caso de dissociação. É comum que aconteçam alterações na identidade e é marcada 
pelo exagero, e pela incoerência dos sintomas e/ou suas causas. 
➢ DESORIENTAÇÃO POR DESAGREGAÇÃO - É um fenômeno comumente encontrado em pacientes com esquizofrenia em estado 
crônico ou avançado que desagrega os conceitos das palavras, inviabilizando com isso a formação e a fluidez dos pensamentos, 
trazendo uma forma visivelmente desorganizada e incoerente sobre si e sobre as coisas que o cercam. 
____________________________________________________________________________________________________________________ 
MÓDULO 2 
• Analisar as alterações da sensopercepção e da vivência do tempo e do espaço. 
 
Definições da Vivência de Tempo e Espaço 
• A vivência de tempo-espaçoé a percepção que um indivíduo 
tem do tempo e o seu senso de realidade. Cabe a essa função 
neuropsicológica viabilizar que uma pessoa possa discriminar 
alguma coisa que aconteceu ou pensou e alguma coisa que 
poderia estar acontecendo no momento presente. A partir 
dessa discriminação, seríamos capazes de compreender o 
que é uma memória e de distingui-la de uma fantasia. 
 
Alterações da vivência têmporo-espacial. 
• A coerência com que falamos e nos organizamos, bem como nossa identidade dependem da percepção de tempo. A experiência do 
tempo, além de pessoal, ainda pode ser influenciada pelo nosso estado afetivo e de humor. Podemos distinguir o tempo em dois: 
➢ Tempo subjetivo - É a experiência pessoal e é uma 
vivência interior do indivíduo. 
➢ Tempo objetivo - Refere-se ao tempo cronológico e é 
exterior ao sujeito. 
• Com relação à percepção do espaço, também podemos distinguir em dois: 
➢ Espaço profano - O espaço profano é caracterizado pela liberdade de ações e comportamentos, prevalência da informalidade e 
presença de regras mínimas para favorecer a convivência. 
➢ Espaço sagrado - É visto como significativo, desligado da realidade exterior e tende a acompanhar a sensação de que se está em 
outro lugar muito diferente. O movimento dentro do espaço sagrado é mais lento e é mediado por rituais, ritos ou liturgia, que 
caracterizarão o comportamento formal e cerimonioso. 
 
Alterações da Vivência do Tempo e Ritmo 
• O estado de vivência de tempo e ritmo pode ser compreendido nas seguintes dimensões: ilusão da duração de tempo, atomização do 
tempo, inibição da sensação de fluir do tempo, desintegração do tempo. 
➢ ILUSÃO DA DURAÇÃO DE TEMPO - É a descaracterização exagerada da percepção de tempo. Ocorre nos quadros de intoxicação por 
alucinógenos, psicoestimulantes e em casos de excesso de informações. 
➢ ATOMIZAÇÃO DO TEMPO - É a perda da capacidade de perceber a fluidez temporal com o estreitamento do registro das margens do 
passado e do futuro. Há a sensação de viver em uma sequência de pontos presentes que não se conectam entre si. Dessa maneira, 
não consegue compreender o devir, perde o senso da relação causa-efeito, apresenta fuga de ideias e distraibilidade. 
➢ INIBIÇÃO DA SENSAÇÃO DE FLUIR DO TEMPO - É um comprometimento na sensação do avanço subjetivo no tempo, de modo que 
não consegue sincronizar o tempo cronológico com o seu tempo interior. Esse quadro é muito comum nos ansiosos e nos 
depressivos, que não conseguem vivenciar o tempo externo em consonância com o interno. 
➢ DESINTEGRAÇÃO DO TEMPO - É a desvinculação da vivência com o tempo, de modo que o passado se apresenta como fragmento 
estranho à própria pessoa. 
 
Alterações da Vivência de Espaço 
• O estado de vivência de espaço pode ser compreendido em 
duas dimensões: espaço exterior e espaço interior. 
➢ Espaço exterior - Também chamado de limite exterior 
demarca o limite espacial que o paciente habita com 
relação ao outro. 
➢ Espaço interior - Refere ao espaço do ego da pessoa com 
relação à distância e vivência de espaço físico. 
EXEMPLO - Nos estados maníacos, há uma vivência do um limite 
exterior dilatado e amplo que pode até ultrapassar o limite do 
espaço alheio. No entanto, quando se trata de espaço interno e 
distância, o ego inflado parece transformar o espaço de distância 
e os espaços físicos maiores.
 
Definições da Sensopercepção 
• As informações do ambiente externo e do próprio corpo do sujeito são conhecidas por meio das sensações e da interpretação que 
fazemos delas. O estudo desse aparato mental chama-se sensopercepção, que começa pela forma de registro das estimulações e se 
estende para o modo como as pessoas vivenciam e interpretam o tempo e o espaço. Vandebos (2010, p. 832 e 695) define sensação e 
percepção da seguinde maneira: 
➢ Sensação - “[...] a unidade irredutível de experiência 
produzida por estimulação de um receptor sensorial e a 
resultante ativação de um centro cerebral específico 
produzindo a consciência básica de um som, odor, cor, 
forma, gosto, temperatura, sentido cinestésico, fome, 
sede, náusea e excitação sexual.” 
➢ Percepção - “[...] o processo ou o resultado de se tornar 
consciente de objetos, relacionamentos e eventos por 
meio dos sentidos, que inclui atividade como reconhecer, 
observar e discriminar”. Sem essa função, os estímulos 
jamais seriam integrados, organizados ou significativos 
para alguém. 
• Quando o estímulo que causa a sensação é externo e presente, utilizamos o termo imagem para designar que a percepção é real. 
• Quando tratamos de um estímulo que não está real, é oriundo da memória e que representa alguma coisa que já foi apresentada como 
uma imagem à nossa sensação, damos o nome de representação. 
• A terceira forma de experiência sensoperceptiva é a imaginação, uma atividade mental geralmente voluntária, que utiliza representações 
para produzir ou criar novos objetos ou soluções de problema. 
 
