Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Síntese elaborada a partir dos seguintes livros: Direito Tributário – autor Cláudio Borga. Editora Campus, 2009; Direito Financeiro e Tributário – autor Kiyoshi Harada – Editora Atlas, 2013. CAPÍTULO 2 2.1. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 2.1.1. CONCEITO: É a capacidade que tem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, dada pela Constituição Federal, de instituir seus respectivos tributos, Veja que a competência tributária é dada, é conferida pela Constituição Federal. É ela a Lei Maior que define qual ente federado (U, E, DF e M) é competente para instituir um tributo. A Constituição NÃO INSTITUI tributos, APENAS DEFINE COMPETÊNCIAS. Quem institui são os entes competentes (entes federados/pessoas políticas), através de LEI. Além de especificar quais são os tributos e definir as competências, a Constituição Federal ainda define a limitação, a proibição da incidência tributária sobre algumas pessoas físicas ou jurídicas, sobre determinados casos. 2.1.2. TIPOS OU CLASSIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA A competência pode ser PRIVATIVA, COMUM, ESPECIAL, RESIDUAL, EXTRAORDINÁRIA OU CUMULATIVA, vejamos cada uma delas. (ver quadro da distribuição de competências já postado no SIA) 1) PRIVATIVA OU PRIVATIVIDADE – refere-se à competência para instituir impostos e, como o próprio nome diz, é privativa de cada unidade da Federação. Síntese elaborada a partir dos seguintes livros: Direito Tributário – autor Cláudio Borga. Editora Campus, 2009; Direito Financeiro e Tributário – autor Kiyoshi Harada – Editora Atlas, 2013. Atualmente são 13 (treze) impostos, discriminados nos artigos 153, 155 e 156, da Constituição Federal. 2) COMUM OU CONCORRENTE – é a competência para instituição de taxas e contribuições de melhoria. Recebe o nome de comum ou concorrente porque as quatro pessoas jurídicas de direito público (entes federados) poderão instituí- las, dentro de suas respectivas atribuições, conforme descreve o art. 145, incisos II e III da CF/88. 3) ESPECIAL – é a competência para instituir empréstimos compulsórios e contribuições parafiscais. Assim chamada de especial porque só a União pode, mediante Lei Complementar, instituir empréstimos compulsórios (art. 148, CF) e instituir contribuições sociais, contribuições de intervenção no domínio econômico e contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas (art. 149, CF). Já os Estados, Distrito Federal e Municípios poderão instituir contribuições sociais em benefício dos seus servidores para o custeio do regime previdenciário. E, por fim, os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir a contribuição para o custeio dos serviços de iluminação pública, observado o que dispõe o art. 150, I (para exigir ou aumentar o valor precisa ter lei) e III (precisa observar os princípios da irretroatividade, anterioridade e noventena), conforme estabelecido no art. 149-A, da CF. 4) RESIDUAL – trata-se da faculdade conferida pela Constituição Federal à União para criar outros impostos não previstos no art. 153, da CF, é o que determina o art. 154, CF. Importante lembrar que ao atribuir esta competência à União, o constituinte (quem elaborou a constituição) fez exigências que DEVERÃO ser observadas, Síntese elaborada a partir dos seguintes livros: Direito Tributário – autor Cláudio Borga. Editora Campus, 2009; Direito Financeiro e Tributário – autor Kiyoshi Harada – Editora Atlas, 2013. sob pena do imposto ser considerado inconstitucional (ou seja, “nulo” por não ter obedecido a constituição). São elas: a) Necessidade de lei complementar que exige maioria absoluta do Congresso Nacional para sua aprovação; b) Obrigatoriedade de que tais impostos sejam não-cumulativos; c) Que já não tenham fato gerador ou base de cálculo idênticos aos dos impostos já discriminados na CF. Além da competência residual para instituir novos impostos, a Constituição Federal também permite, em seu art. 195, §4º, a criação de novas contribuições para a seguridade social, além daquelas já previstas no mesmo artigo: Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento; c) o lucro; II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; III - sobre a receita de concursos de prognósticos. IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (...) § 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. Embora