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Índice
Ciências Sociais	2
Teste Formativo 1	2
1.	De forma sucinta caracterize o processo de produção de conhecimento científico de acordo com a conceção avançada por Gaston Bachelard. (2 valores)	3
(10 linhas)	3
2.	Tendo em conta que a objetividade primordial em ciências sociais, clarifique de que forma se procura atingir essa objetividade através do método científico. (2 valores)	4
(10 linhas)	4
3.	Apresente uma breve definição de teoria em ciências sociais. (1 valor)	5
(4 linhas)	5
4.	Desenvolva o significado assumido pela expressão “problemática teórica”. (2 valores)	6
(4 linhas)	6
5.	Enumere de forma sucinta as condições sociais históricas que favoreceram o aparecimento e desenvolvimento das ciências sociais e indique alguns dos principais aspetos que permitem a distinção entre as ciências sociais. (2 valores)	6
(15 linhas)	6
6.	Identifique em que consiste o “positivismo” de August Comte. (1 valor)	7
(6 linhas)	7
7.	Caracterize em que consiste o fenómeno social total. Apresente um exemplo. (1,5 valores)	7
(6 linhas)	7
8.	Refira em que consiste o processo de socialização e caracterize de forma sucinta os principais agentes de socialização e as transformações sociais que se podem observar ao longo das últimas décadas. (2 valores)	8
(10 linhas)	8
9.	Evidencie a importância da interdisciplinaridade entre as ciências sociais. Ilustre a sua reflexão com um exemplo. (2 valores)	9
(10 linhas)	9
10.	Os autores das várias ciências sociais têm-se preocupado em explicar e compreender as sociedades em que se encontram inseridos. Realize uma comparação entre os principais contributos de Karl Marx e Émile Durkheim. (2, 5 valores)	10
(20 linhas)	10
11.	Clarifique em que consiste o “espírito do capitalismo” analisado por Max Weber e a sua importância para o estudo da sociedade do seu tempo. (2 valores)	11
(20 linhas)	11
Teste Formativo 2	12
1.	“A noção de obstáculo epistemológico assenta numa perspetiva em que o conhecimento do real é uma luz que projeta sempre algumas sombras.” Comente tendo em conta os obstáculos epistemológicos existentes à produção de conhecimento científico em ciências sociais. (3 valores)	12
(20	linhas)	12
- Consultar pergunta 1 do teste formativo 1	12
2.	Refira o significado da expressão “matriz disciplinar”. Apresente um exemplo. (2 valores)	12
(10 linhas)	12
3.	Identifique de forma sucinta o contributo de Comte para o desenvolvimento da sociologia em particular e para as ciências sociais em geral. Esclareça com o recurso a um exemplo ilustrativo. (2 valores)	13
(10 linhas)	13
4.	O campo de estudo das ciências sociais distingue-se do campo de estudo de outras ciências. O que as distingue? (1 valor)	13
(4 linhas)	13
5.	Indique algumas das principais diferenças entre as diversas ciências sociais. (1,5 valor)	14
(6 linhas)	14
6.	Indique o significado da expressão “unidade do social” e “pluralidade das ciências sociais”. (1 valor)	15
(6 linhas)	15
7.	Adérito Sedas Nunes defende que o que “muda em cada uma das ciências sociais são centro de “interesse” da investigação que difere de disciplina para disciplina”. Clarifique o sentido dado pelo autor a esta afirmação. (2 valores)	15
(10 linhas)	16
8.	Elabore uma breve comparação entre as correntes teóricas que para a explicação e compreensão da realidade social privilegiam a cultura e as que acentuam as formas de sociabilidade. (2 valores)	16
(10 linhas)	16
9.	Esclareça em que consiste o significado de “socialização bem-sucedida”. (1 valor)	18
(6 linhas)	18
10.	Elabore um pequeno texto sobre o significado da expressão “explicação do social pelo social”. Para a elaboração deste trabalho, fundamente-se nos vários autores estudados. (3 valores)	19
(20 linhas)	19
11.	Caracterize os principais fatores que contribuem para a mudança social. Apresente a perspetiva de Beck sobre o tema. (1,5 valores)	21
(6 linhas)	21
Possíveis Questões	22
Ciências Sociais
Teste Formativo 1
1. De forma sucinta caracterize o processo de produção de conhecimento científico de acordo com a conceção avançada por Gaston Bachelard. (2 valores)
(10 linhas)
O objetivo das diferentes Ciências Sociais (Psicologia, Sociologia, Demografia, Antropologia, entre outras) passa por demonstrar e dar a conhecer a realidade social ao sujeito de forma simples e direta através de métodos neutros e objetivos. Para cumprir este fim, o investigador deve ter uma noção clara sobre si e o seu interior de forma a analisar o “outro” da maneira mais objetiva sem fazer juízos de valor ou até mesmo criar ideias preconceituosas, ou seja, não se corrompendo com ideias do senso comum. Segundo Bachelard (1884-1962) estas ruturas, destacando o senso comum, moldam o conhecimento científico como uma reforma das ilusões, criando uma dicotomia entre o conhecimento científico reflexivo e o conhecimento não científico. Consequentemente os investigadores das Ciências Sociais deparam-se enquanto membro da sociedade com obstáculos epistemológicos. Entre estes obstáculos podemos destacar três: a rutura com o senso comum, a construção de resultados e a verificação desses mesmos resultados. Estes dois últimos não se conseguem separar pois durante o processo é necessário proceder-se a reformulações (avanços e retrocessos) tendo em conta as posições que os indivíduos ocupam na sociedade. 
Gaston Bachelard defende que nas ciências sociais tudo é construído, nada é dado como garantido. Isto é, há a necessidade de romper e desconstruir ideias preconcebidas moldadas pelo senso comum que não correspondam à verdade pois serem ideias que não foram investigadas, muito vagas, sem claridade. Esta rutura exige, no entanto, um processo que consiste nos três atos epistemológicos importantes que acima referimos, onde a ciência por si deve dar prioridade a leitura da realidade social. De forma efetiva, o investigador tem o dever de olhar para a realidade com outro olhar e deve igualmente soltar-se de todos os conhecimentos prévios que tenha sobre a realidade que está a analisar (ex.: experiências pessoais), guiando-se apenas pela metodologia científica designada pelas Ciências Sociais. Contudo, atravessamos outro obstáculo epistemológico nesta análise: a familiaridade do investigador quanto a realidade social dele e quanto a proximidade do “outro”.
Relativamente às diferenças existentes entre a natureza e a cultura devemos abordar as realidades através de interpretações naturalistas e de culturas ligadas ao relativismo cultural, atribuindo os comportamentos a causa físicas, biológicas ou naturais considerando sempre o meio em que o sujeito está envolvido. Em relação as diferenças entre a sociedade e o individuo por norma encontram-se entre duas perspetivas: os indivíduos diferem uns dos outros (providos de caraterísticas individuais e distintas) e os indivíduos tem caraterísticas singulares que partilham com outros (como o livre-arbítrio de tomadas de decisões que influenciam a sua imagem). O etnocentrismo tem como ideal a sobrevalorização de uma cultura em detrimento de outra. Como tal, diferencia os sujeitos que estão mais distantes que apresentam valores, crenças e princípios que não identificamos na nossa própria cultura (ex.: comunidade cigana). Com isto, o etnocentrismo surge em outras áreas como a política, a cultura ou a economia, dando ao sujeito a falsa ideia de que a sua cultura é realmente melhor e mais verdadeira do que as restantes culturas. Concluindo, a relação entre nós e outros pode relacionar-se a uma questão de identidade cultural pessoal, onde o sujeito interioriza um padrão com base em ideias e conhecimentos provenientes dos factos da cultura a que pertence.