Alterações da Sensopercepção 
• Podemos dividir as alterações da sensopercepção em dois grandes grupos: alterações quantitativas e alterações qualitativas. Os conceitos 
apresentados são relativos à Psicologia. 
1. Alterações Quantitativas da Sensopercepção 
1.1 HIPERESTESIA - É a sensação anormalmente aumentada na 
intensidade e/ou na duração. Os indivíduos tendem a 
perceber os estímulos mais acentuados do que a maioria. 
Essa alteração pode acontecer mediante a forte emoção ou 
afeto, assim como nas intoxicações por alucinógeno. A 
alteração também pode ser encontrada em hipertireoidismo, 
esquizofrenia aguda e nos quadros de mania. 
1.2 HIPOESTESIA - É o contrário da hiperestesia e caracterizada 
pela sensação anormalmente rebaixada que gera uma 
percepção inferior ao que é normalmente experimentado. 
1.3 ANESTESIA - É a noção de perda da sensação, que pode ser 
experimentada em forma de dormência ou perda total da 
recepção de estímulo. Normalmente, é experimentada nas 
funções táteis. 
1.4 ANALGESIA - É a perda da sensação dolorosa de áreas da pele 
e parte do corpo. Comum em quadro de humor delirante e 
em crises de histeria. 
1.5 DISESTESIA - É a sensação anormal de dor, picada ou 
formigamento em alguma parte do corpo da pessoa, a partir 
de estímulos externos. 
1.6 PARESTESIA - É um termo controverso entre a Neurologia e a 
Psicologia. Para a Neurologia, ela tem semelhança com a 
analgesia, porém, no sentido psicológico, está associada à 
reação desproporcional e inadequada ao estímulo. Diz-se que 
a parestesia é marcante nos transtornos de personalidade, 
nas perversões sexuais, nas hipocondrias graves ou nos 
estados emocionais extremos. O que a diferencia da 
disestesia é a ausência de estímulos externos. 
 
2. Alterações Qualitativas da Sensopercepção 
Este grupo é o mais importante para as avaliações 
psicológicas. Veja como ele se apresenta: 
2.1 ILUSÃO - É uma percepção deformada da imagem de um 
objeto real e presente. Comumente ocorrem em três 
condições: rebaixamento do nível da consciência; fadiga 
grave ou na catatimia (estado afetivo acentuado). As ilusões 
mais comuns são as visuais, que variam de sombras e vultos 
até movimentos de objetos, animais e pessoas. As ilusões 
auditivas são a partir de estímulos sem clareza, nos quais o 
paciente tende a ouvir palavras com conteúdo significativo, 
chamando seu nome ou de outra pessoa próxima. 
 
 
ATENÇÃO - Nem toda ilusão é patológica! O valor diagnóstico para a 
diferenciação é a manutenção da ilusão, a voluntariedade da evocação e a 
qualidade da deformação. Desse modo, as ilusões voluntárias costumam 
ser removíveis, sendo assim, são normais; ao contrário, as ilusões 
involuntárias e irremovíveis são consideradas patológicas. São ilusões 
normais as imagens eidéticas, as pareidolias, a imaginação e a fantasia. As 
imagens eidéticas são as imagens formadas por poucos indivíduos, de 
modo voluntário que repete toda a nitidez e clareza como se estivesse 
presente; as pareidolias são representações formadas voluntariamentea 
partir de estímulos imprecisos do ambiente e, graças a essa função, 
conseguimos perceber sósias e criar imagens nas nuvens; a imaginação são 
imagens que ganham movimentos, produção e criação apenas no campo 
da representação e também é voluntário; por fim, a fantasia ou fantasma 
são processos inconscientes de realização de um desejo que não pode ser 
cumprido na realidade pelas condições morais ou impossibilidades 
têmporo-espaciais. 
2.2 ALUCINAÇÃO - É a percepção clara e definida de um objeto sem que esteja presente e seja real. Isso quer dizer que a percepção acontece 
sem a presença de um estímulo sensorial correspondente. Neste caso, o paciente narra com certeza subjetiva um objeto, de modo nítido 
e vívido, sem ter espaço para dúvidas ou incerteza. Acompanhe a seguir os tipos de alucinações na ordem da prevalência clínica: 
2.2.1 Alucinações Auditivas - São as mais comuns e 
podem ser simples ou complexas: 
2.2.1.1 Alucinações auditivas simples são ouvidos apenas ruídos 
primários como zumbidos, burburinhos, estalidos e 
cliques. 
2.2.1.2 Nas alucinações auditivas complexas são ouvidas vozes 
sem a presença de nenhum estímulo sensorial. 
Geralmente ameaçam, insultam e depreciam o paciente. 
2.2.2 Alucinações Musicais - São percepções de tons 
musicais, melodias ou ritmos sem o estímulo externo 
correspondente. É menos frequente, mas costumam 
ser encontradas nos grupos de transtornos 
neurológicos que envolvam perda de audição 
(hipoacusia). 
2.2.3 Alucinações Visuais - São percepções de objetos nítidos e vívidos sem a presença de estímulos sensoriais. Essas alucinações 
podem ser divididas em simples, escotomas, complexas, cenográficas ou liliputianas. 
2.2.3.1 As alucinações visuais simples ou fotopsias são as percepções que envolvem ver cores, bolas e pontos brilhantes. 
2.2.3.2 Os estocomas são a manutenção de pontos cegos no campo visual normal, com manchas escuras, absoltas, móveis ou imóveis. 
2.2.3.3 As alucinações complexas, também chamadas de configuradas, incluem imagem de pessoas, parte do corpo, entidades (demônios, 
santos ou fantasmas) e objetos inanimados. 
2.2.3.4 As alucinações cenográficas são as alucinações complexas, que incluem uma cena inteira em seu delírio. 
2.2.3.5 As alucinações liliputianas são percepções de personagens pequenos entre objetos reais da sua casa, comuns em pessoas portadoras 
de esquizofrenia que nunca tiveram uma crise com desrealização, mas não são comuns na clínica. 
2.2.4 Alucinações Olfativa e Gustativa – Também chamada de fantosmia (quando olfativa) ou fantageusias (quando gustativa). Ambos os 
casos incluem a percepção sem a presença de estímuços e destacada da memória, lembrança ou sensação. 
2.2.5 Alucinações Cenestésicas e Cinestésicas - As alucinações cenestésicas (ou somáticas internas) e as alucinações cinestésicas (ou 
funcionais). Essas alucinações são predominantes na esquizofrenia e têm uma diferença muito sutil. Enquanto a primeira refere-se a 
sensações incomuns e anormais de parte do corpo; a segunda concede movimentos corporais, como o corpo se movendo ou trocando de 
lugar, trazendo uma perturbação de indesejabilidade dentro da alucinação
2.2.6 Alucinação Autoscopia - É uma alucinação em que o paciente enxerga a si mesmo como se estivesse fora do seu corpo. É um 
fenômeno do duplo em que existe um eu fora e outro dentro do corpo. Em estados mais leves, esse sintoma pode parecer com uma 
sensação de uma presença e evoluir para a duplo. 
2.2.7 Alucinação Hipnagógicas e Hipnopômpicas - São alucinações que envolvem a transição do sono-vigília. As alucinações hipnagógicas 
são as que ocorrem no momento de despertar e as hipnopômpicas nos momentos de dormir. Esses sintomas podem ser índices ou sinais 
de paralisia do sono, cataplexia ou catalepsia. 
2.3 ALUCINOSE - Assim como nas alucinações, a percepção nas 
alucinoses não conta com um objeto real e presente 
externamente; elas se diferenciam das alucinações por serem 
imediatamente criticadas pelo indivíduo, que passa conceber 
o fenômeno como estranho ou patológico, e porque têm 
uma associação direta com lesões neurológicas, isto é, são 
marcadamente orgânicas. A síndrome do membro fantasma 
também é considerado um fenômeno de alucinose, pois o 
paciente forma uma representação real de natureza 
orgânica. 
2.4 PSEUDOALUCINAÇÃO - Segundo Cheniaux (2018), as 
pseudoalucinações se diferenciam das alucinações 
verdadeiras por não apresentarem corporeidade externa e, 
segundo o relato do paciente, só existirem “dentro da sua 
cabeça”. Essa sensação indica que a alucinação acontece 
apenas no espaço subjetivo interno paciente, de modo que 
abre o precedente da dúvida de o paciente estar ou não 
alucinando, por isso, pseudoalucinação. As alucinações mais 
comuns são as visuais e auditivas. 
MÓDULO 3 
• Avaliar as alterações do juízo de realidade e do pensamento. 
 