conste que essa nova contribuição para a seguridade social, (art. 195, §4º CF) deva obedecer às exigências do art. 154, CF (não cumulativo e que não tenha o fato gerador ou a base de cálculo dos outros impostos já discriminados na CF), o Supremo Tribunal Federal – STF (Corte Suprema no âmbito do Poder Judiciário) já pacificou o entendimento de que novas contribuições para a seguridade social PODERÃO TER FATO GERADOR E BASE DE CÁLCULO IDENTICOS aos de impostos, Síntese elaborada a partir dos seguintes livros: Direito Tributário – autor Cláudio Borga. Editora Campus, 2009; Direito Financeiro e Tributário – autor Kiyoshi Harada – Editora Atlas, 2013. PERSISTINDO, todavia, apenas a LIMITAÇÃO DA VEDAÇÃO À BASE DE CÁLCULO E AO FATO GERADOR DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS CITADAS NOS INCISOS DO ART. 195, CF. 5) RESIDUAL – trata-se da competência dada à União para instituir, por LEI ORDINÁRIA, nos casos de guerra externa ou sua iminência, Impostos Extraordinários, mesmo que tenham base de cálculo ou fato gerador idênticos aos dos impostos já discriminados na Constituição Federal. Tais impostos terão que ser suprimidos gradativamente, cessadas as causas da sua instituição (ex. celebrada a paz), é o que determina o art. 154, inciso II, da CF. O art. 76 do Código Tributário diz que o imposto deve ser suprimido no prazo de 05 (cinco) anos, contados da celebração da paz: ”Art. 76. Na iminência ou no caso de guerra externa, a União pode instituir, temporariamente, impostos extraordinários compreendidos ou não entre os referidos nesta Lei, suprimidos, gradativamente, no prazo máximo de cinco anos, contados da celebração da paz.” 6) CUMULATIVA – trata-se da competência conferida à União, em territórios federais (atualmente no Brasil não há territórios, vale lembrar que Tocantins, atualmente Estado do Tocantins, já foi um território) instituir os impostos estaduais. Assim, na existência de Territórios competirá à União a instituição dos impostos de competência estadual. E se o Território também não foi dividido em Municípios também competirá à União a instituição dos impostos Municipais. Daí dizer que a competência é cumulativa. Ora, existindo Território, a União poderá instituir nesse Território os seus próprios impostos e também os impostos que seriam de competência do Estado. E caso esse Território não seja dividido em Municípios, também poderá a União instituir os impostos Municipais, ou seja, nesse caso, poderá Síntese elaborada a partir dos seguintes livros: Direito Tributário – autor Cláudio Borga. Editora Campus, 2009; Direito Financeiro e Tributário – autor Kiyoshi Harada – Editora Atlas, 2013. instituir todos os impostos Federais,Estaduais e Municipais, não havendo que se falar em invasão da competência de outro ente federado. Temos em nosso país um Estado que não é dividido em Municípios, trata-se do Distrito Federal, então, cabe ao Distrito Federal a instituição dos impostos Estaduais e Municipais. Essa competência é definida pelo art. 147, da CF: “Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.” 2.1.3. ATRIBUTOS OU CARACTERÍSTICAS DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA A competência tributária possui 06 (seis) atributos: 1) PRIVATIVIDADE OU EXCLUSIVIDADE – a Constituição Federal estabelece competências privativas ou exclusivas, isto é, define qual ente federado pode instituir cada tributo. Isso quer dizer que se um ente não receber a competência de um tributo específico, não poderá instituí-lo e caso o faça, estará violando a constituição, consequentemente, acarretará na inconstitucionalidade da instituição do tributo. 2) INDELEGABILIDADE – como vimos na competência privativa, cada ente recebe da constituição a sua competência, sendo assim, NÃO poderá renunciá-la ou delegá-la a outro ente federado. Exemplo: determinado Município não quer instituir IPTU e passa essa competência ao Estado. NÃO PODE. Síntese elaborada a partir dos seguintes livros: Direito Tributário – autor Cláudio Borga. Editora Campus, 2009; Direito Financeiro e Tributário – autor Kiyoshi Harada – Editora Atlas, 2013. O que o ente federado pode fazer é atribuir a função de arrecadar ou de fiscalizar o tributo a outro ente ou pessoa jurídica. Exemplo: Competência para instituir Contribuição Previdenciária => União. Mas a União atribuiu a função de arrecadar ao INSS (pessoa jurídica de direito público – Autarquia). A atribuição da função de arrecadar ou de fiscalizar pode ser revogada, ou seja, no exemplo acima, a União pode retirar do INSS a função de arrecadar. A indelegabilidade está prevista no art. 7º do Código Tributário Nacional: Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição. § 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir. § 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido. § 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos. 3) INCADUCIDADE – a competência tributária pode ser exercida a qualquer tempo, isto é, não tem prazo para seu exercício. O não exercício não acarreta a sua perda. 