(Magano, 2014) Págs. 28/ 48 /54
2. Tendo em conta que a objetividade primordial em ciências sociais, clarifique de que forma se procura atingir essa objetividade através do método científico. (2 valores)
(10 linhas)
As Ciências Sociais podem ser descritas como um conjunto de procedimentos e regras necessários para a execução de um método científico. Esta instituição torna-se importante em toda a sua aplicação pois é através da mesma que oinvestigador obtém rigor legítimo sobre a realidade ou fenómeno social nos resultados observados. Manter este rigor deve tornar-se uma prioridade em todo o seu caminho devendo sempre interrogar todas as hipóteses e variantes durante o seu processo investigativo. É importante referir que uma das dificuldades que surgem neste processo é a dificuldade que o investigador tem em se afastar da subjetividade, pois o mesmo faz parte desta realidade, pondo em causa a sua objetividade e olhar científico. Por isso, devemos como investigadores identificar os obstáculos epistemológicos rompendo crenças moldadas com o senso comum. O objetivo primário das Ciências Sociais é sempre a verdade para atingir o realismo objetivo, daí que é necessário que os investigadores combatam esta dificuldade e em consequência se libertem das influências socioculturais do seu meio social. Myrdal definia este modo de analise como a caraterização de visão que os sujeitos ditos “vulgares” têm sobre o mundo em que estão inseridos, pois é normal que os sujeitos encontrem uma forma mais adequada de ação que se relacione de forma racional com a realidade em que vivem. Contudo, existem duas formas que os sujeitos podem utilizar para assimilarem a realidade: através das crenças e dos valores. Primeiramente, as crenças estão relacionadas com ideais que o sujeito tem sobre a realidade e os valores, por sua vez, referem-se a ideais sobre o que uma realidade deve ser ou deveria ter sido. Concluído, podemos afirmar que para atingir a objetividade é necessário que o investigador se guie através de valores consistentes, definidos e explícitos que permitam uma análise científica e objetiva, rompendo a relação com o senso comum, apesar de assumir a partida que esta rutura nunca será feita na totalidade.
3. Apresente uma breve definição de teoria em ciências sociais. (1 valor)
(4 linhas)
Resumindo de uma forma básica, a Teoria em Ciências Sociais diz respeito ao ponto de partida indispensável que nos permite definir um objeto de análise, atribuição de um significado, a construção das potencialidades explicativas e a definição de limites. Apesar das diferentes abordagens no que toca ao conceito social, segundo as ciências sociais, o social resulta de uma conjugação de elementos contextuais, relacionais e de interação social, embora as ciências sociais tenham como objeto de estudo as teorias e métodos, que definam e construam o seu próprio objeto científico, debruçando-se sobre os fenómenos sociais. 
4. Desenvolva o significado assumido pela expressão “problemática teórica”. (2 valores)
(4 linhas)
A problemática teórica pode ser definida como um ponto de partida para a execução de pesquisas e investigações onde ser procura obter respostas sobre os problemas que surgem na investigação. Pode dizer-se que se trata do meio de obtenção de instrumentos técnicos para a recolhas de dados de informação através das diferentes metodologias.
5. Enumere de forma sucinta as condições sociais históricas que favoreceram o aparecimento e desenvolvimento das ciências sociais e indique alguns dos principais aspetos que permitem a distinção entre as ciências sociais. (2 valores)
(15 linhas)
Muitas vezes associamos as ciências sociais ao individual e que as mesmas se formaram baseadas no social individual, todavia estas formaram-se impacto do “saber lógico-matemático”, físico e biológico. E apesar de terem existido outros fatores que contribuíram igualmente para o desenvolvimento político, demográfico ou cultural das Ciências Sociais, a era da Industrialização e toda a sua taxa de crescimento populacional e remodelação da sua estrutura contribuíram em grande parte na formação desta ciência como disciplina pois surgiram novos modelos de socialização no Mundo, principalmente provenientes de revoluções liberais, movimentos operários e implementações socialistas que impulsionaram este crescimento das Ciências Sociais e as suas áreas cientificas como: a Sociologia, História ou Demografia. Apesar deste impulso, este desenvolvimento estava dependente das dinâmicas culturais, ideologias políticas ou religiosas e relações entre grupos sociais, pois variava de país para país. Podemos dizer que todas partilham um ponto em comum e um objetivo específico pois todas estudam, analisam e tratam fenómenos sociais com algum grau de dificuldade, complementando-se umas com as outras, porque todas mostram também a mesma preocupação coma realidade social. Não obstante, distinguem-se através das suas interrogações, matrizes de estudo, conceitos teóricos, metodologias e o tipo de problemas que pretendem resolver.
6. Identifique em que consiste o “positivismo” de August Comte. (1 valor)
(6 linhas)
O positivismo de Comte, mostrava uma preocupação mais focada nas observações diretas da experiência por meio de uma análise científica de objetos reais. A abordagem positiva opõe-se ao pensamento filosófico negativo, produzindo conhecimentos sociológicos baseados em provas empíricas. A sua perspetiva positiva passava pela produção de conhecimentos sociológicos através da observação, comparação e experimentação.  Construiu no século XIX o primeiro pensamento sociológico sistemático, no qual o objetivo era compreender o mundo através das ciências da natureza para consequentemente conseguir-se explicar a sociedade. De acordo com o pensamento de Comte devemos romper com o passado, assumindo uma mudança onde podemos apoiar-nos em aspetos mais positivos, excluindo consequentemente o negativismo, refletindo sobre as consequências sociais e dando mais importância a estes fenómenos sociais que causam estas consequências. Desta forma, o positivismo surge na desorganização social, tentando encontrar de algum modo um “remédio” que atenue as constantes crises sociais, com o objetivo de atingir a neutralidade e a imparcialidade de maneira objetiva como as ciências naturais.
7. Caracterize em que consiste o fenómeno social total. Apresente um exemplo. (1,5 valores)
(6 linhas)
As Ciências Sociais têm como objeto de estudo os fenómenos sociais. Como tal, estudam os fenómenos que estão ligados diretamente à vida dos sujeitos sociais, como por exemplo, o suicídio. Ao falarmos deste fenómeno social (suicídio) estamos a referir-nos ao estudo da situação em geral contida numa sociedade, não numa situação especifica referente a um individuo em particular, por isso podemos afirmar que existe uma pluridimensionalidade de aspetos associadas ao mesmo e que estes aspetos se relacionam entre si.
8. Refira em que consiste o processo de socialização e caracterize de forma sucinta os principais agentes de socialização e as transformações sociais que se podem observar ao longo das últimas décadas. (2 valores)
(10 linhas)
São as relações que estabelecemos como seres sociais que constroem aquilo que conhecemos como sociedade. Estas relações, individuais ou de grupo estruturam a sociedade e aquilo que conhecemos desta. Portanto, podemos afirmar que o comportamento humano surge da interação e comunicação com outros seres sociais (seres humanos) através da herança cultural. A socialização primária é o ponto inicial do processo de socialização, onde o individuo aprende e reconhece os postulados sociais. É neste processo que interiorizamos os nossos primeiros conhecimentos, principalmente no interior do seio familiar (pai, mãe, irmãos). Há que referir que à nascença os indivíduos não nascem já membro de uma sociedade, apesar do processo de integração ser facilitado com a predisposição com a qual nascemos. E tal e qual como nascemos predispostos para a socialização, este processo de interiorização é influenciado pelo significado subjetivo que consequentemente alteram as nossas manifestações sociais. Este contexto de partilha permite também uma interiorização de experiências partilhadas nos seios onde convive levando-nos a uma abstração progressiva destes, o que lhe permitirá a obtenção e acolhimento de outras experiências alargadas. Ainda na socialização primária, o individuo não tem conhece o problema da identificação, sendoque se encontra num momento de acolhimento passivo de experiências.