Elementos e Processos do Pensamento 
• Compreendemos que não existe uma forma única de pensar e nem um modo absoluto capaz de construir raciocínios que conduzam a 
conclusões verdadeiras. No campo da Filosofia, Aristóteles elencou e explicou os elementos básicos que estruturam o pensamento: os 
conceitos, os juízos e o raciocínio. Mais tarde, a Psicopatologia definiu as características para analisar os processos do pensamento: curso, 
forma e conteúdo. As alterações em cada uma das características nos elementos e nos processos eliciará uma psicopatologia diferente e 
formará o diagnóstico diferencial. 
• Análise do pensamento 
➢ Elementos 
o Conceitos - Surgem das percepções e representações, mas 
são totalmente cognitivos. Só podemos pensar e conhecer o 
que é nomeado, atribuído de significado e comparado com 
outros conceitos. 
o Juízos - A natureza dos juízos são os conceitos que, mantendo 
uma relação de continuidade, conjunção ou negação, entre 
um ou mais, por meio de uma forma significativa, geram 
novos conhecimentos sem nenhuma relação com as 
sensações, mas totalmente desenvolvidos pela linguagem. 
o Raciocínio - São os argumentos e as narrativas que justificam as relações entre os juízos e garantem o encadeamento de conhecimentos 
decorrentes do agrupamento de outras ideias, por meio da negação, correlação, comparação ou afirmação. 
➢ Processos 
o Curso o Forma o Conteúdo 
 
Alterações dos Elementos do Pensamento 
As alterações dos elementos do pensamento podem ter causa nos conceitos, nos juízos e no raciocínio. Vamos ver cada uma delas! 
1. Alterações do Pensamento com Causa nos Conceitos 
• Podemos dividir as alterações do pensamento com causa nos conceitos em dois tipos: 
1.1 Desintegração dos conceitos - É quando acontece a perda ou transformação anormal do conceito que as palavras trazem sobre o seu 
sentido original. 
1.2 Condensação dos conceitos - É a junção de um ou vários conceitos sobre alguma coisa ou palavra que diverge do original. Pode ser sob a 
forma de um neologismo patológico ou desassociação de um conceito. 
 
2. Alterações do Pensamento com Causa nos Juízos 
• Da mesma forma, as alterações do pensamento com causa nos juízos também podem ser divididas em dois tipos: 
2.1 Juízo deficiente - São juízos falsos, provenientes de uma cognição empobrecida, por deficiência intelectual ou retardo mental. Nesse caso, 
as pessoas não conseguem realizar conclusões elaboradas. 
2.2 Juízo de realidade - São os juízos que formam os delírios nos portadores do espectro esquizofrênico e as ideias deliroides daqueles que 
nunca romperam surtos psicóticos ou possuem transtornos de personalidade. Aprofundaremos nosso conhecimento nesta alteração 
adiante. 
 
3. Alterações do Pensamento com Causa no Raciocínio 
• As alterações do pensamento com causa no raciocínio são divididas em: Pensamento mágico, Pensamento deirístico, Pensamento inibido, 
Pensamento vago, Pensamento prolixo, Pensamento concreto, Pensamento deficitário, Pensamento demencial, Pensamento confusional, 
Pensamento desagregado, Pensamento obsessivo, Pensamento ruminativo perseverativo. Falaremos sobrecada uma delas a seguir: 
3.1 PENSAMENTO MÁGICO - São associações subjetivas entre as ideias, comumente envolvendo atributo de causalidade. Dizemos que são 
relações fortuitas e que obedecem a uma lógica associada ao sujeito e sem nenhuma relação com a objetividade. Os pensamentos 
mágicos são normais em crianças. Patologicamente, os pensamentos mágicos são vistos em quadros de TOC (transtorno obsessivo-
compulsivo). 
3.2 PENSAMENTO DEIRÍSTICO - São frontalmente opostos ao pensamento crítico e realista, costumam ser tendenciosos aos desejos do sujeito 
que os emite. São comuns nos transtornos de personalidade histriônica, esquizotípica, borderline e narcisista. 
3.3 PENSAMENTO INIBIDO - Pensamento com velocidade reduzida e número de conceitos, juízos e raciocínios rebaixados. O sujeito com 
pensamento inibido parece lento e pouco produtivo. 
3.4 PENSAMENTO VAGO - São pensamentos que formam juízos e encadeamentos confusos, sem clareza e depauperados. 
3.5 PENSAMENTO PROLIXO - Caracteriza-se pela pessoa não conseguir chegar à conclusão sobre o tema que está no foco do assunto, 
geralmente margeia o tema o tempo inteiro, podendo mesclar vários assuntos ao mesmo tempo, mostrando incapacidade de gerar tese, 
antítese e síntese. 
3.6 PENSAMENTO CONCRETO - Está presente nas pessoas que não conseguem diferenciar qualidade e quantidade, símbolos e fatos. Essas 
pessoas não conseguem compreender figuras de linguagens, ironias ou duplo sentido, porque os pensamentos estão diretamente 
associados ao mundo sensorial. 
3.7 PENSAMENTO DEFICITÁRIO - Está ligado ao juízo deficiente. São pensamentos com arquitetura pobre, com carência de conceitos e com 
profunda limitação nos raciocínios que exigem abstrações. 
3.8 PENSAMENTO DEMENCIAL - Deficiência nas elaborações de forma homogênea, tornando-se cada vez menos congruente e desorganizado. 
3.9 PENSAMENTO CONFUSIONAL - É um quadro decorrente do rebaixamento do nível da consciência, em que o pensamento aparece 
incoerente e tortuoso. 
3.10 PENSAMENTO DESAGREGADO - Não consegue manter uma coerência lógica entre os conceitos e os juízos. É típico durante os delírios 
esquizofrênicos. 
3.11 PENSAMENTO OBSESSIVO - São ideias repetitivas que afligem a consciência do sujeito, não são facilmente removidas do seu foco, exceto 
se cumprirem um ritual que tem como objetivo reduzir a angústia. 
3.12 PENSAMENTO RUMINATIVO PERSEVERATIVO - São pensamentos repetitivos marcados por preocupações, pensamentos negativos e sem 
uma imposição de um ritual para reduzir a angústia, ou seja, o paciente adota uma postura passiva. 
 