4) INALTERABILIDADE – a competência atribuída pela Constituição não pode ser alterada Os entes federados não podem mudá-la por sua vontade. A única forma de sua alteração é através de uma Emenda Constitucional. A inalterabilidade encontra previsão no art. 8º do CTN: Art. 8º O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído. 5) IRRENUNCIABILIDADE – a competência também não pode ser renunciada, nem parcial, nem totalmente. O ente não pode abrir mão dela. Síntese elaborada a partir dos seguintes livros: Direito Tributário – autor Cláudio Borga. Editora Campus, 2009; Direito Financeiro e Tributário – autor Kiyoshi Harada – Editora Atlas, 2013. 6) FACULTATIVIDADE – a competência, assim como pode ser exercida a qualquer tempo, é facultativa. Os entes não estão obrigados a exercê-la. Tal facultatividade também está prevista no art. 8º, do Código Tributário Nacional. 2.2. LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR A limitação é de competência exclusiva da Constituição Federal. Quer dizer que a CF proíbe a incidência tributária em certos casos, a fim de equilibrar o meio social, a economia e preservar a dignidade da pessoa humana. Limitar é proteger, é colocar uma vedação, um escudo protetor proibindo a incidência de um tributo sobre determinada pessoa física ou jurídica ou sobre determinado caso. Se a CF diz que não pode incidir, nenhuma outra lei poderá autorizar a incidência. A Constituição Federal é Suprema e nenhuma outra lei pode contrariá-la sob pena de ser considerada inconstitucional. Esse poder de tributar é limitado pelos princípios constitucionais e gerais tributários, pelas vedações constitucionais previstas nos arts. 150 a 152, CF e pelas imunidades tributárias. Assim, ao mesmo tempo em que procedeu a partilha das competências, que por si só, já é uma limitação ao poder de tributar, pois na medida em que outorga competência privativa a uma entidade política (ente federado), a consequência direta é a vedação do exercício dessa competência por outra entidade política não contemplada, a Constituição Federal prescreveu inúmeros princípios tributários, visando à preservação do regime político, da saúde da economia, da proteção aos valores espirituais e dos direitos fundamentais previstos no art. 5º da CF. Síntese elaborada a partir dos seguintes livros: Direito Tributário – autor Cláudio Borga. Editora Campus, 2009; Direito Financeiro e Tributário – autor Kiyoshi Harada – Editora Atlas, 2013. Esses princípios constituem o escudo de proteção dos contribuintes, atuando como freios que limitam o poder de tributação do Estado. Por isso esses princípios são conhecidos como limitações constitucionais ao poder de tributar, os quais serão analisados a seguir: 2.2.1. PRINCÍPIOS 1) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA É talvez a mais importante limitação da competência tributária, proibindo a qualquer área tributante exigir ou aumentar tributo por qualquer outro instrumento que não seja a lei. Encontra previsão no art. 150, inciso I, da CF: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; (...) Embora haja essa proibição, existe uma exceção prevista no art. 153, §1º, da CF, quanto a alteração de alíquota dos impostos de exportação, de importação, de produtos industrializados e de operações financeiras (IE, II, IPI e IOF): Art. 153. (...) § 1º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V. Mesmo assim, o Poder Executivo para alterar as suas alíquotas deverá fazê-lo por decreto ou outro ato normativo. Síntese elaborada a partir dos seguintes livros: Direito Tributário – autor Cláudio Borga. Editora Campus, 2009; Direito Financeiro e Tributário – autor Kiyoshi Harada – Editora Atlas, 2013. 2) PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE Proíbe a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro em que seja publicada a lei que o instituiu ou aumentou. Isso significa, por exemplo, que se uma lei para aumento de um Imposto foi publicada em 2012, ela só poderá ser cobrada no ano de 2013. Ficam, contudo, excluídos dessa proibição: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) III - cobrar tributos: (...) a) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; (...) § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I; 153, I, II, IV e V; e 154, II; (...) a) Os impostos de importação,exportação, produtos industrializados e operações financeiras – art. 150, §1º, CF. b) Os impostos extraordinários criados por motivo de guerra externa ou sua iminência – art. 150, §1º, CF. c) Os empréstimos compulsórios criados em razão de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência – art. 148, I, CF. d) As contribuições parafiscais relativas à seguridade social, cuja exigibilidade deverá ocorrer após noventa dias após a publicação da lei – art. 195, §6º, da CF – deverá obedecer o princípio da noventena. Esse princípio possibilitará ao contribuinte planejar sua vida econômica a partir de zero hora do dia 1º de janeiro de cada exercício, sem que seja surpreendido por exigências tributárias imprevistas. Síntese elaborada a partir dos seguintes livros: Direito Tributário – autor Cláudio Borga. Editora Campus, 2009; Direito Financeiro e Tributário – autor Kiyoshi Harada – Editora Atlas, 2013. 3) PRINCIPIO DA NOVENTENA Segundo o princípio, um tributo só pode ser cobrado noventa dias após a publicação da lei que o houver instituído ou aumentado e desde que já esteja no exercício financeiro seguinte ao da referida publicação. Também para este princípio a Constituição criou algumas exceções: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) III - cobrar tributos: (...) c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; (...) § 1º (...) e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. a) Os empréstimos compulsórios, quando instituídos por motivo de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência; b) Os impostos de Importação, Exportação, Imposto de Renda e Imposto de Operações Financeiras; c) Os impostos extraordinários criados por motivo de guerra externa ou sua iminência; d) A fixação da base de cálculo do IPVA e IPTU. Portanto, considerando as exceções aos princípios da anterioridade e da noventena, podemos montar o seguinte quadro: Síntese elaborada a partir dos seguintes livros: Direito Tributário – autor Cláudio Borga. Editora Campus, 2009; Direito Financeiro e Tributário – autor Kiyoshi Harada – Editora Atlas, 2013. Importante lembrar que os princípios da anterioridade e da noventena se aplica de forma geral a todos os tributos, exigindo os mesmos 90 dias além da obediência à anterioridade, ressalvadas as exceções acima dispostas. Pode-se concluir, portanto, das exceções vistas que: O IPI e as Contribuições Sociais para a Seguridade Social só se sujeitam ao princípio da noventena, mas não se sujeitam ao princípio da anterioridade, de modo que, a lei publicada em 01/03/2013 pode ser cobrada em 01/06/2013, isto é, devem obedecer apenas os 90 dias para serem cobrados, mas não precisam esperar o próximo ano (exercício financeiro seguinte). Já o II, o IE, o IOF, os Impostos Extraordinários e os Empréstimos Compulsórios por calamidade pública, guerra externa ou sua iminência não se sujeitam aos princípios da anterioridade e da noventena, isto é, uma lei publicada no dia 01/01/2013, com entrada em vigor na mesma data, já pode ser cobrada. Por fim, o Imposto de Renda e a alteração da base de cálculo o IPVA e do IPTU (veja que é só a alteração da base de cálculo e não a instituição do IPVA e do IPTU ou a sua majoração) só se sujeitam ao princípio da anterioridade e IPI; CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PARA A SEGURIDADE SOCIAL II, IE, IOF; IMPOSTOS EXTRAORDINÁRIOS; EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS POR CALAMIDADE PÚBLICA, GUERRA EXTERNA OU SUA IMINÊNCIA; IMPOSTO DE RENDA; Alteração da base de cálculo do IPVA e IPTU. Exceções à anterioridade Exceções à noventena Síntese elaborada a partir dos seguintes livros: Direito Tributário – autor Cláudio Borga. Editora Campus, 2009; Direito Financeiro e Tributário – autor Kiyoshi Harada – Editora Atlas, 2013. não ao princípio da noventena, isto é, uma lei publicada em 01/12/2012 majorando o Imposto de Renda poderá ser cobrada em 01/01/2013, pois já é exercício financeiro seguinte e não precisa aguardar 90 dias (noventena). 