Na socialização secundária, podemos referir que se trata de um processo posterior que complementa a nossa personalidade social concebida no processo anterior (socialização primária). Neste processo tornamo-nos de forma definitiva seres sociais e com esta realidade surgem também novas experiências e conceitos que completarão de alguma maneira as nossas interiorizações já feitas. De uma forma genérica, podemos dizer que todos os grupos onde partilhamos a nossa existência são agentes de socialização (ex.: família, as escolas, os meios laborais, os círculos de amizade, entre outros), uma vez que estes nos incentivam a desempenhar determinados papeis sociais, sem levar em conta se ocorrem através da aprendizagem, da imitação ou da identificação. As estruturas sociais levam-nos a uma reflexão sobre a interiorização e o funcionamento da sociedade, pois é possível verificar diferenças entre ambos, entre os padrões comportamentais e os sistemas sociais. Apesar dos indivíduos terem a sua identidade pessoal bem definida e por consequência qual o papel que devem desempenhar, seguindo as normas é possível através da identificação destas diferenças criar padrões de comportamento quer a nível individual, quer de grupo, pondo em evidência situações de socialização imperfeita, relacionados com fatores como a heterogeneidade e as condições sociais, tanto dos indivíduos como das instituições socializadoras.
Podemos definir como papel social, o conjunto de direitos e deveres que caracteriza uma posição social, considerando também os valores e as normas que regem a vida diária dos indivíduos. Um mesmo indivíduo pode desempenhar em simultâneo vários papéis sociais (ex.: mãe, irmã, aluna, filha, etc.). Neste processo de aprendizagem, somos confrontados muitas vezes com o fator da mudança, onde acabamos por nos encontra numa constante adaptação. Com isto, aprendemos a lidar com as mudanças e acontecimentos inesperados (ex.: morte de um ente querido, mudança de residência, etc.), envolvidos sempre num contexto de aprendizagem pessoal e de grupo, onde acabamos por nos adaptar socialmente nos diversos contextos. 
9. Evidencie a importância da interdisciplinaridade entre as ciências sociais. Ilustre a sua reflexão com um exemplo. (2 valores)
(10 linhas)
Cada Ciência Social estuda e desenvolve as suas próprias teorias, os seus métodos específicos e quadros metodológicos de forma a obter dados concretos do objeto definido. Efetivamente as Ciências Sociais trabalham um fenómeno social que não é exclusivo de uma só ciência. Todas as ciências sociais se complementam, no entanto, eles distinguem-se de acordo com a forma como cada uma aborda e analisa de forma diferente a perspetiva de uma determinada realidade. Um exemplo ilustrativo é o caso do fenómeno atual como o desemprego, que é trabalhado e visto de diferentes perspetivas e aspetos, das diversas ciências sociais, como a economia, o social, e a política. Desta forma, podemos dizer que existe uma interdisciplinaridade entre elas, ou seja, existe um conjunto de intercâmbio de saberes com vista a acompanhar o conhecimento para melhor explicar os fenómenos sociais, dado que o real social é pluridimensional por abordar o mesmo fenómeno de diversas perspetivas.
10. Os autores das várias ciências sociais têm-se preocupado em explicar e compreender as sociedades em que se encontram inseridos. Realize uma comparação entre os principais contributos de Karl Marx e Émile Durkheim. (2, 5 valores)
(20 linhas)
Ambos são considerados sociólogos clássicos e são considerados ainda uma forte referência nos dias que correm, Karl Marx e Émile Durkheim juntamente com Max Weber impulsionaram a produção da objetividade científica e do conhecimento do real social, bem como as teorias que implementaram para a explicação dos fenómenos sociais. Os dois autores tentar encontra uma maneira de explicar as formas de organização social das relações entre os sujeitos.
Émile Dürkheim definia a sociologia com ciência empírica, focando a atenção do estudo sociológico nos factos sociais, assumindo claramente que os factos sociais são de difícil estudo, pois não podem ser observados diretamente, mas sim através dos seus efeitos, pondo de lado preconceitos e ideologias de forma a analisá-los de forma crítica. Émile Dürkheim, defensor da corrente explicativa, menciona que o estudo da sociedade é independente do individuo e somente a objetividade dos fatos sociais e as regras do método sociológico exercem um poder coerção nos fatos sociais. Portanto, os sujeitos apenas seguem os padrões instituídos na sociedade onde habitam. Dürkheim defendia a existência de duas consciências: a coletiva e a individual. A primeira consistia na partilha intergrupal das normas padronizadas, pensamentos e conduta, isto é, o sujeito é o produto da sua comunidade (contexto) e a segunda traduz-se pela forma de agir própria do sujeito, ou seja, seu comportamento, compreensão e interpretação da vida. Desta forma o autor acredita que há uma ponderação da parte do sujeito entre as duas consciências. Dürkheim tentou também encontrar soluções para a vida social, como por exemplo, o fenómeno do suicídio, afirmando que as ciências sociais se complementam de forma a analisar mais corretamente os fenómenos sociais.
Karl Marx em contraste a Dürkheim, tinha uma conceção materialista, acentuando o papel dos objetivos políticos e sociais. Marx utilizou o capitalismo e os seus dois elementos cruciais, o capital e o trabalho assalariado como explicação para a mudança social, enfatizando as desigualdades sociais, tendo em conta as relações entre os indivíduos e a divisão do trabalho, ou seja, acreditava que a mesma era concebida através de fatores económicos, centrando o seu estudo em questões económicas e a relação entre problemas económicos e as instituições sociais. Este autor defende a procura de leis de evolução das sociedades pois essas leis defenderiam as sociedades.
11. Clarifique em que consiste o “espírito do capitalismo” analisado por Max Weber e a sua importância para o estudo da sociedade do seu tempo. (2 valores)
(20 linhas)
Max Weber, por sua vez, rejeitou a ideia materialista de Marx e simplificou o conceito de conflitos de classes. Weber descrevia a sociologia como um entendimento de ações recíprocas provocadas pela complexidade da estrutura sociológica. Acreditava que a mudança era explicada por ideias e motivações humanas e que os indivíduos tinham a capacidade de agir livremente influenciando o futuro. Max Weber acreditava que era possível compreender o mundo através de pontos de referência fixos e cálculos racionais, que tinham em consideração a eficiência e as suas consequências, ou seja, que era possível uma organização da economia e da vida social através de princípios de eficiência. Max Weber defendia a teoria sociológica da ação social, uma corrente compreensiva onde o objeto de estudo passava pela compreensão da ação social. Neste contexto, toda a conduta humana se vincula a esta ação humana no sentido real provido de caraterísticas da ação social: os valores, a ordem, a cultura e ainda o raciocínio. Segundo Weber, o sujeito prevalece sobre a sociedade, explicando que as relações e as ações humanas no seio de uma sociedade em específico são explicadas por atores sociais. Weber, categorizou três tipos de racionalidade: a racionalidade prática, que explica o que se ganha e o que perde nas relações, entre o comprar e lucrar; a racionalidade teórica que traduz a lógica da religião; e a racionalidade substantiva que explica a influência dos valores. Portanto, para Weber tudo se centra à volta do capitalismo, assim a sua obra associa o sucesso financeiro e pessoal à religião e ao trabalho. 
Teste Formativo 2
1. “A noção de obstáculo epistemológico assenta numa perspetiva em que o conhecimento do real é uma luz que projeta sempre algumas sombras.” Comente tendo em conta os obstáculos epistemológicos existentes à produção de conhecimento científico em ciênciassociais. (3 valores)
(20 linhas)
- Consultar pergunta 1 do teste formativo 1
2. Refira o significado da expressão “matriz disciplinar”. Apresente um exemplo. (2 valores)
(10 linhas)
A matriz disciplinar consiste no conjunto de teorias, conceitos e relações entre os conceitos atribuídos de forma direta ou indireta à realidade social, isto é, é o sinonimo de paradigma, estipulando-se como um conjunto elaborado de vários aspetos que se utilizam para desconstruir ideias e noções e consequentemente construir o conhecimento científico.