Processos do Pensamento 
• Referem-se ao modo de analisar o funcionamento e a fluidez do pensamento. 
➢ Curso do pensamento - É a 
velocidade e o ritmo com que 
o pensamento flui. 
➢ Forma do pensamento - É a 
estrutura do pensamento que 
dá sustentação para o 
interesse da pessoa. 
➢ Conteúdo do pensamento - É o 
tema ou o assunto do 
pensamento. 
 
Alterações dos Processos do Pensamento 
• Segundo Cheniaux (2018), temos as seguintes alterações de acordo com a natureza: as alterações quantitativas, que se referem ao curso 
do pensamento; e as alterações qualitativas, que se referem às formas e aos conteúdos do pensamento. 
1. Alterações do Pensamento 
1.1 Alterações quantitativas 
1.1.1 Curso 
1.1.1.1. Aceleração 
1.1.1.2. Lentificação 
1.1.1.3. Interceptação 
1.1.1.4. Roubo 
1.1.2. Fuga de ideias 
1.2 Alterações qualitativas 
1.2.1 Forma 
1.2.1.1 Afrouxamento 
1.2.1.2 Descarrilhamento 
1.2.1.3 Dissociação 
1.2.1.4 Desagregação 
1.2.2 Conteúdo 
1.2.2.1 Grandeza 
1.2.2.2 Religioso 
1.2.2.3 Erótico 
1.2.2.4 Culpa 
1.2.2.5 Hipocondríaco 
 