4) PRINCÍPIO DA ISONOMIA OU DA IGUALDADE TRIBUTÁRIA Este princípio veda o tratamento jurídico diferenciado de pessoas sob os mesmos pressupostos de fato; veda/impede discriminações tributárias, privilégios ou favorecimento a determinadas pessoas físicas ou jurídicas. Conforme dispõe o art. 5º da Constituição Federal, “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos seguintes termos;” (sem grifo no original). Daí o porquê desse princípio da igualização dos contribuintes. Dele também vem o princípio da legalidade da isenção, isto é, não pode haver isenção tributária sem lei. E não pode haver isenção sem obediência ao princípio da isonomia. É dar tratamento igual aos iguais e tratamento desigual aos desiguais. Por exemplo: uma pessoa que recebe 01 (um) salário mínimo pode ter tratamento tributário diferente daquele que recebe 20 (vinte) salários mínimos, pois não estão em situação de igualdade. Assim, um terá que pagar imposto de renda, mas o outro não. O princípio também encontra respaldo no art. 150, inciso II, da CF: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: Síntese elaborada a partir dos seguintes livros: Direito Tributário – autor Cláudio Borga. Editora Campus, 2009; Direito Financeiro e Tributário – autor Kiyoshi Harada – Editora Atlas, 2013. (...) II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;(...) 5) PRINCÍPIO FEDERATIVO Está previsto no art. 18 da CF: Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. Dessa forma, as pessoas jurídicas de direito público (os entes federados) União, Estados, Distrito Federal e Municípios não podem interferir nas competências tributárias umas das outras. Assim, como não pode a União conceder isenção a impostos Estaduais, Distritais e Municipais: Art. 151. É vedado à União: III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. 6) PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI Previsto no art. 150, inciso III, alínea “a”, da Constituição Federal: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) III - cobrar tributos: Síntese elaborada a partir dos seguintes livros: Direito Tributário – autor Cláudio Borga. Editora Campus, 2009; Direito Financeiro e Tributário – autor Kiyoshi Harada – Editora Atlas, 2013. a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; Por este princípio, a Constituição Federal determina que todos os tributos sejam cobrados a partir da entrada em vigor da lei que os instituiu ou aumentou, isto é, dali para frente, não podendo incidir sobre fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da respectiva lei criadora.7) PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE Previsto no art. 151, inciso I, da CF: ”Art. 151. É vedado à União: I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio- econômico entre as diferentes regiões do País;” É o que proíbe a União de instituir tributo que não seja uniforme em todo o País ou que importe distinção ou privilégio em relação a determinado Estado ou Município. A proibição tem por objetivo evitar que tributos federais nasçam estruturalmente injustos, com proteção desta ou daquela região. Todavia, a União pode conceder incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diversas regiões do País. Nada impede, por exemplo, que sejam cobrados menos impostos federais na Zona Franca de Manaus, na remessa de mercadorias para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Síntese elaborada a partir dos seguintes livros: Direito Tributário – autor Cláudio Borga. Editora Campus, 2009; Direito Financeiro e Tributário – autor Kiyoshi Harada – Editora Atlas, 2013. Outra situação excepcional que merece atenção é a possibilidade de tratamento diferenciado para produtos e serviços em função de seu impacto ambiental devido ao consumo ou produção, conforme dispõe o art. 170, inciso I da CF: Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (...) VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; 8) PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DE EFEITOS CONFISCATÓRIOS Entende-se por este princípio que não pode existir tributos que absorvam todo o valor da propriedade, que aniquilem a empresa ou impeçam o exercício de uma atividade lícita e moral. Não pode o tributo absorver a totalidade do valor da situação ou do bem tributário. Ele encontra previsão no art. 150, inciso IV, da CF: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) IV - utilizar tributo com efeito de confisco;(...) Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, este princípio também tem aplicação em multas ( que são penalidades e não tributos). Por exemplo: não pode a multa pelo não pagamento do IPTU ser estipulada em 500%, numa verdadeira desproporção entre o desrespeito à norma tributária e sua consequência jurídica, a multa, evidenciando o caráter confiscatório desta, atentando contra o patrimônio do contribuinte. Síntese elaborada a partir dos seguintes livros: Direito Tributário – autor Cláudio Borga. Editora Campus, 2009; Direito Financeiro e Tributário – autor Kiyoshi Harada – Editora Atlas, 2013. 9) PRINCÍPIO DA NÃO LIMITAÇÃO DE TRÁFEGO Previsto no art. 150, V, da CF: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público; Este princípio objetiva assegurar a livre circulação de bens e de pessoas ou meios de transportes que não pode ser limitada ou embaraçada por tributação interestadual ou intermunicipal, com exceção a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder público. Essa exceção quanto a cobrança de pedágio abre uma discussão de que ela seria taxa ou tarifa. A princípio, pelo que consta no artigo nos parece que a Constituição teria classificado como taxa, todavia, não há consenso doutrinário, pois grande parte dos estudiosos entendem tratar-se de tarifa, não lhe atribuindo, portanto, caráter fiscal. 10) PRINCÍPIO DA NÃO CONCESSÃO DE PRIVILÉGIOS A TÍTULOS FEDERAIS Previsto no art. 151, inciso II, da CF: Art. 151. É vedado à União: (...) II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes; (...) Síntese elaborada a partir dos seguintes livros: Direito Tributário – autor Cláudio Borga. Editora Campus, 2009; Direito Financeiro e Tributário – autor Kiyoshi Harada – Editora Atlas, 2013. Proíbe a União de tributar os rendimentos obtidos por uma pessoa que aplicou em títulos da dívida pública dos Estados, DF ou Municípios em níveis superiores àquele em que tributar os rendimentos obtidos por uma pessoa que aplicou em títulos da dívida pública da própria União. Exemplo: se a União cobrar 10% de Imposto de Renda sobre um ganho de capital de Títulos da União que rendeu R$100,00; não poderá cobrar mais que 10% sobre o ganho de títulos dos Estados, DF e Municípios. 11) PRINCÍPIO DA NÃO CONCESSÃO DA ISENÇÃO Com este princípio a Constituição Federal elimina de vez as interferências da União em assuntos de interesse estadual ou municipal, proibindo que isenções de tributos estaduais e municipais sejam concedidas por leis federais. Art. 151. É vedado à União: III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. 2.2.2. IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS 1) IMUNIDADE FISCAL RECÍPROVA OU IMUNDIADE RECÍPROCA Dispõe o art. 150, VI, “a”, da CF: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) Síntese elaborada a partir dos seguintes livros: Direito Tributário – autor Cláudio Borga. Editora Campus, 2009; Direito Financeiro e Tributário – autor Kiyoshi Harada – Editora Atlas, 2013. VI - instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; (...) § 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. § 3º - As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel. A Constituição estabelece que nenhuma entidade política poderá instituir imposto sobre o patrimônio, a renda ou os serviços umas das outras. A razão deste princípio está na necessidade de preservação do princípio federativo, a convivência harmônica das entidades políticas componentes do Estado Federal Brasileiro. A imunidade abarca tão somente os IMPOSTOS sobre o patrimônio, renda ou serviços, não excluindo a aplicação de outros impostos, taxas ou contribuições de melhoria. Vale atentar para o fato de que embora o Código Tributário classifique o IOF, IPI e outros impostos sobre produção e circulação e o II como imposto sobre comércio exterior, a imunidade é mantida na medida em que os referidos impostos afetam o patrimônio do ente público. Portanto, a imunidade abrange o Imposto de Importação, o Imposto sobre Produtos Industrializados e Imposto sobre Operações Financeiras que incidam sobre bens a serem utilizados na prestação de serviços específicosdo ente. Conforme disposto no §2º do mencionado artigo, a imunidade se estende às autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados às suas finalidades essenciais ou à dela decorrentes. Esta extensão às autarquias e fundações pode ser representada da seguinte forma: Síntese elaborada a partir dos seguintes livros: Direito Tributário – autor Cláudio Borga. Editora Campus, 2009; Direito Financeiro e Tributário – autor Kiyoshi Harada – Editora Atlas, 2013. IMÓVEIS PERTENCES AO ESTADO Imóvel onde funciona a Imóvel cedido para a moradia Administração estadual. do governador. IMÓVEIS PERTENCENTES A UMA AUTARQUIA Imóvel para Imóvel para um Imóvel cedido para Administração gerador próprio da moradia do diretor de uma Autarquia Autarquia da Autarquia Do exemplo dado, podemos tirar as seguintes conclusões: Os dois imóveis onde funcionam as administrações do Estado e da autarquia são utilizados para as suas finalidades essenciais e, por isso, são imunes ao IPTU. Não incide IPTU Não incide IPTU Não incide IPTU Não incide IPTU Incide IPTU Síntese elaborada a partir dos seguintes livros: Direito Tributário – autor Cláudio Borga. Editora Campus, 2009; Direito Financeiro e Tributário – autor Kiyoshi Harada – Editora Atlas, 2013. Embora não seja finalidade essencial do Estado ceder moradia para o Governador, este fato não é relevante para efeito de considera-lo imune; Embora não seja finalidade essencial desta autarquia gerar energia, na falta de luz, é necessário o gerador próprio, tornando-se uma atividade decorrente da essencial, o que garante a imunidade; Por não ser finalidade essencial da autarquia ceder moradia para o seu diretor, o imóvel em questão deixa de ser imune. Existem, no entanto, três situações nas quais União, Estados, DF e Municípios, suas autarquias e fundações perdem a imunidade fiscal recíproca, conforme o disposto no art. 150, §3º, da CF, por estarem se equiparando à iniciativa privada: Quando U, E, DF e M, suas autarquias e fundações estiverem praticando atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados; Quando U, E, DF M, suas autarquias e fundações cobrarem contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas do usuário do serviço prestado; Quando U, E, DF, M, suas autarquias e fundações celebrarem com terceiro, relativamente a imóveis de suas propriedades, contrato de promessa de compra e venda. Neste caso, o bem perde a imunidade e o promitente comprador tem que pagar os tributos incidentes sobre o mesmo. 2) IMUNIDADE CONCEDIDA A TEMPLOS DE QUALQUER CULTO Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) VI - instituir impostos sobre: (...) b)templos de qualquer culto; Síntese elaborada a partir dos seguintes livros: Direito Tributário – autor Cláudio Borga. Editora Campus, 2009; Direito Financeiro e Tributário – autor Kiyoshi Harada – Editora Atlas, 2013. § 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas. A imunidade atinge qualquer espécie de culto religioso, proibindo a cobrança de imposto sobre patrimônio, renda ou serviços, por parte do Poder Público, sobre patrimônio, renda ou serviço do templo em si, do prédio ou terceiro onde se pratica o culto, não se estendendo às residências dos padre, pastores, rabinos (etc.) e outras atividades não consideradas de FINALIDADES ESSENCIAIS. 3) IMUNIDADE DOS PARTIDOS POLÍTICOS E DEMAIS ENTIDADES A imunidade prevista no art. 150, inciso VI, alínea “c”, da CF: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) VI - instituir impostos sobre: (...) c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; (...) Veda a cobrança de impostos sobre o patrimônio, a renda ou serviços relacionados às FINALIDADES ESSENCIAIS dos partidos políticos, inclusive fundações, entidades sindicais, instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, condicionadas aos requisitos da lei. Vale registrar que as entidades sindicais imunes são aquelas dos trabalhadores, e não as patronais, como os sindicatos dos banqueiros, dos comerciários, dos donos de estabelecimento de ensinos, etc. Síntese elaborada a partir dos seguintes livros: Direito Tributário – autor Cláudio Borga. Editora Campus, 2009; Direito Financeiro e Tributário – autor Kiyoshi Harada – Editora Atlas, 2013. As instituições de educação e assistência social não podem ter fins lucrativos e tem que obedecer aos requisitos previstos em lei. Tais requisitos estão enumerados no art. 14 do CTN, consistindo em: a) Não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou suas rendas, a qualquer título; b) Aplicarem seus recursos integralmente no País, na manutenção de seus objetivos institucionais; c) Manterem a escrituração de suas receitas e despesas em livros contábeis e fiscais; d) Prestarem serviços relacionados aos seus objetivos de forma indiscriminada; e) Praticarem os atos previstos em lei sobre obrigações tributárias de retenção e recolhimento de tributos, quando for o caso. No caso das autarquias e fundações a extensão da imunidade é para as suas finalidades essenciais ou as dela decorrentes, no caso dos templos de qualquer culto e da última imunidade citada, a extensão é somente para as finalidades essenciais das entidades citadas. Portanto, baseado nesta última afirmação, podemos aproveitar o exemplo dado no caso das autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público e adaptá-lo para a imunidade em questão: IMÓVEIS PERTENCENTES A UM TEMPLO DE QUALQUER CULTO, A UM PARTIDO POLÍTICO, INCLUSIVE SUAS FUNDAÇÕES, A UMA ENTIDADE SINDICAL DOS TRABALHADORES OU A UMA INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO E DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, SEM FINS LUCRATIVOS Síntese elaborada a partir dos seguintes livros: Direito Tributário – autor Cláudio Borga. Editora Campus, 2009; Direito Financeiro e Tributário – autor Kiyoshi Harada – Editora Atlas, 2013. Também são imunes de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam as exigências estabelecidas na lei, conforme dispõe o art. 195, §7º, da CF. Assim, podem ser cobrados: Impostos sobre patrimônio, renda ou serviços Contribuiçõ es para a seguridade social Taxas e contribuições de melhoria Base legal Empresas Públicas e sociedades de economia mista SIM SIM SIM Art. 150, §2º, da CF. Autarquias e fundações públicas NÃO SIM SIM Entidades beneficentes de assistência social NÃO NÃO SIM Art. 150, VI, c da CF e art. 195, §7º, da CF Não incide IPTU Incide IPTU Incide IPTU Imóvel onde funciona a administração de uma das entidades, utilizando, portanto, para as suas finalidades essenciais. Imóvel onde funciona um gerador próprio de uma das entidades, utilizando, portanto, para finalidade decorrente da essencial. Imóvel cedido para moradia do diretor de uma das entidades, utilizando, portanto, para finalidade não considerada essencial. Síntese elaborada a partir dos seguintes livros: Direito Tributário – autor Cláudio Borga.Editora Campus, 2009; Direito Financeiro e Tributário – autor Kiyoshi Harada – Editora Atlas, 2013. 4) IMUNIDADE DE LIVROS Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) VI - instituir impostos sobre: (...) d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. A Constituição ao imunizar os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão, teve por objetivo incentivar a cultura em geral e garantir a livre manifestação do pensamento e do direito de crítica. A imunidade é objetiva, não interessa o conteúdo do livro ou periódico. Periódico significa publicação que aparece em tempos determinados ou em intervalos iguais, contendo informações de caráter geral. Por isso, os catálogos telefônicos encontram-se sob a proteção da imunidade conforme entendimento da Corte Suprema (STF). Também é extensiva ao denominado livro eletrônico (CD-Roms e disquetes), pois a nova realidade decorrente da ciência da informática possibilita, igualmente, a transmissão de ideias por vias eletrônicas. Dessa forma, enquanto a circulação de determinada revista periódica é imune relativamente ao ICMS e ao IPI, o lucro obtido na sua venda pela editora é tributado normalmente pelo Imposto de Renda, pois a pessoa jurídica não é imune. Assim como não é imune o prédio onde está instalada a editora. Síntese elaborada a partir dos seguintes livros: Direito Tributário – autor Cláudio Borga. Editora Campus, 2009; Direito Financeiro e Tributário – autor Kiyoshi Harada – Editora Atlas, 2013. ATENÇÃO SOBRE COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA LER TAMBÉM O MATERIAL DISPONIBILIZADO PELA FACULDADE – APOSTILA 2 – TÓPICO 2 – PÁG. 15 A 21; SOBRE LIMITAÇÕES LER APOSTILA 3 – Princípios Constitucionais Tributários e APOSTILA 4 – A competência Tributária. A leitura do presente resumo, das apostilas, dos demais materiais disponibilizados no SIA e das aulas ministradas, não dispensa a leitura dos livros indicados na ementa da disciplina ou de qualquer outro livro da área.
Compartilhar