3. Identifique de forma sucinta o contributo de Comte para o desenvolvimento da sociologia em particular e para as ciências sociais em geral. Esclareça com o recurso a um exemplo ilustrativo. (2 valores) 
(10 linhas)
Inventor do termo sociologia como disciplina científica, Augusto Comte, acreditava que a mesma era a última das ciências a ser desenvolvida após a física, a química e a biologia. O positivismo de Comte, mostrava uma preocupação mais focada nas observações diretas da experiência por meio de uma análise científica de objetos reais. A abordagem positiva opõe-se ao pensamento filosófico negativo, produzindo conhecimentos sociológicos baseados em provas empíricas. A sua perspetiva positiva passava pela produção de conhecimentos sociológicos através da observação, comparação e experimentação.  Construiu no século XIX o primeiro pensamento sociológico sistemático, no qual o objetivo era compreender o mundo através das ciências da natureza para consequentemente conseguir-se explicar a sociedade. Sabemos que a Sociologia é a ciência que estuda e compreende os fenómenos de grupo como a sua origem. Nós, enquanto seres racionais, necessitamos de socializar, agrupar-nos, pois, é através da interação com os outros elementos da sociedade que transmitimos conhecimentos. Desta forma, a sociologia coloca a realidade social numa constante interrogação sistemática, relacionado os diferentes elementos. Neste sentido, o positivismo de August Comte tem em conta os momentos complexos pela qual a sociedade se encontra e refletindo sobre a mesma Comte propôs a criação de uma nova ciência que explicasse as leis do Mundo Social face às Ciências Naturais (que explicavam o mundo físico). Esta teoria preocupava-se maioritariamente na reforma da sociedade, achando que deveriam ser transmitidos novos hábitos de pensar. Estabelecendo então um sistema estruturado em três temas: o pensamento positivo, a fundamentação e classificação das ciências baseadas na filosofia positiva e uma sociologia que permitisse a reforma prática das instituições. O objetivo de Comte era retratar uma tipologia de evolução das ciências, com três estádios: 1º - Teológico, com ideias ligadas a religião e a vontade divina; 2º - Metafísico que entendia a sociedade vista de forma natural; 3º - Científico ou Positivo que visava a concretização e aplicação de técnicas científicas no Mundo real. 
4. O campo de estudo das ciências sociais distingue-se do campo de estudo de outras ciências. O que as distingue? (1 valor)
(4 linhas)
As Ciências Sociais têm como objetivo primordial conhecer a realidade social através do conjunto de processos e de procedimentos que são próprios da construção do conhecimento. Por outro lado, as Ciências Naturais são fundamentais para o questionamento, pois através destas surgiram um conjunto de conhecimentos em múltiplas áreas como a matemática, a física, a biologia, que serviram para estruturar o pensamento social ou por outra palavras, estruturaram o objeto de estudo como algo extrínseco ao investigador.
5. Indique algumas das principais diferenças entre as diversas ciências sociais. (1,5 valor)
(6 linhas)
Todas as Ciências Sociais desenvolvem as suas próprias teorias, os seus métodos e quadros metodológicos de modo a obter dados concretos do objeto alvo. Isto é, as Ciências Sociais trabalham maior parte das vezes um fenómeno social e este fenómeno não é objeto de estudo exclusivo de uma só Ciência Social. Apesar de todas as Ciências Sociais se complementarem na interdisciplinaridade, distinguem-se na maneira em que abordam e analisam as perspetivas de uma determinada realidade. A Economia pode ser definida como a ciência que estuda os bens e serviços incutidos nos fenómenos de produção, da distribuição e do consumo. A Sociologia estuda e compreende os fenómenos de grupo na sua origem, na sua estabilidade e na sua possível desintegração. A Psicologia, por outro lado, estuda o comportamento e a mente humana tendo como principal objeto de estudo a interação social entre os sujeitos A Antropologia traduz-se pelo conjunto de práticas de produções humanas. Tem como objeto de estudo as sociedades nas diversas fases de desenvolvimento e os diferentes tipos de cultura. A Demografia dedica-se ao estudo das populações humanas quanto à sua dimensão, estrutura, características gerais entre outros fatores. Esta ciência é dinâmica pois está dependente da evolução ou estagnação das variáveis como a mortalidade, os nascimentos e as migrações. A História define como objeto de estudo as realidades passadas que de certa forma influenciaram o passado histórico, acabando por serem recordadas até ao presente. E por fim a Ciência Política é a disciplina que tem como objeto de estudo os problemas do Estado por meio da observação de factos políticos e a explicação dos mesmos.
6. Indique o significado da expressão “unidade do social” e “pluralidade das ciências sociais”. (1 valor) 
(6 linhas)
A “unidade do social” estipula que apenas que existe apenas uma realidade social. Por outro lado, “pluralidade das ciências” também estudam essa mesma realidade social. Isto é, explica-nos que cada Ciência Social tem a sua própria teoria, métodos específicos, metodologias e quadro conceptuais que são utilizados para o estudo de um determinado fenómeno da mesma realidade social. Com isto, podemos entender que cada uma destas disciplinas aborda, analisa e interpreta de forma distinta os fenómenos sociais que consequentemente acabam por enriquecer a analise do fenómeno em estudo. Estes fenómenos são muitas vezes compostos por diversas dimensões que necessitam averiguação na sua especificidade situacional pois contêm situações complexas e pluridimensionais. No entanto, todos estes factos sociais são compreendidos na sua totalidade pelas múltiplas Ciências Sociais e cada uma delas questiona os diferentes ângulos de interpretação e analise. Deste modo e de acordo com o pensamento de Adérito Sedas Nunes, há quatro níveis em que as Ciências Sociais se distinguem:
· 1º Nível - fins ou objetivos que comandam a investigação (o que interessa analisar, compreender e explicar);
· 2º Nível - natureza dos problemas de investigação (os problemas sobre os quais os investigadores inclinam a sua investigação);
· 3 Nível – critérios pelos quais os investigadores selecionam as variáveis; 
· 4 Nível - métodos e técnicas utilizadas pelo investigador 
(Nunes, 1973)
7. Adérito Sedas Nunes defende que o que “muda em cada uma das ciências sociais são centro de “interesse” da investigação que difere de disciplina para disciplina”. Clarifique o sentido dado pelo autor a esta afirmação. (2 valores)
(10 linhas)
O centro de “interesse” que está explicita na afirmação acima refere-se ao problema que cada uma das ciências estuda. Por outras palavras, o fenómeno social pode ser o mesmo, mas será abordado de forma diferente pelas várias disciplinas pois as mesmas diferem nas suas teorias, técnicas e métodos de estudo, apesar de todas elas se complementarem, contribuindo de forma essencial através da visão especializada. A título de exemplo, o fenómeno social do suicídio, segundo o método da Sociologia, será estudado através do estudo dos grupos em que o individuo estava inserido. Segundo o estudo da Psicologia importa saber se o mesmo sofria de alguma perturbação mental. Portanto podemos afirmar que o que importa realmente são os contributos obtidos de todas as investigações feitas pelas múltiplas Ciências Sociais e que o facto de cada uma delas abordare trabalhar o fenómeno de forma distinta de cordo com os seus fins e objetivos tem um papel fundamental para a construção do conhecimento científico através das suas teorias, instrumentos e metodologias. 