Alteração do curso de 
pensamento 
Descrição 
Aceleração As ideias são trocadas rapidamente, dificultando a compreensão do interlocutor. 
Lentificação Pensamento tão lento que compromete a compreensão do interlocutor e desmoraliza na elaboração de 
respostas. 
Interceptação Súbita interrupção do pensamento sem estímulos externos e/ou internos coerentes. Exclusivos da 
esquizofrenia. 
Roubo O indivíduo tem a nítida percepção de que o seu pensamento foi retirado de sua mente por algum motivo. 
Fuga de ideias É a aceleração do fluxo de modo a perturbar na associação dos conceitos e dos juízos. 
Quadro: Alterações do curso do pensamento. 
Alteração da forma de pensar Descrição 
Afrouxamento O pensamento se apresenta desarticulado, prejudicando uma sequência entre as ideias. 
Descarrilhamento Troca de um assunto importante para outro menos importante ou supérfluo. 
Dissociação Ou incoerência do pensamento, é a perda das associações dos juízos, chegando ao tornar o pensamento 
incompreensível. 
Desagregação Perda das associações, restando fragmentos de pensamentos irreconhecíveis por falta de articulação e 
racionalidade com outros pensamentos. 
Quadro: Alterações da forma do pensamento. 
Alteração do conteúdo de 
pensamento 
Descrição 
Persecutórios É o pensamento recorrente e intenso de estar sendo perseguido por algo que representa uma ameaça. 
Depreciativos É o pensamento com o conteúdo de ataques à autoestima, com tópicos de desvalorização e vergonha. 
Grandeza Desejos intensos e desproporcionais de poder, riqueza, grandeza e missão. 
Religioso Pensamentos em que predominam percepções de misticismo ou mágicos, que extrapolam como 
manifestações religiosas de modo jocoso ou incoerente. 
Erótico Apresenta ciúmes extremos, desejos sexuais incomuns ou pensamentos eróticos. 
Hipocondríaco Preocupação de estar doente sem sintoma nenhum aparente. Também apresenta receio de adoecer, sofrer 
e morrer. 
Quadro: Alterações do conteúdo do pensamento. 
O Juízo da Realidade 
• A palavra juízo tem seu significado estritamente ligado à capacidade de julgar com eficiência. Existem dois tipos de erro: um erro 
psicologicamente aceito como normal ou erro simples; e outro psicopatológico. 
1.1 Erro simples - É normal, pode acontecer sob as condições de pressa no julgamento; é a aplicação de premissas falsas ou falta de lógica. 
1.2 Juízo delirante - É caracterizado pela presença de ideia prevalente com supervalorização das ideias errôneas, forte convicção, alto grau de 
emoção e afeto, e a superestimação afetiva favorecendo a fixação obstinada. É dividido em erros psicopatológicos e delírios. 
1.2.1 Erros Psicopatológicos - Caracterizam-se pela presença de ideias prevalentes, isto é, são ideias supervaloradas e com superestimação 
afetiva, são claramente egossintônica (admissíveis para os valores do sujeito) e o paciente toma os erros delirantes como convicções 
semelhantes aos dogmas religiosos e não busca ajuda por causa das suas ideias. Os temas presentes nos erros psicopatológicos da 
realidade, em geral, são os preconceitos extremistas que podem ser manifestados por meio do racismo, sexismo, etnocentrismo, 
classicismo e preconceito religioso. Atualmente, enquadram-se nesse tipo de erro de realidade os que possuem transtornos de 
personalidade. 
1.2.2 Delírios - Nos delírios também encontramos as ideias prevalentes, no entanto, elas aqui são egodistônicas (não são admissíveis para 
os valores do sujeito), mas igualmente apresentam dificuldades emocionais e de personalidade. Geralmente, o conteúdo do delír io é 
impossível, incomum e impróprio, dotado de convicção extraordinária, certeza subjetiva e absoluta, sendo impossível removê-la por meio 
de experiência objetiva. São vivenciados como claros e óbvios, embora, algumas vezes, sejam bizarros ou implausíveis. Os delírios podem 
ser estudados por sua dimensão, estrutura, mecanismo e tema. 
1.2.2.1 Dimensão 
1.2.2.1.1 Grau de convicção 
1.2.2.1.2 Extensão 
1.2.2.1.3 Bizarrice 
1.2.2.1.4 Desorganização 
1.2.2.1.5 Pressão 
1.2.2.1.6 Resposta afetiva 
1.2.2.1.7 Comportamento 
1.2.2.1.8 Veracidade 
1.2.2.2 Estrutura 
1.2.2.2.1 Simples - São monotemáticos, isto é, todo o delírio 
está em apenas um tema. 
1.2.2.2.2 Complexos - São pluritemáticos, possuem vários 
temas ao mesmo tempo. 
1.2.2.2.3 Não sistematizados - Sãoaplicados para os pacientes 
que sofrem com quadros confusionais, demenciais e 
com deficiência intelectual. 
1.2.2.2.4 Sistematizados - Comuns em quadros de paranoia, 
são típicos em pessoas com altos níveis de 
inteligência, pois são ideias marcadas com vários 
detalhes e justificativas para encadear as ideias 
delirantes. 
1.2.2.3 Tema 
1.2.2.3.1 Delírios de perseguição 
1.2.2.3.1.1 Delírio persecutório: o sujeito tem uma convicção de que está sendo perseguido por alguém ou algum grupo, conhecidos ou 
desconhecidos. Esse delírio pode incluir desejo de matá-lo, prejudicá-lo física ou mentalmente. 
1.2.2.3.1.2 Delírio de referência: a pessoa experimenta como se tudo o que acontecesse no mundo fosse referente a si mesmo, 
acreditando que falam dela ou dirigem palavras ofensivas, xingamentos ou atributos que a desqualifiquem. 
1.2.2.3.2 Mecanismos de projeção 
1.2.2.3.2.1 Delírio de relação: provoca conexões inexistentes, intensas e implausíveis entre os fatos vivenciados ou sabidos. 
1.2.2.3.2.2 Delírio de influência: sensação intensa de que está sendo controlado ou influenciado por forças externas. 
1.2.2.3.2.3 Delírio de grandeza: a pessoa crê ser alguém muito especial, com dotes e poderes acima do normal. Apresenta autoestima 
exageradamente aumentada. 
1.2.2.3.2.4 Delírio místico: ou delírio religioso. É dotado de um tema que envolve sacralidade, religiosidade ou mística. 
1.2.2.3.2.5 Delírio de ciúmes: atribui crueldade e intensidade no modo em que ocorrem as traições e infidelidades do seu cônjuge. 
1.2.2.3.2.6 Delírio erótico: ou erotomania. O sujeito afirma que tem um relacionamento com alguma pessoa famosa ou de grande 
importância para si mesmo. 
1.2.2.3.2.7 Delírio de falsa identificação: o paciente acredita que pessoas com quem se relaciona foram trocadas por seus duplos ou sósias 
que o enganam para alguma intenção adversária. 
1.2.2.3.3 Delírios depressivos 
1.2.2.3.3.1 Delírio de reinvindicação: o paciente afirma ser vítima de terríveis injustiças e discriminações, briga por seus direitos em 
intermináveis disputas. 
1.2.2.3.3.2 Delírio de ruínas: o sujeito acredita que o mundo está imerso em desgraças, misérias ou alvo de um apocalipse. 
1.2.2.3.3.3 Delírio de culpa: a pessoa afirma ser culpada de tudo o que possa ter acontecido de ruim no mundo e na vida das pessoas. 
1.2.2.3.3.4 Delírio de negação de órgãos: o indivíduo alucina que seu corpo está morto ou algum órgão está destruído, seco ou 
apodrecendo. 
1.2.2.3.3.5 Delírio hipocondríaco: a pessoa tem convicção de que está com uma doença incurável e de que os exames estão errados ou 
adulterados 
1.2.2.3.4 Tipos menos frequentes 
1.2.2.3.4.1 Delírio de reforma: percepção delirante de que veio fazer uma grande alteração no mundo ou na sociedade. 
1.2.2.3.4.2 Delírio de invenção: o indivíduo afirma ter realizado uma descoberta incrível que poderá mudar o mundo ou fazer coisas 
inimagináveis. 
1.2.2.3.4.3 Delírio cenestopático: é experimentado um conjunto de sensações desagradáveis nos órgãos internos, por meio de alteração de 
temperatura, peso e dor. 
1.2.2.3.4.4 Delírio de infestação: paciente apresenta uma crença delirante em que está sendo invadido por vermes, piolhos, pulgas, ácaros, 
insetos ou pequenos organismos (vivos ou robóticos), através da sua pele. 
1.2.2.3.4.5 Delírio mitomaníaco: a pessoa descreve situações fantásticas, narrativas fabulosas e impossíveis, dotado de convicção, riqueza 
de detalhes, porém claramente inverossímeis. 
MÓDULO 4 
• Identificar as alterações da afetividade e da volição 
 
A Afetividade: Conceitos e Alterações 
• A afetividade, segundo Mira y López (1974 como citado em DALGALARRONDO, 2019, p. 148), é “a fronteira entre a percepção e a afeição, 
entre a sensação e o sentimento, entre o saber e o sentir, é a mesma fronteira entre o Eu e o não Eu”. Diz respeito a algo que afeta a 
totalidade do indivíduo. A psicopatologia clássica distingue cinco tipos básicos de vivência afetiva (DALGALARRONDO, 2019): 
➢ HUMOR - Também chamado de estado ânimo ou tônus 
afetivo, é a síntese de todos os afetos presentes na 
consciência de uma pessoa, formando a base e o 
fundamento na experiência psíquica. Características do 
humor: é difuso; pode oscilar entre os polos como 
alegria e tristeza; tem base somática. 
➢ EMOÇÃO - É a reação afetiva súbita, de curta duração, 
desencadeada diante de um estímulo e é acompanhada 
de alterações corporais, que perturbam a unidade 
psíquica do sujeito. Características da emoção: intensa, 
aguda, global e de curta duração. 
➢ SENTIMENTO - É um estado afetivo com menor 
intensidade, menores reações somáticas, e arbitrário 
por estar intimamente ligado às funções cognitivas e à 
cultura. 
➢ AFETO - É a forma de sentir-se afetado emocionalmente 
diante de uma ideia ou representação mental. 
➢ PAIXÃO - É um estado afetivo extremamente intenso, 
com duração maior, e amplitude pelo psiquismo do 
sujeito, fazendo com que toda a sua atenção e o seu 
interesse se voltem para um só objeto, ficando 
prejudicados o pensamento lógico e a imparcialidade. 
 
Alterações da Afetividade 
• Alterações do Humor 
➢ Para qualquer forma de alteração do humor, seja inibição ou exaltação, utilizamos o termo genérico: distimia (pode ser usado para 
qualquer forma de alteração do humor, e também para a hipotimia). 
o DISFORIA - Distimia do chamado mau humor. 
o HIPOTIMIA - Humor dos estados depressivos (tristeza 
profunda, desesperança e angústia). Também é chamado de 
distimia por alguns autores. 
o HIPERTIMIA - Humor dos estados maníaco (extrema alegria 
exaltação, que pode ser euforia ou elação). 
o EUFORIA - Estado patológico de alegria intensa e 
desproporcional às sensações. 
o ELAÇÃO - Estado mais intenso da euforia, apresenta as 
características da euforia, além de expansão do ego, 
sensação de grandeza e de poder sobre o mundo. 
o IRRITABILIDADE - Encontra-se implicado em reatividade 
acima do normal, em que o sujeito também se apresenta 
desagradável, hostil e agressivo. 
o PUERILIDADE - Humor infantilizado, rudimentar e regredido. 
 
• Alterações da Emoção 
➢ O que caracteriza uma emoção patológica é a sua incapacidade de preservar a própria vida e a desproporcionalidade. Vamos 
diferenciar medo, fobia, ansiedade e angústia: 
o MEDO 
▪ Definição: Reação fisiológica normal diante de um risco 
de vida. 
▪ Objeto: Existe, está no presente, é preciso e 
proporcional ao estímulo. Medo de algo ou alguma 
coisa. 
▪ Sintomas: Fuga ou luta. 
o FOBIA 
▪ Definição: Reação fisiológica do medo eliciado por um 
objeto que, naturalmente, não causaria risco de morte. 
▪ Objeto: Existe, mas é visto como mais terrível do que o 
normal. 
▪ Sintomas: Fuga ou luta. 
o ANSIEDADE 
▪ Definição: Estado de humor desconfortável, negativo e 
inquieto com relação ao futuro. 
▪ Objeto: Existe como um problema e está no futuro. 
▪ Sintomas: Inclui reações fisiológicas como dispneia, 
taquicardia, vaso constrição, inquietação. 
o ANGÚSTIA 
▪ Definição: Reação associada à condição humana e sua 
existência, liberdade, escolhas de vida. 
▪ Objeto: Não se sabe ao certo e está no passado. 
▪ Sintomas: Aperto no peito e na garganta, com sensação 
de sufocamento. 
 
➢ Ainda, as alterações psicopatológicas do medo podem ser classificadas da seguinte forma: 
o Fobia: ou fobia simples. É um medo desproporcional e 
intenso de um objeto que, certamente, não colocaria a vida 
da pessoa em risco eminente de morte. 
o Fobia social: é o medo desproporcional a interações sociais. 
o Agorafobia: é o medo desproporcional de aglomeração e 
multidão, que possa impossibilitar sua mobilidade e de 
encontrar a saída. 
o Claustrofobia: medo desproporcional de espaços apertados e 
fechados. 
o Pânico: são crises agudas e intensas de ansiedade, com medo 
intenso de morrer, devido às reações fisiológicas de 
taquicardia, sudorese e falta de ar. O paciente não sabe dizer 
como começou e a sensação de despersonalização e 
desrealização segue por um tempo após o ataque. 
 
• Alteraçõesdos Sentimentos 
➢ Alterações psicopatológicas dos sentimentos são: 
o APATIA - Diminuição da capacidade subjetiva de excitar-se ou reagir emocionalmente a afetos. Os pacientes narram que não têm 
dificuldade de sentir alegria ou tristeza. 
o ANEDONIA - É a percepção de ter perdido, total ou parcialmente, a capacidade de obter e sentir prazer. 
o SENSAÇÃO DE FALTA DE SENTIMENTO - Percepção de incapacidade para sentir emoções, acompanhada de um sofrimento vindo dessa 
perda. O paciente afirma estar vazio ou morto. 
 
• Alterações da Paixão 
➢ São as alterações da paixão: 
o CIÚMES - É o medo de perder a pessoa ou o objeto amado. Quando os ciúmes se encontram em um quadro extremo, podem ser vistos 
como crítica desproporcional à pessoa/ao objeto de desejo. 
o INVEJA - É a sensação de raiva e desconforto emocional por outra pessoa ter ou ser o que se desejaria para si mesmo. A fonte da inveja 
está relacionada ao desejo egóico de merecimento que esconde uma ferida narcísica de baixa autoestima e de medo de não ter sido 
aceito ou suficiente pelos objetos de seu amor infantil. 
o DEPENDÊNCIA AMOROSA - É um estado afetivo da paixão, instável e marcado pelo excesso de tolerância ao objeto de necessidade e pela 
dependência sexual. As pessoas que sofrem de dependência amorosa costumam sentirem-se consumidas, com dificuldade de estabelecer 
os limites do ego. 
 
Volição: Conceitos e Alterações 
• Volição é o mesmo que vontade e se trata de uma complexa relação entre os instintos, os afetos e o pensamento. De modo geral, 
tratamos na psicopatologia clássica, o ato volitivo sob o querer ou o não querer de alguém atravessado pelas influências afetivas, de 
aprendizagem, motivacionais ou inconscientes. Dalgalarrondo (2019) apresenta a vontade como sendo um processo dotado de quatro 
etapas: 
➢ INTENÇÃO - É como uma inclinação e interesse sob um objeto. 
➢ DELIBERAÇÃO - Que é a avaliação consciente para decidir entre benefícios e malefícios da escolha. 
➢ DECISÃO - É a escolha consciente e total em direção à realização da vontade. 
➢ EXECUÇÃO - Sendo o processo psicomotor decorrente da decisão que foi aprovado e objeto de interesse do sujeito. 
 
• Alterações da Vontade 
➢ As alterações da vontade podem ser apresentadas das seguintes formas: 
o HIPOBULIA - Diminuição da vontade do sujeito; associada a quadros de apatia, fadiga extrema e dificuldade de decisão. 
o ABULIA - Perda ou suspensão da vontade (diferente de indiferença ou estados de exercícios espirituais). 
o IMPULSIVIDADE - São atos psicomotores automáticos sem deliberação e decisão; são egossintônicos e típicos em pessoas explosivas e 
com baixa tolerância à frustração. 
o COMPULSIVIDADE - Embora sejam atos psicomotores impulsivos, são egodistônicos, o indivíduo tenta resistir, refrear ou adiar. 
Comumente, esses atos são entendidos como invasivos e inclinados à repetição. Existe a incapacidade de interromper a ação em 
andamento e existe o predomínio para fugir do risco e do sofrimento. 
 