(Nunes, 1973)
8. Elabore uma breve comparação entre as correntes teóricas que para a explicação e compreensão da realidade social privilegiam a cultura e as que acentuam as formas de sociabilidade. (2 valores) 
(10 linhas)
A cultura é tudo o que a realidade pode transmitir ao individuo através de uma perspetiva de aprendizagem como: valores, princípios, normas, regras, etc. A cultura pode também ser definida como a maneira de estar e vestir, os hábitos e costumes da sociedade que são transmitidos entre gerações e interiorizados por todos os seus indivíduos. Apesar da cultura se assumir como homogénea, podem surgir desvios e disfuncionalidades, que levam o individuo, ser alvo de críticas e sanções. Em relação aos traços culturais, estes podem ser descritos como os traços comuns numa comunidade especifica. 
Gurvitch explica, na sua teoria de sociabilidade, que os laços sociais, são constituídos por “múltiplas maneiras de estar ligado pelo todo e no todo, ou manifestações da sociabilidade”. O autor institui dois tipos de sociabilidade: 
- As coletivas particulares que se relacionam com os grupos próximos dos indivíduos, por exemplo uma localidade ou um elemento familiar;
- Os quadros estruturais da sociedade em que os grupos se apresentam hierarquicamente integrados ou não na sociedade. 
Com esta teoria, o autor pretendia explicar a intensidade dos laços sociais e que estes são observáveis nos diferentes grupos bem como nas relações sociais entre os sujeitos, promovendo assim uma relação dialética.
Dürkheim definiu duas formas de relações sociais: 
- A solidariedade mecânica (onde os sujeitos de uma dada comunidade partilham os mesmos valores e crenças, predominando a consciência coletiva)
- A solidariedade orgânica associada às sociedades modernas, (que se baseia nas diferenças e complementaridades entre os sujeitos, na questão laboral). 
Concluímos que as duas teorias trabalham o mesmo conceito e que a sociabilidade, tem aspetos diferentes e que por esse motivo será sempre importante que o investigador se distancie do etnocentrismo, para que não haja julgamentos de valores e crenças. 
A sociabilidade diz respeito modo como vivemos em sociedade, por isso é normal que cada cultura tenha diferentes formas de ação e de pensamento, sendo fundamental evitar atitudes extremistas, como a xenofobia e o racismo.
A sociabilidade é definida como as relações que estabelecemos como seres sociais que constroem aquilo que conhecemos como sociedade. Estas relações, individuais ou de grupo estruturam a sociedade e aquilo que conhecemos desta. Portanto, podemos afirmar que o comportamento humano surge da interação e comunicação com outros seres sociais (seres humanos) através da herança cultural. E tal e qual como nascemos predispostos para a socialização, este processo de interiorização é influenciado pelo significado subjetivo que consequentemente alteram as nossas manifestações sociais. Este contexto de partilha permite também uma interiorização de experiências partilhadas nos seios onde convive levando-nos a uma abstração progressiva destes, o que lhe permitirá a obtenção e acolhimento de outras experiências alargadas.
9. Esclareça em que consiste o significado de “socialização bem-sucedida”. (1 valor)
(6 linhas)
Todos nós revelamos comportamentos distintos uns dos outros, explicados em parte pelos diferentes processos de socialização, isto é, os costumes, as crenças, os valores que nos incutem e destes resultam um processo de aprendizagem. A este processo de socialização associam-se quatro caraterísticas fundamentais:
1ª – duradouro - o individuo até a sua morte encontra-se em processo de socialização sendo sempre considerado membro da sua sociedade; 2ª - dinâmica - o individuo está sempre em adaptação segundo as situações sociais; 3ª – global - refere-se aos vários domínios da vida do individuo e 4ª - interativa – trata-se da permissão para que o sujeito receba as influências externas e possa também transmitir a outros sujeitos. Este processo é repleto de relações sociais que influenciam o nosso comportamento ao longo de toda a nossa vida, terminando apenas com a morte. A socialização primária inicia-se então desde o momento em que nascemos e é nesta fase que aprendemos as regras, os costumes e os valores sociais que levamos para a vida toda, sendo então a socialização primária aquela que mais impacto tem na nossa construção como ser social. Esta especificidade do social afeta a nossa visão sobre o quotidiano, pois é através desta aprendizagem social, das relações sociais e da forma como socializamos que constituímos a nossa personalidade individual. Apesar das diferentes abordagens no que toca ao conceito social, segundo as ciências sociais, o social resulta de uma conjugação de elementos contextuais, relacionais e de interação social, embora as ciências sociais tenham como objeto de estudo as teorias e métodos, que definam e construam o seu próprio objeto científico, debruçando-se sobre os fenómenos sociais. Na socialização secundária, podemos referir que se trata de um processo posterior que complementa a nossa personalidade social concebida no processo anterior (socialização primária). Neste processo tornamo-nos de forma definitiva seres sociais e com esta realidade surgem também novas experiências e conceitos que completarão de alguma maneira as nossas interiorizações já feitas. De uma forma genérica, podemos dizer que todos os grupos onde partilhamos a nossa existência são agentes de socialização (ex.: família, as escolas, os meios laborais, os círculos de amizade, entre outros), uma vez que estes nos incentivam a desempenhar determinados papeis sociais, sem levar em conta se ocorrem através da aprendizagem, da imitação ou da identificação. As estruturas sociais levam-nos a uma reflexão sobre a interiorização e o funcionamento da sociedade, pois é possível verificar diferenças entre ambos, entre os padrões comportamentais e os sistemas sociais. Apesar dos indivíduos terem a sua identidade pessoal bem definida e por consequência qual o papel que devem desempenhar, seguindo as normas é possível através da identificação destas diferenças criar padrões de comportamento quer a nível individual, quer de grupo, pondo em evidência situações de socialização imperfeita, relacionados com fatores como a heterogeneidade e as condições sociais, tanto dos indivíduos como das instituições socializadoras. Com isto, podemos concluir que a socialização bem-sucedida diz respeito a assimilação e aprendizagem correta de valores, as crenças, ideias, normas que os seus agentes de socialização lhe transmitiram, estando ciente que não os deve transpor.
10. Elabore um pequeno texto sobre o significado da expressão “explicação do social pelo social”. Para a elaboração deste trabalho, fundamente-se nos vários autores estudados. (3 valores)
(20 linhas)
A expressão “explicação do social pelo social”, remete-nos para a necessidade que os investigadores têm em implementar métodos científico que se ajustem às Ciências Sociais e ao estudo da realidade social. Segundo Myrdal, a essência das Ciências Sociais passa pela procura da verdade objetiva, ou seja, explica a dificuldade que o investigado sente ao manter a objetividade da realidade social quando está a investigar, principalmente no trabalho de campo, pois ele próprio faz parte dessa realidade social. Esta dificuldade acaba em consequência dificultando a sua intervenção, exigindo que o mesmo afaste-se do sendo comum, utilizando a verdade objetiva para conseguir explicar o social pelo social. Para ultrapassar esta dificuldade é necessário definir claramente os valores, crenças, ideias na sua essência. Os valores constituem uma parte importante da realidade, variando de sujeito para sujeito, sendo em parte este um dos problemas, pois o mesmo sujeito pode adquirir valores distintosem momentos diferentes da sua vida social. Por outro lado, as crenças tentam distinguir o estatuto do conhecimento. 
Podemos afirmar então que para alcançarmos a objetividade torna-se obrigatório explicar estas valorações de forma clara, rompendo sempre com o senso comum de maneira que consigamos relativizar, relacionar e analisar as conceções impostas pelo senso comum. Contudo, as Ciências Sociais são um tanto permeáveis no que toca as interpretações do senso comum, facilitando a explicação da realidade social porque há uma sensação de familiaridade para o investigador, criando uma ilusão de transparência.