• Dalgalarrondo (2019, p. 179) descreveu alguns transtornos mentais que tinham a predominância em atos compulsivos e atos impulsivos, 
adaptados no quadro a seguir: 
Transtornos mentais relacionados aos atos compulsivos Transtornos mentais relacionados aos atos impulsivos 
➢ Transtorno obsessivo-compulsivo 
➢ Transtorno dismórfico corporal 
➢ Transtorno de acumulação ou colecionismo 
➢ Tricotilomania 
➢ Transtorno de escoriação 
➢ Uso e dependência de substâncias 
➢ Uso e dependência de jogos e internet 
➢ Transtorno da personalidade borderline 
➢ Transtorno explosivo intermitente 
➢ Transtorno de personalidade antissocial 
➢ Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade 
➢ Transtorno disruptivo de regulação do humor 
Quadro: Transtornos mentais relacionados a atos compulsivos e impulsivos. 
 
• O comportamento de impulsividade e compulsividade tem uma dimensão mais ampliada como sinais de outros transtornos. Para melhor 
agrupar, separamos em cinco grupos (DALGALARRONDO, 2019): 
IMPULSOS E COMPULSÕES 
AGRESSIVAS 
AUTO/HETERODESTRUTIVAS 
➢ Automutilação: impulso de machucar-se. 
➢ Frangofilia: impulsividade intensa de destruir coisas. 
➢ Piromania: impulsividade em atear fogo. 
IMPULSOS E COMPULSÃO DE 
INGESTÃO 
➢ Bulimia: impulso de comer de forma rápida e grande quantidade de alimento, seguido do 
sentimento de culpa, que faz expelir por vômitos ou laxantes a mesma quantidade ingerida. 
➢ Dipsomania: impulso de ingerir de forma rápida grande quantidade álcool até que fique 
desacordado ou a ponto de amnésia. 
➢ Potomania: compulsão de beber água sem que tenha sede exagerada. 
IMPULSOS E COMPULSÕES 
RELACIONADOS AO 
COMPORTAMENTO SEXUAL 
(TRANSTORNOS PARAFÍLICOS) 
➢ Pedofilia: impulso sexual com crianças ou púberes. 
➢ Gerontofilia: impulso sexual com idosos, de modo desproporcional à idade. 
➢ Exibicionismo: impulso de mostrar os órgãos sexuais. 
➢ Voyerismo: impulso de obter prazer sexual olhando outra pessoa no ato da relação sexual. 
➢ Fetichismo: impulso sexual em partes de vestimentas ou partes do corpo. 
➢ Sadismo e masoquismo: excitação sexual causando ou sofrendo dor ou humilhação/dominação 
no parceiro. 
➢ Zoofilia: impulso sexual dirigido a animais. 
➢ Necrofilia: impulso sexual dirigido a cadáveres. 
➢ Coprofilia: impulso sexual que obtém prazer com o uso de excrementos no ato sexual. 
➢ Uso de clisteres: utilização de objetos bizarros introduzidos nos órgãos sexuais. 
➢ Ninfomania ou satiríase: impulso sexual aumentado na mulher ou no homem geralmente 
causado pela fase maníaca em um transtorno bipolar. 
➢ No exibicionismo, voyerismo, fetichismo, uso de clisteres e no sadismo e masoquismo, o ato 
sexual se esgota na atuação do transtorno parafílico e não no contato sexual direto. 
OUTROS IMPULSOS E COMPULSÕES ➢ Cleptomania: impulso de furtar objetos sem objetivo econômico. 
➢ Jogo patológico: compulsão em jogos de azar, apesar do prejuízo financeiro e social. 
➢ Compulsão por compras: impulso de comprar sem considerar a utilidade e possiblidade 
financeira, normalmente, associado à busca de um alívio para a ansiedade e seguido de 
sentimento de culpa. 
OUTRAS ALTERAÇÕES DA VONTADE ➢ Negativismo: comportamento opositor ou de resistência automática e obstinada a todos os 
pedidos dirigidos a ele, não colabora com condutas médicas e se opõe a relacionamentos 
interpessoais. 
➢ Obediência automática: o sujeito atende a todas as solicitações de pessoas à sua volta, chegando 
a perder autonomia e vontade. 
➢ Fenômenos de eco: impulso em repetir a última sílaba do interlocutor (ecolalia), gestos e atos 
(ecopraxia), fazer reações mímicas ao outro (ecomimia) ou repetir sua escrita (ecografia). 
➢ Automatismo: é o impulso psicomotor automático e involuntário, como o movimento de lábios, e 
se ajeitar com alguma estereotipia. 
 
CONCLUSÃO 
Considerações Finais 
• Exploramos as definições básicas dos principais elementos da psicopatologia geral, como a consciência, a atenção, a orientação, a vivência 
tempo-espaço, a sensopercepção, o pensamento, a afetividade e a vontade. 
• Dominar esses conceitos e saber localizar seus tipos e suas alterações conduzirão você a um psicodiagnóstico mais claro, por meio de uma 
nosologia e conduta que possibilitarão auxiliá-lo no manejo dos sintomas ou no processo de cura dos seus pacientes. 
• Almejamos que você possa se familiarizar com tantos nomes diferentes e específicos para aprender a localizar cada um dos sintomas em 
seus processos psicológicos e saber exemplificar e detectá-los nos transtornos. Tudo isso é um processo que exige paciência, 
memorização e dedicação, mas acreditamos que a perfeição virá com exercício e o tempo. 
 
 
Verificando O Aprendizado 
• Módulo 1 
1. A consciência é dotada de alterações normais e patológicas; da mesma forma que ninguém está o tempo inteiro 
consciente de tudo, o ciclo de vida também possui oscilações que são endógenas, cíclicas e úteis para a manutenção da 
vida. Quais são as alterações normais da consciência?a) Os ritmos circadianos, o sono e a estado onírico. 
b) Os ritmos circadianos, o sono e o sonho. 
c) O sono, o estado onírico e o supor. 
d) Estado crepuscular, o sono e o estado onírico. 
e) Estado hipnótico, estado onírico e sono. 
A alternativa "B" está correta. Essas alterações normais são esperadas em todos os seres humanos e em determinada frequência. Os estados 
crepusculares e hipnóticos são alterações qualitativas da consciência, portanto, das variações do campo da consciência. O estado onírico, que 
nada tem a ver com o sonho fisiológico, é uma alteração sindrômica ou psicopatológica associada ao rebaixamento do nível da consciência. 
2. Atualmente, as demandas clínicas sobre a atenção têm comparecido aos consultórios de Psicologia por duas causas 
distintas: dificuldades escolares e síndromes de pós-infecção por covid-19. Em ambos os casos, a queixa desatenção é 
marcante. Em uma visão clínica, diagnosticar os aspectos psicopatológicos que envolvem a desatenção impactará 
diretamente na conduta psicoterapêutica, demandando do avaliador uma segurança no valor diagnóstico. No que se 
refere à falta de atenção, qual conceito psicopatológico sobre a atenção está correto? 
a) A distração é um estado de labilidade e hipotenacidade com hipermobilidade da atenção. 
b) Tenacidade é a capacidade de mudar o foco da atenção diante da variação dos estímulos. 
c) A distração é causada pela rigidez da atenção, sendo um sinal de superconcentração com hipertenacidade e hipomobilidade da 
atenção. 
d) A vigilância é a capacidade de alguém sustentar sua atenção em um estímulo por determinado tempo. 
e) Disprosexia são os padrões de normalidade da atenção. 
A alternativa "C" está correta. É de extrema importância que um profissional de Psicologia saiba distinguir a causa da desatenção, sendo 
comum ser confundido o hiperfoco com falta de atenção, inviabilizando um tratamento correto. A primeira alternativa é incorreta porque se 
refere ao conceito de distraibilidade. A segunda alternativa é incorreta porque se refere ao conceito de vigilância ou mobilidade da atenção. A 
quarta alternativa é incorreta porque apresenta o conceito de tenacidade da atenção, em vez de vigilância, como é o enunciado de resposta. A 
última alternativa é incorreta porque disprosexia é o termo geral para qualquer alteração da atenção. 
 