Apesar de tentarmos sempre romper noções baseadas no senso comum, é impossível fazer uma rutura absoluta. Segundo Bachelard, que afirma que os investigadores devem quebrar com as evidências associadas ao senso comum construindo um objeto de análise, verificando a realidade das teorias explicativas deste objeto.
Émile Dürkheim, sociólogo e defensor da corrente explicativa, acreditava que a sociedade depende do individuo e por isso, o estudo erra simplesmente a objetividade dos factos sociais e das regras dos métodos sociológicos, onde é possível observar várias formas de agir, pensar e sentir que são externas ao sujeito. Ou seja, são estes factos sociais que exercem um poder coercivo e que os indivíduos apenas regem-se pelos padrões existentes na sociedade onde estão inseridos. 
Para o autor, existem duas consciências: a coletiva e a individual. A primeira consistia na partilha intergrupal das normas padronizadas, pensamentos e conduta, isto é, o sujeito é o produto da sua comunidade (contexto) e a segunda traduz-se pela forma de agir própria do sujeito, ou seja, seu comportamento, compreensão e interpretação da vida. Desta forma o autor acredita que há uma ponderação da parte do sujeito entre as duas consciências. Dürkheim tentou também encontrar soluções para a vida social, como por exemplo, o fenómeno do suicídio, afirmando que as ciências sociais se complementam de forma a analisar mais corretamente os fenómenos sociais.
Dürkheim ainda definiu duas formas de relações sociais: 
- A solidariedade mecânica (onde os sujeitos de uma dada comunidade partilham os mesmos valores e crenças, predominando a consciência coletiva);
- A solidariedade orgânica associada às sociedades modernas, (que se baseia nas diferenças e complementaridades entre os sujeitos, na questão laboral). 
Concluímos que as duas teorias trabalham o mesmo conceito e que a sociabilidade, tem aspetos diferentes e que por esse motivo será sempre importante que o investigador se distancie do etnocentrismo, para que não haja julgamentos de valores e crenças. A sociabilidade diz respeito modo como vivemos em sociedade, por isso é normal que cada cultura tenha diferentes formas de ação e de pensamento, sendo fundamental evitar atitudes extremistas, como a xenofobia e o racismo.
A sociabilidade é definida como as relações que estabelecemos como seres sociais que constroem aquilo que conhecemos como sociedade. Estas relações, individuais ou de grupo estruturam a sociedade e aquilo que conhecemos desta. Portanto, podemos afirmar que o comportamento humano surge da interação e comunicação com outros seres sociais (seres humanos) através da herança cultural. E tal e qual como nascemos predispostos para a socialização, este processo de interiorização é influenciado pelo significado subjetivo que consequentemente alteram as nossas manifestações sociais. Este contexto de partilha permite também uma interiorização de experiências partilhadas nos seios onde convive levando-nos a uma abstração progressiva destes, o que lhe permitirá a obtenção e acolhimento de outras experiências alargadas.
11. Caracterize os principais fatores que contribuem para a mudança social. Apresente a perspetiva de Beck sobre o tema. (1,5 valores)
(6 linhas)
Ulrich Beck rejeita o pós-modernismo referindo que a sociedade em que estamos inseridos pode ser denominado como “segunda modernidade”. Segundo Beck as instituições que sempre se preocuparam com o conceito de industrialização estão a modernizar-se, levando à extinção da antiga sociedade industrial e consequentemente à perda de costumes e valores, sendo substituído por uma sociedade repleta de riscos. Para o autor esta mudança pode ser explicada com a implementação e desenvolvimento da sociedade (efeitos dos avanços tecnológicos) e da ciência. Esta mudança, contudo, acarreta riscos, dando origem a movimentos sociais. A título de exemplo, podemos referir os movimentos pacifistas ou os movimentos ambientalistas que trazem consigo transformações indesejadas. Estas movimentações acabam por dar lugar à criação de novas ramificações das Ciências Sociais como: a Cidadania do Ambiente, a Sociologia do Ambiente, a Ecologia entre outras. Concluindo, esta mudança social refere-se ao risco que o processo de construção social da realidade tem na comunidade, tornando a sociedade, uma sociedade reflexiva destas mudanças.
Possíveis Questões
1) De que forma o processo de socialização pode contribuir para o conhecimento e regulação de relações sociais entre os vários agentes intervenientes na sociedade. Exemplifique recorrendo a exemplos do texto. (3 valores)
(1 página)
2) Defina o conceito de papel social e de que forma alguns papéis surgem de forma estereotipada no texto. Apresente exemplos. (3 valores)
(1 página)
Resposta: São as relações que estabelecemos como seres sociais que constroem aquilo que conhecemos como sociedade. Estas relações, individuais ou de grupo estruturam a sociedade e aquilo que conhecemos desta. Portanto, podemos afirmar que o comportamento humano surge da interação e comunicação com outros seres sociais (seres humanos) através da herança cultural. A socialização primária é o ponto inicial do processo de socialização, onde o individuo aprende e reconhece os postulados sociais. É neste processo que interiorizamos os nossos primeiros conhecimentos, principalmente no interior do seio familiar (pai, mãe, irmãos). Há que referir que à nascença os indivíduos não nascem já membros definitivos de uma sociedade, apesar do processo de integração ser facilitado com a predisposição social com a qual nascemos. E tal e qual como nascemos predispostos para a socialização, este processo de interiorização é influenciado pelo significado subjetivo que consequentemente alteram as nossas manifestações sociais. Este contexto de partilha permite também uma interiorização de experiências partilhadas nos seios onde convive levando-nos a uma abstração progressiva destes, o que lhe permitirá a obtenção e acolhimento de outras experiências alargadas. Ainda na socialização primária, o individuo não conhece o problema da identificação, sendo que se encontra num momento de acolhimento passivo de experiências.
Na socialização secundária, podemos referir que se trata de um processo posterior que complementa a nossa personalidade social concebida no processo anterior (socialização primária). Neste processo tornamo-nos de forma definitiva seres sociais e com esta realidade surgem também novas experiências e conceitos que completarão de alguma maneira as nossas interiorizações já feitas. De uma forma genérica, podemos dizer que todos os grupos onde partilhamos a nossa existência são agentes de socialização (ex.: família, as escolas, os meios laborais, os círculos de amizade, entre outros), uma vez que estes nos incentivam a desempenhar determinados papeis sociais, sem levar em conta se ocorrem através da aprendizagem, da imitação ou da identificação. As estruturas sociais levam-nos a uma reflexão sobre a interiorização e o funcionamento da sociedade, pois é possível verificar diferenças entre ambos, entre os padrões comportamentais e os sistemas sociais. Apesar dos indivíduos terem a sua identidade pessoal bem definida e por consequência qual o papel que devem desempenhar, seguindo as normas é possível através da identificação destas diferenças criar padrões de comportamento quer a nível individual, quer de grupo, pondo em evidência situaçõesde socialização imperfeita, relacionados com fatores como a heterogeneidade e as condições sociais, tanto dos indivíduos como das instituições socializadoras. Todos nós revelamos comportamentos distintos uns dos outros, explicados em parte pelos diferentes processos de socialização, isto é, os costumes, as crenças, os valores que nos incutem e destes resultam um processo de aprendizagem. A este processo de socialização associam-se quatro caraterísticas fundamentais:
1ª – duradouro - o individuo até a sua morte encontra-se em processo de socialização sendo sempre considerado membro da sua sociedade; 2ª - dinâmica - o individuo está sempre em adaptação segundo as situações sociais; 3ª – global - refere-se aos vários domínios da vida do individuo e 4ª - interativa – trata-se da permissão para que o sujeito receba as influências externas e possa também transmitir a outros sujeitos. Este processo é repleto de relações sociais que influenciam o nosso comportamento ao longo de toda a nossa vida, terminando apenas com a morte. A socialização primária inicia-se então desde o momento em que nascemos e é nesta fase que aprendemos as regras, os costumes e os valores sociais que levamos para a vida toda, sendo então a socialização primária aquela que mais impacto tem na nossa construção como ser social. Esta especificidade do social afeta a nossa visão sobre o quotidiano, pois é através desta aprendizagem social, das relações sociais e da forma como socializamos que constituímos a nossa personalidade individual. Apesar das diferentes abordagens no que toca ao conceito social, segundo as ciências sociais, o social resulta de uma conjugação de elementos contextuais, relacionais e de interação social, embora as ciências sociais tenham como objeto de estudo as teorias e métodos, que definam e construam o seu próprio objeto científico, debruçando-se sobre os fenómenos sociais. Na socialização secundária, podemos referir que se trata de um processo posterior que complementa a nossa personalidade social concebida no processo anterior (socialização primária). Neste processo tornamo-nos de forma definitiva seres sociais e com esta realidade surgem também novas experiências e conceitos que completarão de alguma maneira as nossas interiorizações já feitas. De uma forma genérica, podemos dizer que todos os grupos onde partilhamos a nossa existência são agentes de socialização (ex.: família, as escolas, os meios laborais, os círculos de amizade, entre outros), uma vez que estes nos incentivam a desempenhar determinados papeis sociais, sem levar em conta se ocorrem através da aprendizagem, da imitação ou da identificação. As estruturas sociais levam-nos a uma reflexão sobre a interiorização e o funcionamento da sociedade, pois é possível verificar diferenças entre ambos, entre os padrões comportamentais e os sistemas sociais. Apesar dos indivíduos terem a sua identidade pessoal bem definida e por consequência qual o papel que devem desempenhar, seguindo as normas é possível através da identificação destas diferenças criar padrões de comportamento quer a nível individual, quer de grupo, pondo em evidência situações de socialização imperfeita, relacionados com fatores como a heterogeneidade e as condições sociais, tanto dos indivíduos como das instituições socializadoras. 
Podemos definir como papel social, o conjunto de direitos e deveres que caracteriza uma posição social, considerando também os valores e as normas que regem a vida diária dos indivíduos. Um mesmo indivíduo pode desempenhar em simultâneo vários papéis sociais (ex.: mãe, irmã, aluna, filha, etc.). Neste processo de aprendizagem, somos confrontados muitas vezes com o fator da mudança, onde acabamos por nos encontra numa constante adaptação. Com isto, aprendemos a lidar com as mudanças e acontecimentos inesperados (ex.: morte de um ente querido, mudança de residência, etc.), envolvidos sempre num contexto de aprendizagem pessoal e de grupo, onde acabamos por nos adaptar socialmente nos diversos contextos. Com isto, podemos concluir que a socialização bem-sucedida diz respeito a assimilação e aprendizagem correta de valores, as crenças, ideias, normas que os seus agentes de socialização lhe transmitiram, estando ciente que não os deve transpor.
3) Tendo em conta o assunto tratado no texto, distinga a definição de problema social e problema sociológico. Ilustre a sua resposta. (2 valores)
(meia página)
Émile Dürkheim definia a sociologia com ciência empírica, focando a atenção do estudo sociológico nos factos sociais, assumindo claramente que os factos sociais são de difícil estudo, pois não podem ser observados diretamente, mas sim através dos seus efeitos, pondo de lado preconceitos e ideologias de forma a analisá-los de forma crítica. Émile Dürkheim, defensor da corrente explicativa, menciona que o estudo da sociedade é independente do individuo e somente a objetividade dos fatos sociais e as regras do método sociológico exercem um poder coerção nos fatos sociais. Portanto, os sujeitos apenas seguem os padrões instituídos na sociedade onde habitam. 
O problema social traduz-se pela situação em que a própria organização social se encontra abalada, isto é, parte da identificação e formulação de um problema e no qual existe uma representação lógica como por exemplo: exclusão dos ciganos, afetando não apenas os que fazem parte do problema diretamente como o restante seio social. Percecionando a questão do problema social, podemos afirmar que e de acordo com um esquema teórico diz respeito à determinação da noção dos problemas sociológicos que dali decorrem. Nesta questão torna-se então necessário realçar os seus atributos particulares, ou seja, o problema sociológico torna-se essencial na construção do objeto de análise em Ciências Sociais, isto é, é a partir desta conceção que o problema social adquire um significado sociológico, sendo exigido que possua uma condição, a regularidade. Portanto é quase obrigatório entender o que é um problema social e como é que esse mesmo problema social adquire um significado sociológico, pois é o a razão que motiva os cientistas sociais.
4) A partir da problemática lançada pelo texto em relação aos ajustamentos nos processos de integração das pessoas ciganas referencie de que modo a teoria social pode ser um importante suporte para a abordagem científica desta problemática. Apresente um exemplo. (2 valores)
(meia página)
O objetivo das diferentes Ciências Sociais (Psicologia, Sociologia, Demografia, Antropologia, entre outras) passa por demonstrar e dar a conhecer a realidade social ao sujeito de forma simples e direta através de métodos neutros e objetivos. Para cumprir este fim, o investigador deve ter uma noção clara sobre si e o seu interior de forma a analisar o “outro” da maneira mais objetiva sem fazer juízos de valor ou até mesmo criar ideias preconceituosas, ou seja, não se corrompendo com ideias do senso comum. Segundo Bachelard (1884-1962) estas ruturas, destacando o senso comum, moldam o conhecimento científico como uma reforma das ilusões, criando uma dicotomia entre o conhecimento científico reflexivo e o conhecimento não científico. Consequentemente os investigadores das Ciências Sociais deparam-se enquanto membro da sociedade com obstáculos epistemológicos. Entre estes obstáculos podemos destacar três: a rutura com o senso comum, a construção de resultados e a verificação desses mesmos resultados. Estes dois últimos não se conseguem separar pois durante o processo é necessário proceder-se a reformulações (avanços e retrocessos) tendo em conta as posições que os indivíduos ocupam na sociedade. 
Gaston Bachelard defende que nas ciências sociais tudo é construído, nada é dado como garantido. Isto é, há a necessidade de romper e desconstruir ideias preconcebidas moldadas pelo senso comum que não correspondam à verdade pois serem ideias que não foram investigadas, muito vagas, sem claridade. Esta rutura exige, no entanto, um processo que consiste nos três atos epistemológicos importantes que acima referimos,onde a ciência por si deve dar prioridade a leitura da realidade social. De forma efetiva, o investigador tem o dever de olhar para a realidade com outro olhar e deve igualmente soltar-se de todos os conhecimentos prévios que tenha sobre a realidade que está a analisar (ex.: experiências pessoais), guiando-se apenas pela metodologia científica designada pelas Ciências Sociais. Contudo, atravessamos outro obstáculo epistemológico nesta análise: a familiaridade do investigador quanto a realidade social dele e quanto a proximidade do “outro”.
Relativamente às diferenças existentes entre a natureza e a cultura devemos abordar as realidades através de interpretações naturalistas e de culturas ligadas ao relativismo cultural, atribuindo os comportamentos a causa físicas, biológicas ou naturais considerando sempre o meio em que o sujeito está envolvido. Em relação as diferenças entre a sociedade e o individuo por norma encontram-se entre duas perspetivas: os indivíduos diferem uns dos outros (providos de caraterísticas individuais e distintas) e os indivíduos tem caraterísticas singulares que partilham com outros (como o livre-arbítrio de tomadas de decisões que influenciam a sua imagem). O etnocentrismo tem como ideal a sobrevalorização de uma cultura em detrimento de outra. Como tal, diferencia os sujeitos que estão mais distantes que apresentam valores, crenças e princípios que não identificamos na nossa própria cultura (ex.: comunidade cigana). Com isto, o etnocentrismo surge em outras áreas como a política, a cultura ou a economia, dando ao sujeito a falsa ideia de que a sua cultura é realmente melhor e mais verdadeira do que as restantes culturas. Concluindo, a relação entre nós e outros pode relacionar-se a uma questão de identidade cultural pessoal, onde o sujeito interioriza um padrão com base em ideias e conhecimentos provenientes dos factos da cultura a que pertence.