• Módulo 2 
1. Quais são as alterações quantitativas da sensopercepção? 
a) Hiperestesia e hipoestesia. 
b) Ilusão e alucinação. 
c) Hipnagógica e hipnopômpicas. 
d) Espaço exterior e espaço interior. 
e) Eidéticas e pareidolias. 
A alternativa "A" está correta. A presença do sufixo “-estesia” já indica um estado de atenção, acrescido da lógica de intensidade dos prefixos 
hiper e hipo. Ilusão e alucinação são dois casos de alterações qualitativas. Hipnagógica e hipnopômpicas são dois tipos de alucinações que 
podem acontecer ao acordar e ao dormir, portanto, alterações qualitativas. Espaço exterior e espaço interior são campos de alteração da 
percepção de espaço. Eidéticas e pareidolias são dois componentes da ilusão, portanto, uma alteração qualitativa da sensopercepção. 
 
2. Qual a diferença entre alucinose e alucinação? 
a) Nas alucinoses, o indivíduo tem a sensação de isso só acontecer dentro da sua mente 
b) Nas alucinoses, a percepção da imagem de um objeto é deformada, mesmo estando ele presente. 
c) Na alucinação, o objeto está presente, e na alucinose, o objeto está apenas na cabeça. 
d) Na alucinação, são realizados os desejos inconscientes impedidos pelas condições morais. 
e) Nas alucinoses, há uma associação direta ao orgânico e o sujeito tem um estranhamento diante das percepções. 
A alternativa "E" está correta. Distinguir alucinose de alucinação é um diagnóstico diferencial que impacta na conduta terapêutica médica e 
psicológica; e na assistência devida, pois determinaria, inclusive, o tipo de CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) que oferecerá melhor apoio 
para as suas necessidades. A primeira alternativa é incorreta, porque refere-se ao conceito de pseudoalucinação. A segunda alternativa possui 
a descrição de ilusão, não de alucinose. A terceira alternativa é incorreta, porque na alucinação o objeto não pode estar presente e a sensação 
descrita posteriormente refere-se à pseudoalucinação. A quarta alternativa é incorreta, porque diz respeito ao processo de fantasiar. 
 
➢ Módulo 3 
1. As alterações que ocorrem nos elementos do pensamento são: 
a) Aceleração e lentificação do pensamento. 
b) Interceptação e roubo do pensamento. 
c) Desintegração e condensação dos conceitos. 
d) Fuga de ideias e dissociação. 
e) Desagregação e descarrilhamento. 
A alternativa "C" está correta. Para responder a esta questão, você deve se lembrar de que os elementos do pensamento são: conceitos, juízos 
e raciocínio. Neste caso, apenas a letra C refere-se a conceitos; as outras alternativas se dirigem às alterações nos processos dos pensamentos: 
curso, forma e conteúdo. 
2. O juízo falso pode ser um erro simples, um juízo delirante ou um delírio. A diferença de um juízo delirante para um erro 
simples é: 
a) Presença de angústia e sentimento de tristeza que se manifesta por uma supervalorização das ideias corretas, emoção e afeto de 
medo, e a superestimação afetiva que desfavorecem a fixação obstinada. 
b) Interceptação e roubo do pensamento durante conversas, defesa de tese e explicações conceituais originais. 
c) Ausência de ideia prevalente, desvalorização das ideias, falta de convicção, baixo grau de emoção e afeto. 
d) Presença de ideia prevalente, supervalorização das ideias errôneas, forte convicção, alto grau de emoção e afeto, e a superestimação 
afetiva que implicará na fixação obstinada. 
e) São vivências claras e óbvias de representações que ninguém vê, apenas o esquizofrênico. 
A alternativa "D" está correta. Devemos nos lembrar de que o erro simples pode ser facilmente removido, enquanto no juízo delirante, 
mantém-se uma fixação obstinada ao seu objeto de preconceito 
 
➢ Módulo 4 
1. A afetividade diz respeito a algo que afeta a totalidade do indivíduo, e saber distinguir os conceitos que circundam cada 
afeto é de extrema importância. Sobre as alterações nas emoções, existe a angústia que se caracteriza por: 
a) Não saber ao certo o objeto de causa, mas sabe-se que está no passado. 
b) Ser uma reação normal diante de um risco de vida que afeta o fisiológico. 
c) Ser acompanhado pelo sintoma de luta ou fuga.  
d) Ser explicado pela ansiedade de desempenho e pela ansiedade antecipatória. 
e) Ser dividido em pânico e agorafobia. 
A alternativa "A" está correta. A alternativa correta descreve o objetivo da angústia, da qual não se conhece com certeza a causa, mas está 
relacionada ao passado. As letras B e C referem-se ao medo, e a letra E, ao quadro de fobia. 
2. Vontade não é coisa que dá e passa! Na verdade, o ato volitivo é um processo que acontece em quatro etapas. Assinale a 
alternativa que corresponde ao passo da deliberação da vontade: 
a) É o interesse da pessoa. 
b) É o momento em que inicia o processo psicomotor. 
c) É a avaliação consciente dos prós e contras. 
d) É a escolha consciente para a realização da vontade 
e) É o desinteresse do objeto que não será escolhido 
A alternativa "C" está correta. A primeira alternativa refere-se à intenção; a segunda alternativa, à execução; a quarta alternativa é a decisão; 
e a última alternativa é um processo de seleção mais atribuído para a atenção.

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