(Magano, 2014) Págs. 28/ 48 /54
5) Para a análise da problemática apresentada no texto, sobre a integração das pessoas ciganas em Portugal, elabore uma possível abordagem recorrendo aplicação do método científico em ciências sociais para investigação sobre o fenómeno social. (5 valores)
(1 página e meia)
A problemática teórica pode ser definida como um ponto de partida para a execução de pesquisas e investigações onde ser procura obter respostas sobre os problemas que surgem na investigação. Pode dizer-se que se trata do meio de obtenção de instrumentos técnicos para a recolhas de dados de informação através das diferentes metodologias.
As Ciências Sociais têm como objeto de estudo os fenómenos sociais. Como tal, estudam os fenómenos que estão ligados diretamente à vida dos sujeitos sociais, como por exemplo, o suicídio. Ao falarmos deste fenómeno social (suicídio) estamos a referir-nos ao estudo da situação em geral contida numa sociedade, não numa situação especifica referente a um individuo em particular, por isso podemos afirmar que existe uma pluridimensionalidade de aspetos associadas ao mesmo e que estes aspetos se relacionam entre si.
As Ciências Sociais podem ser descritas como um conjunto de procedimentos e regras necessários para a execução de um método científico. Esta instituição torna-se importante em toda a sua aplicação pois é através da mesma que o investigador obtém rigor legítimo sobre a realidade ou fenómeno social nos resultados observados. Manter este rigor deve tornar-se uma prioridade em todo o seu caminho devendo sempre interrogar todas as hipóteses e variantes durante o seu processo investigativo. É importante referir que uma das dificuldades que surgem neste processo é a dificuldade que o investigador tem em se afastar da subjetividade, pois o mesmo faz parte desta realidade, pondo em causa a sua objetividade e olhar científico. Por isso, devemos como investigadores identificar os obstáculos epistemológicos rompendo crenças moldadas com o senso comum. O objetivo primário das Ciências Sociais é sempre a verdade para atingir o realismo objetivo, daí que é necessário que os investigadores combatam esta dificuldade e em consequência se libertem das influências socioculturais do seu meio social. Myrdal definia este modo de analise como a caraterização de visão que os sujeitos ditos “vulgares” têm sobre o mundo em que estão inseridos, pois é normal que os sujeitos encontrem uma forma mais adequada de ação que se relacione de forma racional com a realidade em que vivem. Contudo, existem duas formas que os sujeitos podem utilizar para assimilarem a realidade: através das crenças e dos valores. Primeiramente, as crenças estão relacionadas com ideais que o sujeito tem sobre a realidade e os valores, por sua vez, referem-se a ideais sobre o que uma realidade deve ser ou deveria ter sido. Concluído, podemos afirmar que para atingir a objetividade é necessário que o investigador se guie através de valores consistentes, definidos e explícitos que permitam uma análise científica e objetiva, rompendo a relação com o senso comum, apesar de assumir a partida que esta rutura nunca será feita na totalidade.
6) Considerando as várias ciências sociais estudadas indique de que forma é que cada uma delas pode contribuir para o estudo da problemática em análise, a integração dos ciganos em Portugal. Apresente exemplos. (4 valores)
(1 página e meia)
A “unidade do social” estipula que apenas que existe apenas uma realidade social. Por outro lado, “pluralidade das ciências” também estudam essa mesma realidade social. Isto é, explica-nos que cada Ciência Social tem a sua própria teoria, métodos específicos, metodologias e quadro conceptuais que são utilizados para o estudo de um determinado fenómeno da mesma realidade social. Com isto, podemos entender que cada uma destas disciplinas aborda, analisa e interpreta de forma distinta os fenómenos sociais que consequentemente acabam por enriquecer a analise do fenómeno em estudo. Estes fenómenos são muitas vezes compostos por diversas dimensões que necessitam averiguação na sua especificidade situacional pois contêm situações complexas e pluridimensionais. No entanto, todos estes factos sociais são compreendidos na sua totalidade pelas múltiplas Ciências Sociais e cada uma delas questiona os diferentes ângulos de interpretação e analise. Deste modo e de acordo com o pensamento de Adérito Sedas Nunes, há quatro níveis em que as Ciências Sociais se distinguem:
· 1º Nível - fins ou objetivos que comandam a investigação (o que interessa analisar, compreender e explicar);
· 2º Nível - natureza dos problemas de investigação (os problemas sobre os quais os investigadores inclinam a sua investigação);
· 3 Nível – critérios pelos quais os investigadores selecionam as variáveis; 
· 4 Nível - métodos e técnicas utilizadas pelo investigador 
(Nunes, 1973)
Muitas vezes associamos as ciências sociais ao individual e que as mesmas se formaram baseadas no social individual, todavia estas formaram-se impacto do “saber lógico-matemático”, físico e biológico. E apesar de terem existido outros fatores que contribuíram igualmente para o desenvolvimento político, demográfico ou cultural das Ciências Sociais, a era da Industrialização e toda a sua taxa de crescimento populacional e remodelação da sua estrutura contribuíram em grande parte na formação desta ciência como disciplina pois surgiram novos modelos de socialização no Mundo, principalmente provenientes de revoluções liberais, movimentos operários e implementações socialistas que impulsionaram este crescimento das Ciências Sociais e as suas áreas cientificas como: a Sociologia, História ou Demografia. Apesar deste impulso, este desenvolvimento estava dependente das dinâmicas culturais, ideologias políticas ou religiosas e relações entre grupos sociais, pois variava de país para país. Podemos dizer que todas partilham um ponto em comum e um objetivo específico pois todas estudam, analisam e tratam fenómenos sociais com algum grau de dificuldade, complementando-se umas com as outras, porque todas mostram também a mesma preocupação coma realidade social.Não obstante, distinguem-se através das suas interrogações, matrizes de estudo, conceitos teóricos, metodologias e o tipo de problemas que pretendem resolver.
Cada Ciência Social estuda e desenvolve as suas próprias teorias, os seus métodos específicos e quadros metodológicos de forma a obter dados concretos do objeto definido. Efetivamente as Ciências Sociais trabalham um fenómeno social que não é exclusivo de uma só ciência. Todas as ciências sociais se complementam, no entanto, eles distinguem-se de acordo com a forma como cada uma aborda e analisa de forma diferente a perspetiva de uma determinada realidade. Um exemplo ilustrativo é o caso do fenómeno atual como o desemprego, que é trabalhado e visto de diferentes perspetivas e aspetos, das diversas ciências sociais, como a economia, o social, e a política. Desta forma, podemos dizer que existe uma interdisciplinaridade entre elas, ou seja, existe um conjunto de intercâmbio de saberes com vista a acompanhar o conhecimento para melhor explicar os fenómenos sociais, dado que o real social é pluridimensional por abordar o mesmo fenómeno de diversas perspetivas.
Bibliografia
Magano, O. (2014). Introdução às Ciências Sociais. Lisboa, Universidade Aberta: eUAb/ Coleção Universitária, n.º 7, ISBN 978-972-674-700-0. (e-book).
Nunes, S. A. (1973). Questões preliminares sobre as ciências sociais. Lisboa: Presença /GIS.
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